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1 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Controle Externo no Estado da Paraíba
RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO
TC n. 013.183/2017-6 Fiscalização n. 169/2017
Relator: Augusto Sherman
DA FISCALIZAÇÃO
Modalidade: Conformidade
Ato originário: Acórdão 883/2017 - Plenário
Objeto da fiscalização: obras da triplicação da Rodovia BR-230/PB - Km 0 ao Km 28,1
Funcional programática:
26.782.2087.7T98.0025/2017 - Adequação de Trecho Rodoviário - km 0 (Cabedelo) - km
28 (Oitizeiro) - na BR-230/PB No Estado da Paraíba
Tipo da Obra: Rodovia - Duplicação
Período abrangido pela fiscalização: De 30/01/2014 a 26/06/2017
DO ÓRGÃO/ENTIDADE FISCALIZADO
Órgão/entidade fiscalizado: Superintendência Regional do Dnit no Estado da Paraíba - Dnit/MT
Vinculação (ministério): Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil
Vinculação TCU (unidade técnica): Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura Rodoviária e de
Aviação Civil
Responsável pelo órgão/entidade: nome: JOAO PAULO NATARI BARBOSA
cargo: Superintendente Regional do Dnit/PB
período: A partir de 17/05/2017
Outros responsáveis: vide peça: “Rol de responsáveis”
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Resumo
A presente auditoria, realizada pela Secretaria de Controle Externo no Estado da Paraíba (Secex-PB),
teve como escopo analisar a regularidade da aplicação dos recursos federais para execução das obras de
adequação de capacidade e segurança da Rodovia BR-230/PB, subtrecho Cabedelo/PB - Entr. BR-101
(A), segmento km 0,0 - km 28,1, extensão de 26,60.
O trabalho fiscalizatório, realizado no âmbito do Fiscobras 2017, foi supervisionado pela Secretaria de
Fiscalização de Infraestrutura Rodoviária e de Aviação Civil.
A partir do objetivo do trabalho e a fim de avaliar em que medida os recursos estão sendo aplicados de
acordo com a legislação pertinente, formularam-se as questões adiante indicadas:
a) Questão 1: A previsão orçamentária para a execução da obra é adequada e suficiente?
b) Questão 2: As obras de adequação da capacidade e segurança da BR-230 exige licença
ambiental e foram realizadas todas as etapas para esse licenciamento?
c) Questão 3: Há projeto executivo adequado para a licitação/execução da obra?
d) Questão 4: O procedimento licitatório para contratação da execução da obra foi regular?
e) Questão 5: A formalização do contrato com o Consórcio vencedor atendeu aos preceitos
legais e sua execução foi adequada?
f) Questão 6: O orçamento da obra de readequação da BR-230 encontra-se devidamente
detalhado (planilha de quantitativos e preços unitários) e acompanhado das composições de todos os
custos unitários de seus serviços?
g) Questão 7: Os preços dos serviços definidos no orçamento da obra são compatíveis com
os do Sicro e com os valores de mercado?
h) Questão 8: Os procedimentos para aquisição de titularidade de terrenos de terceiros são
regulares?
Os trabalhos foram realizados em conformidade com as Normas de Auditoria do Tribunal de Contas da
União (Portaria-TCU n. 280, de 8 de dezembro de 2010, alterada pela Portaria-TCU n. 168 de 30 de
junho de 2011) e com observância aos Padrões de Auditoria de Conformidade estabelecidos pelo TCU
(Portaria-Segecex n. 26 de19 de outubro de 2009), tendo sido utilizada a matriz de planejamento
elaborada pela equipe de fiscalização. Outra norma que baseou a fiscalização foi o Roteiro de Auditoria
de Obras Públicas, aprovado pela Portaria-Segecex 33, de 7 de dezembro de 2012.
Ademais, deve-se ressaltar que para a consecução dessa auditoria foram utilizadas as seguintes técnicas
de auditoria: exame documental, indagação escrita, pesquisa em sistemas informatizados e sítios
eletrônicos da internet, revisão analítica e conferência de cálculos. Os papéis de trabalho utilizados foram
documentos relacionados às atividades de elaboração e aprovação do projeto executivo e orçamento da
obra, à licitação e à contratação para execução das obras.
