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Alair Pereira Freire;
Professor Secretaria de Estado De Educação do Distrito Federal;
Licenciado em química Universidade de Brasília, UnB, 2000;
Bacharel em Engenharia de Energia Universidade de Brasília, UnB,2014;
Brasília 06 de Maio 2016
Resumo
Sempre a vida dependeu de alguma fonte de energia para se perpetuar. Desde as
necessidades mais básica até o desenvolvimento social e crescimento econômica de uma
nação faz se necessário o fluxo continuo de energia. De toda matriz energética mundial,
de toda energia que é ofertada, mais de 31% é oriunda de fonte carvoeira, entre todas as
fontes, a mais poluente. Em 2013 o total de oferta interna foi de 296 tep-toneladas
equivalente de petróleo- sendo 6,6% de origem carvoeira, no mundo, foram ofertados
134.482 tep, sendo 30,9% de origem carvoeira. Quanto a produção de energia elétrica, no
Brasil, em 2014, a oferta foi de 624.623 tep, sendo que, 2,9 % foi oriunda do carvão.
Hoje, de acordo com a Resenha Energética Brasileira, o Brasil apresenta um indicador de
1,59 tCO2/tep (toneladas de emissão de gás carbônico emitidas por equivalente de
petróleo, pelo zelo da informação, temos que: 1tep equivale 11,63 MWh), no mundo esse
índice é de 2,37 (2012) OCDE, organização para a cooperação e desenvolvimento. O uso
de fontes de energia renováveis e mais limpa pode ser a solução do problema da poluição
e degradação do meio ambiente, além de economizar a matéria prima das fontes das
energias não renováveis. De acordo com a Snap Shot Global PV Market, a soma da
potência pico de energia FV instala no mundo até o ano de 2014 é de 177 GW, desse
potencial, 38,7 GW foram instalados em 2014, a china participou com mais de 10 GW
seguida do Japão com instalação de mais de 9 GW. Ao contrário de diversos países
europeus, China, Japão e EUA, no Brasil, na década de 90 e início do século XXI, pouco
se investiu em P&D para diversificação das fontes de energia solar, por consequência,
enquanto 1% da matriz energética mundial e oriunda de fontes fotovoltaicas, no Brasil
esse índice é de 0,03%. Em prol da geração de energia sustentável, faz se necessários
incentivos públicos e privados.
Objetivo:
Apresentar no Seminário, Educação Sócio Ambiental, Educação para a Sustentação da vida, no
Espaço Educador Chico Mendes, situado na Chácara do Professor; o tema: Sol, uma fonte
inesgotável para o desenvolvimento social e crescimento econômico.
Fazer um comparativo entre os índices de emissão de gás carbônico, tCO2/kWh, toneladas de
emissão de CO2 por quilowatt hora de energia injetada no sistema, entre as fontes tradicionais de
geração de energia.
Apresentar o funcionamento de um sistema fotovoltaico residencial e a regulamentação legal
desse sistema.
Mostrar que dependendo de políticas públicas e privadas de incentivo, é possível implementar na
matriz energética brasileira, através da geração de energia compartilhada de fontes renováveis,
um considerável índice de participação de energia limpa, de custos fixos e inesgotável.
1.0-Introdição
Não temos ao certo como os hominídeos (seres humanos) lá de suas cavernas dominaram
e controlaram o fogo a fim de atender as suas necessidades emergentes. No entanto, podemos
observar que, desde então, nós utilizamos energia térmica proveniente da queima de matéria
orgânica ou mineral para atender várias necessidades cotidianas. Fazendo uma releitura histórica
verificamos que o controle do fogo, ou seja, a combustão de materiais de forma controlada, como
madeira, serragem, bagaço de cana e produtos refinados, que além de nos proporcionar conforto,
proporciona o desenvolvimento econômico e social. Vários setores de desenvolvimento social e
econômico, como transporte, industrial e doméstico, são dependentes diretamente do consumo de
energia térmica oriunda da combustão de materiais ou produtos orgânicos e minerais, seja pelo
uso direto da energia térmica ou a conversão da energia térmica em outras formas de energia tal
qual a energia elétrica.
