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Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas
Ano 7 • nº1387
Novembro/2013
Produção de polpa de frutas gera renda para mulheres rurais
Por iniciativa da Associação Comunitária dos Sítios Santo Elias e Santo Amaro, na comunidade Santo Elias em Ubajara-CE, um Grupo de 15 Mulheres entre 20 e 52 anos de idade vem desde 2011se organizando e gerando renda com a produção polpas de frutas.
Trata-se de um empreendimento solidário onde onze mulheres acessaram individualmente o crédito Agroamigo do Banco do Nordeste através do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar – PRONAF, obtendo um valor de R$ 2.500,00 cada, e, investiram coletivamente na construção da sede, na compra de máquinas e equipamentos para início dos trabalhos.
Como não tinham experiência com a atividade, buscaram capacitação junto à Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural - EMATER-CE, e, em fevereiro de 2012 começaram a beneficiar as frutas em sua agroindústria. Nesse mesmo ano conseguiram o Selo Agricultura 100% Familiar, que é motivo de orgulho para elas.
O que motiva
Gerar renda sem ter que sair da comunidade, trabalhar com baixa carga horária e poder continuar no exercício da agricultura e das tarefas domésticas, são fatores que motivam a
participação nesse grupo.Segundo Lurdiane Fernandes que é secretária da
Associação e trabalhadora na agroindústria, “na comunidade tinha muitas mães, só nas atividades de casa precisando se ocupar, trabalhar um pouco, a maior parte trabalhava na rua como empregada doméstica, trabalhavam o mês todo para ganhar R$ 150,00 ou R$ 200,00, aqui trabalham quatro vezes por mês e conseguem uma boa renda”, conta.
Outro aspecto positivo é que melhorou o
relacionamento, o companheirismo entre as mulheres
tanto na parceria e união no trabalho como na vida
pessoal, “antes, cada uma era por si, aí depois que o
grupo foi formado, já tem aquela parceria de conversar,
de se abrir”, diz ela.
Ubajara
Articulação Semiárido Brasileiro – Ceará
Como se organizam
O grupo se divide em dois, um trabalha pela manhã e o outro à tarde conforme o período em que as/os filhas/os estão na escola. Na rotina de trabalho, se organizam em duplas para assumir a limpeza, a dosagem, a embalagem e o manuseio da máquina despolpadeira. Esse método foi se definindo a partir da capacitação enquanto aprendiam todas as funções e iam descobrindo em qual tarefa tinham mais habilidade.
Atualmente, produzem polpas das frutas acerola, maracujá, goiaba, manga e caju, que compram na comunidade e em outros municípios. E, no tocante à comercialização, vendem principalmente para a merenda escolar de três cidades através do Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE.
Nos atuais contratos com as prefeituras, fornecem mensalmente 1.130 quilos para Ubajara, 750 quilos para Tianguá, 226 quilos para Pacujá e 80 quilos para uma escola estadual de Ubajara. Essas instituições pagam um valor de R$ 5,00 por quilo.
Abastecem também, Pousadas e hotéis de Ubajara e a própria comunidade. Para entregar os produtos fretam uma pampa na localidade vizinha e as mulheres se alternam nessa tarefa. Outra via de comercialização são as feiras da agricultura familiar das quais participam.
Do lucro obtido no mês, reservam uma parte para o pagamento das parcelas no banco, outra para manutenção do espaço, compra das frutas, frete do transporte e demais materiais necessários. O restante é dividido igualmente entre todas, contudo, a remuneração ainda é mínima, cerca de R$ 150,00 mensais devido estarem investindo na infra-estrutura. Consideram que as instalações ainda não estão adequadas e planejam concluir o revestimento das paredes com cerâmica, comprar mesa e pia de inox para facilitar a higienização e aumentar o número de máquinas.
O primeiro financiamento já foi pago e recentemente acessaram outro crédito para investir na instalação de uma câmara de resfriamento. Esse equipamento permitiu aumentar a produção, reduzir o tempo de espera para congelamento das polpas e conservar as frutas por mais tempo. Antes, eram congeladas em um freezer e o processo era demorado. Considerando a ampliação da estrutura e maior capacidade de produção e estocagem, estão em busca de novos contratos.
Todo mês, se reúnem com a coordenação da Associação para fazer a prestação de contas e conversar sobre dificuldades e estratégias de melhoria do trabalho, dependendo da necessidade, se reúnem até duas vezes no mês.
Lurdiane conta que articula a compra das
frutas e o tesoureiro da associação se
responsabiliza pelos pagamentos “o grupo não
tem presidenta, tesoureira ou secretária, a
associação é que cuida da parte burocrática”,
afirma. Porém, o projeto dessas mulheres é
fortalecer sua autonomia criando uma
cooperativa e, para isso já estão organizando a
documentação necessária.
Realização Patrocínio
Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas
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