As principais constatações do trabalho foram as seguintes:
a) Achado III.1 - Projeto executivo deficiente;
b) Achado III.2 - Ausência de efetividade das ações promovidas pela Administração para
solucionar questões relativas a desapropriações e remoções de interferências;
c) Achado III.3 - Celebração de contrato com consórcio liderado por empresa estrangeira;
d) Achado III.4 - Pagamento antecipado referente ao serviço "Instalação do Canteiro de
Obras";
e) Achado III.5 - Proposta contratada não apresenta orçamento acompanhado da composição
de todos os custos unitários de serviços;
f) Achado III.6 - Fragilidades nas ações efetivadas pela Administração na gestão ambiental
da obra;
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g) Achado III.7 - Ausência de cláusula essencial no contrato de supervisão das obras;
h) Achado III.8 - Orçamento do edital sem as composições dos custos unitários dos itens
“Instalação do Canteiro de Obras”, “Mobilização e Desmobilização” e “Manutenção do Canteiro de
Obras;
i) Achado III.9 - Restrição à competitividade da licitação decorrente de critérios inadequados
de habilitação.
O volume de recursos fiscalizados alcançou o montante de R$ 276.159.962,98, que se refere ao
somatório nominal do valor pago à empresa que elaborou o projeto executivo (R$ 2.372.366,24,
jan/2009), e dos valores dos contratos celebrados para execução das obras (R$ 255.500.000,00,
nov/2015), para supervisão da execução das obras (R$ 8.437.000,00, out/2016) e para apoio à
desapropriação dos imóveis (R$ 1.114.944,67, fev/2016), e do orçamento previsto para contratação de
apoio técnico às demandas ambientais (R$ 8.735.652,07, jan/2017).
Entre os benefícios estimados desta fiscalização podem-se mencionar a correção de irregularidades ou
impropriedades, decorrentes de futuras determinações e recomendações.
Cumpre informar que a relatoria desse processo foi atribuída ao Exmo. Ministro Augusto Sherman, em
observância ao art. 18-A da Resolução-TCU n. 175, de 25 de maio de 2005, com redação dada pelo art.
42 da Resolução-TCU 280/2016, e ao art. 43 da mesma Resolução-TCU 280/2016.
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Sumário
I. Apresentação ......................................................................................................................................... 6
I.1. Importância socioeconômica ......................................................................................................... 6
II. Introdução ............................................................................................................................................ 6
II.1. Deliberação que originou o trabalho ............................................................................................ 6
II.2. Visão geral do objeto .................................................................................................................... 6
II.3. Objetivo e questões de auditoria ................................................................................................... 8
II.4. Metodologia utilizada ................................................................................................................... 8
II.5. Limitações inerentes à auditoria ................................................................................................... 9
II.6. Volume de recursos fiscalizados .................................................................................................. 9
II.7. Benefícios estimados da fiscalização ........................................................................................... 9
III. Achados de auditoria .......................................................................................................................... 9
III.1. Projeto executivo deficiente. ....................................................................................................... 9
III.1.2.2. Projeto executivo deficiente – Caixas de empréstimo e jazidas de solos............................ 11
III.1.2.3. Projeto executivo deficiente – Ausência de projeto de iluminação (IG-C) ......................... 13
III.1.3. Comentários do gestor (peça 51) ................................................................................................ 13
III.2. Ausência de efetividade das ações promovidas pela Administração para solucionar questões
relativas a remoções de interferências e desapropriações .................................................................. 14
III.2.2.2. Desapropriação de imóveis. ................................................................................................ 16
III.2.2.3. Considerações finais sobre o achado. .................................................................................. 16
III.2.3 Comentários do gestor (peça 51) ................................................................................................. 16
III.3. Celebração de contrato com consórcio liderado por empresa estrangeira. ............................... 17
III.3.3 Comentários do gestor (peça 51) ................................................................................................. 19
III.4. Pagamento antecipado referente ao serviço "Instalação do Canteiro de Obras" ....................... 19
III.4.3 Comentários do gestor (peça 51) ................................................................................................. 21
