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2015
Deolinda Ribas
Fernando Jaime Cunha Fernandes Ribeiro
e Anabela Ribeiro Lima
27-03-2015
RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)
Tribunal da Comarca de Braga
Guimarães – Instância Central
1.ª Secção do Comércio – J1
Processo n.º 907/15.0T8GMR
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ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 4
2. IDENTIFICAÇÃO E APRESENTAÇÃO GERAL DOS INSOLVENTES ............................................. 5
2.1. IDENTIFICAÇÃO DOS INSOLVENTES .............................................................. 5
2.2. COMISSÃO DE CREDORES ................................................................................ 5
2.3. ADMINISTRADOR DE INSOLVÊNCIA ............................................................... 5
2.4. DATAS DO PROCESSO ........................................................................................ 5
3. ANÁLISE DOS ELEMENTOS INCLUÍDOS NO DOCUMENTO REFERIDO NA ALÍNEA C) DO N.º 1
DO ARTIGO 24ª ............................................................................................................................. 6
3.1. DOCUMENTOS DISPONIBILIZADOS ................................................................ 6
3.2. EXPLICITAÇÃO DA ACTIVIDADE DOS INSOLVENTES NOS ÚLTIMOS
TRÊS ANOS ........................................................................................................................ 7
3.3. CAUSAS DA INSOLVÊNCIA ............................................................................... 7
4. CONTABILIDADE, DOCUMENTOS DE PRESTAÇÃO DE CONTAS E DE INFORMAÇÃO
FINANCEIRA ................................................................................................................................. 9
5. PERSPECTIVAS DE MANUTENÇÃO DA EMPRESA ............................................................... 10
6. CENÁRIOS POSSÍVEIS E SUAS CONSEQUÊNCIAS PARA OS CREDORES ................................. 10
7. OUTROS ELEMENTOS IMPORTANTES PARA A TRAMITAÇÃO ULTERIOR DO PROCESSO ....... 13
7.1. DA APENSAÇÃO DE ACÇÕES / EXECUÇÕES ............................................ 13
7.2. DAS TRANSMISSÕES EFECTUADAS A FAVOR DE TERCEIROS NOS
ÚLTIMOS TRÊS ANOS .................................................................................................... 13
7.3. DA APREENSÃO DE BENS IMÓVEIS E BENS MÓVEIS SUJEITOS A
REGISTO ........................................................................................................................... 15
7.4. DA APREENSÃO DO VENCIMENTO ............................................................... 16
7.5. DO INCIDENTE DE QUALIFICAÇÃO DA INSOLVÊNCIA .......................... 18
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7.6. DO PEDIDO DE EXONERAÇÃO DO PASSIVO RESTANTE ......................... 19
8. INVENTÁRIO (ART.S 153.º E 155º CIRE) ............................................................................. 31
9. RELAÇÃO PROVISÓRIA DE CREDORES (ART. 154º CIRE) ..................................... 33
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1. INTRODUÇÃO
Os devedores Fernando Jaime Cunha Fernandes Ribeiro e Anabela Ribeiro Lima
apresentaram-se à insolvência, tendo sido proferida sentença em 19 de Fevereiro
de 2015.
Nos termos do art.º 155.º do CIRE, a administradora da insolvência deve elaborar um
relatório contendo:
a) A análise dos elementos incluídos no documento referido na alínea c) do n.º
1 do artigo 24.º;
b) A análise do estado da contabilidade do devedor e a sua opinião sobre os
documentos de prestação de contas e de informação financeira juntos aos
autos pelo devedor;
c) A indicação das perspectivas de manutenção da empresa do devedor, no
todo ou em parte, da conveniência de se aprovar um plano de insolvência,
e das consequências decorrentes para os credores nos diversos cenários
figuráveis;
d) Sempre que se lhe afigure conveniente a aprovação de um plano de
insolvência, a remuneração que se propõe auferir pela elaboração do
mesmo;
e) Todos os elementos que no seu entender possam ser importantes para a
tramitação ulterior do processo.
Ao relatório devem ser anexados o inventário e a lista provisória de credores.
Assim, nos termos do art.º 155.º do CIRE, vem o administrador apresentar o seu
relatório.
A Administradora da insolvência
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2. IDENTIFICAÇÃO E APRESENTAÇÃO GERAL DOS INSOLVENTES
2.1. IDENTIFICAÇÃO DOS INSOLVENTES
Nome Fernando Jaime Cunha Fernandes Ribeiro
NIF 196 274 117
Nome Anabela Ribeiro Lima
NIF 213 509 300
Morada Travessa dos Patos, n.º 74, Brito, 4805-063 Guimarães
Estado Civil Casados no regime de comunhão de adquiridos
2.2. COMISSÃO DE CREDORES
Não nomeada
2.3. ADMINISTRADOR DE INSOLVÊNCIA
Deolinda Ribas
NIF/NIPC: 175620113
Rua Bernardo Sequeira, 78, 1.º - Apartado 3033 – 4710-358 Braga
Telef: 253 609310 – 253 609330 – 917049565 - 962678733
E-mail: dribas@nadv.pt
2.4. DATAS DO PROCESSO
Data e hora da prolação da sentença: 19-02-2015 pelas 14h00m
Publicado no portal Citius – 20 de Fevereiro 2015
Fixado em 30 dias o prazo para reclamação de créditos.
