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MAURO BRINO GARCIA
RELATÓRIO DE ATIVIDADES REALIZADAS
NO INSTITUTO AGRONÔMICO DE CAMPINAS
(IAC): FITOTECNIA DE PALMEIRAS
PRODUTORAS DE PALMITO COM ENFASE NA
PUPUNHEIRA
LAVRAS – MG
2010
MAURO BRINO GARCIA
RELATÓRIO DE ATIVIDADES REALIZADAS NO INSTITUTO
AGRONÔMICO DE CAMPINAS (IAC): FITOTECNIA DE PALMEIRAS
PRODUTORAS DE PALMITO COM ENFASE NA PUPUNHEIRA
Relatório de estágio supervisionado apresentado ao Colegiado do Curso de Engenharia Florestal, como parte das exigências para a obtenção do título de Bacharel em Engenharia Florestal.
Orientador
Dr. Nelson Venturin
Coorientador
Dra. Valéria Modolo
LAVRAS – MG
2010
RESUMO
O estágio supervisionado teve como tema a “Fitotecnia de
palmeiras produtoras de palmito com ênfase na pupunheira”, e foi realizado no
Instituto Agronômico de Campinas (IAC), no Centro de Pesquisa APTA de
Horticultura. Palmitos podem ser obtidos da exploração e/ou cultivo de várias
palmeiras. Dentre elas destacam-se as dos gêneros Euterpe, Bactris, Syagrus,
Attalea, Maximiliana e Archontophoenix. O Brasil detém 95% do mercado de
exportação mundial de palmito, com receita média anual de 30 milhões de
dólares e tendência de expansão permanente. A oferta de palmito pupunha
industrializado representa menos de 20% da quantidade comercializada
internacionalmente e nacionalmente é menor que 3%. As principais
características da pupunheira que interessam para a produção de palmito são o
perfilhamento e a ausência de espinhos. E não restam dúvidas que, entre as
palmeiras utilizadas para produção de palmito de boa qualidade, a pupunha é
precoce e relativamente rústica. No entanto, é uma cultura exigente quanto às
características físicas do solo, especialmente compactação e drenagem,
necessitando de adubação pesada para máxima produtividade e correção de
acidez do solo a cada quatro anos. A exigência em água do cultivo também é
elevada, sendo necessária irrigação quando cultivada em áreas com déficit
hídrico.
Palavras-chave: Processamento. Custo. Maturação.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................5
2. O INSTITUTO AGRONÔMICO DE CAMPINAS............. .............................6
2.1. O CENTRO DE HORTICULTURA..................................................................6
3. AS PALMEIRAS PRODUTORAS DE PALMITO..........................................8
4. IMPORTÂNCIA ECONÔMICA .....................................................................10
5. A PUPUNHA: ORIGEM E HISTÓRICO DO CULTIVO ....... .....................11
6. O CULTIVO DA PUPUNHA ...........................................................................13
6.2. CARACTERÍSTICAS GERAIS DA PUPUNHA PARA PALMIT O ...........13
6.3. CLIMA ...............................................................................................................13
6.4. SOLO..................................................................................................................14
6.5. FORMAÇÃO DE MUDAS ...............................................................................14
6.5.1. COLHEITA DE FRUTOS................................................................................14
6.5.2. RETIRADA E PREPARO DAS SEMENTES.................................................15
6.5.3. SEMEADURA ...................................................................................................15
6.5.4. GERMINAÇÃO.................................................................................................16
6.5.5. TRANSPLANTE EM VIVEIRO......................................................................17
6.5.6. DOENÇAS E PRAGAS EM VIVEIROS.........................................................18
6.5.7. SELEÇÃO DAS MUDAS..................................................................................19
6.6. PREPARO DA ÁREA.......................................................................................19
6.7. ESPAÇAMENTO ..............................................................................................20
6.8. ADUBAÇÃO DE PLANTIO ............................................................................20
6.9. ADUBAÇÃO DE PRODUÇÃO........................................................................20
6.10. TRATOS CULTURAIS NO CAMPO .............................................................21
6.11. IRRIGAÇÃO .....................................................................................................21
6.12. DOENÇAS E PRAGAS NO CAMPO..............................................................22
6.13. DESBASTE DE PERFILHOS..........................................................................22
6.14. COLHEITA........................................................................................................23
6.15. PROCESSAMENTO.........................................................................................23
6.16. CARACTERÍSTICAS DO PALMITO............................................................26
6.17. COEFICIENTES TÉCNICOS E CUSTO DE PRODUÇÃO.........................27
6.18. RECOMENDAÇÕES FINAIS .........................................................................33
6.19. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................34
7. INFLUÊNCIA DO GRAU DE MATURAÇÃO DE FRUTOS NA
GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE PALMEIRA REAL
AUSTRALIANA................................................................................................36
7.1. RESUMO............................................................................................................36
7.1.1. ABSTRACT .......................................................................................................37
7.2. INTRODUÇÃO .................................................................................................37
7.3. MATERIAL E MÉTODOS ..............................................................................38
7.4. RESULTADOS E DISCUSSÃO.......................................................................40
7.5. CONCLUSÃO....................................................................................................42
7.6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................42
8. O BANCO DE GERMOPLASMA DE PUPUNHA........................................44
8.1 CONTESTUALIZAÇÃO..................................................................................44
8.2 A ADUBAÇÃO ..................................................................................................45
8.3 A AVALIAÇÃO FENOLÓGICA.....................................................................45
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................46
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................47
5
1. INTRODUÇÃO
O estágio supervisionado teve como tema a “Fitotecnia de palmeiras
produtoras de palmito com ênfase na pupunheira”, e foi realizado no Instituto
Agronômico de Campinas (IAC), no Centro de Pesquisa APTA de Horticultura.
Onde esse setor se caracteriza por atuar com uma grande diversidade de
produtos, processos e disciplinas. Entre os produtos, incluem-se as hortaliças
diversas, flores e plantas ornamentais, plantas aromáticas e medicinais, raízes e
tubérculos e palmeiras produtoras de palmito, que têm grande importância
econômica e apresentam elevado índice de agregação de valor (IAC, 2010).
Durante minha estadia a orientação foi dada através pela Agrônoma e
Doutora em fitotecnia Valéria Aparecida Modolo, e o Prof. Dr. Nelson Venturin
foi meu orientador pela Universidade Federal de Lavras.
O estágio teve inicio em 04 de janeiro de 2010 e término em 19 de
fevereiro de 2010, com carga horária de 8 horas diárias, totalizando 200 horas,
com diferentes atividades realizadas nas áreas compatíveis a formação
acadêmica do estagiário. Dentre elas, uma extensa revisão bibliográfica some o
tema, acompanhamento de um teste de germinação de sementes de palmeira-real
australiana e uma visita e adubação de um banco de germoplasma de pupunha.
6
2. O INSTITUTO AGRONÔMICO DE CAMPINAS
O Instituto Agronômico de Campinas (IAC), instituto de pesquisa da
Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, da Secretaria de Agricultura
e Abastecimento do Estado de São Paulo, tem sua sede no município de
Campinas. Fundado em 1887 pelo Imperador D. Pedro II, recebeu a
denominação de Estação Agronômica de Campinas e, em 1892, passou para o
Governo do Estado de São Paulo.
Sua atuação garante a oferta de alimentos à população e matéria-prima à
indústria, cooperando para a segurança alimentar e para a competitividade dos
produtos no mercado interno e externo. Para isso, conta com um patrimônio
humano de 216 pesquisadores científicos e 372 funcionários de apoio, além de
1.279 ha de terras distribuídos entre a Sede, Centro Experimental Central e 4
Centros Avançados de Pesquisa, com casas de vegetação, laboratórios, demais
instalações, e infra-estrutura adequada aos seus trabalhos.
O IAC, como Instituição de Pesquisa tem como missão:
"Gerar e Transferir Ciência e Tecnologia para o Negócio Agrícola,
visando à otimização dos sistemas de produção vegetal e ao desenvolvimento
sócio-econômico com qualidade ambiental" (IAC, 2010).
2.1. O Centro de Horticultura
O Centro de Análise e Pesquisa Tecnológica do Agronegócio da
Horticultura (Centro APTA de Horticultura) foi reorganizado pela união das
atividades e funcionários das antigas Seções de Floricultura e Plantas
Ornamentais, de Hortaliças, de Plantas Aromáticas e Medicinais, de Raízes e
Tubérculos e de Plantas Tropicais.
Conforme a Portaria APTA - 242, de 16/05/2002, o Centro APTA
Horticultura constitui-se em uma unidade de coordenação da pesquisa e
desenvolvimento, de abrangência estadual, com objetivos de gerar e transferir
7
conhecimentos com foco nas demandas das cadeias de produção da horticultura.
Têm como atribuição a formulação e gerenciamento de políticas públicas e
diretrizes de pesquisa multidisciplinar, visando à interação entre as unidades da
APTA, em atuação matricialmente articulada com o Departamento de
Descentralização do Desenvolvimento (DDD), o Instituto de Economia Agrícola
(IEA), o Instituto Biológico (IB), o Instituto de Tecnologia Agrícola (ITAL) e o
Instituto de Zootecnia. Conta, para isso, com um Conselho e um Núcleo de
Pesquisa e Desenvolvimento.
