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Mod. FMA15i-001/ Rev.A
Colégio Laura Vicunha
Projeto Educativo de Escola
2014.15 | 2016.17
“Para que uma obra surja, é necessário um projeto; o projeto parte do presente, mas é uma
condição de futuro; para que ele se realize, é necessário um ato de vontade.”
Adaptado de Agostinho da Silva
Mod. FMA15i-001/ Rev.A
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................
PARTE 1. ENQUADRAMENTO DO INSTITUTO DAS FILHAS DE MARIA AUXILIADORA ....................... 3
1.1. História do IFMA no Mundo ........................................................................................................................................... 3
1.2. História do IFMA em Portugal ....................................................................................................................................... 3
1.3. História do Colégio Laura Vicunha ............................................................................................................................. 4
1.4. Ideário das escolas do IFMA – estilo educativo .................................................................................................... 6
PARTE 2. CONCEITO DE PROJETO EDUCATIVO ............................................................................................ 8
2.1. Enquadramento legal ........................................................................................................................................................ 8
2.2. Relevância e pertinência do Projeto Educativo .................................................................................................... 8
PARTE 3. APRESENTAÇÃO DA ESCOLA ....................................................................................................... 10
3.1. Missão ..................................................................................................................................................................................... 10
3.2. Visão ........................................................................................................................................................................................ 10
3.3. Valores ................................................................................................................................................................................... 10
3.4. Política de qualidade ....................................................................................................................................................... 11
3.5. Tipologia de Escola .......................................................................................................................................................... 12
3.6. Organogramas .................................................................................................................................................................... 14
3.7. Comunidade Educativa ................................................................................................................................................. 16
3.8. Estruturas Físicas ............................................................................................................................................................ 17
PARTE 4. CARACTERIZAÇÃO DO MEIO ENVOLVENTE DA ESCOLA ........................................................ 19
4.1. Perspetiva histórica: as raízes .................................................................................................................................. 20
4.2. Demografia e outros indicadores de desenvolvimento ............................................................................... 21
4.3. Caracterização Socioeconómica e Cultural .......................................................................................................... 22
4.4. Realidade escolar ............................................................................................................................................................ 23
PARTE 5. DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ATUAL .......................................................................................... 26
5.1. Resultados da avaliação interna .............................................................................................................................. 26
5.2. Resultados da avaliação externa .............................................................................................................................. 33
5.3. Inquirição do grau de satisfação de alunos e encarregados de educação ........................................... 34
PARTE 6. A ESCOLA QUE QUEREMOS CONSTRUIR . ................................................................................. 36
6.1. Objetivos Estratégicos ................................................................................................................................................... 36
Índice
Mod. FMA15i-001/ Rev.A
6.2 - Potencialidades e Constragimentos ..................................................................................................................... 37
6.2.1. Recursos Humanos ............................................................................................................................................ 37
6.2.2. Recursos Físicos ................................................................................................................................................... 39
6.2.3. Dinamização Pedagógica ................................................................................................................................. 40
6.2.4. Meio envolvente ................................................................................................................................................... 41
6.3. Áreas de Intervenção – Metas para os próximos 3 anos ............................................................................. 42
PARTE 7. AVALIAÇÃO E DIVULGAÇÃO DO PROJETO EDUCATIVO DE ESCOLA . ................................. 44
7.1. Divulgação ............................................................................................................................................................................ 44
7.2. Avaliação do Projeto Educativo de Escola .......................................................................................................... 44
CONCLUSÃO ......................................................................................................................................................... 46
BIBLIOGRAFIA E RECURSOS ELETRÓNICOS ............................................................................................... 48
Mod. FMA15i-001/ Rev.A
O Projeto Educativo é o rosto da escola, o eixo estratégico que se torna relevante e pertinente, na
medida exata em que orienta e fundamenta a intervenção e constitui um guia de compromisso num
futuro próximo para o destino da nossa Instituição. A grande finalidade do projeto educativo é ajudar a
comunidade educativa a partilhar e assumir os mesmos objetivos educacionais, devendo ser sempre
pensado em relação com o território em que a escola se encontra.
A proposta educativa do Colégio Laura Vicunha é confessional, não é neutra: estrutura-se na base de
uma visão e missão assentes em valores universais, mas com fundamento evangélico. Para além de ser
uma escola católica, a sua pedagogia inspira-se num carisma próprio – o carisma salesiano – que
privilegia o diálogo (razão), a religião (abertura ao transcendente) e amabilidade (relação próxima e
afetuosa).
A escola salesiana oferece um ambiente tecido de proximidade, de acompanhamento aos diferentes
níveis das necessidades das crianças e adolescentes, de alegria e momentos de festa que potenciam os
talentos e o protagonismo dos alunos. Oferece igualmente tempos de celebração da fé cristã que lhes
permitem a valorização da interioridade e da abertura a Deus e ao seu projeto de vida.
É uma escola aberta à cultura nas diferentes vertentes – semanas culturais, música, desporto,
literatura, dança - e intercâmbios com outros organismos que promovam a cidadania e o contacto com
as realidades da sociedade contemporânea.
A estruturação do currículo é feita com base no cumprimento da legislação ministerial e na autonomia
que é conferida ao ensino privado mediante o recente Decreto-Lei n.º 152/2013 de 4 de novembro,
que nos permite enriquecê-lo com outras ofertas e com uma gestão flexível dos tempos letivos de
modo a proporcionar maior e melhor rendimento, aliado ao rigor e exigência colocada no processo de
ensino/ aprendizagem.
O presente Projeto Educativo apresenta um esquema que foi delineado pela Melhoria da Qualidade,
com critérios e conteúdos comuns a todas as escolas do Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora
(IFMA), aprovados em Conselho Provincial. Tendo em atenção estas diretrizes, o PE foi elaborado com
o contributo de todos os professores através do trabalho de departamentos.
Na parte VII – A escola que queremos construir – o diagnóstico da realidade não é de modo nenhum
exaustivo (centra-se nos aspetos que nos parecem mais evidentes) e as metas estabelecidas para o
período de três anos orientam-se pelo critério da sustentabilidade e da viabilidade do seu
cumprimento.
Introdução
Mod. FMA15i-001/ Rev.A
Assim, podemos dizer que o PE foi elaborado com “asas” para voar, mas também com “raízes” que o
prendem à realidade.
3
“Basta que sejais jovens para que eu vos ame”
S. João Bosco
1.1. História do IFMA no Mundo
O IFMA - Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora (salesianas) - é uma Instituição religiosa feminina.
Foi fundado por S. João Bosco e por Santa Maria Domingas Mazzarello, em Mornese, próximo de Turim,
no norte de Itália, em 1872. Este enquadramento do Instituto deve ser lido em chave histórica: na
atenção ao contexto do norte da Itália no século XIX, com particular atenção à situação dos
adolescentes e jovens que acorriam às cidades na procura de trabalho, em plena fase de
industrialização, e à mentalidade do clero de então.
Em Turim, a decisão de Dom Bosco em fundar uma instituição a favor das jovens, resultou da
constatação do estado de abandono e pobreza das mesmas, da solicitação de várias pessoas, do
contacto com vários institutos femininos, da profundidade do seu amor a Nossa Senhora, da
confirmação do Papa Pio IX que o encorajou a isso e também por repetidos “sonhos” e factos
extraordinários que ele mesmo contou.
Contemporaneamente, em Mornese, a jovem Maria Domingas Mazzarello animava um grupo de jovens
que se dedicavam às meninas da terra, com o objetivo de as tornar aptas numa profissão, mas,
sobretudo, com a determinação de as orientar na vida cristã.
D. Bosco quis chamar ao novo Instituto religioso “Filhas de Maria Auxiliadora” (FMA) para que fosse
um “Monumento vivo” da sua gratidão a Nossa Senhora Auxiliadora. Desde o longínquo 5 de agosto de
1872, o IFMA foi crescendo e, hoje, exerce a sua ação educativa nos cinco continentes, formando 83
Províncias Religiosas, em 93 nações, com um total de 1443 comunidades locais.
Na Europa são 6359 FMA (Filhas de Maria Auxiliadora) que trabalham em 493 comunidades presentes
em 22 países, com propostas educativas diversas.
1.2. História do IFMA em Portugal
Em Portugal, o Instituto iniciou a sua missão educativa em 1940 na cidade de Évora. As primeiras
Irmãs chegaram a Portugal em janeiro desse ano, a pedido de D. Manuel Mendes da Conceição Santos,
1 Enquadramento do Instituto
Filhas de Maria Auxiliadora
4
Arcebispo de Évora. Foi-lhes confiada a Casa Pia Feminina da cidade. Três anos mais tarde, assumiram
a Secção “28 de Maio” da Casa Pia Feminina de Lisboa com mais de 500 meninas. 1
Atualmente, o Instituto, em Portugal tem 126 Irmãs, distribuídas por treze comunidades em nove
distritos: Viana do Castelo, Porto, Guarda, Aveiro, Castelo Branco, Lisboa, Setúbal, Évora e Faro.
1.3. História do Colégio Laura Vicunha
O Colégio Laura Vicunha - CLV - situa-se em Vendas Novas, cidade designada de “sala de visitas do
Alentejo” por se encontrar numa região “fronteiriça” entre as áreas próximas da grande Lisboa
(Montijo e Setúbal) e a entrada na região alentejana, situação que poderá contribuir, entre outros
fatores, para que a cidade apresente uma identidade bastante diluída.