Assembleia de Credores art.º 155.º CIRE: 14-04-2015 pelas 14:00 horas
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3. ANÁLISE DOS ELEMENTOS INCLUÍDOS NO DOCUMENTO REFERIDO NA ALÍNEA C) DO N.º 1 DO ARTIGO 24ª
3.1. DOCUMENTOS DISPONIBILIZADOS
Dispõe a al ínea c) do n.º 1 do artigo 24ª do CIRE que o devedor
deve juntar, entre outros, documento em que se expl icita a
actividade ou actividades a que se tenha dedicado nos úl timos
três anos e os estabelecimentos de que seja titular, bem como o
que entenda serem as causas da situação em que se encontra.
Os devedores apenas procederam, de acordo com o disposto no
nº 1 do artigo 24º do CIRE e pese embora terem sido notificados
na, à junção dos seguintes documentos:
a) Relação de credores;
b) Relação de bens;
c) Recibo de vencimento do insolvente marido;
d) Comprovativos de despesa de electricidade, saúde e água;
e) Notif icações de Agentes de Execução;
f) Nota de débito da Caixa Geral de Depósitos;
g) Notif icações de cobrança / injunção;
h) Citação em Ação Especial para Cumprimento de
Obrigações Pecuniárias;
i) Contrato de mútuo real izado com o Banco Mais;
j) Notif icação de incumprimento para com a Cofidis;
k) Requerimento de injunção;
l ) Mapa da central de responsabil idades de crédito;
m) Declaração confessória de dívida;
n) Relação de acções pendentes;
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o) Actividade desenvolvida nos úl timos três anos;
p) Causas da insolvência;
q) Comprovativo de recepção de valores;
r) Cópia dos documentos de identif icação dos insolventes;
s) Comprovativo de recebimento do abono de famíl ia;
t) Declarações de IRS – Modelo 3 de 2011, 2012 e 2013;
u) Relação de pagamentos e recebimentos mensais .
3.2. EXPLICITAÇÃO DA ACTIVIDADE DOS INSOLVENTES NOS
ÚLTIMOS TRÊS ANOS
O requerente marido exerceu a função de gerente até 23-02-2015
na sociedade comercial “Urbalpinismo, Unipessoal, Ldª”, sendo
actualmente funcionário da sociedade, auferindo o vencimento
mensal bruto de € 505,00.
A insolvente mulher não exerce qualquer atividade há cerca de 5
anos e não aufere qualquer subsídio ou rendimento.
3.3. CAUSAS DA INSOLVÊNCIA
As conclusões que infra se enunciam sobre as causas da
insolvência resultam da anál ise efectuada à informação
colocada à disposição da Administradora de Insolvência
(petição inicial e documentos fornecidos), bem como das
dil igências efectuadas por esta.
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Deste modo, indicam-se os motivos justif icativos da actual
situação de insolvência dos devedores:
O requerente marido exerceu a função de gerente até 23 -
02-2015 na sociedade comercial “Urbalpinismo, Unipessoal,
Ldª”, onde continua a ser sócio, sendo actualmente
funcionário da sociedade, auferindo o vencimento mensal
bruto de € 505,00.
A insolvente mulher não exerce qualquer atividade há cerca
de cinco anos e não aufere, de momento, qualquer subsídio
ou rendimento;
Os insolventes residem em habitação arrendada com os seus
4 fi lhos menores de 16, 12, 8 e 2 anos;
Dada a falta de rendimentos do agregado famil iar, só com a
ajuda dos famil iares conseguem fazer face às suas despesas
básicas;
As despesas médias do agregado famíl iar são 550,00 € para
renda (despesa não documentada), 150,00 € de
electricidade, 45,00 € de água, 150,00 € de despesas
escolares (despesa não documentada), 650,00 € para
al imentação e higienização (despesa não documentada),
80,00 € (despesa não documentada) e 50,00 € para
medicação.
A conjugação destes factores levou a que os Requerentes se
vissem totalmente impossibil i tados de cumprir com as suas
obrigações.
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4. CONTABILIDADE, DOCUMENTOS DE PRESTAÇÃO DE CONTAS E DE INFORMAÇÃO FINANCEIRA
No relatório apresentado ao abrigo do art.º 155.º do CIRE, deve a
Administradora da insolvência efetuar uma anál ise do estado da
contabil idade do devedor e a sua opinião sobre os documentos
de prestação de contas e de informação financeira juntos pelo s
devedores.
