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1Mestranda em Engenharia Ambiental na Universidade Federal do Tocantins, Professora no
Instituto Federal do Tocantins, Campus Gurupi e Pesquisadora do Laboratório de Ciências,
Instituto de Ensino Superior, Av. NS 15, 109 Norte, Palmas, Tocantins, Brasil. CEP:77.010-
090. e-mail danielma.maia@ifto.edu.br.
1Engenheira Civil, Mestra em Engenharia Ambiental – UFT. Pesquisadora do Laboratório de
Inovação em Aproveitamento de Resíduos e Sustentabilidade Energética – LARSEN do IFTO,
Campus Palmas. E-mail: camilahelves@gmail.com
PLANOS DE RESÍDUOS SÓLIDOS: ABORDAGEM DA
PROBLEMÁTICA NO BRASIL E SITUAÇÃO ATUAL DE
IMPLANTAÇÃO DESTES INSTRUMENTOS
Danielma Silva Maia (1)
Camila Ribeiro Rodrigues(1)
RESUMO
Os diversos Planos de Resíduos Sólidos apresentados na lei nº12.305/2010 auxiliam na
gestão de resíduos sólidos, principalmente do setor público, que busca introduzir e cumprir
as exigências e diretrizes da PNRS.O presente artigo tem como objetivo apresentar uma
abordagem sistêmica dos Planos de Resíduos Sólidos discriminados na Lei nº 12.305/2010,
analisando dentro do contexto legal os seus itens e o cenário atual. Trata-se de uma pesquisa
bibliográfica descritiva que buscou escritos que retratam o tema e que proporcionaram
subsídios para esta análise. A lei 12.305/2010 apresenta 6 Planos de Resíduos Sólidos,
enquadrando-os na esfera nacional, estadual, microrregional, intermunicipal, municipal e de
gerenciamento, sendo este último aplicado as empresas.
Palavras-chave: plano; resíduos sólidos; lei; gestão de resíduos
ABSTRACT
The various Solid Waste Plans presented in Law No. 12.305 / 2010 assist in the management
of solid waste, especially in the public sector, which seeks to introduce and comply with the
requirements and guidelines of PNRS. This article aims to present a systemic approach to the
Plans. Solid Waste Discrimination in Law No. 12.305 / 2010, analyzing within the legal
context its items and the current scenario. This is a descriptive bibliographic research that
sought writings that portray the theme and that provided subsidies for this analysis. Law
12.305 / 2010 presents 6 Solid Waste Plans, framing them in the national, state, micro-
regional, inter-municipal, municipal and management levels, the latter being applied to
companies.
Keywords: plan; solid waste; law; Waste Management
RESUMEN
Los diversos Planes de Residuos Sólidos presentados en la Ley N ° 12.305 / 2010 ayudan en
la gestión de los residuos sólidos, especialmente en el sector público, que busca introducir y
cumplir con los requisitos y directrices de PNRS. Este artículo tiene como objetivo presentar
un enfoque sistémico a los Planes Discriminación de residuos sólidos en la Ley N ° 12.305 /
2010, analizando dentro del contexto legal sus ítems y el escenario actual. Es una
investigación bibliográfica descriptiva que buscó escritos que retratan el tema y que
proporcionaron subsidios para este análisis. La Ley 12.305 / 2010 presenta 6 Planes de
Residuos Sólidos, enmarcándolos en los niveles nacional, estatal, microregional,
intermunicipal, municipal y de gestión, este último se aplica a las
Descriptores: plan; Residuos sólidos; ley Gestión de Residuos.
2
INTRODUÇÃO
Atualmente, a sociedade do consumo, extremamente industrializada e capitalista, que
se caracteriza pelo dispêndio massivo de bens e sua obsolescência (BAUDRILLARD, 1981;
SILVA, 2012; GONÇALVES JÚNIOR & FERREIRA, 2009) agrava a problemática dos
resíduos sólidos, compromete a geração futura e coloca em risco um meio ambiente que
deveria se apresentar ecologicamente equilibrado.
Este fator decorre do aumento populacional e do advento industrial, onde a geração
dos resíduos acompanham o ritmo de crescimento das cidades, a tecnologia e o
desenvolvimento das indústrias incentivam a sociedade ao consumo, todos os dias um novo
produto é gerado, e aquele que já não adequa-se as necessidades do homem e ao avanço
tecnológico desenvolvido por ele, é transformado em resíduo.
Segundo os dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e
Resíduos Especiais (ABRELPE, 2015), a produção de resíduos cresceu 29% entre 2010 e
2014. Em 2015, apenas a geração de resíduos sólidos urbanos (RSU) totalizou 79,9 milhões de
toneladas (ABRELPE, 2016) e o panorama mais recente relatou que o montante coletado em
2017 foi de 71,6 milhões de toneladas (ABRELPE, 2017).
No cenário mundial, a Organização das Nações Unidas (ONU, 2012) manifestou-se
sobre a ameaça de uma crise global de resíduos, pedindo mobilização governamental, e
menciona que, segundo o United Nations Environment Programme – UNEP as cidades geram
1,3 bilhão de toneladas de resíduos sólidos anualmente. Sua previsão é de que até 2025 esse
número avance para a casa dos 2,2 bilhões de toneladas de resíduos ao ano.
