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Relatório de Estágio
RELEVÂNCIA DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS COMO COMPONENTE DA CONSOLIDAÇÃO DA SILVICULTURA NA FRONTEIRA OESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
Acadêmico Claudiney do Couto Guimarães
CURSO DE ENGENHARIA FLORESTAL
São Gabriel, RS, Brasil Junho 2011
2
Universidade Federal do Pampa Campus São Gabriel
Curso de Engenharia Florestal
A Comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova o Relatório de Estágio
RELEVÂNCIA DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS COMO COMPONENTE DA CONSOLIDAÇÃO DA SILVICULTURA NA FRONTEIRA OESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
elaborado por Claudiney do Couto Guimarães
como requisito parcial para obtenção do grau de Graduação em Engenharia Florestal
COMISSÃO EXAMINADORA : ______________________________
Prof.ª Dr.ª Alexandra Augusti Boligon (Presidente/Orientador)
______________________________
Prof.ª Dr.ª Cibele Rosa Gracioli
______________________________ Prof. Dr. Ítalo Filippi Teixeira
São Gabriel, Junho de 2011.
3
AGRADECIMENTOS A Deus por propiciar-me forças e proteção para superar este importante desafio em minha
vida.
A toda a minha família, meus pais, minha esposa e filhos, meus irmãos e a todos que
direta e indiretamente me apoiaram durante o curso.
A Profª. Drª Alexandra Augusti Boligon pela orientação e pelo apoio para que eu
realizasse este trabalho.
Ao Sr Alceu Borges Behenck supervisor do estágio e Sócio Diretor da Reflorestadora
Nativa.
A Reflorestadora Nativa e sua equipe técnica pela colaboração e disponibilização do
espaço para a realização do estágio.
A StoraEnso Florestal RS em especial ao Engenheiro Florestal João Carlos Barrichelo e
Cristiane Yoshinaga pelo total apoio e incentivo para a conclusão da graduação em
Engenharia Florestal.
Ao corpo docente do curso de Engenharia Florestal UNIPAMPA São Gabriel, pela
dedicação e competência na condução do curso.
Aos colegas de curso que me propiciaram grandes momentos de alegria e amizade.
4
RESUMO
RELEVÂNCIA DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS COMO COMPONENTE DA CONSOLIDAÇÃO DA SILVICULTURA NA FRONTEIRA OESTE DO ESTADO DO RIO
GRANDE DO SUL
Autor: Claudiney do Couto Guimarães¹ Orientador: Alexandra Augusti Boligon²
Supervisor: Alceu Borges Behenck³
A silvicultura no estado do Rio Grande do Sul vem se consolidando acompanhando a
tendência brasileira de uso das novas fronteiras para expansão da base florestal nos
diversos segmentos industriais. Para a execução das operações de implantação e
manutenção das plantações florestais são contratadas empresas prestadoras de serviços
de alta eficiência garantindo assim a qualidade e produtividade das plantações a custos
competitivos atendendo as exigências e necessidades sociais e ambientais das empresas
contratantes. O presente relatório apresentará a tecnologia, a gestão e execução
operacional e também uma proposta de parametrização para o controle de qualidade nas
atividades de silvicultura praticadas pela Reflorestadora Nativa S/A nas áreas da
StoraEnso Florestal RS na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul .
Palavras-chave: silvicultura; implantação e manutenção; prestação de serviços.
1 Estudante de graduação do curso de Engenharia Florestal da Universidade Federal do Pampa – UNIPAMPA/Campus de São Gabriel – RS. 2 Professora Adjunta da Universidade Federal do Pampa – UNIPAMPA/Campus de São Gabriel – RS. 3 Sócio-diretor da Reflorestadora Nativa S/A.
5
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1: Localização geográfica da sede da Reflorestadora Nativa Ltda, no
município de Butiá, as margens da BR-290, e dos escritórios regionais de Encruzilhada
do Sul e Rosário do Sul......................................................................................................10
Figura 2: Dosador manual para aplicação da isca granulada - Fazenda Retiro Cacequi-
RS.......................................................................................................................................17
Figura 3: Distribuição dos ajudantes de silvicultura para aplicação da isca formicida
granulada de forma sistematizada (4,15 kg/há) – Fazenda Retiro - Cacequi-RS.............18
Figura 4: Mapa pré-plantio para a demarcação de estradas, aceiros e APPs- Fazenda
Santa Regina - Arroio dos Ratos-RS..................................................................................19
Figura 5: Plantio utilizando plantadeiras manuais com caixas plásticas devidamente
projetadas para o transporte das mudas - Fazenda Mangueirão - Alegrete-RS................21
Figura 6: Aspecto da adubação de plantio, em duas covetas laterais, em destaque,
contendo 50 g do fertilizante NPK 06:30:06 + 1,0% Zn + 0,3% Cu cada uma - Fazenda
Mangueirão - Alegrete-RS..................................................................................................23
Figura 7: Aspecto da linha de plantio após a aplicação do herbicida pré-emergente
Fazenda Rancho 5S - Alegrete-RS....................................................................................24
Figura 8: Aspecto da sanidade do plantio após os devidos tratos culturais - Fazenda
Rancho 5S - Alegrete-RS...................................................................................................25
Figura 9: Aspecto da área após aplicação pós-emergente de herbicida na linha de plantio
Fazenda São Francisco - Alegrete-Rs...............................................................................26
Figura 10: Aspecto dos aceiros após a manutenção - Fazenda Boa Vista II - Alegrete-
RS.......................................................................................................................................28
6
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Distribuição das áreas de atuação e dos funcionários da Florestadora
Nativa..............................................................................................................................12
7
SUMÁRIO
1. ORGANIZAÇÃO ...............................................................................................................9
1.1 Política de gestão.........................................................................................................11
2. INTRODUÇÃO................................................................................................................12
2.1 O setor florestal.............................................................................................................12
2.2 A importância das florestas plantadas para o Brasil.....................................................13
2.2.1 Valor Bruto da Produção Florestal (VBPF)................................................................13
2.2.2 Arrecadação de tributos.............................................................................................13
2.2.3 Geração de empregos...............................................................................................14
2.2.4 Meio ambiente...........................................................................................................14
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ..........................................................................................14
3.1 A cultura do eucalipto...................................................................................................14
3.2 Controle de qualidade das operações florestais.........................................................15
4. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ..................................................................................16
4.1 Operações da silvicultura implantação.........................................................................16
4.1.1 Combate a formigas....................................………………………………………….....16
4.1.2 Marcação de estradas, aceiros e apps......................................................................18