No que se refere à informação financeira prestada pel a devedora
e que se encontra descrita em termos de activos e passivos,
foram entregues as declarações de IRS dos anos de 2011, 2012 e
2013, das quais resulta, o seguinte:
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Valores declarados 2011 2012 2013
Rendimento Cat. A/H € 10.304,43 € 5.820,00 € 5.335,00
Rendimento Cat. B € 0,00 € 0,00 € 0,00
Rendimentos capitais € 0,00 € 0,00 € 5,20
Mais valias al ineação
onerosa imóveis
€ 0,00 (€ 5.480,00) € 0,00
Alienação onerosa de partes
sociais
€ 0,00 € 0,00 € 0,00
Juros de retenção poupança € 0,00 € 0,00 € 0,00
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5. PERSPECTIVAS DE MANUTENÇÃO DA EMPRESA
Tendo em conta o supra referido, designadamente, a
circunstância dos insolventes não serem no momento
comerciantes, não tendo, por isso, apl icabil idade o presente
dispositivo.
6. CENÁRIOS POSSÍVEIS E SUAS CONSEQUÊNCIAS PARA OS CREDORES
A assembleia de credores de apreciação do relatório del ibera
sobre o encerramento ou prosseguimento do processo de
Insolvência.
Decorre do artigo 1.º do CIRE, que o processo de insolvência tem
como escopo a l iquidação do património de um devedor
insolvente e a repartição do produto obtido pelos credores
Estão sujeitos a apreensão no processo de insolvência todos os
bens integrantes da massa insolvente, a qual abrange todo o
património dos devedores à data da declaração de insolvência,
bem como os bens e direitos que ela adquira na pendência do
processo.
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Como referem Carvalho Fernandes e João Labareda[ 1], da
conjugação dos n.ºs 1 e 2 do art. 46.º resul ta que, em rigor, a
massa não abrange a total idade dos bens do devedor
susceptíveis de aval iação pecuniária, mas tão só os que forem
penhoráveis e não excluídos por disposição especial em
contrário, acrescidos dos que, não sendo embora penhoráveis ,
sejam voluntariamente oferecidos pelo devedor, quanto a
impenhorabil idade não seja absoluta.
São absolutamente impenhoráveis “os bens imprescindíveis a
qualquer economia doméstica que se encontrem na residência
permanente do executado (…)”.
Assim, não se procedeu à apreensão dos bens móveis existentes
na residência dos devedores por se tratar de bens imprescindíveis
à respectiva economia doméstica.
A signatária encetou dil igências no sentido de averiguar a
existência de bens no património dos insolventes, nomeadamente
junto da Conservatória do Registo Predial e Automóvel e
Repartição de Finanças, tendo sido local izados os bens e
participação societária infra descritos no inventário.
Contudo, relativamente aos bens que, nos úl timos anos, estiveram
na esfera patrimonial dos devedores, encontra-se a
Administradora da Insolvência a averiguar o teor das transmissões
efectuadas a favor de terceiros neste período, designadamente,
o bem imóvel composto correspondente à fracção predial
1Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas, 4.ª ed., p. 236-237.
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designada por “BE” , correspondente a uma habitação Tipo T3 no
1.º andar esquerdo, com garagem individual na cave, ,
identif icada pelo n.º 18-Bloco E, sito na freguesia de Caldelas,
concelho de Guimarães, descrito na Conservatória do Registo
Predial de Guimarães sob o n.º840- BE. A transmissão em causa foi
objecto de registo a favor de Joaquim Tomás Moreira Barbosa e
Maria da Conceição da Cunha Fernandes em 21.08.2012.
Assim, haverá que esclarecer as concretas condições da
al ienação efectuada, nomeadamente, se a mesma não visou
mais do que enganar e prejudicar os credores, fazendo com que
esse bem imóvel não integrasse o respectivo património, evitando
possíveis arrestos ou apreensões judiciais ou, pelo menos,
dificul tando-se quaisquer iniciativas que, visando, esses
objectivos, fossem tomadas pelos credores dos insolvente.
Sem prejuízo, o cenário possível que se apresenta para os
credores é, pois, no sentido da l iquidação do activo.
Assim, considerando que:
1. É notória a situação de insolvência e a insuficiência de
valores ativos face ao Passivo acumulado;
2. Os bens apreendidos a favor da massa são provavelmente
de valor inferior às dívidas contraídas;
3. Não havendo Plano de Pagamentos;
A Administradora da Insolvência propõe que se del ibere no
sentido da l iquidação do ativo e parti lha da massa insolvente .
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7. OUTROS ELEMENTOS IMPORTANTES PARA A TRAMITAÇÃO ULTERIOR DO PROCESSO
7.1. DA APENSAÇÃO DE ACÇÕES / EXECUÇÕES
Nas acções / execuções pendentes contra os insolventes não
se discute qualquer questão cuja decisão que vier a ser
proferida nessas acções possa afectar a massa insolvente (no
sentido de lhe acrescentar ou retirar bens ou valor), pelo que
não se requer a apensação das mesmas.
Igualmente no que se reporta aos processos executivos o
pedido de apensação de processos executivos apenas se
justif icará em caso de dificuldade de apreensão para a massa
insolvente dos bens penhorados no âmbito desses processos, o
que, até ao momento não se verifica, pelo que não se requer a
apensação dos mesmos.