Figura 1. Colégio Laura Vicunha
O Colégio Laura Vicunha iniciou a sua atividade educativa em 1966, na então Vila de Vendas Novas, no
atual edifício da GNR, sendo apenas frequentado por alunas. Em 1972, a escola transferiu-se para as
atuais instalações, ganhando uma nova projeção e aumento de alunos.
Para melhor se responder a um novo crescimento, construiu-se em setembro de 2003 um edifício
específico para o primeiro ciclo.
Laura Vicunha, que dá o nome ao Colégio, é o nome de uma jovem argentina que viveu no início do
século XX. Foi aluna das Irmãs Salesianas no Chile. Morre com 13 anos incompletos, oferecendo a Deus
a sua vida pela felicidade da mãe, sendo um modelo de adolescente profundamente crente em Jesus e
1 Cf. INSTITUTO FILHAS DE MARIA AUXILIADORA – PROVÍNCIA DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA. FMA em Portugal. [Em linha]. Lisboa: FMA. [Consult. 09 de maio de 2014]. Disponível em WWW:<URL: http://www.salesianas-por.net/fmaportugal.html>.
5
Maria, generosa, abnegada, amiga de todos, humilde e sempre disponível para realizar qualquer tarefa
em favor das colegas no Colégio que frequentava como aluna interna.
Em 1998 foi declarada Bem-aventurada por Sua Santidade, o Papa João Paulo II. Desde sempre os
alunos demonstraram por ela carinho, afeto e admiração.
Reconhecendo o trabalho desta escola salesiana, a autarquia atribuiu-lhe, em setembro de 2007, a
Medalha de Mérito Municipal, Classe de Ouro.
O Colégio Laura Vicunha possui dois símbolos que dão rosto à sua identidade:
Brasão
Figura 2. Brasões
A evolução dos brasões mostra uma ligeira alteração dos mesmos que ocorreu já na década de 1990.
O brasão atual é encimado pelo lema educativo-religioso “Firmes na Fé, Fortes na Esperança”.
Apresenta, mais em baixo, um seara de tons amarelos, beijada por um sol radioso que identifica a
região do Alentejo onde se encontra. Nessa seara, surge uma espiga, rica de grão, que simboliza o fruto
da educação salesiana. Ao lado, está desenhada Nossa Senhora Auxiliadora de quem Dom Bosco disse,
no final da sua vida e obra: ”Foi Ela quem tudo fez”.
Hino
A letra do hino foi escrita pela Irmã Rosa Teixeira e a música pela Irmã Maria das Dores Ribeiro, nos
finais da década de 1970, sendo, então, ambas docentes no Colégio.
I
Seara nova, trigo a crescer
Somos a vida a acontecer!
Do Alentejo somos a esperança.
Ser Portugal é nossa herança!
II
Em horizontes de infinidade,
Sinais seremos de eternidade!
P’ra o mundo novo seremos pão,
Ao sol de Deus, na sua mão!
III
De Deus um marco nestas planuras,
A Laura of’rece metas de alturas.
Nas investidas do inimigo,
A Auxiliadora está contigo!
Coro
Ser cidadão honesto e forte.
Ser bom cristão até à morte.
É ideal que vai connosco
E nos foi dado por S. João Bosco
1.4. Ideário das escolas do IFMA – estilo educativo
Todos as Escolas ou Centros Educativos do IFMA em Portugal têm a sua identidade educativa
consignada no Ideário dos Centros Educativos das FMA em Portugal. As características fundamentais
advêm do facto de serem escolas de matriz católica e salesiana.
Identidade Católica 2
Como Instituição Católica é um centro educativo que se inspira, fundamenta e centraliza a sua ação
educativa numa matriz de valores inspirados em critérios evangélicos.
Atua em comunhão com a Igreja Católica, seguindo as suas orientações, no plano individual,
comunitário e eclesial para que o conhecimento seja iluminado não apenas pela razão, mas também
pela fé de modo a que crianças e jovens se tornem fermento de uma sociedade humanizada.3
Identidade Salesiana4
O Projeto Educativo salesiano é inspirado na caridade de Cristo-Bom Pastor. Assim “a alma da
educação é a paixão pelos jovens, a arte de lhes dar confiança, de amar o que eles amam, de os
acompanhar na busca de sentido para a vida” 5.
Como Instituição Salesiana, assume características específicas que se inspiram no carisma e herança
deixados por S. João Bosco e Santa Maria Mazzarello. Este carisma apresenta uma pedagogia educativa:
o Sistema Preventivo, síntese original entre educação e evangelização que orienta os jovens a
formarem-se como “honestos cidadãos e bons cristãos”6.
Estilo Educativo
2Cf. INSTITUTO FILHAS DE MARIA AUXILIADORA-PORTUGAL. Portal de Melhoria da Qualidade IFMA-Portugal. Ideário de Centros Educativos [Em linha.] Lisboa: 2014. [Consult. Maio de 2014]. Disponível em http://qualidade.salesianas.pt/qualidade/I Centros Educativos.pdf. 3 V. Idem, Ibidem. 4 V. Idem, Ibidem.
5 Cf. Idem – Para que tenham vida em abundância: linhas orientadoras da missão educativa das FMA.P.24.
6 CF. Idem, Ibidem.
7
As Filhas de Maria Auxiliadora têm como missão educar segundo o sistema preventivo de D. Bosco – razão,
religião, amabilidade -potenciando:
1. um ambiente educativo, feito de proximidade familiar, que favoreça a educação integral numa síntese
entre fé, cultura e vida em corresponsabilidade educativa, onde os alunos são protagonistas da própria
formação.
2. o acompanhamento que pressupõe a atenção do educador, a escuta, o diálogo e discernimento que
orienta e ampara a capacidade de decisão das crianças e jovens, ajudando-os a escutarem a própria
voz, que se manifesta, a partir de sentimentos e vivências, nem sempre expressos segundo os habituais
códigos do mundo adulto.
3. o rigor científico e pedagógico que exige profissionalismo, entrega e atualização dos saberes e
competências por parte dos docentes e outros educadores.
4. apoio e incentivo a um trabalho constante por parte dos alunos, realizado com persistência,
organização, qualidade e rigor.
5. valorização dos momentos de festa (teatro, música, desporto, convívio…), celebrativos e litúrgicos, de
convívio com as famílias (encontros) que são expressão da educação carismática salesiana. Todo o
ambiente juvenil, para D. Bosco, estava marcado pela alegria e pela festa. Ele dizia que uma casa
Salesiana sem música era como um corpo sem alma. Por isso, é habitual que no ambiente Salesiano se
organizem, periodicamente, festas que ajudam a criar o ambiente de alegria e, simultaneamente,
desenvolvem capacidades artísticas e educam o carácter das crianças e jovens.
6. formação e o trabalho em conjunto como uma oportunidade de crescimento através também do
intercâmbio: é uma prioridade, pois é a chave de uma boa atuação do projeto educativo como
comunidade.
8
“Para que uma obra surja, é necessário um projeto; o projeto parte do presente, mas é uma condição de
futuro; para que ele se realize, é necessário um ato de vontade.”
Adaptado de Agostinho da Silva
2.1. Enquadramento legal
O Projeto Educativo, num âmbito legal e geral para todos os estabelecimentos de ensino, é
regulamentado pelo Decreto-Lei n.º 75/2008, de 22 de abril, alterado pelo Decreto-Lei n.º 137/2012,
de 2 de julho, que o definem como “o documento que consagra a orientação educativa das escolas, (…)
elaborado e aprovado pelos seus órgãos de administração e gestão para um horizonte de três anos, no
qual se explicitam os princípios, os valores, as metas e as estratégias segundo os quais a escola (…) se
propõe cumprir na sua função educativa” (cf. artigo 9.º alínea a), Decreto-Lei nº 137/2012).7
As escolas privadas apoiam-se também nos princípios orientadores expostos no recente Decreto-Lei
n.º 152/2013 de 4 de novembro que aprovou o novo Estatuto do Ensino Particular e Cooperativo de
nível não superior.
2.2. Relevância e pertinência do Projeto Educativo
O Projeto Educativo de um Centro de Educação constitui “a proposta educativa própria e a forma global
como se organiza para dar resposta à educação das crianças, às necessidades dos pais e às características
da comunidade”8, daí a necessidade de se identificarem as necessidades da comunidade discente com o
objetivo de se encontrar, em cada ano, um tema integrador para que se possam definir as áreas
prioritárias de intervenção visando uma maior qualidade nas respostas educativas de forma a
promover o sucesso. Por isso o PE, a partir da própria identidade salesiana e da situação concreta de
cada centro educativo, realiza um diagnóstico, aponta metas, determina estratégias, enuncia recursos e
prevê uma avaliação.
O Projeto Educativo assenta num eixo estratégico que se torna relevante e pertinente na medida exata
em que orienta e fundamenta a nossa intervenção e constitui um guia de compromisso num futuro
próximo para o destino da nossa Instituição.
7Cf GOVERNO DE PORTUGAL – Diário da República Portuguesa, 1ª série - Nº 79 – 22 de Abril de 2008. P. 2241.