4.1.3 Capina química pré-plantio........................................................................................19
4.1.4 Preparo de solo – Subsolagem..................................................................................20
4.1.5 Plantio........................................................................................................................20
4.1.6 Irrigação.....................................................................................................................22
4.1.7 Replantio....................................................................................................................22
4.1.8 Adubação...................................................................................................................22
4.1.9 Capina química pré-emergente pós-plantio...............................................................23
4.1.10 Adubação de cobertura............................................................................................24
4.2. Operações da silvicultura manutenção tratos cu lturais ........................................25
4.2.1 Capina manual...........................................................................................................26
4.2.2 Roçada Manual..........................................................................................................26
4.2.3 Capina química pós-emergente com costal manual..................................................27
4.2.4 Capina química pós-emergente com barra protegida (“conceição”)..........................27
4.2.5 Roçada Mecanizada..................................................................................................27
8
4.2.6 Manutenção de aceiros.............................................................................................27
4.3 Programa de controle de qualidade na prestação de serviços ....................28
4.3.1 Construção de aceiros .........................................................................................29
4.3.1.1 Avaliação da construção de aceiros.......................................................................29
4.3.2 Marcação de APP’s e locais de preservação............................................................29
4.3.2.1 Avaliação da marcação de APP’s e locais de preservação....................................30
4.3.3 Recebimento das mudas...........................................................................................30
4.3.4 Controle de formiga...................................................................................................30
4.3.4.1 Avaliação do controle de formiga............................................................................31
4.3.5 Preparo do solo..........................................................................................................32
4.3.5.1 Avaliação do controle de subsolagem com fosfatagem .........................................32
4.3.6 Aplicação de herbicida...............................................................................................33
4.3.6.1 Controle de aplicação de herbicida.........................................................................35
4.3.7 Plantio e replantio......................................................................................................36
4.3.7.1 Avaliação da qualidade do plantio..........................................................................36
4.3.8 Irrigação.....................................................................................................................37
4.3.8.1 Controle na irrigação...............................................................................................38
4.3.9 Adubação...................................................................................................................39
4.3.9.1 Controle na adubação.............................................................................................39
5. RESULTADOS, DISCUSSÃO E CONCLUSÃO ............................................................40
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..............................................................................42
9
1. ORGANIZAÇÃO
A Reflorestadora Nativa iniciou suas atividades em 1991 tendo como objetivo
fornecer serviços diferenciados na área de silvicultura para atender a demanda de
mercado. Neste período a empresa denominava-se Minuano Serviços Florestais Ltda,
disponibilizando serviços nas áreas de implantação e colheita florestal. Após mudanças
estratégicas a empresa optou por prestar serviços somente na área de implantação e
condução de florestas comerciais, e assim, a partir do ano de 2000 passou a denominar-
se Florestadora Nativa Ltda.
Somente no ano de 2010 a empresa realizou a implantação de 12000 ha e a
manutenção de 25000 ha de florestas com Eucalyptus spp, com previsão de implantação
para 2011 de 20.000 ha.
Atualmente, a empresa atende projetos florestais em diversos municípios da
metade sul Rio Grande do Sul, tendo como principais clientes a Celulose Riograndense -
CMPC Celulose, a StoraEnso Florestal RS e a Duratex S/A. Sua sede localiza-se no
município de Butiá, Rio Grande do Sul, e ainda conta com escritórios regionais nos
municípios de Encruzilhada do Sul e Rosário do Sul (Figura 1). O município de Butiá
localiza-se a 81 km da capital Porto Alegre, e faz divisa municipal com Minas do Leão,
São Jerônimo e Arroio dos Ratos.
10
Figura 1 - Localização geográfica da sede da Reforestadora Nativa Ltda, no município de Butiá, as
margens da BR-290, e dos escritórios regionais de Encruzilhada do Sul e Rosário do Sul.
Para desenvolver suas atividades a Nativa é gerenciada por dois sócios, sendo um
Diretor Administrativo Financeiro e um Diretor Operacional respectivamente. A empresa
também conta com um amplo quadro funcional constituído por Engenheiros e Técnicos
Florestais, Técnicos Agrícolas, Técnicos de Segurança, Auxiliar de Enfermagem,
Motoristas, Tratoristas, Mecânicos e Ajudantes de Silvicultura, além de um capacitado
grupo administrativo e um moderno parque de máquinas e equipamentos com um total de
533 funcionários.
As áreas de atuação e a distribuição dos funcionários por município estão
apresentadas na Tabela 1:
11
Tabela 1: Distribuição das áreas de atuação e dos funcionários da Florestadora
Nativa, 2011.
Município Cliente Nº de funcionários
Butiá CMPC e Duratex 266
Encruzilhada do Sul CMPC 93
São Gabriel CMPC 101
Caçapava do Sul CMPC 30
Taquari Duratex 17
Rosário do Sul StoraEnso 15
Manoel Viana StoraEnso 11
Total 533
Fonte: Florestadora Nativa S/A
1.1 Política de Gestão
A Florestadora Nativa S/A é uma empresa prestadora de serviços florestais,
especialmente no âmbito da silvicultura. A política de sistema de gestão inclui critérios de
sua missão, visão e valores inerentes para o desenvolvimento sustentado da sociedade e
a harmonia com o meio ambiente.
A empresa possui como missão o fornecimento de serviços e produtos de
qualidade aliada à produtividade através da excelência operacional, atuando com
comprometimento na melhoria contínua das atividades, assegurando a confiança e
credibilidade dos clientes.
Possui a visão de posicionar-se com destaque no setor florestal, sendo reconhecida
como a melhor parceria por seus clientes, fornecedores, sociedade e colaboradores. Ainda
possui como valores, ética e transparência, qualidade de vida, valorização, imagem,
técnicas de gestão, credibilidade, responsabilidade pública e social.
12
2. INTRODUÇÃO
2.1 O setor florestal
O setor florestal começou a se destacar no Brasil após a aprovação da legislação
de incentivos fiscais (lei nº 106, de setembro de 1966) ao reflorestamento, que possibilitou
às empresas abaterem até 50% do valor do imposto de renda devido, aplicando-os em
projetos florestais. Em decorrência desta o crescimento da área reflorestada no país
situou-se na faixa de 100 a 250 mil hectares anuais de 1968 a 1973, elevando-se para
450 mil hectares anuais entre 1974 e 1982, e atingindo aproximadamente, 6,2 milhões de
hectares em 1986 (LEÃO, 2000).