Alguns avanços foram realizados no Brasil a respeito desta problemática, em 2010 foi
instituída a lei de nº 12.305 que trata da Política Nacional de Resíduos Sólidos-PNRS,
posteriormente regulamentada pelo Decreto de nº 7.40. A Lei surge como um marco
regulatório completo, inspirada em legislações internacionais modernas com vistas à gestão
integrada e ao gerenciamento adequado dos resíduos sólidos (BRASIL, 2010; FRICKE e
PEREIRA, 2015; NASCIMENTO et al., 2015). O documento contém uma série de matérias
inovadoras e muito pertinentes neste sentido, como temas relativos a princípios e
procedimentos destinados a orientar a gestão adequada dos resíduos sólidos nos três níveis de
governo. (GODOY, 2013))
Apesar das boas intenções do legislador, da propensão positiva dos gestores públicos e
a acolhida favorável da comunidade, existem fundados relatos e escritos bibliográficos de que
a Lei 12.305/2010 da PNRS não seja aplicada conforme o planejado. Até fins de agosto de
2012, só 10% das prefeituras tinham elaborado seus planos locais de resíduos sólidos. Assim
pode ser constatada a relatividade e empecilhos para aplicação da PNRS e de outras leis gerais
em vigor e o não cumprimento de prazos estipulados para cumprir metas da PNRS, pese aos
esforços das autoridades federais.
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Os diversos Planos de Resíduos Sólidos apresentados na lei nº12.305/2010 auxiliam
na gestão de resíduos sólidos, principalmente do setor público, que busca introduzir e cumprir
as exigências e diretrizes da PNRS. Esses planos trazem como inovação, que o escopo de
planejamento não deve tratar apenas dos resíduos sólidos urbanos (domiciliares e limpeza
urbana), e sim de uma ampla variedade de resíduos sólidos, que são os descritos no art. 13 da
Lei: domiciliares; de limpeza urbana; de estabelecimentos comerciais e prestadores de
serviços; dos serviços públicos de saneamento; industriais; de serviços de saúde; da construção
civil; agrossilvopastoris; de serviços de transportes e de mineração (SINIR, 2018).
De acordo com a legislação, os estados e municípios são obrigados a terem seus
planos elaborados, sob a condicionante de acesso aos recursos da União. As empresas
necessitam ter Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos como documento de valor
jurídico, comprovando a sua capacidade de gerir seus resíduos gerados.
Uma das dificuldades que esta ferramenta de administração pública vem enfrentando é
quanto a implementação e consolidação destes planos. Os municípios destacam falta de
recursos financeiros que visem projetos de destinação adequada ou tratamento de resíduos,
assim como as características da geografia local, além de outros fatores íntrínsecos e o próprio
país apresenta pendências a consolidação do Plano Nacional de Resíduos Sólidos. Em estudos
sobre a temática autores como Fonseca (2015), Gomes e Steinbrück (2012), Leite (2015);
Jacobi e Besen (2011), Pupin e Borges (2015), Santos et al. (2015), Souza (2004) notaram
alguns obstáculos tais como a estrutura do Poder Público municipal frágil, problemas
financeiros, ausência de quadro técnico e administrativo especializado, cultura do consumismo
e pouca atenção à educação ambiental.
Neste sentido, o presente artigo tem como objetivo apresentar uma abordagem
sistêmica dos Planos de Resíduos Sólidos discriminados na Lei nº 12.305/2010 que trata da
Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), analisando dentro do contexto legal alguns de
seus itens e o cenário atual que traz a problemática de implantação e execução destes planos,
levando em consideração a gestão compartilhada e integrada dos resíduos sólidos.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
Trata-se de uma pesquisa bibliográfica descritiva que buscou escritos que retratam o
tema e que proporcionaram subsídios para esta análise. A fonte primária foi a lei de nº 12.305,
especificamente os artigos 14 ao 19, onde seu conteúdo é explorado, no sentido de dar
embasamento a discussão acerca da temática dos planos. E com caráter interdisciplinar, as
fontes secundárias foram livros, artigos, teses e dissertações, e acesso aos bancos de dados da
internet, em vistas que tais fontes auxiliaram no estudo sobre a situação atual dos planos de
resíduos sólidos como instrumentos de ação da Política Nacional de Resíduos Sólidos.
4
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os planos de resíduos sólidos devem abranger o ciclo que se inicia desde a geração do
resíduo, com a identificação do ente gerador, até a disposição final ambientalmente adequada
dos rejeitos, passando pela responsabilização do setor público, titular ou concessionário, do
consumidor, do cidadão e do setor privado na adoção de soluções que minimizem ou ponham
fim aos efeitos negativos para a saúde pública e para o meio ambiente em cada fase do “ciclo
de vida” dos produtos (SINIR, 2018).
A lei 12.305/2010 apresenta 6 Planos de Resíduos Sólidos, enquadrando-os na esfera
nacional, estadual, microrregional, intermunicipal, municipal e de gerenciamento, sendo este
último aplicado as empresas.