A geração e difusão de tecnologias dirigidas ao agronegócio hortícola
atendem programas estratégicos como Agricultura Familiar, Segurança
Alimentar, Competitividade da Agricultura, Regionalização Agro-industrial e
Agricultura de Precisão.
Para atender os objetivos institucionais na área da horticultura, o Núcleo
de P&D do Centro APTA da Horticultura conta com um corpo técnico de 24
pesquisadores e 15 funcionários de apoio (IAC, 2010).
8
3. AS PALMEIRAS PRODUTORAS DE PALMITO
Palmitos podem ser obtidos da exploração e/ou cultivo de várias
palmeiras. Dentre elas destacam-se as dos gêneros Euterpe, Bactris, Syagrus,
Attalea, Maximiliana e Archontophoenix. As principais espécies são (BOVI,
1997):
o As espécies Euterpe edulis, E. precatiria e E. espiritosantensis
são de ciclo longo, produzindo um só palmito por colheita, a qual é feita 8 a 12
anos após o plantio. As três possuem palmito do tipo doce;
o São também do gênero Euterpe uma série de espécies que
apresentam farto perfilhamento. A mais conhecida é E. oleracea. Possui palmito
do tipo doce, mas de consistência e textura mais rígida do que as anteriores;
o A palmeira pupunha, Bactris gasipaes Kunth., vem sendo
atualmente cultivada para a produção de palmito. É bastante precoce (1,5 a 2
anos para o primeiro corte), com palmito branco amarelado e mais doce do que
as demais;
o A gariroba, Syagrus oleracea (Mart.) Becc., é espécie de estipe
único, adequada às regiões de menor precipitação pluviométrica, produzindo
palmito de sabor amargo;
o O jerivá, Syagrus romanzoffianum (Cham.) Glassm., possui
palmito de sabor entre o doce e o amargo, de coloração branco acinzenta e
formato cônico nos primeiros toletes;
o As palmeiras inajá, Maximiliana maripa (Correa) Drude, e a
indaiá, Attalea dubia (Mart.) Bur., produzem palmito do tipo doce, mas de
diâmetro avantajados e estrutura solta;
o A palmeira real australiana, Archontophoenix alexandrae e A.
cunninghamii, possui estipe único, deve ser plantada a pleno sol, produz palmito
de sabor doce, bastante nobre, com textura macia, coloração branca acinzentada
e que escurece facilmente quando cortado.
Denomina-se palmito o produto comestível, de formato cilíndrico, macio
e tenro, extraído da extremidade superior do estipe de certas palmeiras. É
9
constituído, basicamente, pelo meristema apical e um número variável de folhas
internas, ainda não plenamente desenvolvidas imbricadas, sendo envolto e
protegido pela bainha das folhas adultas, mais externas.
Atualmente, tratando-se de plantas cultivadas, é possível processar a
parte imediatamente abaixo do meristema apical, constituída pela porção macia
do estipe. Essa parte, conhecida como “coração” ou resíduo basal, possui
composição centesimal e mineralógica semelhante ao do palmito propriamente
dito, apresentando, porém estrutura homogênea. É normalmente processado em
rodelas (fatias de diferentes espessuras) ou em cubinhos.
Os fatores que fazem com que uma espécie seja preferida em relação à
outra, são principalmente: abundância, palatabilidade, cor, formato, ausência de
princípios tóxicos, alto rendimento e facilidade de extração.
10
4. IMPORTÂNCIA ECONÔMICA
O Brasil detém 95% do mercado de exportação mundial de palmito, com
receita média anual de 30 milhões de dólares e tendência de expansão
permanente (CACEX, 1990). O mercado interno do produto em conserva é, pelo
menos, seis vezes maior que o internacional. Equivale, portanto, a 180 milhões
de dólares, visto que o preço interno e externo do produto é praticamente o
mesmo.
De acordo com o IBGE a produção anual de palmito é cerca de 210 mil
toneladas, 92% das quais obtidas da espécie Euterpe oleracea Mart. No estado
do Pará. Aproximadamente 10% do palmito é exportado, alcançando no
mercado internacional preço em torno de 22 dólares por caixa de 24 lata de 0,5
kg, 220 a 280 gramas de palmito, (CACEX, 1990).
Internacionalmente, a oferta de palmito pupunha industrializado
representa menos de 20% da quantidade comercializada. No Brasil, a
representatividade atual desse palmito é menor que 3%.
11
5. A PUPUNHA: ORIGEM E HISTÓRICO DO CULTIVO
A pupunheira, Bactris gasipaes, é palmeira perene, multicaule (perfilha),
nativa da região tropical das Américas, utilizada há séculos para a produção de
frutos que são, até hoje, a base da alimentação dos habitantes de sua região de
origem. Os frutos dessa palmeira, ricos em amido (carboidratos) e vitamina A,
são consumidos normalmente apenas cozidos em água e sal, devido à presença
de cristais de oxalato de cálcio (também chamado de ácido oxálico) que picam a
língua e inibem a digestão, especialmente em crianças (BOVI, 1998).
Não se tem conhecimento exato do local de origem da pupunha.
Entretanto, alguns autores citam como prováveis centros de origem certas
regiões do Panamá, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia (CAMACHO, 1976).
Sua distribuição geográfica é muito extensa e, segundo Mora Urpi (1984),
estende-se desde Honduras a 17º N até a Bolívia a 17º S. Encontra-se dispersa
por toda a América Central, na região Atlântica, onde parece ter se adaptado
com sucesso. É amplamente cultivado na Costa Rica e Nicarágua, sendo
encontrada em Trinidad, Jamaica, Porto Rico e Cuba. No Brasil ocorre em
estado nativo, em toda a bacia amazônica. No final dos anos noventa, visando à
produção de palmito, foi introduzida nos estados da Bahia, Espírito Santo, São
Paulo e Rio de Janeiro, aonde vem se desenvolvendo satisfatoriamente.
Há grande variedade de raças e ecotipos de pupunheira (MORA-URPÍ el
al., 1993). No entanto, o tipo inerme (sem espinho) é o que tem chamado mais a
atenção de pesquisadores e interessados no seu cultivo para palmito.
A pupunha possui quase todas as características desejáveis das palmeiras
do gênero Euterpe, acrescidas ainda de algumas vantagens adicionais:
crescimento acelerado (precocidade), perfilhamento, rusticidade e alta
sobrevivência no campo. Quanto ao palmito propriamente dito, difere das
espécies tradicionais (Euterpe ssp) em relação à ausência de oxidação
enzimática (não escurece após o corte), ao sabor (mais doce) e à coloração (mais
amarelada) (FERREIRA et al., 1982; BOVI et al., 1988).
12
O interesse no cultivo da palmeira pupunha para palmito no Brasil
surgiu a partir da divulgação do trabalho de Camacho e Sória, na Costa Rica,
apresentado em congresso em 1970 (CAMACHO & SÓRIA, 1970).
Os primeiro resultados de pesquisa com pupunha para a produção de
palmito no Brasil começaram a ser divulgados a partir de 1978 (GERMEK,
1978; GERMEK, 1981; GOMES, 1983; BOVI et al., 1988; CLEMENT et al.,
1988).
Embora houvesse sementes disponíveis em penas escala a partir de
1976, o cultivo da palmeira pupunha não teve grande avanço na década de 70,
decorrente da ocorrência de espinho e da abundancia na natureza de outras
palmeiras inermes, como E. edulis e E. oleracea. Porém, germoplasma com alta
taxa de plantas sem espinhos foi identificado no Brasil, Peru, Costa Rica e
coletado no início da década de 80 (CLEMENT et al., 1982; MORA URPÍ,
1984).
A primeira caracterização do palmito de pupunha em relação às espécies
até então mais utilizadas foi realizada pelo Instituto de Tecnologia de Alimentos
(ITAL) (FERREIRA et al., 1982) através de palmitos obtidos de extração de
palmeiras nativas na região do Pará e o cultivo de pupunha para palmito no
Brasil teve expansão considerável e caráter mais empresarial a partir de 1988.
A grande demande por sementes de pupunha provocou em 1994/95 um
preço máximo que variou entre US$ 30 a US$ 35 o quilo para pedidos grandes e
40 a 120 dólares o quilo para material vendido a granel (1 a 5 quilos). Os
primeiros viveiros para venda de mudas foram instalados em 1991 e atingiu,
juntamente com as sementes, o seu valor máximo em torno de R$ 2,50 a R$ 3,50
a unidade. Já em 1997 os preços caíram para R$ 8,00 a R$ 15,00 o quilo de
semente e R$ 0,40 a R$ 1,20 a muda (BOVI, 1998).