2 Conceito de
Projeto Educativo
9
Sendo a escola um espaço físico e temporal de socialização dos alunos, onde gradualmente se faz a
passagem do “eu” ao “nós”, parece-nos pertinente colocar a questão: qual o modelo de organização
escolar que melhor viabilizará a consecução e o êxito dum projeto educativo?
A finalidade primeira da escola é a educação integral da pessoa. A escola compromete-se a realizar
com ela uma viagem, crente na sua educabilidade, para levá-la à melhoria de si e à perfeição possível.
Para alcançar este fim, a escola apresenta a sua visão da pessoa, da educação e dos valores em que
acredita com vista ao Bem. É, antes de tudo, a procura de sentido!
A acção educativa da escola realiza-se mediante a intervenção de todos os membros da comunidade
numa atuação coerente e convergente. Esta diversidade de pessoas e papéis representa uma riqueza
pela alteridade que oferece. A escola educa também eticamente pelo modo como se organiza e pela
qualidade das relações que nela se estabelecem, pelos espaços de liberdade e autonomia que torna
possíveis. Assim, um projeto educativo tem mais possibilidades de alcançar as metas a que se propõe
numa escola que não se limite a uma mera organização, mas seja comunidade.
É a busca incessante do Bem!
10
[A educação tem] uma ambição humanista: formar uma pessoa para que se torne capaz de se situar no
mundo e de situar a atual humanidade na história e no universo, que respeite o legado transmitido pelos
antigos, que integre os novos elementos e que participe ativamente no movimento para o futuro.
Marcel Postic
3.1. MISSÃO
As Filhas de Maria Auxiliadora têm como missão educar segundo o sistema preventivo de D. Bosco
potenciando um ambiente que favoreça a educação integral numa síntese entre fé, cultura e vida em
corresponsabilidade educativa, onde os alunos são protagonistas da própria formação. Além do rigor
científico e pedagógico, valorizam-se os momentos de festa, os celebrativos e litúrgicos, que são
expressão da educação salesiana, Vive-se em ambiente de família e por isso é importante a presença
educativa dos adultos, docentes e não docentes, entre as crianças/alunos, numa atitude de
acompanhamento que ajuda a interpretar, de modo positivo, as situações do próprio ambiente, a
história pessoal e social, educando também a acolher e a amar a vida.
3.2.VISÃO
A comunidade educativa das casas das Filhas de Maria Auxiliadora (FMA) promove nos centros
educativos uma cultura aberta aos valores evangélicos educando à fé, segundo a espiritualidade
salesiana. Atualiza o estilo de D. Bosco e Madre Mazzarello, fazendo uma leitura crítica do mundo
juvenil e propondo pistas que ajudem os jovens a crescer em todas as dimensões e a viverem felizes,
através do encontro pessoal com Jesus Cristo.
A comunidade religiosa constituída por um grupo de irmãs nomeadas pela Provincial, vive e trabalha
unida, testemunham a sua pertença a Deus e sendo sinal do seu amor pelos jovens de qualquer cultura.
Ela é o suporte carismático que dá continuidade ao projeto educativo de S. João Bosco e Santa Maria
Mazzarello, em vista a formar honestos cidadãos e bons cristãos segundo as perspetivas:
evangelizadora, cultural, social e comunicativa.
A escola salesiana FMA pretende ser uma referência na educação católica e reconhecida pelas suas
qualidades educativas e pastorais.
3.3. VALORES
Fé e vida
3 Apresentação da
Escola
11
Valorizamos uma vida de abertura a Deus como fonte de verdadeira humanização da pessoa e da
comunidade, segundo o estilo da espiritualidade salesiana. Acreditamos no trabalho e no empenho
como fonte de educação, de realização pessoal, de convívio e de melhoria permanente da qualidade de
vida pessoal e social.
Família
Conscientes de que a família tem um papel fundamental no próprio crescimento, promovemos a
estabilidade dos laços familiares na responsabilidade e no dom recíproco, segundo uma visão
antropológica cristã.
Concretizamos o ato educativo como uma vivência em que a criatividade, a subjetividade, a dimensão
emocional e afetiva, o diálogo, a amizade e a alegria de viver se contextualizam em ambiente de
família: acolhendo e valorizando positivamente a pessoa e acompanhando-a na construção de um
projeto de vida mais humano e feliz.
Cidadania e solidariedade
Trabalhamos na construção de um mundo mais solidário e justo, mediante uma partilha de bens com
os mais desfavorecidos, a valorização do diálogo intercultural e a cidadania responsável e democrática.
Comprometemo-nos a superar as atitudes individualistas, valorizando a sobriedade de vida e o
voluntariado local e internacional, como forma de contribuir para a uma sociedade mais humana e
fraterna.
Integridade e honestidade
Acreditamos na visão positiva do ser humano e no seu potencial de desenvolvimento. Educamo-nos e
educamos, acreditando na capacidade de cada um em construir o seu projeto de vida a partir de
relações integras, honestas e fraternas.
Respeito e autonomia
Respeitamos os direitos e liberdades de cada grupo e, em particular, de cada pessoa, proporcionando
experiências que ajudem a desenvolver progressivamente a autoestima, a autonomia pessoal, o
sentido crítico, a responsabilidade, a gestão positiva dos conflitos e o compromisso com o
desenvolvimento sustentável. Educamos, também, ao sentido de beleza presente em toda a criação.
Empenho e exigência
O clima da escola salesiana defende igualmente o valor do trabalho, do empenho pessoal em cada
tarefa, da exigência no sentido de levar cada aluno a dar o melhor de si mesmo, potencializando as
qualidades e competências que cada um possui.
3.4. Política da Qualidade
As Filhas de Maria Auxiliadora, no âmbito do sistema de qualidade, compromete-se a:
12
Promover a satisfação dos seus clientes, procurando ir ao encontro das suas necessidades e
expetativas quanto ao ambiente educativo e socioeducativo em que o ato de educar e formar se
concretiza;
Melhorar continuamente os seus processos em prol de uma educação e evangelização de
referência, contribuindo assim para o crescimento integral da pessoa e para a construção do
bem-estar pessoal, familiar e social;
Acompanhar e monitorizar os seus progressos, através de avaliações externas e internas,
prosseguindo critérios de sustentabilidade institucional, social, financeira e ambiental;
Desenvolver, nos seus Centros Educativos e Educativo-Sociais, uma cultura institucional que
estimula o empenho, o envolvimento e o compromisso dos seus educadores para, através da
formação contínua e da qualificação, responder aos desafios educativos, numa sociedade em
permanente transformação;
Cumprir os requisitos legais aplicáveis nos serviços e atividades que desenvolve, e fomentar
ligações e parcerias numa lógica de trabalho em rede de modo a cumprir integralmente a sua
missão.
A presente política da qualidade é divulgada a todos os colaboradores e revista periodicamente de
modo a garantir a sua adequabilidade à instituição.
3.5. Tipologia da escola
O Colégio Laura Vicunha é propriedade do IFMA, cuja entidade titular é a Província Portuguesa de
Nossa Senhora de Fátima. Está sediado na av. 25 de Abril, nº 15, 7080-134, Vendas Novas. É uma
escola privada, católica e salesiana que integra o ensino Pré-Escolar (IPSS), 1º, 2º e 3º ciclos do Ensino
Básico. Como escola privada, está associada à rede de Associação de Estabelecimentos de Ensino
Privado e Cooperativo. (AEEP).
A escola, cujo alvará é o número 2166, goza de autonomia pedagógica para o Ensino Básico a partir da
aprovação dos Estatutos do Ensino Particular e Cooperativo através do Decreto-Lei n.º 152/2013 de
4 de Novembro e o ensino Pré-escolar é uma instituição de segurança social (IPSS). Existem estas duas
valências.
O Colégio Laura Vicunha celebra com o Ministério de Educação o Contrato Simples ao abrigo do
Decreto-Lei n.º 152/2013 de 4 de novembro. Este permite às famílias dos alunos com menores
recursos uma candidatura a um apoio que tem como objetivo a comparticipação no pagamento das
13
mensalidades de frequência. A existência deste contrato obriga, desde logo, a escola a cumprir alguns
requisitos entre os quais se encontram a existência de uma contabilidade organizada com a entrega
dos respetivos balanços anuais e balancetes trimestrais. É feita também uma apresentação periódica
de declarações de não dívida às autoridades tributárias, da segurança social e CGA. Deve ainda a escola
no cumprimento do disposto no número 3 do Despacho nº 24 934/2006, de 31 de outubro, afixar em
local onde possa ser amplamente divulgado um quadro síntese com a indicação do número de alunos,
por escalão, subsidiados pelo Ministério da Educação.
O Externato Maria Auxiliadora - jardim de Infância para as crianças dos 3, 4 e 5 anos – é uma
Fundação orientada pelo IFMA (IPSS), com atividade nas instalações do Colégio.
Desenvolve a sua atividade em conformidade com o Acordo de Cooperação entre o Centro Regional de
Segurança Social do Alentejo, a Direção Geral dos Estabelecimentos Escolares do Alentejo, em
harmonia com a Lei - Quadro da Educação Pré-Escolar (Lei nº 5/97 de 10 de Fevereiro) e as disposições
assinadas entre ambas as partes.
