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UNIVERSIDADE ANHANGUERA - UNIDERP
PROGRAMA DE MESTRADO EM MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO
REGIONAL
CAMPO GRANDE - MS
2009
GUILHERME APARECIDO DA SILVA MAIA
A INTERFACE DA INOVAÇÃO TECNOLÓGICA COM O AMBIENTE: TENDÊNCIA
EM MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DE CAMPO GRANDE/MS
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em nível de Mestrado Acadêmico em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional da Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Mestre em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional.
Orientação: Prof. Dr. José Sabino Prof. Dr. Celso Correia de Souza Profa. Dra. Vera Lúcia Ramos Bononi
CAMPO GRANDE - MS
2009
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Anhanguera – UNIDERP
MAIA, Guilherme Aparecido da Silva. A interface da inovação tecnológica com o ambiente: tendência em micro e pequenas empresas de Campo Grande/MS / Guilherme Aparecido da Silva Maia. -- Campo Grande, 2009.
42f.
Dissertação (mestrado) – Anhanguera - UNIDERP, 2009. “Orientação: Prof. Dr. José Sabino.”
1. Empreendedorismo 2. Empreendimento privado 3.
Desenvolvimento regional, 4. Sustentabilidade. I. Título.
CDD 21.ed. 658.514
M186e
FOLHA DE APROVAÇÃO
Candidato: Guilherme Aparecido da Silva Maia Dissertação defendida e aprovada em 20 de maio de 2009 pela Banca Examinadora: __________________________________________________________ Prof. Doutor José Sabino (Orientador) Doutor em Ecologia __________________________________________________________ Prof. Doutor Fábio Edir dos Santos Costa (UEMS) Doutor em Ciências Biológicas __________________________________________________________ Prof. Doutor Gilberto Luiz Alves (UNIDERP) Doutor em Educação
AGRADECIMENTOS
Ao professor José Sabino, por ter tornado tudo isso possível; à Coordenação
de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES, pela bolsa de estudos a
mim concedida durante o período de créditos do mestrado; à Coordenação do
Mestrado em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional (UNIDERP /
ANHANGUERA), pela estrutura do curso; ao Reinaldo Bazoni, pela generosidade
em dividir os conhecimentos sobre estatística em momentos críticos; aos
empresários que se dispuseram a responder o questionário; à Marcy Olinda Sayd
Dias, protetora nas horas mais difíceis e ao Carlos Roberto Moreira, pelo apoio
incondicional durante todo o curso.
SUMÁRIO
RESUMO ....................................................................................................................vi
ABSTRACT ...............................................................................................................vii
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................1
2. REVISÃO DE LITERATURA ..................................................................................3
2.1. A INOVAÇÃO TECNOLÓGICA ............................................................................3
2.2. A SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL .................................................................6
3. MATERIAL E MÉTODOS .....................................................................................10
3.1. COLETA DE DADOS .........................................................................................10
3.2. ANÁLISE ESTATÍSTICA ...................................................................................12
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................13
4.1. INOVAÇÃO DE PRODUTO ...............................................................................14
4.2. INOVAÇÃO DE PROCESSO .............................................................................15
4.3. INOVAÇÃO DE SERVIÇOS ...............................................................................16
4.4. A INOVAÇÃO TECNOLÓGICA E A SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL .........20
5. CONCLUSÃO .......................................................................................................24
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .....................................................................26
ANEXOS ...................................................................................................................29
ANEXO A - QUESTIONÁRIO ESTRUTURADO.......................................................30
ANEXO B - RELAÇÃO DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS VISITADAS.......35
RESUMO
Nos últimos anos, a inovação tecnológica e a sustentabilidade têm sido amplamente
debatidas nas agendas governamentais e nos planejamentos das grandes empresas
nacionais e multinacionais. Este estudo tem como objetivo verificar se essa é uma tendência
também em micro e pequenas empresas em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. O estudo
foi realizado no período de fevereiro a novembro de 2008 e janeiro e março de 2009. A
metodologia foi baseada no Manual de Oslo. O instrumento de coleta de dados foi o
questionário estruturado, composto por três grandes eixos: inovação de produto, inovação
de processo e inovação de serviços. Os resultados indicam que em Campo Grande existem
aproximadamente 17.000 empresas. Dentre as investigadas (n=138), 28,38% desenvolvem
inovação tecnológica de produto; 19,04% têm instalado novas tecnologias de processo;
57,4% têm instalado novos equipamentos. Quanto à prestação de serviços, somente
36,76% têm melhorado o canal de comunicação entre suas empresas e os seus
consumidores e 20,40% têm procurado divulgação via Internet. Referente às ações de
sustentabilidade, o universo de 138 micro e pequenas empresas estudadas apresentou uma
conduta ambiental com poucas ações. De toda a amostragem, 41% não praticam ações
relacionadas à sustentabilidade; 23% praticam poucas ações; e, somente 27% praticam
muitas ações nesse sentido.
Palavras-Chave: empreendedorismo, empreendimento privado, desenvolvimento regional,
sustentabilidade.
vi
ABSTRACT
THE INTERFACE OF TECHNOLOGICAL INNOVATION AND THE ENVIRONMENT:
TENDENCY IN MICRO AND SMALL ENTERPRISES IN CAMPO GRANDE, MATO
GROSSO DO SUL STATE
In recent years, technological innovation and sustainability have been widely discussed in
government agendas and the planning of large national and multinationals companies. The
main goal of this study is to verify whether this is also a tendency in micro and small
enterprises in Campo Grande, Mato Grosso do Sul State. The study was conducted from
February to November 2008 and January to March 2009. The methodology was based on
the Oslo Manual. The data collection tool was a structured questionnaire consisting of three
main areas: product innovation, process innovation, and innovation services. The results
indicate in Campo Grande there are about 17,000 companies. Among the companies
examined (n=138), 28.38% develop technological innovation of product, 19.04% have
installed new technology to process, 57.40% have installed new equipment. As for services,
only 36.76% have improved the channel of communication between their companies and
their consumers, and 20.40% have tried to increase the communication via the Internet.
Concerning the actions of sustainability, the universe of 138 micro and small businesses
conduct an environmental study presented with a few shares. The entire sample, 41% do not
practice initiatives related to sustainability, 23% practice a few shares, and only 27% practice
many actions in this area.
Key words: entrepreneurship, private endeavor, regional development, sustainability.
vii
1. INTRODUÇÃO
Em Mato Grosso do Sul, uma Política oficial de Ciência e Tecnologia foi
adotada a partir de 1999 com a criação da Secretaria de Planejamento e de Ciência
e Tecnologia - SEPLANCT e do Fórum Estadual de Ciência e Tecnologia
(SEPLANCT, 1999).
As diretrizes da Política de Ciência e Tecnologia deliberada pelo Fórum privilegiaram
mais a investigação científica clássica, no âmbito acadêmico e das instituições de
pesquisa, do que a inovação tecnológica.
Em 2007, com a reforma administrativa do Governo do Estado, a inovação
tecnológica passou a figurar como diretriz estratégica da Política de Ciência,
Tecnologia e Inovação de Mato Grosso do Sul. Como resultado dessa Política, o
estado teve acesso a programas de fomento do Governo Federal que têm a
inovação tecnológica como prioridade. No entanto, para a prática dessa política, há
necessidade de levantamento de informações básicas da atuação das empresas em
Mato Grosso do Sul, principalmente nas micro e pequenas, visto que estas são
responsáveis pela maior parte dos empregos no estado.
Segundo a Junta Comercial do Estado de Mato Grosso do Sul - JUCEMS, no
estado existem aproximadamente 40 mil micro e pequenas empresas em atividade,
das quais perto de 17 mil estão localizadas na capital, Campo Grande.
Da necessidade de se conhecer tendências e estabelecer parâmetros de
comportamento sobre inovação e sustentabilidade em micro e pequenas empresas
em Campo Grande, surgiu esta pesquisa, visto que grande parte da exploração da
biodiversidade é direcionada para atender o abastecimento de insumos para micro e
pequenas empresas. Essas categorias de empresas são importantes elos nessa
cadeia produtiva de insumos oriundos da biodiversidade. Embora as micro e
2
pequenas empresas do Mato Grosso do Sul representem um potencial de consumo
e impacto, notadamente por estarem próximas ao Cerrado e Pantanal, ainda não foi
realizada uma investigação para mapear a conduta desse setor em questões de
inovação tecnológica e sustentabilidade ambiental.