7.2. DAS TRANSMISSÕES EFECTUADAS A FAVOR DE TERCEIROS
NOS ÚLTIMOS TRÊS ANOS
Anal isadas transmissões efectuadas a favor de terceiros nos
úl timos anos, resulta ter ocorrido uma transacção / venda do bem
imóvel correspondente à fracção predial designada por “BE” ,
correspondente a uma habitação Tipo T3 no 1.º andar esquerdo,
com garagem individual na cave,, identif icada pelo n.º 18-Bloco
E, si to na freguesia de Caldelas, concelho de Guimarães, descrito
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na Conservatória do Registo Predial de Guimarães sob o n.º840-
BE.
A transmissão em causa foi objecto de registo a favor de Joaquim
Tomás Moreira Barbosa e Maria da Conceição da Cunha
Fernandes em 21.08.2012.
Pela simil itude do nome, depreende-se que a adquirente será
famil iar próximo da insolvente mulher.
Assim, haverá que esclarecer as concretas condições do acto
supra referido, nomeadamente, se o mesmo não visou mais do
que enganar e prejudicar os credores, fazendo com que esse
bem não integrasse o respectivo património, evitando possíveis
arrestos ou apreensões judiciais ou, pelo menos, dificul tando -se
quaisquer iniciativas que, visando, esses objectivos, fossem
tomadas pelos credores dos insolventes.
De facto, o acto supra referido, na falta do devido
esclarecimento quanto às suas concretas condições, poderá vir a
ser acto passível de Acção de Impugnação Paul iana, nos termos
do art.º 127.º do CIRE (sendo certo que, pelo decurso do tempo,
já não será poss ível vir a ser resolvido em benefício da massa
insolvente, nos termos dos n.ºs 1 e 2 do ar t.º 120.º e art.º 123.º do
CIRE).
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7.3. DA APREENSÃO DE BENS IMÓVEIS E BENS MÓVEIS SUJEITOS
A REGISTO
Das dil igências efectuadas no sentido de averiguar a existência
de bens no património dos insolventes, nomeadamente junto da
conservatória do registo predial e automóvel, foi possível local izar
os seguintes bens:
Veículo automóvel l igeiro de passageiros, marca Datsun,
modelo 1200 4 portas Delux, quadro n.º KDB110020169,
matrícula EH-99-32
Nota: Foi pres tada informação pe los insolventes que o veículo supra
ident i f icado foi entregue à sucata, em 1994, na sequência de um acidente
de viação.
Veículo automóvel l igeiro de passageiros, marca
Volkswagen, modelo Golf, com a cil indrada de 1.390 cm³, a
gasol ina, matrícula 47-13-PU, com valor de ---------- € 1.950,00
Nota: Valor de venda apurado em consul ta do s i te de venda
www.standvi r tual .com, em 30 de Março de 2015 .
Veículo automóvel l igeiro de passageiros, marca Seat,
modelo Cordoba (6k5-AEX-2), com a cil indrada de 1.390
cm³, a gasol ina, matrícula 96-58-HR, com valor de -- € 600,00
Nota: Valor de venda apurado em consul ta do s i te de venda
www.custojusto.pt , em 28 de Março de 2015 .
Nota: Desconhece a signatária qual a local ização e o estado de
conservação das viaturas supra indicadas, supondo-se para a sua
valorização que estejam no estado razoável de uso.
Participação social na sociedade “Urbalpinismo, Unipessoal,
Lda.” correspondente à total idade do capital social , no
valor nominal de -------------------------- --------------- ---- € 5.000,00
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Nota: A participação social supra identif icada carece de
aval iação quanto ao valor real da sociedade.
7.4. DA APREENSÃO DO VENCIMENTO
No relatório apresentado nos termos do disposto no artigo 155.º
do CIRE, deve ser feita menção quanto à apreensão (montante
apreendido) ou não do vencimento dos insolventes pessoas
singulares e, no caso de não apreensão, deverá constar, de
forma sucinta, a justificação para a não apreensão.
O vencimento deve ser apreendido com destino à satisfação dos
credores dos insolventes, fazendo parte da massa insolvente que
abrange todo o património do devedor e os bens e direitos que
ele adquira na pendência do processo (art.º 46.º, n.º 1, do CIRE).
Na execução singular (art. 824ºdo C.P.C.) determina -se que a
impenhorabil idade estabelecida no n.º 1 do preceito (2/3 dos
vencimentos, salários ou prestações de natureza semelhante
auferidos pelo devedor e bem assim das prestações periódicas
auferidas a tí tulo de aposentação ou qualquer outra regal ia
social) tem como l imite máximo o montante equivalente a três
salários mínimos nacionais à data de cada apreensão e, como
l imite mínimo, quando o executado não tenha outro rendimento
(e o crédito exequendo não seja de al imentos), o montante
equivalente ao salário mínimo nacional.
Na execução universal em que a insolvência se traduz, e no caso
particular em que é requerida a exoneração do passivo restante,
estabelece a lei o princípio de que todos os rendim entos que
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advenham ao devedor consti tuem rendimento disponível , a ser
afecto às f inal idades previstas no art. 241º do C.I .R.E.
(cumprimento das obrigações do devedor), excluindo porém
desse rendimento disponível – e logo dessa afectação do
património do devedor ao cumprimento das obrigações para
com os seus credores – o razoavelmente necessário para o
sustento minimamente digno do devedor e do seu agregado
famil iar, não devendo essa exclusão exceder, salvo decisão
fundamentada do juiz em contrário, três vezes o salário mínimo
nacional.