A Educação Pré-Escolar constitui a primeira etapa da educação básica, destinando-se a crianças com
idades compreendidas entre os 3 anos e a idade de ingresso no ensino básico. Rege-se ainda pelo
Decreto Lei nº 147/97 que estabelece o ordenamento jurídico do desenvolvimento e expansão da rede
nacional de educação pré-escolar, definindo o respetivo sistema de organização e financiamento.
O Despacho Conjunto n.º 300/97, de 4 de setembro define as normas que regulam a comparticipação
dos pais e encarregados de educação no custo das componentes não educativas dos estabelecimentos
de educação pré-escolar.
15
b. Organograma do Externato Maria Auxiliadora (IPSS)
Figura 4. Organograma do EMA
A Direção é o órgão coletivo, de administração e gestão da Escola nas duas valências. Tem por missão
gerir pedagógica e financeiramente a escola, apoiar a elaboração do PE, RI, e PAA, aprovar e fazer
cumprir os documentos referidos, elaborar o orçamento, bem como acompanhar e monitorizar os
mesmos, segundo a política da qualidade e os princípios do carisma salesiano.
Os seus membros são nomeados pela Provincial do Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora em
Portugal.
A Direção é constituída pela Diretora da Escola, Diretora Pedagógico, Coordenador de Pastoral e
Administradora.
Sempre que a Provincial das Filhas de Maria Auxiliadora considere necessário, pode nomear outros
elementos para integrar a Direção.
16
3.7. Comunidade Educativa
Alunos - Os alunos da escola são essencialmente originários do concelho de Vendas Novas, mas
também de Montemor-o-Novo, Montijo e Alcácer do Sal. Embora a maioria dos alunos pertença à
classe média, o CLV é uma escola aberta a todas as classes sociais, mais ou menos favorecidas
economicamente. As turmas são, até ao presente, turmas com um pequeno ou médio número de
alunos como podemos ver na tabela abaixo:
Figura 5. Tabela com a evolução do número de alunos por ano/ciclo de 2010-11 a 2013-14
Professores - O Colégio conta, no presente, com 20 professores habilitados profissionalmente, que
desenvolvem o seu trabalho com competência e rigor, empenhados no sucesso dos alunos. A
estabilidade do corpo docente, a par da sua assiduidade, é uma mais-valia da escola, permitindo o
acompanhamento continuado dos alunos. Os professores participam na formação proposta pela
Instituição, aos diferentes níveis de oferta ou por iniciativa própria. Embora em graus diversos,
identificam-se com a proposta educativa salesiana. Desempenham o seu trabalho com
profissionalismo e grande entrega à missão escolhida.
Encarregados de Educação – Os encarregados de educação que escolhem o Colégio Laura Vicunha
têm diferentes motivações, sendo as mais frequentes a qualidade do ensino e a segurança dos filhos.
2010-11 2011-12 2012-13 2013-14
PRÉ 35 alunos 34 alunos 41 alunos 33 alunos
1º CICLO
1º ano 16 17 14 16
2º ano 14 17 19 17
3º ano 16 13 17 19
4º ano 20 18 13 16
66 65 63 68
2º CICLO
5º ano 20 21 19 15
6º ano 18 18 20 18
38 39 39 33
3º CICLO
7ºano 11 16 15 19
8ºano 10 9 17 15
9ºano 11 7 08 15
32 32 40 49
TOTAL 170 170 183 183
17
O conhecimento mais consciente do projeto educativo, característico de uma escola salesiana, e a
identificação com o mesmo é diminuto. No entanto, uma boa parte dos encarregados de educação são
também antigos alunos do Colégio, o que significa que reconhecem a sua competência e carisma
educativo (fig. 6), tal como os pais que mantêm mais do que um filho no Colégio (fig. 7).
O diálogo entre escola e família limita-se ao necessário. Existe o atendimento semanal mas, na maior
parte das situações, os encarregados de educação comparecem apenas quando solicitados ou em
situações pontuais.
Figura 6. EE antigos alunos Figura 7. EE e o número de filhos no Colégio
Pessoal administrativo e auxiliar – O pessoal administrativo desempenha o seu trabalho com
eficiência e rigor, na dependência da sede e Direção da Escola, atento às mudanças impostas por
legislação; o pessoal auxiliar, nas diferentes situações do quotidiano, está atento ao maior bem dos
alunos e da escola, mantendo boas relações com todos os outros elementos da comunidade educativa.
3.8. Estruturas físicas
As instalações onde atualmente funciona o Colégio Laura Vicunha constam de edifícios construídos por
diferentes fases e não de uma só vez.
O bloco central e principal consta de três pisos e foi construído em duas fases:
Piso 0
Hall com prateleiras de apoio às mochilas dos alunos do 2º e 3º ciclos
2 salas do Pré-Escolar, precedidas por hall e corredor de comunicação; sanitários ao serviço deste
setor.
Bar e armazém de alimentos; papelaria e anexos de apoio; duas salas de música.
Piso 1
A comunicação entre o piso 0 e o piso 1 é feita por uma escadaria com corrimão que permite a ligação
entre os dois pisos de construção mais antiga.
Este é o edifício central que tem:
Antigos Alunos
Pais AA 8
Pai ou Mãe AA 33
Total 41
Número de filhos
a frequentar o
colégio
Encarregados de
educação
2 filhos 37
3 filhos 11
4 filhos 1
18
Cinco salas de aulas;
Sala de informática, gabinete química e outro de física e ciências naturais;
Receção, serviços administrativos, reprografia;
Gabinete da diretora pedagógica, sala de atendimento, gabinete de psicologia, capela;
Arquivo;
Cozinha e refeitório;
Serviços sanitários;
Vestiário das funcionárias.
Há uma escadaria interna, que desce a um piso inferior, onde encontramos:
Sanitários dos alunos;
Hall que comunica com o exterior e com salas;
Salas de EV e ET para o 2º ciclo;
Sala de EV para o 3º ciclo (com saída para o pátio);
Piso 2 – este piso superior é residência da comunidade religiosa.
O Gimnodesportivo, balneários e sanitários são construções posteriores (década de 1980), sendo o
pavilhão quase totalmente reconstruído no ano de 2009. Situam-se ao fundo do pátio exterior.
O edifício do primeiro ciclo é a construção mais recente: data de 2003. Tem dois pisos, com três salas
em cada um deles. No piso do rés-do-chão, funcionam o 1º e 2º ano anos e ainda a biblioteca da escola
na sala central; no piso superior as salas do 3º e 4ºanos com uma sala polivalente.
Em ambos os pisos, que comunicam por uma escadaria em mármore, existem sanitários para alunas,
alunos e professores bem como uma sala para reuniões e outra para atendimento aos encarregados de
educação.
Os espaços exteriores são amplos: um pátio de grandes dimensões para o 2º e 3 º ciclos, dois pátios
para o 1º ciclo (futebol e polivalente com tabelas de basquete), estruturas para o 1º ciclo e estruturas
para o Pré-Escolar. Existe uma grande área de quinta, com terreno cultivável, que já permitiu
experiências pedagógicas.
19
O que sabemos dos lugares é coincidirmos com eles durante um certo tempo no espaço que são.
O lugar estava ali, a pessoa apareceu, depois a pessoa partiu, o lugar continuou,
o lugar tinha feito a pessoa,
a pessoa havia transformado o lugar.
José Saramago
Vendas Novas é uma cidade portuguesa situada no distrito de Évora. Integra a região do Alentejo e
sub-região do Alentejo Central, contando com uma população residente estimada9 de 11 827
habitantes (INE, 2012). A sua densidade populacional é consideravelmente superior à média regional,
pois regista 54,3 habitantes/Km2 (INE, 2011),ante os 23,6 habitantes /Km2 fixados no Alentejo.
Enquadramento do Município de Vendas Novas a nível nacional e regional
Figura 8. Mapa nacional/Região do Alentejo/ Vendas Novas na sua região.10
9Cf. INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA [INE] – Estimativas de população residente em Portugal a 31 de Dezembro
de 2012 nos Municípios. Lisboa: PORDATA/INE, 2012. [Em linha].[Consult. 12 Mar. 2014]. Disponível em: <URL:http://www.pordata.pt/Municipios/Populacao+residente++estimativas+a+31+de+Dezembro-120.>. 10 Cf. CÂMARA MUNICIPAL DE VENDAS NOVAS [CMVN]– Carta Educativa de Vendas Novas. Vendas Novas: CMVN, 2006. [Em linha]. [Consult. 12 Mar. 2014]. Disponível em
4 Caracterização do meio
envolvente da escola
20
4.1. Perspetiva histórica: as raízes
A oportunidade da localização de Vendas Novas vem definindo, marcadamente desde o séc.XVI, a
identidade e atividade locais: no passado, a circulação real, militar, de dignitários de Estado e de
comerciantes, fazia-se já através de Vendas Novas, rumo ao sul do país e à fronteira espanhola, por
caminhos coincidentes com a estrada nacional que hoje atravessa a cidade. D. João III teve importância
decisiva para este facto, outorgando o estabelecimento de uma Posta Sul, e uma sede da dita em Aldeia
Galega (atual Montijo). Em 1526, foi então aberto caminho entre Aldeia Galega e Montemor-o-Novo, o
qual facilitou a travessia de uma vasta charneca, até aí fundamentalmente utilizada como território de
pastoreio e caçada. Neste caminho, no centro do que hoje é a cidade de Vendas Novas, foi, então, por
ordem régia aliada à iniciativa local, mandado erigir um local de estalagem (então designada venda).
