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RELATRIO DE AUDITORIA N 001/2017/PNAE
Assunto: Avaliao dos Controles Internos em nvel de atividade Alimentao Escolar -
Monitoramento das atividades das aes realizadas em face da Matriz de Riscos e Controles MRC aplicvel aos processos de gesto dos programas de alimentao e nutrio escolar aprovada em atendimento a Resoluo Normativa n 034/2016/TCE/MT.
UNIDADE
AUDITADA PREFEITURA MUNICIPAL DE PEIXOTO DE AZEVEDO SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAO
GESTOR DA UNIDADE
MAURCIO FERREIRA DE SOUZA PREFEEITO MUNICIPAL MARIA DOS SANTOS LOPES SECRETRIA DE EDUCAO
I. INTRODUO
O presente instrumento apresenta os resultados dos exames realizados sobre atos e consequentes fatos
de gesto, ocorridos na Unidade Auditada, no perodo de 18/09/2017 a 18/12/2017, tendo por objetivo
averiguar o funcionamento e a Avaliao dos Controles Internos em nvel de atividade relativos ao
PNAE Alimentao Escolar - inclusive o Monitoramento das atividades e das aes realizadas em
face da Matriz de Riscos e Controles MRC aplicvel aos processos de gesto dos programas de
alimentao e nutrio escolar aprovada em atendimento a Resoluo Normativa n
034/2016/TCE/MT.
A presente auditoria se deu em virtude de meta estabelecida pelo TCE/MT, que tem por objetivo
Garantir que 100% dos fiscalizados atendam a, no mnimo, 70% dos requisitos de maturidade do
sistema de controle interno em nvel de entidade e em, pelo menos, 5 atividades relevantes, at
dezembro de 2021, constante do Objetivo 4 do Plano Estratgico de Longo Prazo do Tribunal de
Contas do Estado de Mato Grosso para o perodo 2016-2021, aprovado pela Resoluo Normativa n
33/2015;
Busca-se atravs desta, averiguar o nvel de maturidade da gesto do PNAE, em face da Matriz de
Riscos e Controles MCR, institudas pelo TCE/MT, por meio da Resoluo Normativa n
034/2016/TCE/MT.
O trabalho divide-se em 02 (duas) etapas, na primeira analisa-se o funcionamento geral do PNAE,
gerido pela Prefeitura Municipal de Peixoto de Azevedo-MT, demonstrando-se os pontos negativos e
positivos detectados, na segunda, demonstra-se o nvel de maturidade dos controles institudos, os
quais so analisados em face da MCR, instituda pelo TCE/MT, por meio da Resoluo Normativa n
034/2016/TCE/MT, a qual estabeleceu que obrigao dos gestores implantarem/aprimorarem os
controles apresentados no Anexo nico da referida IN, cabendo aos Controladores Internos,
monitorarem e relatarem o nvel de implementao alcanados pela entidade, em decorrncia dos atos
praticados pelos gestores.
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Durante o exerccio de 2017, foram encaminhados aos atuais gestores, o relatrio tcnico da auditoria
realizada anteriormente apontando as irregularidades detectadas, e solicitado a adoo das medidas
saneadoras. Bem como expediu-se a Orientao Tcnica n 016/2017, orientando-se a adoo de
medidas saneadoras das falhas elencadas naquele relatrio tcnico.
II. ESCOPO
Os trabalhos foram realizados na Sede da Unidade Auditada, no perodo de 18/09/2017 a 18/12/2017,
em estrita observncia s normas de auditoria aplicveis ao servio pblico, objetivando o
acompanhamento preventivo dos atos e fatos de gesto ocorridos no perodo de abrangncia do
trabalho.
A ausncia de resposta dos Gestores Solicitao de informaes contidas na CI. n. 039/2017,
prejudicou as atividades de auditoria, constituindo-se restrio realizao dos exames. Tal fato
acarretou atraso na programao da auditoria, forando a Controladoria a lanar mo de outros
expedientes para a obteno dos dados analisados.
De acordo com o escopo definido, e em face dos nossos exames, realizados por amostragem, foram
efetuadas as seguintes anlises:
- Sistema de Controle Interno - Avaliao da estrutura de controles internos em nvel de atividade, qual
seja, a rea de alimentao escolar, abordando aspectos essenciais relacionados s atividades de
controle aplicadas sobre uma amostra de processos, abrangendo as categorias de objetivo operacionais
e de conformidade da rea avaliada.
III. RESULTADO DOS TRABALHOS
Com base em elementos de conhecimento prvio sobre a unidade auditada e ainda, considerando o
Planejamento Anual de Auditoria da Controladoria Municipal do Municpio, apresenta-se a seguir o
resultado dos trabalhos de avaliao dos controles internos.
1. ANLISE GERENCIAL
A Administrao Pblica no desempenho de suas funes deve submeter-se a controles diversos,
incluindo os controles que deve exercer sobre seus prprios atos, denominados controles internos. A
existncia e efetivo funcionamento de sistemas de controles internos nos municpios uma obrigao
estatuda pela Constituio Federal de 1988 (art. 31). A finalidade desses controles garantir que a
administrao atue em consonncia com princpios constitucionais, como da legalidade e da eficincia,
almejando com isso assegurar o melhor aproveitamento dos recursos pblicos e a boa qualidade dos
servios prestados populao.
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Nesse contexto, este trabalho teve como objetivo avaliar os sistemas de controles internos do
municpio de Peixoto de Azevedo/MT, na atividade de alimentao escolar (Pnae), bem como fornecer
subsdios para estrutur-los e/ou aprimor-los, em busca da melhoria da governana na gesto
municipal.
O Programa Nacional de Alimentao Escolar (Pnae), popularmente conhecido como merenda escolar,
gerenciado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educao (FNDE) e visa transferncia,
em carter suplementar, de recursos financeiros aos estados, ao Distrito Federal e aos municpios
destinados a suprir, parcialmente, as necessidades nutricionais dos alunos de toda a educao bsica.
Neste trabalho, foi utilizado o Questionrio de Avaliao de Controles Internos (QACI) para coleta de
dados junto ao gestor municipal, no que se refere aos controles internos existentes na atividade de
alimentao escolar. O QACI foi confeccionado com base nos conceitos e terminologias constantes
nas Normas de Controle Interno do Escritrio Geral de Contabilidade dos Estados Unidos (GAO
Ferramenta de Gesto e Avaliao de Controle Interno), que foi construdo com fundamento na
metodologia delineada no modelo de referncia do Committee of Sponsoring Organizations of the
Treadway Commission (Coso I Estrutura integrada de controles internos).
Por relevante, cabe destacar que a responsabilidade por conceber, implantar, manter e
monitorar controles internos para assegurar os objetivos acima mencionados da administrao
do rgo ou entidade pblica, cabendo auditoria interna ou ao rgo de controle interno
avaliar a qualidade desses controles.
Ademais, a ausncia ou insuficincia dos controles internos representa a principal causa dos achados
de auditoria presentes neste relatrio, demandando uma atuao preventiva do gestor municipal para
implementao de controles adequados e efetivos atividade de alimentao escolar no Municpio de
Peixoto de Azevedo/MT.
Cada uma das constataes identificadas por meio da aplicao do Questionrio de Avaliao de
Controles Internos (QACI) ser analisada especificamente na sequncia, considerando as fragilidades
encontradas, as causas e suas consequncias.
a) Deficincias na formalizao dos procedimentos (manuais, normas e procedimentos).
Dentre os controles preventivos inerentes s atividades de controle, destaca-se a formalizao de
procedimentos, uma vez que todas as atividades importantes devem ser documentadas de forma
completa e precisa, a fim de que seja fcil rastrear as informaes desde o momento de autorizao at
a concluso.
Os municpios devem, assim, elaborar normas e manuais com a descrio detalhada dos
procedimentos, de forma a orientar seus servidores e empregados e uniformizar os procedimentos
adotados na atividade de alimentao escolar, evitando falhas na execuo e prejuzos com retrabalho.
Por meio do Questionrio de Avaliao de Controles Internos QACI aplicado no municpio de
Peixoto de Azevedo/MT, foi possvel listar as seguintes fragilidades:
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Quadro 1 Deficincia quanto formalizao dos procedimentos.
Descrio
1. Ausncia de normativo estabelecendo atribuies para movimentao de recursos financeiros, atesto, conferncia dos
documentos de liquidao por servidores distintos, assim como o perodo de realizao da conciliao bancria das
contas do Pnae por parte do responsvel.
2. Inexistncia de manual de normas e procedimentos da atividade do Pnae dispondo sobre: (i) procedimento de
conferncia no recebimento dos alimentos no depsito central e nas escolas; (ii) procedimento de devoluo para o
fornecedor (no caso do depsito) e para o depsito central (no caso das escolas); (iii) controle de estoque; (iv) definio
do papel do fiscal do contrato; (v) novas obrigaes da secretaria de controle interno (ou rgo equivalente); (iv)
frequncia da visita da nutricionista s escolas; (v) obrigatoriedade da utilizao das fichas tcnicas de preparo e sua
disponibilizao nas cozinhas; (vi) periodicidade e forma de atuao da vigilncia sanitria no controle de qualidade dos
alimentos.
3. Ausncia de rotina formalizada definindo critrios tnicos de acordo com as normas do TCE e TCU para a realizao
de pesquisa de preos dos gneros alimentcios prvia a realizao das licitaes, dispensas e inexigibilidade.
4. Inexistncia de normativo para conduo de processos administrativos de penalizao de fornecedores.
5. No elaborao e consequente utilizao de editais-padro em suas licitaes para aquisio de gneros alimentcios
(art. 115 da Lei n 8.666/93).
6. Inexistncia de lista de verificao para garantir a adequada formalizao das atas e dos contratos celebrados e suas
alteraes.
7. Inexistncia de lista de verificao para garantir a adequada formalizao das prestaes de contas dos recursos do
PNAE.
