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PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DE GOIÁS
Boletim Informativo CEJUR n. 6/2011
Goiânia, 10 de fevereiro de 2011.
SUMÁRIO
1 ESPECIAL...............................................................................................................1
2 CLIPPING PGE.......................................................................................................3
3 BIBLIOTECA...........................................................................................................6
4 LEGISLAÇÃO.........................................................................................................7
5 FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO.............................................................................7
6 SERVIDORES & NEGÓCIOS PÚBLICOS............................................................22
7 CONGRESSOS E SEMINÁRIOS DE DIREITO PÚBLICO...................................31
1 ESPECIAL
O Estado e as Parcerias
Parceria, segundo os dicionários, é uma reunião de pessoas ou empresas em prol de um
interesse comum. Parceiros, na acepção popular, são companheiros unidos para realizar
algo que traz beneficio para ambos, da agricultura ao jogo de truco, da amizade ao
casamento. Essas acepções devem estar presentes nesse momento em que o novo
governo começa a discutir a realização de parcerias público-privadas em nosso Estado,
passados mais de seis anos da edição da lei nacional e da lei goiana sobre PPP’s.
Parcerias público-privadas são contratos complexos, que não podem ser comparados a
mera construção de obras públicas. O êxito de um programa de parcerias depende de
muitos fatores, alguns dos quais merecem reflexão mais atenta. Em primeiro lugar, o
sucesso do programa depende de rígido planejamento para que os recursos públicos não
sejam comprometidos de forma irresponsável. Para um planejamento eficiente, é
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necessário investir bastante na capacitação técnica dos agentes públicos para que
tenham condição de analisar, com segurança, os projetos, objetivos, riscos e garantias de
cada empreendimento. Cada projeto de parceria, em sua complexidade, deve ser objeto
de planejamento singular, sem as obviedades e aproveitamentos dos contratos comuns
que assoberbam o dia-a-dia de qualquer repartição pública. Em se tratando de
investimentos vultosos para o atendimento de necessidades públicas, não há lugar para
amadorismos ou improvisos: os agentes públicos devem estar tão ou mais capacitados
que os investidores particulares não somente para avaliar os riscos do negócio, mas
sobretudo para concebê-lo da forma que melhor atenda ao interesse da população.
Em segundo lugar, é imperioso reforçar a transparência da Administração. Ao dizer que
“democracia é o governo do poder público em público”, Norberto Bobbio realça a
incompatibilidade do Estado de Direito com qualquer tipo de segredo ou mistério que não
possua justificativa na defesa do interesse público. Os projetos de parceria devem não
somente ser concebidos e debatidos em público, mas também fiscalizados pelos órgãos
de controle e pela sociedade. É importante ainda afastar o preconceito contra o lucro
empresarial legítimo auferido em razão de contratações públicas. A atividade empresarial
não é filantrópica e o lucro lícito do parceiro privado é essencial para a viabilidade do
interesse comum.
Por fim, o êxito da parceria está condicionado à confiança entre os parceiros: é preciso
um ambiente de confiança jurídica e política para firmar compromissos de longo prazo,
que não sejam alterados pela simples mudança de governo. Regras conhecidas,
adequadas, claras e estáveis são essenciais para qualquer parceria - parceiros de
verdade somente são atraídos por regras com essas características. A diferença
essencial, em se tratando dos escassos recursos públicos, é que de um lado estará o
investidor particular e do outro estaremos todos nós.
Fabrício Motta, Professor de Direito Administrativo da UFG; Procurador do MPTCM-GO e
Presidente do Instituto de Direito Administrativo de Goiás.
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Boletim Informativo CEJUR n. 6/2011
Fonte: Jornal O Popular (08/02/11)
2 CLIPPING PGE
Procuradoria TributáriaAtuação da Procuradoria Tributária, através do Grupo Especial de Execução Fiscal,
viabiliza ingresso de cerca R$ 2,5 milhões de reais aos cofres do tesouro estadual e
aproximadamente R$ 200 mil de honorários advocatícios, decorrente da execução fiscal
nº 200704873596 contra a empresa GALAXY BRASIL LTDA que quitou o débito tributário
após rejeição de exceção de pré-executividade na qual alegava nulidade dos processos
administrativos e da própria execução, devidamente impugnada nessa especializada.
Ação Discriminatória. Regularização Fundiária de Terras devolutas do estado de goiásEm recente decisão o Juiz da Comarca de Iaciara-GO, Dr. Carlos Henrique Loução,
expediu mandado para o fim de determinar o Oficial do Cartório de Registro Imobiliário do
Município de Nova Roma que procedesse a abertura de matrícula, em nome do Estado de
Goiás, sobre área de aproximadamente 92.000,00.00 (noventa e dois mil) hectares,
equivalente a 19.000 (dezenove mil) alqueires, declarada de domínio público por
sentença, transitada em julgado, prolatada nos autos da ação discriminatória das terras
do município de Nova Roma-GO.
Segundo o procurador do estado, Dr. Welber Ferreira da Fonseca, que atua nos feitos
discriminatórios, tal decisão foi fruto de um processo judicial iniciado nos idos de 1980,
cujo deslinde se deu por conta do esforço conjunto da PGE e SEAGRO, iniciado em 2004.
O procurador esclarece que a ação discriminatória visa identificar, separar e demarcar as
terras devolutas do Estado, no intuito de possibilitar a regularização de suas ocupações. A
regularização fundiária é o instrumento governamental por excelência para definir e
consolidar as ocupações de terras públicas devolutas, por agricultores que não têm títulos
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de domínio ou estão em situação dominial e possessória irregular. Dessa forma contribui
para o almejado reordenamento fundiário de nosso Estado de modo transparente e legal,
propiciando a inserção de milhares de agricultores familiares em políticas públicas de
desenvolvimento agrário, mitigando o êxodo rural e a exclusão social.
Ressalta que ao promover uma ação discriminatória o Estado de Goiás não visa uma
simples arrecadação e incorporação de terras ao seu patrimônio, ou seja, não está
imbuído de simples ânimo patrimonialista. O principal objetivo é a efetivação de uma
regularização fundiária pautada nos princípios da legalidade, da segurança jurídica, da
promoção social, da função social da propriedade e da dignidade das pessoas que
labutam no campo.
Por conta de fraudes e grilagens de terras situadas, principalmente, no nordeste do
Estado, várias outras ação discriminatórias tramitam nas comarcas da região. Em fase
adiantada encontram-se as ações discriminatórias das terras dos municípios de Posse,
Iaciara, Simolândia e Guarani de Goiás, cujos trabalhos técnicos de demarcação já foram
apresentados aos respectivos juízos no aguardo das devidas homologações judiciais, o
que deve ocorrer ainda este ano. Os obstáculos que teimam em retardar o deslinde das
outras ações discriminatórias estão sendo enfrentados pela PGE e SEAGRO que, em
trabalho conjunto, buscam imprimir a devida celeridade aos referidos processos.
Procurador Geral do Estado Recebe Presidente do TREO Presidente do TRE, Ney Telles de Paula, participou de uma reunião na manhã desta
quinta-feira, 10 , com Ronald Bicca, Procurador Geral do Estado. Na pauta a doação por
parte do Estado de uma área para a construção da futura sede do Tribunal Regional
Eleitoral. O Governador Marconi Perillo já havia determinado a PGE o estudo da doação
desta área, assim como a regularização das áreas dos Cartórios Eleitorais da cidade de
Itumbiara.