Anos mais tarde, D. João V mandaria construir nesta zona um paço real, atualmente em processo de
classificação pelo IGESPAR. Tal edifício, erguido por ocasião dos casamentos da princesa D. Maria
Bárbara com o futuro monarca espanhol D. Fernando VI, bem como da união do futuro rei D. José I com
a princesa espanhola Mariana Vitória, cumpria o objetivo de servir como pousada para as deslocações
reais da (e até à) fronteira espanhola. A povoação de Vendas Novas cresceu, pois, em redor e função de
tal palácio, numa zona de terreno fértil, que ainda hoje preserva essas características. O Palácio das
Passagens teve, subsequentemente, várias utilizações, albergando no último século e meio a Escola
Prática de Artilharia.
Outros bens patrimoniais11 de valor cultural, indissociáveis da identidade local12, são também: a
Capela Real (junto ao Palácio Real, séc. XVIII);a Capela de S. Fernando (hoje denominada Igreja de
Santo António do Outeiro, o seu único imóvel já classificado); o Palácio e Capela do Vidigal (séc. XIX); a
Igreja de Nossa Senhora da Nazaré, na Landeira (séc. XV), e a Capela do Monte Velho da Ajuda (sécs.
XVII/XVIII).Em Vendas Novas, existem ainda alguns pontos de interesse arqueológico que remetem
para uma ocupação humana mais remota, nomeadamente: a estação paleolítica da Bica-Fria; a estação
romana da sesmaria de Cuncos; as Ferrarias da Lavra de Maio e do Quintal de Henrique Rosa (na
Landeira) e contam-se também duas estações medievais (no olival de Amieira e nas terras frias, na
Landeira).
Em 7 de Setembro de 1962, a vila conquistou independência em relação a Montemor-o-Novo, com a
criação do concelho de Vendas Novas. Este passou a contar com as freguesias de Vendas Novas e
Landeira, dispondo de sete aglomerados urbanos (Vendas Novas, Landeira, Bombel, Afeiteira,
Piçarras, Nicolaus e Marconi). O município possui 222,51 km²de área, sendo limitado a leste pelo
<URL:https://www.cm-vendasnovas.pt/NR/rdonlyres/0000561b/tuylzpizimruzbxkhzqzctwlhbvojhpa/CARTAEDUCATIVA2.pdf>. 11
Cf. DIREÇÃO GERAL DOS EDIFÍCIOS E MONUMENTOS NACIONAIS – Concelho de Vendas Novas. Lisboa: Sistema de Informação para o Património Arquitetónico [SIPA], 2014. [Em linha]. [Consult. 12 Mar. 2014]. Disponível em: <URL:http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPASearch.aspx?id=0c69a68c-2a18-4788-9300-11ff2619a4d2>. 12Cf. AAVV – Portugal Património. pp.324-327.
21
município de Montemor-o-Novo, a sul por Alcácer do Sal, a oeste por Palmela e, a noroeste, pela parte
oriental do Montijo.
Em 1993, a Vila de Vendas Novas foi elevada a Cidade, tendo vindo progressivamente a afirmar-se
como um dos principais polos urbanos do Alentejo Central.
4.2. Demografia e outros indicadores de desenvolvimento
De acordo com os dados definitivos13 do último recenseamento geral da população, efetuado em 2011,
a região do Alentejo tem como residentes 757,302 mil pessoas, sendo 48,4% homens e 51,6%
mulheres. Persiste o Alentejo, pois, como a área mais despovoada do país, apesar de representar acima
de um terço do território nacional, a região alberga apenas 7,2% da sua população. É, ainda, a região
mais envelhecida de Portugal, com 24,1% da população com 65 e mais anos, ante uma média nacional
de 19%.
Em 2011, apenas 11 dos 5814 concelhos do Alentejo viram aumentara sua população residente. Vendas
Novas foi um deles, com um crescimento de 1,88%. Para além da população, que passou de 11619 (em
2001) para 11846 (em 2011), também cresceu o número de famílias, que de 4404 aumentou até 4726.
O edificado evoluiu também, positivamente, de 4815 para 5238, e os alojamentos, que registam mais
700 unidades, cresceram de 5734 para 6434.
Constata-se, assim, que numa década marcada por fortes constrangimentos económicos e financeiros –
em particular a sua segunda metade –, os quais afetaram fortemente os fatores de desenvolvimento
local, incluindo as autarquias, Vendas Novas conseguiu fixar população e empresas, dando
continuidade a um processo de crescimento já manifestado em 2001, momento em que se apresentou
como o concelho que mais cresceu em todo o Alentejo (11%, entre 1991 e 2001).
Figura 9. Demografia do concelho (1970-2011)
Fonte: INE
O concelho possui uma rede viária com extensão superior a 90km. Através da autoestrada A6,que está
no centro nevrálgico da ligação a Norte (A13) e a Sul (A2) do país, é possível acederá rede nacional de
auto estradas, bem com à rede europeia, em excelentes condições.
13Cf. INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA [INE] – Censos 2011: Resultados Definitivos. Aplicação interativa. (Nuts II
Alentejo Central; Município). Lisboa: INE, 2012. [Em linha]. [Consult. 12 Mar. 2014]. Disponível em <URL:http://www.ine.pt/scripts/flex_definitivos/Main.html> 14Cf.INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA [INE]–Portugal (Des)Continuidades Demográficas. Que (des)continuidades no Sul? Lisboa: 2011. [Em linha]. [Consult. 12 Mar. 2014]. Disponível em <URL:http://www.apdemografia.pt/ficheiros/74717983.pdf>
População do concelho de Vendas Novas (1970 – 2011)
1970 1981 1991 2001 2011
8 587 10 933 10 476 11 619 11 846
22
Vendas Novas localiza-se a 70km de Lisboa; a 50km de Évora e 130km de Espanha; a 70 km de
Santarém (com ligação à A1/Porto) e a 35km de Setúbal. Em acréscimo, o concelho de Vendas Novas
beneficia da proximidade e fácil acesso ao porto de Lisboa, aos portos marítimos de Setúbal e Sines,
bem como aos principais mercados de produção, de consumo e infraestruturas logísticas nacionais e
internacionais. A rede ferroviária representa também um importante meio de comunicação, tendo
principal peso o transporte de materiais e mercadorias (de e) para a área industrial do concelho.
O desemprego em Vendas Novas tem vindo a diminuir face à média do país. Segundo o índice de
desemprego registado nos Centros de Desemprego do IEFP, entre 2001 e 2005, o desemprego
observado em Vendas Novas que correspondia a 70% da média do continente em 2001, reduziu para
60% em 2005. De salientar que, em 2001, Vendas Novas já apresentava uma boa situação face ao
desemprego, registando, nesse ano, segundo os dados censitários do INE, a segunda menor taxa de
desemprego dos concelhos do Alentejo Central (5,7%), apenas superada pela taxa de desemprego de
Évora (5,1%).
4.3. Caracterização socioeconómica e cultural
Na região, a população que se encontra inserida no mercado de trabalho aproxima-se dos trezentos
milhares15. A taxa de emprego é, no presente, a menos expressiva do país (47,3%) e a de desemprego é
superior à média nacional, atingindo os 17,2%, no segundo trimestre do ano de 2013. A região
apresenta ainda a maior taxa de desemprego feminino (com 19,3%). Os jovens são, de modo especial,
afetados pelo desemprego nesta região: cerca de 44% dos jovens com menos de 35 anos encontravam-
se desempregados no 2º trimestre de 2013.A maior parte do território alentejano é dedicada à
agricultura (aliada, em regra, à criação de gado). Esta regista uma cada vez maior especialização e
mecanização, facilitada pela maior dimensão das explorações agrícolas na região (a qual atinge, de
momento, uma dimensão média de mais de 60 hectares).Assim sendo, as atividades no sector agrícola
representam cerca de 13,2% do emprego na região. Em contrário, o Alentejo é uma das regiões
portuguesas em que o setor secundário apresenta menor dinamismo (apenas 21,1% da população
empregada). Verifica-se, porém, um certo nível de especialização industrial, diretamente associado aos
ramos agroalimentar (fabrico de queijo, vinhos e fumeiros, com certificação DOP), de produtos
químicos e derivados do petróleo (estes últimos associados ao complexo industrial de Sines),
componentes para automóveis e aviões e componentes eletrónicos. No total, as Indústrias
transformadoras representam 12,2% da população empregada e, entre o 2º trimestre de 2012 e de
2013, registaram um ligeiro acréscimo de emprego.
Atualmente, em Vendas Novas, a existência de empresas de alguma dimensão– as quais concentram
uma grande parte do emprego concelhio – e que apresentam um perfil fortemente exportador
15Cf. EURES – Informações sobre o Mercado de Trabalho: Alentejo. Bruxelas: Comissão Europeia, 2013. [Em linha]. [Consult. 12 Mar. 2014]. Disponível em <URL:https://ec.europa.eu/eures/main.jsp?lang=pt&acro=lmi&catId=437&countryId=PT®ionId=PT1>.