Fonte: QACI Pnae
A inexistncia de normas ou manuais detalhando os procedimentos a serem observados nas atividades
do PNAE pode levar execuo errnea das atividades e retrabalhos e resultar em danos financeiros
ou prtica de atos ilegais advindos de falhas nos procedimentos licitatrios para aquisio de gneros
alimentcios,; alm do risco de aquisio de gneros alimentcios com preos acima do praticado no
mercado, em razo da falta de definio de rotinas formalizadas para realizao de pesquisas de
preos, entre outras.
b) Deficincias na execuo dos controles legais.
Os controles legais so instrumentos de controle preventivo, que, devido sua importncia na
preveno de erros e falhas e desvios, foram inseridos na legislao. Trata-se de um conjunto de
regras, descrito na lei ou em normativos infralegais, ou, ainda, em jurisprudncia consolidada do TCU
ou dos tribunais superiores. Estas regras so essenciais para o controle, sendo obrigatrias para toda a
administrao pblica. A sua inobservncia configura irregularidade, demandando correo imediata
por parte da entidade.
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Aps anlise do funcionamento do PNAE no Municpio, foram constatadas as seguintes deficincias
na execuo dos controles legais:
Quadro 2 Deficincias quanto execuo dos controles legais.
Descrio
1. Quandidade insuficiente de profissionais nutricionistas vinculado Entidade Executora, pois existem 3.797 alunos
atendidos pela PNAE e apenas um profissional de nutruo, contrariando o art. 10 da Resoluo CFN n 465/2010, que
estabelece que seriam necessrios no minimo 1 RT e 3 QT.
2. Ausncia de atuao do nutricionista quanto aos seguintes aspectos: diagnstico e acompanhamento do estado
nutricional dos alunos (fato que decorre da insuficincia da quantidade de nutricionista, pois existe apenas um
profissional, que o responsvel tcnico, quando este deveria ser auxiliado por no mnimo mais 3 (trs) QT, de acordo
com a Resoluo CFN 465/2010; b) No adoo de Fichas Tcnicas de Preparo dos alimentos pelas merendeiras; c)
realizao de cursos com carga horria insuficiente, visto que foram verificadas diversas irregularidades; no realizao
ou realizao de forma insuficiente de palestras e treinamentos para alunos, merendeiras e demais atores envolvidos no
PNAE; d) realizao de testes de aceitabilidade em poucas uniadades escolares, Resoluo CD/FNDE n 26/2013; e)
no designao formal de equipe tcnica para acompanhar os processos de aquisio de alimentos para o PNAE (em
especial, na fase de habilitao de licitantes nos processos licitatrios para a realizao de inspeo de amostras dos
alimentos ofertados; especificaes, elaborao de quantitativos, etc);
3. Inexistncia de aes de educao alimentar e nutricional (cursos, palestras, oficinas culinrias, teatros, gincanas,
incluso do tema alimentao saudvel no currculo escolar, etc) de forma abrangentes e sistematizadas no exerccio
de 2017, as atividades desenvolvidas se limitaram s cozinheiras, devendo ser expandida para os demais atores
alcanados pelo PNAE.
4. No adoo de fichas tcnicas de preparo FTP, no preparo de alimentos, conforme exigido pelo inciso V do art. da
Resoluo CFN n 465/2010 2010 e acrdo TCU n 2576/2009 Plenrio e a Resoluo CD/FNDE n 26/2013, art. 14,
7.
5. No utilizao de no mnimo 30% dos recursos transferidos pelo FNDE para a compra de gneros alimentcios da
agricultura familiar, em desacordo com o art. 24 da Resoluo FNDE n 26/2013.
6. Aquisio de gneros alimentcios com recursos do Pnae por meio de Prego Presencial, sem a devida justificativa
para no utilizao do prego eletrnico, em desacordo com o Acrdo TCU n 2368/2013 Plenrio.
7. No aplicao de Teste de Aceitabilidade ou aplicao em desacordo com o 6 do art. 17 da Resoluo n 26/2013,
apesar de aplicado testes de aceitabilidade em 2017, o mesmo ficou restrito a poucas unidades escolares, devendo ser
expandido.
8. Condies de armazenamento das escolas e preparo dos alimentos na cozinha em desacordo com normas tcnicas e
operacionais adequadas (Resoluo-RDC Anvisa n 216/2004)
9. Ausncia de designao formal de equipe tcnica para auxiliar a CPL/pregoeiro na anlise da documentao de
habilitao e propostas de preos nas licitaes para aquisio de gneros alimentcios.
Fonte: QACI Pnae
Os controles positivados pela lei, normativos infralegais, ou, ainda, em jurisprudncia consolidada do
TCU ou dos tribunais superiores, foram criados para elevar a segurana de que os princpios da
administrao pblica sejam observados na execuo das atividades do Pnae, incluindo suas aquisies
e contrataes.
Assim sendo, a inobservncia e o consequente desvirtuamento dos controles legais apontados neste
relatrio de fiscalizao caracterizam-se como irregularidades que podem ocasionar a m prestao
dos servios pblicos, especialmente em razo da carga horria semanal mnima da nutricionista em
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desacordo com o art. 10 da Resoluo CFN n 465/2010; prejuzos sociais comunidade devido a no
aquisio do percentual mnimo de produtos da agricultura familiar, a qual se v impedida de ter
acesso a esse mercado e de desenvolver sua atividade agrcola de maneira sustentvel; possibilidade de
prejuzos ao errio decorrente da perda ou desvio de gneros alimentcios em funo das condies
inadequadas de armazenamento e preparo das refeies apontadas pela equipe de fiscalizao da CGM
neste relatrio.
c) Deficincias nos controles gerenciais/acompanhamento das atividades.
O controle gerencial uma importante ferramenta que visa levar a organizao a atingir seus objetivos
institucionais. Um controle gerencial eficaz tem por objetivos:
a) produzir informaes que possibilitem aos gestores a tomada de decises, para que a organizao
atinja os seus objetivos;
b) avaliar o desempenho da organizao na execuo das suas atividades meio e fim, tomando como
parmetros os conceitos de economicidade, eficincia, eficcia e efetividade, tendo em vista os seus
objetivos;
c) avaliar o desempenho dos setores administrativos tendo em vista as suas finalidades
organizacionais;
d) avaliar a execuo das aes planejadas e programadas para o perodo.
Aps anlise das respostas encaminhadas pelo municpio, foram constatadas as seguintes deficincias
na execuo dos controles gerenciais:
Quadro 3 Fragilidades quanto aos controles gerenciais das atividades.
Descrio
1. Ausncia nas escolas de controle eletrnico ou manual de estoque de alimentos armazenados, o controle realizado
apenas pela nutricionista.
2. Inexistncia de controles acerca das fases do processo licitatrio, de modo a identificar o tempo mdio gasto em cada
etapa do processo e iniciar o processo de aquisio tempestivamente.
3. Ausncia de controle manual ou eletrnico das empresas penalizadas com declarao de suspenso, inidoneidade ou
impedimento pelo municpio.
4. Ausncia de mapeamento, ou mapeamento ineficiente, dos produtos da agricultura familiar, com objetivo de facilitar
sua incluso nos cardpios da alimentao escolar, no permitindo a aquisio de no mnimo 30% dos recursos
transferidos pelo FNDE para a compra de gneros alimentcios da agricultura familiar, em desacordo com o art. 24 da
Resoluo FNDE n 26/2013
Fonte: QACI Pnae
Por consequncia, a inexistncia desses controles pode resultar em falta de gneros alimentcios para o
preparo e o fornecimento da merenda escolar. Somente com um controle gerencial eficaz poder a
Prefeitura de Peixoto de Azevedo/MT se organizar de forma a estabelecer um cronograma adequado
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de compras, completando os processos licitatrios tempestivamente, sem interrupes no fornecimento
de gneros alimentcios nem atropelos de ltima hora.
d) Deficincias/ausncia de controles preventivos de fraudes e conluios.
Diversas atividades especficas do controle podem ser eficazes na preveno de fraudes e abusos, tais
como a anlise circunstanciada dos licitantes, das propostas e das alteraes contratuais e a verificao
das clusulas contidas nos editais, a fim de evitar direcionamento, fracionamento do objeto ou jogo de
planilha, assim como consulta para verificar a ocorrncia de penalidades que impedem as empresas de
licitar e contratar, especialmente o Cadastro Especfico de Empresas Inidneas e Suspensas - CEIS,
Cadastro Nacional de Condenaes Cveis por Ato de Improbidade Administrativa do CNJ e Cadastro
de Inidneos do TCU.
Nesse contexto, a execuo dessas rotinas revela-se de extrema importncia, tendo em vista que a
prtica de atos visando a frustrar os objetivos da licitao tipificada como crime pela Lei n 8.666/93
(art. 82 e 89). Destaca-se, ainda, que o art. 97 da mesma Lei dispe que crime admitir licitao ou
celebrar contrato com empresa ou profissional declarado inidneo, ensejando por parte da
Administrao a adoo de procedimentos com vistas a evitar a participao dessas empresas ou
profissionais inidneos no certame.
Por meio QACI aplicado no municpio de Peixoto de Azevedo/MT, foi possvel listar as seguintes
fragilidades:
Quadro 4 Fragilidades quanto aos controles preventivos de fraudes e conluios.
Descrio
1. Ausncia de realizao de consultas durante o certame e anexadas ao processo para verificar a ocorrncia de registro
de penalidades que impedem as empresas de licitar e contratar, tais como o Cadastro Nacional de Empresas Inidneas
e Suspensas - CEIS, Cadastro Nacional de Condenaes Cveis por Atos de Improbidade Administrativa - CNJ e Lista
de Inidneos do TCU.
2. Inexistncia de rotinas para preveno de fraudes e conluios, a exemplo de anlise dos endereos das empresas,
quadro societrio, data de constituio da empresa, anlise das propostas em relao ao formato, empresas de
servidores do rgo ou Entidade Pblica.
