Professor Dani Rudnicki – 2007 organizado pela Profª Zélia Araújo CONHECIMENTO E CIÊNCIA

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Professor Dani Rudnicki – 2007 organizado pela Profª Zélia Araújo

CONHECIMENTO

E CIÊNCIA

VIEGAS, Waldyr. Fundamentos de Metodologia Científica. 2 ed.

Brasília: Paralelo 15, UnB, 1999. Página 46.

  Conhecimento

Ideológico Religioso Filosófico Científico

Fonte de conhecimento

Não racional Inspiracional Racional Contingencial

Atitude mental básica

Justificação Aceitação Reflexão Dúvida

Tipo de apreciação

Valorativa Valorativa Valorativa Factual (realístico)

Posição frente ao erro

Infalível Infalível Infalível Falível

Nível exatidão

Exato. Exato Exato Quase exato

CONHECIMENTO POPULAR

É modo espontâneo de conhecer, decorrente da vida da observação desta.

Características: superficial

sensitivo

subjetivo

assistemático

acrítico

CIÊNCIA

“A ciência é a última etapa do pensamento do homem, e pode ser vista como a mais alta e mais característica façanha cultural humana. [...]”Ernest Cassirer, 1994, 337

“[...] Que a Terra gira, é, pois, uma idéia antes de ser um facto. Tal facto não tem primitivamente nenhum traço empírico. É necessário colocá-lo no seu lugar, num domínio racional de idéias, para ousar afirmá-lo. É necessário compreendê-lo para o apreender. Se Foucault procura, com o pêndulo do Panthéon, uma prova terrestre deste facto astronómico, é porque um longo preâmbulo de pensamentos científicos lhe deu a idéia desta experiência. [...].”

Gaston Bachelard, 1984, 35

“[...] A obra de todos os grandes cientistas naturais – de Galileu e Newton, de Maxwell e Helmholtz, de Planck e Einstein – não foi uma mera coleta de fatos; foi uma obra teórica, ou seja, construtiva. Essas espontaneidade e produtividade são o próprio centro de todas as atividades humanas. É o mais alto poder do homem, e designa ao mesmo tempo o limite natural de nosso mundo humano.

Na linguagem, na religião, na arte e na ciência, o homem não pode fazer mais que construir seu próprio universo – um universo simbólico que lhe permite entender e interpretar, articular e organizar, sintetizar e universalizar sua experiência humana.”

Cassirer, 1994, 358.

A ciência perdeu boa parte da aura de autoridade que um dia possuiu. De certa forma, isso provavelmente é resultado da desilusão com os benefícios que, associados à tecnologia, ela alega ter trazido para a humanidade. Duas guerras mundiais, a invenção de armas de guerra terrivelmente destruidoras, a crise ecológica global e outros desenvolvimentos do presente século poderiam esfriar o ardor até dos mais otimistas defensores do progresso por meio da investigação científica desenfreada. ...

Anthony Giddens, 1997, 109

... Mas a ciência pode – e na verdade deve – ser encarada como problemática nos termos de suas próprias premissas. O princípio ‘nada é sagrado’ é um si um princípio universalizado, que não isenta nem a aclamada autoridade da ciência.

Anthony Giddens, 1997, 109.

A ciência consiste em fazer o que se faz sabendo e dizendo que isto é tudo que se pode fazer, enunciando os limites de validade do que se faz.

Pierre Bourdieu, 1983, 44

Rubem Alves, 2002, 115

A ciência é muito boa – dentro de seus precisos limites. Quando transformada na única linguagem para se conhecer o mundo, entretanto, ela pode produzir dogmatismo, cegueira e, eventualmente, emburrecimento.

“É sempre mais fácil dizer o que não seria ciência. Simplificadamente, não são ciência a ideologia e o senso comum. Mas não há limites rígidos entre tais conceitos, pelo que aparecem sempre mais ou menos misturados. A ciência está cercada de ideologia e senso comum, não apenas como circunstâncias externas, mas como algo que está já dentro do próprio processo científico, que é incapaz de produzir conhecimento puro, historicamente não contextuado. [...]”

Pedro Demo, 1995, 18

Thomas KUHN

A estrutura das revoluções científicas (1962)

ciência normal

ciência extraordinária

paradigma

comunidade científica

POPPER

[...] a ciência começa e termina com problemas.