23
(fazendo em alguns casos parte de grupos internacionais), tem tido impacto direto na vida local. O
peso das empresas com presença de capital estrangeiro é superiora25%, estando francamente acima
da média nacional. O município continua a deter importante atividade industrial, dispondo de um
Parque Industrial e Empresarial. Constata-se, pois, a dupla identidade rural/urbana de Vendas Novas,
expressa, por exemplo, nas diferentes feições das suas duas freguesias: se, por um lado, Landeira se
evidencia predominantemente rural, Vendas Novas afigura-se mais urbana e industrial,
concentrando em si mesma grande parte da população do concelho. A atratividade da região a novos
moradores, como espaço para investir, trabalhar e estudar, encontra-se condicionada por uma oferta
limitada, em termos de quantidade e diversidade, ao nível de um conjunto de serviços (como por
exemplo, oferta hoteleira, cobertura médica e equipamentos de saúde, bem como alguns serviços às
empresas).
As empresas de maior escala localizadas em Vendas Novas dedicam-se a atividades relacionadas com
material de transporte, observando-se forte relevância de instalações de produção elétrica e
eletrónica, de indústrias extrativas e agroalimentares. Outro dos setores que apresenta importância
considerável em Vendas Novas é o setor corticeiro, predominando no território, dada a mancha
considerável de montado de sobro, um conjunto importante de empresas pertencentes à fileira da
transformação deste recurso.
O concelho onde nasceu e permanece o Colégio Laura Vicunha é – em conclusão e a um tempo –
lugar de passagem e fixação.
4.4. Realidade escolar
A nível educativo, o concelho de Vendas Novas tem uma limitada oferta escolar, que se traduz num
reduzido número de estabelecimentos escolares do ensino público e privado, os quais ministram
desde a Educação Pré-Escolar ao Ensino Secundário. O número de estabelecimentos de ensino privado
no concelho é muito pouco significativo.
No concelho de Vendas Novas, existem nove estabelecimentos com valência de creche e/ou pré-
escolar: a Associação Amigos da Landeira (creche e pré-escolar); a Associação 25 de Abril (creche e pré-
escolar);Renascer de Bombel (creche); Santa Casa da Misericórdia (creche);Jardim de Infância Monte
Branco (pré-escolar);Jardim de Infância da Afeiteira (pré-escolar); Consigo – Cooperativa de Ensino e
Solidariedade Social (creche); EB1 nº2 de Vendas Novas ou Centro Educativo (pré-escolar) e Colégio
Laura Vicunha (pré-escolar).
No que respeita ao 1º ciclo, há oito estabelecimentos de ensino no município: EB1 dos Campos da
Rainha; EB1 Foros da Misericórdia; EB1 nº 1 e nº2 ou Centro Educativo;EB1 do Monte Branco; EB1 dos
Campos dos Infantes;EB1 da Landeira e Colégio Laura Vicunha.
24
Relativamente ao 2º e 3º ciclos, existem três estabelecimentos de ensino, a saber, EB de Vendas Novas
nº1, Escola Secundária de Vendas Novas e Colégio Laura Vicunha. A Escola Secundária e a Associação
Técnico-Profissional D. Carlos I constituem a oferta existente relativamente ao ensino secundário.
O gráfico abaixo apresentado ilustra o número de alunos matriculados nos diferentes níveis de ensino,
nos anos de 2009, 2010 e 2011.
Alunos matriculados nos ensinos pré-escolar, básico e secundário
Figura 10. Alunos matriculados nos diferentes níveis de ensino de 2009 a 2011
Fonte: PORDATA, 2013.
Deve salientar-se que nos últimos três anos, de 2009 a 2011, houve um decréscimo de alunos
matriculados em todos os níveis de escolaridade, exceção feita ao ensino secundário, onde se verificou
uma ligeira evolução.
De acordo com os dados escolares fornecidos pelo município de Vendas Novas, podemos observar o
número de alunos matriculados nos ensinos pré-escolar, básico e secundário no concelho no ano letivo
2012-2013. Comparativamente com os dados referentes a 2011, denota-se uma diminuição do número
de alunos inscritos em todos os níveis de ensino, exceto no Pré-escolar, onde se registou uma ligeira
subida.
Existem, também, dois estabelecimentos de ensino no concelho de Vendas Novas que promovem
cursos profissionais: a Escola Secundária de Vendas Novas e a Associação Técnico Profissional Dom
Carlos I, também designada por Escola Agrícola. No corrente ano letivo, 2013-2014, a oferta ao nível do
ensino profissional na Escola Secundária é a seguinte: Curso Profissional de Informática de Gestão;
Curso Profissional de Gestão e Programação de Sistemas Informáticos e Curso Profissional de Técnico
de Apoio à Atividade Desportiva. Embora existam outras áreas, nem sempre o número de alunos é
suficiente para iniciar novos cursos, o que tem por consequência a deslocação de muitos alunos para
fora do concelho em busca de alternativas.
25
Na Associação Técnico Profissional Dom Carlos I, o curso a decorrer é o de Técnico de Produção
Agropecuária, destinado a jovens com o 9ºano que pretendam equivalência ao 12ºano.
Número de alunos matriculados - ano letivo 2012-2013
Pré-escolar 1º Ciclo 2º Ciclo 3º Ciclo Secundário
Regular Profissional
328 512 270 411 287 120
Figura 11. Número de alunos matriculados no ano letivo de 2012-13
Fonte: CÂMARA MUNICIPAL DE VENDAS NOVAS, 2013.
Relativamente ao Colégio Laura Vicunha, este situa-se numa zona de grande densidade estudantil,
próximo de duas escolas públicas: a Escola Básica nº 1 de Vendas Novas e a Escola Secundária,
atualmente agregadas num Mega Agrupamento.
Importa ainda referir que a taxa de analfabetismo passou de 13%, em 2001, para 8,2%, em 2011. De
forma conexa, a taxa de iliteracia é bastante elevada nos cidadãos com mais de 60 anos, prevendo-se a
manutenção da tendência de melhoria neste índice, consequência da natural substituição de gerações.
Existe, em suma, uma oferta de oportunidades de formação ao nível do ensino e/ou formação
profissional a incrementar.
26
“Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final.
Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido de outras etapas que precisamos de viver…”
Fernando Pessoa
O Colégio Laura Vicunha é uma escola dotada de uma organização e filosofia educativa próprias, tendo
como objetivo uma cultura de qualidade. É igualmente uma escola que se pauta pelo sucesso escolar.
Tendo em vista analisar esta situação, apresentam-se abaixo os resultados referentes ao último ano
letivo 2012/2013.
5.1. Resultados da avaliação interna
1º CICLO
Os gráficos que se seguem apresentam classificações nas disciplinas de Português, Matemática e
Estudo do Meio, obtidos pelos alunos que constituíram o grupo do 1º, 2º e 3º anos no ano letivo 2012-
2013 .Estes valores resultaram da média anual das classificações obtidas nas fichas trimestrais. As
referidas fichas tiveram, como resultados classificatórios, percentagens que variam entre 0 e 100, de
acordo com a seguinte distribuição: Fraco (0-19); Não Satisfaz (20-49); Satisfaz (50-69); Bom (70-89)
e Muito Bom (90-100).
1º ANO
5
Diagnóstico da situação atual
Figura 12. Classificações na disciplina de Matemática
27
2º ANO
Figura 13. Classificações na disciplina de Português
Figura 14. Classificações na disciplina de Estudo do Meio
Figura 15. Classificações na disciplina de Matemática
28
3º ANO
Figura 16. Classificações na disciplina de Português
Figura 17. Classificações na disciplina de Estudo do Meio
0
1
3
6
7
Fraco N. Satisfaz Satisfaz Bom M. Bom
Figura 18. Classificações na disciplina de Matemática
29
0
23
4
9
Fraco N. Satisfaz Satisfaz Bom M. Bom
0 0
23
12
Fraco N. Satisfaz Satisfaz Bom M. Bom
Na disciplina de Matemática, a percentagem de negativas é ligeiramente superior à que se registou na
disciplina de Português. Na disciplina de Matemática ,a classificação mais frequente é o BOM,
seguindo-se o MUITO BOM.
A maioria dos alunos destas turmas obteve uma classificação positiva (acima dos 50%) na disciplina
de Português, havendo a registar apenas dois alunos com resultados negativos. As classificações de
BOM e MUITO BOM são aquelas que representam a maioria dos resultados dos alunos, como é visível
nos gráficos.
O Estudo do Meio é a disciplina em que se regista uma menor percentagem de negativas, representa
apenas um aluno. O BOM e MUITO BOM são as classificações mais frequentes.
Não se referem os resultados internos do 4º ano pelo facto de se apresentar a avaliação externa
mediante os resultados das provas finais.
Figura 19. Classificações na disciplina de Português
Figura 20. Classificações na disciplina de Estudo do Meio
30
Para além da representação do que consideramos sucesso nestas disciplinas, o currículo do 1º ciclo
integra, desde o 1º ao 4º ano, o Inglês, a Expressão Musical, a Expressão Físico-Motora, a Expressão
Plástica, EMRC e a coadjuvação com os professores que lecionam no 2º e 3º ciclo.
2º CICLO
Na turma de 5°ano, disciplinas de Inglês e de História e Geografia de Portugal, o nível 2 obtido pela
turma foi de aproximadamente 10%. Nas restantes disciplinas, nenhum aluno obteve nível 2.