Visando suprir essa lacuna na formulação de indicadores de inovação
tecnológica, uso de recursos naturais e mecanismos de sustentabilidade ambiental
em Mato Grosso do Sul, este estudo tem como objetivo verificar a tendência do
comportamento em micro e pequenas empresas de Campo Grande, quanto ao uso
das práticas de inovações tecnológicas e sua interface com o ambiente.
3
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. A INOVAÇÃO TECNOLÓGICA
O primeiro passo para realização deste estudo foi definir o conceito de
inovação tecnológica, visto que o tema ainda não tem significado único devido a sua
complexidade (ANDRADE, 2004).
Peter Drucker define inovação como o “esforço para criar mudanças
objetivamente focadas no potencial econômico ou social de um empreendimento”.
Essa definição mostra a essência do caráter de mudança que a inovação
proporciona, pelo seu caráter transformador na localidade onde ela acontece. No
entanto, o tema requer uma investigação mais abrangente, visto que o assunto
possui múltiplas acepções (DRUCKER, 1973 apud DAVILA, 2007).
Andrade (2004) aponta duas correntes de pensamento na classificação de
inovação tecnológica no mundo contemporâneo: uma derivada das concepções
econômicas do pensamento de Joseph Schumpeter (início do século XX) e outra
derivada do pensamento de Bruno Latour, que abriu espaço para a área de Ciências
Sociais debater o tema. Para Schumpeter, a inovação é um meio para se atingir
melhor desempenho financeiro das empresas. Christopher Freeman, seguidor de
Schumpeter, aproveitou o ambiente favorecido pela competitividade internacional,
incitada por empresas e governos nos anos 1960, para fortalecer esse pensamento
naquela época (ANDRADE, 2004).
Latour acreditava que o processo inovativo só atingiria sua plenitude se
houvesse, além do componente tecnológico, um ambiente social favorável. Para ele,
o inovador precisaria controlar aspectos sociais como legislação, licenciamentos,
marketing, dentre outros, para que a inovação fosse bem sucedida e
adequadamente apropriada pela sociedade (LATOUR, 1994 apud ANDRADE,
2004).
O pensamento contemporâneo, amadurecido por debates promovidos por
importantes pensadores como Callon (1987) e Trigueiro (2005), e pela atuação de
4
influentes órgãos financiadores de Ciência e Tecnologia, como a Financiadora de
Estudos e Projetos – FINEP, propõe unir as duas pontas das correntes – de
Schumpeter e Latour – conciliando as duas linhas de pensamento.
Atualmente, o entendimento predominante é que o pensamento tradicional de
Schumpeter, ao oferecer elementos para a compreensão da dinâmica inovativa e
seu universo de possibilidades técnicas produtivas e coorporativas, deve juntar-se
ao olhar sociológico de Latour, que possibilita a prática e difusão da inovação a
todos os setores da sociedade, sejam eles econômicos ou não-econômicos.
Seguindo essa linha de raciocínio, o presente estudo baseou-se nos
fundamentos teóricos contemporâneos em que, para que haja inovação, deve existir
conhecimento, ambiente econômico e técnico, junto de elementos sociais favoráveis
para sua concretização (KELLY, 2007).
É importante ressaltar que as pesquisas de inovação, em geral, abrangem
tanto as inovações próprias quanto as adaptadas – ou seja, nestes casos, o produto
ou processo já existente no mercado passa a ser utilizado pela empresa –, o que
significa que ambos os tipos de inovação aparecem juntos, tanto no esforço próprio
de capacitação tecnológica, como no esforço de modernização por meio de outras
formas de aquisição de conhecimento já produzido e difundido no mercado.
Nessa tendência, o Manual de Oslo (2004: 54-56) - editado em 1990 pela
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), cuja sede
está localizada em Paris e é composta por 30 países desenvolvidos, contém
propostas e diretrizes para a coleta e interpretação de dados sobre inovação
tecnológica. No Brasil, o manual foi traduzido em 2004 pela Financiadora de Estudos
e Projetos - FINEP, subordinada ao Ministério da Ciência e Tecnologia - MCT -
apresenta os seguintes conceitos de inovações:
a) Inovação Tecnológica em Produtos e Processos: compreende a
implantação de produtos e processos tecnologicamente novos e substanciais
melhorias tecnológicas em produtos e processos. Para ser considerada implantada,
a inovação tem que ser introduzida no mercado (inovação de produto) ou usada no
processo de produção (inovação de processo).
5
Deste modo, para caracterizar inovação tecnológica, a exigência mínima é
que o produto ou processo deve ser novo (ou melhorado) para a empresa e não
para o mercado.
A inovação de produto refere-se tanto a bens materiais como também
serviços. Quanto à abrangência, a inovação de produto pode ser classificada em:
produto tecnologicamente novo e produto tecnologicamente aprimorado.
O que diferencia exatamente um produto tecnologicamente novo são as suas
características. Elas devem ser diferentes daquelas existentes no produto, antes da
transformação pela inovação, ou, então, tratar-se de um novo produto, diferente de
qualquer similar existente.
As inovações podem abranger tanto elementos tecnologicamente novos
como também serem o resultado da combinação de tecnologias existentes com
novas formas de utilização, ou, simplesmente, derivam do uso de um novo
conhecimento.
b) Na inovação de processo, o enfoque é o método de produção. Para
caracterizá-la, o método tem que ser novo ou significativamente melhorado. Ele
pode abranger tanto mudança em equipamentos ou novas formas de organização
da produção, bem como a combinação de ambos. Pode derivar, ainda, do uso de
novo conhecimento.
c) As inovações de serviços estão diretamente ligadas aos processos de
comunicações das empresas; transmissão de dados via Internet; sistemas de
mapeamento por computador e satélite usado por motoristas para diminuir o tempo
na entrega de produtos; atendimento via Internet ou telefone, dentre outros serviços
personalizados que facilitem o acesso dos bens aos consumidores.
6
2.2. A SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL
Nas últimas décadas, paulatinamente vem se consolidando a necessidade de
incorporação de conceitos e ações de sustentabilidade ambiental nos processos de
inovação tecnológica (ANDRADE, 2004).
A inovação tecnológica coloca nas prateleiras das lojas e supermercados uma
infinidade de opções de bens de consumo cada vez mais ao alcance de todas as
camadas sociais. No entanto, pesquisa realizada pelos institutos brasileiros Akatu e
Ethos em 2004 apontava que 44% desses consumidores delegam às grandes
empresas a responsabilidade sobre o processo de sustentabilidade nos produtos
que eles compram (TRIGUEIRO, 2005).
Não se pode negar a importância da atuação do setor financeiro junto ao
setor produtivo, especialmente nas grandes empresas, por meio de financiamentos
que geram novos bens e serviços para a população. Porém, essa consciência deve
ultrapassar os limites do consumismo para figurar nas agendas políticas do País.
Nisso a população pode interferir.
Se os consumidores passarem a boicotar empresas que não atentem para a
sustentabilidade ambiental no modo de produção de bens e serviços, o próprio
governo terá que tomar uma providência legal. Por exemplo, o Governo Federal
poderia exigir plano de uso racional da água nos créditos agrícolas para
financiamento das grandes safras, ou, no caso dos governos estaduais, o
cumprimento das Deliberações dos Conselhos Estaduais de Controles Ambientais -
CECA, que dispõem sobre a preservação e utilização das águas das bacias
hidrográficas (IMASUL, 1997).
Não se pode esquecer que mais de 50% dos ativos movimentados na Bolsa
de Valores de São Paulo - Bovespa dependem dos recursos da biodiversidade
brasileira. No entanto, a Federação Brasileira dos Bancos – FEBRABAN ainda não
incluiu em seu estatuto a palavra “ambiental” como geradora de toda essa riqueza
(ATHAYDE, 2009).
Paulatinamente, o mundo tem tomado consciência que os recursos da
natureza são finitos. Relatórios do Programa das Nações Unidas para o Meio
7
Ambiente – PNUMA indicam que “o consumo de recursos naturais já supera em
20% ao ano a capacidade do planeta de regenerá-los”.
O marco inicial que chamou a atenção do mundo para a sustentabilidade foi a
Conferência das Nações Unidas sobre o Homem e o Meio Ambiente (Conferência de
Estocolmo), realizada na Suécia em 1972, que contou com a participação de 113
países. Deste encontro resultou Declaração sobre o Ambiente Humano com 26
princípios. É importante observar que a Constituição Federal Brasileira de 1988
incorporou os princípios dessa Conferência, sob Título VIII, Capítulo VI, o art. 225,
que trata exclusivamente do Meio Ambiente.
A Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, instituída pela
Organização das Nações Unidas - ONU em 1983 estabeleceu novos princípios
norteadores das relações entre a humanidade e o meio ambiente, reexaminando o
processo de desenvolvimento praticado nas décadas anteriores pelos países
desenvolvidos e propondo novos caminhos para o crescimento (ESTRATÉGIA
MUNDIAL PARA CONSERVAÇÃO, 1984).
A Comissão publicou, em 1987, uma declaração universal de proteção ao
meio ambiente, o documento “Nosso Futuro Comum”, conhecido mundialmente
como Relatório Brundtland1. A diretriz principal do documento foi propor uma
interação entre desenvolvimento econômico e sustentabilidade ambiental. A
necessidade de se observar atentamente o crescimento populacional, de forma a
garantir a sobrevivência das pessoas com dignidade; preservar a biodiversidade;
diminuir o consumo de energia e desenvolver tecnologias menos poluentes e com
fontes renováveis; estabelecer novas relações entre o crescimento urbano e a
produção no campo são resultados desse documento. O desenvolvimento dos
países deveria ser alcançado por meio de tecnologias ecologicamente viáveis e
adaptáveis às suas necessidades (RELATÓRIO BRUNDTLAND, 1987).
A principal contribuição do Relatório Brundtland foi conceituar e disseminar
mundialmente o conceito de desenvolvimento sustentável como sendo “o
desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a
capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades”, que
1 Em homenagem a Gro Harlem Brundtland, política, diplomada, médica norueguesa e líder internacional em desenvolvimento sustentável e saúde pública, que presidiu a Comissão.
8
permanece atualizado até hoje como objetivo a ser alcançado pela humanidade
(ESTRATÉGIA MUNDIAL PARA CONSERVAÇÃO, 1984).
Em 1992, o Brasil foi o primeiro signatário da Convenção de Diversidade
Biológica da ONU, como resultado da Eco-92 (Conferência das Nações Unidas para
o Meio Ambiente e o Desenvolvimento Sustentável - CNUMAD), realizada no Rio de
Janeiro, onde 168 países estiveram presentes propondo políticas de uso e
conservação do meio ambiente. A partir da implantação da Política Nacional da
Biodiversidade - PNB, pelo Ministério do Meio Ambiente - MMA, por meio do Decreto
nº 4339/02, os conceitos de sustentabilidade foram ampliados para toda a sociedade
brasileira, por traçar diretrizes para o uso sustentável dos elementos da
biodiversidade (MEDEIROS, 2006).
A partir desse período, a agenda ambiental passou a fazer parte não só das
agendas governamentais, mas também do planejamento e gestão de numerosas
empresas. Reduzir o consumo de recursos por meio da economia de energia, de
materiais, de água e ampliar as ações de reciclagem passou a configurar como
ações estratégicas das principais empresas no mundo (BENJAMIN, 2005).
Essa tendência vem se consolidando cada vez mais, visto que a
biodiversidade e os recursos naturais passaram a ser tratados como bem econômico
de interesse difuso, dada a sua importância para a economia nacional, haja vista os
números da indústria pesqueira, farmacêutica, dermatocosmética e florestal. Apenas
este último setor é responsável por 4,0% do PIB brasileiro e gera dois milhões de
empregos diretos e indiretos e consome em torno de 300 milhões de m3 de madeira
nativa e plantada por ano (NOCE, 2005). Os principais setores explorados são:
papel e celulose; madeira e móveis; chapas e compensados; siderurgia, carvão,
lenha e energia; óleos e resinas; fármacos; cosméticos e alimentos (BENJAMIN,
2005).
No entanto, não há só a exploração in natura da biodiversidade. As pesquisas
científicas apontaram caminhos nunca antes trilhados pelo setor empresarial, como
a biotecnologia.
9
Nos últimos anos, com o crescimento das indústrias baseadas em material
biotecnológico (farmacêutica, nutricional, química, agrícola) e da conseqüente
apropriação destes recursos, por meio do patenteamento de processos ou produtos,
a biodiversidade, em especial a diversidade genética passou a ser mais valorizada
pelos próprios países detentores destes recursos, levando-os a uma mudança de
atitude com relação ao controle do seu acesso.
Das 150 drogas mais indicadas nos EUA, 57% contém ao menos um
componente derivado, direta ou indiretamente, de recursos genéticos, oriundos
principalmente da América Latina (AZEVEDO, 2003).
A literatura científica está repleta de publicações focadas no uso da
biodiversidade pelas grandes empresas no Brasil e no mundo, como por exemplo,
Leonel (2000), Calixto (2003), Ferro (2004), Trigueiro (2005) etc. Porém, em Mato
Grosso do Sul ainda não houve, até o momento, nenhum estudo focado no
mapeamento das ações de inovação tecnológica e sustentabilidade em micro e
pequenas empresas.
10
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1. COLETA DE DADOS
O estudo foi realizado no período de fevereiro a dezembro de 2008 e entre
janeiro e março de 2009, na cidade de Campo Grande, Mato Grosso do Sul. A
população escolhida se constituiu de micro e pequenas empresas dos setores
industrial, comercial e de serviços. O tamanho da amostra foi baseado em cálculo
estatístico que resultou em 138 micros e pequenas empresas desses setores. A
fonte de pesquisa foi interna, ou seja, dentro da própria empresa com entrevistas
pessoais aos empresários.
O Sistema de Coleta de Dados do Manual de Oslo adota duas formas de
abordagens: a abordagem pelo sujeito e a abordagem pelo objeto. Na primeira, o
foco do estudo é o comportamento inovador do empresário e das atividades
inovadoras da empresa como um todo. Na segunda, a atenção é voltada para o
número e as características das inovações individuais. Neste estudo, optou-se pela
primeira abordagem, visto estar alinhada às metodologias nacionais e internacionais
de pesquisa em inovação tecnológica.
O instrumento de coleta de dados foi um questionário estruturado, focado em
três grandes eixos: perfil do empresário, caracterização da inovação e componentes
de sustentabilidade ambiental. No primeiro eixo, as informações traçam um perfil do
empresário quanto ao gênero, idade e tempo de atividade no setor. Na
caracterização da inovação, procurou-se obter informações referentes à prática de
inovação tecnológica em produto, processo e serviços.
Na inovação de produto, as questões são referentes à substituição de
insumos por materiais com características melhoradas, como tecidos respiráveis,
ligas leves, contudo resistentes, plásticos não agressivos ao ambiente etc.; utilização
de Sistemas de Posicionamento Global (GPS) em equipamentos de transporte;
utilização de câmeras em telefones celulares; utilização de softwares para melhorar
a facilidade ou a conveniência de uso, bem como softwares antifraudes que perfilam
11
e rastreiam as transações financeiras individuais; redes sem fio embutidas em
laptops; produtos com consumo de energia significativamente reduzido; mudanças
expressivas em produtos para atender padrões ambientais, dentre outras questões.
Quanto à inovação de processo, o foco do estudo foi direcionado para
levantamento de informações referentes ao uso de tecnologia de fabricação capazes
de ajustar processos; utilização de novos equipamentos exigidos para produtos
novos ou melhorados; uso de instrumentos de corte a laser, embalagens
automatizadas; desenvolvimento de produtos auxiliado por computador; controle de
qualidade utilizando equipamentos computadorizados; dentre outras.
Referente à inovação de serviços, o levantamento considerou as estratégias
em micro e pequenas empresas para disponibilizar seus produtos aos seus
consumidores; uso da Internet como veículo de comunicação empresarial; novas
formas de garantia estendida e marketing.
Fechando esse ciclo de perguntas, o empresário foi indagado sobre seu
interesse em implantar ações inovadoras. Para tanto, foi disponibilizado espaço para
sua manifestação de interesse em cinco categorias: nenhum interesse, pouco,
médio, muito e excepcional interesse.
Na última parte, o foco do estudo foi direcionado às ações de sustentabilidade
ambiental, como o entendimento do conceito de desenvolvimento sustentável,
reciclagem e coleta seletiva de lixo, reuso de água, energia renovável e
competitividade.
O conceito de sustentabilidade aplicado foi o da Comissão de Brundtland que
entende Desenvolvimento Sustentável como sendo o “desenvolvimento que satisfaz
as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras
de suprir suas próprias necessidades”.
Novamente, o empresário foi convidado a responder sobre seu interesse em
praticar ações de sustentabilidade.