Segundo o Anuário Estatístico 2010 da Associação Brasileira de Florestas
(ABRAF,2010) o Brasil fechou o ano de 2009 contabilizando uma área com florestas
plantadas de 6,31 milhões de hectares sendo que deste montante, 4,51 milhões
correspondem às áreas cultivadas com eucalipto e 1,8 milhões de hectares a áreas
cultivadas com pinus.
Segundo o mesmo Anuário o estado do Rio Grande do Sul fechou o ano de 2009
contabilizando uma área cultivada com 271,9 mil hectares de eucalipto e 171,2 mil
hectares de pinus totalizando 443,19 mil hectares colocando o estado como o sexto maior
produtor de madeira oriundo de florestas plantadas do país.
A expectativa de expansão de novas áreas de florestas de eucalipto e pinus para
os respectivos segmentos de transformação para os próximos cinco anos esta prevista a
uma taxa média de 4,3% ao ano, chegando a 2014 com um crescimento acumulado de
23% no período, resultando em uma área total estimada de 7,5 milhões de ha de florestas
(ABRAF, 2010).
Em conseqüência, estima-se que o impacto econômico dessa expansão na
aquisição de terras (greenfield), em diversos estados do país, incluindo o Rio Grande do
Sul, candidatos naturais a receberem esse investimento, chegue a um valor de R$ 6
bilhões, além de R$ 7,2 bilhões para os plantios e insumos, totalizando R$ 13,2 bilhões no
período de 2009 a 2014 (ABRAF, 2010).
13
2.2 A importância das florestas plantadas para o Br asil
Através da geração de bens e serviços à sociedade em geral, atualmente as
florestas representam 3,5% do PIB nacional e se destacam por oferecer importantes
contribuições nos aspectos econômicos, sociais e ambientais. Em particular, as florestas
plantadas têm assumido relevância crescente ao servirem como fonte de matéria-prima
florestal, principalmente na forma de madeira em tora. Na maioria dos países,
independentemente de sua extensão, ao mesmo tempo em que colaboram para reduzir a
pressão sobre as florestas nativas, prestam importantes serviços ambientais para a
sociedade.
2.2.1 Valor Bruto da Produção Florestal (VBPF)
O Valor Bruto da Produção Florestal (VBPF), utilizado como um indicador do
desempenho do setor de florestas plantadas no Brasil representa toda a receita bruta
gerada na cadeia produtiva florestal nacional.
Segundo estimativa da BRACELPA (2010), o valor total produzido pelo setor de
celulose e papel chegou a R$ 23,6 bilhões em 2009. Este segmento representa 50,7% de
participação no VBPF frente ao demais, sendo que todo o setor florestal totalizou R$ 46,6
bilhões em 2009.
2.2.2 Arrecadação de tributos
A arrecadação total de tributos (federais, estaduais e municipais) pelo país em
2009 foi de R$ 1.092,6 bilhões.
Do total de tributos arrecadados em 2009, a contribuição do setor de florestas
plantadas do Brasil foi de estimados R$ 8,15 bilhões, representando 0,75% de
participação deste setor no total do Brasil (ABIPA, BRACELPA, IBPT, 2010).
14
2.2.3 Geração de empregos
A estimativa total de empregos (primário e processamento industrial) no segmento
de florestas plantadas, em 2009, foi de 3,9 milhões incluindo os diretos (535,0 mil),
indiretos (1,26 milhão) e empregos resultantes do efeito renda (2,16 milhões) (ABRAF,
STCP, 2010).
Cabe, ainda, acrescentar uma particularidade: o emprego gerado ocorre no campo
(trabalho florestal) e na cidade (trabalho na indústria florestal), reduzindo, assim, o êxodo
rural (ALMEIDA, 2000 APUD VALVERDE et al, 2005).
2.2.4 Meio ambiente
O setor, também, contribui para o meio ambiente por manter o equilíbrio dos
ecossistemas naturais; regular o clima global; conservar os recursos hídricos; proteger a
biodiversidade e os ecossistemas florestais (conservação da fauna e flora); reduzir o nível
de desmatamento ilegal e o impacto sobre as florestas nativas através das florestas
plantadas; regularizar os fluxos de água para evitar erosão. Além disso, é uma fonte de
biodiversidade e de contribuição para sua manutenção (ABIMCI, 2007).
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1 A cultura do eucalipto
O eucalipto (Eucalyptus spp.) ocorre naturalmente na Austrália, Indonésia e ilhas
próximas, tais como Flores, Alor e Wetar. O gênero Eucalyptus pertence à família das
Myrtaceas, com cerca de 600 espécies, 113 do gênero Corymbia e 13 do gênero
15
Angophora, e apresenta uma ampla plasticidade e dispersão mundial, crescendo
satisfatoriamente em diferentes situações edafoclimáticas, extrapolando aquelas das
regiões de origem (VITTI, 2002).
Atualmente, o gênero Eucalyptus está entre as principais fontes de matéria-prima
para a produção de celulose, de carvão vegetal para siderurgia e fábrica de cimento,
serrarias, postes, óleos essenciais, entre outras finalidades (LIMA, 1996).
Devido à necessidade de se produzir florestas altamente produtivas, as empresas
brasileiras investem cada vez mais em programas de melhoramento genético, com a
utilização de técnicas como a hibridação e a clonagem. A clonagem é considerada,
mundialmente, como a maneira mais eficiente de se obter ganhos expressivos na
qualidade do produto final devido a maior homogeneidade da matéria-prima (TONINI et
al., 2004).
A produtividade média das florestas de eucalipto no país alcança de 45-50
m³/ha/ano, enquanto no Chile, Estados Unidos, Canadá e Finlândia, esta chega a 20, 10,
7 e 4 m³/ha/ano, respectivamente. Com relação às florestas de pinus, no Brasil estas
produzem em média 35 m³/ha/ano, contra 4 m³/ha/ano das coníferas dos países do
Hemisfério Norte e 20 m³/ha/ano do pinus no Chile (VOTORANTIM CELULOSE E PAPEL
- VCP, 2004).
Segundo Reis et al. (1987), muitas espécies do gênero Eucalyptus spp, crescem
relativamente bem em solos de baixa fertilidade. Isso intensifica o seu uso nas novas
implantações florestais, em locais antes sem tradição silvicultural para essas espécies.
3.2 Controle de qualidade das operações florestais
A avaliação da qualidade das operações florestais é uma atividade de grande
importância na manutenção dos padrões técnicos utilizados pelas empresas florestais na
implantação, reforma, condução, manutenção e colheita de suas florestas de eucalipto. O
sistema de qualidade da empresa deve ser realizado por meio do controle de qualidade
"em tempo real". Nesse processo são conferidas notas às operações, baseadas em
parâmetros relacionados à qualidade da atividade. Cada parâmetro avaliado tem um peso
16
de importância para a determinação final da nota de qualidade da operação (JEQUITIBA
FLORESTAL, 2007).