III.5. Proposta contratada não apresenta orçamento acompanhado da composição de todos os custos
unitários de serviços. .......................................................................................................................... 21
III.5.3 Comentários do gestor (peça 51) ................................................................................................. 23
III.6. Fragilidades nas ações efetivadas pela Administração na gestão ambiental da obra. ............... 24
III.6.2.1 Obra iniciada sem Licença de Instalação. ............................................................................ 24
III.6.2 Ausência da Autorização para Supressão Vegetal – ASV ...................................................... 24
III.6.3. Justificativa insuficiente para fundamentar o valor do orçamento de referência do
Edital 185/17-13. ................................................................................................................................ 25
III.6.3 Comentários do gestor (peça 51) ................................................................................................. 26
III.7. Ausência de cláusula essencial no contrato de supervisão das obras ........................................ 27
III.7.3 Comentários do gestor ................................................................................................................. 27
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III.8. Orçamento do edital sem as composições dos custos unitários dos itens “Instalação do
Canteiro de Obras”, “Mobilização e Desmobilização” e “Manutenção do Canteiro de Obras” ........ 27
III.8.3. Comentários do gestor (peça 51) ................................................................................................ 29
III.9. Restrição à competitividade da licitação decorrente de critérios inadequados de habilitação. . 29
III.9.3 Comentários do gestor (peça 51) ................................................................................................. 31
IV. Conclusão ......................................................................................................................................... 32
V. Proposta de encaminhamento ............................................................................................................ 34
APÊNDICE A - Matriz de Achados ...................................................................................................... 37
APÊNDICE B - Matriz de Responsabilização ....................................................................................... 47
APÊNDICE C - Fotos ............................................................................................................................ 49
APÊNDICE D - Dados da obra .............................................................................................................. 53
APÊNDICE E - Achados reclassificados após a conclusão da fiscalização .......................................... 56
APÊNDICE F - Despachos .................................................................................................................... 57
ANEXO A - Deliberações ...................................................................................................................... 60
6 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Controle Externo no Estado da Paraíba
I. Apresentação
1. A presente auditoria, realizada pela Secretaria de Controle Externo no Estado da Paraíba
(Secex-PB), teve como escopo analisar a regularidade da aplicação dos recursos federais para execução
das obras de adequação de capacidade e segurança da rodovia BR-230/PB, subtrecho Cabedelo/PB -
Entr. BR-101 (A), segmento km 0,0 - km 28,1, extensão de 26,60.
2. O trabalho fiscalizatório, realizado no âmbito do Fiscobras 2017, foi supervisionado pela
Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura Rodoviária e de Aviação Civil.
I.1. Importância socioeconômica
3. Segundo o DNIT, o empreendimento de adequação de capacidade com melhoria de
segurança da rodovia BR-230/PB, no trecho urbano compreendido pelas obras, considerando o grande
volume de tráfego atuante no segmento e o adensamento urbano no município de Cabedelo/PB, tem os
objetivos de adequar a capacidade da rodovia ao volume de tráfego; isolar o tráfego da rodovia do tráfego
local; disciplinar o trânsito local de motociclistas, ciclistas e pedestres; promover melhorias de segurança
para usuários da rodovia, das marginais, da ciclovia e dos pedestres; e implantar soluções em desnível
para promoção da trafegabilidade aos usuários.
4. Ademais, ainda quanto à importância socioeconômica, a adequação da BR-230/PB irá
ampliar a sua capacidade de atender ao aumento previsto do tráfego de cargas procedentes ou destinadas
ao Porto de Cabedelo/PB, bem como estimular o fluxo turístico na região.
II. Introdução
II.1. Deliberação que originou o trabalho
5. Em cumprimento ao Acórdão 883/2017-TCU-Plenário, realizou-se a auditoria na
Superintendência Regional do DNIT no Estado da Paraíba - SR-DNIT/PB, no período compreendido
entre 9/5/2017 e 28/7/2017.
6. As razões que motivaram esta auditoria foram a relevância da obra para o transporte
rodoviário na Região Metropolitana de João Pessoa e a materialidade dos recursos envolvidos.