O desenvolvimento social e econômico tende sempre a criar demanda por mais energia.
De acordo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), 2013, a oferta de energia elétrica no país tem
de crescer 42.600 (MW) nos próximos 10 anos. Neste sentido, a EAP já planejou a entrada em
operação de 34 novas usinas hidrelétrica até 2021 sendo 34 delas na Amazônia legal.
Em nome do progresso econômico, disse Mauricio Tolmasquim, ampliar a oferta de
energia hidrelétrica é condição básica para o desenvolvimento econômico. Por outro lado, o
diretor executivo da Brasil- Hydro, Flavio Miguez, aponta que a alternativa à energia hídrica é a
energia provenientes de fontes térmicas a óleo, gás natural, ou carvão, mas ressalva, a produção
de energia elétrica a partir da combustão de combustíveis fossilizadas tende aumentar a taxa de
gás carbônico na atmosfera e desta maneira contribui com o aumento do efeito estufa, além de ser
bem mais cara.
2.0-Matriz energética mundial (2001)
O carvão mineral tem grande relevância na matriz energética mundial, Borba (2001)
afirma que na composição da matriz energética global, o carvão fica abaixo apenas do petróleo,
sendo que especificamente na geração de energia elétrica, o carvão assume a condição de principal
recurso conforme apresentado na Tabela 01
Tabela 1 Carvão como principal recurso energético Borba (2001)
Recurso Consumo global de energia Geração global de eletricidade
Carvão 23,30% 38,40%
Petróleo 35,70% 8,90%
Gás natural 20,30% 16,1%
Nuclear 6,70% 17,19%
Renováveis 11,20% -
Hídrico 2,30% 17,90%
outros 0,04% 1,60%
2.1-Oferta interna de energia no Brasil e no Mundo
No período de 1973 a 2013, a dinâmica variacional da matriz energética brasileira indica
uma diminuição na participação global do petróleo e derivados que era de 45,8% caído para 39,5%
e também na contribuição da biomassa que era de 44,8% declinando para 28,5%, por outro lado,
observa-se uma ascendência na participação do: carvão mineral de 3,1% para 5,6%, urânio de 0%
para 3,1%, no mundo essa variação é maior, de 0,9 para 4,8%, hídrico que mais que dobrou de
6,1% para 12,5%. A Tabela 02 apresenta em resumo a participação de cada uma dessas fontes,
tanto na matriz energética nacional como no cenário mundial, nos anos de 1970 e 2013.
A Resenha Energética Brasileira 2014 apresenta os principais indicadores de desempenho
do setor energético nacional de 2014. Esse documento relata que a oferta interna de energia em
2014 atingiu um montante de 305,6 milhões de tep (toneladas equivalentes de petróleo), o que
equivale a 2,2% da energia mundial. A oferta foi distribuída de acordo com as fontes energéticas
da matriz de energia, como esta apresentado na Tabela 03.
2.2 Oferta Interna de Energia Elétrica.
A oferta interna de energia elétrica (OIEE) chegou a 624,3TWh (Resenha Energética
Brasileira,2014), sendo que 65% do montante foi oriundo de fontes hídricas. A Tabela 04
apresenta a distribuição da oferta entre as diversas fontes.
Tabela 2 Oferta interna de Energia no Brasil e no Mundo. (% em tep)
Tabela 3 Desempenho do setor energético
2013/2014
Tabela 4 Oferta de Energia Elétrica Distribuída entre as diversas fontes.
3.0 Indicadores de emissões de gases tóxicos.
De acordo com a Resenha Energética Brasileira 2014, O Brasil apresenta um indicador
de emissão de CO2 com uma taxa de 1,59 tCO2/tep (toneladas de gás carbônico emitido por
tonelada equivalente de petróleo; pelo zelo da informação temos que: 1 tep equivale 11,63MWh
de energia, de tal forma que, o índice de emissão de CO2 pode ser expresso por 0,137tCO2/MWh.
