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Processo de Democratizacao
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Bases do sistema democrático
As áreas cruciais que contribuem para o
desenvolvimento de acções de democratização:
Garantir a liberdade de expressão e o direito a
informação
Liberdade de reunião, organização e participação de
todos (homens, mulheres e jovens)
Bem-estar e segurança económica, social e cultural
(saúde, ensino, emprego e habitação)
Bases do sistema democrático
O processo de construção democrática deveria ser um
processo longo de formação popular
A consolidação do sistema jurídico funcional para que
as pessoas pudessem confiar nele.
No fundo toda sociedade deveria atingir um nível em
que as formas de relacionamento dominantes seriam
o respeito pelo outro e a tolerância
Processo de transição democrática
Falar de multipartidarismo é falar de Democracia.
Etmologicamente, esta ultima designa o poder do povo.
1789: revolução burguesa (francesa) é alargado o direito ao
voto a outras camadas da sociedade.
1965: através da luta de Martin Luther King o direito de voto foi
estendido aos negros africanos.
Esta demonstração é aqui feita somente para demonstrar que
desde a Grécia antiga até a actualidade o conceito de
democracia tem estado em constante mutação.
Processo de transição democrática
O nível de conhecimento que cada um tem em relação a
determinado assunto é crucial para o momento da tomada de
decisão, quando se fala no exercício efectivo da cidadania.
2º Mendes a democratização actualmente é o poder dos
senhores, como acontecia na Grécia antiga.
Verificam-se muitos atropelos a democracia multipartidária,
nomeadamente quando um estado tenta impor a ordem
noutro.
Exp. EUA face ao governo cubano
Processo de transição democrática : O Multipartidarismo
O multipartidarismo em África
Este surge como como uma alavanca nas sociedade
africanas e como salvação ao que o monopartidarismo
criou.
Sendo que havia uma tentativa de haver um corte com o
passado.
A s formas de aplicação são diferentes das que são aplicadas
nos países desenvolvidos.
Processo de transição democráticA: O Multipartidarismo
Pratica
relembrar que a democracia já existia em África. Veja/se
o caso do conselho de anciãos que era uma organização
que representava a comunidade e o onde o Rei Regulo
tomava a decisão final.
Com o colonialismo este sistema caiu
Democracia Eleições mecanismo mais justo
e transparente para legitimacao do poder politico
Processo de transição democrática em Moçambique: O Multipartidarismo
O processo de democratização em Moçambique
iniciou com a constituição de 1990 onde as
primeiras eleições foram realizadas em 1994.
Este período pode ser considerado um marco da
história Moçambicana. Pois as instituições
democráticas ganharam mais força apartir desta
altura.
Processo de transição Democrática : O Multipartidarismo
A democracia e legitimada por via das eleições.
Esta e a melhor via para alcançar a satisfação dos
interesses da colectividade.
Em última analise pode ser entendida como uma forma
para a resolução de conflitos.
Pontos a ter em conta:
A democracia não pode ser reduzida as eleições ou ao
momento do voto que culmina com o estabelecimento de
órgãos que garantem o exercido da mesma.
Democracia deve significar interacção entre estado,
instituições e o cidadão
Processo de transição Democrática: O Multipartidarismo
Democracia em África: é uma réplica das democracia
sem ter em conta a realidade africana
Weimer defende que o sistema democrático instituído é
uma receita para criar instabilidade e conflitos do que
para consolidar a democracia e a Paz.
A participação politica dos cidadãos restringe/se somente
ao período das eleições.
o desafio da democratização esta assente na
necessidade de um pacto social de inclusão assente na
cidadania.
Processo de Transição Democrática: O Multipartidarismo
Segundo Baptista Lundi, a democracia é vista sob dois
prismas: por parte da elite politica e por parte dos
cidadãos.
Democracia para elite politica
Valorização das instituições estatais, do sistema legal e
os procedimentos eleitorais de acordo com as
premissas da comunidade internacional.
Democracia para os cidadãos
ligam-na ao bem-estar, ao alivio da pobreza. Sendo assim
a democracia é vista como estando relacionada e ligada
ao desenvolvimento.
