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FACULDADE NOVAUNESC
TECNOLOGO EM RADIOLOGIA Av. Mirtes Melão, 700, Alto da Ressurreição. CEP - 64090-095 Teresina - Piauí.
Fone/Fax: (86) 3233-8400
RELATÓRIO DA VISITA TÉCNICA AO SETOR DE RADIOTERAPIA DO HOSPITAL SÃO MARCOS, TERESINA-PI.
(17 DE NOVEMBRO DE 2012)
TERESINA, NOVEMBRO DE 2012.
ISANNARA FERNANDES
RELATÓRIO DA VISITA TÉCNICA AO SETOR DE RADIOTERAPIA DO HOSPITAL SÃO MARCOS, TERESINA-PI.
Relatório apresentado à disciplina
Radioterapia como obtenção de nota
Ministrada pelo Prof.º. Leonel Almeida de
Andrade
TERESINA, NOVEMBRO DE 2012.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO
2. RADIOTERAPIA
3. SALA DE SIMULACAO
4. SALA DE CONFECÇÃO DOS BLOCOS DE PROTEÇÃO
5. ACESSÓRIOS
6. SALA DE PLANEJAMENTO
7. SALA DE BRAQUITERAPIA
8. SALA DE TELETERAPIA
9. CONCLUSÃO
1. INTRODUÇÃO
As causas de câncer são variadas, podendo ser externas ou internas ao organismo,
estando ambas inter-relacionadas. Os fatores de risco de câncer podem ser encontrados no
meio ambiente ou podem ser herdados
A incidência do câncer é crescente, 9 milhões de casos novos por ano no mundo e a
projeção para o ano 2015: 15 milhões de casos novos, sendo 2/3 dos casos ocorridos em
países em desenvolvimento.
Os principais tratamentos são quimioterapia, radioterapia, cirurgia. Segundo a OMS
cerca de 2/3 dos pacientes com câncer farão radioterapia em alguma etapa evolutiva do
tratamento da doença.
Se for indicação de radioterapia o medico radioterapeuta avalia o paciente para definir
o tratamento através de exames radiológicos, clínicos e histopatológico para saber a evolução
do câncer, o tipo, definir a dose, etc., ou seja, faz a analise completa do paciente através
desses exames.
No presente Relatório descrever-se a visita técnicas realizadas no setor de radioterapia
do Hospital São Marcos. Visita obtida no dia 17 de novembro de 2012, com o objetivo de
oferecer o conhecimento das principais utilizações da radioterapia, assim como, as técnicas e
a tecnologia envolvida, a posição do tecnólogo e as normas aplicadas nessa prática,
proporcionando o conhecimento sobre mecanismos de funcionamento dos equipamentos,
técnicas de tratamento, acessórios utilizados, procedimentos de radioproteção e
conhecimentos gerais de oncologia.
O setor de Radioterapia do Hospital São Marcos foi um dos primeiros setores criados
com a aquisição de um equipamento para tratamento de pacientes com câncer. A equipe
multidisciplinar alocada no setor de radioterapia é composta por médicos, físicos,
enfermeiras, psicóloga, técnicas em enfermagem e técnicos em radioterapia. Atualmente o
Serviço de Radioterapia dispõe de um sistema de braquiterapia de alta taxa de dose (HDR),
dedicado a tratamentos de tumores ginecológicos, e dois aceleradores lineares, especializados
em tratamentos de tumores profundos e de pele.
2. RADIOTERAPIA
É o tratamento de doenças, especialmente tumores malignos, com radiação ionizante.
Seu objetivo é administrar uma Dose Efetiva respeitando os limites de tolerância dos tecidos
normais.
A radioterapia é uma atividade multiprofissional, pois envolve vários profissionais, a
equipe do Hospital São Marcos é formada por:
• Médico Radioterapêuta
• Físico Médico
• Técnico em radiologia (Radioterapia) ou Tecnólogo em Radiologia
• Enfermeiro e Técnicos de Enfermagem
• Psicólogos, etc.
Figura 1: equipe multidisciplinar do Hospital São Marcos.
Etapas do tratamento:
1º. Avaliação feita pelo medico radiologista
2º. Simulação do tratamento
3º. Planejamento terapêutico
4º. Execução do plano terapêutico
5º. Avaliação da resposta
6º. Seguimento
3. SALA DE SIMULAÇÃO
É a simulação do tratamento do paciente, ou seja, é como o paciente vai ser tratado.
A sala de simulação é onde ocorre todo o procedimento, foi a primeira sala visitada no
setor, nela é definida o DAP e DLL (feita com o espessometro, instrumento que mede a
espessura do paciente), SAD OU SSD, contorno, acessórios, proteções, tamanho de campos
de tratamento, posicionamento, etc., ou seja, é onde acontece a aquisição de dados para o
planejamento físico do tratamento.