13
6. O CULTIVO DA PUPUNHA
As informações aqui apresentadas sobre o cultivo da Pupunha, quando
não devidamente referenciada, são oriundas do Boletim Técnico 173, do
Instituto Agronômico de Campinas, intitulado “Palmito Pupunha: Informações
Básicas para Cultivo” redigido por Marilene Leão Alves Bovi em 1998.
6.2. Características gerais da pupunha para palmito
As principais características da pupunheira que interessam para a
produção de palmito são o perfilhamento e a ausência de espinhos. Há as que
perfilham logo após 6 meses do plantio, enquanto outras só o fazem após o corte
da planta-mãe. O perfilhamento é característica fundamental para o manejo
baseado na regeneração permanente.
A ausência de espinho, principalmente no pecíolo/raque das folhas é
outra característica de grande importância, plantas com espinhos são muito
agressivas, dificulta muito o plantio, tratos culturais e colheita, necessitam de
maiores espaçamentos e produzem um sedimento na salmoura do produto
processado.
Não apresenta respaldo cientifico a informação de que pupunheiras sem
espinho têm menos perfilhos, menor longevidade da touceira, sistema radicular
menos desenvolvido e/ou menos produção de palmito.
6.3. Clima
O maior desenvolvimento vegetativo e maior peso em palmito por planta
e por área vêm sendo obtidos em regiões de clima quente e úmido, possuindo
temperatura média anual de 22° C e precipitação acima de 1600 mm por ano,
bem distribuído.
14
Quando jovem (até 50 cm), não tolera geada, ocorrendo perdas
superiores a 20 a 30%. Não tolerando também estresse hídrico acentuado,
causando queda na produtividade de palmito.
6.4. Solo
A palmeira pupunha não é exigente em solos, desenvolvendo-se mesmo
em solos pobres e ácidos, com pH entre 3,6 e 4,5, desde que sejam de textura
média a leve com boa drenagem. Porém em solos de baixa fertilidade deve-se
realizar a calagem e reposição de nutrientes através de adubações anuas
parceladas.
As propriedades físicas do solo são mais importantes que as químicas
para esse cultivo. Áreas sujeitas a encharcamento, mesmo que temporário,
devem ser descartadas. Solos mais leves, com menor densidade aparente,
propiciam melhor crescimento e perfilhamento.
6.5. Formação de mudas
6.5.1. Colheita de frutos
Os frutos devem ser colhidos maduros, mas não em estádio avançado de
maturação, pois sua polpa propicia o desenvolvimento de uma série de fungos
que podem afetar a semente e prejudicar a germinação. Uma pupunheira produz
até 8 cachos por ano, os quais podem apresentar até 350 frutos cada um.
A época de frutificação é, normalmente, de dezembro a maio, com
tamanho das sementes variando com a época, sendo as colhidas de janeiro a
março as que apresentam maior porcentagem de germinação e maior vigor das
plântulas. As sementes colhidas de frutos verdes originam plântulas
malformadas (ausência de raízes).
15
6.5.2. Retirada e preparo das sementes
Os frutos, tão logo sejam colhidos, devem ter suas sementes retiradas
manualmente, lavadas após dois dias de molho em água corrente e atritadas
sobre superfície áspera (peneira de malha grosa), sendo em seguida tratadas com
água sanitária (hipoclorito de sódio a 2,5%) diluída em água, 30-50% v/v, por 15
minutos. Não enxaguar após esse tratamento. Deixar secar a sombra por um dia.
As sementes de pupunha apresentam grande variação de forma, tamanho
e peso, encontrando-se de 250 a 500 unidades por quilo.
Tabela 1 - Número de sementes por kilograma das diferentes espécies de palmeiras produtoras de palmito.
Espécie Semente/kg Archontophoenix spp (real) 700 – 1200 Bactris gasipaes (pupunha) 250 – 500 Euterpe edulis (juçara) 1600 – 2000 Euterpe oleracea (açaí) 600 – 800 Fonte: Modolo & Garcia, 2010.
É importante lembrar que as sementes não podem ser secas por muito
tempo, pois estudo realizado por Bovi et al, em 2004, comprovou-se que
sementes de pupunheira são recalcitrantes, com germinação inicial alta (59 a
84%) quando não sujeitas à desidratação (38 a 47% de umidade inicial).
Reduções significativas na germinação e vigor iniciam-se a partir de teores de
umidade entre 23 e 28%, umidade crítica.
6.5.3. Semeadura
Recomenda-se para a semeadura o uso de germinadores (canteiros),
preferencialmente com areia e serragem curtida (1:1, em volume). Na falta desta,
utilizar apenas areia. O uso da mistura de resulta em irrigações mais freqüentes,
porém facilita a retirada da plântula por ocasião da repicagem e evita o
encharcamento. Não usar mais de 4 kg de sementes por metro quadrado de
germinador.
16
Em pequena escala (5 a 20 kg) pode-se germinar as sementes em sacos
plásticos fechados, colocados à sombra, com vermiculita umedecida no seu
interior. Recomenda-se o uso de fungicida (Rhodiauran ou Vitavax, 5g do
produto/kg de semente) para prevenir o aparecimento de fungos que afetam a
germinação.
6.5.4. Germinação
O tempo para germinação varia, mas após 60 a 120 dias mais de 70%
das sementes já germinaram. A porcentagem final de germinação é de 70 a
80%. Plantas que germinaram tardiamente (após 6 meses do início do processo)
devem ser descartadas, pois dão origem às plantas inferiores em
desenvolvimento e produção.
Ledo et al (2004) testam diversos tratamentos para a germinação de
sementes de pupunha: substrato (areia de textura média e vermiculita), pré-
tratamento (imersão em ácido sulfúrico 98% por quatro minutos; imersão em
água à temperatura ambiente por 48 horas; remoção do endocarpo e testemunha)
e tamanho de sementes (pequena, <22 mm; média, 22 - 29 mm e grande, >29
mm). Os resultados estão descritos na tabela abaixo.
17
Tabela 2. Percentagem de germinação e índice de velocidade de emergência de sementes de pupunha em função do tamanho da semente, do substrato e de pré-tratamentos, aos 85 dias após a semeadura.
Tratamentos Percentagem de
germinação Índice de velocidade de
emergência Tamanho da Semente Grande 46a 0,070a Média 43a 0,065a Pequena 25b 0,039b Substrato Areia 53a 0,079a Vermiculita 23b 0,037b Pré-tratamentos Testemunha 46a 0,069 Imersão em água 41ab 0,065 Remoção do endocarpo 37ab 0,055 Imersão em ácido sulfúrico
29b 0,044
Valores seguidos da mesma letra, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade. Fonte: Ledo et al, 2002.
Vale lembrar que a germinação em vermiculita foi feita em bandejas
plásticas com 1,0cm de material cobrindo as sementes e segundo os autores o
substrato deve manter a umidade adequada, sendo que o excesso de água inibe a
germinação devido à formação de uma película ao redor da semente que impede
a passagem de oxigênio e favorece a incidência de fungos. Provavelmente este
fato afetou a germinação em vermiculita.
Outro ponto importante a ser tocado é que o pré-tratamento com imersão
em ácido sulfúrico, como visto na tabela, não é recomendado para a germinação
de sementes de pupunha, mostrando que ela não apresenta dormência
tegumentar e que o pré-tratamento provavelmente danifica o embrião.
6.5.5. Transplante em viveiro
A repicagem ou transplante é realizado quando a parte aérea tem cerca
de 1 a 2 cm, antes da abertura das folhas. É nessa oportunidade que será feita a
seleção das plantas para ausência de espinho. As plantas que terão espinho no
pecíolo/raque, já os apresentam na parte aérea (estágio de “vela”) nessa fase.
18
Elas devem ser eliminadas ou plantadas em lotes separados das sem espinhos,
devido às dificuldades de manejo expostas anteriormente.
Deve-se utilizar o sistema de sacos plásticos encanteirados, sendo sacos
pretos nas dimensões de 15 cm de diâmetro por 25 cm de altura, dispostos não
mais de 10 a 16 sacos por linha. O substrato a ser utilizado deve ser terra de boa
qualidade e uma fonte de matéria orgânica (esterco, composto de lixo, etc.) na
proporção, v/v, mínima de 3:1, sendo a de 3:2 considerada a ideal. Caso a fonte
de matéria orgânica seja cama de frango, recomenda-se emprega-la em doses
baixas (10 a 20% em volume).
Nesta fase, não é necessário usar nenhum adubo químico. Porém,
quando o solo for excessivamente pobre (V% entre 11 e 20), pode-se utilizar a
seguinte adubação do substrato: acrescentar calcário para elevar a saturação por
base a 60%, e mais 500 g de P2O5 e 100 g de K2O por m³ do substrato (solo +
matéria orgânica). A parti do terceiro ou quarto mês deve-se aplicar 90 g de
K2O por m³ do substrato já envasado, parcelando em três vezes, dissolvendo o
adubo da água de irrigação. O uso de potássio em viveiro vem sendo associado à
maior resistência da planta a o fungo causador da antracnose.