A última parte do questionário, abordou o entendimento dos micro e pequenos
empresários referente ao conceito de competitividade empresarial. Foram
apresentados cinco conceitos de acordo com as teorias de Kupfer (1994), para o
12
qual uma empresa competitiva é aquela que tem melhor desempenho das suas
exportações; do SEBRAE-SP (2008), que definiu a empresa competitiva como
sendo aquela com capacidade de produção com melhores preços em relação às
outras; de Porter (1999), que entende empresa competitiva como sendo aquela com
melhor capacidade tecnológica; de Cunha (1999) que classificou como competitiva a
empresa que melhor remunera seus funcionários; e, Raful (2007), que adotou o
conceito de crescimento econômico, com responsabilidade ambiental e social como
o mais completo critério de classificação da competitividade empresarial.
As alternativas foram distribuídas utilizando-se vários conceitos equivocados
de competitividade e, apenas um correto.
3.2. ANÁLISE ESTATÍSTICA
Quanto aos parâmetros estatísticos, os dados referentes ao tamanho da
amostra foram baseados para população finita - 17.000 empresas -, em que se
conhecia o tamanho da população fundamentado em hipótese científica com um
grau de confiança de 95% de probabilidade, e com uma margem de erro de 8,4%
para mais como para menos.
Os dados das 138 empresas foram tabulados em planilhas Microsoft Excel® e
analisados por meio do Programa de Tecnologia e Informática da Agropecuária,
desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA).
Utilizou-se a estatística descritiva ou dedutiva por meio de tabelas, gráficos,
medidas de tendência central, medidas de dispersão como desvio padrão e
coeficiente de variação.
Também foi aplicada a estatística inferencial, utilizando amostra para
representar a população, por meio de teste de hipóteses, obedecendo à curva de
distribuição normal e o Teorema do Limite Central, com uma determinada margem
de segurança.
13
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO A pesquisa realizada aponta que 44% das micro e pequenas empresas de
Campo Grande estão no mercado há mais de 20 anos, 23% estão entre 11 e 20
anos, 19% entre 5 e 10 anos e, 14% são atuantes há menos de 5 anos (Figura 1).
A maior parte dos proprietários das micro e pequenas empresas é formada
por homens (59%), 9% são de mulheres e, 28% de ambos.
19%
23%
44%
14%
Menos de 5 anos
5 a 10 anos 11 a 20 anos 20 a 30 anos
Figura 1. Tempo de atividade de micro e pequenas empresas em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, em fevereiro a novembro de 2008 e janeiro e março de 2009.
Quanto à inovação tecnológica, por meio dos dados apurados, foi possível
detectar o percentual de micro e pequenas empresas em Campo Grande, que
praticam inovação tecnológica de produto, processo e serviços, como demonstra a
Tabela 1.
14
Tabela 1. Amostra de micro e pequenas empresas de Campo Grande, (n=138) que praticam inovação de produto, processo e serviços.
INOVAÇÃO SETOR DISCRIMINAÇÃO Própria Implantada Não
Pratica Inovação de produto
Utilização de melhores insumos na produção de bens
28,38% 47,76% 23,88
Instalação de uma tecnologia de fabricação nova ou melhorada
19,04% 47,62% 33,33% Inovação de processo
Novos equipamentos exigidos para produtos novos ou melhorados
57,14% 9,52% 33,33%
Novos serviços para melhorar o acesso dos consumidores aos bens ou serviços da micro e pequena empresa
36,76% 35,29% 27,94%
Novas formas de garantia, como a garantia estendida para bens novos ou usados.
20,40% 79,59% -
Inovação de serviços
Criação de sites na Internet para oferta de serviços e informações
20,40 79,59% -
Em Campo Grande existem cerca de 17 mil empresas, das quais somente
28,38% desenvolvem inovação tecnológica de produto; 19,04% têm instalado novas
tecnologias de processo; 57,4% têm instalado novos equipamentos. Quanto à
prestação de serviços, somente 36,76 têm se preocupado em melhorar o canal de
comunicação entre suas micro e pequenas empresas e os seus consumidores e
20,40% têm procurado divulgação via Internet, fundamental canal de comunicação
dos últimos anos.
4.1. INOVAÇÃO DE PRODUTO
A inovação de produto está concentrada na utilização de insumos com
características melhoradas. Essa inovação pode surgir das idéias empreendedoras
dos próprios micro e pequenos empresários - o que caracteriza inovação própria2 -,
ou, podem surgir da disseminação ou aproveitamento das idéias de outros
empresários dos setores afins - caracterizando assim a inovação implantada.
De todos os micro e pequenos empresários entrevistados, 23,38%
responderam que buscam constantemente utilizar ou substituir os insumos como
15
Figura 2. Micro empresário do setor serralheiro produzindo móveis tubulares com inovação própria, em Campo Grande, em janeiro de 2009.
forma de sobrevivência do negócio. Se a utilização de uma matéria-prima se torna
inviável para a produção do bem, imediatamente ela é substituída por outra que
possa produzir o mesmo produto.
Quando não é possível desenvolver novos usos dos insumos, então, parte-se
para buscar novas idéias junto aos empresários do mesmo setor que passaram
pelas mesmas dificuldades. Esse caminho é tomado por 47,76% dos micro e
pequenos empresários entrevistados3.
Finalmente, quanto à inovação de produto, 23,88% dos entrevistados
responderam que não praticam nenhuma inovação.
4.2. INOVAÇÃO DE PROCESSO
A inovação de processo da população estudada percorre dois caminhos que
se completam: novas tecnologias e novos equipamentos. A instalação de uma
tecnologia nova ou melhorada desenvolvida dentro da própria micro e pequena
2 Uma empresa no setor de mecânica inovou adaptando o eixo de grandes caminhões para caminhões do tamanho médio. A inovação está no fato de que os eixos são fabricados em tamanho único. Sua inovação possibilitou a implantação em tamanhos derivados. 3 A criatividade do micro e pequeno empresário é impressionante. Para se ter uma idéia, um pequeno empresário do setor de serralheria teve a idéia de fabricar a grade carregadora de botijão de gás para motocicletas, inspirado nas motos entregadoras de pizza. Um pequeno fabricante de calhas da periferia de Campo Grande-MS faz constantes inovações no design de suas calhas para se destacar dentre os demais concorrentes e atrair mais
16
empresa é a forma que 19,04% dos micro e pequenos empresários encontram para
melhorar seus processos produtivos. A implantação de uma tecnologia de fabricação
nova ou melhorada, que já é utilizada por seus pares, é a alternativa que 47,62%
utilizam para implantar seus processos inovadores4. Os demais 33,33% não
praticam nenhuma inovação de processo.
4.3. INOVAÇÃO DE SERVIÇOS
Quanto à inovação de serviços, a Tabela 1 indica os três principais serviços
inovadores praticados pelos micro e pequenos empresários de Campo Grande.
Desenvolver dentro da própria micro e pequena empresa novas formas de melhorar
o acesso dos consumidores aos produtos, bens ou serviços é a atitude de 36,76%
dos entrevistados. Outros 35,29% preferem utilizar serviços inovadores já utilizados
por outras micro e pequenas empresas de igual perfil.
Ainda referente à inovação de serviços desenvolvida pelos próprios micro e
pequenos empresários, 20,40% preferem implantar novas formas de garantia aos
serviços prestados. Os demais 79,60% preferem implantar novas práticas já aceitas
por consumidores de outras praças5.
A última alternativa mais votada pelos micro e pequenos empresários
(20,40%) é a utilização da Internet para disponibilizar serviços e informações aos
seus clientes. Finalmente, 79,59% dos entrevistados optaram pela implantação de
inovações de serviços tradicionalmente conhecidos pelos seus segmentos.
atenção dos consumidores, em um mercado cada vez mais competitivo devido a invasão de empresas informais - de fundo de quintal. 4 Um microempresário do setor de restaurantes - no ramo de marmitas - inovou na forma de manter os clientes mais exigentes. Enquanto os demais concorrentes fornecem marmitas padronizadas - com os mesmos componentes para todos os clientes, ele inovou criando a marmita personalizada. Com isso, cada exigência é mantida. 5 Dentre essas novas práticas algumas se destacam pela criatividade. Um pequeno empresário do ramo de vídeo locadora, adaptou uma promoção do varejo para o seu negócio. Ele criou um cartão promocional de 12 unidades, para locação de DVD, no qual se o cliente quitar todo o valor do cartão adiantado a locação sai a R$ 4,50 a unidade, enquanto o preço normal é de R$ 6,00. A inovação está no detalhe: o pagamento adiantado.