Fonte: QACI Pnae
Por consequncia, a falta de uma anlise dos documentos de habilitao e propostas de preos das
licitantes, das alteraes contratuais e dos cadastros de registro de penalidades pode levar ocorrncia
de contratao de empresas inidneas ou impedidas; obteno de objeto que no atende plenamente s
caractersticas desejadas; no obteno da proposta mais vantajosa; sobrepreo/superfaturamento;
conluio de licitantes; fraude licitao ou outras atividades ilcitas com prejuzo ao errio.
Por oportuno, adita-se que, por ocasio da prolao do Acrdo n 636/2012-Plenrio, o Tribunal de
Contas da Unio elencou, como uma das causas significativas para os problemas identificados na rea
de licitao e contratos, a precariedade ou mesmo ausncia de medidas tendentes a robustecer os
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controles administrativos internos nos rgos pblicos, que terminam por propiciar um ambiente
organizacional que oportuniza a ocorrncia de prticas inadequadas e que resulta em prejuzos
financeiros, orientando s Unidades Jurisdicionadas que fortaleam seus controles internos, haja vista a
relao inversamente proporcional entre estes e a ocorrncia das mais diversas irregularidades.
e) Deficincia quanto s revises independentes.
A atividade de reviso independente, controle tipicamente detectivo, consiste em leitura crtica de atos
ou operaes por um terceiro no envolvido na realizao destas aes, com vistas a assegurar de
maneira razovel a conformidade e eficincia na execuo desses atos, confrontando-os com a
legislao aplicvel.
Mediante aplicao do QACI, foi possvel listar as seguintes fragilidades em especfico:
Quadro 5 Fragilidades quanto s revises independentes.
Descrio
1. Inexistncia de anlise peridica por responsvel diverso acerca da regularidade da movimentao dos recursos e
conciliao bancria da conta especfica do PNAE.
2. Falta de manifestao formal de responsvel diverso da rea de prestao de contas acerca da presena de todos os
documentos obrigatrios na prestao de contas do PNAE.
Fonte: QACI Pnae
Nesse sentido, a ausncia de rotinas de reviso independente pode contribuir para a movimentao
bancria dos recursos do Pnae sem a respectiva documentao comprobatria da despesa realizada.
Em face do exposto, os achados de auditoria indicam que a atividade de gesto do Pnae no municpio
de Peixoto de Azevedo/MT apresenta vulnerabilidades e deficincias significativas em seus sistemas
de gesto de riscos e controles internos. Dessa forma, imperioso que o gestor municipal adote
providncias, com base no diagnstico realizado, buscando implementar os controles inexistentes
apresentados neste achado de auditoria, com objetivo de aprimorar a gesto da atividade e
consequentemente, contribuir para a melhor aplicao dos recursos pblicos em benefcio da
sociedade.
2. ACHADOS DE AUDITORIA
CONSTATAO 001
DESCRIO SUMRIA
Falta de condies adequadas do local de armazenamento e preparo das refeies nas escolas.
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FATO
O armazenamento caracterizado por um conjunto de procedimentos tcnicos e administrativos que
envolvem as atividades:
Estocagem ou guarda arrumao organizada, aproveitamento de espao; Segurana cuidados contra danos fsicos, furtos e roubos e as medidas relacionadas a sua
segurana patrimonial;
Conservao assegurar as caractersticas dos produtos; Controle de estoque monitoramento da movimentao fsica dos produtos; e Entrega entrega ao solicitante, transporte adequado e rastreabilidade dos produtos, mantendo
sob seus cuidados a documentao administrativa relacionada a eles.
Aps o recebimento dos alimentos adquiridos, importante observar as condies de armazenamento,
que pode ser realizada tanto no depsito central do municpio (se houver) como nas escolas. O
municpio dever possuir estrutura necessria para realizar o controle de estoque e o armazenamento
dos gneros alimentcios.
Nesse sentido, a Resoluo-RDC Anvisa n 216/2004 apresenta diversas Boas Prticas para servios
de alimentao a fim de garantir as condies higinico-sanitrias do alimento preparado.
Com base nessa perspectiva, foi realizada inspeo fsica no estoque de alimentos, cozinhas, refeitrios
e reas afins, de Unidades Escolares da Prefeitura de Peixoto de Azevedo/MT, notadamente nas
Escolas:
1 Creche Escola Irm Dulce (vistoriado 22/09/2017)
2 Creche Escola Criana Feliz (vistoriado 25/09/2017)
3 Escola Municipal Dom Helder Cmara (vistoriado 27/09/2017)
4 Escola Municipal Paulo Freire (vistoriado 27/09/2017 e 18/12/2017)
Sendo constatado que as mesmas no possuem estrutura para o adequado armazenamento, preparo e
distribuio, dos gneros alimentcios utilizados na merenda escolar, conforme apresentado a seguir:
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ARMAZENAMENTO DE ALIMENTOS
Creche Escola Irm Dulce - rea de Armazenagem
Foto 01 - Prateleiras em pssimo estado de conservao, em desacordo com o item 4.7.6 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004). Data 22/09/2017
Foto 02 - Produto aberto armazenado inadequadamente, possibilitando contaminao, contrariando o Item 4.8.1 da Resoluo-RDC Anvisa
216/2004 - Data: 22/09/2017
Foto 03 - Prateleiras em pssimo estado de conservao, apresenta ferrugem, em desacordo com o item 4.7.6 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004). - Data: 22/09/2017
Foto 04 - Prateleiras em pssimo estado de conservao, apresenta ferrugem, em desacordo com o item 4.7.6 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004). - Data: 22/09/2017
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Creche Escola Criana Feliz - rea de Armazenagem
Foto 05 - Janela sem tela milimtrica de proteo Foto 06 - Espao muito reduzido e quente
Apresenta vidro quebrado, contrariando o Item 4.1.4 da
Resoluo-RDC Anvisa 216/2004 - Data: 25/09/2017
Data 25/09/2017
Escola Municipal Dom Helder Cmara - rea de Armazenagem
Foto 07 - Ausncia de tela milimtrica de proteo,
contrariando o Item 4.1.4 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004
Foto 08 - Produtos Armazenados de Forma Incorreta por estar
junto parede Data 27/09/2017 Data 27/09/2017
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Escola Centro Educacional Paulo Freire - rea de Armazenagem
Foto 09 - Armrio utilizado para armazenar alimentos, Foto 10 - Armazenamento inadequado de alimentos,
no h circulao de ar, contraria o item 4.7.6 da Resoluo-
RDC Anvisa 216/2004 - Data 27/09/2017
no h circulao de ar , contraria o item 4.7.6 da
Resoluo-RDC Anvisa 216/2004 - Data 27/09/2017
Foto 11 - Armazenamento inadequado de alimentos Foto 12 - Produtos armazenados de forma inadequada,
produtos misturados, contraria o item 4.7.6 da Resoluo-RDC
Anvisa 216/2004 - Data 27/09/2017
no h circulao de ar, contraria o item 4.7.6 da
Resoluo-RDC Anvisa 216/2004. - Data 27/09/2017
Foto 13 - Leite Vencido no Refrigerador (Val. 18/09/2017),
Data da Visita: 27/09/2017, contraria o item 4.7.4 e 4.7.5 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004
Foto 14 - Leite Vencido (Val. 18/09/2017), Data da Visita:
27/09/2017, contraria o item 4.7.4 e 4.7.5 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004
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COZINHAS Creche Escola Irm Dulce - COZINHA
Foto 15 - Abertura no piso permite entrada de insetos e acmulo de sujeira, contrariando o item 4.1.3 da
Resoluo-RDC Anvisa 216/2004 - Data: 22/09/2017
Foto 16 - O piso apresenta sujidade e molhado, contrariando o item 4.1.3 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004
Data: 22/09/2017
Foto 17 - Botijes dentro da Cozinha em desacordo com Normas de Segurana (NBR/ABNT 13523) - Data: 22/09/2017
Foto 18 - Exaustores com defeito - Barulho Excessivo, e sem
Tela milimetrada contrariando os itens 4.1.4, 4.1.10 e 4.1.11 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004 Data: 22/09/2017
Foto 19 - Abertura no Forro, Permitindo a Entrada de Foto 20 - Portal com defeito, e cantos que permitem acumular
insetos e roedores., acmulo de sujeira, contrariando o item
4.1.3 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004 - Data: 22/09/2017
Sujeira, acmulo de sujeira, contrariando o item 4.1.3 e 4.1.4
da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004 Data: 22/09/2017
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Foto 21 - Defeito no piso da cozinha e armazm possibilita
acumular sujeira e acarretar acidente, acmulo de sujeira,
contrariando o item 4.1.3 e 4.1.4 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004 Data: 22/09/2017
Foto 22 - Portal com defeito, possibilitando acidentes, juntar
sujeira, acmulo de sujeira, contrariando o item 4.1.3 e 4.1.4
da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004 Data: 22/09/2017
Foto 23 - Ausncia de tela milimtrica de proteo na porta Foto 24- Janela sem tela milimtrica de proteo
possibilitando a entrada de insetos e ausncia de sistema de
fechamento automtico, contrariando o Item 4.1.4 da Resoluo-
RDC Anvisa 216/2004 Data: 22/09/2017
possibilitando a entrada de insetos, contrariando o Item
4.1.4 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004.