O equipamento usado na simulação é o simulador, ele possui características e
movimentação de todas as estruturas dos aparelhos de teleterapia. Simula 2 isocentros
(distancia entre a fonte e o alvo), o de 80 cm e o de 100 cm.
Figura 2 simulador
Na simulação o paciente é posicionado sobre a mesa, de acordo com a técnica de
tratamento escolhida, com acessórios e mobilizações necessárias. De acordo com as distancias
define-se a técnica (SAD ou SSD), através da radioscopia define-se os campos, segundo as
referencias ósseas, as proteções e a DFF. Após a definição dos campos e do isocentro é
realizada a marcação no paciente para referencia de tratamento. Após a aquisição de todos os
dados o tecnólogo deve anotar tudo na FICHA DO PACIENTE e ter muito cuidado para não
esquecer nenhum dado.
Figura 3 ficha do paciente.
A estrutura do simulador observado na sala de simulação do hospital (fig.2) é formada
por:
1) Mesa de tratamento: onde o paciente é posicionado, possui todas as
movimentações do equipamento de teleterapia;
2) Gantry: é o braço do aparelho, onde fica o cabeçote Gantry gira 180% para os
dois lados;
3) Cabeçote: onde fica a ampola de RX, para definir através da estrutura óssea o
campo de radiação;
4) Colimadores: determina as bordas do campo de radiação (x e y);
5) Bandeja: onde são colocados os blocos;
6) Comando: de onde se controla o equipamento.
Figura 4: comando externo do simulador.
7) Laser: determina o isocentro de tratamento ajuda na marcação no paciente, para
ajudar no posicionamento;
Figura 5 laser
8) Intensificador de imagens: manda as imagens para o monitor, da para ver
dinamicamente o que esta acontecendo;
9) Escala luminosa.
Figura 6: escala luminosa.
O Planejamento do tratamento radioterápico segue alguns critérios técnicos, entre eles
está a distância da fonte de radiação até o alvo (tumor).
Aceleradores lineares, como as que possuem no setor de radioterapia do hospital,
operam a uma distancia de 100 cm.
SAD – técnica isocêntrica
Consiste na determinação de uma profundidade no paciente, ao redor do qual o aparelho
irá girar (isocentro). É fundamental saber a DAP (Distância Ântero-Posterior) e a DLL
(Distância Latero-Lateral).
SSD – técnica foco-pele
Representa a distância da fonte até a pele do paciente.
4. SALA DE CONFECÇÃO DOS BLOCOS DE PROTECÃO
E a sala onde os blocos de proteção são confeccionados. Foi a segunda sala visitada no
setor de radioterapia do hospital. Nela há todos os equipamentos necessários para a confecção
dos blocos.
Os blocos de proteções são geralmente feitos de chumbo, mas no Hospital São Marcos
eles são feitos de Alloy, pois é uma liga metálica de fácil manipulação, devido seu baixo
ponto de fusão e baixa densidade.
Equipamentos para confecção de blocos:
Cortador de isopor:
É um aparelho usado no corte do isopor para servir de molde para a confecção
dos blocos.
A primeira coisa é saber a DFF e o lado D ou E, então posiciona-se o RX na
mesa do aparelho.
A parte fixa da arte do aparelho simboliza a fonte, então dela ate o filme é a
DFF, ela pode ser regulada. A DFB é a distancia onde coloca o bloco, no cortador de
isopor a parte fixa ate o lugar onde coloca o isopor corresponde a distancia da fonte ate
a bandeja.
Precisa saber a energia que o paciente será tratado, pois ela me diz a espessura
ideal do bloco para o tratamento.
Figura 7 cortador de isopor
Maquina para derreter o alloy:
Figura 8 panela para derreter alloy
No hospital são usadas panelas para derreter o alloy. Coloca o alloy no molde
de isopor, deixa esfriar, após solido deve ser lixado para um melhor acabamento.
Muito importante colocar no bloco dados do paciente e angulação.
Figura 9: blocos no molde de isopor
Os blocos são montados em uma bandeja de acrílico.
Figura 10 bandeja de acrílico
Teste de Bloco e Colagem:
Após a confecção dos blocos deve-se fazer o teste do bloco para saber se esta correto,
colocando o filme na maquina e o bloco na mesma distancia simulada para ver se a sombra do
bloco bate com o desenho.
5. ACESSÓRIOS
Permitem segurança no tratamento pela garantia da imobilização, conforto para o
paciente e agilidade no posicionamento pelo tecnólogo, imprimindo qualidade à radioterapia
no dia-a-dia.
Acessórios vistos no setor de radioterapia do hospital:
Suporte de cabeça e pescoço: Mobiliza a extensão da coluna.
Figura 11 suporte de cabeça e pescoço.