As operações florestais de colheita e silvicultura são avaliadas no campo, conforme
estão sendo executadas. Essa avaliação visa determinar quais são as atividades que
apresentam não conformidade com o padrão técnico adotado pela empresa. As ações
corretivas operacionais são determinadas imediatamente para os encarregados de
campo, exceto quando há necessidade de desenvolvimento e pesquisa, sendo
posteriormente desenvolvidos pela Coordenação de Pesquisa (JEQUITIBA FLORESTAL,
2007).
4. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
O presente estágio foi realizado nas Fazendas da Stora Enso Florestal RS em
fazendas localizadas na Fronteira Oeste do estado do Rio Grande do Sul, sendo esta uma
das clientes da Florestadora Nativa.
Além da gestão das operações de implantação e manutenção dos plantios com
eucalipto, foi desenvolvida uma proposta de parametrização para o controle de qualidade
operacional da empresa.
4.1 Operações da silvicultura implantação
4.1.1 Combate as formigas
O combate às formigas deve ser realizado antes do preparo do solo. Para o
combate utilizam-se iscas formicidas granuladas (Formicida Dinagro-S), na dose de 4,15
kg/ha no espaçamento de 4 x 6 metros. Para a aplicação utilizam-se dosadores manuais
(Figura 2). Para a distribuição sistemática do formicida sob a área, no espaçamento
recomendado (receituário agronômico), utiliza-se a formação em linha dos ajudantes de
silvicultura (Figura 3). Para a correta aplicação do formicida devem ser observadas as
17
condições climáticas durante o período de aplicação, sendo que as condições ideais são:
o solo seco e a ausência de chuva nas próximas 24 horas.
Figura 2 - Dosador manual para aplicação da isca granulada, Fazenda Retiro – Cacequi-RS.
Fonte: Florestadora Nativa, 2008
18
Figura 3 - Distribuição dos ajudantes de silvicultura para aplicação da isca formicida granulada de
forma sistematizada (4,15 kg/há), Fazenda Retiro – Cacequi-RS.
Fonte: Florestadora Nativa, 2008
4.1.2 Marcação de estradas, aceiros e APPs
Tanto a construção de estradas e aceiros, como a marcação de APP´s são de
responsabilidade da empresa prestadora de serviços. No entanto, sabe-se que a
construção destas vias de acesso na área objetiva facilitar a implantação, proteção
florestal e exploração. Para a marcação em campo utiliza-se o mapa pré-plantio com as
devidas projeções para a delimitação de estradas, aceiros e APP´s (Figura 4).
19
Figura 4 - Mapa pré-plantio para a demarcação de estradas, aceiros e APP´s , Fazenda Santa Regina – Arroio dos Ratos-RS. Fonte: Florestadora Nativa, 2011
4.1.3 Capina química pré-plantio
Esta prática consiste na eliminação das ervas infestantes (daninhas ou invasoras)
sob toda a área de implantação. O controle de plantas daninhas é realizado através de
herbicida pós-emergente, associado ou não a adjuvante, utilizando-se pulverizador
tracionado por trator de pneu ou pulverizador costal manual. A capina química deve ser
realizada no mínimo 7 dias antes do plantio.
O herbicida pós-emergente utilizado é Scout® (sal de amônio de glifosato), na dose
recomendada de 2,0 kg/ha (2,0 kg para 200 litros de água). O produto Scout® é de uso
não agrícola e recomendado para culturas de Pinus spp. e Eucalyptus spp.
20
4.1.4 Preparo de solo – Subsolagem
Segundo Baloni e Simões (1979) o principal objetivo do preparo do solo é de
fornecer condições adequadas para o plantio e posterior estabelecimento das mudas no
campo. Sasaki et al. (2002), informam que o preparo do solo além de influenciar no
crescimento das mudas, influencia também na uniformidade e futura produtividade da
floresta.
A subsolagem preconiza a idéia de “cultivo mínimo”, que objetiva substituir
sistemas convencionais de preparo por sistemas que provoquem o mínimo de
mobilização do solo e deixem o máximo de resíduos vegetais sobre a superfície.
A Florestadora Nativa utiliza um subsolador de 3 hastes parabólicas, sendo a
central de 100 cm, com asa na extremidade e equipado com uma adubadeira para
aplicação de fosfato (filete intermitente), quando necessário utiliza-se a enxada rotativa
para uniformizar a superfície da linha de plantio.
4.1.5 Plantio
O plantio pode ser feito de três formas: manual, semimecanizado ou mecanizado
(STURION at all, 2000).
As mudas depois de expedidas no viveiro, devem passar por uma nova seleção no
campo, devido às condições de estresse que passaram (transporte, descarregamento e
encanteiramento). Desta forma, as mudas que apresentarem danos (guias quebradas,
murchas, quebradas, etc.) devem ser descartadas.
No viveiro de campo (local para estocagem temporariamente as mudas) deve-se
procurar deixar as mudas com o substrato sempre úmido, além de estarem
encanteiradas, ou seja, afastadas uma das outras para facilitar a aeração e irrigação.
21
O plantio das mudas de eucalipto é realizado através do uso de uma plantadeira
manual, uma caixa de mudas de plástico e uma medida com gabarito de acordo com
espaçamento necessário.
As mudas devem ser plantadas na profundidade adequada, usando-se para isso
um limitador de profundidade, de modo a evitar danos no sistema radicular. Assim, após a
muda ser colocada na cova deve-se comprimir o solo ao redor, de maneira a evitar a
formação de bolsas de ar, cobrindo a muda até a altura do coleto.
Figura 5 - Plantio utilizando plantadeiras manuais com caixas plásticas devidamente projetadas para o transporte das mudas, Fazenda Mangueirão – Alegrete-RS. Fonte: StoraEnso Florestal RS, 2008
22
4.1.6 Irrigação
A irrigação, quando necessária, pode ser realizada antes ou após o plantio. Em
cada cova são colocados cerca de 2,0 L de água.
Os equipamentos envolvidos são: trator agrícola de pneu, reboque agrícola pipa
(3.000 litros), caminhão pipa (15.000 litros), motobombas portáteis e regadores.
4.1.7 Replantio
O replantio deve ser realizado no máximo até 30 dias após o plantio. Esta operação
somente será indicada se por alguma razão o índice de falha for igual ou superior a 3%.