Huntigton apud Sitoe, refere que a emergência da
democracia em determinadas sociedades surge nas
seguintes condições:
Alto nível de bem-estar económico
Ausência de desigualdades extremas de rendimento e
de pobreza
Economia baseada nas forças de mercado
Grande influência nessas sociedades dos actuais
estados democráticos pluripartidários
Cultura política caracterizada pelo compromisso e
tolerância pela diversidade
• Se compararmos estes pré-requisitos apresentados pelo
autor com o caso moçambicano, verificamos que muitos
deles o país não consegue satisfaze-lo. Dai poder se
fazer a leitura de porque esta não tenha ainda
alcançado um grau satisfatório de democratização.
• É no plano económico que o país encontra-se
deveras debilitado, afectando consequentemente outras
áreas.
• E como referem autores como Lipset apud Sitoe, o
desenvolvimento económico e a legitimidade política
são as condições básicas para que este tipo de sistema
exista.
Etapas da Democratização
• Transição
– Processo de liberalização
– Aumento dos espaços de expressão
– Oposição politica
– Concessão de direitos cívicos
• Instauração
– Marcada pelas primeiras eleições
– Pleno reconhecimento dos direitos cívicos e políticos
– Partidos ~Políticos
• Consolidação
Etapas da Democratização
• Consolidação
– Legitimação dos novos processos nas populações
e nas elites
– Processo aceite pelas forcas politicas e sociais
significativas
Contexto em que surge a democracia em África é diferente:
Ciclos de decadência
Pouca energia de recuperação
A base vital não poderá ser a economia
No caso moçambicano:
Será a democracia pluripartidária que deverá conduzir à boa governação e ao desenvolvimento económico.
Zona cinzenta
Autoritários
Fraco e baixo nível de
democratização democráticos
Porque?
Por um lado:
Tem espaço para partidos da oposição
Sociedade civil independente
Constituição democrática
Por outro lado:
Sofrem um deficit democrático caracterizado por:
Fraca representação dos interesses do cidadão
Eleições com legitimidade incerta
Baixo nível de confiança dos cidadãos nas instituições
Democracia
Eleições
Reconciliação Nacional
Estabilidade politica e
social
A Democracia não cria desenvolvimento:
Bem-estar
Acesso a educação
Melhorias na saúde
A AJUDA, CRIA CRESCIMENTO
PROCESSOS ELEITORAIS
Processo Eleitoral de 1994
O processo eleitoral em 1994 é caracterizado por ter
ocorrido num período pós conflito, que levou a
assinatura dos acordos de Paz em 1992.
Obstáculos para o desenvolvimento deste processo
• Condicionalismos adjacentes ao facto de o país estar a
sair de um período de conflito
• Prevalência um alto nível de desconfiança
• Dependência completa a nível externo
• Destruição de inúmeras infra-estruturas
• Um elevado número de minas existentes no país
• Decorria o processo de desmobilização e
reintegração das populações
• Fraca preparação por parte dos partidos
• Surgimento de novas forças politicas
Processo Eleitoral de 2004
Contexto politico e social
• Verificou-se um número muito reduzido de candidatos à
Presidência da República (5)
• Transição de liderança no partido Frelimo ( Chissano-
guebuza)
• Redução drástica na participação eleitoral
• Surgimento de um fórum da sociedade civil
organizado em Observatório Eleitoral (OE)
• O desempenho eleitoral decrescente da coligação
Renamo-EU em relação as eleições anteriores.
• Quanto ao recenseamento houve actualizações em
2003 e 2004.
• De 1994 a 2004 houve um aumento de potenciais
eleitores.
• As questões referentes a actualização do
recenseamento nortearam os debates. A Renamo-UE
acusava o STAE de favorecer a Frelimo. Nas zonas que
este tinha pouca influência (como por exp. Gaza)
verificou-se grandes núemros de brigadas e em
províncias como sofala esse número foi bastante
reduzido.
• Criação do partido para Paz, Democracia e Desenvolvimento
(PDD) liderando por Raul Domingos (expulso da Frelimo em
2000). Este foi visto como sendo uma 3 via e quem sabe
alternativa.