TIPOS DE PESQUISA

Quantitativa

Qualitativa

Quanti-qualitativa

Mét

odo

c ien

tí fi c

o (e

tapa

s)

Laka

tos

e M

arco

ni, 1

991,

85

Problema ou lacuna

Explicação

Não explicação

Colocação exata do problema

Procura de conhecimentos relevantes

Tentativa de solução

Satisfatória Inútil

Novas idéias/Produção dados empíricos

Obtenção de uma solução

Prova da solução

Satisfatória

Conclusão

Não satisfatória

Novo ciclo

MÉTODOS

Indutivo Hipotético-dedutivo

Dedutivo Dialético

MÉTODO DIALÉTICO

Concebe o mundo como um processo em transformação permanente.

Quatro leis

1) ação recíproca (“tudo se relaciona”)

2) mudança dialética (“tudo se transforma”)

3) mudança qualitativa (da quantidade à qualidade)

4) luta dos contrários (contradição)

MÉTODO HIPOTÉTICO-DEDUTIVO (POPPER)

1) Problema (Conhecimento prévio) 2) Conjecturas (Proposta de solução)3) Falseamento (Tentativa de refutação)(Conjectura que não é falseada está corroborada)

Se sim ou se não:

Novo problema

MÉTODO INDUTIVO

(do mais particular ao mais abrangente )Exemplo 1

O corvo 1 é negro.

O corvo 2 é negro.

O corvo 3 é negro.

O corvo n é negro.

(todo corvo é negro)

Exemplo 2

Plutão, Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Terra não têm brilho próprio.

Plutão, Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Terra são planetas.

Logo, todos os planetas não têm brilho próprio.

MÉTODO DEDUTIVO

(do mais abrangente ao mais particular)

Todo mamífero tem um coração.

Ora, todos os cães são mamíferos.

Logo, todos os cães têm um coração.

DIFERENÇA ENTRE A DEDUÇÃO E A INDUÇÃO

Na dedução, se as premissas são verdadeiras, a conclusão também o é.Na indução, se elas são verdadeiras, é provável que a conclusão o seja.

Na dedução, todas as informações estão nas premissas.Na indução a colusão extrapola as premissas.

TIPOS DE TRABALHOS CIENTÍFICOS

Artigos científicos

Pequeno estudo ou resumo que apresenta resultados de pesquisa.

Monografias

Texto que aprofunda o conhecimento sobre parte determinada de uma ciência.

Características da monografia (Lakatos):

•trabalho escrito, sistemático e completo

•tema específico

•estudo exaustivo, tratamento extenso (em profundidade)

•metodologia específica

•contribuição importante, pessoal e original

TIPOS DE MONOGRAFIAS

1. Estado da questão

3. Estudo comparativo (direito comparado)

4. Histórico

5. Pesquisa de campo

2. Análise de texto

DIMENSÃO

Tese (doutorado): 250 páginas

Dissertação (mestrado): 150 páginas

TC (especialização): 30/50 páginas

FICHAS DE LEITURA

São instrumento do pesquisador para:

identificar as obras (referências)

localizar as obras

lembrar o conteúdo para citações e análise

BAYLEY, David H. Padrões de policiamento. São Paulo: UsP, 2001. 269 p.Própria (exemplar tb na Biblioteca UniRitter Canoas)

17,3: pq a polícia é pouco estudada? 1) polícia não desempenha papel histórico relevante2) policiamento não tem glamour3) policiamento é repugnante moralmente (a

guerra pode ser demonstração de heroísmo, salvar a pátria, mas a polícia mostra o fracasso da sociedade)

4) problema de acesso às fontes20,1: polícia é grupo que utiliza força física para regular relações interpessoais, com autorização desse mesmo grupo

22,1“A base social da autoridade policial não determina, entretanto, como esta autoridade pode ser organizada. Por exemplo, autoridade policial freqüentemente é implementada na forma de fronteiras territoriais por grupos que não se constituíram em termos territoriais, tais como tribos e associações. Universidades, companhias mineralizadoras e exército exercem autoridade policial dentro de áreas geográficas mesmo quando a presença individual não é definida pela habitação. O contrário também se aplica. Países podem exercer autoridade policial sobre seus membros mesmo fora de suas fronteiras. [...]”

22,2: numa sociedade ocupada militarmente existe polícia

TÉCNICAS

Observação (etnografia)

Entrevistas

Questionário (survey)

Análise de discurso/conteúdo

A pesquisa bibliográfica, com ênfase na legislação, doutrina e jurisprudência, será utilizada a fim de conhecer o objeto de pesquisa do presente estudo.

TÉCNICAS

BIBLIOGRAFIA

DEMO, Pedro. Metodologia Científica em Ciências Sociais. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1995. 293 p.

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia científica. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1990. 261 p

VENTURA, Deyse. Monografia jurídica: uma visão prática. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2000. 152 p. VIEGAS, Waldyr. Fundamentos de Metodologia Científica. 2. ed. Brasília: Paralelo 15, UnB, 1999. 251 p.