3.1 Plano Nacional de Resíduos Sólidos
Conforme o Art. 46 do Decreto nº 7.404, de 23 de dezembro de 20109(referenciar):
“O Plano Nacional de Resíduos Sólidos será elaborado pela União, sob a coordenação do
Ministério do Meio Ambiente, com vigência por prazo indeterminado e horizonte de vinte
anos, devendo ser atualizado a cada quatro anos.”
A estrutura do Plano Nacional de Resíduos Sólidos constitui-se do Diagnóstico da
Situação dos Resíduos Sólidos no Brasil, capítulo 1 elaborado pelo IPEA – Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada. Em seguida o capítulo 2 que trata da construção de cenários. O
capítulo 3 apresenta as propostas de diretrizes e estratégias por tipo de resíduo, para definição
das metas. O documento é finalizado com um descritivo geral dos Planos de Metas Favorável,
Intermediário e Desfavorável por tipo de resíduo (resíduos sólidos urbanos e catadores de
materiais reutilizáveis e recicláveis; resíduos da construção civil; resíduos industriais; resíduos
agrosilvopastoris; resíduos de mineração; resíduos de serviços de saúde; e resíduos de serviços
de transportes. Citação VG Resíduos
A versão preliminar do Plano Nacional de Resíduos Sólidos, apresentada a alguns
Conselhos, dispõe sobre o cenário atual dos resíduos gerados e a sua problemática,
perpetrando uma prospecção futura do cenário em que se pretende alcançar, ao implantar
.alternativas de gestão e gerenciamento destes resíduos, planos de metas, programas, projetos e
ações correspondentes.
Na enfase dada pela Lei 12.305 ao planejamento, em todos os níveis, o Plano Nacional
de Resíduos Sólidos assume importancia fundamental, por apontar, com suas diretrizes,
estrategias e metas, as açoes que se farão necessárias para a implementação dos objetivos
nacionais, conformando os acordos setoriais, a logística reversa e as prioridades que tem que
ser adotadas. Pode, com isso, exercer forte papel norteador do desenvolvimento dos outros
planos de responsabilidade pública, influenciando, inclusive os planos de gerenciamento de
resíduos sólidos exigidos de alguns dos geradores. (Wagner, 2015)
Em relação a sua elaboração verificou-se, no site do Sistema Nacional de Informações
sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos – SINIR, que a versão preliminar do Plano (agosto de
5
2012), após as realizações das Audiências Públicas e das Consultas Públicas, foi aprovada pelo
Comitê Interministerial da Política Nacional de Resíduos Sólidos - CI e apreciada pelos
Conselhos de Meio Ambiente, das Cidades, de Recursos Hídricos e de Saúde. Entretanto, em
função da não apreciação pelo Conselho Nacional de Política Agrícola (MAPA), o referido
Plano não foi publicado. (MINISTÉRIO DA TRANSPARÊNCIA E CONTROLADORIA-
GERAL DA UNIÃO, 2017)
Diante deste cenário, as alternativas de gestão, como o plano de metas, programas ou
projetos que buscam minimizar a geração de resíduos sólidos, previstas na versão preliminar
do Plano Nacional ficam comprometidas, inviabilizando a cobrança e o monitoramento dos
efeitos obtidos em relação a tais ações. Outro fator em detrimento seria a consonância das
diretrizes e normas deste Plano com os demais, que deixam de ter o seu eixo norteador.
No Acórdão nº 23.678/2015-1, item 32, do Tribunal de Contas da União - TCU em um
levantamento realizado sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos, retratou, as
consequências da ausência do Plano Nacional:
“Cumpre ressaltar que a ausência de um plano nacional também provoca um
desestímulo a Estados e Municípios em elaborar seus planos de resíduos, uma vez que faltam
diretrizes e estratégias nacionais nas quais os entes federativos possam se orientar. Além disso,
a falta de um documento dessa natureza provoca descrédito em relação à PNRS, pois se o
governo federal não possui um plano aprovado e atualizado, sua legitimidade para exigir que
Estados e Municípios elaborem seus próprios planos fica questionada, principalmente no caso
de Municípios com deficiências de recursos humanos e com menor capacidade financeira,
tecnica e operacional.”
O Plano Nacional de Resíduos Sólidos prevê a prevenção e a redução na geração de
resíduos, tendo como proposta a prática de hábitos de consumo sustentável e um conjunto de
instrumentos para propiciar o aumento da reciclagem e da reutilização dos resíduos sólidos
(aquilo que tem valor econômico e pode ser reciclado ou reaproveitado) e a destinação
ambientalmente adequada dos rejeitos (aquilo que não pode ser reciclado ou
reutilizado)(WAGNER,2015). Esse ponto enfatiza a não geração de resíduos, aumentando a
sua vida útil através de processos de beneficiamento ou não, para que os mesmos, em seu
ciclo, não sejam primeiramente dispostos nos aterros sanitários. A aplicação de tais
mecanismos pelos gestores de cada local deverá ser prevista nos seus respectivos Planos
Estaduais ou Municipais, a depender do que se enquadra.
As medidas previstas no Plano Nacional, devem ser implantadas por Estados e
municípios e a prospecção futura de um cenário melhor para o gerenciamento de resíduos
sólidos, é resultante de uma série de diretrizes, estratégias, plano de metas e ações apontadas
no Plano Nacional, que atua como grande influenciador do sistema.