II.2. Visão geral do objeto
7. O trecho da BR-230/PB em tela inicia-se no km 0, no centro da cidade de Cabedelo/PB,
percorre cerca de 16 km de sua extensão norte-sul e mais 12 km da extensão do município de João
Pessoa/PB. O referido trecho atualmente apresenta pista simples em mão dupla até o km 1,8 e faixa
dupla de rolamento em ambos os sentidos nos outros 26,3 km. Toda a extensão do segmento, 28,1 km,
apresenta acostamentos, além de retornos situados no canteiro central da rodovia e três viadutos (fotos
ilustrativas na peça 15, p. 90).
8. O projeto executivo das obras de adequação da BR-230/PB foi elaborado pela empresa
Contécnica Consultoria Técnica Ltda. (CNPJ 24.699.100/0001-16) entre 2012 e 2014, tendo sido objeto
do contrato 1.038/2010 (Edital 0491/09-13), aprovado pelo DNIT em 16/12/2014. Orçou-se a obra em
R$ 324.520.252,00 (nov/2015). Dentre as intervenções projetadas, merecem destaque o alargamento da
plataforma da rodovia para os dois lados, mantendo-se o eixo da pista atual; a implantação de novas
pistas, separadas por barreiras rígidas de concreto, do tipo New Jersey, eliminando-se os canteiros
existentes e incluindo a construção de quatorze novos viadutos e ampliação dos três existentes, bem
como de quatorze novas passarelas para pedestres.
8.1. No segmento compreendido entre as estacas 0 e 87 (km 0 a km 1,8), na área urbana de
Cabedelo, onde a rodovia atualmente opera com pista simples em mão dupla, projetou-se a implantação
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de pista dupla, dispondo de duas faixas de tráfego por sentido, separadas também por barreira rígida de
concreto, devido à grande densidade de edificações e interferências.
8.2. Também está prevista a execução de serviços de restauração e manutenção do pavimento
existente; além da construção de novos dispositivos de drenagem; de ciclovia na via lateral direita, entre
o km 0 e o km 17,5; e de calçada para pedestres, nos seguintes trechos - km 0-17,5, km 22,24-24,7, km
26,6-27,5.
8.3. A execução dos serviços, portanto, compreende:
a) terceira faixa de rolamento, passando da situação de duas faixas de tráfegos mais
acostamento, para três faixas de tráfegos sem acostamento;
b) 14 viadutos e a ampliação dos três existentes;
c) 14 passarelas para pedestres;
d) 37,93 km de vias marginais;
e) 15.040 m de ciclovias;
f) serviços de restauração e manutenção; e
g) serviços de drenagem.
9. O contrato para execução das obras (Contrato SR-DNIT/PB 919/2016) foi celebrado com o
Consórcio Construcap/Copasa em 30/12/2016, vencedora da concorrência objeto do Edital 0296/16-13,
no valor de R$ 255.500.000,00 (nov/2015), nos termos da Lei 8.666/1993, tendo sido empenhado no
mesmo dia o valor de R$ 149.750.000,00.
10. Foi emitida a ordem de serviço de execução das obras em 10/3/2017 e assinada apostila
incluindo parcela de reajustamento de preços do contrato, em 16/5/2017, no valor de R$ 12.283.189,46,
elevando o valor contratual para R$ 267.783.155,32.
11. No presente exercício, conforme informações e documentações encaminhadas pela SR-
DNIT/PB, foram realizadas duas medições referentes ao contrato de execução das obras, ainda não pagas
pelo órgão, nos seguintes valores:
Tabela 1: Medições do Contrato SR-DNIT/PB 919/2016
Medição Período Valor (R$) Reajuste
(R$)
Total (R$) Notas
fiscais
Primeira 10/3 a 31/3/2017 2.029.620,40 48.101,94 2.077.722,34 6555 e 6557
Segunda 1/4 a 30/4/2017 1.997.312,89 47.336,26 2.044.649,15 6558 e 6559
Total (R$) 4.026.933,29 95.438,20 4.122.371,49 Fonte: Elaboração própria
12. Foram celebrados, ainda, contratos para execução dos serviços de supervisão da obra, com
a empresa Maia Melo Engenharia Ltda., no valor de R$ 8.437.000,00 (Contrato SR/PB-152/2017-00 -
Pregão Eletrônico 00478/2016, data-base: outubro/2010); e de serviços de apoio especializado aos
processos de desapropriação dos imóveis que serão atingidos pelas obras de adequação da BR-230/PB,
com a empresa EBA – Empresa Brasileira de Avaliações, Assessoria, Gerenciamento e Supervisão de
Projetos Ltda., no valor de R$ 1.114.944,67 (Contrato SR/PB-0165/2017 - Pregão Eletrônico
00359/2016, data-base: fevereiro/2016).