Fonte: Jornalismo-PGE, 10/02/2011.
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Vitória GoianaO Procurador do Estado na Capital Federal, Lucas Bevilacqua, obteve vitória para o
Estado de Goiás. Em uma sustentação oral, o Procurador defendeu os produtores rurais
goianos de 14 ações ajuizadas pela CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento -
nas quais pretendia indenizações milionárias por um suposto equívoco na classificação da
qualidade da safra de algodão nos períodos de 1977 a 1998.
Fonte: Jornalismo-PGE, 09/02/2011.
Vistoria em ObrasO Procurador Geral do Estado, Ronald Bicca e a Sub-Procuradora, Luciana Daher,
estiveram na manhã desta quarta-feira, 9, vistoriando as obras da futura sede da PGE, na
Praça Cívica. A Procuradoria vai ser instalada no antigo prédio da SEPLAN. Após a
vistoria o Procurador já começou a elaborar o cronograma de mudança para a nova sede.
Fonte: Jornalismo-PGE, 09/02/2011
Governador Marconi Falou da Importância dos Procuradores em Reunião com SecretáriosO Governador Marconi Perillo se reuniu, na manhã de hoje, pela segunda vez com o
primeiro escalão do governo. No encontro ele pediu aos secretários que trabalhem de
forma integrada, sem preocupação político-partidária, para solucionar os problemas
existentes. Na mesma ocasião o governador citou como exemplo a importância dos
Procuradores de Estado nas Advocacias Setoriais, afim de respaldar juridicamente os
ordenadores de despesas. Realizando desta forma o trabalho de integração de toda
equipe proposto pelo governo.
Fonte: Jornalismo-PGE, 08/02/2011.
PGE Quer que Juiz Esclareça DecisãoO Procurador Geral do Estado, Ronald Bicca, reuniu a imprensa hoje de manhã para
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explicar as razões de ter entrado com pedido de embargo declaratório contra a sentença
do juiz da 3 Vara da Fazenda Pública Estadual de Goiás, Ari Ferreira de Queiroz.
Bicca espera que o juiz confirme a decisão, fundamentando as razões por ter suspendido
os concursos do Corpo de Bombeiros, Polícia Técnica Cientifica, Secretaria de Cidadania
e Trabalho e Secretaria de Estado da Saúde. "Usamos esse recurso para dar mais
segurança na decisão", disse. Bicca lembra que complementa o Ministério Público do
Estado de Goiás (MPGO) não solicitou o cancelamento do concurso, mas retificação dos
editais, com a confirmação do número de vagas.
O procurador ressalta não há interesse de afastar as pessoas nomeadas e convocadas, e
que não está reunindo documentações para anulação dos concursos. "O Estado quer
apenas clarear a decisão judicial", afirma.
Fonte: Mais Goiás, 03/02/2011
3 BIBLIOTECA
O Boletim de Recursos Humanos da Revista Governet, n. 68, dez/2010, que integra o
acervo da Biblioteca Ivan Rodrigues, traz trabalho que cita doutrina do Procurador de
Estado Antônio Flávio de Oliveira. Trata-se de questionamento feito por assinante da
revista, a respeito do direito de receber o retroativo de vantagens suprimidas de servidor
que foi removido de função, mesmo havendo parecer da junta médica no sentido de que
este deveria ter sido readaptado.
O jurista Antonio Flávio de OLIVEIRA esclarece que a remoção
"constitui mero deslocamento do servidor na esfera do órgão de sua
vinculação, sem que disso decorra qualquer alteração no liame que
se estabelece entre ele e a Administração Pública por ocasiäo de sua
investidura".
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Referência bibliográfica:
OLIVEIRA, Antônio Flávio de. Servidor Público: remoção, cessão, enquadramento e
redistribuição. 3 ed. Belo Horizonte: Forum, 2009, p. 55.
4 LEGISLAÇÃO
LEGISLAÇÃO ESTADUAL
LEI N. 17.268, DE 7 DE FEVEREIRO DE 2011 (clique aqui). Modifica a Lei nº 13.569, de 27 de dezembro de 1999, que dispõe sobre a Agência Goiana de Regulação, Controle e Fiscalização de Serviços Públicos, cria a Comissão de Supervisão da Regulação e dá outras providências.
LEI N. 17.267, DE 7 DE FEVEREIRO DE 2011 (clique aqui). Dispõe sobre a redução da multa e dos juros de mora no pagamento de créditos tributário ou não tributário constituídos em favor da Agência Goiana de Regulação, Controle e Fiscalização de Serviços Públicos (AGR), nas situações em que especifica.
LEI N. 17.266, DE 3 DE FEVEREIRO DE 2011 (clique aqui). Orça a receita e fixa a despesa do Estado para o exercício de 2011.
DECRETO N o 7.209, DE 7 DE FEVEREIRO DE 2011 . Institui Comissão Especial com a finalidade que especifica.
DECRETO N o 7.208, DE 3 DE FEVEREIRO DE 2011 . Estabelece normas complementares de programação e execução orçamentária e financeira para o exercício de 2011.
5 FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO
5.1 Matérias de Repercussão Geral
Idade para ingresso na carreira militar, a partir de 2012, deverá ser fixada por lei
Por votação unânime, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu, nesta
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quarta-feira (9), a exigência constitucional de uma lei que fixe o limite de idade para
ingresso nas Forças Armadas. Mas, pelo fato de o Congresso Nacional ainda não ter
votado tal norma, a Corte decidiu validar, até 31 de dezembro deste ano, todas as
admissões ocorridas em função de regulamentos e editais que, até agora, vinham
estabelecendo as condições para ingresso nas diversas carreiras militares, entre elas o
limite de idade.
O Plenário decidiu, também, modular sua decisão para assegurar àqueles candidatos que
tiverem ingressado na Justiça contra o estabelecimento de limite de idade, tendo
cumprido as demais exigências do respectivo concurso, o direito de acesso à carreira
militar. Em virtude da importância do tema, o STF reconheceu a ele repercussão geral.
A decisão foi tomada no julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 600885, interposto
pela União contra acórdão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), sediado
em Porto Alegre (RS), que considerou contrária à Constituição Federal (CF) de 1988 regra
de edital que limitou em 24 anos a idade para ingresso nas Forças Armadas. Essa
decisão favoreceu um candidato que pediu anulação da cláusula do edital para assegurar
sua inscrição no curso de formação de sargentos do Exército 2008/2009.
Fonte: STF
Reconhecida repercussão geral de processo em que estado é responsabilizado por crime de detento
O Plenário Virtual do Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a existência de
repercussão geral no Recurso Extraordinário (RE) 608880, em que se discute a
responsabilidade de estado – no caso, o de Mato Grosso – por crime de latrocínio
cometido por detento que cumpria pena em regime semiaberto.
Sob relatoria do ministro Marco Aurélio, o RE foi interposto pelo governo mato-grossense
contra decisão do Tribunal de Justiça daquele estado (TJ-MT), que responsabilizou a
administração estadual pela morte decorrente do latrocínio cometido por detento sob sua
custódia e condenou o governo estadual a indenizar a família do falecido pelos danos
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morais e materiais sofridos, bem como ao pagamento de pensão.