A muda formada em tubetes, mesmo os tipo jumbo ( 300 a 350 ml de
substrato), com ou sem adubo de liberação lenta, não compete com a muda
formada em sacos plásticos nas dimensões dadas acima. Essas últimas têm
desenvolvimento sempre superior e menor porcentagem de replante.
6.5.6. Doenças e pragas em viveiros
A principal doença que pode aparecer quando as mudas estão ainda em
viveiro é a antracnose (causada pelo fungo Colletotrichum gloeosporioides)
especialmente em época mais frias. Recomenda-se, além de uso de um bom
substrato, diminuir a irrigação e usar fungicida específico. Outros fungos que
podem aparecer são o Phytophtora, de ocorrência esporádica, porém causa
grande dano, o Phomopis, onde as plantas apresentam bordas pretas e esfiapadas
19
e Fusarium, decorrente de despolpamento e armazenamento inadequado das
sementes.
As pragas mais comuns viveiro são os gafanhotos e os ácaros, estes em
viveiros mal manejados e com pouca aeração, a aplicação de inseticidas e
acaricidas apropriados controlam facilmente estes. Formigas cortadeiras devem
ser controladas com iscas.
6.5.7. Seleção das mudas
Além da seleção para ausência de espinhos, por ocasião da repicagem,
deve-se fazer seleção para alguns caracteres de importância à produção de
palmito. O diâmetro da base da planta (colo ou coleto) e o número de folhas
vivas estão diretamente relacionados com precocidade e produtividade para
palmito. Portanto, para o palmito no campo deve-se selecionar, sempre que
possível, as plantas enviveiradas por classe de desenvolvimento (diâmetro e
número de folhas vivas) e planta-las em lotes distintos.
O tempo de formação de mudas, após a repicagem, é de 6 a 8 meses.
Mudas prontas para ser plantadas no campo, devem ter entre 20 a 30 cm de
altura, 6 a 8 folhas vivas, diâmetro na região do colo de 1,5 a 3 cm e estar
completamente adaptadas às condições de luz do local de plantio (devem estar
rustificadas). Um quilo de sementes postas para germinar pode gerar de 140 a
200 mudas prontas para o plantio.
6.6. Preparo da área
O preparo da área deve ser feito com critério, especialmente em solos de
estrutura pesada ou compactados por usos anteriores. Aração e gradagem são
recomendadas. No entanto, quando isso mão for possível, aconselha-se por
ocasião do plantio, a abertura de covas nas dimensões de 30 x 30 x 30 cm ou
20
mesmo 40 x 40 x 40 cm. Porém em solos muito compactados, isso apenas não
resolva.
Devido à alta densidade de plantio por hectare recomenda-se p plantio
em sulcos, deixando-se o plantio em covas para áreas que não permitem o uso de
máquinas agrícolas. Ao contrário de outras espécies de palmeiras, a pupunha não
requer sombreamento, nem mesmo inicial, e, portanto deve ser cultivada em área
a pleno sol.
6.7. Espaçamento
O espaçamento utilizado para a produção de palmito é 2,0 x 1,0 m, 1,5 x
1,0 m ou 2,0 x 1,0 x 1,0 m (linhas duplas), devendo-se utilizar 8,0 x 4,0 m
quando o objetivo for produção de sementes.
6.8. Adubação de plantio
Antes do plantio, aplicar calcário para elevar a saturação por bases a
50%. Aplicar de 5 a 20 t/ha de esterco de curral ou composto de lixo curtido,
distribuindo o adubo orgânico no sulco de plantio ou cova, misturando com o
adubo mineral fosfatado e potássico. De acordo cm a análise de sol, aplicar no
sulco, 70 a 140 kg/ha de P2O5 e até 60 kg/ha de K2O. Aplicar em cobertura, 30
dias após o plantio, ao redor da muda, 20 kg/ha de N, repetindo essa dose mais
duas vezes, a cada 2 meses (dispensar essa adubação nitrogenada inicial, caso
tenha sido usado esterco ou composto).
6.9. Adubação de produção
Deverá ser iniciada seis meses após o plantio. De acordo com a
produtividade esperada ( 1 a 4 t/ha de matéria fresca de palmito + “coração” ou
21
resíduo basal) e com a análise de solo aplicar por ano, 110 a 300 kg/ha de N, 0 a
80 kg/ha de P2O5, 20 a 160 kg/ha de K2O, 20 a 50 kg/ha de S e 1 a 2 kg/ha de
B. Parcelar a adubação em pelo menos 5 aplicações anuais. A partir do quarto
ano, reduzir as doses de N em 30% e realizar a correção do solo, com a
aplicação de calcário, para atingir a saturação por bases de 50%.
A deficiência de Boro é facilmente visualizada no cultivo, folhas com
limbo plissado e com folíolos curtos e próximos uns dos outros e ocorre à seca
das pontas das folhas das brotações.
Estudos mostram que os nutrientes contidos na parte aérea da pupunha
para uma produção média de 2,6 t/ha de matéria fresca de palmito + “coração”
ou resíduo basal, atingiram, em kg/ha, 231 de N, 32 de P, 174 de K, 55 de Ca, 40
de Mg e 30 de S. Uma parte substancial desses nutrientes está contida no
material que permanece no campo (86% de N, 80% de P, 74% de K, 88% de
Ca, 83% de Mg e 87% de S), sendo portanto reciclado no local.
6.10. Tratos culturais no campo
Não capinar, pois o sistema radicular dessa palmeira é bastante
superficial e pode ser facilmente lesado por essa operação. Os tratos culturais
resumem-se apenas a roçadas periódicas ou aplicação de herbicidas para
eliminação do mato mais agressivo. Uso de cobertura vegetal, tal como
centrosema (Centrosema sp), soja perene (Neonotonia wightii), caupi (Vigna sp)
e amendoim silvestre (Arachis pintoi), é indicado.
6.11. Irrigação
Em regiões com baixa precipitação (abaixo de 1600 mm/ano) ou chuvas
mal distribuídas, torna-se necessário o uso de irrigação para máxima
produtividade. Ainda não há dados definitivos de pesquisa a esse respeito.
Resultados preliminares indicam que o coeficiente de cultura (Kc) está em torno
22
de 0,80 a 1,00. Na prática, verifica-se a necessidade de uma lâmina d’água de
efetiva de 4 a 8 mm/dia.
6.12. Doenças e pragas no campo
A doença mais comum é a antracnose (Colletotrichum gloeosporioides),
com as mudas vindo contaminadas do viveiro. Outro fungo relatado é o
Fusarium, porém, adubação balanceada, cuidados com drenagem do solo,
ausência de competição por gramíneas e sanidade das mudas já auxiliam na
fitossanidade do plantio.
No campo, pode ocorrer o ataque de um coleóptero grande do gênero
Rhyncophorus e outros menores dos gêneros Strategus e Matemasius. Faz-se o
controle desses insetos através de iscas feitas com tronco secionado de bananeira
ou da própria pupunheira, sobre o qual se espalha uma mistura de melaço de
cana (atrativo) e inseticida específico. No entanto, desconhece-se até o
momento, o efeito residual desse produto na planta.
6.13. Desbaste de perfilhos
O desbaste de perfilhos não é indicado para as condições de São Paulo e
Sudeste. Gastos extras, possibilidade de contaminar as plantas com doenças e
possível dano à região de emissão de novos perfilhos, diminuindo a vida útil da
touceira, são os fatores que levam a não indicar essa operação.
Existe uma dominância da planta-mãe e, após o corte dessa, dos
perfilhos mais desenvolvidos, que resulta em um escalonamento da produção
dentro da própria touceira, sem a necessidade de desbaste. Por outro lado,
aconselha-se o corte precoce da planta (colheita) que não apresentar perfilho até
12 meses após o plantio. Quando o objetivo é produção de frutos e/ou sementes,
o manejo de perfilhos também não deve ser feito.
23
6.14. Colheita
No Brasil, a colheita do palmito é feita entre 18 e 36 meses do plantio,
dependendo do solo, clima, espaçamento e adubação. Aos 18 meses o palmito de
primeira terá entre 120 a 300 g. Aos três anos podem-se colher plantas com até
500 g de palmito. Não é aconselhável colher a idades superiores a essa, pois o
maior diâmetro do palmito trará problemas na industrialização e prejudica o
desenvolvimento dos perfilhos.
Escalonar a colheita de palmito com base no diâmetro da planta (a 50
cm de altura), entre 10 a 14 cm é o indicado. Em condições normais, plantas em
primeiro corte alcançam esse diâmetro quando a haste principal até entre 1,60 e
1,80 m de altura. Nos cortes subseqüentes o diâmetro de corte será alcançado
quando a haste do perfilho a ser colhido tiver entre 1,80 e 2,10 m de altura. O
corte raso não é indicado por causar queimadura de folhas nos perfilhos
expostos. Colhe-se em média um palmito na mesma touceira a cada 8 meses.
O corte do palmito pode ser feito durante todo o ano, porém deve-se
evita-lo na época seca, porque 90% do palmito é água e nesse período ele terá
consequentemente, menor peso. Irrigação antes da colheita (2 a 5 dias antes)
aumenta a produção e diminui a cor amarelada do produto final.