17
Percebe-se pela análise dos dados da Tabela 1 que micro e pequenos
empresários ousam pouco quando se trata da exploração das vantagens dos
serviços da Internet. Impera ainda, a cultura da indicação verbal dos serviços, em
que um cliente satisfeito indica para outro e assim por diante.
Outra questão interessante, que foi percebida por meio de informações
adicionais aos questionários, é o fato que a substituição de insumos melhores, com
características mais duradouras, é uma estratégia comum entre micro e pequenos
empresários de Campo Grande, para garantir a fidelidade dos consumidores em um
mercado cada vez mais competitivo por diversos fatores, como a concorrência de
produtos que entram ilegalmente pelas fronteiras secas do Paraguai e Bolívia.
Embora a população estudada tenha apresentado poucas ações inovadoras
em seus estabelecimentos, micro e pequenos empresários de Campo Grande, Mato
Grosso do Sul, demonstram interesse em conhecer os benefícios da inovação
tecnológica pode trazer para o seu setor, como demonstra a Figura 3.
14%
29%
19%
38%
Pouco Médio Muito Excepcional
Figura 3. Nível de interesse dos empresários em ter acesso a inovação tecnológica nas suas micro e pequenas empresas, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, em fevereiro a novembro de 2008 e janeiro e março de 2009.
18
Indagados sobre as razões que os levam a não investir – ou investir pouco –
em inovação tecnológica, micro e pequenos empresários de Campo Grande
apresentaram as seguintes justificativas (Tabela 2): 37% dos entrevistados da área
industrial, 34% do comércio e 30% do setor de serviços responderam que o motivo é
a falta de crédito financeiro por parte do Governo (Federal, Estadual e Municipal);
27% (indústria), 14% (comércio) e 30% (serviços) justificaram a falta de
oportunidade em conhecer as novidades das inovações como principal entrave
nesse sentido; a falta de tempo para investigar novas oportunidades foi a resposta
de 18% (indústria), 33% (comércio) e 10% (serviços); finalmente, o desconhecimento
de linhas de crédito e recursos financeiros disponíveis por parte do Governo e das
instituições de crédito foram as razões de 18% (indústria), 19% (comércio) e 30%
(serviços).
Os entrevistados reclamaram que as linhas de créditos tradicionais que estão
disponíveis nos bancos como o Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-
Oeste - FCO, por exemplo, são de difícil acesso, visto que exigem grande
capacidade de endividamento por parte dos micro e pequenos empresários.
Outro fator impeditivo é a alta carga tributária, que consome parte significativa
do faturamento das micro e pequenas empresas na cidade. Segundo eles, o ideal
seria que houvesse incentivo fiscal do Governo (Estadual e Municipal) para
investimento em inovação tecnológica.
Tabela 2. Motivos que levam micro e pequenos empresários da indústria, comércio e serviços a não investirem ou investirem pouco em inovação tecnológica, em fevereiro a novembro de 2008 e janeiro e março de 2009.
Motivo Indústria Comércio Serviços Falta de crédito financeiro do Governo para fazer inovação tecnológica
37% 34% 30%
Falta de oportunidade de negócios em inovação tecnológica
27% 14% 30%
Falta de tempo para “correr atrás das oportunidades” que geram inovação tecnológica
18% 33% 10%
Falta de divulgação por parte do Governo e das Instituições de crédito às linhas de acesso a recursos financeiros para financiar as inovações na sua empresa
18% 19% 30%
19
Os números verificados em Campo Grande seguem uma tendência nacional,
que aponta para baixos indicadores de inovação tecnológica no Brasil. Segundo a
Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras
(ANPEI, 2004), a taxa de inovação das empresas brasileiras pode ser decomposta
da seguinte forma: somente 6,3% das empresas implementaram inovações de
produto, 13,9% implementaram inovações de processo e 11,3% de produto e
processo.
Na década de 1990, diagnósticos oficiais já apontavam três problemas que
embasavam o baixo desempenho da inovação tecnológica brasileira: 1) insuficiência
de recursos humanos e de infra-estrutura para atender às necessidades do País; 2)
falta de sinergia entre pesquisa acadêmica e geração de conhecimento inovador
para atender o setor produtivo; e 3) baixo investimento privado em P&D (ANPEI,
2004).
Após a identificação dos problemas, houve um esforço por parte dos
governos Federal e estaduais para desenhar instrumentos de apoio à inovação
tecnológica que unissem as duas pontas: conhecimento acadêmico e demanda do
setor produtivo.O resultado foi a criação de leis de incentivos fiscais para a
capacitação tecnológica da indústria em geral, instituído em 1993, que chega ao
setor produtivo via Programas de Desenvolvimento Tecnológico Industrial - PDTI. O
apoio é materializado por meio de dedução das despesas com P&D até o limite de
8% do Imposto de Renda devido, que em 1997 foi reduzido para 4% devido a
medidas de contenção fiscal.
Outro instrumento utilizado encontra-se no artigo 10 da Lei de Inovação (Lei
nº 10.973, de 02/12/2004), que estabelece que:
“Os acordos e contratos firmados entre as ICT, as instituições de
apoio, agências de fomento e as entidades nacionais de direito
privado sem fins lucrativos voltadas para atividades de pesquisa, cujo
objeto seja compatível com a finalidade desta Lei, poderão prever
recursos para cobertura de despesas operacionais e administrativas
incorridas na execução destes acordos e contratos, observados os
critérios do regulamento”
20
Este dispositivo ainda não foi adequadamente apropriada e entendida pela
classe empresarial. É essencial que políticas de difusão e ampliação desse tema
sejam fortalecidas por setores públicos, visando ampliar a cultura de inovação nas
empresas.
É importante ressaltar que, embora as taxas de inovação tecnológica da
população estudada apresentem índices baixos, não se pode dizer o mesmo do
interesse dos empresários em implantar processos inovadores em suas micro e
pequenas empresas. Ao serem consultados sobre o tema, os resultados
demonstram ampla vontade da participação ou inclusão de processos ou produtos
inovadores em suas empresas (Figura 3).
4.4. A INOVAÇÃO TECNOLÓGICA E A SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL
O universo de empresas estudadas apresentou poucas ações de
sustentabilidade. De todos os entrevistados, 41% não praticam nenhuma ação
nesse sentido; 23% praticam poucas ações. Somente 27% responderam que têm
ações de sustentabilidade em seus estabelecimentos (Figura 4).
Nenhuma
27%
41%
23%
9%
1
2
3
4
1- Nenhuma 2- Pouca 3- Média 4- Muita
Figura 4. Nível de ações de sustentabilidade em micro e pequenas empresas de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, em fevereiro a novembro de 2008 e janeiro e março de 2009.
21
Dentre as ações de sustentabilidade analisadas, as práticas mais recorrentes
são a reciclagem e coleta seletiva do lixo e a compra de insumos reciclados (Figura
5).
Segundo os entrevistados, essas ações são praticadas não tanto pela
consciência ambiental, mas sim, por uma questão de necessidade financeira, visto
que devido a todas as dificuldades que passam as micro e pequenas empresas
como alta carga tributária, concorrência, falta de crédito, etc, eles são obrigados a
economizar o máximo possível e somente comprar o que for indispensável. Deste
modo, tudo é re-aproveitável ou é vendido para reciclagem.
7264
80
56
8
80
8
80
6456
0
88
8
80
0
20
40
60
80
100
1 2 3 4 5 6 7
Sim Não
1- Reciclagem de lixo 5- Compra de insumos reciclados 2- Coleta seletiva de lixo 6- Reuso de água 3- Reciclagem de copos de café 7- Energia renovável 4- Reciclagem de copos de água
Figura 5. Número de ações de sustentabilidade em micro e pequenas empresas de
Campo Grande, Mato Grosso do Sul, em fevereiro a novembro de 2008 e janeiro e março de 2009.
Embora micro e pequenos empresários de Campo Grande pratiquem
somente ações básicas de sustentabilidade como apontado na Figura 6, eles
demonstraram interesse em ampliar os horizontes do conhecimento nesse setor. Em
relação à implantação de possíveis ações de sustentabilidade em seus
estabelecimentos, 14% demonstraram excepcional interesse, 28% demonstraram
muito interesse, 39% médio interesse, e, 19% pouco interesse (Figura 6).