Data: 22/09/2017
Foto 25 - Caixa de amaciante contendo alimentos, possibilitando contaminao, contrariando os Itens 4.7.1 e 4.7.2 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004 Data: 22/09/2017
Foto 26 - Alimentos contidos em caixa de amaciante, contrariando os Itens 4.7.1 e 4.7.2 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004 Data: 22/09/2017
CONTROLADORIA MUNICIPAL
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Foto 27 - Ambiente localizado do lado da cozinha e de frente Foto 28 - Ambiente localizado do lado da cozinha e de frente
para o refeitrio - Fonte de Contaminao, em desacordo com
os itens 4.1.6 e 4.1.7 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004
Data: 22/09/2017
para o refeitrio - Fonte de Contaminao, em desacordo
com os itens 4.1.6 e 4.1.7 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004
Data: 22/09/2017
Foto 29 - Extintor de incndios com defeito, a cozinha Foto 30 - No fornecimento de calados adequados para as
estava sem extintor. Data: 22/09/2017 cozinheiras - contrariando o Item 4.6.3 da Resoluo-RDC
Anvisa 216/2004. Data: 22/09/2017
Creche Escola Criana Feliz - COZINHA
Foto 31 - Porta e Janela sem telas milimtricas de proteo Foto 32 - Exaustor com defeito - Barulho Excessivo fato que
possibilitando a entrada de insetos, contrariando o Item 4.1.4 da
Resoluo-RDC Anvisa 216/2004
Data: 25/09/2017
impossibilita o uso e ausncia de tela milmetrada, contrariando os
os itens 4.1.4, 4.1.10 e 4.1.11 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004 -
Data 25/09/2017
CONTROLADORIA MUNICIPAL
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Foto 33 - Botijo de Gs dentro da Cozinha Infringindo Foto 34 - Botijo de Gs Dentro da Cozinha - Infringindo
Normas de Segurana (NBR/ABNT 13523)- Data: 25/09/2017 Normas de Segurana (NBR/ABNT 13523)- Data: 25/09/2017
Foto 35 - No fornecimento de sapatos adequados para a Foto 36- Auxiliar de cozinha que manipula alimentos com
Cozinheira contrariando o Item 4.6.3 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004 - Data: 25/09/2017
unhas grandes - fonte de contaminao, contrariando o
Item 4.6.6 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004 - Data 25/09/2017
Foto 37 - Freezer com marcas de sujidade, desgaste de uso -
fonte de contaminao - contrariando o Item 4.1.5 e 4.2.1 da
Resoluo-RDC Anvisa 216/2004 Data: 25/09/2017
Foto 38 - Restos de alimentos - pes - sem especificar a data de
validade para consumo, contrariando o Item 4.8.6 da Resoluo-RDC
Anvisa 216/2004 - Data 25/09/2017
CONTROLADORIA MUNICIPAL
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Escola Municipal Dom Helder Cmara - COZINHA
Foto 39 - Exaustores com defeito e ausncia de tela
milmetrada, contrariando os itens 4.1.4, 4.1.10 e 4.1.11 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004 Data 27/09/2017
Foto 40 - Janela e Porta sem Tela de Proteo Milimtrica
possibilitando a entrada de insetos, contrariando o item 4.1.4
da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004 Data 27/09/2017
Foto 41 - Pia com acabamento inadequado, possibilitando juntar
sujeira - fonte de Contaminao - contrariando o item 4.1.3 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004 - Data 27/09/2017
Foto 42 - Pia e parede com defeitos - possibilitando juntar sujeira
fonte de contaminao . contrariando o item 4.1.3 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004 - Data 27/09/2017
Foto 43 - Manchas na parede indicando infiltrao, parede sem
revestimento, contrariando o item 4.1.3 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004 - Data 27/09/2017
Foto 44 - Sujeira no foro indicando possvel vazamento no telhado,
contrariando o item 4.1.3 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004 - Data 27/09/2017
CONTROLADORIA MUNICIPAL
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Escola Municipal Paulo Freire - COZINHA
Foto 45 - Manipulao de alimentos sem uso de toucas, contrariando o Item 4.6.6 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004.
Data: 27/09/2017
Foto 46 - Porta da cozinha sem tela milimtrica de proteo possibilitando a entrada de inseto, e sem sistema de fechamento
automtico, contrariando o item 4.1.4 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004 Data 27/09/2017
Foto 47 - Janela da cozinha sem tela milimtrica de proteo Foto 48 - Bancada da pia sem acabamento adequado permitindo
possibilitando a entrada de insetos , contrariando o item 4.1.4 da
Resoluo-RDC Anvisa 216/2004 - Data 27/09/2017
acumular sujeira, contrariando o item 4.1.17 da Resoluo-RDC
Anvisa 216/2004. Data 27/09/2017
Foto 49 - Bancada da janela da cozinha acumula sujeira,
contrariando o item 4.1.4 e 4.2.1 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004
Foto 50 - Forro de madeira apresenta frestas, no lavvel,
contrariando o item 4.1.3, 4.1.4 e 4.2.1 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004
Data 27/09/2017 Data 27/09/2017
CONTROLADORIA MUNICIPAL
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Foto 51 - Foto 50 - Forro de madeira apresenta frestas, no
lavvel, contrariando o item 4.1.3, 4.1.4 e 4.2.1 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004
Foto 52 - No fornecimento de sapato fechado p/ a cozinheira contrariando o Item 4.6.3 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004
Data 27/09/2017 Data 27/09/2017
REFEITRIOS
Creche Escola Irm Dulce - REFEITRIO
Foto 53 - Lixo e mato s margens do refeitrio permitindo
Foto 54 - Lixo e mato s margens do refeitrio permitindo
a proliferao de insetos. Data: 22/09/2017
a proliferao de insetos. Data: 22/09/2017
CONTROLADORIA MUNICIPAL
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Foto 55 - Bainheiro inativo na divisa do refeitrio
Foto 56 - Bainheiro inativo na divisa do refeitrio
apresentando agentes contaminantes. Data: 22/09/2017
apresentando agentes contaminantes. Data: 22/09/2017
Foto 57 - Presena de pombos na cobertura do refeitrio
fonte de possveis contaminaes. Data: 22/09/2017
Escola Dom Helder Cmara - REFEITRIO
Foto 58 - Iluminao inadequada no refeitrio
Foto 59 - Bebedores / Lavatrios em pssimo estado de
Data: 27/09/2017
conservao. Data: 27/09/2017
CONTROLADORIA MUNICIPAL
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Foto 60 - Bebedores / Lavatrios em pssimo estado de
Foto 61 - Piso do refeitrio em pssimo estado de conservao
conservao. Data: 27/09/2017
Data: 27/09/2017
REFEITRIO Escola Municipal Paulo Freire - REFEITRIO
Foto 62 - Pombos hospedados acima da janela da cozinha e
dentro do refeitrio, contrariando o Item 4.1.7 da Resoluo-
RDC Anvisa 216/2004. - Data: 27/09/2017
Foto 63 - Animais dentro do refeitrio, contrariando o
Item 4.1.7 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004
Data : 27/09/2017
Foto 64 - Animais dentro do refeitrio, contrariando o Item
4.1.7 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004.
Data: 27/09/2017
Foto 65 - Pssimo estado de conservao do forro do
Refeitrio, contrariando o Item 4.1.3 da Resoluo-RDC Anvisa
216/2004. - Data: 27/09/2017
CONTROLADORIA MUNICIPAL
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Foto 66 - Pssimo estado de conservao do piso do refeitrio,
sujeiras e sinais de vazamentos de chuva Data: 27/09/2017
Foto 67 - Bombo presente acima da janela onde servida a
a merenda, contrariando o Item 4.1.7 da Resoluo-RDC Anvisa
216/2004. - Data: 27/09/2017
Foto 68 - Pombos na imediaes do refeitrio, a merenda,
contrariando o Item 4.1.7 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004. - Data: 27/09/2017
Foto 69 - Animais nas imediaes do Refeitrio, a merenda,
contrariando o Item 4.1.7 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004. - Data: 18/12/2017
Foto 70 - Animais transitando dentro do refeitrio, contrariando o Item 4.1.7 da Resoluo-RDC
Anvisa 216/2004. - Data: 18/12/2017
Foto 71 - Animais dentro do refeitrio, contrariando o Item 4.1.7 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004.
Data: 18/12/2017
CONTROLADORIA MUNICIPAL
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Foto 72 - Pombo hospedado acima da janela do refeito e da
Cozinha, contrariando o Item 4.1.7 da Resoluo-RDC
Anvisa 216/2004. - Data: 18/12/2017
Foto 73 - Fezes de bombo no piso do refeitrio, contrariando
o Item 4.1.7 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004. Data: 18/12/2017
Foto 74 - Fezes de pombos sobre a mesa onde servida a
merenda escolar, contrariando o Item 4.1.7 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004. - Data: 18/12/2017
Foto 75 - Fezes de pombos no piso do refeitrio, contrariando
o Item 4.1.7 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004. - Data: 18/12/2017
Foto 76 - Fezes de pombos sobre a mesa onde servida a merenda escolar, contrariando o Item 4.1.7 da Resoluo-RDC
Anvisa 216/2004. - Data: 18/12/2018
Foto 76 - Estado de conservao do forro do refeitrio da contrariando o Item 4.1.3 da Resoluo-RDC Anvisa 216/2004.
Data: 18/12/2017
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Foto 77 - Penas de pombos dentro do refeitrio da merenda
escolar, contrariando o Item 4.1.7 da Resoluo-RDC Anvisa
216/2004. - Data: 18/12/2018
Foto 78 - Presena de pombos nas imediaes do refeitrio da
merenda escolar, contrariando o Item 4.1.7 da
Resoluo-RDC Anvisa 216/2004. - Data: 18/12/2018
Foto 81 - Pombos na imediaes do refeitrio da merenda escolar, contrariando o Item 4.1.7 da Resoluo-RDC Anvisa
216/2004. - Data: 18/12/2018
Foto 82 - Pombos acima da janela da cozinha e do refeitrio da merenda escolar, contrariando o Item 4.1.7 da
Resoluo-RDC Anvisa 216/2004. - Data: 18/12/ 2018
Alm dessas situaes, foram constatadas as seguintes fragilidades no local de preparo das refeies:
a) Falta de anotao diria do efetivo nmero de refeies servidas nas escolas (Acrdo TCU n 5593/2012 2a. Cmara);
b) No implantao dos 4 POPs (Procedimento Operacional Padronizado) obrigatrios na escola, de acesso aos manipuladores de alimentos, quais sejam: 1) POP Higienizao de instalaes,
equipamentos e mveis; 2) POP controle integrado de vetores e pragas urbanas; 3) POP
Higienizao de Reservatrios; e 4) POP Higiene e Sade dos manipuladores (Item 4.11.4 da
RDC ANVISA 216/2014).