O palmito sai do campo quase limpo, medindo 60 a 70 cm de
comprimento e com apenas 2 a 4 bainhas extras a serem posteriormente
descartadas. A perda de água do palmito após a colheita é grande, chegando até
10% por dia. Normalmente, rendimento esperado por haste de palmito é de 4 a
5 toletes de 9 cm de comprimento.
6.15. Processamento
O processamento do palmito de pupunha é bastante semelhante ao dos
outros tipos de palmito e segue normalmente o fluxograma apresentado abaixo,
adaptado de Bernhardt et al, 1997.
24
O palmito é recebido na parte externa da indústria. Lotes oriundos de
diferentes regiões e/ou agricultores não devem ser misturados. Deve-se tirar
amostras de cada lote a ser processado para se determinar as curvas de titulação
para palmito de primeira e de segunda (“coração” ou resíduo basal + pontas ou
resíduo apical).
RECEBIMENTO DO PALMITO BRUTO
DESCASCAMENTO PRÉVIO
DESCASCAMENTO FINAL
CORTE NOS ESTILOS
IMERSÃO EM ÁGUA OU SOLUÇÃO ANTIOXIDANTE
ACONDICIONEMENTO EM VIDRO OU LATA
PESAGEM
ADIÇÃO DE SALMOURA DE ENCHIMENTO
EXAUSTÃO
FECHAMENTO HERMÉTICO
COZIMENTO
RESFRIAMENTO
QUARENTENA
ROTULAGEM
ENCAIXOTAMENTO
ARMAZENAMENTO
Figura 1. Fluxograma do processamento de palmito de pupunha em conserva. Fonte: (BOVI, 1998).
O descascamento prévio é feito ainda na parte externa da indústria e visa
deixar apenas uma capa externa ou bainha protegendo o palmito propriamente
25
dito. O descascamento final é feito no interior da indústria, eliminando-se a capa
mais externa e cortando-se a peça em duas partes: porção macia d estipe e
palmito propriamente dito. A região do meristema apical é que separa
nitidamente as duas porções
O corte é realizado com o auxilia de facas de aço inoxidável, finas e bem
afiadas, para permitir cortes limpos, sem rebarbas. Para o corte do palmito de
primeira (estilo toletes), geralmente, usa-se um gabarito ou bloco de corte, com
entalhes no local do corte dos toletes (normalmente a cada 9 cm). O corte da
porção macia do estipe pode ser feito nos estilos rodelas ou cubinhos, de
espessuras e tamanhos variados.
A próxima etapa é o acondicionamento dos toletes ou porções dentro do
recipiente (lata ou vidro). Nessa fase, é fundamental o controle rigoroso do peso
a ser embalado (pesagem), visando a um perfeito ajuste do pH do produto final.
O pH de segurança para palmito processado é de 4,3.
A salmoura de enchimento, composta basicamente de água, sal e ácido
cítrico deverá ser formulada de acordo com a curva de acidificação das partes do
palmito a ser processadas (estilos) e a relação peso de enchimento e a quantidade
de salmoura adicionada.
A etapa posterior, conhecida como exaustão, só é indicada quando se
usa latas como recipiente. Consiste na retirada parcial dos gazes oclusos no
interior do tecido do palmito e do ar presente no recipiente, obtendo-se um bom
vácuo no interior da embalagem após o cozimento. No caso de vidros com
tampas de rosca, esta permite aliviar a pressão durante o cozimento, ocorrendo à
exaustão durante o processo.
O tempo de cozimento varia com o tipo de material (estilos) e a textura
desejada. Variações entre 25 e 45 minutos são as mais usadas. Nem todas as
indústrias fazem resfriamento do material após a operação de cozimento, ou
seja, deixam esfriar normalmente ao ar. Antes de despachar o material
processado é aconselhável mantê-lo em estoque durante pelo menos 15 dias, a
fim de observar possíveis problemas de processamento.
26
6.16. Características do palmito
O palmito da pupunha apresenta a grande vantagem de não escurecer
rapidamente após o corte, o que é comum na maioria das palmeiras usadas para
palmito, inclusive o açaizeiro (Euterpe oleracea) e o palmiteiro (Euterpe edulis).
Isso facilita o processamento e permite desenvolver outras formas de
comercialização do produto, como o “in natura”. O palmito da pupunha é de
coloração mais amarelada que o da juçara e do açaí e possui um sabor
característico mais doce.
As tabelas 3 e 4 apresentam a composição química e mineral média do
palmito de pupunha em comparação com o palmito da juçara (Euterpe edulis).
Observe o maior teor em açucares (redutores e totais) e a menos quantidade de
sódio presente no palmito de pupunha em relação ao palmito da juçara.
Tabela 3. Composição química média dos palmitos das palmeiras pupunha (B. gasipaes) e juçara (E. edulis).
Componentes Pupunha Juçara Umidade (%) 88,40 90,81 Proteína bruta (%) 2,32 2,18 Matéria graxa (%) 2,16 2,51 Cinza (%) 1,21 1,37 Fibra (%) 1,05 0,99 Açucares redutores (%) (1) 13,83 5,96 Açucares totais (%) (1) 35,8 12,28 Tanino (%) (1) 0,80 1,68 Ácidos orgânicos (2) Ácido láctico Ácido málico Ácidos cianídrico (mg/100g) (3) 3,73 0,95 Vitamina C (mg/100g) (3) 3,20 11,60 (1) Material liofilizado com resultados expressos em base de matéria seca. (2) Material liofilizado. (3) Material ao natural. Fonte: Ferreira et al, 1982.
27
Tabela 4. Composição mineral media dos palmitos das palmeiras pupunha (B. gasipaes) e juçara (E. edulis).
Componentes Pupunha Juçara -----------------------------mg/100g----------------------------- Fósforo 94,00 68,00 Ferro 4,30 3,50 Cálcio 114,00 110,00 Magnésio 80,00 63,00 Sódio 1,33 4,17 Potássio 337,60 438,90 Cobre 0,159 0,086 Zinco 0,79 1,38 Manganês 0,48 0,61 Fonte: Ferreira et al, 1982.
6.17. Coeficientes técnicos e custo de produção
A produtividade em nosso País tem variado de 0,8 a 1,8 t/ha/ano de
palmito de primeira (toletes completos de 9 cm de comprimento) e de 1,0 a 2,2
t/ha/ano de palmito considerado de segunda (“coração” ou resíduo basal +
resíduo apical).
O custo de produção de um vidro de palmito com cerca de 300 g de
produto (peso líquido drenado) tem ficado em torno de R$ 2,33 para qualquer
tipo de estilo (tolete, picado ou em rodelas). O valor comercial do produto
picado ou em rodelas é a metade do valor do palmito em toletes. No entanto, o
sabor e o valor alimentar são semelhantes nos três estilos.
Para a análise de custo de produção iremos citar o estudo realizado por
Sampaio et al, em 2007, aonde foi avaliado a viabilidade técnica e econômica da
produção de pupunha (Bactris gasipaes) e de palmeira-real (Archontophoenix
alexandrae) com um horizonte de projeto de 4 anos. O estudo de caso
apresentado no Boletim Técnico 173 do IAC não será apresentado devido aos
seus dados serem de 1998 e por não apresentar índices econômicos pra fins de
comparação de projetos.
Foi implantado 2 ha de cada cultura utilizando-se o espaçamento de 2 x
1 m no plantio da pupunha, obtendo-se uma densidade de 5.000 plantas/ha e
28
1,33 x 0,80 m no plantio da palmeira-real, sendo em cada cova plantadas 2
mudas, proporcionando a densidade de plantio de 18.796 plantas/há.
O primeiro corte de pupunha foi realizado aos 3 anos de idade. Nos anos
seguintes foram realizados em média, 2 outros cortes/ano, com uma média de 3
palmitos/planta/ano. No cultivo da palmeira-real, aos 3 anos após o plantio,
realizou-se o corte da planta mais desenvolvida da cova e, um ano após,
efetuou-se o corte da outra planta que se encontrava na cova, caracterizando uma
peça de palmito por planta, por corte.
Para fins da análise financeira e de viabilidade econômica, foi
considerado o valor de comercialização do palmito de R$2,50/peça. Este preço
corresponde ao palmito das duas espécies, comercializado em pé.
29
Tabela 5. Fluxo de caixa do cultivo de pupunha, no Município de Cachoeiras de Macacu, RJ.