Em sua decisão, o TJ-MT entendeu que o estado foi omisso na vigilância do preso,
condenado a cumprir pena em regime fechado e já havia fugido duas vezes para cometer
novos crimes. Segundo aquela corte, ante esse histórico criminal do autor do latrocínio,
existia para a administração estadual o dever de zelar pela segurança dos cidadãos em
geral. O tribunal considerou, também, ser incontroverso o dano causado, bem como o
nexo de causalidade entre o crime e a conduta omissiva do estado, que deixara de
exercer o devido controle do preso sob sua custódia.
No Recurso Extraordinário interposto contra essa decisão na Suprema Corte, o governo
mato-grossense contesta o entendimento do TJ-MT. Segundo ele, não existe nexo entre a
fuga do preso e o ato por ele praticado, tendo em vista que ele se evadiu do presídio em
novembro de 1999 e, três meses depois, em fevereiro de 2000, praticou o latrocínio.
Assim, alega, o crime deve ser considerado ato de terceiro, capaz, por si só, de excluir a
responsabilidade do estado em indenizar a família da vítima.
Alega, além disso, que a manutenção da condenação representa impacto significativo
para os cofres públicos e destaca a importância jurídica do debate sobre os limites da
responsabilidade estatal.
A parte contrária no recurso e autora do pedido inicial de indenização (filhos da vítima)
insiste no acerto do acórdão (decisão) do TJ-MT de responsabilizar a administração
estadual, lembrando que o autor do latrocínio era rebelde contumaz, cumpria pena em
regime fechado e fugiu duas vezes para cometer novos crimes, cada vez mais graves.
Repercussão geral
Ao se pronunciar pela repercussão geral da matéria, o relator, ministro Marco Aurélio,
disse que “a controvérsia dirimida pelo Tribunal de Justiça do estado de Mato Grosso
extravasa, em muito, os limites subjetivos do processo com o qual se defrontou,
podendo repetir-se em vários outros processos”.
“Está-se diante da definição do alcance do artigo 37 da Carta Federal quanto aos fatos,
incontroversos, envolvidos na espécie”, observou o ministro. “No Brasil, a
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responsabilidade do Estado ainda não mereceu atenção maior. Cumpre ao Supremo
defini-la, considerado o direito constitucional posto”.
Fonte: STF
5.2 Tribunais Superiores
Pedido de vista interrompe julgamento sobre pagamento de precatórios determinado por resolução do CNJ
Pedido de vista feito pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ayres Britto
interrompeu o referendo da liminar pelo Plenário da Corte na Ação Direta de
Inconstitucionalidade (ADI) 4465. A ação foi proposta pelo Estado do Pará contra a
eficácia do artigo 22 da Resolução 115/2010, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Essa resolução determina que a entidade devedora de precatórios que optasse pelo
regime especial anual deveria fazer o depósito até dezembro de 2010, correspondente ao
total da mora atualizada, dividido pelo número de anos necessários à liquidação, podendo
chegar a até 15 anos.
A ADI alega que a resolução do CNJ contraria os artigos 5º e 100 da Constituição Federal
e também o artigo 97, parágrafos 1º e 2º, do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias, com a redação dada pela Emenda Constitucional 62/2009. De acordo com o
estado do Pará, o CNJ teria criado novo regime de pagamentos de precatórios, por meio
de resolução, em flagrante ofensa à Constituição. Em razão disso, o estado teria sido
surpreendido com o fato de ter de pagar aproximadamente R$ 24 milhões até o final de
2010.
Para o relator da matéria, ministro Marco Aurélio, compete ao CNJ o controle da atuação
administrativa e financeira do Poder Judiciário. “Não tem ele poder normativo, não
substitui ele o Congresso Nacional, não tem ele a incumbência de regular texto
constitucional como fez relativamente à Emenda 62/2009”.
O ministro Marco Aurélio ponderou, também, que “o CNJ adentrou campo próprio à
execução de débito da Fazenda, retratada em título judicial, olvidando a área que lhe está
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reservada constitucionalmente”. O ministro observou ainda, em seu voto, que o Conselho
“atropelou” o mecanismo que já vinha sendo observado nos estados, dispondo sobre a
obrigatoriedade de depósito até dezembro de 2010. Para ler a decisão do relator, clique
aqui.
Fonte: STF
Amapá pede sua exclusão do cadastro de inadimplentes junto à União
Na Ação Civil Originária (ACO) 1729, ajuizada no Supremo Tribunal Federal (STF), o
governo do Amapá pede sua exclusão do Cadastro Único de Convênio (CAUC),
subsistema do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal
(SIAFI), alegando que irregularidades apontadas para inclui-lo no cadastro de
inadimplentes não são de sua responsabilidade. Pede, também, a exclusão do Ministério
Público do estado do mesmo cadastro.
A ACO vem na sequência da Ação Cautelar (AC) preparatória 2779, que teve pedido de
liminar indeferido pelo presidente do STF, durante o último recesso do Judiciário, e depois
foi distribuída ao ministro Joaquim Barbosa, relator também da ACO 1729. O governo do
Amapá alega violação do postulado da intranscendência em tema de penalidades
administrativas, princípio que, alega, vem sendo aplicado em situações semelhantes pela
Suprema Corte. Segundo tal princípio, não podem ser impostas restrições a um ente em
virtude de supostas irregularidades constatadas em outros órgãos da administração.
Fonte: STF
Minas Gerais pede retirada de inscrição em cadastros de inadimplência
O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), é o relator da Ação
Cível Originária (ACO) 1726, proposta pelo estado de Minas Gerais contra a União pela
inscrição “indevida” do estado mineiro em cadastros de inadimplência desenvolvidos pelo
governo federal – Cadastro Único de Convênio (CAUC) e Sistema Integrado de
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Administração Financeira do Governo Federal (SIAFI). No pedido liminar, o estado requer
que a União retire o estado de Minas Gerais dos referidos cadastros até o julgamento final
da ação.
Fonte: STF
STJ uniformizará entendimento sobre anotação em cadastro de inadimplente e correção de indenização por dano moral O entendimento de questões relativas à ocorrência de dano moral e ao valor devido como
indenização será uniformizado pela Segunda Seção do Superior Tribunal de Justiça
(STJ). O desembargador convocado Vasco Della Giustina admitiu o processamento de
uma reclamação em que uma empresa de Minas Gerais afirma ter havido julgamento pela
Turma Recursal do Juizado Especial Cível e Criminal de Ubá (MG) que diverge do
entendimento do STJ. Para acessar a decisão clique aqui.
O primeiro ponto contestado trata da ocorrência de dano moral contra o consumidor que
teve seu nome inscrito em cadastro de inadimplente, mesmo que já possua outras
inscrições desabonadoras. O entendimento do STJ, expresso na Súmula 385, é de que
“da anotação irregular em cadastro de proteção ao crédito, não cabe indenização por
dano moral, quando preexistente legítima inscrição, ressalvado o direito ao
cancelamento”.
Outro ponto decidido pela Turma Recursal que iria contra entendimento também
sumulado do STJ trata do termo inicial da correção monetária da indenização. Conforme a
Súmula 362, “a correção monetária do valor da indenização do dano moral incide desde a
data do arbitramento”.
Enquanto não for criado um órgão uniformizador para os juizados especiais estaduais,
cabe ao STJ proceder, por meio da reclamação, à uniformização da jurisprudência
nacional e à segurança jurídica na interpretação da legislação federal. A reclamação
segue o processamento estabelecido na Resolução n. 12/2009 do STJ.