De acordo com o 4, do art. 33 da Resoluo CD/FNDE n 26/2013, cabe Entidade Executora ou
Unidade Executora adotar medidas que garantam a aquisio de gneros alimentcios de qualidade,
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bem como transporte, estocagem e preparo/manuseio com adequadas condies higinicas e sanitrias
at o seu consumo pelos alunos atendidos pelo Programa.
Ademais, a falta de condies adequadas de armazenamento e preparo das refeies nas escolas pode
resultar em desperdcio de alimentos por perda de validade; entrada de animais e insetos nos locais dos
alimentos; comprometimento da quantidade (desperdcio), e qualidade da merenda ofertada,
prejudicando os alunos e os objetivos do programa de alimentao escolar.
Por fim, o Tribunal de Contas da Unio tem recomendado s Unidades Jurisdicionadas que "melhore
as condies fsicas de estocagem dos gneros, tanto do almoxarifado central, quanto das escolas,
tendo em vista as falhas detectadas na presente auditoria, como infiltraes nos locais de
armazenamento nas escolas, locais inadequados para armazenamento dos produtos alimentcios e
deficincias de segurana das instalaes" (Acrdo n 2207/2012 - 1 Cmara) e ainda, regularize
os problemas do estoque da merenda escolar e da cozinha, por estarem em desacordo com a
Resoluo RDC Anvisa 216/2004 (Acrdo TCU n 1521/2015 Plenrio).
CAUSA
No implantao de Procedimento Operacional Padro definindo as condies de estocagem e
conservao dos alimentos e seu preparo na cozinha escolar, em conformidade com orientaes da
Resoluo-RDC Anvisa 216/2004.
CONSTATAO 002
DESCRIO SUMRIA
Profissional nutricionista vinculado Entidade Executora em nmero inferior ao parmetro numrico
de nutricionistas, contrariando o art. 10 da Resoluo CFN n 465/2010. Insuficincia de atuao da
nutricionista em atividades do Pnae.
FATO
A Coordenao das aes de alimentao escolar ser realizada por nutricionista habilitado, o qual
dever estar vinculado ao setor de alimentao escolar da Secretaria de Educao da Entidade
Executora (EEx.), devendo assumir a responsabilidade tcnica pelo programa e estar cadastrado no
Sistema de Cadastro de Nutricionistas do Programa de Alimentao Escolar (SINUTRI). A presena
do nutricionista no contexto do programa de alimentao escolar, portanto, imprescindvel.
Nesse contexto, o 2 do art. 12 da CD/FNDE n 26/2013 e o art. 10 da Resoluo CFN n 465/2010
definem o parmetro numrico mnimo de nutricionistas para a educao bsica, por entidade
executora, conforme apresentado a seguir:
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N de Alunos N de Nutricionistas Carga horria tcnica mnima
semanal recomendada
At 500 1 Responsvel Tcnico - RT 30 horas
501 a 1000 1 RT + 1 Quadro Tcnico - QT 30 horas
1001 a 2500 1 RT + 2 QT 30 horas
2501 a 5000 1 RT + 3 QT 30 horas
Acima de 5000 1 RT + 3 QT e + 01 QT a cada
frao de 2500 alunos 30 horas
Fonte: Art. 10 da Resoluo CFN n 465/2010
Em anlise do nmero de alunos matriculados na rede pblica do municpio de Peixoto de
Azevedo/MT (3.974), deveria existir no mnimo 1 nutricionista responsvel tcnico e 3 nutricionista
do quadro tcnico, porm, constatou-se apenas 1 nutricionista, contrariando o 2 do art. 12 da
Resoluo CD/FNDE n 26/2013 e art. 10 da Resoluo CFN n 465/2010.
Por consequncia, em razo do no cumprimento do parmetro numrico de nutricionista, foi
constatada ausncia de atuao eficaz quanto aos seguintes aspectos no mbito do PNAE no municpio
de Peixoto de Azevedo/MT, apresentando, dentre outras as seguintes falhas: no h diagnstico e
acompanhamento do estado nutricional dos alunos; a) no utilizao de Fichas Tcnicas de Preparo; b)
no realizao de cursos, palestras e treinamentos para todos os atores do PNAE, ou realizao
abrangendo apenas parcela dos atores, e em carga horria insuficiente); c) realizao de testes de
aceitabilidade do cardpio (Resoluo CD/FNDE n 26/2013) em parcela pequena da quantia de
alunos; d) no mapeamento eficiente da produo da agricultura familiar em parceria com a Secretaria
de Agricultura, EMPAER local ou com as organizaes da agricultura familiar do municpio; f) no
nomeao de equipe tcnica para participao nos processos de aquisio de alimentos para o PNAE
(em especial, na fase de habilitao de licitantes nos processos licitatrios para a realizao de
inspeo de amostras dos alimentos ofertados; especificaes, elaborao de quantitativos, etc); g) No
Implantao de Manual de Boas Prticas para Servios de Alimentao;
CAUSA
Quantidade de Nutricionistas inferior ao estabelecido no artigo 12 da Resoluo CFN n 465/2010.
CONSTATAO 003
DESCRIO SUMRIA
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Preparo de alimentao sem observar as Fichas Tcnicas de Preparo FTP, do Cardpio, contrariando
a Resoluo CFN n 465/2010 e Resoluo CD/FNDE n 26/2013).
FATO
Nos termos da Resoluo CFN n 465/2010 do Conselho Federal de Nutricionistas, cardpio uma
ferramenta operacional que relaciona os alimentos destinados a suprir as necessidades nutricionais
individuais ou coletivas, discriminando os alimentos, por preparao, quantitativo per capita, para
energia, carboidratos, protenas, lipdios, fibras, vitaminas e minerais.
O nutricionista tem papel fundamental no planejamento do cardpio da alimentao escolar, avaliando
a qualidade dos gneros a serem utilizados, alm de coordenar o diagnstico e o monitoramento do
perfil nutricional dos estudantes, o perfil epidemiolgico da populao atendida e acompanhar a
vocao agrcola da regio.
Em anlise das sistemtica de preparo da alimentao prevista no cardpio elaborado pela Prefeitura de
Peixoto de Azevedo/MT para atender aos alunos do PNAE, foi constatada as seguintes no-
conformidades:
a) No observncia da utilizao de Fichas Tcnicas de Preparo (FTP), no preparao preparo da
alimentao prevista no cardpio, contrariando o acrdo TCU n 2576/2009 Plenrio e a Resoluo
CD/FNDE n 26/2013, art. 14, 7. A Ficha Tcnica de Preparo (FTP) um instrumento que permite a
padronizao e reprodutibilidade das preparaes, pois especifica os ingredientes, seus per capitas e
tcnicas culinrias utilizadas, alm de fazer o clculo de nutrientes e o controle de custos;
b) Cardpios no adaptados para atender aos alunos com necessidades nutricionais especficas (5 do
art. 14 da Resoluo CD/FNDE n 26/2013), visto que no h o mapeamento desses alunos;
c) No aplicao de no mnimo 30% do valor recebido do FNDE em aquisio da agricultura familiar,
decorrente do no mapeamento eficiente, da falta de articulao entre Secretaria de Educao,
Secretaria de Agricultura, EMPAER local ou nas organizaes da agricultura familiar, com vistas a
subsidiar a elaborao dos cardpios; e
d) Ausncia de treinamento cor carga horria adequada, ou falta de monitoramento das merendeiras
para utilizar a ficha tcnica de preparo, a fim de padronizar a preparao da merenda, diminuir o
desperdcio e facilitar o controle do estoque (Acrdo n 1521/2015 Plenrio).
O no monitoramento de aplicao do Cardpio em desacordo com a Resoluo CFN n 465/2010 e
Resoluo CD/FNDE n 26/2013 pode gerar como consequncia o comprometimento do crescimento e
desenvolvimento fsico e mental dos alunos e dificuldade no planejamento da logstica (compra e
requisio) dos alimentos para o programa.
CAUSA
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No implantao de ficha tcnica de preparo; no levantamento das necessidades nutricionais
especficas dos alunos; mapeamento inadequado dos produtos da agricultura familiar; morosidade na
elaborao dos processos de despesas de aquisio de produtos da agricultura familiar; no
demonstrao do atendimento das necessidades nutricionais dirias dos alunos, com vistas a subsidiar
o planejamento e a elaborao dos cardpios, em conformidade com a Resoluo CFN n 465/2010 e
Resoluo CD/FNDE n 26/2013.
CONSTATAO 004
DESCRIO SUMRIA
Inexistncia de aes de educao alimentar e nutricional de forma abrangente e sistematizada, no
exerccio de 2017.
FATO
O Programa de Alimentao Escolar possui como uma de suas diretrizes a Educao Alimentar e
Nutricional (EAN), que objetiva estimular a adoo voluntria de prticas e escolhas alimentares
saudveis que colaborem para a aprendizagem, a boa sade do escolar e a qualidade de vida do
indivduo (Art. 13 da Resoluo CD/FNDE n 26/2013).
Podem ser citadas como exemplos de aes de educao alimentar e nutricional as seguintes
atividades:
Oferta de alimentos variados e seguros adaptados cultura, regionalizao, sociobiodiversidade e que estejam em conformidade com a faixa etria e o estado de sade dos escolares, inclusive
dos que necessitam de ateno especfica; Cursos, palestras e oficinas direcionadas s merendeiras, nutricionistas, gestores, diretores de
escolas, agricultores, enfim, todos os atores envolvidos na alimentao escolar que abranjam as
temticas da alimentao e nutrio; Teatros, oficinas culinrias, gincanas, jogos e palestras, rodas de conversa e outras atividades
educativas que propiciem maior envolvimento dos alunos;
Hortas escolares pedaggicas;
Incluso do tema alimentao saudvel no currculo escolar; e
Abordagem do tema em datas especficas de acordo com o contexto local.