O gráfico contido na Figura 01 apresenta a evolução do fator mensal médio de emissão
de CO2 do parque de geração elétrico brasileiro.
Os indicadores de emissão de gás carbônico, CO2, brasileiro são menores do que
os indicadores apresentados pelos países da organização para a cooperação e desenvolvimento
(OCDE) que apresentou um indicador de 2,31(2012) enquanto que o indicador mundial foi de
2,37(2012).
A china e os Estados Unidos da América, com emissão de 13.325 milhões de toneladas
de CO2, responderam por 42% das emissões mundiais de 2012, que totalizam 31.734 Mt.
A Figura 02 apresenta a distribuição de emissões de CO2 por fonte energética e setor de
consumo no Brasil.
Devido ao aumento da demanda de energia elétrica em todo o mundo, a necessidade de
diminuir a dependência de combustíveis fosseis e a preferência por fontes de energia que não
poluem tem levado a busca de novas fontes de energia para a geração de eletricidade.
Tem se observado a participação crescente de fontes alternativas de eletricidade em
muitos países. Alguns exemplos são as pequenas centrais hidrelétricas, os geradores eólicos, os
sistemas solares térmicos, heliotermicos e, em particular, o sistema fotovoltaico.
4.0. Potência instalada de energia fotovoltaica espalhada pelo mundo
De acordo com o documento Snap Shot of Global PV Market da agencia internacional de
energia, no final de 2014, a soma da potência pico de energia fotovoltaica instalada foi de 177
GW, os países líderes em potência instalada e acumulada neste momento eram: Alemanha,
38,2GW, China, 28,1GW, Japao, 23,3GW, Itália, 18,5GW, USA, 18,3GW, França, 5,7GW,
Espanha, 5,4GW, Inglaterra, 5,1GW, Austrália, 4,1GW e Bélgica, 3,1GW.
Figura 1 Evolução do fator mensal médio de emissões de CO2 do parque de geração elétrico brasileiro (2006 - 2014).
Figura 2 Emissões de CO2 por fonte e por fonte e setor no Brasil. Resenha Energética Brasileira
2014
Dos 177GW acumulados, 38,7GW foram instalados no ano de 2014, e os países que se
destacaram com maior potência pico instalada em 2014 foram a China com mais de 10GW
seguida do Japão com mais de 9,7GW.
A Figura 03 apresenta o potencial energético fotovoltaico instalado no mundo até o ano
de 2014.
Figura 3 Potencial energético mundial fotovoltaico instalado no mundo (2004) (Snap Shot
of Global PV Market)
Nos anos 70, devido à crise do petróleo, o desenvolvimento tecnológico, no setor
fotovoltaico, acompanhava o que acontecia nos países de vanguarda no mundo. Entre o final da
década de 70 e início da década de 80 duas fabricas de módulos FV de silício cristalino foram
estabelecidas no país. Porém, no final dos anos 80 as pesquisas deste segmento sessaram devido
à falta de incentivo.
No decorrer dos anos seguintes as pesquisas e desenvolvimento tecnológicos ficaram
restritas a laboratório e projetos pilotos. Mas, muitas ações políticas e administrativas foram
desenvolvidas, por exemplo, os órgãos públicos: centro de pesquisa de energia elétrica(CEPEL),
ELETROBRAS e o ministério de minas e energia, por meio de convenio criaram o Centro de
Referência para Energia Solar Sergio de Sávio Brito (CRESESB). Em 2004 entidades Federal,
Estadual e Municipal criaram outro órgão muito importante para o desenvolvimento da tecnologia
FV, o centro Brasileiro para o Desenvolvimento de Energia Solar Fotovoltaica (CB-Solar).