Fonte: STJ
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Sanções da Lei de Improbidade não são necessariamente cumulativas As sanções previstas na Lei de Improbidade Administrativa (Lei n. 8.429/1992) não são
necessariamente cumulativas, cabendo ao magistrado dosá-las conforme a gravidade de
cada caso e tendo sempre em vista os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade.
Com esse entendimento, a Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) afastou
as penas de perda da função pública e suspensão dos direitos políticos impostas a um ex-
vereador de Santa Bárbara do Sul (RS).
O ex-vereador e outras cinco pessoas – um ex-vice-prefeito, três ex-secretários e um
servidor do município – foram condenados em ação civil pública instaurada para apurar
irregularidades envolvendo diárias de serviço. Segundo o processo, duas diárias – de R$
375 cada – foram emitidas para que o então secretário municipal de Agricultura
comparecesse a eventos no Paraná, o que não ocorreu. Todos os réus estariam, em
alguma medida, comprometidos com a irregularidade.
Dois dos acusados e o espólio de um terceiro, que tiveram a condenação mantida pelo
Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS), em julgamento de apelação, apenas
com redução do valor das multas, entraram com recurso especial no STJ, alegando
desproporção entre as condutas e as sanções impostas.
Em relação a dois recorrentes (um deles o espólio), o relator, ministro Luiz Fux,
considerou que não havia no processo prova de má-fé nem de proveito patrimonial, e que
o tribunal estadual limitou-se à análise objetiva das condutas. Por isso, afastou as
condenações, aplicando a jurisprudência do STJ, segundo a qual “a ilegalidade só adquire
o status de improbidade quando a conduta antijurídica fere os princípios constitucionais
da administração pública coadjuvada pela má intenção do administrador”.
Quanto ao ex-vereador, que segundo os autos recebeu o valor de uma das diárias, o
relator manteve as sanções de ressarcimento do dano causado ao erário e multa
correspondente a três vezes o valor apropriado indevidamente. No entanto, afastou a
perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos por quatro anos, lembrando
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que “a reprimenda a ser aplicada ao agente ímprobo deve ser suficiente à repressão e à
prevenção da improbidade”.
“O espectro sancionatório da lei induz interpretação que deve conduzir à dosimetria
relacionada à exemplariedade e à correlação da sanção, critérios que compõem a
razoabilidade da punição, sempre prestigiada pela jurisprudência do STJ”, acrescentou o
ministro Luiz Fux.
Fonte: STJ
Interesse público impede anulação de contrato de concessão dos cemitérios do DF Em decisão unânime, a Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) rejeitou
pedido do Ministério Público para que fosse anulado o contrato de concessão dos
cemitérios do Distrito Federal. Segundo o relator do caso, ministro Luiz Fux, o princípio da
continuidade do serviço público deve ser privilegiado diante de irregularidades formais
passíveis de saneamento.
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) havia ajuizado ação civil
pública contra o Distrito Federal e o grupo de empresas vencedoras da licitação para a
concessão de serviços de recuperação e modernização das instalações físicas dos seis
cemitérios pertencentes ao governo local, incluindo construção de ossuários, cinzários e
crematório.
O principal argumento do MPDFT era que a empresa contratada não atendia à exigência
do edital relativa a capital mínimo. A licitação, conduzida pela Companhia Urbanizadora
da Nova Capital do Brasil (Novacap), foi vencida por um consórcio formado por três
empresas, o qual, naquele momento, detinha capital social suficiente para atender à
exigência do edital.
Antes da assinatura do contrato de concessão, o consórcio – valendo-se de uma
possibilidade legal – constituiu nova empresa, que assumiu seu lugar na contratação.
Essa nova empresa teria de cumprir todas as exigências do edital, no entanto foi
constituída com capital insuficiente: R$ 10 mil, valor depois aumentado para R$ 300 mil e,
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finalmente, para R$ 1,5 milhão, com o que alcançou o montante necessário.
Para o MPDFT, o procedimento não significou apenas uma irregularidade, mas vício grave
capaz de justificar a anulação do contrato, em vista das determinações da Lei n.
8.666/1993, que regula o processo licitatório e os contratos administrativos.
O juiz de primeira instância acolheu, na maior parte, a ação do MPDFT e decretou a
nulidade do contrato, determinando que o governo do Distrito Federal assumisse o serviço
nos cemitérios e abrisse processo administrativo para apurar as irregularidades. O
Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, porém, reformou a decisão do juiz,
considerando válido o contrato. O MPDFT, então, recorreu ao STJ.
“Entre anular o contrato firmado para a ampliação da vida útil dos seis cemitérios
pertencentes ao governo do Distrito Federal ou admitir o saneamento de uma
irregularidade contratual, para possibilitar a continuidade dos serviços, essenciais à
população, a última opção conspira em prol do interesse público”, declarou o ministro Luiz
Fux, ao votar no sentido de negar provimento ao recurso.
Segundo ele, “a eventual paralisação na execução do contrato poderá ensejar a
descontinuidade dos serviços prestados pela empresa licitante, em completa afronta ao
princípio da continuidade dos serviços públicos essenciais”, pois o governo do DF alegou
que não teria condições de assumir o encargo, já que toda a insfraestrutura estatal havia
sido desmobilizada após a licitação.
O ministro Luiz Fux observou que, quando os princípios jurídicos que norteiam a
administração pública entram em choque, “deve prevalecer aquele que mais se coaduna
com o da razoabilidade”. Para ele, o princípio da legalidade convive com outros, como os
da segurança jurídica e do interesse público, de modo que o eventual confronto entre
princípios “não implica dizer que um deles restará anulado pelo outro, mas, ao revés, que
um deles será privilegiado em detrimento do outro, à luz das especificidades do caso
concreto, mantendo-se ambos íntegros em sua validade”.
Fonte: STJ
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Reduzida indenização a homem inscrito em cadastro de devedor após ter documentos roubados A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) reduziu de 300 para 50 salários-
mínimos o valor da indenização por danos morais devido a um homem que teve os
documentos furtados pela ex-companheira. Ela havia realizado um financiamento no
nome dele, não pagou as parcelas e o rapaz foi incluído no cadastro do Serviço de
Proteção ao Crédito (SPC). A condenação foi contra a instituição bancária.
Em primeira instância, foi fixado o valor de 300 salários-mínimos como reparação. O
Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) manteve a decisão e condenou o Banco
Guanabara S/A a pagar o correspondente a 200 salários-mínimos ao homem, a título de
perdas e danos, por litigância de má-fé.
O banco interpôs recurso especial alegando que a condenação por litigância de má-fé
deveria ser afastada, pois a apelação não tinha o mínimo caráter protelatório. Sustentou
ainda que a inscrição do nome do devedor nos cadastros restritivos de crédito estava
dentro da legalidade e que houve exagero na fixação do valor da indenização.
O relator, ministro Paulo de Tarso Sanseverino, considerou correto o acórdão do TJRJ, ao
reconhecer como indevida a negativação do nome do rapaz. Ele destacou que a abertura
da conta bancária por terceiro, com a utilização de documentos furtados ou roubados,
aponta para a responsabilidade da instituição financeira. Do mesmo modo, a ausência de
comunicação do furto ou roubo dos documentos às autoridades policiais e ao SPC, por si
só, não afasta a obrigação de indenizar, como é reiterada jurisprudência do STJ.