Mascara termoplástica: Amolece em água quente ficando maleável e
moldando na cabeça do paciente e fixa na base de acrílico, as marcações de isocentro
ficam na mascara.
Figura 12 mascara termoplástica antes de ser moldada.
Figura 13 mascara moldada com laser marcando isocentro.
Suporte de joelho: Usado em todos os pacientes em DD para melhor conforto
do paciente
Figura 14 suporte de joelho
Breast Board: prancha para tratar mama.
Figura 15 breast board
Belly Board: para o tratamento de reto em DV, para colocar o abdome dentro
do orifício para evitar efeito pendular e evitar afetar alças intestinais em tratamentos
com campos laterais.
Figura 16 belly board
Retrator de ombros: retirar os ombros do alvo;
Vack loc: bolsa com bolinhas de isopor para colocar pacientes sempre na
mesma posição;
Figura 17 vack lock com forma anatômica do paciente
Suporte para braços elevados: retirar os braços do meio do alvo.
Figura 18 suporte de braço
6. SALA DE PLANEJAMENTO
Depois da simulação as fichas vão para a sala de planejamento para calcular a dose.
Esta foi a terceira sala visitada no setor de radioterapia do hospital.
Figura 19 sala dos físicos
La ocorre também a realização da simulação virtual, é uma simulação feita com
imagens de TC.
Na simulação virtual o paciente faz apenas uma pré-simulação com apenas
posicionamento e acessórios escolhidos, o medico faz as marcações dos lasers com 3 pontos
sem se preocupar muito com as distancias, então o paciente vai para o tomógrafo, la o
tecnólogo alinha as marcações e coloca os acessórios e faz as imagens em axial, o soft do
computador transforma essas imagens axiais em 3D, permitindo ao medico radioterapeuta
delinear o que ele quer proteger e o que quer irradiar (colocando os campos de radiação),
calcula a dose e determina as proteções (Multileaf). Após isso o medico avalia através de
gráficos (D x V) se esta tudo correto e se estiver o paciente e liberado para tratar.
Todos os dados (informações) e mandada via rede para maquina, quando o tecnólogo
coloca a identificação do paciente essas informações já estão disponíveis imediatamente.
7. SALA DE BRAQUITERAPIA:
Tratamento próximo da lesão é um tratamento intracavitário, ou seja, acontece por
cavidade natural. Essa foi a quarta sala visitada no setor.
No Hospital São Marcos só é feito braquiterapia ginecológica.
Antes o tratamento era feito na modalidade LDL com fonte césio 137, com tempo de
tratamento longo, em torno de 30 a 36 horas, o tubo era mais grosso e os artefatos
(aplicadores) eram maiores, isso era ruim, pois a paciente não consegue ficar na mesma
posição tantas horas.
Hoje em dia a tecnologia é de HDL, ou seja, de alta dose, com fonte irídio 192, que é
bem menor consequentemente o aplicador diminui, aumentando o conforto da paciente.
Figura 20 equipamentos de radioterapia.
Figura 21: sala de braquiterapia.
Figura 22: sala de comando da braquiterapia.
8. SALAS DE TELETERAPIA
Sala onde ocorre o tratamento de teleterapia. No setor visitamos duas salas de
teleterapia, uma com acelerador linear que trata com proteções confeccionadas com alloy e
outra com proteção MLC.
Acelerador Linear (AL) é um instrumento que usa ondas eletromagnéticas de alta
frequência (radiofrequência) para acelerar partículas carregadas (elétrons), a altas energias,
através de um tubo linear. Ela opera a uma distância (isocentro) de 100 cm, ou seja, o axis de
rotação do GANTRY está a 100 cm da fonte.
Nesta sala deve-se por em pratica tudo o que foi simulado de acordo com os dados
simulados na sala de simulação, tendo muito cuidado com todas as marcações, acessórios,
posicionamento, que estão anotadas na ficha do paciente.
Figura 23 acelerador linear com blocos
Nesta sala há uma estante para guardar os acessórios usados pelos pacientes.
Figura 24: estante para guardar acessórios.
O segundo acelerador linear visitado possue colimador com multi-lâmina – “Multleaf
Colimator” (MLC), que é um sistema de colimação que usa várias lâminas finas com a
finalidade de moldar o campo de tratamento.
Formado por um grande número de lâminas que se movem automaticamente,
independente uma da outra.
Sala de comando é onde o tecnólogo comanda a realização do tratamento. Ela fica na
parte externa da sala de tratamento e é monitorada por câmeras de vídeo.
Figura 25 comando da sala do acelerador linear
9. CONCLUSÃO
A visita foi bastante proveitosa, pois foi possível ampliar, assim como explorar ainda
mais o conhecimento teórico, foi possível constatar que muito da teoria é associado a pratica,
facilitando a explanação do conteúdo, aumentando o aprendizado do assunto.
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