O levantamento de sobrevivência do plantio (inventário) deve ser realizado entre o
18º e 23º dia após o plantio do talhão.
4.1.8 Adubação
A adubação de plantio deve ser realizada, preferencialmente, até dez dias após o
plantio, quando a adubação for realizada em covetas laterais.
A formulação do adubo utilizada para esta operação é NPK 06:30:06 + 1,0% Zn +
0,3% Cu., uma dose de 111,0 kg/ha (100 g/planta).
Para executar a adubação o ajudante de silvicultura deverá aplicar o fertilizante em
duas covetas laterais, distantes 15 cm da muda e com profundidade entre 8 e 12 cm, com
metade da dose em cada uma (Figura 6). Além disso, o ajudante deverá observar que o
fertilizante aplicado deverá estar totalmente coberto no final da aplicação.
23
Figura 6 - Aspecto da adubação de plantio, em duas covetas laterais, em destaque, contendo 50 g do fertilizante NPK 06:30:06 + 1,0% Zn + 0,3% Cu cada uma, Fazenda Mangueirão – Alegrete-RS.
Fonte: Florestadora Nativa, 2008
4.1.9 Capina química pré-emergente pós plantio
A capina química pré-emergente para áreas de implantação deve ser realizada no
máximo 10 dias após o plantio. Este tipo de capina poderá ser utilizado em faixas de 1
metro, sobre a linha de plantio, ou em coroas.
A aplicação do herbicida pré-emergente é realizada de forma mecanizada, trator
agrícola com pulverizador, ou de forma manual com pulverizador costal. Com o uso do
trator é possível fazer a pulverização de 2 linhas simultaneamente.
O herbicida utilizado para esta atividade é conhecido comercialmente por Solara,
seletivo, licenciado para o controle pré-emergente de plantas infestantes das culturas de
eucalipto e pinus. A dosagem recomendada, de acordo com a recomendação técnica é de
0,3 l/ha.
24
Figura 7 – Aspecto da linha de plantio após a aplicação do herbicida pré-emergente, Fazenda Mangueirão – Alegrete-RS. Fonte: StoraEnso Florestal RS, 2008
4.1.10 Adubação de cobertura
A adubação de cobertura é realizada entre 90 dias e 120 dias após o plantio
devendo-se observar quando os plantios atingirem um porte de no mínimo 0,7 m de
altura. Esta adubação deve ser precedida de trato cultural, de maneira a disponibilizar de
forma mais eficiente os nutrientes as plantas de eucalipto.
A formulação da adubação de cobertura é NPK 20:00:20 + 0,3% B, sendo a
dosagem recomendada de 0,15 kg/planta (166,7 kg/ha). A adubação é realizada através
do uso de recipientes plásticos e dosadores de PVC.
25
Para correta aplicação, recomenda-se a aplicação do fertilizante na projeção da
copa das plantas de eucalipto.
4.2. Operações da silvicultura manutenção tratos cu lturais
Ormond (2006) definiu tratos culturais como sendo as operações realizadas na
cultura, tais como: adubação, limpezas, conservação do solo, irrigação, entre outras,
visando dar melhores condições para o desenvolvimento das plantas.
Para o efetivo controle das plantas daninhas devem ser tomadas medidas a fim de
inibir o seu crescimento ou eliminá-las da área do povoamento. Para o controle de plantas
daninhas se dispõem de métodos físicos e químicos.
Figura 8 - Aspecto da sanidade do plantio após os devidos tratos culturais, Fazenda Rancho 5S
Alegrete-RS.
Fonte: StoraEnso Florestal RS, 2009
26
4.2.1 Capina Manual
Esta operação será executada sempre que as plantas daninhas estiverem
concorrendo com as mudas de eucalipto. Esta operação é realizada com o uso de
enxadas ou enxadões para a retirada por completo das plantas daninhas. A capina deve
ser realizada ao longo das linhas de plantio, em uma faixa de 1 metro de largura, sendo
0,5 metros para cada lado.
4.2.2 Capina química pós-emergente com costal manual
Este tipo de operação deve ser utilizado sempre que houver vegetação
concorrendo com as plantas de eucalipto.
O herbicida utilizado é à base de glifosato, conhecido comercialmente como Scout
NA, licenciado para utilização em reflorestamentos, na dose recomendada de 2,0 kg/ha.
Figura 9 - Aspecto da área após aplicação pós-emergente de herbicida na linha de plantio, Fazenda São Francisco – Alegrete-RS. Fonte: StoraEnso Florestal RS
27
4.2.3 Capina química pós-emergente com barra protegida (“conceição”)
Esta operação pode ser indicada a limpeza das entrelinhas do plantio utilizando
protetores (“saia”) ao redor da barra de aplicação de herbicida, a fim de evitar deriva de
herbicida para as plantas de eucalipto.
Na conceição utiliza-se o mesmo herbicida a base de glifosato, Scout NA, utilizado
no preparo do solo, na concentração de 2,0 kg/ha.
4.2.4 Roçada Mecanizada
Assim como nos outros métodos de controle de plantas daninhas, a roçada
mecanizada também poderá ser utilizada caso esteja ocorrendo concorrência entre as
ervas com as plantas de eucalipto.
Esta atividade é executada somente nas entrelinhas do plantio, utilizando para isto
roçadeiras tracionadas por tratores agrícolas de pneu.
28
4.2.5 Manutenção de aceiros
A manutenção de aceiros é realizada para prevenir danos às plantações florestais
por incêndios, sendo realizada anualmente nos meses de verão.
Figura 10 - Aspecto dos aceiros após a manutenção, Fazenda Boa Vista II - Alegrete.
Fonte: StoraEnso Florestal RS, 2011
4.3 Programa de controle de qualidade na prestação de serviços
Elaborou-se uma proposta de parametrização para a implantação do controle de
qualidade especificando-se as operações, descrevendo como elas são realizadas e a
forma de avaliação do controle de qualidade de cada operação. Para um segundo
momento, ficaram delineadas mais duas etapas, sendo a criação de planilhas e critérios
29
para a aplicação operacional respectivamente, as quais não serão apresentadas neste
relatório.
4.3.1 Construção de aceiros
Os aceiros internos têm duas funções básicas: proteção e circulação. Para tal
finalidade estes são construídos com largura mínima de 6 metros. Para os aceiros
externos, localizados entre os plantios e as propriedades vizinhas, é mantida uma faixa
com largura mínima de 10 metros.