Uma diferença entre os dois regimes é de realçar, desde logo o
facto da norma do C.I .R.E. não mencionar qualquer l imite
mínimo objectivo, aludindo antes a um conceito indeterminado –
o razoavelmente necessário para o sustento minimamente digno
do devedor e seu agregado.
Assim, considera-se adequado dever interpretar-se o art. 239º, nº
3, b), i) do C.I .R.E. no sentido de que a exclusão aí prevista tem
como l imite mínimo o que seja razoavelmente necessário para
garantir e salvaguardar o sustento minimamente digno do
devedor e seu agregado famil iar.
Ora, verif ica-se, in casu, que o requerente marido é funcionário
da sociedade comercial “Urbalpinismo, Unipessoal, Lda.”,
auferindo o vencimento mensal bruto de € 505,00 e a insolvente
mulher não exerce qualquer atividade há cerca de 5 anos e não
aufere qualquer subsídio ou rendimento.
Face ao entendimento supra manifestado e ao valor do salário
auferido pelo insolvente marido, considera-se não dever ser
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aprendido qualquer montante do salário auferido por aquele,
pois que o mesmo é imprescindível para o respectivo sustento
condigno do agregado famil iar .
7.5. DO INCIDENTE DE QUALIFICAÇÃO DA INSOLVÊNCIA
Caso disponha de elementos que justifiquem a abertura do
incidente de qual ificação da insolvência, na sentença que
declarar a insolvência, o juiz declara aberto o incidente de
qual ificação, com carácter pleno ou l imitado – cfr. al . i) doa rt.º
36.º do CIRE.
Nos presentes autos a sentença que decretou a insolvência não
declarou , desde logo, aberto aquele incidente.
Assim, nos termos do n.º 1 do art.º 188.º do CIRE, até 15 dias após
a real ização da assembleia de apreciação do relatório, a
administradora da insolvência ou qualquer interessado deverá
alegar, fundamentadamente, por escrito, em requerimento
autuado por apenso, o que tiver por conveniente para efeito da
qual ificação da insolvência como culposa e indicar as pessoas
que devem ser afetadas por tal qual ificação, cabendo ao juiz
conhecer dos factos alegados e, se o considerar oportuno,
declarar aberto o incidente de qual ificação da insolvência, nos
10 dias subsequentes.
Não se emite, por ora, o respectivo parecer quanto à
qual ificação da insolência, pois, haverá, como referido supra,
que esclarecer as concretas condições da transmissão a favor
de terceiros do bem imóvel que se encontrava registado a favor
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dos insolventes, nomeadamente, se o mesmo não visou mais do
que enganar e prejudicar os credores, fazendo com que esse
bem não integrasse o respectivo património
7.6. DO PEDIDO DE EXONERAÇÃO DO PASSIVO RESTANTE
Os insolventes vieram requerer a exoneração do passivo
restante, nos termos do disposto no art.º 235. ess do CIRE.
Deve, nos termos do n.º 4 do art.º236.º do CIRE, o administrador
da insolvência pronunciar -se sobre o requerimento.
É possível del inear a seguinte factual idade com interesse para a
emissão do presente parecer, face aos elementos documentais
constantes do processo (petição inicial e informações prestadas
pelos Requerentes, sentença que decretou a insolvência bem
como a relação provisória de credores apresentada nos termos
dos artºs 154.º e 155º CIRE):
1. O requerente marido exerceu a função de gerente até 23 -
02-2015 na sociedade comercial “Urbalpinismo, Unipessoal,
Lda.”, onde continua a ser sócio, sendo actualmente
funcionário da sociedade, auferindo o vencimento mensal
bruto de € 505,00 ;
2. A insolvente mulher não exerce qualquer atividade há cerca
de 5 anos e não aufere qualquer subsídio ou rendimento;
3. Os insolventes residem em habitação arrendada com os seus
4 fi lhos menores de 16, 12, 8 e 2 anos;
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4. Dada a falta de rendimentos do agregado famil iar, só com a
ajuda dos famil iares conseguem fazer face às suas despesas
básicas;
5. As despesas médias do agregado famíl iar são 550,00 € para
renda (despesa não documentada), 150,00 € de
electricidade, 45,00 € de água, 150,00 € de despesas
escolares (despesa não documentada), 650,00 € para
al imentação e higienização (despesa não documentada),
80,00 € (despesa não documentada) e 50,00 € para
medicação
6. Os seus credores e respectivos créditos, são os seguintes:
Credores Fundamento Montante Data de
Constituição Data de
Vencimento
Banco BPI, S.A.
NIPC 501 214 534
Livranças subscritas
pela sociedade
Atlântico Mármores -
Comercialização de
Mármores, Lda e
avalizadas pelos
insolventes
49.033,01 24-10-2007 15-05-2013
Banco BPI, S.A.
NIPC 501 214 534
Contrato de crédito
não hipotecário
avalizado pelos
insolventes
11.707,74 03-02-2010 ND
Banco BPI, S.A.