Mesmo com a existência de um plano norteador dos outros planos de responsabilidade
pública, obrigando os gestores a estarem de posse de todos esses documentos, a grande
6
problemática se encontra na eficiência e eficácia destes, pois apesar de serem instrumentos de
aplicação de ações como a construção de aterros sanitário, desativação de lixões, entre outras,
a efetividade dos planos ainda é baixa, assim como o acompanhamento desta operação por
parte dos governos, que deveriam ter feito planos de gerenciamento para acompanhar o
trabalho dos seus municípios.
O Plano Nacional de Resíduos Sólidos deu quatro anos a governos estaduais,
prefeituras e empresariado para que se adaptassem. Além disso, prevê que de hoje em diante
não deverão mais existir lixões a céu aberto no território brasileiro e que estes sejam
substituídos por aterros sanitários, também determina que do total do lixo produzido por cada
residência, somente 10% seja destinado a tais aterros. O restante, devidamente separado da
forma correta nos lixos domésticos, será encaminhado pelas empresas privadas para
reciclagem, o que ainda não está sendo cumprido por boa parte das prefeituras e empresas
(WAGNER,2015).
A destinação inadequada do lixo facilita o surgimento de lixões e o aumento destes
nos grandes centro urbanos, assim como nas pequenas cidades. Os lixões causam poluição ao
meio ambiente, danos aos lençóis freáticos, e a poluição do ar do solo, sendo uma ameaça a
saúde da população. Neste sentido os catadores de lixo tem papel importante, pois contribuem
para a reciclagem, evitando a disposição incorreta de alguns resíduos. O que se tem observado
é um desrespeito ao Plano Nacional por parte das prefeituras, que mesmo sendo de
responsabilidade dos municípios a coleta e a destinação final do lixo, falta ainda uma melhor
articulação destas com as Associações de Catadores, dando as elas, melhores condições de
trabalho e respeitando os princípios do Plano Nacional de apoiar, valorizar, estimular e investir
na formação destes colaboradores.
Apesar de ter dado 4 anos para adequação ao Planos, muitos governos e prefeituras
solicitam que este prazo seja estendido, avaliando a possibilidade da negociação se feita dentro
da Medida Provisória de nº 649/2014.
A Medida Provisória é referente à atualização das regras da carga tributária incidente
sobre mercadorias e serviços. Alguns parlamentares acreditam que pode ser encontrada
alguma lacuna no texto, de forma a condicionar o comprometimento dos estados e municípios
que precisem de mais tempo para desativar seus lixões e instalar aterros sanitários
(WAGNER,2015).
As cidades que não se adequarem as metas previstas no Plano Nacional de Resíduos
Sólidos estão sujeitas ao pagamento de multas e os gestores, por ela administrados, podem ser
enquadrados em processo de improbidade administrativa. A lei de nº 9.605/98, conhecida
como “lei de crime ambiental”, serve como subsídio para o Plano Nacional de Resíduos
Sólidos, regulamentando a aplicação destas multas, assim como de outras sanções cabíveis.
Um grande ponto positivo da Política Nacional de Resíduos Sólidos ao reconhecer e
motivar a elaboração de um Plano Nacional de Resíduos, é que deixa um País em uma posição
7
confortável, colocando-o em patamar de igualdade com países desenvolvidos, motivando e
inovando, a Logística Reversa, a Coleta Seletiva e a inclusão social de Catadores.
Além disso, os instrumentos do Plano Nacional de Resíduos Sólidos ajudarão o Brasil
a atingir uma das metas do Plano Nacional sobre Mudança do Clima, qual seja alcançar o
índice de reciclagem de resíduos de 20% (vinte por cento) em 2015 (WAGNER,2015).
3.2 Planos Estaduais de Resíduos Sólidos
Os governos estaduais também devem desempenhar um papel de liderança no
contexto da Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS, por isso, tão importante tornam-se
os Planos Estaduais de Resíduos Sólidos destinados a organizar e dar as diretrizes gerais de
gestão para os municípios integrantes de cada Unidade Federativa. Além do plano estadual, a
PNRS define que os Estados também são responsáveis, quando couber, pela elaboração dos
planos microrregionais de resíduos sólidos, bem como dos planos de regiões metropolitanas
ou de aglomerações urbanas (Ministério do Meio Ambiente,, 2019).
A lei 12.305/2010 em seu artigo 16 combinado com o artigo 55, estabeleceu que a
elaboração de Plano Estadual de Resíduos Sólidos (PERS) é condição para os Estados terem
acesso a recursos da União, ou por ela controlados, destinados a empreendimentos e serviços
relacionados gestão de resíduos sólidos, ou para serem beneficiados por incentivos ou
financiamentos de entidades federais de credito ou fomento para tal finalidade. Tambem em
caráter de priorização ao acesso de recursos, aqueles Estados que instituírem microrregioes
com a finalidade de intergrar a organização, o planejamento e a execução de açoes a cargo de
Municípios limítrofes, terão vantagens. A inclusão de microrregiões, colocada neste contexto,
favorece a gestão integrada de gerenciamento de resíduos, pois gera o apontamento de
possibilidades mais adequadas, envolvendo soluções regionalizadas ou compartilhadas, o que
minimiza custos e impactos ambientais.