Sanseverino observou que, para invalidar as conclusões de ocorrência de dano moral e
de ilegalidade da inscrição, seria necessária a análise do contexto fático-probatório,
prática vedada pela Súmula 7/STJ.
O ministro afastou a condenação por litigância de má-fé por avaliar que não houve
interposição de recurso protelatório ou infundado, pois o banco manifestou sua
irresignação e mostrou claramente a intenção de reforma da sentença.
Quanto ao valor da indenização, o relator entendeu que as particularidades do caso
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sugerem arbitramento em quantia superior àquela normalmente estipulada pela Segunda
Seção, que adotou o valor de R$ 5 mil para hipóteses similares à dos autos.
O homem havia alegado que, em decorrência da distribuição da ação de busca e
apreensão, não pôde tomar posse no cargo de auditor fiscal da Bahia, pois era necessário
apresentar certidão negativa dos distribuidores cíveis para a nomeação. O ministro
Sanseverino relatou que o acórdão do TJRJ assevera que não houve prova inequívoca da
ligação entre a inscrição indevida no SPC e a vedação à posse. Afirmou, no entanto, que
a possibilidade não pode ser excluída.
O ministro considerou que a indenização de 300 salários-mínimos era exagerada e,
levando em conta a questão do concurso público e o fato de homem não ter contribuído
para a negativação de seu nome, já que foi vítima de furto de documentos pessoais e não
firmou o contrato, reduziu o valor para 50 salários-mínimos.
Fonte: STJ
Redução de ICMS na saída não permite crédito integral na entrada de mercadorias A fazenda pública pode exigir estorno proporcional do crédito de ICMS quando há
redução de base de cálculo do imposto na saída da mercadoria. A partir desse
entendimento, a Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou provimento
ao recurso de um frigorífico do Rio de Janeiro que pretendia ver afastada a aplicação de
dispositivos da Lei n. 2.657/1996, que regulamenta a cobrança de ICMS naquele estado.
A empresa ingressou em juízo com mandado de segurança preventivo contra ato do
secretário de Fazenda do Rio, alegando que o princípio da não cumulatividade do ICMS
estaria sendo desrespeitado. Por esse princípio, a empresa teria o direito de compensar,
no pagamento do ICMS, os valores cobrados nas operações anteriores, quando os
produtos entraram em seu estabelecimento.
Ocorre que as carnes comercializadas pela empresa integram a cesta básica e gozam de
redução da base de cálculo, o que significa menos pagamento de imposto nas operações
de venda. O mandado de segurança foi impetrado porque a Secretaria da Fazenda, com
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base na Lei n. 2.657/96, vinha exigindo o estorno proporcional do crédito escriturado na
entrada das mercadorias que eram beneficiadas pela redução de ICMS no momento da
saída.
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) negou o pedido, o que levou o frigorífico a
recorrer ao STJ. No entanto, segundo o relator do caso, ministro Luiz Fux, a decisão da
Justiça estadual foi correta, pois “o benefício fiscal da redução da base de cálculo
equivale à isenção parcial, sendo devido o estorno proporcional do crédito do ICMS”.
De acordo com o ministro, “o estorno proporcional do crédito de ICMS decorrente de
operações anteriores evita, justamente, o enriquecimento ilícito do contribuinte em
detrimento do erário”. Ele afirmou em seu voto que o crédito integral representaria duplo
benefício fiscal, ou seja, “o recolhimento de alíquota inferior, quando da saída das
mercadorias, e a manutenção do crédito pelo tributo pago a maior, o que não se coaduna
com o ordenamento jurídico pátrio”.
A Constituição Federal se refere à isenção e à não incidência tributária como as situações
que não geram crédito para compensação nas operações seguintes ou anulam os
créditos relativos às operações anteriores. A simples redução de base de cálculo não é
citada de forma explícita. Porém, o Supremo Tribunal Federal (STF) já decidiu que a
isenção e a redução de base de cálculo têm a mesma natureza jurídica, correspondendo
esta última a uma isenção parcial.
No entendimento do ministro Fux, quando o constituinte determinou que as operações
isentas ou sujeitas à não incidência não gerariam crédito ou implicariam anulação de
créditos decorrentes da entrada tributada, ficou claro que o crédito do ICMS “somente terá
lugar na mesma proporção, de forma equânime com o desembolso que tiver de ser
efetuado pelo contribuinte na outra fase da cadeia mercantil”.
“Não havendo desembolso ou, ainda, havendo desembolso a menor, não há lugar para a
manutenção de eventual crédito precedente em sua proporção primitiva”, disse ele,
acrescentando que “a aplicação restritiva do princípio da não cumulatividade em matéria
de ICMS, por meio da qual a existência do crédito somente se justifica pelo pressuposto
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do pagamento (débito), na exata proporção do tributo recolhido na outra fase da cadeia
mercantil, afigura-se escorreita”.
Fonte: STJ
Senado aprova Luiz Fux para o Supremo O Plenário do Senado Federal aprova indicação do nome do ministro Luiz Fux, do
Superior Tribunal de Justiça (STJ), para o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal
(STF). A aprovação se deu, por 68 votos, logo após a Comissão de Constituição, Justiça e
Cidadania daquela casa legislativa ter aprovado, em votação unânime, o magistrado. A
posse do novo ministro será marcada tão logo a nomeação seja publicada no Diário
Oficial da União.
Fontes: STF e STJ
STJ define listas tríplices com os nomes de membros da OAB para ocupar vagas de ministro
O Pleno do Superior Tribunal de Justiça (STJ) definiu há pouco os nove nomes dos
membros da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) que vão concorrer às vagas abertas
com as aposentadorias dos ministros Antônio de Pádua Ribeiro, Humberto Gomes de
Barros e Nilson Naves. Os indicados foram escolhidos entre 18 nomes. As listagens
seguem para apreciação da presidenta da República, Dilma Rousseff, que indicará os
nomes que serão encaminhados para aprovação do Senado Federal.
O paulistano Antônio Carlos Ferreira, o sergipano Carlos Alberto Menezes e o goiano
Ovídio Martins de Araújo compõem a lista para preencher a vaga aberta com a
aposentadoria do ministro Antônio de Pádua Ribeiro, ocorrida em setembro de 2007.
Para a vaga do ministro Humberto Gomes de Barros, aposentado em julho de 2008,
foram escolhidos, em primeiro escrutínio, os advogados Rodrigo Lins e Silva Cândido de
Oliveira e Alde da Costa Santos Júnior. Em segundo escrutínio, foi escolhido Sebastião
Alves dos Reis Júnior.
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A última vaga de ministro a ser preenchida será disputada por Ricardo Villas Bôas Cueva,
Reynaldo Andrade da Silveira e Mário Roberto Pereira de Araújo. A vaga deve-se à
aposentadoria do ministro Nilson Naves, em abril de 2010.
Fonte: STJ
Advogado pode consultar processo não sigiloso mesmo sem procuração
Por unanimidade, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou liminar
concedida pela então presidente da Corte, ministra Ellen Gracie, no Mandado de
Segurança (MS) 26772. Com base no Estatuto dos Advogados, em julho de 2007 a
ministra permitiu a um advogado consultar, mesmo sem procuração, os autos de um
processo em tramitação na Secretaria de Controle Externo do Tribunal de Contas da
União em Goiás.