NIPC 501 214 534 Contrato de compra e
venda com hipoteca 227.184,59 23-01-2008 05-08-2014
Banco BPI, S.A.
NIPC 501 214 534
Saldo devedor em
contas de depósitos à
ordem
733,96 ND ND
Banif - Banco
Internacional do
Funchal, S.A.
Contrato de crédito 10.418,40 03-04-2008 03-06-2013
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NIPC 511 202 008
Banif - Banco
Internacional do
Funchal, S.A.
NIPC 511 202 008
Contrato de abertura
de conta de depósitos
à ordem n.º 30333097
41,95 22-11-2004 02-08-2011
Banif - Banco
Internacional do
Funchal, S.A.
NIPC 511 202 008
Contrato de crédito
avalizado pelos
insolventes
10.058,07 15-07-2011 ND
Barclays Bank
PLCNIPC 980 000 874 Crédito declarado pelo
insolvente 1.200,00 ND ND
Caixa Geral de
Depósitos, S.A.
NIPC 500 960 046
Contrato de
empréstimo n.º PT
00350669001764991 -
€ 25.064,39 -; contrato
de abertura de crédito
n.º PT
00350669001523492 -
€ 69.074,90 -; contrato
de financiamento n.º
PT
00350669600078296 -
€ 2.778,07 -; contrato
de abertura de crédito
em conta corrente n.º
PT
00350669001688592 -
€ 49.253,81 -; livrança
n.º
500166773090332725
- € 13.446,55 - Todos
avalizados pelos
insolventes
159.617,72 18-06-2007 07-01-2012
Caixa Geral de
Depósitos, S.A.NIPC
500 960 046
Contrato de
empréstimo n.º PT
003506699001726791
418.935,40 11-02-2010 02-03-2010
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- € 33.604,85 -;
contrato de
empréstimo n.º PT
0035066900173891 -
€ 52.089,88 -; contrato
de empréstimo n.º PT
00350669001739991 -
€ 321.741,13 -;
contrato de
mepréstimo n.º PT
00350669001728391 -
€ 2.081,94 -; contrato
de empréstimo n.º PT
00350669001727591 -
€ 9.417,60; Todos
afiançados pelos
insolventes
Caixa Geral de
Depósitos, S.A.
NIPC 500 960 046
Contrato de abertura
de conta bancária n.º
066904668500
194,24 29-01-1997 ND
Garval - Sociedade
de Garantia Mútua,
S.A.
NIPC 506 209 199
Garantia autónoma n.º
2010.00976 - €
9.706,61 -; garantia
autónoma n.º
2010.00414 - €
38.856,97 -; garantia
autónoma n.º
2012.00080 - €
21.224,46 - Todas
avalizadas pelos
insolventes
69.788,04 11-02-2010 ND
Novo Banco dos
Açores, S.A.NIPC 512
061 840
Contratos de mútuo
com hipoteca e fiança
prestada pelos
insolventes, com
valores em débito de €
112.289,81 e €
7.380,80,
respectivamente
119.670,61 23-03-2007 22-12-2014
7. Encontram-se pendentes contra os requerentes os seguintes
processos judiciais:
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Processo n.º 3412/13.6TBGMR, Instância central de
Guimarães, Secção de execução J2, da Comarca de
Braga, em que é exequente a Caixa Geral de
Depósitos;
Processo n.º 4595/12.8TBGMR, Instância central de
Guimarães, Secção de execução J1, da Comarca de
Braga, em que é exequente a MEO - Serviços de
Comunicações e Multimédia, S.A. ;
Processos de execução fiscal números:
i. 0418201401057952;
i i . 0418201401250043;
i i i . 0418201401287257;
iv. 0418201401317490;
v. 0418201401317504;
vi. 0418201401323563;
vi i . 0418201401351516;
vi i i . 0418201481058020;
ix. 0418201481058845;
x. 0418201481077130;
xi . 0418201481084749;
xi i . 0418201501014374;
xi i i . 0418201501015400;
xiv. 0418201501025260.
8. Apresentaram-se à insolvência no início em 4 de Fevereiro
de 2015, a qual foi decretada por sentença proferida em 19
do mesmo mês.
*-*
Isto dito:
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Dispõe o disposto no art.º 235º do CIRE, que ”se o devedor for
uma pessoa singular, pode ser -lhe concedida a exoneração dos
créditos sobre a insolvência que não forem integralmente pagos
no processo de insolvência ou nos cinco anos posteriores no
encerramento deste”.
Os cri térios de apl icação deste instituto estão previstos nos art.ºs
237.º segs. do CIRE. Não sendo aprovado e homologado na
assembleia de apreciação do relatório qualquer plano de
insolvência, cumprir -se-á dessa forma o requisi to da al ínea c) do
art.º 237.º.
Quanto aos requisitos estabelecidos no art.º 238º (apl icáveis por
força do art.º 237º., al ínea a) do CIRE), o pedido foi deduzido
conjuntamente com a apresentação à insolvência, pelo que nos
termos do art.º 236, n.º 1, ele mostra-se tempestivo.