Durante o simpósio nacional de energia solar fotovoltaico, ocorrido em 2005, os pesquisadores
resolveram reorganizar a associação Brasileira de energia solar que havia interrompido suas
atividades no final da década de 80. Em 2002, a ANEEL (Agencia Nacional de Energia Elétrica)
iniciou os estudos para estabelecimento de regulamentação das especificações técnicas
necessárias à instalação dos SIGFIs (Sistemas Individuais de Geração de Energia Elétrica com
fontes intermitentes), destinados ao fornecimento de energia elétrica aos consumidores isolados
da rede elétrica de distribuição, que resultou na publicação da Resolução Normativa 83/2004, que
posteriormente foi revogada e substituída pela resolução normativa nº 496/2012, a qual
regulamenta também o fornecimento de energia por meio dos MIGDs (Microssistema Isolado de
Geração e Distribuição de Energia Elétrica).
Entre as várias ações de políticas energéticas, pesquisas, desenvolvimentos de insumos,
implementação de plantas pilotos, normatizações e desenvolvimento P&D, aos poucos o conceito
de geração distribuída foi se moldando, até que, em 2012, a ANEEL definiu a regulamentação
para o sistema fotovoltaico conectados à rede de distribuição, a partir da publicação da Resolução
Normativa nº 482/2012, que trata de micro e mini geração distribuída.
4.2RESOLUÇÃO NORMATIVA Nº 482, DE 17 DE ABRIL DE 2012
A resolução 482/2012 Estabelece as condições gerais para o acesso de
microgeração, central geradora com potência menor ou igual a 100kWh, e minigeração,
central geradora com potência instalada entre 100 e 1 MWh, distribuída aos sistemas de
distribuição de energia elétrica, o sistema de compensação de energia elétrica, e dá outras
providências.
Existem vários conceitos constantes na normativa, a seguir, são elencados alguns
entre eles:
Microgeração distribuída: central geradora de energia elétrica, com potência
instalada menor ou igual a 75 kW e que utilize cogeração qualificada, conforme
regulamentação da ANEEL, ou fontes renováveis de energia elétrica, conectada
na rede de distribuição por meio de instalações de unidades consumidoras;
Minigeração distribuída: central geradora de energia elétrica, com potência
instalada superior a 75 kW e menor ou igual a 3 MW para fontes hídricas ou menor
ou igual a 5 MW para cogeração qualificada, conforme regulamentação da
ANEEL, ou para as demais fontes renováveis de energia elétrica, conectada na
rede de distribuição por meio de instalações de unidades consumidoras;
Sistema de compensação de energia elétrica: sistema no qual a energia ativa
injetada por unidade consumidora com microgeração ou minigeração distribuída
é cedida, por meio de empréstimo gratuito, à distribuidora local e posteriormente
compensada com o consumo de energia elétrica ativa;
empreendimento com múltiplas unidades consumidoras: caracterizado pela
utilização da energia elétrica de forma independente, no qual cada fração com uso
individualizado constitua uma unidade consumidora e as instalações para
atendimento das áreas de uso comum constituam uma unidade consumidora
distinta, de responsabilidade do condomínio, da administração ou do proprietário
do empreendimento, com microgeração ou minigeração distribuída, e desde que
as unidades consumidoras estejam localizadas em uma mesma propriedade ou em
propriedades contíguas, sendo vedada a utilização de vias públicas, de passagem
aérea ou subterrânea e de propriedades de terceiros não integrantes do
empreendimento;
Geração compartilhada: caracterizada pela reunião de consumidores, dentro da
mesma área de concessão ou permissão, por meio de consórcio ou cooperativa,
composta por pessoa física ou jurídica, que possua unidade consumidora com
microgeração ou minigeração distribuída em local diferente das unidades
consumidoras nas quais a energia excedente será compensada;
Autoconsumo remoto: caracterizado por unidades consumidoras de titularidade
de uma mesma Pessoa Jurídica, incluídas matriz e filial, ou Pessoa Física que
possua unidade consumidora com microgeração ou minigeração distribuída em
local diferente das unidades consumidoras, dentro da mesma área de concessão
ou permissão, nas quais a energia excedente será compensada.”