4.3.1.1 Avaliação da construção de aceiros
A avaliação de aceiros externo e interno deve ser realizada a cada 5 ha de área
total. O local de medição do aceiro deve ser escolhido de forma aleatória.
Aceiro Externo: Medir a largura do aceiro em metros, sendo que nos casos em que
as medidas se apresentarem fora do intervalo de 9 a 11 metros de largura, deve-se agir
com ação corretiva.
Aceiro Interno: Medir a largura do aceiro em metros, sendo que nos casos em que
as se apresentarem medidas fora do intervalo de 5 a 7 metros de largura, deve-se agir
com ação corretiva.
4.3.2 Marcação de APP’s e locais de preservação
As eventuais restrições para o plantio de eucalipto também são observadas, assim
como as demais condicionantes sócio-ambientais para implantação do empreendimento.
30
Os parâmetros utilizados para definição das distâncias mínimas a serem
observadas no plantio são as delimitadas no Código Florestal Brasileiro Lei Nº 4.771, de
15 de Setembro de 1965.
4.3.2.1 Avaliação da marcação de APP’s e locais de preservação
Efetuar a medição dos locais de preservação e, quando forem observados desvios
maiores que 10%, agir com ação corretiva. (Somente será aceito desvios positivos até
10%, pois segundo a legislação a distância do plantio nunca pode ser menor que as
distâncias observadas).
4.3.3 Recebimento das mudas
As mudas por ocasião da expedição/entrega deverão obedecer ao seguinte
padrão:
a) Parte Aérea: altura entre 25 e 35 cm. Bem desenvolvida com ramos bem
formados; sem bifurcação; mínimo de três pares de folhas e livre de doenças.
b) Rusticidade: caule consistente e firme (rustificado) com diâmetro do colo
maior que 2,5 mm.
c) Sistema radicular: completo, bem desenvolvido em substrato firme e inteiro,
sem raízes enoveladas e, com bom direcionamento das mesmas para baixo por
estrias bem desenhadas; havendo presença de raízes novas aparentes.
4.3.4 Controle de formigas
O controle de formigas é realizado aproximadamente três meses antes do plantio, e
pode ser efetuado de forma sistemática ou localizada.
31
a) Controle de formigas manual localizado
- Avaliação de dosadores e/ ou aplicadores;
- Medir o cumprimento e a maior largura do formigueiro (medir a área do
formigueiro).
- Aplicar a isca formicida – Aplicar o produto na dosagem recomendada (isca
granulada a base de sulfluramida: 8 g por m² ou 8 g por formigueiros menores que 1 m²).
Aplicar a uma distância de 40 cm ao lado do olheiro do formigueiro.
b) Controle de formiga manual sistemático
- Efetuar a avaliação de dosadores e ou aplicadores;
- Com o uso de aplicador costal ou dosador, aplicar em pontos sistemáticos,
distanciados 4 metros na linha de caminhamento e 3 metros entre ajudantes florestais.
- Aplicar o produto (isca granulada a base de Sulfluramida: 4,5 kg de isca/ha, em
torno de 5,5 gramas por ponto aplicado).
4.3.4.1 Avaliação do controle de formigas
a) Controle de dosagem
- Avaliar no início da atividade se todos os dosadores ou aplicadores de iscas estão
qualificados para a atividade e se não há qualquer tipo de deformação ou quebra.
- A cada 20 ha, durante a aplicação, coletar amostra de 5 aplicadores ou
dosadores, de forma que cada amostra seja de 5 doses de aplicação.
- Com o auxilio de um dosador ou balança de precisão, conferir a quantidade
aplicada da amostra (5 doses);
- Quando o desvio for maior que ±10%, providenciar a correção do dosador ou
aplicador.
b) Controle do espaçamento da aplicação
32
- Para controle de espaçamento, a cada 20 ha, conferir 5 colaboradores, 10
aplicações de formicida por colaborador, e calcular o desvio-padrão obtido. Desvio
superior a ±10%, providenciar ação corretiva.
4.3.5 Preparo do solo
a) Subsolagem com fosfatagem
Esta operação é realizada mecanicamente, com tratores de pneus ou esteiras
(depende do tipo de solo e relevo). São observados os seguintes critérios:
- Profundidade - com uma haste de metal é averiguado a profundidade desejada
(50 cm aproximadamente);
- Estrondamento lateral (faixa de solo desagregada pelo subsolador) -
Aproximadamente 70 cm;
- Espaçamento - Utilizar o marcador de espaçamento (bigode) que é acoplado ao
trator e tem uma régua, sendo que na ponta possui uma corrente de arrasto para medir a
distância entre linhas.
b) Alinhamento e coveamento manual
- Fazer o alinhamento, utilizando-se balizas com dimensões da entrelinha, e
definindo as linhas de plantio, sempre obedecendo ao espaçamento desejado;
- Caminhar na linha de plantio definida e realizar a marcação da cova, usando
como gabarito a cabo da enxada ou corrente.
- Covear as marcas feitas, atendendo as dimensões recomendadas das covas,
retornando com a terra para a cova.
4.3.5.1 Avaliação do controle de subsolagem com fosfatagem
a ) Consumo de fosfato
33
- Calcular o comprimento linear de 1 ha, considerando o espaçamento de 3,5
metros.
- Calcular a quantidade (Kg) de fertilizante a ser aplicado em 50 metros.
- Colocar a máquina para percorrer esse percurso e coleta-se o fosfato nas saídas
de aplicação do implemento. Pesar o fosfato recolhido e calcular o desvio-padrão em
relação ao recomendado. Repetir esta operação por três vezes. Quando o desvio-
padrão for superior a ±5% deve-se aplicar ação corretiva.
b) Profundidade de subsolagem
Na área subsolada selecionar 10 pontos por máquina durante o dia de trabalho,
avaliando-se:
- Profundidade de subsolagem: com uma haste de metal é averiguado a
profundidade desejada, que é em torno de 50 cm. Somam-se todas as médias para
calcular o desvio-padrão. Quando este for superior a ±10% deve-se aplicar ação corretiva
- Largura de estrondamento lateral: medir 10 pontos com um aferido chamado de
“JJ”. Repetir o mesmo procedimento utilizado na verificação da profundidade. Quando o
desvio-padrão for superior a ±10% deve-se aplicar ação corretiva
- Espaçamento: o trator possui um dispositivo hidráulico na frente que tem uma
régua graduada e na ponta uma corrente de arrasto para medir a distancia entre linhas.