13. Ademais, encontra-se em andamento o Pregão Eletrônico objeto do Edital 0185/17-13, para
contratação de empresa especializada para os serviços de apoio e assessoramento técnico à SR-DNIT/PB
para atendimento às demandas ambientais decorrentes da obra em apreço, com valor orçado de
R$ 8.735.652,07 (jan/2017).
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II.3. Objetivo e questões de auditoria
14. A presente auditoria teve por objetivo fiscalizar as obras de adequação de capacidade e
segurança da rodovia BR-230/PB, entre o km 0,0 e o km 28,1.
15. A partir do objetivo do trabalho e a fim de avaliar em que medida os recursos estão sendo
aplicados de acordo com a legislação pertinente, formularam-se as questões adiante indicadas:
a) Questão 1: A previsão orçamentária para a execução da obra é adequada e suficiente?
b) Questão 2: As obras de adequação da capacidade e segurança da BR-230 exige licença
ambiental e foram realizadas todas as etapas para esse licenciamento?
c) Questão 3: Há projeto executivo adequado para a licitação/execução da obra?
d) Questão 4: O procedimento licitatório para contratação da execução da obra foi regular?
e) Questão 5: A formalização do contrato com o Consórcio vencedor atendeu aos preceitos
legais e sua execução foi adequada?
f) Questão 6: O orçamento da obra de readequação da BR-230 encontra-se devidamente
detalhado (planilha de quantitativos e preços unitários) e acompanhado das composições de
todos os custos unitários de seus serviços?
g) Questão 7: Os preços dos serviços definidos no orçamento da obra são compatíveis com
os do Sicro e com os valores de mercado?
h) Questão 8: Os procedimentos para aquisição de titularidade de terrenos de terceiros são
regulares?
II.4. Metodologia utilizada
16. Os trabalhos foram realizados em conformidade com as Normas de Auditoria do Tribunal
de Contas da União (Portaria-TCU n. 280, de 8 de dezembro de 2010, alterada pela Portaria-TCU n. 168
de 30 de junho de 2011) e com observância aos Padrões de Auditoria de Conformidade estabelecidos
pelo TCU (Portaria-Segecex n. 26 de19 de outubro de 2009), tendo sido utilizada a matriz de
planejamento elaborada pela equipe de fiscalização. Outra norma que baseou a fiscalização foi o Roteiro
de Auditoria de Obras Públicas, aprovado pela Portaria-Segecex 33, de 7 de dezembro de 2012.
17. Ademais, deve-se ressaltar que para a consecução dessa auditoria foram utilizadas as
seguintes técnicas de auditoria: exame documental, indagação escrita, pesquisa em sistemas
informatizados e sítios eletrônicos da internet, revisão analítica e conferência de cálculos. Os papéis de
trabalho utilizados foram documentos relacionados às atividades de elaboração e aprovação do projeto
executivo e orçamento da obra, à licitação e à contratação para execução das obras.
18. A técnica de exame documental foi realizada visando extrair informações dos documentos
que fundamentaram a aprovação do projeto executivo e orçamento da obra, a licitação e a contratação
dos serviços de execução das obras, bem como relativos à fiscalização e à execução da obra, como
processo administrativo, projetos, orçamentos, memoriais de cálculos e relatórios de supervisão.
19. A técnica de indagação escrita foi utilizada para sanar lacunas de informações existentes nos
documentos enviados pelo DNIT/PB e dúvidas da equipe de auditoria sobre o objeto e os procedimentos
concernentes realizados.