4.3-Capacidade instalada de sistemas fotovoltaicos no Brasil
Segundo a ANEEL, a capacidade instalada brasileira de geração passou a
133,9GW em 2014, a Tabela 07 como fica a distribuição desta potência por fonte
geradora.
De acordo com os registros da ANEEL, até 2014, a capacidade de geração de
energia fotovoltaica era de 47.398kW de potência pico instalada, destes, 30.000kW,
63,3% do total, são referentes a sistemas isolados, e somente 36,3%, referentes a
sistemas que se enquadram à regulamentação 482/2012.
Desta maneira, o cálculo matemático da porcentagem do potencial fotovoltaico
instalado em relação ao potencial de geração de energia elétrica instalada no Brasil
mostra que essa porcentagem fica em torno de 0,03%. No mundo essa relação é de 3%
de acordo com dados da ABSOLAR, Associação Brasileira de Energia Solar
Fotovoltaica. Essa comparação pode ser verificada no gráfico da Figura 04.
Tabela 5 Capacidade instalada de geração de energia elétrica no Brasil
ANEEL(2014)
Figura 4 comparação entre o potencial de geração de energia elétrica instalado
com o potencial de geração de energia elétrica fotovoltaica no Brasil
4.4-Distribuiçao dos sistemas solares entre os estados brasileiro
Os registros das instalações dos sistemas fotovoltaicos nos bancos de dados da ANEEL,
mostram que os sistemas estão espalhados por boa parte do território brasileiro, a Figura 05
contém um gráfico que mostra em números como estes sistemas estão espalhados.
5.0-Sistemas fotovoltaicos conectados à rede:
5.1Componentes de um sistema fotovoltaico conectado à rede:
Painel fotovoltaico;
Caixa de junção do painel fotovoltaico;
Cabeamento;
Medidor de energia.
5.2Celulas fotovoltaicas.
O efeito fotovoltaico é o fenômeno, físico que permite a conversão direta da luz em
eletricidade. Esse fenômeno ocorre quando a luz, ou radiação eletromagnética do sol, incide sobre
uma célula composta de material semicondutor com propriedades especificas.
A Figura 06 ilustra a estrutura de uma célula fotovoltaica composta por duas camadas de
material semicondutor P e N, uma grade de coletor metálico superior e uma base metálica inferior.
A grade e a base metálica inferior são os terminais elétricos que fazem a coleta da corrente
elétrica produzida pela ação da luz. A base inferior e uma película de alumínio ou de prata, a parte
superior da célula, que recebe a luz, precisa ser translucida, portanto os contatos elétricos são
construídos na forma de uma fina grade metálica impressa na célula.
Uma célula comercial ainda possui uma camada de material antireflexivo feita de nitreto
de silício ou de dióxido de titânio.
Figura 5 Distribuição em números dos sistemas de geração de energia
fotovoltaica compartilhada de acordo com a Res. 482 no território nacional.
Figura 6 Representação esquemática de uma célula fotovoltaica
A figura 07 mostra uma célula fotovoltaica comercial, onde se observa na parte superior
as grades metálicas formadas por um enorme conjunto de finos condutores e três condutores
principais conectados a eles.
As camadas semicondutoras das células podem ser fabricadas com vários materiais
diferentes, sendo o mais comum o silício.
Um semicondutor é um material que não pode ser classificado como um condutor elétrico
e nem como um isolante elétrico. As propriedades de um semicondutor podem ser classificadas
pela a adição de um material dopante.
Uma célula fotovoltaica e composta pela junção de duas camadas de material
semicondutor, um do tipo p (positivo), dopado com boro, que apresenta deficiência de elétrons, e
outra do tipo N (Negativo), dopado com fosforo, que apresenta um excedente de elétron. Devido
à diferença de concentração de elétrons nas duas camadas de materiais, os elétrons da camada N
fluem para a camada P e criam um campo elétrico dentro de uma zona de depleção. Também
chamada de barreira de potencial, no interior da célula.