Relativamente às disciplinas de Português e Inglês, a percentagem atribuída ao nível 4 é de
aproximadamente 60%. Quanto às áreas excedentes, o nível 4 encontra-se dentro do intervalo dos 40
a 50 %.
Figura 22. % de níveis no 6º ano
Figura 21. % de níveis no 5º ano
31
Na turma do 6° ano, o nível 5 está entre os 40 e 70 % nas disciplinas de EV, EM, EF, ET, EC e EMRC. O
nível 4 oscila entre os 20 e 40% em todas as outras. O nível 3, nas disciplinas de Português, Inglês,
História e Geografia de Portugal, Matemática e Ciências Naturais, varia entre os 30% e 40%
aproximadamente. O nível 2 é de, sensivelmente, 20% nas disciplinas de Matemática e de História e
Geografia de Portugal.
3º CICLO
Fig. 16 -% de níveis no 9º ano
Figura 23. % de níveis no 7º ano
Figura 24. % de níveis no 8º ano
32
Na turma do 7° ano, o nível 4 varia entre 10 e 40 % em todas as disciplinas. O nível 5 está entre os 40 e
90 % nas áreas de EV, EM, EF, ET, EC e EMRC. Em ET, EF, EC, EMRC e Oferta de escola (Música),os
alunos não obtiveram níveis 2 nem 3. Nas restantes disciplinas, a percentagem dos níveis 3 atribuídos
varia entre 10 e 30 %. Apenas nas disciplinas de História e Geografia foram atribuídos níveis
negativos.
O nível 5 auferido nas disciplinas de Português, Inglês, Francês, História , Geografia, Matemática,
Ciências e Físico-química varia, aproximadamente, entre os 10% e os 20 %. Também nestas disciplinas
o nível 3 varia entre 30% e 50%.Na turma de 8° ano, em História, foram concedidos níveis negativos.
Na turma do 9º ano, simplesmente na disciplina de Matemática, foram atribuídos níveis negativos. Nas
disciplinas de EV, EF, EC e EMRC não obtiveram níveis inferiores a 5. Nas restantes, os níveis 3 e 4
variam entre 10% e 40% e o nível 5 entre 40% e 50%, aproximadamente.
Figura 25. % de níveis no 9º ano
33
5.2. Avaliação externa
A avaliação externa realiza-se através dos Testes Intermédios, Projeto do GAVE ao qual o Colégio
aderiu desde o início, e das provas finais de ciclo.
a. Testes Intermédios – tal como se comprova pela tabela abaixo, o Colégio aderiu a este Projeto nas
disciplinas com maior impacto nas opções dos alunos no Ensino Secundário, situando-se sempre
acima da média nacional.
Português Matemática Inglês C. Naturais Físico-Química
Nacional 49 32.4 56.3 56.6 47.5
Colégio 74.5 58.8 65.8 58.1 59.1
Figura 26. Comparação dos resultados entre média nacional e Colégio Laura Vicunha
b. Provas finais de ciclo - Nas provas finais do 1º, 2º e 3º ciclos, verificou-se que a média é positiva
em ambas as disciplinas e acima da média nacional.
Figura 27. Gráfico comparativo da média nacional das provas finais do 1º ciclo com a do Colégio
Provas Finais do 6º ano
69%
57%51% 49%
0%10%
20%30%
40%50%
60%70%
80%
Português Matemática
Colégio
Nacional
Figura 28. Gráfico comparativo da média nacional das provas finais do 2º ciclo com a do Colégio
34
Provas Finais do 9º ano
70%
53%47%
43%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
Português Matemática
Colégio
Nacional
Figura 29. Gráfico comparativo da média nacional das provas finais do 3º ciclo com a do Colégio.
5.3. Inquirição do grau de satisfação de alunos e encarregados de educação
De salientar que os dados apresentados têm como base inquéritos feitos aos alunos do 9º ano, no ano
letivo de 2012/2013, elaborados pelas Serviços de Qualidade da Melhoria.
O grau de Satisfação Global é de 4,1 numa escala de 5 pontos.
Figura 30. Grau médio de satisfação dos Alunos, por dimensão
Fonte: inquéritos feitos aos alunos pela “Qualidade para a Melhoria”, 2013
O grau de Satisfação Global dos Encarregados de Educação dos estabelecimentos de ensino Externato
Maria Auxiliadora e Colégio Laura Vicunha, tendo por base os inquéritos preenchidos, é de 4,3.
35
Figura 31. Grau médio de satisfação dos Encarregados de Educação, por dimensão
Fonte: inquéritos feitos aos pais pela “Qualidade para a Melhoria”, 2013
Constata-se, pela análise dos resultados, que os Encarregados de Educação estão mais satisfeitos que
os alunos em todas as dimensões. As dimensões nas quais as diferenças são mais acentuadas são as
seguintes: “Informação, Comunicação e Atendimento”, “Serviços, Responsabilidade e Recetividade” e
“Competência Técnica e Pedagógica”. Por sua vez, as dimensões cujos resultados diferem apenas em
duas décimas são a da “Satisfação Global” e a do “Ambiente Educativo.
36
“O único passo entre o SONHO e a realidade é a ATITUDE”
6.1. Objetivos Estratégicos
Eixo Estratégico
Áreas ou atividades consideradas chave para o cumprimento da Missão da organização.
2 Eixos a considerar:
1. Sucesso Educativo e Impacto na Sociedade 2. Sustentabilidade
Sucesso Educativo e Impacto na Sociedade
A essência de uma Escola e de um Centro Educativo-Social é o sucesso educativo e o seu impacto na
sociedade, em termos de desenvolvimento humano, cultural e salesiano.
Sustentabilidade
Um centro educativo ou educativo-social que não seja auto-sustentável, quer a nível financeiro,
económico, educacional e social, institucional e ambiental, não acrescenta valor à sociedade.
Sustentabilidade Financeira: A organização tem capacidade para gerar receitas que cobrem as
despesas e lhe permitem manter e/ou expandir as atividades com vista à realização da sua missão.
Sustentabilidade Económica: Retorno financeiro de uma organização, permitindo o seu
funcionamento de forma efetiva e indefinida.
Sustentabilidade Institucional: Capacidade para assegurar o sucesso da organização a longo prazo e ao
mesmo tempo contribuir para o desenvolvimento económico, educacional e social da comunidade,
para um meio ambiente saudável e uma sociedade estável.
Sustentabilidade Educacional e Social: A organização deve ter a capacidade de manter e desenvolver
os seus próprios colaboradores, assegurar, com sucesso, a educação das crianças e jovens da sua
comunidade e contribuir para a resolução de problemas atuais e/ou antecipação de problemas
futuros.
Sustentabilidade Ambiental: Capacidade da organização dar resposta às necessidades do presente
sem comprometer a capacidade de as gerações futuras darem resposta às suas próprias necessidades,
em termos de ambiente.
6
A Escola que queremos construir
37
6.2. Potencialidades e Constrangimentos
Foi feito um levantamento/diagnóstico das potencialidade e constrangimentos mais evidentes e com
maior incidência na vida da escola por parte dos departamentos, envolvendo todos os professores,
desde o Ensino Pré-Escolar até ao 3º ciclo. Desta análise, resultou a síntese que consta nos diagramas
abaixo.
6.2.1 Recursos Humanos
Docentes e não docentes
Potencialidades
Estabilidade do corpo docente e dos não
docentes, permitindo um melhor
acompanhamento educativo;
Qualificação científica e pedagógica dos
docentes, competência e
profissionalismo por parte de todos.
Elevados índices de assiduidade por
parte do pessoal docente e não docente;
Interesse e acompanhamento aos
alunos por parte de docentes e não
docentes;
Investimento no sucesso das
aprendizagens dos alunos com tempos
de apoio pedagógico acrescido e
atendimento personalizado;
Relação familiar e de proximidade entre
alunos e restantes membros da
comunidade educativa.
Constrangimentos
Reduzido número de professores das
várias áreas disciplinares em virtude da
condicionante de turmas únicas o que
exige maior esforço profissional na
lecionação de diferentes níveis de
ensino.
Nem sempre é visível a identificação
com a proposta de uma escola católica e
salesiana por parte de docentes e não
docentes;
Necessidade de mais formação aos
diferentes níveis, quer seja procurada
pelos docentes/não docentes ou
proposta pela escola.
38
6.2. Recursos físicos
Encarregados de Educação
Potencialidades
Confiança na Escola de um modo global;
Participação nas festas onde os filhos
tomam parte;
Um número significativo de pais
valoriza verbalmente o trabalho
desenvolvido pelos professores e o
esforço da escola na melhoria da
mesma.
Grande adesão no preenchimento do
questionário anual relativo à “Satisfação
da Qualidade”.
Constrangimentos
Desinteresse em tomar conhecimento
da informação enviada pela Escola para
casa, seja por que via for (suporte de
papel ou eletrónica);
Pouco envolvimento dos encarregados
de educação nas atividades,
especialmente do 2º e 3º ciclos;
Dificuldades/desinteresse no
acompanhamento dos alunos por parte
de algumas famílias;
Dificuldades por parte de algumas
famílias em sustentar a ação educativa
dos filhos realizada na escola.