• A dependência que havia face ao STAE central diminuiu, foram
criadas instituições intermédias.
• O voto da diáspora: este surge nestas eleições, e não foi
consensual na CNE. Houve contestação por parte da Renamo
argumentando que havia um domínio da Frelimo através das
representações diplomáticas nos países onde o voto teria lugar.
Por outro lado a própria Renamo não tinha recursos financeiros
para custear a deslocação e permanência de brigadistas em
todos os países onde iria decorrer o senso. Para o voto na
diáspora, foram disponibilizados dois lugares, 1 para África e
outro para o resto do Mundo.
Analise comparativa das eleições de 1994 e 2004
Circulo eleitoral Nr de mandatos 1994 Nr de mandatos 2004
Maputo Cidade 18 16
Maputo Província 13 13
Gaza 16 17
Inhambane 18 16
Sofala 21 22
Manica 13 14
Tete 15 18
Zambézia 49 48
Nampula 51 50
Niassa 11 12
Cabo Delgado 22 22
África 0 01
Resto do Mundo 0 01
Total na AR 248 250
Evolução da distribuição dos mandatos 1994 a 2004 Circulo eleitoral Frelimo
1994 1999 2004 Renamo-EU
1994 1999 2004
Niassa 07 06 09 04 07 03
Cabo-Delgado 15 16 18 06 06 04
Nampula 20 24 27 32 26 23
Zambézia 18 15 19 29 34 29
Tete 05 08 14 09 10 04
Manica 04 05 07 09 10 10
Sofala 03 04 06 09 10 16
Inhambane 13 13 15 03 04 01
Gaza 15 16 17 00 00 00
Maputo Província 12 12 12 01 01 01
Maputo Cidade 17 14 14 01 02 02
África 01 00
Resto do Mundo 01 00
Total da AR 129 133 160 112 117 90
Zonas de influência
• A Frelimo acaba por dominar o Sul, e partilha o centro com a oposição.
Frelimo
• A Renamo acaba por dominar o centro e partilha o poder no norte com o partido no poder
Renamo
Participação eleitoral
Abstenção
Abstenção
2004 63%
Fonte: STAE
Abstenção
2004 63%
Fonte: STAE
Ano 1994 2004
Candidatos Presidenciais 12 5
Candidatos as legislativas e coligações
14 20 (15+5)
Participação nas eleições
1994 80% 11 círculos eleitorais
1999 69% 11 círculos eleitorais
2004 36% 13 círculos eleitorais
Causas da baixa afluência as urnas:
• As abstenções em 2004 foram bastante elevadas,
serão então apresentadas várias perspectivas de
análise sob o ponto de vista de Baptista Lundi:
Do ponto de vista das leis)
• A documentação: o facto de o cartão de eleitor ser
usado somente para votação, muitos acabam por perder
ou estavam danificados, impedido de se fazer a leitura
correcta;
• A distância entre as mesas de voto, principalmente nas
zonas rurais, foi um grande empecilho para se ir votar;
Causas da baixa afluência as urnas:
• Algumas regras de votação, para os jornalistas e
funcionários de mesa não estavam muito claras,
impedido muitas vezes o seu exercício.
Sob o prisma económico
• Há crescimento sem que haja desenvolvimento: tem
sido feitas alterações e mudanças a nível económico,
seguindo o que as instituições de Bretton Woods
definem, porém, o indivíduo vai ficando para segundo
plano;
Causas da baixa afluência as urnas:
• Dezembro é o mês das chuvas e plantio: no dia
das eleições, as populações optaram por ir à
machamba em detrimento das mesas de voto; O
argumento usado por muitos dos inquiridos (cerca
de 60%), é que a agricultura produz o meio de
subsistência e o voto o que produz? Espera-se
que o voto e as eleições produzam algo, e como
viram dos sensos anteriores nada mudou, melhor
seria ir a machamba.
