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Prevenção de Infecções em UTI

Aplicabilidade de Protocolos (bundles)

 

Profa. Dra. Maria Auxiliadora MartinsDivisão de Terapia Intensiva, HCFMRP-USP

Infecção Relacionada à Assistência a Saúde (IRAS)

Infecção Relacionada à Assistência a Saúde (IRAS) é

qualquer infecção adquirida após a admissão do

paciente no hospital. As IRAS podem se manifestar

durante a internação ou após a alta, desde que estejam

relacionadas com a internação ou com os procedimentos

realizados durante a internação.

“Study on the Efficacy of Nosocomial Infection Control” - SENIC

Base científica: 1974

Duração do estudo: 10 anos

Objetivo: avaliar a eficácia e a importância das CCIHs

Conclusão: programa efetivo redução de 30% das IHs(Am. J. Med. 121; 182-203,1985)

24/06/1983 - Portaria nº 196 - Ministério da Saúde –determinando a obrigatoriedade da existência de CCIH

LEI FEDERAL N° 9431, DE 6 DE JANEIRO DE 1997: Obrigatoriedade da CCIH!

FATORES DE RISCOPARA INFECÇÃO HOSPITALAR

HOSPEDEIRO

PROCEDIMENTOS DIAGNÓSTICOS E TERAPÊUTICOS

AMBIENTE HOSPITALAR

USO DE ANTIMICROBIANOS

PROCEDIMENTOS INVASIVOS

Fatores de RiscoRelacionados aos Procedimentos

Invasivos

INFECÇÃOHOSPITALAR

PNEUMONIA ITU

INFECÇÃO DOSÍTIO

CIRÚRGICO

INFECÇÃO DA CORRENTESANGUÍNEA

Ventilação mecânicaSondagem vesical

de demora

CirurgiaAcesso venoso

central

• Aumento do tempo de internação: 2 a 14 dias, em média, variando conforme a topografia acometida.

•Elevação dos custos hospitalares.

•Elevação da mortalidade, que pode atingir até 50% dos casos, em algumas situações.

•Sem mencionar o impacto imensurável: sofrimento, depressão, ansiedade, afastamento do trabalho, da família. . .

Impacto da Infecção Hospitalar

Plano de ação para redução de IRAS:Implantar pacote de medidas IHI

http://www.ihi.org/IHI/Programs/Campaign/

Campanha 5 milhões de vidas

Campanha 5 milhões de vidas

e ITU

Março, 2012

Estamos fazendo adequadamente o nosso trabalho?

Março, 2012

Precauções básicas

Higiene das mãos

Uso adequado de equipamentos de proteção individual

Controle ambiental e isolamento

Uso racional de antimicrobianos

Manual para implantação do projeto: “Mãos limpas são mãos mais seguras”, Divisão de Infecção Hospitalar. Centro de Vigilância Epidemiológica, São Paulo, 2011

Lavagem das mãos

A higienização das mãos é a medida mais eficaz para a redução de IRAS!

ANTI-SEPSIA DAS MÃOS COM ÁLCOOL GEL A 70%

É o método mais simples, mais eficaz e mais negligenciado de se

evitar infecções hospitalares;

Deve ser realizada imediatamente antes e após qualquer contato

com o paciente;

O gel deve ser aplicado em toda a superfície das mãos;

Contra-indicações: sujidade visível nas mãos (talco), pacientes com

escabiose ou colite pseudomembranosa.

Metas para se obter resultados sustentáveis

Manter taxas de zero por cento por períodos superiores a 3 anos são

necessárias abordagens multimodais:

Monitorização contínua de resultados e de processo

Forte adesão por parte dos órgãos de gestão

Formação de todos os profissionais envolvidos

Mudança de paradigma: em vez de se abordar as IRAS como uma

consequência inevitável do desenvolvimento tecnológico e

terapêutico, acreditar que a prevenção é possível.

Plano de ação para redução de IRAS:

Implantação de pacote de medidas ou “bundles”

É um grupo de intervenções dirigidas aos pacientes com

determinada doença que, ao serem implementadas todas juntas,

resultam em melhor resultado que quando implementadas

individualmente.

Nem todas as estratégias terapêuticas possíveis estão inclusas nos

bundles, pois seu objetivo não é ser uma referência abrangente do

arsenal terapêutico disponível.

PAV ITU

ICS RC

Pneumonia associada à Ventilação Mecânica

Fatores de risco para PAV

Diminuição do nível de consciência Reintubação ou intubação prolongada

Síndrome da angústia respiratória aguda

Idade > 70 anos

Aspiração de conteúdo gástrico Uso prévio de antibióticos

Cabeceira do leito < 30 graus Troca frequente de circuito do respirador

Terapia com antiácidos ou bloqueadores H2

Sonda nasogástrica

COFFIN, S. E. et al. Strategies to prevent ventilator-associated pneumonia in acute care hospitals. Infect Control Hosp Epidemiol, n.29 Suppl 1, p.S31, 2008.