Alunos
Potencialidades
Sentido de pertença à escola;
Confiança nos professores;
Relação de proximidade/familiaridade
entre alunos e restantes membros da
comunidade educativa;
Interesse, da maioria dos alunos, pela
aprendizagem;
Elevada taxa de sucesso;
Adesão aos valores propostos pela
escola por parte da maioria dos alunos.
Constrangimentos
Dificuldades comportamentais
resultantes do modo de ser do próprio
aluno, em parte relacionadas com o
fraco acompanhamento familiar por
parte de algumas famílias ou diferentes
critérios educativos;
Dificuldade na interiorização de valores
uma vez que os mesmos não encontram
continuidade na família.
39
6.2.2. Recursos Físicos
Potencialidades
Salas com muita luz, equipadas com
quadros interativos desde o 1º ao
9ºano;
Escola cuidada, limpa e com boas
instalações;
Bom gimnodesportivo e salão de festas
As infraestruturas e equipamentos estão
de acordo com as normas de segurança;
Serviço de catering para as refeições de
acordo com as normas do HACCP;
Amplos espaços exteriores;
Segurança no espaço escolar;
Boa qualidade ambiental.
Constrangimentos
O isolamento térmico das salas do
2º e 3º ciclos acusa necessidade de
melhoramento o que já está em
curso;
Falta de um espaço coberto que
acolha os alunos, particularmente o
1º ciclo e pré-escolar;
Necessidade de melhoramento do
espaço dos balneários.
40
6.2.3. Dinamização Pedagógica
6.1.3. Meio Envolvente
Potencialidades
Articulação entre o ensino pré-escolar
com o 1º ciclo e, deste, com os outros
ciclos.
O Ensino Pré-Escolar e 1º ciclo
usufruem de áreas de complemento
curricular lecionadas por professores de
outros níveis de ensino, sem aumento
de custos;
Flexibilização do atendimento por parte
da Direção, dos DT e professores
titulares e educadoras;
Qualidade das atividades extraletivas
(Escola de Música, Desporto Escolar e
Classe de Dança);
Boa relação com entidades externas e
existência de algumas parcerias:
Festas e celebrações de cariz religioso e
salesiano bem preparadas e com
criatividade;
Participação nas atividades promovidas
pela autarquia;
Dinamização de um campo de férias -
Verão Bosco.
Constrangimentos
Necessidade de incentivar e orientar a
prática de trabalhos de pesquisa com
normas científicas;
Realização de poucas visitas de estudo
em virtude do distanciamento dos
meios de cultura e ciência;
Necessidade de realizar com mais
frequência exercícios de simulacro
dentro do Plano de Segurança.
41
6.2.4. Meio envolvente
Potencialidades
Os índices de natalidade não são tão
baixos como noutras zonas do país;
A taxa de desemprego não é das mais
elevadas do país;
Relativo distanciamento de outros
colégios privados.
Constrangimentos
Contexto económico agravado com a
situação de crise;
Baixa taxa de natalidade;
Fraco reconhecimento do mérito da
escola.
42
6.3. Áreas De Intervenção – Metas para Os Próximos 3 Anos Tendo em conta que o Projeto Educativo é elaborado para um período de três anos, as intervenções
apontadas assentam no diagnóstico executado com base nos resultados dos inquéritos feitos aos pais e
alunos, nas potencialidades encontradas para as otimizar e nos constrangimentos que se
experimentam para os suprimirmos ou minimizarmos. O critério subjacente é uma visão realista:
propor o que é possível.
Assim sendo, seguem-se as metas.
SUSTENTABILIDADE
1. Promover a imagem do Colégio no contexto urbano do concelho de Vendas Novas e concelhos
limítrofes como estabelecimento de excelência educativa.
2. Aumentar o número de inscrições dos alunos no Colégio, nomeadamente ao nível do Pré-Escolar e
do 1º ciclo.
VALORES
1. Criar na comunidade educativa uma maior consciência e sinergia na educação aos valores e a um
comportamento respeitador e cívico dos alunos.
2. Apelar aos encarregados de educação que desenvolvam uma maior colaboração com a escola na
ação educativa dos filhos e conhecimento do Regulamento Interno e do Estatuto do Aluno e Ética
Escolar, Lei nº 51 de 2012 de 05 de setembro.
3. Desenvolver um ação pastoral e evangelizadora junto de toda a comunidade educativa de modo a
anunciar Jesus Cristo e o seu Evangelho a fim de educarmos os alunos a serem “honestos cidadãos
e bons cristãos.”
DINAMIZAÇÃO PEDAGÓGICA
1. Manter/melhorar os bons resultados internos e externos pautando-se sempre pela exigência e não
pelo facilitismo;
2. Estimular o envolvimento colaborativo dos EE no apoio às aprendizagens dos alunos e ao reforço
dos métodos de trabalho individual;
3. Estimular o trabalho autónomo dos alunos e orientar a prática de técnicas de pesquisa que
permitam a realização de trabalhos científicos.
4. Continuar a organizar e participar em atividades culturais de diferentes âmbitos.
43
FORMAÇÃO
1. Planificar a formação dos docentes e não docentes de modo a qualificar o desempenho dos
mesmos.
2. Planificar também para os encarregados de educação encontros de formação que os ajudam a
orientarem-se e orientar os filhos na sociedade atual.
3. Realizar, pelo menos uma vez por ano, um plano de evacuação de acordo com as medidas de
proteção definidas no Plano de Segurança.
RECURSOS FÍSICOS
1. Concluir o isolamento térmico das salas do 2º e 3º ciclos.
2. Construir um espaço coberto de abrigo e lazer destinado particularmente aos alunos do Pré-
Escolar e 1º ciclo.
3. Melhorar o espaço dos balneários junto ao gimnodesportivo.
44
Verifico, Lucílio, que não apenas me estou corrigindo, antes me estou transformando.
Não garanto, nem sequer espero,
que nada já reste em mim sem necessitar de mudança!
Como não hei de eu ter ainda muito que deva ser refreado ou diminuído ou elevado?
Séneca
7.1. Avaliação do PEE
A avaliação do PEE é um dos seus eixos fundamentais, visto que o estrutura em permanência. Ela está
presente na própria conceção do projeto, uma vez que se partiu da reflexão sobre as avaliações
interna e externa e se definiram as áreas de intervenção e as metas a alcançar.
No entanto, a fiabilidade e a pertinência das componentes do PEE devem ser objeto de revisão cíclica, a
fim de serem validados os suportes ou reforçados/substituídos os pilares que permitem a sua
continuidade. Impõe-se, pois, a monitorização do projeto, ou seja, a recolha de informação sobre o
faseamento das atividades nos seus diferentes aspetos.
A prossecução dos objetivos estratégicos em vista das metas propostas será objeto de revisão anual,
permitindo que as diferentes estruturas e órgãos responsáveis pela sua implementação possam tomar
as medidas corretivas, preventivas e de melhoria que concorram efetivamente para os resultados
pretendidos. A monitorização dos objetivos e metas é assegurada por indicadores de natureza interna
e externa, constituindo-se como contributos relevantes os inquéritos de satisfação aos alunos e
pais/EE às partes interessadas e colaboradores, as auditorias pela tutela e outras entidades que nos
ajudam nesta caminhada da melhoria contínua.
7.2. Divulgação
O Projeto Educativo será divulgado junto de toda a comunidade educativa e de quantos o queiram
conhecer através da página web do Colégio www.colegiolauravicunha.com. Saliente-se o facto de este
também existir na escola em suporte de papel.
Será elaborado um folheto para uma maior e mais fácil divulgação com uma síntese da proposta
educativa aqui apresentada.
7 Avaliação do
Projeto Educativo de Escola
46
O Projeto Educativo do Colégio Laura Vicunha, elaborado para os próximos três anos, assenta em
quanto ficou escrito, como seja, o conhecimento da proposta educativa salesiana, dos diferentes atores,
da escola e seus recursos físicos e humanos, do meio onde a escola se situa, do sucesso alcançado, das
suas fragilidades, potencialidades e projetos de ação.
Situamo-nos num meio onde a urbanidade e a ruralidade convivem, onde a oferta de atividades
culturais (exceto o desporto) não é muita. Este poderá ser um desafio para a escola, como, aliás, já o é:
promover a cultura a diferente níveis.
O facto de Vendas Novas ser um concelho do Alentejo onde a baixa de natalidade menos se encontra
acentuada assim como a taxa de desemprego, lança alguma esperança na possibilidade do aumento de
alunos – grande prioridade para o próximo triénio.
Tendo em conta os recursos fiscos da escola (embora haja necessidade de melhorias) bem como os
recursos humanos, nomeadamente a estabilidade, assiduidade e profissionalismo dos docentes, sente-
se a necessidade de mais formação e identificação (por opção própria) com o projeto educativo da
escola católica e salesiana para assegurar e aumentar o sucesso escolar e a formação de pessoas que se
regem por valores universais e evangélicos. Esta é uma outra prioridade.
Há ainda ouros desafios, tais como o de criar uma maior dinamização pedagógica, níveis de maior
sucesso, educação e bom comportamento num trabalho que envolve também as famílias. Ambos nos
devemos pautar pela exigência e não pelo facilitismo.
Concluindo: será a sinergia de pessoas, ideias e projetos que tornará possível a concretização do
Projeto Educativo.
Conclusão
48
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