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8/6/2019 Qual foi a primeira? A tentao do monte ou a do templo?
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Qual foi a primeira? A tentao do monte ou a dotemplo?
Lucas 4:5 e ss.
5 E o Diabo, levando-o a um alto monte, mostrou-lhe num relance todos os reinosdo mundo. 6 E disse-lhe: Dar-te-ei toda a autoridade e glria destes reinos, porqueme foi entregue, e a dou a quem eu quiser () 9 E o levou a Jerusalm e o colocousobre o pinculo do templo e lhe disse: Se tu s Filho de Deus, lana-te daquiabaixo; 10 porque est escrito: Aos seus anjos ordenar a teu respeito, que teguardem () 13 Assim, tendo o Diabo acabado toda sorte de tentao, retirou-sedele at ocasio oportuna.
Mateus 4: 5 e ss.
5 Ento o Diabo o levou cidade santa, colocou-o sobre o pinculo do templo, 6 edisse-lhe: Se tu s Filho de Deus, lana-te daqui abaixo () 8 Novamente o Diabo olevou a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo, e a glriadeles; 9 e disse-lhe: Tudo isto te darei, se, prostrado, me adorares. () 11 Ento oDiabo o deixou; e eis que vieram os anjos e o serviram.
Antes de falar das discrepncias, notemos as semelhanas entre o relato de Mateuse o de Lucas:
1. Ambos dizem que Jesus foi levado ao deserto pelo Esprito.2. Ambos dizem que Jesus jejuou.3. Ambos dizem que depois sentiu fome.
4. Ambos dizem que o diabo veio prov-lo.5. Ambos mencionam as mesmas tentaes.6. Ambos mencionam as seguintes citaes bblicas de Satans (Salmo 91; 11-12)e de Jesus (Deuteronmio 8:3; 6:13; 6:16).7. Ambos coincidem na ordem da primeira tentao que mencionam.8. Ambos afirmam que Satans o deixou depois da terceira tentativa falhada.
Agora vejamos as diferenas:
1. Mateus menciona o propsito da estadia de Jesus no deserto, ao passo que emLucas est implcito.2. Lucas, mas no Mateus, menciona o Jordo e que Jesus estava cheio do Esprito
Santo.3. Mateus menciona 40 dias e 40 noites, enquanto Lucas diz simplesmente "porquarenta dias".4. Mateus chama Satans "o tentador" (ho peirazn) e Lucas "o diabo" (hodiabolos).5. Segundo Mateus, Satans menciona "pedras" no plural e segundo Lucas "pedra"no singular.6. A citao de Deuteronmio 8:3 no exactamente igual em ambos os casos.7. Mateus, mas no Lucas, menciona a presena de anjos que serviam Jesus.8. A ordem das duas ltimas tentaes diferente em Mateus e em Lucas.
Supostamente esta ltima diferena demonstraria que a Bblia no inspirada nem
infalvel. Isto baseia-se na suposio fundamental que ambos os evangelistaspretendiam narrar as tentaes em ordem estritamente cronolgica.
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Sem dvida a ordem cronolgica uma possibilidade, mas por outro lado nenhumdos dois evangelistas afirma que a sua apresentao seja estritamente cronolgica.
natural que ambos coincidam na ordem da primeira tentao, vinculada como
est ao facto de Jesus estar faminto.Quanto s outras duas, algumas partculas que Mateus usa sugerem que sepropunha a dispor em ordem de sucesso cronolgica o seu material: tote, "ento",versculo 5; palin "novamente", "outra vez", versculos 7 e 8.
H, alm disso, indcios de que Mateus tinha em mente um paralelismo entre astentaes de Israel e as tentaes de Jesus no deserto.
Em contrapartida, Lucas no usa partculas que exijam sucesso cronolgica, masune as tentaes com a conjuno "e" (kai).
A ordem de Lucas sugere um deslocamento geogrfico progressivo e centrpeto(deserto-monte-templo) e sobretudo um crescendo na subtileza da tentao: Noprimeiro caso apela fome, ou seja, s necessidades fsicas e procura desolues rpidas parte da f em Deus; no segundo caso, ambio e nsia depoder. Na terceira tentao nesta ordem climtica de Lucas - Satans pretendeinstigar Jesus nada menos do que a tentar Deus. Esta tentao a muito maissubtil, e a prova est em que muitos cristos sucumbem a ela. Est disfarada def em Deus! Tanto, que a nica das trs ocasies em que o Tentador ousa citar asSagradas Escrituras. No entanto, Jesus no cai na armadilha: ele, que conhecia oPai como ningum e gozava de todo o seu amor, no confundia f comimprudncia; e ns faramos bem em proceder de igual forma.
Em resumo, a suposta contradio baseia-se num pressuposto errneo quedemanda estrita ordem cronolgica e no admite outra ordem como a de Lucas.
Os cristos entendem que ambos os relatos, com as suas diferentes nfases quejustificam a mudana de ordem, so na realidade complementares, e nos permitementender melhor, mediante perspectivas diferentes, o significado deste facto. Estacomplementaridade a razo pela qual a Igreja aceitou desde a antiguidade osquatro Evangelhos cannicos tal como so. Sem os quatro, o quadro no estcompleto.
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