22
4%
23%
38%
35%
Nenhum Pouco Médio Muito
Figura 6. Nível de interesse dos micro e pequenos empresários de Campo Grande,
Mato Grosso do Sul, em ações de sustentabilidade, em fevereiro a novembro de 2008 e janeiro e março de 2009.
Um dado que chama a atenção no estudo é o entendimento do conceito de
competitividade empresarial. Questionados sobre o entendimento desse conceito,
(36,4%) responderam que uma empresa competitiva é aquela que cresce
economicamente, com responsabilidade ambiental e social. A segunda opção mais
votada (31,8%) foi o entendimento de que uma empresa competitiva é aquela que
apresenta “melhor capacidade tecnológica”. Para (22,7%) dos entrevistados,
empresa competitiva é aquela que é capaz de apresentar “crescimento econômico,
com responsabilidade ambiental e social”.
Deste modo, fica claro que, embora ainda impere uma racionalidade
econômica e superada entre micro e pequenos empresários de Campo Grande, que
vêm as empresas como geradora de riquezas, emprego e pagamento de impostos
(GOMES, 2006), os empresários têm o entendimento correto de competitividade.
23
Figura 7. Nível de entendimento dos empresários do conceito de competitividade, em micro e pequenas empresas de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, em fevereiro a novembro de 2008 e janeiro e março de 2009.
Capacidade de produção com melhores preços em relação às outras
Melhor capacidade tecnológica
Crescimento econômico, (responsabilidade ambiental e social)
0,0
22,7
31,8
0,0
36,4
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0
1
2
3
4
5
Remunera melhor os funcionários
Melhor desempenho nas exportações
24
5. CONCLUSÃO
Este estudo demonstrou que micro e pequenas empresas de Campo Grande,
Mato Grosso do Sul, têm dado pouca atenção às questões de inovação tecnológica
e sustentabilidade ambiental.
Esse comportamento é, basicamente, resultante de três fatores: 1) baixo fluxo
de caixa dos empresários; 2) falta de exigência de certificação e selo de qualidade
do mercado; e, 3) faltam ações educativas para fomentar a cultura da inovação.
As conseqüências desse comportamento empresarial são:
1) os empresários não têm acesso aos programas que poderiam ser usados
tanto para a inovação tecnológica quanto para a sustentabilidade ambiental;
2) por não ter acesso a esses programas, os empresários deixam de
economizar, visto que não utilizam processos inovadores como reuso de água,
reciclagem, dentre outros, que são resultantes de conceitos de inovação tecnológica
e de sustentabilidade.
Desse modo, caso o perfil empresarial da população estudada fosse mais
inovador e sustentável, o conseqüente resultado seria o melhor desempenho de
fluxo de caixa (racionalidade econômica), que atenderia ainda mais o interesse
difuso, pela sua geração de emprego e renda. Por outro lado, o próprio
empresariado ainda seria beneficiado, porque seria inserido em processos de
sustentabilidade ambiental, os quais resultariam em ativos ambientais para as
próprias empresas.
Este trabalho sinalizou a importância que os programas de atualização
tecnológica (como Programa de Apoio à Pesquisa em Empresa - PAPPE, Sistema
Brasileiro de Tecnologia - SIBRATEC etc.) e de sustentabilidade (como Gestão
Ambiental baseada em norma ISO 14000, Gestão Ambiental do SEBRAE etc.) têm
para os empresários. O que falta, ainda, é um canal de acesso para que os
empresários possam se apropriar dessas oportunidades. Nesse caso, torna-se
25
essencial a implementação de políticas públicas, tanto no âmbito estadual como
municipal, para disseminar cultura inovadora e os conceitos de sustentabilidade.
26
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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enfoques. Scielo Brazil. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/asoc/v7n1/23538.pdf.
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27
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UNIÃO MUNDIAL PELA NATUREZA - IUCN. Estratégia Mundial para a
Conservação: a conservação dos recursos vivos para um desenvolvimento
sustentado. São Paulo: CESP, 1984.
29
ANEXOS
ANEXO A - QUESTIONÁRIO ESTRUTURADO 1. Nome da empresa (não obrigatório):
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________
2. Bairro: _____________________________________________________________________ 2.1. E-mail: ___________________________________________________________________ 3. Proprietário da empresa:
Sexo: Masculino ( ) Feminino ( ) 4. Idade:
15 a 24 anos ( )25 a 44 ( )45 a 64 mais de 65 anos ( ) 5. Tempo de atividade no setor
Menos de 5 anos ( ) 5 a 10 anos ( ) 11 a 20 anos ( ) 20 a 30 anos ( ) acima de 30 6. Classificação: Microempresa ( ) ( ) Pequena Empresa 7. Ramo de atividade: Indústria ( ) Comércio ( ) Serviços ( ) Outra ____________________________________ Levando-se em consideração que: Inovação “é a exploração, com sucesso, de novas idéias” (Conceito do Instituto Inovação) Inovação tecnológica é a transformação do conhecimento em produtos, processos ou serviços que possam ser colocados no mercado (Antoninho Caron, UFPR) Responda, por favor: 8. O senhor (a) pratica alguma inovação na sua empresa? (intervalo de tempo) Acima de 3 anos ( ) de 2 a 3 anos ( ) de 1 a 2 anos ( ) abaixo de 1 ano ( ) não pratica ( )
31 Caso afirmativo, responda: 9. A inovação é criada na própria empresa ou é adaptada de outras empresas?
( ) própria ( ) adaptada
10. Sua empresa pratica inovação de produto? � 10.1 ( ) Substituição de insumos por materiais com características melhoradas
(tecidos respiráveis, ligas leves mas resistentes, plásticos não agressivos ao meio ambiente etc.) - ( ) própria ou ( ) adaptada
� 10.2 ( ) Sistemas de posicionamento global (GPS) em equipamentos de transporte.
( ) próprios ou ( ) adaptados � 10.3 ( ) Câmeras em telefones celulares - ( ) próprias ou ( ) adaptadas � � 10.4 ( ) Sistemas de fecho em vestuário - ( ) próprios ou ( ) adaptados � 10.5 ( ) Aparelhos domésticos que incorporam softwares que melhoram a facilidade
ou a conveniência de uso, como torradeiras que desligam automaticamente quando o pão está torrado - ( ) próprios ou ( ) adaptados
� 10.6 ( ) Softwares anti-fraude que perfilam e rastreiam as transações financeiras
individuais - ( ) próprios ou ( ) adaptados � 10.7 ( ) Redes sem fio embutidas em laptops - ( ) próprios ou ( ) adaptados � 10.8 ( ) Produtos alimentícios com novas características funcionais (margarinas que
reduzem os níveis de colesterol no sangue, iogurtes produzidos com novos tipos de culturas etc.) - ( ) próprios ou ( ) adaptados
� 10.9 ( ) Produtos com consumo de energia significativamente reduzido
(refrigeradores com o uso eficiente de energia etc.) - ( ) próprios ou ( ) adaptados � 10.10 ( ) Mudanças significativas em produtos para atender padrões ambientais.
( ) próprias ou ( ) adaptadas � 10.11 ( ) Aquecedores programáveis e termostatos - ( ) próprios ou ( ) adaptados � 10.12 ( ) Telefones IP (protocolo de Internet) - ( ) próprios ou ( ) adaptados � 10.13 ( ) Novos medicamentos com efeitos significativamente melhorados.
- ( ) próprios ou ( ) adaptados 10.14 Outros (especificar)__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
32 11. Sua empresa pratica inovação de processo? � 11.1 ( ) Instalação de uma tecnologia de fabricação nova ou melhorada, como os
equipamentos de automação ou sensores em tempo real capazes de ajustar processos ( ) própria ou ( ) adaptada
� 11.2 ( ) Novos equipamentos exigidos para produtos novos ou melhorados.
( ) própria ou ( ) adaptada
� 11.3 ( ) Instrumentos de corte a laser - ( ) própria ou ( ) adaptada
� 11.4 ( ) Embalagem automatizada - ( ) própria ou ( ) adaptada
� 11.5 ( ) Desenvolvimento de produto auxiliado por computador. ( ) própria ou ( ) adaptada
� 11.6 ( ) Digitalização de processos de impressão - ( ) própria ou ( ) adaptada
� 11.7 ( ) Equipamentos computadorizados para o controle da qualidade da
produção - ( ) própria ou ( ) adaptada
� 11.8 ( ) Equipamentos de testes melhorados para o monitoramento da produção. ( ) própria ou ( ) adaptada
11. 9 Outros
(especificar)__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 12. Sua empresa pratica inovação de serviço? � 12.1 ( ) Novos serviços que melhoram muito o acesso dos consumidores a bens ou
serviços, como o serviço de entrega e retirada em casa para aluguel de automóveis. ( ) próprios ou ( ) adaptados
� 12.2 ( ) Serviço de assinatura de DVD em que, por uma taxa mensal, os
consumidores podem pedir um número predefinido de DVDs via Internet com entrega postal em casa e retorno via envelope pré-endereçado.