O PERS deverá ser estruturado a partir da situação de todos os tipos de resíduos, em
todas as regiões do Estado, acompanhado de análise das características dominantes, volumes
gerados, destinação e custos, visando subsidiar as discussões públicas e participativas que
respaldem os estudos e plano de ação para sua consecução (MACHADO, 2014).
O Ministério da Transparência e controladoria em uma Auditoria realizada em 2017,
teve como seguinte conclusão:
Plano Estadual de Resíduos Sólidos: das vinte e sete unidades federativas, apenas AC,
MA, PA, PE, PI, RJ, SE, SP e RS concluíram seus planos, segundo o MMA: “ate o presente,
são 9 os estados que concluíram seus planos de resíduos sólidos e, dados de 2015 indicam que
2.323 (sic) municípios elaboraram os Planos Municipais”. Em resposta ao Relatório
Preliminar nº 201602951, o MMA informou que mais 3 Estados concluíram seus planos
(Alagoas, Amazonas e Goiás), elevando o número de Planos Estaduais concluídos para doze.
8
Neste contexto, observa-se que alguns Estados ainda estão em falta com a existência
do Plano Estadual de Resíduos Sólidos correspondendo 55% das 27 Unidades Federativas que
apresentam estes déficit, o que dificulta o cumprimento das metas estabelecidas na PNRS
dentro destas localidades. Algumas das causas apontadas pelo Ministério da Transparência e
controladoria (2017) foi a diminuição da disponibilidade orçamentária para apoio à elaboração
dos planos de resíduos sólidos e a falta de articulação entre MMA e Ministério das Cidades
para otimização da destinação dos recursos para elaboração de planos de acordo com as
peculiaridades dos arranjos locais.
Soler (2018) através de Minuta da Lei Estadual de Resíduos Sólidos relatou algumas
dificuldades de implementação do Plano Estadual de Resíduos Sólidos, dentre os quais
destacam-se:
• ausencia de cobrança específica pela prestação dos serviços públicos de limpeza
urbana e manejo dos resíduos sólidos;
• carencia de recursos financeiros e pessoal técnico capacitado para proceder com a
desativação dos lixões existentes;
• busca por alternativa correta de disposição dos resíduos por meio da implantação de
aterros sanitários;
• ausencia de uma política específica de gestão e gerenciamento de resíduos sólidos
para Tocantins; dentre outros pontos.
Apesar de todas estas dificuldades apontadas, a PNRS traz como ponto forte para os
Estados tendo em vista a implementação do Plano Estadual de Resíduos Sólidos, a
possibilidade através deste instrumento, de uma maior interação entre o governo estadual e os
seus municípios, de forma a gerir melhor a busca por resultados comuns, a exemplo a
educação ambiental, a fiscalização por parte da sociedade e disposição correta dos resíduos de
todos os municípios, assim como o empenho do Estado em eliminar os lixões.
3.3 Plano Municipais de Gestão integrada de Resíduos Sólidos
Os Planos Municipais podem ser elaborados como Planos Intermunicipais,
Microrregionais, de Regiões Metropolitanas e de Aglomerações Urbanas (SINIR, 2018).
Figura 01. Arranjo dos Planos
9
Fonte: Sinir (2018)
Esses planos, denominados por regiões ou áreas caraterísticas, trazem a importância e
a necessidade de tratar os resíduos sólidos em sua grande variedade, desde os resíduos
urbanos, que são os domiciliares e de limpeza urbana até mesmo aqueles gerados em setores
específicos como construção civil, estabelecimentos comerciais, resíduos da saúde, entre
outros. Além disso, um ponto de preocupação que motiva a existências destes é a preocupação
com o planejamento em todos os níveis territoriais, e não apenas em escala nacional, onde
municípios tem autonomias e responsabilidades para gerenciar seus resíduos.
Os pequenos municípios apresentavam grande dificuldade em gerenciar seus resíduos,
por muita das vezes pouco acesso a recursos financeiros e até mesmo acesso limitado a
recursos de materiais e humanos. Como forma de viabilizar melhorias e qualidade na oferta
destes serviços a Lei 12.305/2010 tem como previsão legal a gestão integrada, onde seu
principal instrumento ecnômico de aplicação é os consórcios.
Os municípios que se encontram nas faixas populacionais com menor número de
habitantes são, exatamente, os mais carentes de recursos humanos e financeiros, no entanto,
possuem as mesmas responsabilidades que os municípios de grande porte, portanto
necessitados de maior sinergia nas ações compartilhadas, o que pode favorecer a constituição
e/ou a participação em Consórcios Públicos (SILVEIRA , 2016).
A PNRS estimula o consorciamento público para encaminhamento da gestão de
resíduos pelos Municípios em seu artigo 11º e estabelece que os consórcios públicos
instituídos para essa finalidade terão acesso priorizado aos recursos da União destinados a
serviços relacionados à limpeza urbana e ao manejo de resíduos sólidos (art. 18, § 1o , I).