Nada consta nos autos ou foi apurado pela administradora de
insolvência quanto a ter a devedora fornecido informações falsas
a que se refere a al ínea b) ou ter beneficiado anteriormente
desta exoneração do passivo restante (al ínea c)).
A apl icação do disposto na al ínea d) do nº 1 do artigo 238.º do
CIRE pressupõe a verificação de uma das seguintes s ituações:
o devedor não cumprir o dever de apresentação à
insolvência, com prejuízo para os credores,
ou se não existi r esse dever, se se tiver abstido dessa
apresentação nos seis meses seguintes à verificação da
situação de insolvência, com prejuízo para os credores e
sabendo, ou não podendo ignorar sem culpa grave, não
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existi r qualquer perspetiva séria de melhoria da sua situação
económica.
Estando em apreciação um pedido que foi formulado por pessoa
singular, não está o insolvente obrigado a apresentar -se à
insolvência no prazo estabelecido no art. 18, nº 1 do CIRE, tal
como flui do nº 2 deste mesmo preceito, pelo que não se cuida
de verif icar a verificação em concreto da parte inicial da al ínea
d).
No que se reporta aos demais requisi tos desta al ínea d) , de
preenchimento cumulativo, são os seguintes:
que o devedor/requerente não se apresente à insolvência
nos seis meses seguintes à verif icação da situação de
insolvência;
que desse atraso resul te um prejuízo para os credores;
que o devedor soubesse, ou pe lo menos não pudesse
ignorar sem culpa grave, não existir qualquer perspectiva
séria de melhoria da sua situação económica.
Carvalho Fernandes e João Labareda sobre esta matéria
escrevem que “para além da não apresentação à insolvência, a
relevância deste comportamento do devedor, para efeito de
indeferimento l iminar, depende ainda, em qualquer destas
hipóteses, de haver prejuízo para os credores e de o devedor
saber ou não poder ignorar, sem culpa grave, que não existe
«qualquer perspetival séria da melhor ia da sua situação
económica».
Está aqui em causa apurar se a não apresentação da devedora à
insolvência se pode justificar por el a estar razoavelmente
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convicta de a sua situação económica poder melhorar em termos
de não se tornar necessária a declaração de insolvência”[…]
Importa, pois , verificar se a apresentação da requerente à
insolvência se verificou nos seis meses seguintes à verificação
desta s ituação e, em caso negativo, se e desse facto advieram
prejuízos para os credores.
Ora, o conceito de preju ízo pressuposto na al ínea d) do nº 1 do
artigo 238 do CIRE consiste num prejuízo diverso do simples
vencimento dos juros, que são consequência normal do
incumprimento gerador da insolvência, tratando-se assim dum
prejuízo de outra ordem, projetado na esfera jurídica do credor
em consequência da inércia da insolvente (consistindo, por
exemplo, no abandono, degradação ou dissipação de bens no
período que dispunha para se apresentar à insolvência).
Entende-se que o simples acumular do montante de juros não
integra o conceito de “prejuízo” a que se refere o art. 238, nº 1,
al. d) do CIRE. [ ].
Com efeito, a mora resul tante do atraso no pagamento, em
abstrato, contribui sempre para o avolumar da dívida,
designadamente em virtude dos juros que lhe estão associado s,
em especial quando estamos perante dívidas a instituições
financeiras.
Ora, sendo a insolvência uma situação de impossibil idade de
cumprimento de obrigações vencidas (cfr. art. 3, nº 1 do CIRE),
lógica é a constatação de que estas vencem juros (cfr. art s. 804 e
segs. do Cód. Civil ), o que se traduz no aumento quantitativo do
passivo do devedor.
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Não pode, pois, considerar -se que o conceito normativo de
prejuízo previsto na al ínea d) do nº 1 do artº 238º do CIRE inclua
no seu âmbito o típico, normal e necessário aumento do passivo
em decorrência do vencimento dos juros incidentes sobre o
crédito de capital , sob pena de se estar a esvaziar de sentido úti l
a referência legal a tal requisito (prejuízo de credores).
É que se tivesse sido essa a f inal idade da lei, bastaria ter
estabelecido o indeferimento l iminar do pedido de exoneração
do passivo restante quando o devedor se abstivesse de se
apresentar à insolvência no período de seis meses posterior à
verificação dessa situação.
Terá, assim, que se entender que o simples decurso do tempo (seis
meses após a verificação da situação de insolvência) não é
suficiente para se poder considerar preenchido o requisi to aqui
em anál ise, uma vez que tal representaria, estar a val orizar-se um
prejuízo que sempre estaria ínsito nesse decurso e que seria
comum a todas as situações de insolvência, o que não se mostra
compatível com o estabelecimento do prejuízo dos credores
como requisito autónomo do indeferimento l iminar do incidente .
Tratando-se o prejuízo dos credores de um requis ito autónomo
deste indeferimento l iminar, acrescerá o mesmo aos demais
requisi tos, surgindo, por isso, como um pressuposto adicional, que
traz exigências distintas das pressupostas pelos outros, não
podendo considerar-se preenchido por circunstâncias que já
estão contidas num desses outros requisitos.