Durante a subsolagem, com auxilio de uma trena de 50 m é aferido o espaçamento. A
variação do espaçamento deve ser também de no máximo 5% do recomendado. Nos
casos em que os desvios forem superiores a ±5% deve-se aplicar ação corretiva.
4.3.6 Aplicação de herbicida
Esta operação pode ser realizada de duas maneiras, mecanizada ou manual. Os
tanques e equipamentos de aplicação do herbicida serão previamente verificados, de
modo a evitar vazamentos e derrames de calda.
34
O recolhimento de água para a preparação da calda deve ser feito por
equipamentos e/ou recipientes que não tenham estado em contato com o produto,
evitando a contaminação da fonte. As embalagens vazias receberão a tríplice lavagem.
Ao terminar a aplicação, os equipamentos também serão lavados e a água da lavagem
será utilizada para aplicação na área tratada.
Deve-se observar também a qualidade de água para aplicação. Usar somente água
limpa e sem impurezas para a aplicação.
a) Mecanizada
A aplicação mecanizada é utilizada em aplicação de área total (com barra) ou nas
entrelinhas (conceição).
Glifosate em área total ou na entrelinha.
- Abastecer o tanque do pulverizador com água passada num filtro de malha de 50
a 100 mm.
- Adicionar o produto no tanque do pulverizador e completá-lo com água. Fechar o
registro de saída dos bicos e ligar a bomba para homogeneização da calda. O volume de
calda deve estar em torno de 120-250 L/ha, dependendo do grau de infestação da área. A
dosagem utilizada prevê o uso de 2,0 Kg/ha de Scout.
- Aplicar o produto em dias com vento não muito forte e não aplicar em dias
chuvosos.
Herbicida pré-emergente na linha.
- Abastecer o tanque do pulverizador com água passada num filtro de malha de 50
a 100 mm.
- Adicionar o produto no tanque do pulverizador e completá-lo com água. Fechar o
registro de saída dos bicos e ligar a bomba para homogeneização da calda. Utilizar
volume de calda em torno de 120 L/ha-250 L/ha, dependendo do grau de infestação da
área.
b) Manual
- Esta operação é para aplicação de pós-emergente na linha de plantio;
35
- Realizada com bomba costal de 15 ou 20 litros.
-Aplicar ao longo da linha de plantio, direcionando-se sobre as plantas daninhas,
protegendo a muda do contato com a calda;
- Aplicar em dias sem muito vento para evitar deriva sobre as mudas.
4.3.6.1 Controle de aplicação do Herbicida
a) Forma mecanizada.
- Teste de campo: para medir se a velocidade de trabalho é compatível com a área,
deve-se medir cinqüenta metros, em três situações: subida, descida e no plano (se
houver). Colocar a máquina para percorrer esses trajetos com o tanque com meia
capacidade de carga, na marcha e rotação de trabalho.
- Volume Gasto l/ha: com uso da proveta coletar a vazão dos bicos, regulando a
pressão até atingir a vazão desejada. Para colocar no formulário, coletar a vazão de cinco
bicos ao longo da barra, alternadamente e anotar o valor de cada um no formulário,
somando-se e calculando- se a média.
- Cobertura: verificar a cobertura após 10 dias da aplicação do produto. A cada 5
ha avaliar 5 linhas aleatoriamente e 5 entre-linhas. Medir 30 metros na área aplicada
(linha ou entre-linha). Medir a área onde o produto não foi aplicado. Para desvios
superiores a ±5% deve-se aplicar ação corretiva
b) Forma manual.
- Cobertura: Verificar a cobertura após 10 dias da aplicação do produto. A cada 5
ha avaliar 5 linhas aleatoriamente e 5 entre-linhas. Medir 30 metros na área aplicada
(linha ou entre-linha). Medir a área onde o produto não foi aplicado. Para os desvios
superiores a ±5% aplicar ação corretiva
- Plantas Atingidas: a cada 5 ha, avaliar 5 linhas aleatoriamente, e em cada linha
50 plantas. Quando os desvios forem superiores a ±5% aplicar ação corretiva
36
- Volume Gasto L/ha: colocar cinco colaboradores para aplicar 150m² cada um e
marcar o gasto de cada um. Registrar no formulário o gasto de cada colaborador. Calcular
a média dos cinco dados. Quando os desvios forem superiores a ±5% aplicar ação
corretiva.
4.3.7 Plantio e replantio
- Verificar e aferir o equipamento de plantio;
- Alguns cuidados devem ser tomados como:
- Abrir somente a cavidade onde será plantada a muda;
- Posicionar as mudas de forma sempre ereta;
- Pressionar a terra ao redor da muda, podendo ser utilizada a ponta da botina,
evitando assim a formação de bolsas de ar.
- Para a demarcação de espaçamento entre as plantas pode ser utilizado gabarito
na base da plantadeira, este gabarito pode ser uma corrente. Esta corrente deve ter o
comprimento mínimo de 2,5 metros, sendo que deve ser ajustada também para 2,0
metros quando necessário. Observando que atualmente a empresa utiliza estes dois
espaçamentos (2,0 m e 2,5 m entre mudas).
- Utilizar um limitador de profundidade na plantadeira para assegurar que não se
enterre o coleto das mudas.
4.3.7.1 Avaliação da qualidade do plantio
A cada 5 ha de efetivo plantio avaliar 100 plantas realizando a amostragem
da seguinte forma:
- Escolher aleatoriamente uma linha plantada e avaliar 10 plantas;
- Passar para outra linha escolhida aleatoriamente e avaliar mais 10 plantas;
37
- Continuar estes passos, seguindo a diagonal do talhão até a contagem de 100
plantas, ou seja, 10 linhas, de forma a amostrar todo o talhão.
Avaliar para cada planta as seguintes não conformidades:
- Substrato exposto e coleto afogado;
- Muda danificada, deitada e mal fixada;
a) Espaçamento entre plantas
Avaliar a distância entre 100 mudas a cada 5 ha. Sendo 10 mudas por linha
em 10 linhas (linhas escolhidas aleatoriamente).
Calcular o numero médio de não conformidade, se este for superior a ±5%
estabelecer ação corretiva para corrigir a distância.
Esse intervalo deve ter 25 metros para mudas de clone e 20 metros para mudas de
semente.
b) Avaliação de sobrevivência
A cada um ha de efetivo plantio avaliar 100 plantas realizando a amostragem da
seguinte forma:
- Escolher aleatoriamente uma linha plantada e avaliar 10 plantas;
- Passar para outra linha escolhida aleatoriamente e avaliar mais 10 plantas;
- Continuar estes passos, seguindo a diagonal do talhão até a contagem de 100
plantas, ou seja, 10 linhas, de forma a amostrar todo o talhão.