§ 1o Serão priorizados no acesso aos recursos da União referidos no caput os
Municípios que:
I- optarem por soluções consorciadas intermunicipais para a gestão dos resíduos
sólidos, incluída a elaboração e implementação de plano intermunicipal, ou que se inserirem
de forma voluntária nos planos microrregionais de resíduos sólidos referidos no § 1o do art.
16.
10
Dessa forma, o consorciamento ao integrar outros municípios no que diz respeito a
gestão de resíduos sólidos, garante melhorias a prestação dos serviços públicos de limpeza
urbana e manejo de resíduos sólidos previstas dentro dos planos abordados, ajudando a
diminuir o deficit e as dificuldades apresentadas pelos municípios de forma isolada na gestão
de resíduos sólidos.
A formulação de todos os Planos Municipais abrangendo os planos microrregionais,
de regiões metropolitanas ou aglomerações urbanas e planos intermunicipais de resíduos
sólidos, estão voltadas aos conteúdos estipulados na lei da PNRS, porém, podem integrar-se a
diretrizes e conteúdos da Lei de Saneamento Básico dentro dos eixos de resíduos sólidos.
Seu conteúdo mínimo se baseia em 19 itens que foram estipulados no art. 19 da Lei nº
12.305/2010. Já o art. 51 do Decreto nº 7.404/2010 mostra o conteúdo mínimo simplificado
em 16 itens, a serem adotados nos planos de municípios com população de até 20 mil
habitantes desde que não sejam integrantes de áreas de especial interesse turístico; não esteja
inseridos na área de influência de empreendimentos ou atividades com significativo impacto
ambiental de âmbito regional ou nacional; e cujo território não abranja, total ou parcialmente,
Unidades de Conservação (BRASIL, 2010b). Conforme o § 1º do art. 19, tais planos podem
estar inseridos no Plano Municipal de Saneamento Básico, integrando-se com os planos de
água, esgoto e drenagem urbana (BRASIL, 2010a), previstos no art. 19 da Lei nº 11.445/2007
(BRASIL, 2007). Nesse caso, deve ser respeitado o conteúdo mínimo definido em ambos os
documentos legais.
Por meio de seu art. 18 , combinado com o art. 55, a lei 12.305/2010 estabeleceu que a
elaboração de Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, até 02 de agosto de
2012, é condição para o Distrito Federal e os Municípios terem acesso a recursos da União, ou
por ela controlados, destinados a empreendimentos e serviços relacionados à limpeza urbana e
ao manejo de resíduos sólidos, ou para serem beneficiados por incentivos de entidades federais
de crédito ou fomento para tal finalidade. Com isto, os municípios são motivados a elaborarem
seus respectivos planos.
Com todas as previsões legais que orientam e motivam a criação de um Plano
Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, ainda uma parte da totalidade de
municípios brasileiros não dispõe deste plano. O Ministério do Meio Ambiente (2017) em uma
panorama sobre a situação dos resíduos sólidos no Brasil, realizado em 2017, apontou que
pouco mais da metade dos municípios (54,8%) possuem Plano Integrado de Resíduos Sólidos
e que a presença deste tende a ser maior em municípios mais populosos, variando de 49% nos
municípios de 5 mil a 10 mil habitantes para 83%, nos com mais de 500 mil habitantes.
Com isso, as ações, programas ou projetos que desencadeiam e solucionam alguns dos
problemas de gerenciamento de resíduos sólidos no País ficam em detrimento, visto que, este é
um importante instrumento de aplicação destas atividades, que tem como um dos objetivos
principais a diminuição dos lixões nas cidades. Os efeitos desta problemática já deram
11
indícios, pois segundo um o levantamento de 2016 divulgado pela ABRELPE (2017), os
lixões a céu aberto ainda são o destino do lixo gerado em 1.552 (27,8%) dos 5.570 municípios
brasileiros. Os municípios tinham prazo para efetivar essas ações até agosto de 2014, quando
todos os municípios brasileiros além de ter elaborado um Plano Municipal o Intermunicipal de
Resíduos Sólidos, também deveriam ter erradicado os seus lixões (SILVEIRA,2016).
A Secretaria do Estado de São Paulo em uma pesquisa obtida a partir de resultados do
projeto de capacitação Gestão Integrada de Resíduos Municipais (GIREM), realizado no
estado, apontaram as dificuldades que os gestores municipais enfrentam na elaboração do
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, entre elas as que mais se destacam
são: capacitação técnica (18,2%), seguida dos recursos financeiros (15,1%), a falta de
informações e dados disponíveis na prefeitura (13,2%), e conscientização da importância em
participar do processo (10,7%) (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2013).
A falta de profissionais habilitados da área em pequenos municípios, para criar e
implementar os planos municipais é uma barreira enfrentada pelo seus gestores. Segundo o
presidente da ANAMMA, mais de um terço dos municípios não têm sequer um profissional
técnico na área ambiental no seu quadro de funcionários (WENZEL, 2018).
O Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos é um excelente
instrumento, pois a PNRS, através da lei determinante dos seus conteúdos descreveu ações que
auxiliam no combate a problemática dos resíduos nas cidades. No artigo 18° que trata
especificamente deste plano, determina que deverá estabelecer a definição das
responsabilidades, entre as quais as dos geradores sujeitos à elaboração de planos de
gerenciamento específico e a dos responsáveis pela logística reversa. Os procedimentos
operacionais nos serviços públicos deverão ser abordados, bem como definidos os seus
indicadores de desempenho operacional e ambiental. Também deverão ser tratadas as ações e
programas de capacitação técnica e de educação ambiental, com a priorização das ações
voltadas à inclusão produtiva dos catadores de materiais recicláveis e suas organizações, bem
como a definição de metas de redução, reutilização, coleta seletiva e reciclagem, e dos seus
mecanismos de fiscalização e controle (COSTA;PUGLIESI, 2018).
Por fim, destaca (CITAÇÃO) que A Lei exime aos municípios com população
inferior a 20.000 habitantes de algumas obrigações, como a elaboração do plano municipal de
gestão integrada, o qual será simplificado, na forma de regulamento. (art. 19, inciso XIX, par.
2º).
3.4 Planos de gerenciamento de resíduos sólidos
O plano de gerenciamento de resíduos sólidos (PGRS) consiste em um documento que
descreve o diagnóstico do local de estudo e define meta e programas de ações para estabelecer
o gerenciamento dos resíduos, desde sua produção até seu destino final, assim como propõe a
diminuição desta geração (BRASIL, 2010).
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Segundo a PNRS – lei nº 12.305/2010 - estão sujeitos a apresentar o PGRS os
geradores de resíduos provenientes de serviços de saúde, indústrias e serviços de mineração.
Também todos os estabelecimentos comerciais que gerem resíduos perigosos, ou um volume
de resíduos que não sejam equiparados ao resíduo domiciliar pelo poder público. As empresas
de construção civil, as organizações que trabalham com transporte e os responsáveis por
atividades agrossilvopastoris também devem apresentar o PGRS (BRASIL, 2010).
O conteúdo mínimo do PGRS, segundo o Art. 21 da Lei Nº 12.305/2010, deve conter:
Descrição do empreendimento ou atividade; Diagnóstico dos resíduos sólidos gerados ou
administrados, observadas as normas estabelecidas pelos órgãos competentes; Identificação
das soluções consorciadas ou compartilhadas com outros geradores; Ações preventivas e
corretivas a serem executas em situações de gerenciamento incorreto ou acidentes; Metas e
procedimentos relacionados a minimização da geração de resíduos; Ações relativas a
responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto; Medidas saneadoras dos
passivos ambientais que tenham relação com os resíduos; Periodicidade em sua revisão.
Os PGRS podem ser exigidos pelos órgãos ambientais, para que os estabelecimentos
possam obter a regularização em relação ao licenciamento, prevenção e minimização da
geração de resíduos a partir dos princípios (não geração, redução, reutilização e reciclagem) e
o manejo dos resíduos sólidos (DESSBESELL; BERTICELLI, 2019). Também é, importante
destacar que a inexistência do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos pelo
município, não impede a elaboração, a implementação ou a operacionalização do Plano de
Gerenciamento de Resíduos Sólidos por parte das empresas geradoras dos resíduos.
Os responsáveis pela empresa, assim como, pelo PGRS deverão sempre propiciar o
acompanhamento do Órgão Municipal competente a respeito da implementação e
operacionalização das ações previstas no plano, como também a empresa deverá sempre
informar e atualizar órgão sobre novos dados que competem a geração e a gestão de resíduos
pela mesma, além de manter o PGRS atualizado, com periodicidade anual. Por fim, todas
deverão ser encaminhadas ao Sistema Nacional de Informações Sobre a Gestão dos Resíduos
Sólidos – SINIR.
No art. 22 da referida Lei (12.305/10), para a elaboração, implementação,
operacionalização e monitoramento de todas as etapas do plano de gerenciamento de resíduos
sólidos, nelas incluído o controle da disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos,
será designado um responsável técnico devidamente habilitado. Nesse trecho, o texto legal não
deixa claro se se o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) precisa ser
elaborado por um responsável técnico habilitado ou não, o que se sabe em tese é que deverá
ser um profissional com conhecimentos na área de resíduos e com o respectivo registro no
Conselho de Classe. A Lei Federal não define quem pode ser, de fato, o responsável técnico
habilitado, tampouco exige que tal profissional receba algum treinamento ou que ele possua
determinada formação/qualificação (IUSNATURA, 2016). Este PGRS, depois de elaborado e
13
assinado, e seja de atividade pública ou privada, deve ser apresentado para aprovação. Após a
aprovação, a organização poderá executar o estabelecido no plano e chegando ao fim das
atividades deverá apresentar comprovante (notas fiscais, fotos, entre outros) que evidenciem a
execução (CAMARGO; ALIGLIERI, 2015)
Todas as diretrizes apontadas pela Lei 12.305/2010 em relação ao PGRS, exigem que
não somente o poder público seja responsável pela gestão de resíduos sólidos, mas também a
sociedade, de forma isolada por cada cidadão e de forma setorial, que abrange as empresas
geradoras de resíduos, pois a indústria é uma parcela considerável que faz parte do problema
de geração em excesso de resíduos sólidos no país. Neste sentido, a implementação do PGRS
é algo que exige, antes de tudo, mudanças nas atitudes, pois essa questão é vista como uma
atividade que traz resultados a médio e longo prazo, além de requerer realimentação contínua,
por isso, é de grande importância que o mesmo seja bem equacionado, discutido e assimilado
por todos os responsáveis pela manutenção e sucesso do mesmo (DESSBESELL;
BERTICELLI, 2019)
Jardim (1997) ressalta a importância da disposição e interesse da instituição a
implantar e sustentar o programa de gerenciamento de resíduos sólidos, pois, se ocorrer o
insucesso de uma primeira tentativa por via das regras se desacredita que as demais tentativas
darão certo. O uso das diretrizes previstas na lei ao criar o PGRS, função das empresas
enquadradas na PNRS, torna-se uma ferramenta essencial para a efetivação e o sucesso do
gerenciamento de resíduos sólidos, dentro do campo de aplicação da mesma. A
implementação e operacionalização do PGRS dependerá das ações propostas, dos programas e
projetos, por meio de uma atuação integrada, do engajamento de toda a equipe e das diretrizes
sendo aplicadas como estudo piloto para atingir maior eficiência, eficácia e sustentabilidade.