Neste contexto, terá que se dar ênfase particular à conduta da
devedora, devendo apurar-se se esta se pautou pela l icitude,
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honestidade, transparência e boa-fé, no que respeita à sua
situação económica, só se justif icando o indeferimento l iminar
caso se conclua pela negativa.
Ao estabelecer, como pressuposto do indeferimento l iminar do
pedido de exoneração, que a apresentação extemporânea do
devedor à insolvência haja causado prejuízo aos credores, a lei
visa os comportamentos que façam diminuir o acervo patrimonial
do devedor, que onerem o seu património ou mesmo aqueles que
originem novos débitos, a acrescer aos que integravam o passivo
que estava já impossibil i tado de satisfazer. São estes
comportamentos desconformes ao proceder honesto, l ícito,
transparente e de boa-fé, os quais, a verif icarem-se na conduta
do devedor, impedem que a este seja reconhecida a
possibil idade, preenchidos os demais requisi tos do preceito, de se
l ibertar de algumas das suas dívidas, para dessa forma lograr a
sua reabil itação económica. Como tal , o que se sanciona são os
comportamentos que impossibil i tem, dif icultem ou diminuam a
possibil idade de os credores obterem a satisfação dos se us
créditos, nos termos em que essa satisfação seria conseguida
caso tais comportamentos não ocorressem.
Face à matéria fáctica que atrás se considerou relevante, nada
foi apurado no sentido que aponte para que a insolvente não
tenha adotado uma atitude de l icitude, honestidade,
transparência e boa-fé no que respeita à sua situação
económica.
Por outro lado, igualmente não foi trazido aos autos qualquer
elemento que aponte no sentido da culpa dos devedores na
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criação ou agravamento da situação de insolvência – está
também preenchida a al ínea e) do art.º 238.º.
Sem prejuízo e considerando que não se mostra junta aos autos a
certidão de registo criminal nem o assento de nascimento dos
devedores, importará que seja apurado se os devedores foram,
alguma vez, condenados por sentença transitada em julgado por
algum dos crimes previstos e punidos nos artigos 227.º a 229.º do
Código Penal nos 10 anos anteriores à data da entrada em juízo
do pedido de declaração da insolvência ou posteriormente a
esta data – al ínea f) do n.º 1 do artº 238.º do CIRE, bem como se
alguma vez fora declarados insolventes ou beneficiaram do
insti tuto da exoneração do passivo restante.
Com salvaguarda da necessidade de serem juntos aos autos as
certidões de registo criminal e os assentos de nascimento, os
demais pressupostos formais previstos no CIRE estão preenchidos
e não há elementos que levem a signatária a emitir parecer que
pudesse concluir pelo indeferimento do pedido.
Assim, sendo tendo em conta que nada há que aponte no sentido
de terem mantido uma conduta contrária ao Direito, emite -se
parecer no sentido que deve ser concedido aos insolventes a
possibil idade de após o período de cinco anos previsto no artº.
239, n.º 2 do CIRE, se exonerem dos compromissos que até então
não lhes seja possível saldar, sob condição de, após ser junta
certidão de registo criminal, se comprovar que os devedores
nunca foi condenada por sentença transitada em julgado por
algum dos crimes previstos e punidos nos artigos 227.º a 229.º do
Código Penal nos 10 anos anteriores à data da entrada em juízo
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do pedido de declaração da insolvência ou posteriormente a
esta data – al ínea f) do n.º 1 do artº 238.º do CIRE).
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8. INVENTÁRIO (ART.S 153.º E 155º CIRE)
Verba nº 1
Veículo automóvel l igeiro de passageiros, marca Seat, modelo
Cordoba (6k5-AEX-2), com a cil indrada de 1.390 cm³, a gasol ina,
matrícula 96-58-HR, com valor de ---------------------- ---------- € 600,00
Valor de venda apurado em consul ta do si te de venda
www.custojusto.pt, em 28 de Março de 2015.
Nota: Desconhece a signatária qual a local ização e o estad o de
conservação da viatura supra indicada, supondo-se para a sua
valorização que esteja no estado razoável de uso.
Verba nº 2
Veículo automóvel l igeiro de passageiros, marca Volkswagen,
modelo Golf, com a cil indrada de 1.390 cm³, a gasol ina, matrícula
47-13-PU, com valor de ---------------------- ------------------ ---- € 1.950,00
Valor de venda apurado em consul ta do si te de venda
www.standvirtual.com, em 30 de Março de 2015.
Nota: Desconhece a signatária qual a local ização e o estad o de
conservação da viatura supra indicada, supondo-se para a sua
valorização que esteja no estado razoável de uso.
Verba nº 3
Participação social na sociedade “Urbalpinismo, Unipessoal, Lda.”
correspondente à total idade do capital social , no valor de ---------
----------------------------- ----------------------------------------------- € 5.000,00
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º C
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Nota: O valor supra identif icado carece de aval iação quanto ao
valor real da sociedade.
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3.º
e 1
55
º C
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9. RELAÇÃO PROVISÓRIA DE CREDORES (ART. 154º CIRE)
Em anexo
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