Em seu voto proferido na tarde desta quinta-feira (3), o relator do caso, ministro Gilmar
Mendes, lembrou que o artigo 7º, inciso XIII, da Lei 8.906/94 – o chamado Estatuto dos
Advogados –, diz que é direito do advogado “examinar, em qualquer órgão dos Poderes
Judiciário e Legislativo, ou da Administração Pública em geral, autos de processos findos
ou em andamento, mesmo sem procuração, quando não estejam sujeitos a sigilo,
assegurada a obtenção de cópias, podendo tomar apontamentos”.
Como o processo em questão não é sigiloso, salientou o ministro em seu voto, a
pretensão do impetrante do MS seria plausível.
Fonte: STJ
Senado aprova nova Ministra para o TST
O Plenário do Senado Federal aprovou, no início da noite de ontem, por 58 votos
favoráveis e 2 contrários, a indicação da advogada Delaíde Alves Miranda Arantes para o
cargo de Ministra do Tribunal Superior do Trabalho, na vaga decorrente da aposentadoria
do Ministro José Simpliciano Fontes de Faria Fernandes. Os senadores Marcelo Crivella,
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Lúcia Vânia e Gleisi Hoffmann elogiaram a aprovação da indicação de Delaíde Arantes,
mencionando a sua trajetória profissional. O Senado encaminhará mensagem à
Presidência da República para nomeação.
Fonte: TST
Justiça Comum analisa contratação temporária da administração No entendimento do Supremo Tribunal Federal, as disputas entre servidores temporários
e a Administração Pública devem ser resolvidas na Justiça Estadual Comum, e não na
Justiça do Trabalho. Por consequência, a Oitava Turma do Tribunal Superior do Trabalho
deu razão ao Estado do Pará e declarou que a Justiça do Trabalho não pode julgar ação
de ex-empregado contratado pela administração estadual.
A relatora do recurso de revista do Pará, ministra Dora Maria da Costa, explicou que, em
2006, ao analisar uma ação direta de inconstitucionalidade, o Supremo concluiu que a
Justiça do Trabalho não era competente para apreciar causas instauradas entre o Poder
Público e seus servidores (que mantinham típica relação de ordem estatutária ou de
caráter jurídico-administrativo).
Já em 2008, a partir do julgamento de um recurso extraordinário, o STF deu repercussão
geral à matéria, o que significa que os casos análogos devem ser decididos exatamente
na mesma linha. O TST possuía até uma Orientação Jurisprudencial (OJ nº 205 da Seção
I de Dissídios Individuais) em sentido contrário que foi, posteriormente, cancelada.
Portanto, afirmou a relatora, ainda que a ação se refira a direitos trabalhistas, e a relação
de emprego decorra de suposta irregularidade na contratação temporária (como
prorrogação indevida do contrato de forma expressa ou tácita), a Justiça do Trabalho não
pode apreciar a matéria, pois o vínculo estabelecido originalmente entre o trabalhador e o
Poder Público é de natureza estatutária ou jurídico-administrativa.
No caso julgado pela Turma, o Tribunal do Trabalho do Pará/Amapá (8ª Região) reformou
a sentença de origem e reconheceu a competência da Justiça do Trabalho para apreciar a
ação do médico contratado para atender necessidade temporária de excepcional
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interesse público, nos termos da Lei Complementar nº 7 de 1991, e que permaneceu
trabalhando por dezesseis anos para a administração até ser dispensado.
De volta à Vara do Trabalho, o juiz concedeu os pedidos formulados pelo médico –
sentença que depois foi mantida pelo TRT. O Regional considerou irregular a contratação
temporária de alguém que executa atividade essencial da Administração Pública, como
trabalhar para a saúde pública, na função de médico.
Contudo, observou a ministra Dora, na medida em que foi fixada a premissa de que a
contratação temporária por ente público apresenta índole administrativa, se prevista em
lei própria e com regime especial, o processamento de ações entre servidores
temporários e a Administração Pública na Justiça do Trabalho desrespeita o comando do
Supremo.
Assim, em decisão unânime, a Oitava Turma reformou o acórdão do Regional para
declarar a incompetência da Justiça do Trabalho para julgar a ação. Agora os autos serão
encaminhados à Justiça Estadual Comum para exame.
Fonte: TST
6 SERVIDORES E NEGÓCIOS PÚBLICOS
Aposentado por invalidez tenta recuperar benefício integral suspenso pelo TCU
Um servidor público da Universidade Federal de Goiás (UFG) impetrou Mandado de
Segurança (MS 30333) no Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir o recebimento
de aposentadoria integral por invalidez.
Afastado de suas funções desde 2004 quando foi diagnosticado com invalidez
permanente em decorrência de cardiopatia grave, o servidor recebeu até dezembro de
2009 o valor integral de sua aposentadoria. No entanto, o Tribunal de Contas da União
(TCU) instaurou um processo administrativo para rever atos de concessão de
aposentadorias dos trabalhadores da UFG e determinou que a aposentadoria integral do
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servidor fosse convertida em proporcional ao tempo de sua contribuição.
A alteração ocorreu a partir da folha de pagamento de janeiro de 2010 e, de acordo com o
servidor, feriu seu direito líquido e certo de continuar a receber o valor que recebeu
durante seis anos.
Sua defesa alega que a aposentadoria por invalidez permanente está amparada pela
Constituição Federal, e que os proventos integrais estão fixados em conformidade com
seu artigo 40, estando o servidor com todos os requisitos formais para receber o
benefício. Além disso, argumenta que a redução da aposentadoria afetará diretamente
suas despesas diárias, considerando que ainda depende de tal valor para
comprar medicamentos.
Pede, portanto, liminar para determinar a conversão de sua aposentadoria por invalidez
de proporcional para integral. No mérito, pede a confirmação da liminar para tornar
definitiva a integralidade do benefício.
Fonte: STF
Município do RN reclama competência da justiça comum para julgar conflitos entre servidores e a administração
O município de São Gonçalo do Amarante (RN) ajuizou, no Supremo Tribunal Federal
(STF), Reclamação (RCL 11244), com pedido de liminar, contra a Justiça Trabalhista do
Rio Grande do Norte. O pedido é para suspender a tramitação de uma reclamação
trabalhista em curso perante a 6ª Vara do Trabalho de Natal. Segundo o município, o
Tribunal Regional do Trabalho da 21ª Região (TRT-21) vem descumprindo decisões do
STF que reconhecem a competência da Justiça comum para processar e julgar ações
trabalhistas entre o Poder Público e os servidores.
Na reclamação, o município sustenta a ausência de competência do juízo trabalhista para
decidir demandas entre o município de São Gonçalo do Amarante e seus servidores.
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Afirma que é “indiscutível e inequívoca” afronta ao que o STF decidiu na Ação Direta de
Inconstitucionalidade (ADI 3595) e no Recurso Extraordinário (RE 573202), este com
repercussão geral reconhecida.
Na ADI, o Supremo suspendeu toda e qualquer interpretação do artigo 114, inciso I, da
Constituição Federal (na redação dada pela Emenda Constitucional nº 45/04), que
inserisse na competência da Justiça do Trabalho a apreciação de causas instauradas
entre o Poder Público e seus servidores, a ele vinculados por típica relação de ordem
estatutária ou de caráter jurídico-administrativo.