A figura BB ilustra a estrutura molecular dos materiais P e N. o material P possui menos
elétrons do que teria um material semicondutor puro, o que se percebe pela presença de lacunas,
portanto é um material positivo. O material N possui elétrons em excesso, como se observa na
figura pela presença de um elétron adicional em torno de alguns átomos da estrutura. Devido ao
excesso de elétrons o material é negativo.
A Figura 08 mostra o que acontece quando duas camadas P e N são colocadas em
contato. A mudança dos elétrons e lacunas e uma camada para outra origina um campo elétrico
e cria uma barreira de potencial entre as duas camadas.
Os elétrons em movimento são coletados pelos etrodos metálicos. Se houver um circuito
fechado os elétrons vão circular em direção aos eletrodos da camada N, formando uma corrente
elétrica.
Uma célula fotovoltaica sozinha produz pouca energia e apresenta uma tensão elétrica
muito baixa, mas várias células podem ser ligadas em serie para fornecer uma grande quantidade
de energia elétrica em uma tensão mais elevada.
Figura 7 Amostra de uma célula fotovoltaica de silício mostra uma grade de finos
condutores conectados a três condutores principais.
Figura 8 modelo da estrutura molecular dos materiais semicondutores
do tipo (P) e (N)
Um módulo fotovoltaico é constituído de um conjunto de células montadas sobre uma
estrutura rígida e conectadas eletricamente. Normalmente são conectadas em serie para
produzirem tensões maiores. A Figura 09 ilustra o modo de conectar células em série. Os
terminais superiores de uma célula são ligados aos terminais inferiores de outra célula e assim
sucessivamente, até formar um conjunto com a tensão de saída desejada.
A Figura 10 mostra como é fabricado um modulo solar \fotovoltaico típico. As células e
suas conexões elétricas são prensadas dentro de uma lamina plástica. O modulo é recoberto por
uma lâmina de vidro e por último recebe uma moldura de alumínio. Na parte traseira o módulo
recebe uma caixa de conexão elétrica, à qual são conectados os cabos elétricos que normalmente
são fornecidos junto com o módulo.
5.2-Inversor interativo.
O dispositivo responsável pela injeção de energia na rede é o inversor interativo, também
chamado, em inglês, de grid-tie inverter.
Para fornecer o máximo de energia á rede, o inversor interativo deve operar no ponto de
máxima potência (MPP) do arranjo fotovoltaico. Como o MPP muda de acordo às condições
climatológica, o inversor deve possuir um sistema de segmento do ponto de máxima potência
(MPPT- sigla em inglês de maximum power point traker), que ajusta automaticamente a
impedância de entrada do inversor, de acordo à tensão MPP a cada instnte.
São funções do inversor interativo:
Converter a corrente continua, gerada pelo arranjo fotovoltaico, em corrente alternada,
de acordo com o funcionamento da rede de distribuição.
Ajustar-se ao ponto de máxima potência (MPP) do arranjo fotovoltaico conseguindo o
seu maior rendimento;
Registro operacional, guardando /transmitindo os dados durante o seu funcionamento,
através do display, cartões de memória, transmissão direta ao computador,etc.
Possuir dispositivo de proteção em CC e CA, como por exemplo: proteção contra curto-
circuito (CC/CA) , proteção contra inversão de polaridade, proteção contra sobrecargas e
sobre tensao, proteção para a conexão à rede.
A Figura 11 apresenta alguns modelos de inversores interativos.
Figura 9 Ilustração das conexões em serie das células fotovoltaicas na composição de
um módulo fotovoltaico
Figura 10 Ilustração dos componentes e da montagem de um modulo fotovoltaico
5.3Caixa de junção do painel fotovoltaico:
A caixa de junção e constituída com os seguintes dispositivos de segurança:
Cabos de string: ligando os módulos fotovoltaicos até o “quadro de
gerenciamento do SFCR”.