Discriminação dos custos e receitas Valor Unitário
(R$) Ano Valor (R$/ha)
(1) Preparo da área Análise de solo 12,00/un. 0 -48 Limpeza da área e bateção 40,00/h 0 -200 Aração e gradagem 40,00/h 0 -400 Plantio Marcação e abertura das covas 2,50/homem/h 0 -250 Aplicação de composto orgânico 2,50/homem/h 0 -250 Aplicação de adubo e enchimento das covas 2,50/homem/h 0 -125 Plantio 2,50/homem/h 1 -500 Replantio 2,50/homem/h 1 -25 Tratos Culturais Capina mecânica ou roçagem 15,00/h 0, 1 -115 Aplicação de herbicida 2,50/homem/h 0, 1 -100 Aplicação de adubo de cobertura 2,50/homem/h 1, 2, 3, 4 -600 Controle de formigas 2,50/homem/h 0 -25 Manejo dos perfilhos 2,50/homem/h 2, 3, 4 -750 Irrigação (energia elétrica) 75,00/mês 1, 2, 3, 4 -3.600,00 Insumos Isca formicida 10,00/kg 0 -100 Herbicida 18,00/L 0, 1 -360 Calcário dolomítico 130,00/t 0 -260 Adubo orgânico 0,06/kg 0 -600
Adubo químico 1,0/kg 0, 1, 2, 3,
4 -6.937,50 Roçadeira/enxadão/enxada/facão 20,00/peça 0 -200 Irrigação (aspersores, bomba, mangueira) 2.375,00/conjunto 0 -2.375,00 Mudas 1,30/um. 0 -6.500,00 Receita obtida com a venda do palmito 2,50/peça 3, 4 75.000,00 (1) – Valores negativos representam os custos. Fonte: Sampaio et al, em 2007.
30
Tabela 6. Fluxo de caixa do cultivo de palmeira-real, no Município de Cachoeiras de Macacu, RJ.
Discriminação dos custos e receitas Valor Unitário
(R$) Ano Valor (R$/ha)
(1) Preparo da área Análise de solo 12,00/un. 0 -48 Limpeza da área e bateção 40,00/h 0 -400 Aração e gradagem 40,00/h 0 -400 Plantio Marcação e abertura das covas 2,50/homem/h 0 -415 Aplicação de composto orgânico 2,50/homem/h 0 -415 Aplicação de adubo e enchimento das covas 2,50/homem/h 0 -415 Plantio 2,50/homem/h 1 -500 Replantio 2,50/homem/h 1 -125 Tratos Culturais Capina mecânica ou roçagem 15,00/h 1 -90 Aplicação de herbicida 2,50/homem/h 0, 1 -37,5 Aplicação de adubo de cobertura 2,50/homem/h 1, 2, 3, 4 -600 Controle de formigas 2,50/homem/h 1 -25 Irrigação (energia elétrica) 75,00/mês 1, 2, 3, 4 -3.600,00 Insumos Isca formicida 16,00/kg 0 -160 Herbicida 18,00/L 0 -360 Calcário dolomítico 130,00/t 0 -260
Adubo orgânico 0,06/kg 0, 1, 2, 3,
4 -1.200,00 Adubo químico 1,00/kg 0 -7.000,50 Roçadeira/enxadão/enxada/facão 20,00/peça 0 -200 Irrigação (aspersores, bomba, mangueira) 2.375,00/conjunto 0 -2.375,00 Mudas 0,45/un. 0 -9.000,00 Receita obtida com a venda do palmito 2,50/peça 3, 4 46.990,00 (1) – Valores negativos representam os custos. Fonte: Sampaio et al, em 2007.
31
Tabela 7. Produtividade dos plantios de pupunha e palmeira-real, no Município de Cachoeiras de Macacu, RJ.
Características do plantio Pupunha Palmeira-real Densidade de plantas / ha 5.000 18.796 N° de palmitos / planta 3 por ano 1
Produtividade (palmito de primeira)* 4.500
kg/ha/ano 2.819,40 kg/ha/ano
Produtividade (palmito de segunda)* 9.000
kg/ha/ano 5.638,80 kg/ha/ano
9.000 kg 5.638,40 kg (palmito de
1a) (palmito de 1a) 18.000 kg 11.277,60 kg
Produtividade total (em 4 anos de cultivoe 2 anos de corte)
(palmito de 2a) (palmito de 2a)
* A partir do terceiro ano. Fonte: Sampaio et al, em 2007.
Tabela 8. Totais anuais dos custos e receitas, por hectare, dos cultivos de pupunha e palmeira-real, no Município de Cachoeiras de Macacu, RJ.
Pupunha Palmeira-real Ano Custos (R$) Receitas (R$) Custos (R$) Receitas (R$)
0 12.500,50 - 17.000,50 - 1 3.420,00 - 2.975,00 - 2 2.800,00 - 2.550,00 - 3 2.800,00 37.500,00 2.550,00 23.495,00 4 2.800,00 37.500,00 2.550,00 23.495,00
Total 24.320,50 75.000,00 27.625,50 46.990,00 Fonte: Sampaio et al, em 2007.
Tabela 9. Valor Presente Líquido (VPL) e Razão Benefício/Custo (B/C) dos cultivos de pupunha e palmeira-real com diferentes taxas de desconto, no Município de Cachoeiras de Macacu, RJ.
Valor Presente Líquido (VPL) Razão Benefício/Custo (B/C) Taxas de desconto Pupunha Palmeira-real Pupunha Palmeira-real
6% R$ 38.401,53 R$ 12.099,63 2,69 1,46 9% R$ 33.382,30 R$ 9.135,21 2,51 1,36 12% R$ 28.965,04 R$ 6.529,57 2,34 1,26
19 %(*) R$ 20.543,62 R$ 1.572,49 2,01 1,06 (*) Para fins de comparação com a literatura. Fonte: Sampaio et al, em 2007.
32
Cada peça de palmito, tanto as provenientes dos cortes da pupunha como
as da palmeira-real, produziu, em média, 300 g de palmito de primeira (porção
mais nobre) e 600 g de palmito de segunda (parte apical e basal, que irá dar
origem ao picadinho). O peso do palmito/peça foi, em média, o mesmo para a
pupunha e palmeira-real. No entanto, a produtividade por hectare demonstrou
ser superior no cultivo da pupunha (Tabela 7).
Na Tabela 5 são apresentados os resultados dos critérios valor presente
líquido (VPL) e razão benefício/custo para análise da viabilidade econômica da
produção de palmito com as duas espécies. Pode-se observar que tanto o valor
presente líquido (VPL), quanto à razão benefício/custo (B/C), decresce
conforme a taxa de desconto aumenta. A taxa interna de retorno da pupunha foi
de 53,27%, enquanto a da palmeira-real foi de 21,70%, ou seja, a produção de
palmito de pupunha apresentou taxa de retorno do capital superior ao dobro da
palmeira-real.
As variações na economicidade da produção de palmito podem estar
associadas a diferentes fatores, tais como os custos de implantação, manejo
e produtividade, que está relacionada também às condições edafoclimáticas,
bem como o valor do palmito comercializado.
Palmeira -real
74%
3%
7%
16%
Insumos
Preparo da área
Plantio
Tratos culturais
71%
3%
5%
21%
Pupunha
Figura 1. Distribuição relativa dos custos do cultivo da palmeira-real e da pupunha, no
Município de Cachoeiras de Macacu, RJ. Fonte: Sampaio et al, em 2007.
Um dos fatores cruciais a esta economicidade é o preço de venda do
produto. O preço utilizado no trabalho de Sampaio et al, em 2007, foi de R$
33
2,50 por peça, porém este valor é o comercializado em pé, ou seja, o comprador
arca com os ônus da colheita.
Já informações fornecidas por Bovi, 1998, mostra que o preço pago ao
produtor pela indústria é de R$ 1,20 por cada 300 g (peso líquido drenado) de
palmito de primeira e R$ 0,40 por igual quantidade de palmito de segunda e
ainda o preço de uma peça “in natura” vendida como o nome de “Palmito na
Barca” pode valer R$ 12,00.
Tabela 10. Valor Presente Líquido (VPL), Razão Benefício/Custo (B/C) e Taxa Interna de Retorno (TIR) dos cultivos de pupunha e palmeira-real com diferentes preços da peça de palmito, considerando uma taxa de desconto de 6%.
Valor Presente Líquido (VPL)
Razão Benefício/Custo (B/C)
Taxa Interna de Retorno (TIR) Preço
Pupunha Palmeira-
real Pupunha Palmeira-
real Pupunha Palmeira-
real 0,81 -2945,65 -13805,76 0,87 0,47 0,00% -22,65% 1,00 1687,99 -10902,62 1,07 0,58 9,14% -14,73% 1,50 13925,84 -3235,21 1,61 0,88 27,63% 0,80% 2,00 26163,69 4432,21 2,15 1,17 41,69% 12,32% 2,50 38401,53 12099,63 2,69 1,46 53,27% 21,70% 12,00 270.920,63 157.780,60 12,89 7,01 158,41% 104,92%
6.18. Recomendações finais
Não restam dúvidas que, entre as palmeiras utilizadas para produção de
palmito de boa qualidade, a pupunha é precoce e relativamente rústica. No
entanto, é uma cultura exigente quanto às características físicas do solo,
especialmente compactação e drenagem, necessitando de adubação pesada para
máxima produtividade e correção de acidez do solo a cada quatro anos. A
exigência em água do cultivo também é elevada, sendo necessária irrigação
quando cultivada em áreas com déficit hídrico. A pupunha é sensível a algumas
doenças importante do ponto de vista de disseminação e controle, tais como as
causadas por Fusarium e Erwinia. Para a sua comercialização deve-se buscar os
mercados com maior valor de venda e se possível o mercado “in natura”.