No RE, a Corte julgou o caso, com repercussão geral, e definiu que a relação de emprego
entre o Poder Público e seus servidores é sempre de caráter jurídico-administrativo e,
portanto, a competência para dirimir conflitos entre as duas partes será sempre da Justiça
Comum, e não da Justiça do Trabalho.
O município assevera ainda que por força de legislação municipal (Lei Complementar
72/99) todos os servidores municipais são estatutários desde 1999, e, por isso, não
podem ter litígios, em que figurem município e servidor, submetidos à apreciação da
Justiça do Trabalho.
Diante disso, o município defende a impossibilidade das varas trabalhistas processarem e
julgarem questões que envolvam a relação jurídico-administrativa do ente municipal e
seus servidores. Pede, liminarmente, a suspensão da reclamação trabalhista em curso na
6ª Vara do Trabalho de Natal e, no mérito, a cassação (anulação) de todas as decisões
proferidas pelo juiz do Trabalho nos autos do processo, em garantia à autoridade da
decisão do STF na ADI 3395 (art. 17, da Lei 8038/90) e RE 573202, determinando
inclusive, que o juiz da 6ª Vara trabalhista se abstenha de tomar outras decisões com o
mesmo tema. O relator da Reclamação é o ministro Dias Toffoli.
Fonte: STF
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Terceira Seção vai uniformizar questão sobre prazo para ação de reajuste de servidor federal Uma divergência entre decisão da Turma de Uniformização de Jurisprudência dos
Juizados Especiais Federais (TNU) e o entendimento do Superior Tribunal de Justiça
(STJ) está para ser dirimida. O ministro Jorge Mussi admitiu incidente de uniformização
de jurisprudência acerca da renúncia e interrupção do prazo prescricional decorrentes da
edição da Medida Provisória 2.225-45/2001, na parte em que se refere a reajuste residual
de 3,17% aplicado a servidores civis do Poder Executivo Federal. Para acessar a decisão,
clique aqui.
Segundo a Universidade Federal de São João Del Rey (MG), que contesta a decisão da
TNU, foi acolhido o entendimento de que a MP 2.225-45/2001 implicou renúncia à
prescrição (isto é, à possibilidade de se postular as diferenças vencidas fora dos cinco
anos que antecederam a MP). No entanto, a TNU não considerou a referida MP como um
marco interruptivo.
Por outro lado, sustenta a universidade, a orientação adotada pelo STJ inclina-se no
sentido de que a MP “representa, sim, renúncia à prescrição, mas é também um marco
interruptivo”. Requer, assim, a reforma da decisão da TNU, reconhecendo a prescrição
das parcelas do reajuste anteriores ao período de 23 de novembro de 2000 a 31 de
dezembro de 2001.
Ao admitir o incidente de uniformização, o ministro Jorge Mussi observou estar presente a
alegada divergência jurisprudencial. Nesse contexto, a fim de evitar decisões conflitantes
durante o processamento deste incidente, o ministro determinou a suspensão dos
processos nos quais se estabeleceu a mesma controvérsia.
O relator determinou, ainda, que se oficie ao presidente da TNU e aos demais presidentes
das Turmas Recursais para comunicá-los do processamento do incidente. Os
interessados, caso queiram, têm prazo de 30 dias para se manifestar. Após isso, será
aberta vista ao representante do Ministério Público Federal pelo prazo de cinco dias.
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Boletim Informativo CEJUR n. 6/2011
Fonte: STJ
Auditor fiscal demitido por improbidade administrativa não consegue reintegração liminar no cargo O ministro Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), indeferiu o pedido
liminar com o qual auditor fiscal da Receita Federal pretendia ser reintegrado no cargo. O
servidor foi demitido por improbidade administrativa e por valer-se do cargo para obter
proveito pessoal ou de outrem em detrimento da dignidade da função pública, com
restrição do seu retorno ao serviço público federal. Para acessar a decisão clique aqui.
Em seu recurso, o auditor afirma, inicialmente, ter respondido a outro processo
administrativo disciplinar por suposto abandono de cargo, no qual fora absolvido somente
após intervenção judicial, por meio do Mandado de Segurança 12.424, julgado pela Sexta
Turma do STJ. Informa, assim, que foi reintegrado ao serviço público pela Portaria n. 352,
de 21 de junho de 2010, mas não recebeu os proventos referentes ao período de 22 de
junho a 28 de julho de 2010, questão esta que o forçou a propor ação de cobrança contra
a União.
Nesse mandado de segurança, o servidor sustenta que teriam ocorrido vícios no processo
administrativo, o qual serviu de fundamentação para um parecer aprovado e adotado pelo
ministro de Estado da Fazenda para a emissão do seu ato de demissão. Alega, ainda, a
suspeição do presidente da comissão processante, pois este já teria participado do
primeiro colegiado e formado seu convencimento contra ele, o que denotaria parcialidade.
Argumenta também ilegalidades das portarias de prorrogação e constituição da comissão
processante ante a vigência da Lei n. 11.457/2007 e da transferência dos processos
administrativos da Secretaria Previdenciária para a Secretaria da Receita Federal do
Brasil. Assim, requer a sua reintegração no cargo.
Em sua decisão, o ministro Benedito Gonçalves destacou que não verificou a presença
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dos requisitos autorizadores da medida liminar, porque a controvérsia requer uma análise
apurada de diversos fatos e circunstâncias apresentados, tarefa incapaz de ser feita em
preliminar.
Além disso, o ministro afirmou que a análise das alegações trazidas por Mello confunde-
se com o próprio mérito da ação, o qual deve ser apreciado no momento oportuno pela
Primeira Seção do STJ.
Fonte: STJ
Edital de Concurso de Remoção Pode Impedir Participação de Servidores em Estágio Probatório
O edital pode impedir que servidor público em estágio probatório participe de concurso
interno de remoção. Esse foi o entendimento da ministra Maria Thereza de Assis Moura,
do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ao julgar um recurso movido por servidores
públicos contra julgado do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4). Os demais
ministros da Sexta Turma acompanharam a posição da relatora. Para acessar o acórdão,
clique aqui.
No caso, dois servidores participaram de concurso de remoção, conforme regulado no
artigo 36 da Lei n. 8.112/1990. Entretanto, a autorização para as remoções foi impugnada,
com a alegação de que o edital para o concurso vedava a participação de quem ainda
estivesse em estágio probatório.
O TRF4 entendeu que o artigo 36 da Lei n. 8.112/90 garante a discricionariedade dos
órgãos públicos para estabelecer regras de remoção. O tribunal regional também apontou
que a matéria é regulada pela Resolução n. 387/2004, do Conselho da Justiça Federal
(CJF), que dispõe da remoção de servidores na Justiça Federal, e também dá à Justiça
autonomia para estabelecer regras.
No recurso ao STJ, os servidores afirmaram que a Lei n. 8.112/90 não traria regra contra
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a participação de servidor em estágio probatório em concurso de remoção. Afirmaram,
ainda, que a Resolução n. 387/04 apenas uniformizaria as regras para remover um
servidor, não autorizando a inclusão de novas normas não contidas nela. Isso, alegaram,
desrespeitaria o princípio da legalidade, já que só o CJF poderia estabelecer regras para
remoção no âmbito da Justiça Federal. Por fim, alegaram haver ofensa aos princípios da
isonomia e da razoabilidade, já que haveria uma efetiva discriminação contra os
servidores ainda em estágio probatório.
