View
134
Download
0
Category
Preview:
Citation preview
Prevenção da Sépsis
Pós-Esplenectomia
Fernanda Nogueira
Serviço de Cirurgia 1Dir. Serviço: Dr. António Gomes
Anatomia do Baço
Prevenção da Sépsis Pós-Esplenectomia
Constituintes
• Cápsula
• Polpa branca
• Polpa vermelha
• Irrigação sanguínea terminal
Fisiologia do Baço
Prevenção da Sépsis Pós-Esplenectomia
Função esplénica
• Reserva
• Imunológica
• Filtro
• Hematopoiética
1. Polpa Vermelha Esplênica 2. Polpa Branca Esplênica 3. Sinusóides Esplênicos 4. Cordões de Bilroth 5. Arteríola Central 6. Nódulo ou Folículo Linfático
(Corpúsculo de Malpighi)
7. Centro Germinativo de Flemming
• Traumatismo: acidental, iatrogénico
• Doenças imunológicas: PTI, anemia hemolítica auto-imune
• Doenças hematológicas: metaplasia mielóide agnogénica, talassemias major, D. Gaucher tipo 1, esferocitose hereditária,
• Neoplasias: D. Hodgking, leucemia células pilosas, carcinoma gástrico, carcinoma ovárico
• Outras: hipertensão portal
Causas de Esplenectomia
Prevenção da Sépsis Pós-Esplenectomia
• D. autoimunes: Cirroses biliar, hepatite crónica activa, D. Graves, T. Hashimoto, AR, LES, S. Sjögren, vasculite
• D. hematológicas: S. Fanconi, hemofilia, hemoglobinopatias falcémicas, trombocitopenia essencial
• Neoplasias: LMC, Ca mama, LNH, S. Sézary
• D. infiltrativas: amiloidose, sarcoidose
• D. intestinais: D. celíaca, D. Crohn, Colite ulcerosa, D. Whipple, linfangiectasias intestinais
• Outras: alcoolismo, transplante MO, hipopituarismo, enfarte esplénico
Hipoesplenismo Funcional
Prevenção da Sépsis Pós-Esplenectomia
Definição• Septicémia, meningite ou pneumonia,
geralmente fulminantes e que ocorrem dias a anos após esplenectomia
Factores de risco• Idade• Intervalo tempo pós-esplenectomia• Causa da esplenectomia• Status imunológico global
Sépsis Pós-Esplenectomia (SPE)
Prevenção da Sépsis Pós-Esplenectomia
Quadro clínico
• Pródromo curto e não específico
• Localização primária não óbvia
• Evolução rápida para choque séptico com CID
• Mortalidade em 50 a 70% dos casos
• Morte nas 1ª 24 – 48 h
Sépsis Pós-Esplenectomia (SPE)
Prevenção da Sépsis Pós-Esplenectomia
Diagnóstico laboratorial
• Leucocitose
• > 106 UFC/ml bactérias em esfregaço de sangue periférico
• Hemoculturas positivas nas 1as 24 h
• Punção lombar
Sépsis Pós-Esplenectomia (SPE)
Prevenção da Sépsis Pós-Esplenectomia
Microbiologia
• Streptococcus pneumoniae
• Haemophilus influenzae tipo b (Hib)
• Neisseria meningitidis
• Salmonella sp• Escherichia coli, • Streptococcus β-hemolítico,• Staphylococcus aureus • Pseudomonas sp• Capnocytophaga canimorsus• Babesia• Plasmodium
Sépsis Pós-Esplenectomia (SPE)
Prevenção da Sépsis Pós-Esplenectomia
Tratamento• Início imediato de antibioterapia empírica em qualquer
estado febril.• Antibioterapia ev em doses elevadas e de largo
espectro
Sépsis Pós-Esplenectomia (SPE)
Prevenção da Sépsis Pós-Esplenectomia
Evidência de infecção por pneumococo
Evidência de infecção por bacilo Gram (–) ou diplococo
Ø resistência às penicilinas – penicilina ou ceftriaxone
Ceftriaxone
Resistência moderada às penicilinas – ceftriaxone vancomicina
Ceftazidima (quando há suspeita de infecção por pseudomonas)
Resistência elevada às penicilinas – vancomicina (com ou sem rifampicina ) + ceftriaxone
• Imunoprofilaxia
• Antibioprofilaxia
• Educação do doente
Profilaxia da SPE
Prevenção da Sépsis Pós-Esplenectomia
• Vacina anti-pneumocócica
• Vacina anti-Hib
• Vacina anti-meningocócica
• Vacina anti-gripal
Imunoprofilaxia
Prevenção da Sépsis Pós-Esplenectomia
Maiores de 23 meses• Todos devem ser vacinados com uma dose de : VP23,
anti-Hib, anti-meningocócica e anti-gripal