34
6.19. Referencias bibliográficas
BOVI MLA; MARTINS CC; SPIERING SH. Desidratação de sementes de quatro lotes de pupunheira: efeitos sobre a germinação e o vigor. Horticultura Brasileira, 22: p.109-112. 2004.
BOVI, M. L. A.; GODOY JUNIOR, G.; SAES, L. A. Pesquisa com os gêneros Euterpe e Bactris no Instituto Agronômico de Campinas. Encontro nacional de pesquisadores em palmito, Curitiba. Anais. Colombo: EMBRAPA. CNPF, p. 1-14. (Documentos, 19). 1988.
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BOVI, M. L. A. Palmito Juçara - Informações Básicas para Cultivo. Campinas, IAC. Abril de 1997.
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36
7. INFLUÊNCIA DO GRAU DE MATURAÇÃO DE FRUTOS NA
GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE PALMEIRA REAL
AUSTRALIANA.
MAURO B. GARCIA 1; CAUÊ T. DE MIRA 2; VALÉRIA A. MODOLO 3
7.1. Resumo
A palmeira real australiana (Archontophoenix alexandrae (F. Muller) H.Wendl.
e Drude) é utilizada como planta ornamental desde sua introdução no Brasil e
atualmente destaca-se como alternativa para produção de palmito. Com objetivo
de avaliar a germinação de sementes de palmeira real australiana proveniente de
frutos com diferentes estádios de maturação foi instalado esse experimento com
frutos oriundos de área experimental localizada no Pólo Apta Leste Paulista, em
Monte Alegre do Sul (SP). No Instituto Agronômico, Campinas (SP) os frutos
foram retirados do cacho e classificados de acordo com o seu estádio de
maturação (coloração do epicarpo). Os tratamentos foram compostos por 5
estádios de maturação. Para avaliar o efeito do grau de maturação dos frutos as
sementes foram submetidas a teste de germinação, com delineamento
inteiramente casualizado, quatro repetições e parcela com cinqüenta sementes
cada. Calcularam-se porcentagens de germinação e o índice de velocidade de
germinação (MAGUIRE, 1962) de cada tratamento. Os dados foram submetidos
ao teste Shapiro-Wilk e as médias dos tratamentos comparadas pelo teste de
Tukey a 5% de probabilidade. A maturidade dos frutos influenciou no início da
germinação de sementes de palmeira real australiana e o vigor das sementes foi
maior nas classes medianas de maturidade do fruto e menor nas classes extremas
de maturidade
1 Graduação em Engenharia Florestal, UFLA, Lavras - MG, 2 Bolsista CNPq: Graduação em Ciências Biológicas, PUC, Campinas-SP 3 Orientador: Pesquisador, Centro de Horticultura/IAC, Campinas-SP
37
7.1.1. Abstract
The australian royal palm (Archontophoenix alexandrae (F. Muller) H.Wendl. e
Drude) is used like ornamental plant since its introduction in Brazil. Currently
this palm is used for heart-of-palm production. In order to evaluate the
germination of australian royal palm by fruits with different maturation stages,
this experiment was installed with fruits from experimental area located in Pólo
Apta Leste Paulista, Monte Alegre do Sul (SP). In Instituto Agronômico,
Campinas (SP), fruits were removed from the cluster and was classified
according to theirs maturation stages (epicarp color). The treatments consisted of
five stages of maturation. To evaluate the effect of the degree of ripeness of the
fruits, the seeds were subjected to germinations tests, completely randomized
design with four replications and parcel with fifty seeds each. Were calculated
the percentages of germination and the speed index of germination for each
treatment. The data were submitted to Shapiro-Wilk test and treatments means
compared by Scott-Knott test at 5% probability. The maturity of the fruits
influenced on the beginning of germination australian royal palm seeds and seed
vigor was higher in the medians classes of maturity of the fruits and lower in the
extreme classes of maturity.
7.2. Introdução
Palmitos podem ser obtidos da exploração e/ou cultivo de várias
palmeiras. Dentre elas destacam-se as dos gêneros Euterpe, Bactris, Syagrus,
Attalea, Maximiliana e Archontophoenix.
A palmeira Archontophoenix alexandrae (F. Muller) H.Wendl. e Drude,
conhecida popularmente por palmeira real australiana, é uma espécie de região
tropical com altitude inferior a 1.100 m, tendo altura em torno de 25 m, porem
pode alcançar até 32 m. Esta palmeira é utilizada em arborização (LORENZI et
al., 2005) e, mais recentemente, também para a produção de palmito (BOVI,
1998; EMBRAPA, 2008). Para essa finalidade esta palmeira deve ser plantada a
38
pleno sol, produzindo palmito de sabor doce, bastante nobre, com textura macia,
coloração branca acinzentada e que escurece facilmente quando cortado (BOVI,
1997).
O Brasil é o maior produtor, o maior consumidor e já foi o maior
exportador de palmito do mundo (EMBRAPA, 2004). Por isto é essencial o
conhecimento do mecanismo de propagação das palmeiras utilizadas para este
fim. A palmeira real australiana tem sua propagação através de sementes e o
ponto ideal de colheita dos frutos é quando estão vermelhos e começando a cair
(BOVI, 1998). Porém, o amadurecimento dos frutos no cacho é heterogêneo,
podendo ser facilmente distinguidos pela sua coloração.
O sucesso da produção em escala de um viveiro depende muito da
uniformidade de crescimento das mudas, e isto é alcançado com uma
homogeneidade na germinação das sementes e tratos adequados durante o
processo. As sementes que não alcançam, por qualquer motivo, a completa
maturação também germinam, porém geralmente dão origem a plantas fracas
(TOLEDO & MARCOS FILHO, 1977). Este trabalho tem como objetivo avaliar
a germinação de sementes de palmeira real australiana provenientes de frutos
com diferentes estádios de maturação.
7.3. Material e Métodos
Frutos de palmeira real australiana foram coletados em dezembro de
2010, na área experimental localizada no Pólo Apta Leste Paulista, em Monte
Alegre do Sul (SP). Tão logo colhidos os frutos foram trazidos para o Instituto
Agronômico, Campinas (SP) onde foram retirados do cacho e classificados de
acordo com o seu estádio de maturação (coloração do epicarpo). A biometria de
cada tratamento (comprimento, largura e peso) foi obtida através da medição,
com paquímetro e balança, de uma amostra de dez frutos. Para obtenção das
sementes os frutos foram despolpados, lavados e secados a sombra.
Posteriormente foi realizada biometria de dez sementes/tratamento.
39
Os tratamentos foram compostos pelos estádios de maturação (5
estádios), enumerados de um (I) a cinco (V), partindo do verde imaturo ao
vermelho intenso (Figura 1).
Figura 1. Estádios de maturação de frutos de palmeira real australiana: (I) verde imaturo – 0% maduro; (II) levemente alaranjado - 25% maduro; (III) alaranjado - 50% maduro; (IV) vermelho – 75% maduro; (V) vermelho intenso – 100% maduro. IAC, Campinas, 2010.
Para avaliar o efeito do grau de maturação dos frutos as sementes foram
submetidas a teste de germinação, com delineamento inteiramente casualizado,
quatro repetições e parcela com cinqüenta sementes cada, sendo as sementes
acondicionadas em sacos de polietileno transparente contendo 180 ml de
vermiculita e 80 ml de água. As sementes foram mantidas a 20 - 30oC e luz (78
µmol s-1m-2 por 8 horas). Durante todo o experimento procurou-se manter o
substrato úmido. As avaliações foram feitas semanalmente a partir do vigésimo
quarto dia e encerradas quando se completou cem dias após a primeira
avaliação. Posteriormente, foram calculados as porcentagens de germinação e o
índice de velocidade de germinação (MAGUIRE, 1962) de cada tratamento. O
índice de velocidade de germinação (IVG) é dado pela fórmula:
n
n
N
G
N
G
N
GIVG +++= K
2
2
1
1
em que;
1G , 2G , nG = número de plântulas na primeira, na segunda e na última
contagem.
1N , 2N , nN = número de dias de semeadura à primeira, segunda e última
contagem.
I II III IV V
40
Os dados foram submetidos ao teste Shapiro-Wilk para comprovar a
normalidade, sendo que as médias dos tratamentos foram comparadas pelo teste
de Tukey a 5% de probabilidade. As análises estatísticas foram realizadas com
auxílio do programa Sisvar (FERREIRA, 2000).
7.4. Resultados e Discussão
Como podemos verificar nas Tabelas 1 e 2, onde são apresentados os resultados
do teste de Shapiro-Wilk, os dados de biometria de frutos apresentaram-se em
uma distribuição aproximadamente normal e puderam ser submetidos à análise
de variância e ao teste de média (Tabela 3), já para biometria de sementes
apenas os dados de peso obtiveram este resultado.