No seu voto, a ministra Maria Thereza de Assis Moura apontou que a legislação deu
expressamente aos órgãos onde os servidores são lotados a competência para
estabelecer as regras para remoção. A relatora também destacou que essa é a
jurisprudência pacífica no STJ. Por fim, lembrou que o próprio edital do concurso público
do órgão previa a permanência do novo servidor por pelo menos três anos na localidade
para onde foi nomeado, não sendo apreciados pedidos de remoção. Com essas
considerações, a magistrada concluiu não haver ofensa a direitos líquidos e certos nem a
princípios constitucionais.
Fonte: STJ
Turma decide sobre isenção de IR em verbas rescisórias A Segunda Turma do Tribunal Superior do Trabalho, reformando decisões das instâncias
ordinárias, deu provimento ao recurso do Banco do Estado de São Paulo S/A – Banespa,
para determinar que fossem efetuados os descontos fiscais sobre as parcelas tributáveis
deferidas em uma ação trabalhista movida por ex-funcionário do banco. Para a Turma, a
isenção tributária prevista no artigo 6º, inciso XIV, da Lei nº 7.713/1988 (que trata dos
proventos de aposentadoria ou pensão dos portadores de doenças graves) não se aplica
às parcelas percebidas em ação trabalhista.
No recurso, o Banespa buscou autorização para efetuar os descontos fiscais e
previdenciários resultantes dos créditos trabalhistas deferidos a um ex-empregado,
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aposentado em decorrência de cardiopatia grave. O empregado foi admitido como
escriturário em novembro de 1988 e exerceu suas funções no Banespa, na agência
Centro de Florianópolis (SC). Com a transferência, em 1992, de um funcionário
responsável pelo Setor de Compensação, passou a exercer as funções desse Setor, mas,
segundo alegou, nunca recebeu a respectiva gratificação.
Aposentado por invalidez em dezembro de 2003, o empregado ajuizou ação trabalhista
onde requereu o pagamento de diferenças dessa gratificação e reflexos nas demais
verbas, bem como das horas extras, do adicional noturno e diferenças de caixa, entre
outros. Seus pedidos foram deferidos, em parte, pela Quinta Vara do Trabalho de
Florianópolis, que ainda lhe concedeu a isenção do imposto de renda por ter se
aposentado por invalidez.
O Banespa recorreu ao Tribunal Regional do Trabalho de Santa Catarina (12ª Região), ao
discordar da isenção deferida em Primeiro Grau. Afirmou não ter havido por parte do
empregado pedido de isenção do imposto de renda. Mas o Regional manteve a sentença
sob o argumento de que mesmo sem o pedido expresso quanto à isenção, a norma é de
ordem pública, sendo obrigatória a sua aplicação, a partir do conhecimento do fato.
O Banco insistiu no recurso ao TST no sentido de que a isenção concedida ao empregado
abrange apenas os proventos de aposentadoria, mas que no caso, tratava-se de verbas
trabalhistas.
O ministro José Roberto Pimenta, relator na Turma, decidiu que a isenção não se aplica
às parcelas percebidas em ação trabalhista, mas ao disposto na Súmula nº 368, item II do
TST. O ministro afirmou que a isenção é apenas para os proventos que o aposentado
recebe, para livrar o montante dos encargos financeiros com os tratamentos médicos de
que necessita, e, ainda, para “assegurar maior tranquilidade ao aposentado, de forma que
se diminuam os sacrifícios a que está sujeito em decorrência da enfermidade”, concluiu.
Fonte: TST
Execução de contribuições sociais devidas a terceiros não é tarefa da JT
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A Justiça do Trabalho pode processar e julgar execução de contribuições previdenciárias
devidas pelo empregado e pelo empregador sobre os salários e outros rendimentos
decorrentes da prestação de serviço. No entanto, a execução de contribuições devidas a
terceiros, ou seja, para entidades de serviço social e de formação profissional vinculadas
ao sistema sindical cabe à Secretaria da Receita Federal.
Por esse motivo, a Oitava Turma do Tribunal Superior do Trabalho declarou a
incompetência da Justiça do Trabalho para executar contribuições previdenciárias devidas
a terceiros pela Associação da Escola Internacional de Curitiba. Segundo a relatora do
caso e presidente do colegiado, ministra Maria Cristina Peduzzi, a Constituição Federal
estabelece expressamente as competências dessa Justiça Especializada.
Diferentemente da interpretação da Oitava Turma, o juízo de origem e o Tribunal do
Trabalho paranaense (9ª Região) entendem que a Justiça do Trabalho pode discutir o
recolhimento das contribuições para terceiros. Para o TRT, como a rubrica “terceiros”
refere-se a contribuições sociais, equiparadas às contribuições previdenciárias, a Justiça
do Trabalho também está autorizada pela Constituição a decidir a respeito dessas
execuções.
Contudo, a ministra Cristina Peduzzi esclareceu que, nos termos do artigo 114, VIII, da
Constituição, compete a Justiça do Trabalho processar e julgar, de ofício, a execução das
contribuições sociais previstas no artigo 195, I, “a”, e II, da CF, decorrentes das sentenças
que proferir. E entre as contribuições sociais descritas no artigo 195 não estão incluídas
as que são devidas a terceiros.
De acordo com a relatora, o artigo 240 exclui do artigo 195 as contribuições compulsórias
dos empregadores sobre a folha de salários destinadas às entidades privadas de serviço
social (Sesi, Sesc, Senai, etc.) e de formação profissional vinculadas ao sistema sindical.
Portanto, a execução das contribuições sociais devidas a terceiros não é tarefa da Justiça
do Trabalho. A ministra Cristina ainda destacou que o artigo 3º da Lei nº 11.457/2007
atribui à Secretaria da Receita Federal a tarefa de arrecadação e fiscalização dessas
parcelas.
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Assim, em votação unânime, a Oitava Turma deu provimento ao recurso de revista da
Associação nesse ponto, a fim de declarar a incompetência da Justiça do Trabalho para
executar as contribuições previdenciárias devidas a terceiros.
Fonte: TST
7 CONGRESSOS, SEMINÁRIOS E PALESTRAS - DIREITO PÚBLICO
X Congresso Goiano de Direito Administrativo
O Instituto de Direito Administrativo de Goiás-IDAG inicia os preparativos para o X
Congresso Goiano de Direito Administrativo. O evento, já sedimentado no calendário
jurídico nacional, objetiva possibilitar aos estudiosos goianos a participação produtiva em
discussões com grandes nomes do Direito Público nacional, visando identificar,
compreender e refletir sobre os desafios que marcam a disciplina neste terceiro milênio.
Devido ao sucesso das edições anteriores, espera-se que um número superior a 600
(seiscentos) participantes prestigie o evento. Nesta edição, temas que atualmente estão
sendo debatidos pela Administração pública estadual, como parcerias-público-privadas,
concessões, relações do Estado com o terceiro setor, terceirizações e estrutura da
Administração Pública serão debatidos por profissionais renomados como Maria Sylvia
Zanella Di Pietro, Odete Medauar, José dos Santos Carvalho Filho, Luciano Ferraz, José
Maurício Conti e Romeu Bacellar, dentre outros. Maiores informações estarão disponíveis
no site www.idag.com.br . Esta edição, que será dedicada ao jurista Marcos Juruena
Vilella Souto, será realizada entre os dias 15 e 17 de junho, no Centro de Convenções de
Goiânia. Agende-se!
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