Fusíveis de String: proteção contra sobrecorrente para cada pólo (positivo
e negativo) de cada string.
Chave Geral CC: para seccionamento do arranjo fotovoltaico.
Dispositivo de Proteção Contra Surtos: seleção dos varistores para o
arranjo fotovoltaico.
Disjuntor Específico: chave para seccionamento e proteção contra
sobrecorrente para cada inversor.
Disjuntor (Chave) Geral CA: seccionador geral do quadro de
gerenciamento do SFCR.
Dispositivo de Proteção contra Surtos para o QGSFCR: seleção dos
varistores para o DPS do “quadro de gerenciamento do SFCR”.
5.4-Cabos.
Os cabos são os meios pelos quais a energia gerada nos painéis fotovoltaicos circulam
passando pelo inversor pela caixa de junção até chegar às cargas ou ao relógio e alcançando a
rede de distribuição da concercionaria.
Cabo Específico de Inversor: condutor de ligação de cada inversor ao quadro
de gerenciamento do SFCR.
Cabo Geral CA: condutor de ligação do SFCR até o quadro geral da unidade
consumidora.
Condutor de Equipotencialização (Aterramento Funcional): condutor para a
ligação equipotencial de todos os elementos do SFCR ao “barramento de
equipotencialização” da unidade consumidora.
5.5-Como funciona o sistema fotovoltaico.
A Figura 12 apresenta como a energia gerada pelos painéis fotovoltaicos fluem
através de todo sistema.
1. O painel solar reage com a luz do sol e produz energia elétrica (energia
fotovoltaica), os módulos fotovoltaicos sobre o telhado são conectados uma aos
outros e através de cabeamento conectados ao inversor.
2. Um inversor solar converte a energia solar dos painéis fotovoltaicos (Corrente
Continua - CC) em energia elétrica que pode ser usada em Casa ou Empresa para
a TV, Computador, Máquinas, Equipamentos, e qualquer equipamento elétrico
(Corrente Alternada - AC).
Figura 11 Modelos comerciais de inversores interativos
3. A energia que sai do inversor solar vai para o "quadro de luz" e é distribuída para
casa ou empresa, e assim reduz a quantidade de energia que se compra da
distribuidora.
4. O excesso de eletricidade volta para a rede elétrica através do relógio de luz
(relógio de luz bi-direcional). Esse relógio de luz mede a energia da rua que é
consumida quando não tem sol e, a energia solar gerada em excesso quando tem
muito sol e é injetada na rede da distribuidora. A energia solar que vai para a rede
vira "créditos de energias" para serem utilizado de noite ou nos próximos meses.
A Figura 12 apresenta os componentes básicos de um sistema fotovoltaico
conectado à rede.
6.0-Considerações finais.
Como mencionado anteriormente, nos anos 50, já se tem registro do
desenvolvimento da tecnologia das células fotovoltaicas feitas de silício no Brasil. Os
centros de pesquisas e as universidades do Brasil tais como INT, CTA e a USP iniciaram
o desenvolvimento das tecnologias de células fotovoltaicas.
No início, devido à crise mundial do petróleo nos anos 70, todas pesquisas,
voltadas para o desenvolvimento de novas fontes de energia, aos centros de pesquisas
recebiam incentivos governamentais e privados, então, pode se dizer que este foi um
período favorável para o desenvolvimento da tecnologia fotovoltaica. Neste período foi
fundada a Associação Brasileira de Energia Solar (ABENS), 1978.
Apesar da falta de incentivo, no decorrer dos anos 80 e 90, várias tecnologias
relacionadas a purificação de silício para o uso em células fotovoltaicas e a fabricação das
células, foram desenvolvidas em escala de laboratório e pilotos em diversas universidades
brasileiras e centros de pesquisas.