Estratégias que visam a prevenção da PAV (Institute for

Healthcare Improvement (IHI), Ventilator Bundle(2007)

Elevação da cabeceira da cama a 30-45º

Interrupção diária da sedação com avaliação da possibilidade de

extubação

Profilaxia da úlcera péptica de stress

Profilaxia da trombose venosa profunda

Institute for Healthcare Improvement. Five Million Lives Campaign: getting started kit: prevent ventilator-associatedpneumonia how-to guide. Cambridge, MA: Institute for Healthcare Improvement; 2008a.

Outros cuidados que visam a prevenção da PAV

Lavagem das mãos

Clorexidina oral 0,12% ou 2%

Manter pressão do balonete entre 20 e 30 cmH2O

Não trocar circuitos do respirador com frequência

Tubo com aspiração subglótica e aspiração subglótica pré-extubação

Empregar técnica asséptica para inserção do tubo orotraqueal

Remover o tubo o mais rápido possível

Avaliação odontológica e programação terapêuticaInstitute for Healthcare Improvement. Five Million Lives Campaign: getting started kit: prevent ventilator-associatedpneumonia how-to guide. Cambridge, MA: Institute for Healthcare Improvement; 2008a.

Proceder a aspiração da secreção subglótica

13 estudos

2442 pacientes

Redução de 50% na incidência de PAV

Redução no tempo de VM

Redução no tempo de internação na UTI

(Crit Care Med 2011; 39:1985–1991)

5 estudos

896 pacientes

Redução de 50% na incidência de PAV

10 estudos

848 pacientes

Redução de 50% na incidência de

PAV

Utilizamos o filtro para evitar a formação do condensado que se acumula na extensão do respirador e pode retornar ao paciente.

Filtro HME (Heat and Moisture Exchangers)

Check list para prevenção de PAV

Data:

Nome

Leito1 2 3 4 5 6 7 8 9

Cabeceira a 30º (S ou N)Despertar diário(S ou N)Proteção gástrica(S ou N)Utilização de filtro(S ou N) Presença de líquidos no circuito (S ou N)

Uso de clorexidina (S ou N)Aspiração sub-glótica (S ou N)

Infecção da Corrente Sanguínea Relacionada a cateter

A incidência da infecção da corrente sanguínea associada ao cateter

depende de diversos fatores, como segue:

Tipo de cateter

• Cateteres de PVC e Polietileno facilitam a adesão microbiana;

• Cateteres de Teflon®, Poliuretano e Silicone são mais resistentes à adesão microbiana.

Frequência da manipulação pelos profissionais

Local de inserção

Técnica asséptica para a inserção

Gravidade da situação clínica

• Aproximadamente 90% das IPCS estão relacionadas a presença de

algum dispositivo intra-vascular. (BACUZZI et al., 2006; COLLIGNON et al., 2006;

FUKUNAGA et al., 2006; WARREN et al., 2006)

• Aumenta o período de hospitalização (PITTET; TARARA; WENZEL, 1994; DIMICK et

al., 2001; WARREN et al., 2006)

• Mortalidade atribuível: 12 a 25% dos acometidos (GAYNES et al., 1993; ZAMIR

et al., 2003).

Infecção da Corrente Sanguínea Relacionada a cateter

ANTES DEPOIS

Degermação das mãos 90% 100%

Sítio de punção Subclávia/jugular

32%/32% 43%/12%

Campos amplos 73% 80%

Óculos de proteção 30% 56%

Check-list antes e após treinamento específico

Higiene das mãos

Utilização de barreiras de proteção máximas com utilização de campo

cirúrgico que cubra a totalidade do doente

Utilização de clorexidine na anti-sepsia da pele

Escolha ideal do local de inserção do cateter (devendo optar-se pela

veia subclávia)

Revisão diária da necessidade de cateter com a sua remoção logo

que possível

Institute for Healthcare Improvement. Five Million Lives Campaign: getting started kit: prevent central line infections how-to guide. Cambridge, MA: Institute for Healthcare Improvement; 2008b.

Estratégias que visam a prevenção da ICS RC

Institute for Healthcare Improvement (IHI),

Central line bundle

Outras medidas que visam a prevenção da ICS RC

Check-list no momento da inserção

Educar os profissionais da saúde quanto às indicações, instalação e manutenção apropriadas do acesso venoso central e checar a adesão, rotineiramente (IA).

Dispor de kits/carrinhos de fácil acesso para inserção e/ou manutenção de cateteres (IB).

Remova o cateter sempre que houver secreção purulenta no sítio de inserção (IB).

(CDC, 2002; MARSCHALL et al., 2008)

Outras medidas que visam a prevenção da ICS RC

Não troque os cateteres rotineiramente (IB).