• Vacinar 15 dias antes da esplenectomia ou início da QT e 14 dias após esplenectomia (com algumas excepções)
• Reforço a cada 3-5 anos das vacinas anti-pneumocócica e anti-meningocócica
• Reforço anual da vacina anti-gripal
Imunoprofilaxia
Prevenção da Sépsis Pós-Esplenectomia
Menores de 23 meses• As vacinas anti-meningocócica e anti-Hib podem ser
administradas em > 2 meses
• A vacina anti-gripal pode ser administrada > 6 meses
• Vacinação anti-pneumocócica:
Imunoprofilaxia
Prevenção da Sépsis Pós-Esplenectomia
Idade (meses)
Dose de PCV7 administradas
Nº de doses PCV7
Idade da VP23 (meses)
Reforços de VP23 (anos)
< 23< 23
24 - 54
01-30
4*1*2*
2424**
**
3-5 após 1ªdose3-5 após 1ªdose3-5 após 1ªdose
* Intervalos de 6-8 sem entre doses** Intervalo de 6-8 sem após última dose de PCV7
Antibioprofilaxia em crianças
Antibioprofilaxia
Prevenção da Sépsis Pós-Esplenectomia
Antibiótico Idade (anos) Dose
Amoxicilina + Ac. Clavulânico 1 – 55 – 14
10 mg/kg ou 250/62,5 mg500 /125 mg
Azitromicina < 5 > 5
250 mg/semana500 mg/semana
Claritromicina 1 -14 250-500 mg/dia(15 mg/kg)
Antibioterapia empírica em adultos com clínica de infecção
Antibioprofilaxia
Prevenção da Sépsis Pós-Esplenectomia
Antibiótico Dose
Amoxicilina + Ac. Clavulânico
Cefuroxima
Moxifloxacina*
Levofloxacina*
Telitromicina*
875/125 mg, 8/8 h, pos
1 g, 12/12 h, pos
400 mg, dia, pos
500 mg, dia, pos
800 mg, 12/12 h, pos
* Alergia a betalactâmicos
O doente deve ter conhecimento que:
• Tem maior susceptibilidade a algumas infecções
• O risco de SPE dura toda a vida, sendo maior nos 1os 2 anos
• Automedicar-se com uma dose única de AB pré-seleccionado e recorrer imediatamente ao SU diante de sind. febril
• Devem ser portadores de bracelete de alerta ou cartão médico informativo
• Tem maior risco de infecções relacionadas com viagens
Educação do Doente
Prevenção da Sépsis Pós-Esplenectomia
• Lamsfus-Prietoa, JÁ, Membrilla-Fernández E, Garcés-Jarquec JM, Prevención de la sepsis en pacientes esplenectomizados. Cir Esp. 2007; 81 (5): 247-51
• Marques RG, Petroianu A. Overwhelming postsplenectomy infection. Arq Gastroenterol 2003;40(1):47-54.
• Melles et al, prevention of infections in hyposplenc and asplenic patients: na update. The netherlands Journal of Medicine. Fev. 2004, vol. 62, nº 2
• Sumaraju V, Smith LG, Smith SM. Infectious complications in asplenic host. Infec Dis Clin North Am. 2001;15:551-65.
• Lutwick LI. Infections in asplenic patient. En: Mandell GL, Bennet JE, Dolin R, editores. Principles and Practice of Infectious Diseases. 5.a ed. Philadelphia: Elsevier; 2000. p. 3169-76.
• Kyaw MH, Holmes EM, Toolis F, Wayne B, Chalmers J, Jones IG, et al. Evaluation of severe infection and survival after splenectomy. Am J Med. 2006;119:e1-7.
• Quimioprofilaxis. Sepsis en pacientes esplenectomizados. En: Mensa J, Gatell JM, Jiménez de Anta MT, Prats G, Domínguez-Gil A. Guía Antimicrobiana 2004. 14.a ed. Barcelona: 2004. p. 717-8.
• The Advisory Committee on Immunization Practices. Recommended Adult Immunization Schedule by Age Group and Medical conditions United States, 2003-2004. Department of Health and Human Services. Center for Disease Control and Prevention. Disponible en: http://www.cdc.gov/nip/recs/adult-schedule.htm#print. Acceso: 30 diciembre 2006.
• Davies JM, Barnes R, Milligan D; for the Working Party of the British Committee for Standards in Haematology Clinical Haematology Task Force. Update of guidelines for the prevention and treatment of infection in patients with an absent or dysfunctional spleen. Clin Med JRCPL. 2002;2:440-3.
Bibliografia
Prevenção da Sépsis Pós-Esplenectomia
Recommended