- Verificar o número de mudas vivas e mudas mortas, apontando a causa da
ocorrência da falha. Calcular a % de falhas. Quando esse percentual for maior que 2%,
deve-se efetuar o replantio.
4.3.8 Irrigação
Atividade realizada em períodos de plantio com solo seco e sem previsão de
chuva.
38
- Irrigar as mudas, na quantidade de água recomendada (2,5 a 4 L / planta)
- A primeira irrigação deve ser efetuada após o plantio ou conforme avaliação, e as
demais irrigações quando as plantas apresentarem indícios de estresse hídrico.
- Alguns cuidados devem ser tomados:
- Evitar o afogamento do coleto;
- Evitar direcionar o jato da água exatamente sobre as mudas;
- Evitar que a operação exponha o substrato das mudas.
4.3.8.1 Controle na irrigação
Para avaliar a qualidade da irrigação deve-se avaliar 100 plantas a cada 5 ha,
realizando a amostragem da seguinte forma:
- Escolher aleatoriamente uma linha irrigada e avaliar 10 plantas;
- Passar para outra linha escolhida aleatoriamente e avaliar mais 10 plantas;
- Continuar estes passos, seguindo a diagonal do talhão até a contagem de 100
plantas, ou seja, 10 linhas, de forma a amostrar todo o talhão.
Avaliar para cada planta as seguintes não conformidades:
- Mudas assoreadas;
- Mudas com substrato exposto;
- Escorrimento de água fora da bacia.
Quando o número médio de não conformidade for superior a ±5% de desvio
padrão, estabelecer ação corretiva de forma a eliminar o problema.
a) Controle de quantidade de água na irrigação.
- A cada 5 ha de área irrigada coletar e verificar, com auxílio de um balde
graduado, o volume de água aplicado nas plantas durante a irrigação.
39
- Avaliar o volume de água aplicado em 5 plantas consecutivas na linha de plantio,
para cada mangueira de irrigação.
Quando o número médio de não conformidade for superior a ±5% de desvio
padrão, estabelecer ação corretiva de forma a eliminar o problema.
4.3.9 Adubação
a) Adubação de arranque
Operação realizada manualmente com adubadeira costal ou matracas com
utilização de medidas (doses) de acordo com a recomendação.
- Verificar e regular o dosador aplicador;
- Aplicar o fertilizante em duas covetas laterais, obedecendo à recomendação
técnica.
- A aplicação do fertilizante nas covetas deve ser de 15-20 cm de distância da
muda.
b) Adubação de cobertura
- A adubação de cobertura, com 100 g/planta de NPK, mais micronutrientes, deverá
ser realizada aos 3 meses de idade, manual ou mecanicamente, na área de cobertura da
copa das plantas.
4.3.9.1 Controle de adubação
Para avaliar a distância do adubo da planta e a incorporação deve-se avaliar 100
plantas a cada 10 ha, realizando a amostragem da seguinte forma:
- Escolher aleatoriamente uma linha adubada e avaliar 10 plantas;
- Passar para outra linha escolhida aleatoriamente e avaliar mais 10 plantas;
40
- Continuar estes passos, seguindo a diagonal do talhão até a contagem de 100
plantas, ou seja, 10 linhas, de forma a amostrar todo o talhão.
a) Distância do adubo a planta: Registrar o total de distâncias fora do padrão
recomendado. Calcular o desvio-padrão, sendo que quando este for superior a ±5% ação
deve-se prever corretiva.
b) Incorporação do adubo: registrar a quantidade de plantas com adubo exposto.
Desvios acima de ±5%, prever ação corretiva
c) Dosagem: a cada 10 ha escolher 5 colaboradores e coletar 20 amostras cada.
Calcula-se a média por colaborador. Quando o desvio-padrão for superior a ±5%, prever
ação corretiva.
5. RESULTADOS, DISCUSSÃO E CONCLUSÃO
Está evidenciada a expansão da silvicultura brasileira em praticamente todas as
regiões do país, além dos inúmeros benefícios proporcionados pela atividade. Esta pode
ser destacada também, como uma das atividades que apresentam as melhores técnicas
do bom manejo, comparando-se com os outros segmentos do agronegócio.
O estado do Rio Grande do Sul possui uma extensão territorial de
aproximadamente 28.000.000 de hectares e uma área com aptidão para plantações
florestais de 1.000.000 de hectares o que corresponde a aproximadamente 3% do estado,
onde deste montante apenas 443.000 hectares estão sendo cultivados.
Apesar da grande disponibilidade de terras para a instalação de novos projetos
florestais no estado houve um recuo por parte dos investidores devido às políticas
públicas, movimentos sociais e ONG´s, os quais têm provocado restrições, criando um
quadro de incertezas e insegurança quanto à longevidade dos projetos.
Considerando as constantes pressões sofridas pelo setor evidencia-se a
necessidade de um processo de divulgação dos reais impactos sociais, econômicos e
ambientais da silvicultura para a sociedade como um todo, trabalho este que deveria ser
realizado em conjunto pelas empresas florestais, universidades, órgãos públicos e meios
de comunicação e extensão.
41
As empresas florestais ao longo do país têm, em sua maioria, adotado como
política de gestão a atuação nas áreas estratégicas do seu negócio e o foco no produto
final. Desta forma as atividades ligadas à execução operacional de implantação,
manutenção, colheita e transporte da madeira são repassadas para empresas de
prestação de serviços de alto desempenho, propiciando a garantia de um produto de alta
qualidade e custos efetivamente competitivos.
Neste cenário a Florestadora Nativa vem contribuindo sistematicamente para a
consolidação da silvicultura ao longo do estado do Rio Grande do Sul principalmente na
fronteira oeste do estado.
O foco na gestão das operações e logística e o comprometimento social com os
seus colaboradores e a comunidade merecem destaque nas considerações finais deste
relatório.
Outro aspecto extremamente relevante é a garantia de contratos com escala de
produção, principalmente quando se trata da perenidade destes a médio e longo prazo, o
que implica diretamente na capacidade de investimento e estabilidade financeira da
empresa.
A convivência com a realidade operacional é de extrema importância para a
formação dos alunos da UNIPAMPA, apesar desta evidência percebemos uma grande
distância entre a instituição e as empresas do setor. Este cenário pode ser revertido
através da elaboração de uma política de acordos e convênios aplicável aos anseios da
instituição, das empresas e principalmente promover à consolidação do conhecimento
acadêmico agregado ao início da vivência profissional para os alunos.
42
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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