Conforme entrevista realizada com a nutricionista do municpio, merendeiras e coordenadoras foi
constatado que no houve de forma sistematizada aes de educao alimentar e nutricional nos
exerccios de 2017, contrariando o art. 13 da Resoluo CD/FNDE n 26/2013, houveram apenas
capacitaes espordicas com as merendeiras.
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A falta de aes de educao alimentar e nutricional de forma sistematizada pode resultar em formao
de hbitos alimentares inadequados nos alunos; aumento da prevalncia de obesidade infantil e
doenas ligadas alimentao incorreta (infeces, hipertenso arterial, diabetes, etc).
Em situaes similares, o TCU tem determinado s Entidades Executoras que a ausncia de aes de
educao alimentar e nutricional de forma sistematizada afronta o disposto no art. 13 da Resoluo
CD/FNDE n 26/2013 (Acrdo TCU n 2873/2015 Plenrio).
CAUSA
Quantidade de Nutricionistas inferior ao recomendado, acarretando sobrecarga de servios ao nico
profissional que coordena as atividades da alimentao escolar, em desacordo com a Resoluo CFN
n 465/2010.
CONSTATAO 005
DESCRIO SUMRIA
Teste de Aceitabilidade aplicado em desacordo com o 6 do art. 17 da Resoluo n 26/2103
FATO
O Teste de Aceitabilidade uma importante ferramenta para determinar o ndice de aceitabilidade da
alimentao oferecida aos escolares. Uma alimentao aceita e saudvel promove a formao de bons
hbitos alimentares e melhora o rendimento escolar. A EEx. ser responsvel pela aplicao do
Teste de Aceitabilidade, o qual dever ser planejado e coordenado pelo nutricionista responsvel
tcnico do Programa de Alimentao Escolar.
Assim, o teste de aceitabilidade aos alunos ser realizado sempre que ocorrer, no cardpio, a
introduo de alimento novo ou quaisquer outras alteraes inovadoras, no que diz respeito ao preparo,
ou para avaliar a aceitao dos cardpios praticados frequentemente (Art. 17 da Resoluo CD/FNDE
n 26/2013).
Por meio de questionamento verbal junto a nutricionista, foi solicitada informao acerca da aplicao
dos testes de aceitabilidade. Em resposta, afirmou que em 2017 foram realizados testes de
aceitabilidade, tendo apresentado o extrato e resultado dos mesmos, que foram aplicados em apenas
duas unidades escolares, tendo sido adotado o mtodo apenas de restos de Resto Ingesto. Nos termos
do 4 do art. 17 da Resoluo CD/FNDE n 26/2013, o nutricionista ser responsvel pela elaborao
de relatrio, no qual constar todas as etapas da aplicao do teste de aceitabilidade, desde o
planejamento at o resultado alcanado e dever arquivar essas informaes por, no mnimo, cinco
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anos (Grifei). Verificou-se que a aplicao dos testes de aceitabilidade abrangeu uma parcela muito
pequena de alunos, devendo a atividade ser estendida para as demais unidades escolares.
A aplicao de testes de aceitabilidade em desacordo com o disposto na Resoluo CD/FNDE no
26/2013 pode resultar em desestmulo dos alunos para consumir a merenda escolar, prejudicando a
aprendizagem e o desempenho escolar e ainda, desperdcio de recursos financeiros na compra de
gneros alimentcios rejeitados pelos alunos.
Por fim, importante lembrar que o TCU tem considerado impropriedade a no aplicao do teste de
aceitabilidade dos produtos oferecidos aos alunos, contrariando o artigo 17 da Resoluo CD/FNDE no
26/2013 (Acrdo n 1480/2014 Plenrio), assim como a baixa frequncia na aplicao de testes de
aceitabilidade (Acrdo n 1316/2015 TCU Plenrio).
CAUSA
Quantidade de Nutricionista inferior ao indicado na Resoluo CFN n 465/2010
CONSTATAO 006
DESCRIO SUMRIA
Ausncia de controle de qualidade dos produtos adquiridos para a alimentao escolar, atravs de
aes da inspeo da vigilncia sanitria municipal.
FATO
As Entidades Executoras (EEx.) ou s Unidades Executoras (UEx.) devem adotar medidas que
garantam a aquisio, o transporte, a estocagem e o manuseio/preparo de alimentos com adequadas
condies higinico-sanitrias at o seu consumo final pelo aluno do Programa de Alimentao
Escolar. Deste modo, os produtos adquiridos para os alunos do Programa de Alimentao Escolar
devero ser previamente submetidos ao controle de qualidade, conforme dispe o Termo de
Compromisso para o controle de qualidade da alimentao escolar (art. 33 da Resoluo FNDE
26/2013).
Neste Termo, o prefeito se compromete especificamente a (Anexo V da Resoluo FNDE 26/2013):
I - determinar que a Secretaria ou Departamento de Sade, ou rgo similar, e Secretaria de
Agricultura desse Municpio exeram a inspeo sanitria dos alimentos utilizados no Programa
Nacional de Alimentao Escolar.
II - autorizar que a Secretaria ou Departamento de Sade, ou rgo similar, e Secretaria de Agricultura
desse Municpio estabeleam parceria com a Secretaria de Sade e Secretaria de Agricultura do
Estado, ou rgo similar, para auxiliar no cumprimento dessa atribuio.
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O Termo de Compromisso deve ser renovado a cada incio de mandato dos gestores municipais,
estaduais e do Distrito Federal, devendo ser encaminhado o documento original ao FNDE, com cpia
para o CAE, a Secretaria de Sade e a Secretaria de Agricultura. As aes nele previstas devero ser
normatizadas e implementadas imediatamente pelas EEx. Assim, a escola poder solicitar vigilncia
sanitria local que verifique as condies dos alimentos no momento em que os produtos so
entregues.
Por meio da Solicitao verbal foi solicitado cpia do termo de Compromisso assinado pelo prefeito o
qual foi prontamente apresentado pela nutricionista.
considerado irregularidade e deve ser objeto de regularizao a ausncia de anlise quanto
qualidade dos produtos ofertados ao aluno no mbito do Programa de Alimentao Escolar, o que
afronta o disposto no art. 33, 2o, da Resoluo CD/FNDE n 26/2013 (Acrdo n 1521/2015
Plenrio).
Ademais, a falta de controle da qualidade dos alimentos fere as disposies do art. 67 da Lei 8.666/93
e da Resoluo CD/FNDE n 26/2013 (Acrdo TCU n 5593/2012 2a. Cmara).
CAUSA
Falta de coordenao entre a reas (Secretaria de Educao, Agricultura e Sade) para realizao do
controle de qualidade.
CONSTATAO 007
DESCRIO SUMRIA
Deficincia no recebimento dos gneros alimentcios nas escolas
FATO
O ato de receber implica conferir se os gneros alimentcios entregues esto em conformidade com os
requisitos estabelecidos quanto s especificaes tcnicas, quantidade contratada e em condies
apropriadas. Nesta etapa, os fornecedores devem realizar a entrega dos alimentos, conforme
estabelecido no contrato e no edital de licitao.
No procedimento de recebimento dos alimentos na escola e na creche municipal de Peixoto de
Azevedo/MT, verificou-se a ausncia de:
a) evidncia de que h conferncia dos alimentos que chegam;
b) procedimento formal para a devoluo de alimentos aos fornecedores;
c) balanas para pesagem dos alimentos, especialmente da agricultura familiar;
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d) pessoa designada formalmente para o recebimento; e
e) norma de conferncia e armazenamento detalhada e efetiva.
Nesse sentido, a ausncia e/ou deficincia na conferncia dos alimentos recebidos na escola e na
creche municipal gera um risco de recebimento de gneros alimentcios em desacordo com o
registrado na ata de registro de preos; qualidade ruim dos gneros alimentcios recebidos;
fornecimento e oferta de refeies s crianas em desacordo com os padres mnimos de qualidade e
higiene, afetando negativamente a nutrio e a sade dos alunos; desvio de alimentos e falta de
merenda para os alunos.
Em situaes similares, o TCU tem recomendado s Unidades Jurisdicionadas a disponibilizar
balanas para as escolas que recebem um maior volume de alimentos, de forma que elas tenham
condies de conferir as frutas e verduras e designao formal de funcionrios nas escolas (e
substitutos) para o recebimento dos alimentos, de forma a evitar que pessoas no autorizadas ou
despreparadas recebam os alimentos (Acrdo 1521/2015 Plenrio).
Verificou-se durante as inspees o recebimento de produtos em desacordo com as normas da
vigilncia sanitria, dado que na Escola Creche Irm Dulce, houve a entrega de gneros alimentcios
(manteiga) em caixa de produto qumico (amaciante) proporcionando a contaminao do produto.
CAUSA
No implantao de norma operacional que exija um adequado sistema de recebimento e
armazenamento; ausncia de controle de estoque na escola e creche; ausncia de procedimento formal
para devoluo de produtos ao fornecedor; falta de equipamentos necessrios para o recebimento de
produtos da agricultura familiar (balanas).
CONSTATAO 008
DESCRIO SUMRIA
No utilizao de no mnimo 30% dos recursos para a compra de gneros alimentcios da agricultura
familiar.
FATO
De acordo com o art. 24 da Resoluo CD/FNDE n 26/2013, do total dos recursos financeiros
repassados pelo FNDE, no mbito do Pnae, no mnimo 30% deve ser utilizado na compra de gneros
alimentcios diretamente do agricultor familiar, do empreendedor familiar rural ou de suas
organizaes, priorizando os assentamentos de reforma agrria e as comunidades tradicionais
indgenas e quilombolas, conforme o artigo 14, da Lei n 11.947/2009.
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Entretanto, no municpio de Peixoto de Azevedo/MT, esta regra no est sendo cumprida, pois os
fornecedores no conseguem entregar gneros alimentcios na quantidade solicitada, para a merenda
escolar procedente da agricultura familiar.