20. A pesquisa em sistemas informatizados e sítios eletrônicos da internet (Sicro, DGI, Siafi e
do Departamento Nacional de Produção Mineral) guarneceu a equipe de informações necessárias à
consecução da fiscalização.
21. A técnica de revisão analítica foi utilizada por meio da elaboração da Curva ABC dos itens
de serviços que compõem o orçamento, e orientou a visão da equipe de auditoria quanto à
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representatividade percentual do valor de cada item de serviço do orçamento em relação ao montante
total orçado.
22. Por fim, a conferência de cálculos subsidiou a análise dos orçamentos, bem como a
verificação dos memoriais de cálculos que o fundamentaram.
II.5. Limitações inerentes à auditoria
23. Não houve limitações aos trabalhos de auditoria.
II.6. Volume de recursos fiscalizados
24. O volume de recursos fiscalizados alcançou o montante de R$ 276.159.962,98 , que se refere
ao somatório nominal do valor pago à empresa que elaborou o projeto executivo (R$ 2.372.366,24,
jan/2009), e dos valores dos contratos celebrados para execução das obras (Contrato SR-DNIT/PB
919/2016, R$ 255.500.000,00, nov/2015), para supervisão da execução das obras (Contrato SR-
DNIT/PB 152/2017-00, R$ 8.437.000,00, out/2016) e para apoio à desapropriação dos imóveis
(Contrato SR-DNIT/PB 0165/2017, R$ 1.114.944,67, fev/2016), e do orçamento previsto para
contratação de apoio técnico às demandas ambientais (R$ 8.735.652,07, jan/2017).
II.7. Benefícios estimados da fiscalização
25. Entre os benefícios estimados desta fiscalização podem-se mencionar a correção de
irregularidades ou impropriedades, decorrentes de futuras determinações e recomendações.
III. Achados de auditoria
III.1. Projeto executivo deficiente.
III.1.1. Tipificação:
26. As ocorrências em apreço não se enquadram no conceito de IG-P da LDO 2017 (Lei
13.408/2016, art. 121, inciso IV ou IV), pois não ficou caracterizada a sua relevância material, ainda que
potencialmente possa vir a ocasionar prejuízos ao erário. Diante disso, classificou-se este achado como
irregularidade grave com recomendação de continuidade (IG-C).
III.1.2. Situação encontrada:
27. Verificaram-se indícios de que o projeto executivo das obras de adequação da BR-230/PB –
km 0,0 - km 28,1, já aprovado, apresenta deficiências nos seguintes componentes, contrariando o
disposto na Lei 8.666/1993, art. 6º, inciso X; art. 7º, § 1º; art. 7º, caput; art. 12; art. 40, § 2º, inciso I; art.
40, caput:
a) Projeto de Obras de Arte Especiais – OAEs;
b) Estudos Geotécnicos; e
c) Projeto de Iluminação.
III.1.2.1 Projeto executivo deficiente - Obras de arte especiais - OAEs.
28. O projeto executivo das OAEs apresenta deficiências caracterizadas por divergências quanto
ao número e inclinação das estacas a serem executadas; pela ausência de memórias de cálculos das
fundações de três viadutos; pelo número de sondagens inferior ao número de apoios; e pela ausência de
detalhamento das estacas raiz, em especial no que diz respeito à profundidade dessas peças.