Por outro lado, neste mesmo período, principalmente nos anos 90, a difusão da
tecnologia fotovoltaica na Alemanha, Japão e outros países europeus, onde o
investimento estatal foram direcionados ao desenvolvimento tecnológico e industrial,
proporcionou um avanço tecnológico em energias renováveis, em especial a energia solar
heliotermica e fotovoltaica que deixou o Brasil aquém do desenvolvimento em energias
renováveis.
Mas como se sabe, nos anos 90, o Brasil sofreu uma crise energética, com apagões
em várias capitais como em São Paulo e no Rio de Janeiro, e esta crise energética
provocou o Governo Federal por meio do Ministério de Minas e Energia tomar alguma
Figura 12 Componente de um sistema fotovoltaico conectado à rede e ilustração do
funcionamento do sistema
atitude sobre o assunto, além do mas fazia se necessário a eletrificação das zonas isoladas
do Sistema Interligado Nacional, e nesse tocante, em 1994, o governo criou um programa
Para promover a eletrificação rural, baseado principalmente nos sistemas fotovoltaicos,
denominado PRODEEM (Programa de Desenvolvimento Energético de Estados e
Municípios). Através desse programa foram adquiridos 8500 sistemas fotovoltaicos.
Somente em 2001, o governo federal, mediante a criação do Fundo Setorial de
Energia (CT-ENERG), retoma as pesquisas no campo da geração de energia solar, esse
programa resultou no crescimento das atividades de P&D em energia solar fotovoltaica e
na formação de grupos de pesquisas e programas de pós-graduação.
Pode se observar que o maior obstáculo para a implementação e consolidação dos
sistemas fotovoltaicos numa escala considerável em comparação à demanda de energia e
à capacidade da matriz energética brasileira, é a falta de incentivos governamentais e
privados, pois durante os anos 90 e início do século XXI, as poucas ações de incentivos
resultou em desenvolvimento técnico e cientifico nas universidades e dos centros de
pesquisas. A Chesf (companhia hidrelétrica São Francisco), por iniciativa própria, foi
pioneira ao instalar um sistema fotovoltaico de 11kWp em 1995, em sua sede em Recife,
Pe. Até o momento, o maior incentivo apresentado ao setor foi a resolução ANEEL
482/2012, que possibilitou o acesso de pessoas físicas e jurídicas a rede de distribuição
elétrica, participando da geração de energia, no entanto, outros incentivos governamentais
serão necessários para cada vez mais este acesso seja mais possível.
7.0-Conclusão:
O mais certo é: jamais a vida será independente do sistema de fluxo de energia. Só é viável viver
se o processo de comutação de energia existir. No entanto, dependendo da forma que se canaliza
o processo do fluxo energético, outros recursos vitais, tanto quanto é a energia, são destruídos e
às vezes aniquilados, então, o que resta é escolher os meios de comutação de energia pelos quais
os demais recursos sejam preservados. Para tanto, nós sociedade!!! Devemos pagar o preço agora,
para que o custo não seja tão caro no futuro.
8.0-Referencia Bibliográfica.
AGUIAR, DIMAS CAMPOS; BALESTIER, JOSÉ ANTONIO PARRELLA. Carvão Mineral:
Um Estudo Sobre o Consumo Nacional e Respectivas Emissões de CO2. XXVII
Encontro Nacional de Engenharia de Produção, A Energia que Move o Mundo, Foz do
Iguaçu, PR, 09 a 11 de 2007.
FREIRE, ALAIR, Blendas de Bioquerosene e Querosene de Aviação: caracterização
térmica e espectrométrica. Universidade de Brasília (2014).
MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA, Resenha Energética Brasileira Exercício 2014 Edição
2015, Ministério de Minas e Energia, 2015.
PEREIRA, FELIPE ALEXANDRE; OLIVEIRA, ÂNGELO SARMENTO. Curso Tecnico
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VILLAVA, MARCELLO GRADELA; GAZOLI, JONA RAFAEL. Energia Solar
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