( ) próprio ou ( ) adaptado
� 12.3 ( ) Vídeo contra apresentação via Internet banda larga. � ( ) próprio ou ( ) adaptado
� 12.4 ( ) Serviços de Internet como bancos ou sistemas de pagamentos de contas.
( ) próprios ou ( ) adaptados
33 � 12.5 ( ) Novas formas de garantia, como a garantia estendida para bens novos ou
usados, ou garantias em pacotes com outros serviços, como cartões de crédito, contas bancárias ou cartões de fidelidade para os consumidores.
( ) próprias ou ( ) adaptadas
� 12.6 ( ) Novos tipos de empréstimos, por exemplo, empréstimos a taxas variáveis com um teto fixo para o valor da taxa - ( ) próprios ou ( ) adaptados
� 12.7 ( ) Criação de sites na Internet, onde novos serviços como a oferta gratuita de
informações sobre produtos e várias funções de suporte ao cliente. ( ) próprios ou ( ) adaptados
� 12.8 ( ) A introdução de cartões inteligentes e de cartões plásticos de várias
funções. ( ) próprios ou ( ) adaptados
� 12.9 ( ) Um novo escritório bancário de auto-atendimento.
( ) próprio ou ( ) adaptado
� 12.10 ( ) A oferta aos clientes de um novo "sistema de controle de fornecimento" que possibilite aos clientes checar se as entregas dos contratantes atendem às especificações - ( ) próprio ou ( ) adaptado
Outros (especificar) _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
13. Caso o(a) senhor(a) não pratique nenhuma inovação tecnológica na sua empresa, responda por que? (marque uma ou mais alternativas) Falta de crédito financeiro do Governo para fazer inovação tecnológica? ( ) Falta de oportunidade de negócios em inovação tecnológica? ( ) Falta de tempo para “correr atrás das oportunidades” que geram inovação tecnológica? ( ) Falta de divulgação por parte do Governo e das Instituições de crédito às linhas de acesso a recursos financeiros para financiar as inovações na sua empresa? ( ) 14. Outros? (especificar) ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 15. O senhor(a) gostaria de conhecer os benefícios que a inovação pode trazer para sua empresa? Marque seu nível de interesse de acordo com a escala abaixo: 1 a 5 1.( ) nenhum interesse 2.( ) pouco interesse 3.( ) médio interesse 4.( ) muito interesse 5.( ) excepcional interesse
34
Levando-se em consideração que Desenvolvimento Sustentável é “o desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades” (Nosso Futuro Comum, 1987), responda:
16. O senhor (a) pratica alguma ação de sustentabilidade na sua empresa? 1 ( ) nenhuma 2 ( ) pouca 3 ( ) média 4 ( ) muita 5 ( ) excepcional Caso afirmativo, quais? a) Reciclagem de lixo? Sim ( ) Não ( ) b) Coleta seletiva de lixo? Sim ( ) Não ( ) c) Reciclagem de copos de café? Sim ( ) Não ( ) d) Reciclagem de copos de água? Sim ( ) Não ( ) e) Compra de insumos reciclados? Sim ( ) Não ( ) f) Reuso de água? Sim ( ) Não ( ) g) Energia renovável Sim ( ) Não ( ) h) Outros? (especificar) ____________________________________________________ 17. O senhor(a) gostaria de conhecer os benefícios que práticas de sustentabilidade (econômica, ambiental e social) podem trazer para sua empresa? Marque seu nível de interesse de acordo com a escala abaixo: 1 a 5 1.( ) nenhum interesse 2.( ) pouco interesse 3.( ) médio interesse 4.( ) muito interesse 5.( ) excepcional interesse 18. Sua empresa possui algum programa de marketing verde (ambiental)? ( ) Sim ( ) Não 19. Em sua opinião, uma empresa competitiva é? ( ) aquela que tem melhor desempenho das suas exportações; ( ) aquela com capacidade de produção com melhores preços em relação às outras; ( ) aquela que tem melhor capacidade tecnológica; ( ) aquela que paga melhor seus funcionários; ( ) crescimento econômico, com responsabilidade ambiental e social; ( ) outra opção (especificar) ________________________________________________ 20. Sua empresa possui algum programa de qualidade? (marque quantas for necessário) ( ) Organização ( ) Limpeza ( ) Saúde e Segurança ( ) Auto disciplina ( ) Outros _________________________________________________________________
ANEXO B – RELAÇÃO DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS VISITADAS
INDÚSTRIA (25)
EMPRESA ENDEREÇO BAIRRO
Alfeu Lopes Pael ME Rua Cuiabá, 1512 Centro
Alumichapas Alumínio Ltda.
Av. Mascarenhas de Morais, 2744 Monte Castelo
Amerindo Izabel Viana ME
Rua Bruno Garcia, 211 Centro
Andair Damico ME Rua Almirante Barroso, 143 Amambaí
Carlos Isfrain Bento Rua 15 de novembro,32 Centro
Carlos Sugui Rua Leônidas de Mattos, 771 Guanandy
DJ Informática Ltda. Rua Manoel Rosa, 21 Amambai
Edip Tornearia e Fundição Ltda.
edmir@edip.com.br Guanandy
Elzio Aparecido Rosa ME
Rua Vicente Solari, 316 Vila Bandeirantes
Encar Engates e Carretas Ltda.
Av. Mascarenhas de Morais, 2588 Monte Castelo
FEM Estruturas Metálicas Ltda.
Av. Mascarenhas de Morais, 2625 Monte Castelo
Ganadera Nutrição Animal Ltda.
Av. Mascarenhas de Morais, 2058 Monte Castelo
GR Placas Automotivas Ltda
Av. Tamandaré, 1053 Vila Planalto
Itamar Alves Mato ME Rua 14 de julho, 3386 Centro
Jamil Ibrahim Klaiet Rua Mal. Floriano esq. c/ Tiradentes Centro
36
LC Nutricional Ltda. Rua Vitório Zeola, 983 Carandá Bosque
LM Caminhões Ltda. Av. Duque de Caxias s/n Indubrasil
Marcenaria e Restauração Iran Ltda.
Rua Roncador, 857 Santa Fé
Marcenaria Solano Av. Mascarenhas de Morais, 1769 Monte Castelo
Molina - Fábrica e Ind. de Roupas Ltda.
Rua 13 de maio, 2916 Centro
Orlando Devoti ME Rua dos Missionários, 794 Centro
Padaria Tietê Ltda Rua Tietê, 20 Vila Planalto
Perfilados Pauli Ltda. Av. Mascarenhas de Morais, 2584 Monte Castelo
Santanas Tintas Av. Mascarenhas de Morais, 2572 Monte Castelo
Serralheria Brasil Ltda. Av. Duque de Caxias, 5153 Jardim Aeroporto
37
COMÉRCIO (57)
EMPRESA ENDEREÇO BAIRRO
1001 Automóveis Ltda Av. Bandeirantes, 1001 Vila Bandeirantes
Agostinho Valota EPP Av. 9 de Julho, 1216 Centro
Albino Emílio Gaedicke Rua Santo Ângelo, 312 Cel. Antonino
Alcides Fernandes ME Rua Abílio Espíndola Sobrinho, 897 Centro
Ali Mohamad Ahmad Issa ME
Av. Calógeras, 2573 Centro
Antonio Nabia Microempresa
Av. Bandeirantes, 126 Amambai
Bazar São Gonçalo Rua Maracaju, 1305 Centro
Bazer e Papelaria Girassol
Rua Arthur Jorge, 408 Monte Castelo
Café do Mato Rua Maracaju, 1256 Centro
CJ Comércio de Alimentos Ltda.
Av. Mato Grosso, 1473 Centro
Depósito Milenium Av. Panambivera Tijuca
Diidosha Automotiva Ltda.