Destaca-se, que em situaes similares, o Tribunal de Contas da Unio tem determinados s Unidades
Jurisdicionadas que empreenda esforos no sentido de adquirir gneros alimentcios custeados com
recursos do Programa Nacional de Alimentao Escolar (PNAE) diretamente da agricultura familiar
e do empreendedor familiar rural ou de suas organizaes, priorizando os assentamentos da reforma
agrria, as comunidades tradicionais indgenas e comunidades quilombolas, no mnimo de 30%,
conforme art. 14 da Lei n. 11.947, de 2009, adotando as medidas de incentivo organizao e
legalizao desses agricultores (Acrdo 11907/2011 2 Cmara).
CAUSA
Falta de articulao entre os atores sociais (prefeitura, controle social, secretaria de agricultura e
educao, etc); ausncia de mapeamento ou mapeamento ineficiente, dos produtos da agricultura
familiar, morosidade na realizao do processo de aquisio de produtos da agricultura familiar.
CONSTATAO 009
DESCRIO SUMRIA
A Prestao de Contas do PNAE do Exerccio de 2016 foi realizada e enviada ao FNDE, porm
no h instrumento norteador da sua elaborao e reviso.
FATO
A prestao de contas dos recursos pblicos uma obrigao estatuda no pargrafo nico do art. 70
art. Constituio Federal de 1988, a saber:
Prestar contas qualquer pessoa fsica ou jurdica, pblica ou privada, que
utilize e arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores
pblicos ou pelos quais a Unio responda.
A prestao de contas dos recursos financeiros recebidos do Programa de Alimentao Escolar deve
ser apresentada pela EEx ao FNDE anualmente, por meio do Sistema de Gesto de Prestao de
Contas (SiGPC) Contas Online.
As prestaes de contas enviadas pelos gestores por meio do SiGPC devem ser analisadas pelo
Conselho de Alimentao Escolar (CAE), o qual, a partir de 2013, passa a utilizar o Sistema de Gesto
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de Conselhos (SIGECON) para a emisso do parecer conclusivo, nos seguintes prazos:
Prazo Final SiGPC: 15 de fevereiro do ano subsequente ao ano do repasse;
Prazo Final SIGECON: 31 de maro do ano subsequente ao ano do repasse.
Em anlise da prestao de contas dos exerccios de 2016, constatou-se que a emisso do Parecer do
CAE sobre a prestao de contas de 2016, dentro do prazo estabelecido pelo FNDE.
A prestao de contas no foi elaborada seguindo checklist e no passou por avaliao formal de
servidor independente diverso daquele responsvel por elabora-la.
CAUSA
Ausncia de normatizao fixando instituindo o uso de check-list ou fluxo definindo os atos
necessrios elaborao completa e tempestiva da prestao de contas no Sistema de Gesto de
Prestao de Contas (SiGPC - Online) e estabelecendo a obrigatoriedade de reviso por servidor
diverso do responsvel por elabora-la.
CONSTATAO 010
DESCRIO SUMRIA
Falha na capacitao do CAE.
FATO
O controle social representa o exerccio da democracia participativa e representativa, no qual a
comunidade local atua, direta ou indiretamente, no controle da execuo descentralizada pelos
municpios da poltica pblica federal, para garantir a implementao das aes do programa e a
regular aplicao dos recursos pblicos.
Nesse sentido, o Conselho de Alimentao Escolar (CAE) um rgo colegiado institudo pelos
estados, Distrito Federal e municpios, em suas respectivas jurisdies administrativas. O CAE possui
carter fiscalizador, permanente, deliberativo e de assessoramento.
O exerccio do controle social favorece o acompanhamento e o controle da execuo do programa e,
desta forma, o CAE compe parte fundamental do Programa de Alimentao Escolar, especialmente
por zelar pela qualidade dos alimentos oferecidos e acompanhar a aceitao dos cardpios pelos
escolares.
Dentre as atribuies do CAE previstas no art. 35 da Resoluo CD/FNDE n 26/2013, destacam-se as
seguintes:
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ITEM DESCRIO
1. Monitorar e fiscalizar a aplicao dos recursos e o cumprimento das
diretrizes e objetivos do Programa de Alimentao Escolar;
2. Analisar a prestao de contas do gestor e emitir Parecer Conclusivo acerca
da execuo do SIGECON Online;
3.
Comunicar ao FNDE, aos Tribunais de Contas, Controladoria-Geral da
Unio ao Ministrio Pblico e aos demais rgos de controle qualquer
irregularidade identificada na execuo do Programa de Alimentao
Escolar, inclusive em relao ao apoio para funcionamento do CAE, sob
pena de responsabilidade solidria de seus membros;
4. Fornecer informaes e apresentar relatrios acerca do acompanhamento da
execuo do programa, sempre que solicitado;
5. Realizar reunio especfica para apreciao da prestao de contas com a
participao de, no mnimo, 2/3 (dois teros) dos conselheiros titulares;
6. Elaborar o Regimento Interno; e
7.
Elaborar o Plano de Ao do ano em curso e/ou subsequente a fim de
acompanhar a execuo do Programa de Alimentao Escolar, contendo
previso de despesas necessrias para o exerccio de suas atribuies e
encaminh-lo EEx. antes do incio do ano letivo.
As falhas verificadas na execuo do PNAE, podem ser consideradas indcios de atuao ineficiente do
CAE no monitoramento das atividades do programa de alimentao escolar, evidenciando que o Poder
Executivo Municipal deve dar maior suporte ao Conselho, principalmente quanto ao acesso de
capacitaes a totalidade de seus membros, de modo que os conselheiros possam exercer efetivamente
as atribuies previstas no art. 35 da Resoluo CD/FNDE n 26/2013.
CAUSA
Ausncia de treinamento/capacitao em para os conselheiros do CAE; Ausncia de instrumentos
(check-list, procedimentos, roteiro de verificao, extrato de entrevista, etc) para subsidiar a atuao do
CAE; desconhecimento dos mesmos do CAE quanto a legislao do PNAE.
CONSTATAO 012
DESCRIO SUMRIA
Infraestrutura inadequada de cozinhas, armazns e refeitrios, possibilitando a proliferao de agentes
contaminantes, pondo em risco a sade de cozinheiras; zeladores e alunos, pela produo de
alimentao em ambiente em desacordo com a Resoluo-RDC N 216, de 15 de setembro de 2004,
que Dispe sobre Regulamento Tcnico de Boas Prticas para Servios de Alimentao.
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FATO
De acordo com o item 4.1.7 da Resoluo-RDC n 216, de 15 de setembro de 2004, as instalaes as
reas internas e externas do estabelecimento devem estar livres de objetos em desuso ou estranhos ao
ambiente, no sendo permitida a presena de animais; As instalaes fsicas como piso, parede e teto
devem possuir revestimento liso, impermevel e lavvel. Devem ser mantidos ntegros, conservados,
livres de rachaduras, trincas, goteiras, vazamentos, infiltraes, bolores, descascamentos, dentre outros
e no devem transmitir contaminantes aos alimentos; As portas e as janelas devem ser mantidas
ajustadas aos batentes. As portas da rea de preparao e armazenamento de alimentos devem ser
dotadas de fechamento automtico. As aberturas externas das reas de armazenamento e preparao de
alimentos, inclusive o sistema de exausto, devem ser providas de telas milimetradas para impedir o
acesso de vetores e pragas urbanas. As telas devem ser removveis para facilitar a limpeza peridica;
Entretanto, no municpio de Peixoto de Azevedo/MT, esta regra no est sendo cumprida, pois as
unidades auditada apresentam as mais diversas inconformidades, tais como:
1 Foi contadas a presena de animais dentro de refeitrio, tais como: cachorro, gato e pombos;
2 Foi constatado fezes de pombos em refeitrio, inclusive sobre as mesas em que so servidas as
refeies;
3 As cozinhas e refeitrios apresentam falhas em seus pisos e tetos;
4 As cozinhas no obedecem normas de segurana, uma vez que h botijes em seus interiores;
podendo acarretar acidentais, como por exemplo exploses;
5 As cozinhas no dispem de exaustores em funcionamento adequado;
6 As cozinhas no dispem de fechamento automtico das portas;
7 As cozinhas no dispem de telas milimetradas nas portas, janelas e nos exaustores, permitindo a
entrada de insetos;
8 Os armazns no dispe de infraestrutura adequada, constatou-se que os ambientes so quentes,
sem correta circulao de ar, contam com mveis em pssimo estado de conservao, no h
metodologia de controle dos estoques; tendo sido constato inclusive produtos vencidos estocados.
CAUSA
So diversas as causam que culminaram no estado catico, constatado principalmente na Escola
Municipal Paulo Freire, quais sejam:
1 Longos perodos em sem manuteno na escola ocasionando o acmulo de sujeiras nos forros, que
foram transformados em ninhos de pombos;
2 Presena de cachorro e gato no refeitrio por falta de muro (Escola Paulo Freire) e portal de acesso
a escola constantemente aberto, por falta de conserto do motor do porto e ausncia de guarda;
3 Falha na atuao da vigilncia sanitria municipal e morosidade administrativa na resoluo dos
problemas que se arrastam desde a gesto anterior;
4 No adoo de todas as medidas recomendada no relatrio de auditoria anteriormente
encaminhado;
5 No adoo das medidas recomendadas na Orientao Tcnica n 016/2017 emitida pela
Controladoria Municipal.
IV MELHORAS DETECTADAS EM RELAO A AUDITORIA ANTERIOR
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1 A Secretaria de Educao, iniciou a elaborao de normas e manuais contendo regras relacionadas
higiene da cozinha e do local de armazenamento; regras relacionadas ao armazenamento correto dos
alimentos;
2 A Prefeitura procedeu o mapeamento da produo da agricultura familiar em parceria com a
Secretaria de Agricultura, EMPAER local ou com as organizaes da agricultura familiar do
municpio;
3 Foram realizados exames mdicos das cozinheiras;
4 Foi elaborado Plano de Trabalho Anual do CAE, art. 3 Resoluo CFN n 465/2010.
5 Foi solucionado o problema de presena de pombos dentro do refeitrio da Creche Escola
Municipal Irm Dulce, pela instalao de telas protetoras, necessitando implementar a ao de modo a
expelir tais animais das imediaes;
Detalhe de grades instaladas no refeitrio impedindo a entrada de pombos
V - BOAS PRTICAS
A Prefeitura Municipal de Peixoto de Azevedo-MT aportou recursos prprios na execuo do PNAE,
garantindo o funcionamento ininterrupto do programa, no tendo faltado alimentos nas unidades
escolares.