29. Esse componente do projeto executivo das obras foi objeto de três pareceres técnicos
emitidos pelo Analista de Infraestrutura de Transportes da SR-DNIT/PB, engenheiro Normando Lima
de Oliveira Filho - 001-04/2013, de 25/11/2013; 001-05/2013, de 11/3/2014 (peça 41, p. 1-9); e 001-
06/2013, de 6/8/2014 (peça 41, p. 10-18), com registro neste último das seguintes falhas, em resumo:
a) ausência de identificação do perfil de sondagem em corte longitudinal do terreno,
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apresentando os dados das sondagens de reconhecimento para cada apoio, perfil provável do subsolo,
indicando a taxa de resistência encontrada no cálculo, tipo e dimensões das fundações com as cargas
máximas permitidas, para as OAEs antigas e novas (item 2.1 do parecer, peça 41, p. 12-13);
b) informação de que não haveria mais tempo hábil para corrigir o fato de a terra armada
projetada para os viadutos novos não revestir os pilares (mesoestrutura), o que favoreceria a corrosão
destes elementos estruturais e a utilização indevida desses espaços (item 2.1 do parecer, peça 41, p. 13);
c) ausência do detalhamento do orçamento dos quatro muros de contenções das estacas
793/818/995, por unidade de serviços (item 2.4 do parecer, peça 41, p. 14-15);
d) ausência dos laudos de vistoria indicando as patologias identificadas e a metodologia para
recuperação, se necessário; o cálculo da seção resistente para o reforço e alargamento; os resultados dos
ensaios destrutivos/não destrutivos da estrutura, para as OAEs antigas (item 3 do parecer, peça 41, p. 15).
30. Não obstante as deficiências indicadas nos referidos pareceres, análise realizada pelo
Analista de Infraestrutura de Transportes da SR-DNIT/PB, engenheiro José Antônio de Araújo Neto, em
11/12/2014 (peça 41, p. 19), recomendou a aprovação da impressão definitiva do projeto executivo. Tal
recomendação foi acolhida pelo Chefe do Serviço de Engenharia SR-DNIT/PB, engenheiro Luiz Clark
Soares Maia, em 11/12/2014 (peça 41, p. 20), e pelo então Superintendente Regional DNIT/PB,
Sr. Gustavo Adolfo Andrade de Sá, que determinou a emissão da Portaria 83, de 16/12/2014 (peça 41,
p. 21-23), aprovando o projeto executivo.
31. Iniciadas as obras, outras deficiências no projeto das OAEs foram detectadas, conforme
demonstram as comunicações e relatórios a seguir identificados, referentes aos meses de março e abril
de 2017.
31.1. Correspondências da empresa supervisora das obras, Maia Melo Engenharia:
a) de 16/3/2017, a supervisora informou que os projetos estruturais das OAEs não detalham
a armação das estacas raiz a serem empregadas nas fundações, constando apenas a indicação do diâmetro
destas, e tampouco os comprimentos a serem executados em cada apoio (peça 34, p. 132-133);
b) de 27/3/2017, a supervisora informou, acerca da OAE localizada na estaca 307, que teria
detectado a ocorrência de apenas uma sondagem para toda a obra, tendo solicitado as demais sondagens
que embasaram o projeto executivo desta OAE. Também relata que na memória de cálculo das
estruturas no Volume 3E do projeto, página 331, previu-se a execução de doze estacas (peça 19, p.
332), enquanto na folha E01, relativa ao projeto executivo dessa OAE (Volume 2 do projeto, tomo I,
página 494-495), consta o desenho de apenas dez estacas para os apoios centrais (peça 35, p. 2-3);
c) de 5/4/2017 (peça 36, p.150), a supervisora fez o seguinte relato quanto às fundações das
OAEs:
1 – Os projetos estruturais não detalham a armação da estaca raiz a ser empregada nas fundações em
todas as OAE’s, constando apenas a indicação do diâmetro destas. Informamos ainda, que os
comprimentos a serem executados em cada apoio também não constam nos projetos de execução,
tendo apenas uma menção na memória de cálculo de estruturas, na qual constam 10 metros para todas
as OAE’s;
2 – Considerando que a Ponte sobre o Rio Jaguaribe irá sofrer uma elevação de cerca de 2,0 metros
em seu greide, e ainda, que não há previsão de construção de Terra Armada, resta a dúvida acerca do
tipo de contenção a ser empregada em ambos os encontros;
3 – Conforme detalha a parte 1 do presente relatório, em 7 (sete) OAE’s, o número de sondagens é
inferior ao número de apoios;
4 – Conforme consta na parte 1 do presente relatório, a grande maioria das OAE’s está projetada
sobre terrenos onde o impenetrável está além dos 10,0 metros de profundidade. Em contrapartida,
conforme consta no item 1, a memória de cálculo das estruturas apresenta um cálculo de quantidades
onde foram considerados 10,0 m de estaca em todos os apoios e em todas as OAE’s, sem que seja
detalhado no Projeto de Execução. Diante do exposto, questionamos qual deverá ser a profundidade
11 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
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de ancoragem destas estacas.