Cateter implantado em emergência, sem preparo adequado, deverá ser substituído em 48h (II).

Nos casos de infecção local ou sistêmica, não use troca por fio guia (IB).

Considerar PICC com opção ao CVC

(CDC, 2002; MARSCHALL et al., 2008)

Check list para prevenção de ICS RC

Data:

Nome

Leito 1 2 3 4 5 6 7 8 9

Curativo do cateter

Sinais flogísticos (S ou N)

Desinfecção do hub (S ou N)

Equipo vencido (S ou N)

Novo episódio de ICSAC (S ou N)

Infecção do Trato Urinário

Acomete 2% dos pacientes internados, sendo responsável

por 35 a 45% de todas as infecções adquiridas no hospital,

sendo essa a causa mais comum de infecção nosocomial.

70 a 88% dos episódios ocorrem em pacientes submetidos

a cateterismo vesical.

Manutenção da sondagem de demora pelo menor tempo possível.

A incidência de bacteriúria aumenta em 3 a 10% por dia de sonda

Prevenção

Evitar o uso desnecessário de sonda vesical de demora

Realizar técnica asséptica para inserção da sonda vesical

Manter a utilização de sondas somente com base em guias de

orientação recomendados

Rever a necessidade de manutenção da sonda diariamente e

removê-la assim que possível

Estratégias que visam a prevenção da ITU

Institute for Healthcare Improvement (IHI)

Greene L, Marx J, Oriola S. Guide to the elimination of catheter associated urinary tract infections (CAUTIs): developing and applying facility-based prevention interventions in acute and long-term care settings. [Internet]. Washington, DC: Association for Professionals in Infection Control and Epidemiology (APIC), 2008. [Cited 2010 Aug]. Available from http://www.apic.org/Content/NavigationMenu/PracticeGuidance/ APICEliminationGuides/CAUTI_Guide_0609.pdf.

Tipos de cateteres:

• Vinil ou plástico• Látex• Impregnado antimicrob.

• Siliconizado (100%)

Menor aderência microrganismos

Tipos de cateteres urinários

Válvula anti-refluxo evita o retorno da

urina para o paciente quando a bolsa é invertida, quando estiver cheia ou

quando ficar posicionada ao lado

do paciente.

Observações Importantes

Observações Importantes

CAPACIDADE DA BOLSA

IDENTIFICAR A BOLSA

FRASCO INDIVIDUAL

MANTER A BOLSA ABAIXO DO NÍVEL DA BEXIGA

EXTREMIDADE DE SAÍDA DE URINA NÃO DEVE TOCAR O CHÃO

Observações Importantes

Indicação criteriosa da sondagem vesical!

Principais indicações:

Obstrução do fluxo urinário.

Cirurgias envolvendo o trato urinário.

Necessidade de monitorização precisa da diurese em pacientes

críticos.

Prevenção

Sistema de drenagem: empregar sempre sistema

do tipo "fechado" ao realizar a sondagem vesical

de demora.

Irrigação vesical: não deve ser empregada,

porque torna o sistema aberto.

Enchimento do balão com água destilada estéril

de acordo com a recomendação de cada

tamanho de sonda.

Prevenção

Higiene das mãos antes de qualquer contato com o sistema.

Higiene do períneo com água e sabonete líquido, 2x ao dia.

Manutenção do fluxo urinário sem obstrução.

Fixação da sonda no abdome (homem), ou na região interna da coxa (mulher).

Prevenção

Não há recomendação para troca pré-programada.

Indicações para troca:

Obstrução do sistema

Desconexão do sistema

Incrustações na superfície interna da sonda

Suspeita de ITU fúngica ou de ITU por germe multidroga resistente

Prevenção

de o

bser

vaçõ

es

Taxa de Adequação da Avaliação de pacientes com SVD (%)

Atributos avaliados (n=471)

0

20

40

60

80

100

Tipo de sistemade drenagem

Posicionamentoda bolsa

Fluxo urináriodesobstruído

Fixaçãoadequada

99% 100% 96% 7%

Check list para prevenção de ITU

Data:

Nome

Leito 1 2 3 4 5 6 7 8 9

Sistema fechado

Fixação adequada

Volume de urina abaixo de 2/3 do nível da bolsa coletora

Bolsa coletora abaixo da bexiga

Fluxo urinário desobstruído

Indicação da SVD?

10 a 70% das IRAS podem ser prevenidas desde que Programa de

prevenção e controle de infecção hospitalar sejam implantados;

Os programas devem ser estruturados para: vigilância epidemiológica

com feedback de resultados, melhoria de condições estruturais,

recursos materiais e educação permanente;

Para alcançar o sucesso em um PCIH é fundamental a parceria entre

as equipes multiprofissionais

Conclusão

Proteja a vida daqueles que dependem de você...

...use álcool gel!

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