Tabela 1. Valores do teste de Shapiro-Wilk para os dados de biometria de frutos e sementes de palmeira real australiana. Instituto Agronômico, Campinas, 2010.
Fruto Semente Avaliação n W Pr<W W Pr<W
Comprimento 50 0,9906 0,9592 0,4089 0,0000 Largura 50 0,9877 0,8775 0,4783 0,0000
Peso 50 0,9854 0,7904 0,9783 0,4809
Para os dados de germinação foram escolhidos as avaliações próximas
dos trinta dias (G31), sessenta dias (G59), ultimo dia de avaliação (G124) e o
índice de velocidade de germinação (IVG). Dentre estes, os únicos que
apresentaram distribuição aproximadamente normal foram o G31 e o IVG.
41
Tabela 2. Valores do teste de Shapiro-Wilk para os dados de germinação aos 31 dias (G31), aos 59 dias (G59), aos 124 dias (G124) e índice de velocidade de germinação (IVG) de sementes de palmeira real australiana. Instituto Agronômico, Campinas, 2010.
Variável n W Pr<W G31 20 0,9675 0,7012 G59 20 0,8380 0,0034 G124 20 0,6992 0,0000 IVG 20 0,9580 0,5055
Apesar de ter apresentado distribuição aproximadamente normal, os
dados de comprimento dos frutos não foram significativos na análise de
variância, e por isso não foram submetidos ao teste de média. Para largura e peso
de frutos a classe IV de maturação dos frutos apresentou valores
significativamente mais baixos que as outras classes (Tabela 3), possivelmente
devido à perda de água do fruto para a semente no processo de amadurecimento
do fruto.
Tabela 3. Valores de média das variáveis biométricas de comprimento, largura e peso de sementes e frutos de palmeira real australiana. Instituto Agronômico, Campinas, 2010
Classe Biometria
I II III IV V Média
Comprimento 14,85 14,77 14,57 14,30 14,51 14,60 Largura 13,44a 13,28a 13,31a 12,69b 13,22a 13,19 Frutos Peso 1,65a 1,58a 1,66a 1,40b 1,54a 1,57 Comprimento 14,70 14,22 14,06 13,97 13,00 13,99 Largura 12,35 12,15 11,33 11,57 11,91 11,86 Sementes
Peso 1,33a 1,29a 1,28a 1,12b 1,21b 1,25 *Médias seguidas de mesma letra, na linha, não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
Os valores de peso das sementes apresentaram-se significativamente
mais baixo nas classes IV e V de maturação, isto devido à perda de água da
semente no seu processo de maturação.
A diferenciação no teste de média para a G31 foi muito significativa,
uma vez que os valores de germinação seguiram o mesmo gradiente crescente de
maturidade dos frutos o que pode ser observado na Tabela 4. Isso mostra que
42
para uma avaliação aos trinta dias, maior é a germinação quanto maior for à
maturação do fruto.
Ainda na Tabela 4, o IVG no final do teste de germinação apresentou
valores significativamente maiores para as classes II e III, medianos para a
classe IV e inferiores pra as classes I e V. Isso mostra que frutos muito imaturos
não apresentam vigor na germinação, podendo ser separados em lotes diferentes
no viveiro. Frutos muito maduros podem apresentar menor vigor devido a maior
possibilidade de surgimento de patógenos nas sementes.
Tabela 4. Valores de média da germinação aos 31 dias (G31), aos 59 dias (G59), aos 124 dias (G124) e índice de velocidade de germinação (IVG) de sementes de palmeira real australiana. Instituto Agronômico, Campinas, 2010.
Classe Avaliação I II III IV V
Média
G31 13,38e 25,60d 39,50c 53,00b 66,00a 39,50 G59 62,87 82,92 88,00 82,50 88,00 80,86 G124 73,77 94,47 96,50 94,00 96,50 91,05 IVG 5,00c 6,28a 6,08a 5,51b 4,92c 5,56
*Médias seguidas de mesma letra, na linha, não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
7.5. Conclusão
• A maturidade dos frutos influenciou o início da germinação de sementes
de palmeira real australiana.
• O vigor das sementes de palmeira real australiana é maior nas classes
medianas de maturidade do fruto e menor nas classes extremas de
maturidade.
7.6. Referências bibliográficas
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TOLEDO, F.F. & MARCOS FILHO, J. Manual das sementes - tecnologia da produção. São Paulo: Agronômica Ceres, 1977. 224p.
44
8. O BANCO DE GERMOPLASMA DE PUPUNHA
Este tópico trata de uma visita com duração de uma semana no Banco de
Germoplasma de Pupunha do IAC, sediado no Pólo Regional Centro Norte
(APTA/Regional), em Pindorama. Onde foram realizadas uma adubação e uma
avaliação fenológica no plantio.
8.1 Contestualização
A partir dessa década teve início, de fato, o agronegócio do palmito por
meio do cultivo tecnificado da pupunheira (Bactris gasipaes Kunth). No entanto,
a expansão desse cultivo está limitada pela escassez de sementes de material
propagativo de qualidade, bem como pela falta de informações técnicas sobre a
produção de sementes.
Estima-se que a demanda anual brasileira por sementes de pupunheira
seja da ordem de 90 toneladas, sendo que apenas 10% é suprido por material
cultivado em solo brasileiro.
Enquanto as regiões litorâneas são mais adequadas à produção de
palmito, são as regiões do planalto as mais aptas para a produção de sementes.
Dessa forma, essas regiões poderiam se tornar produtoras de sementes
melhoradas, um nicho de mercado pouco explorado em nosso país, mas de alto
rendimento.
A produção de sementes de pupunheira é resultado de uma inter-relação
entre material genético, adubação balanceada, insetos polinizadores e clima. No
que se refere ao material genético, o IAC mantém desde 1992 um Banco Ativo
de Germoplasma (BAG) de pupunheira onde se detectaram materiais com
características superiores para produção de palmito.
45
8.2 A adubação
Quanto à adubação, há trabalhos somente com relação a seus efeitos na
produção de palmito, ou seja, na fase vegetativa da cultura. No entanto, sabe-se
que, para manifestação adequada da fase reprodutiva, outros nutrientes podem
ter diferentes graus de importância. O objetivo do projeto de adubação do banco
de germoplasma é estudar o efeito da aplicação de potássio, boro e zinco, via
solo, sobre a produção de sementes de pupunheiras geneticamente superiores do
BAG de pupunheira do IAC. Tal estudo, agregado a outros em andamento no
IAC, teria como objetivo final desenvolver técnicas e identificar procedimentos
fitotécnicos que propiciem produção de sementes de pupunheira em larga escala
e com elevado padrão de qualidade, com vistas a diminuir a escassez de
sementes e estimular a expansão do agronegócio de palmito, baseado nos
princípios da sustentabilidade.
8.3 A avaliação fenológica
A avaliação fenológica foi realizada através da observação, com o
auxilio de um binóculo, das estruturas sexuadas das palmeiras para a constatação
e quantificação do estádio de desenvolvimento das mesmas.
Foram estabelecidos três estádios de desenvolvimento, sendo espata
(floração não aberto), floração e frutos. Estes foram contados em termos de
número total e também estruturas por estipe.
Tanto para este tópico, como o anterior, não foi possível a minha
avaliação dos dados obtidos devido ao termino do período de estágio.
46
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Quando ouve a reestruturação curricular do curso de Engenharia
Florestal em 2009 fui informado que poderia apresentar meu relatório de estágio
como monografia ou o contrário e assim encerra as duas matérias. Porém, penso
que o estudante que optou por esta situação acabou perdendo uma das poucas
oportunidades e uma porta de acesso para uma visão externa da universidade e
até mesmo do mercado de trabalho. Com a nova legislação de estágio
estipulando uma carga horária máxima de 6 h por dia e exigindo a remuneração,
a não ser que seja o “estágio supervisionado”, seria um grande equivoco
desperdiçar o vinculo com a instituição apenas para eliminar uma matéria ou um
relatório.
Toda participação efetiva dentro de uma grande empresa ou de um
instituto de pesquisa ativo como o IAC é de extrema importância tanto para a
formação acadêmica como para a profissional. Trazendo conhecimento, vivencia
e elucidando idéias de forma a agregar valor ao futuro profissional que nos
tornaremos.
47
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BERNHARDT, L. W.; PASCHIALINO, J. E. & BERBARI, S. A. G. Processamento do palmito pupunha em conserva. In: PASCHIALINO, J. E.; BERNHARDT, L. W.; BOVI M. L. A.; BERBARI, S. A. G. & FERREIRA, V. L. P. Industrialização do palmito pupunha. ITAL, Campinha, p.46 (Manual técnico 15). 1997.
CACEX – Carteira de comércio exterior – Banco do Brasil, 1990.
INSTITUTO AGRONÔMICO DE CAMPINAS. IAC . Disponível em: http://iac.weblevel.com.br/. Acesso em: 27 ago. 2010.
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