Av. Mascarenhas de Morais, 1867 Monte Castelo
Domingos Franzim ME Rua Rio Grande do Sul, 1494 Cruzeiro
Ecomex S/A Rua Mal Cândido Rondon, 1837 Centro
Edvaldo Teixeira de Lima
Rua Brasil, 1718 Centro
Espaço Dia a Dia Rua José Antonio, 1479 Centro
Frango D’Ouro Av. Mascarenhas de Morais, 2058 Monte Castelo
Gabriel Spipe Calarge Av. Afonso Pena, 4909 Santa Fé
Garaparia e X Dogão Av. Marechal Teodoro, 2300 Tijuca
38
Gavic Modas Rua Arthur Jorge, 783 Monte Castelo
Gleice Rocha Falcão ME
Rua XV de Agosto, 186
Hélios Vídeo Ltda Av. Mascarenhas de Morais, 2117 Monte Castelo
J L de Andrade ME Rua 15 de Novembro, 659 Centro
José Juca ME Av. Filinto Muller, 411 Centro
José Tarcísio Martins ME
Rua 7 de setembro, 65 Centro
Kaoru Sokei ME Av. Mato Grosso, 208 Centro
Kazuo Hisano ME Rua Brasil, 1740 Centro
Koch Presentes Rua 14 de julho, 2536 Centro
Lázaro Francisco dos Santos ME
Rua João Carrato, 333 Centro
Lázaro Marques Borges Rua Luiz Freite Benchetrit,398 Miguel Couto
Lê Moulin Depilação Ltda.
Rua 25 de dezembro, 924 Centro
Leite Imbaúba Ltda. Rua Rio de Janeiro, 2133 Monte Castelo
Loja Kebec Rua Dom Aquino, 1470 Centro
Lopes Cartuchos Informática
Rua Marechal Rondon, 904 Centro
M. Ballatore ME Rua Engenheiro Roberto Mange, 1935
Jardim Taquarussu
Manoel Severino de Souza
Rua Bahia, 717 Centro
Mário Severino de Lima ME
Av. Calógeras, 2242 Centro
Matias Pleutim ME Av Duque de Caxias, 653 Centro
Máxima Soluções em Photos e Eventos
Rua Maracaju, 1226-A Centro
39
Multi Coisas Rua Maracaju, 1549 Centro
Odacir Jorge Giodano ME
Rua 7 de Setembro, 1536 Centro
Olyntha Maria da Silva ME
Rua Brilhante, 1746 Amambai
Ortopedia Casarin Litda Rua Dom Aquino, 415 Centro
Ótima Bela Vista Rua 13 de maio, 3170 Centro
Padaria Empório do Pão
Av. Tiradentes, 1096 Vila Taveirópolis
Padaria Tietê Ltda Rua Tietê, 20 Vila Planalto
Pathi Pizzas Av. Mascarenhas de Morais, 2598 Monte Castelo
Paulo Hiroshi Kamimoto Av. Marcelino Pires, 1947 Centro
Quiosque Extra0 Rua Maracaju, 1427 Centro
Resifort Ind. e Com de Resinas Ltda.
Rua 13 de Maio, 2232 Centro
Ruth Ricci Cristovão ME
Rua 13 de Maio, 2499 Vila Cidade
Sintonia Moda Jovem Rua Barão do Rio Branco, 1231 Centro
Super Discos Campo Grande Ltda.
Rua 14 de Julho, 2138 Centro
Supermercado Telles Ltda
Rua Brigadeiro Tobias, 1167 Vila Taquarussu
Tecidos Morilhas & Rodrigues Ltda.
Rua 13 de Maio, 2668 Centro
Vanda Chicol Gonçalves
Rua 14 de Julho, 3364 Centro
Zizi Bijoux Rua Maracaju, 347 Centro
40
SERVIÇOS (56)
EMPRESA ENDEREÇO BAIRRO
Academia Activa Av. Bandeirantes, 1680 Vila Bandeirantes
Ademilson Lima da Silva ME
Rua Aquidauana, 334 Centro
Adilson de Favre ME Rua João Erovaldo de Campos, 285 São Francisco
Adriana Taira ME Rua Pedro Celestino, 1353 Centro
Airton Rosa Ferreira ME
Rua Mal. Floriano, 478 Vila Bandeirantes
AJ Abdel Jaber Rua Paraná, 655 Centro
Albino Gricevicus ME Av. Bandeirantes, 1458 Ambambai
Almerindo Izabel Viana ME
Rua Bruno Garcia, 211 Centro
Anita Masaco Arakaki ME
Rua 7 de Setembro, 362 Centro
Auto Center Funilaria E Pintura Ltda.
Rua Arthur Jorge, 810 Monte Castelo
Carlos Isfrain Bento ME Rua XV de Novembro, 32 Centro
Chaveiro Emanuel Rua Arthur Jorge esq. Com Av. Mascarenhas de Morais
Monte Castelo
Cleusalina Ivantes Lucca ME
Rua Tupinambá, 606 Centro
Clube Bom D+ Rua Panambivera, s/n Tijuca
Dedal Oficina de Costuma
Rua Arthur Jorge, 1057 Centro
Delfo Jair da Silva Terminal Rodoviário Centro
DOC SYSTEM Com de Copiadoras Ltda.
Rua Barão do Rio Branco, 1697 Centro
41
Eletrônica Monte Castelo Ltda.
Rua Arthur Jorge, 190 Monte Castelo
Espaço Dia a Dia Rua José Antonio, 1479 Centro
Espaço Eficiente de Educação Física Ltda.
Rua Arthur Jorge, 196 Monte Castelo
Espaço MakB Buffet Rua Arthur Jorge, 945 Monte Castelo
Evanilde Marcolino Garcia Cafure ME
Travessa Augusta Silveira, 18 Mata do Jacinto
Floricultura e Paisagismo
Rua Arthur Jorge, s/n Centro
Fusayoshi Shimada ME Av. Mato Grosso, 621 Centro
GBA Empreendimentos Imobiliários Ltda.
AV. Afonso Pena, 3504 Centro
Gráfica Progresso Ltda. Rua Arthur Jorge, 336 Monte Castelo
Gráfica Rodrigues e Silva Lttda.
gráficadoedson@hotmail.com Vila Jaci
Ilza Matias de Paula ME
Rua Maracaju, 403 Centro
Izabel Cristina Bernardelli Ferreira
Rua Tókio, 232 Vila Palmira
Jorge Alves da Paz ME Rua Barão do Rio Branco, 655 Centro
Jorge Kevork Puxian ME
Rua Dom Aquino, 1374 Centro
José da Silva Curto ME Av. das Bandeiras, 96 Vila Carvalho
José Félix ME Rua Erine Caleps de Almeida, 174 Tijuca II
Klínica de Automóveis Ltda.
Rua Arthur Jorge, 724 Monte Castelo
Krol Artes krolartes@brturbo.com.br Vila Bandeirantes
Lava Jato Brilho Eterno Av. Mascarenhas de Morais, 2624 Monte Castelo
42
Lava Jato Vilanova Rua Panambivera, s/n Tijuca
LS Transportes e Construções Ltda.
Rua 26 de Agosto, 384 Centro
Mandala Jóias Ltda. luiz@livari.com.br Jd. Leonidias
Odontolab Ltda. Av. Mascarenhas de Morais, 2765 Monte Castelo
Orozimbo Baptista Filho ME
Av. Duque de Caxias, 414 Centro
Oscar e Seba Ltda. Rua Bom Jesus da Lapa, 1021 Vila Nova
Osvaldo Cordeiro ME Rua Castro Alves, 238 Centro
Padaria Tietê Ltda Rua Tietê, 20 Vila Planalto
Planalto Saúde Ltda. Rua Benjamin Constant, 560 Vila Planalto
Ponto do Tereré Av. Mato Grosso com 25 de dez. Centro
Prósport Fitness Academia
Av. Mascatenhas de Morais, 2322 Monte Castelo
Realce Depilação Ltda. Rua Barão do Rio Branco, 1994 Centro
S&F Intermediações de Veículos Ltda.
Rua Pedro Celestino, 111 Centro
Salão Lua He Santa Fé Santa Fé
Sermaq Centro Automotivo Ltda.
Rua Arthur Jorge, 384 Monte Castelo
Travessura Festas e Eventos Ltda.
Rua Arthur Jorge, 64 Monte Castelo
Waci Com de Serviços Ltda.
Rua 13 de Maio, 2457 Centro
Waldecir dos Santos Borega ME
Rua 13 de Maio, 1977 Centro
Waldir Nantes Dittmar ME
Rua Sebastião Taveira, 111 Monte Castelo
Wilson Borges de Barros ME
Rua Mal. Rondon, 617 Amambaí
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