Causas da baixa afluência as urnas:
Prisma político económico
• As eleições periódicas são uma realidade em
Moçambique desde 1994. Mas até as 3ªas eleições, o
publico não tem visto mudanças positivas. O que leva os
cidadãos a concluírem que quem detem o poder torna-se
corrupto assim que atinge cargos políticos de relevo;
• O perfil dos candidatos não oferece alternativas para
muitos dos eleitores. Votar e não votar é igual, nada
muda.
• O uso abusivo dos bens do estado, revolta o cidadão
que pouco ou nada vê melhorar nas suas vida
Causas da baixa afluência as urnas:
Prisma da governação
• Existe um fosso enorme entre o que acontece e o que o
cidadãos gostaria de ver realizado;
• O processo democrático ainda não absorveu o
individuo comum como o desejado;
• Não votando não contribuem para a criação de mais
corruptos
Prisma social antropológico
• Tudo indica que foram os activistas partidários,
membros, simpatizantes da Frelimo e os membros da
Renamo-UE ou votaram em menor proporcção ou não
votaram.
Causas da baixa afluência as urnas:
O slogan confuso
• Frelimo: a força da mudança
• Renamo: mudança tranquila
Isto acabou por confundor eleitor. A questão
colocada era, se muda para Guebuza já não é
Frelimo e se muda para Renamo não pode ser
tranquilo.
Causas da baixa afluência as urnas:
Excesso de confiança
• Por um lado os apoiantes da Frelimo diziam: não
fui votar porque o meu candidato vai ganhar;
• Por outro, os apoiantes da Renamo referiam: farto
me de votar mas o meu candidato nunca é eleito,
para quê votar?
• Mesmo os que votam apresentaram as suas dúvidas
e desconfianças em relação ao processo eleitoral.
Possíveis Soluções ou recomendações
• A composição da CNE requer uma reflexão de fundo,
de modo a torná-la menos partidarizada
• Deve haver um melhor planeamento logístico e mais
profissionalismo. Pois em 2004 algumas mesas de
voto só abriram no 2º dia de voto
• Os erros dos cadernos eleitorais remetem para um
recenseamento de raiz
Possíveis Soluções ou recomendações
• Revisão do calendário eleitoral. Os dias de
votação coincidirem com o período chuvoso numa
sociedade que cerca de 85% da população vive da
agricultura.
• A tolerância muitas vezes dada, convida a que se
prolongue o fim-de-semana.
• Requer-se uma reflexão sobre a questão do
cartão de eleitor. Se não poderá haver uma
alternativa de identificação
Abstenção
Esta questão é importante nesta jovem democracia
onde verifica-se que as instituições do estado são ainda
frágeis.
A questão da abstenção é grave, pois demonstra que
algo não está bem.
Está em causa uma revisão eleitoral onde se espera
uma despartidarização e profissionalização dos
órgãos eleitorais.
Abstenção
• Desde 1994 ate 2004 que é o período em analise, a
participação politica dos cidadãos tem vindo a
decrescer. Este fenómeno acabará por ter impactos no
processo de consolidação da democracia.
• Analisando os três períodos, e vendo que em 2004 o
apelo a reconciliação preconizado em 1994, já não
fazia sentido. Esta pode explicar o crescente número
de abstenções.
Irregularidades
Apesar destas eleições terem sido consideradas
justas e transparentes, algumas irregularidades
foram verificadas por parte do Observatório Eleitoral:
• Muitos eleitores não encontraram os seus nomes nos
cadernos eleitorais nas mesas d voto;
• Cadernos de voto foram removidos das mesas
originais;
• A policia não respeitava os 300m de distancia das
mesas de voto, como refere a lei eleitoral
Irregularidades
• O processo computadorizado não ajudou o processo
e não funcionou como se esperava
• O nível de abstenção mostrou-se alto no primeiro dia
de votação
• Algumas assembleias de voto não abriram no 1º dia,
e outras não abriram os dois dias.
Bibliografia complementar
• Mazula, Brazão (dir) 2006. Moçambique: eleições Gerais
de 2004, um olhar do obsetvatõrio eleitoral. Maputo.
• Carrasco, António (dir) 2006. Eleições Gerais 2004.
STAE: Maputo.
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