VI - CONCLUSO
A avaliao realizada abrangeu aspectos essenciais do componente atividade de controle da rea de
alimentao escolar. As concluses da equipe restringem-se aos elementos avaliados das atividades de
controle relacionadas aos processos examinados e inspees fsicas realizadas.
Face ao exposto, somos de opinio que a Unidade Examinada deve adotar medidas corretivas com vistas
a elidirem os pontos ressalvados neste relatrio, implementando as seguintes
De acordo com o percentual de pontos obtidos frente ao total de pontos possveis, foi atribudo, para fins
de definio do nvel de maturidade dos sistemas controles internos do municpio de Peixoto de
Azevedo MT, o conceito da escala j utilizado pelo Tribunal de Contas da Unio e Controladoria-Geral
da Unio em trabalhos similares, conforme apresentado a seguir:
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1. Grfico 1 Nvel de maturidade dos controles internos
Fonte: Acordo TCU n. 568/2014 - Plenrio
Nesse sentido, a Prefeitura Municipal de Peixoto de Azevedo MT, no obteve alterao em seu nvel de
maturidade, tendo obtido apenas 34 pontos de 75 desejveis, ficando enquadrada no nvel de maturidade
de controles intermedirio, com 45,33% dos pontos possveis, fato que coloca a atividade em mdia
probabilidade de ocorrncia de impropriedades e/ou irregularidades capazes de impactar negativamente
os objetivos almejados quando da execuo das aes do PNAE. Ou seja, quanto maior for o nvel de
maturidade alcanado, menor ser o seu risco residual de erros ou irregularidades na execuo do
programa, haja vista a relao inversamente proporcional entre controles internos e a ocorrncia das mais
diversas irregularidades. Face ao exposto, a anlise em nvel de atividades demonstra a necessidade de
aperfeioamento dos sistemas de gesto do municpio de Peixoto de Azevedo MT na execuo do
PNAE, o que pode ser alcanado com o comprometimento dos gestores em implementar medidas
tendentes a robustecer os controles internos administrativos, como forma de contribuir para o
aprimoramento da gesto e o desempenho da administrao municipal na execuo do programa em
anlise.
VI - RECOMENDAES Face as impropriedades apontadas no relatrio e ante a obrigao dos gestores pblicos em sane-las,
esta Controladoria Municipal recomenda sejam adotada as seguintes medidas:
a) Elabore, em regime de urgncia, plano de ao visando sanear as falhas, detalhando prazos, aes e responsveis por sua execuo, encaminhando cpia do mesmo ao TCE/MT via APLIC e
Controladoria Municipal para fins de monitoramento das aes, inclusive implante todos os
Controles estabelecidos na Resoluo Normativa n 034/2016 do TCE/MT.
b) Implante e monitore o uso de Fichas Tcnicas de Preparo FTP, exigindo seu uso efetivo no preparo das refeies do PNAE, de moto a padronizar a alimentao servida.
c) Elabore diagnstico da situao nutricional dos alunos atendidos, identificando aqueles com obesidade, desnutrio, diabetes, hipertenso, etc; e elaborar cardpio prprio para atender aos casos
eventualmente identificados;
d) Admita por meio de concurso pblico, no mnimo mais 03 (trs) nutricionista, de modo a cumprir com o parmetro numrico estabelecido na resoluo FNDE n. 26/2013;
e) Realize cursos, palestras, oficinas culinrias, teatros, gincanas, jogos relativo a alimentao saudvel, envolvendo a todos os atores da alimentao escolar;
f) Aplique teste de aceitabilidade do cardpio, planejado e coordenado pelo nutricionista da Entidade Executor, em todas as unidades escolares;
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g) Elabore e implante manuais com normas e procedimentos prevendo perodo de realizao da conciliao bancria, formas de movimentao financeira, responsveis por movimentao dos
recursos, atesto, conferncia dos documentos da liquidao.
h) Normatize a Padronizao das especificaes dos gneros alimentcios, com apoio das diversas Unidades do Municpio, para uso da equipe de planejamento da contratao nas licitaes do PNAE;
i) Normatize a pauta, lista ou relao de compras por nutricionistas, com demonstrao do clculo efetuado para estimar as quantidades do gneros alimentcios a serem adquiridos;
j) Elabore normativo estabelecendo procedimento consistente, de acordo com as diretrizes do TCE/MT e TCU, para elaborao de estimativas de preo, a fim de orientar as equipes de planejamento das
contrataes da Unidade, inclusive nos casos de contrataes diretas e adeses a atas de registro de
preo;
k) Formule e normatizar a adoo de modelos de editais de licitao, check-list, atas de registro de preos e contratos de aquisio com elementos mnimos necessrios ao cumprimento das normas
aplicveis ao processo de seleo e contratao das empresas, podendo utilizar os editais-padro da
AGU como referncia;
l) Designe formalmente equipe tcnica para auxiliar a CPL ou Pregoeiro na anlise da documentao de habilitao e propostas de preos nas licitaes para contratao de gneros alimentcios;
m) Passe a exigir dos licitantes a apresentao de declarao formal informando que a proposta foi elaborada de forma independente (declarao de independncia de propostas);
n) Normatize a obrigatoriedade de verificao, durante habilitao, de registros impeditivos da contratao;
o) Normatize a obrigatoriedade de instaurao de processo administrativo para aplicao de penalidades por conduta irregular de fornecedores em processos licitatrios e contrataes;
p) Promover Articulao entre os atores sociais (EEx, controle social, secretaria de agricultura, etc) para fomentar aquisies de no mnimo 30% da agricultura familiar pela EEx.;
q) Aprimore os fluxos dos processos administrativos de modo a dar celeridade na elaborao dos processos de aquisio de produtos da agricultura familiar, visando cumprir com a obrigatoriedade de
aplicar no mnimo 30% dos recursos do PNAE em produtos oriundos da agricultura familiar ;
r) Nomeie representantes com capacidade tcnica para atuar na fiscalizao dos contratos de aquisio, assim como seus substitutos eventuais.;
s) Designe Comisso/servidor com formao tcnica para recebimento dos alimentos, apoiada em instrumentos adequados para recebimento do objeto, objetivando avaliar as especificaes, prazos de
validade, data de entrega, etc.;
t) Estruture o local de armazenamento (Estoque) em conformidade com boas prticas para servios de alimentao (RDC Anvisa n 216/2004);
u) Estruture o local de preparo das refeies (cozinha) em conformidade com boas prticas para servios de alimentao (RDC Anvisa n 216/2004);
v) Utilize sistema informatizado de controle de estoque dos gneros alimentcios ou controle manual; w) Elabore / implante manual de normas definindo os procedimentos a serem adotados na execuo das
principais atividades relacionadas ao PNAE na Unidade, com especial destaque para: (i)
procedimento de conferncia no recebimento dos alimentos no depsito central e nas escolas; (ii)
procedimento de devoluo para o fornecedor (no caso do depsito) e para o depsito central (no
caso das escolas); (iii) controle de estoque; (iv) definio do papel do fiscal do contrato; (v) novas
obrigaes da secretaria de controle interno (ou rgo equivalente); (vi) regras relacionadas higiene
da cozinha e do local de armazenamento; (vii) regras relacionadas ao armazenamento correto dos
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alimentos; (viii) frequncia da visita da nutricionista s escolas; (ix) obrigatoriedade da utilizao das
fichas tcnicas de preparo e sua disponibilizao nas cozinhas; (x) periodicidade e forma de atuao
da vigilncia sanitria no controle de qualidade dos alimentos;
x) Normatize a obrigatoriedade e os procedimento de levantamento perodo de inventrios de acordo com cada situao especfica, com vista a fornecer subsdios para a avaliao e controle gerencial dos
gneros alimentcios;
y) Elabore, normatize e implante check-list ou fluxo definindo os atos necessrios elaborao completa e tempestiva da prestao de contas no Sistema de Gesto de Prestao de Contas (SiGPC -
Online);
z) Adote todas as medidas cabveis visando sanear as demais falhas apontadas no relatrio de auditoria; aa) Substitua, em regime de urgncia, todas as mesas utilizadas no refeitrio da Escola Municipal Paulo
Freire, posto a situao precria em que se encontram, havendo forte indcios de contaminao por
agentes patgenos, bem como providencie para que a presena de pombos e outros animais no se
repita naquele refeitrio;
bb) Promova reforma nas estruturas fsicas da unidades escolares, de modo a adequ-las s Resoluo RDC Anvisa n 216/2004;
cc) Determine vigilncia sanitria municipal que inclua em sua programao anual de fiscalizao as unidades escolares, de modo a garantir a qualidade dos produtos ofertados e sanidade das instalaes,
dos ambientes de preparo, dos refeitrio e afins;
dd) Promova as melhorias nas demais unidades escolares, ainda que no tenham sido objeto de auditoria nesta etapa.
o Relatrio que se submete considerao superior.
Peixoto de Azevedo MT, 10 de janeiro de 2018.
Ao
Ilmo. Sr. MAURCIO FERREIRA DE SOUZA
MD. Prefeito Municipal de Peixoto de Azevedo
Ilma. Sra. MARIA DOS SANTOS LOPES
Secretria Municipal de Educao
Nesta
c/Cpia
Ao
Ilmo. Sr. Dr. MOISS MACIEL
MD. Conselheiro Relator do Tribunal de Contas do
Estado de Mato Grosso
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