Em um pesquisa realizada por Carmargo & Aligreri (2015) a respeito dos PGRS, eles
aferem algumas propostas a serem implantadas pelos gestores públicos para aplicabilidade
destes planos, como segue:
“Ao governo, sugere-se uma revisão acerca da legislação, em relação a forma de
apresentação das quantidades de resíduos gerada pelas organizações, para que haja um padrão
quanto as métricas. Além disso, é necessário que a Secretaria Municipal do Ambiente utilize
suas prerrogativas legais para obrigar as empresas a apresentarem o plano. Os dados
compilados indicaram que as empresas só agem quando existe o risco de punição. Destaca-se a
necessidade de que o conteúdo do PGRS seja mais detalhado com a finalidade de melhor
entendimento por parte dos profissionais que trabalham com os planos. Sugere-se, ainda, a
elaboração de um manual sobre a estruturação dos PGRS.”
Contudo, o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos é de grande importância na
Política Nacional de Resíduos Sólidos, pois define conceitos e distribui responsabilidades ao
empresariado que se relacionam com a geração e gestão de resíduos sólidos amarrando num só
documento legal.
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CONCLUSÃO
No presente estudo foi possível verificar a importância dos planos no
gerenciamento de resíduos sólidos e o papel das suas diretrizes para que a sua aplicação ocorra
de maneira mais eficaz. Espera-se por meio desta pesquisa, que o debate acadêmico sejam
ampliados. Contudo algumas considerações foram levantadas ao longo da pesquisa, sempre no
sentido de garantir a eficácia da operacionalização destes Planos de Resíduos Sólidos em seus
campos de atuação.
a) Após 9 da implantação da lei 12.305/2010 que rege a PNRS, o Plano Nacional de
Resíduos sólidos ainda não foi aprovado e válido, o que coloca em detrimento o conjuntos de
ações nele previstas para solucionar ou minimizar a problemática dos Resíduos Solidos no
Brasil.;
b) De forma geral e dentro de cada esfera ou escala territorial, apesar dos planos
abrangerem os catadores de lixo, a boa aplicação deste instrumento não garante aos catadores
a melhorias nas condições de trabalho para a realização de suas tarefas e a capacitação destes
para o processo de autogestão. A atividades dos catadores é de suma importância para acabar
com os problemas dos lixões, um dos principais objetivos da PNRS;
c) Ainda há uma parcela considerável de municípios que não dispõem de um Plano
Integrado Municipal de Resíduos Sólidos, mesmo a Lei tendo previsão de legal de obrigação
destes a realizarem seus planos. Sabe-se que elaboração de todos os em escalas estaduais,
municipais, se for o caso, intermuunicipais, se faz indispensável para o alcance das metas
previstas na PNRS. Deve ser identificado e levado em consideração as dificuldades que esses
municípios apontam para esta falha, pois em muitos casos a justificativa que se dá é a falta de
recursos e incentivos por parte de poder público, além da deficiência de quadro técnico
habilitado, principalmente em pequenos municípios;
d) Por parte dos gestores públicos, motivar a capacitação do quadro de recursos
humanos para área ambiental, no qual se faz necessário para o bom planejamento, aplicação e
gestão dos resíduos sólidos e até mesmo propiciar a formação de assessorias e consultorias
ambientais para dar suporte a municípios carentes;
e) Por parte das empresas, dispor de reservas econômicas indispensáveis para que se
cumpra propostos no PGRS, assim como, por parte do poder público, melhorar a disposição de
recurso financeiro para as cidades visando atender tal finalidade em relação ao Planos de
Resíduos Sólidos.;
f) No que diz respeito as disposições ou diretrizes propostas na lei 12.305/2010 a
respeito dos Planos de Resíduos Sólidos de forma isolada a cada um, adaptar ou reformular as
que na atualidade, são inaplicáveis a realidade;
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Todos os autores declararam não haver qualquer potencial conflito de interesses
referente a este artigo.
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TUR
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