5 – Foram detectadas divergências no tocante ao número de estacas demonstradas no Projeto de
Execução, número de estacas consideradas na Memória de Cálculo de Estruturas e posicionamento
das estacas (vertical ou inclinada).
6 – Detectamos a ausência de informações relativas às memórias de cálculo de fundações das OAE’s
das estacas 217, 753 e 1015.
31.2. No Relatório Principal da Supervisão, referente ao mês de abril de 2017, consta a informação
dando conta que, em 26/4/2017, o projeto revisado referente a OAE localizada na estaca 307 teria sido
encaminhado ao Consórcio Executor das obras. Entretanto, diante de um parecer técnico de consultoria,
apresentado pelo Consórcio construtor, questionando a profundidade das estacas, a supervisora sugeriu
aguardar de uma definição para que os serviços nas fundações dessa OAE pudessem ser iniciados (peça
36, p. 70).
31.3. Esse questionamento surgiu em razão de o Consórcio Construcap-Copasa, por meio da
empresa BER-FAC Consultoria de Solos e Fundações Ltda., ter apresentado, em 24/4/2017, parecer
técnico contestando as conclusões constantes em outro parecer elaborado pela empresa Monteiro &
Gomes Engenheiros Associados, contratada pela projetista das obras, Contécnica Consultoria Técnica
Ltda. Nesse parecer, o Consórcio Executor demonstra sua discordância em relação ao projeto das
fundações da OAE localizada na estaca 307. A discordância gira em torno da profundidade a ser adotada
nas estacas de fundação. Enquanto a projetista (Contécnica - Monteiro & Gomes Engenheiros
Associados) sustenta que as estacas devem ficar com oito a dez metros de profundidade, o Consórcio
Construtor, por meio da BER-FAC Consultoria de Solos e Fundações Ltda., assegura que profundidade
das estacas deve ficar entre 19 e 21 metros a contar da cota atual do terreno (peça 37, p. 47-52).
32. Diante das pendências elencadas nos pareceres técnicos emitidos pelo servidor da SR-
DNIT/PB, antes da aprovação do projeto executivo, e as demais fragilidades verificadas quando do início
das obras, resta claro que o projeto executivo das OAEs apresenta deficiências.
33. Nesse ponto, cabe lembrar que um projeto executivo preciso e detalhado das obras de artes
especiais inclui obrigatoriamente, as suas fundações, em consonância com o art. 4º da Instrução
Normativa 1/2007/MT, com a Lei 8.666/1993 (art. 6º, inciso X; art. 7º, § 1º; art. 7º, caput; art. 12; art.
40, § 2º, inciso I; art. 40, caput) e com a Tabela 6.2 da Orientação Técnica OT-IBR 001/2006 do Instituto
Brasileiro de Auditoria de Obras Públicas para obras rodoviárias.
III.1.2.2. Projeto executivo deficiente – Caixas de empréstimo e jazidas de solos.
34. Verificou-se que os estudos geotécnicos constantes do projeto executivo deixaram de
contemplar a pesquisa de caixas de empréstimo e jazidas de solos aproveitáveis, disponíveis na região
onde as obras serão executadas, contrariando o disposto na IS-206 – Estudos Geotécnicos das Diretrizes
Básicas para Elaboração de Estudos e Projetos Rodoviários – IPR-717/2005.
35. As falhas ocorridas na realização dos estudos geotécnicos foram verificadas logo no início
das obras, conforme correspondência de 28/4/2017 (peça 37, p. 22-23), por meio da qual a empresa
supervisora informou que estaria avaliando, com o apoio do Consórcio Construtor, a viabilidade de
utilização de ocorrências não indicadas no projeto executivo, tais como: as áreas da Cimpor (9,5 km da
estaca 1391), da Areal Express EMA (16,50 km da estaca 1391) e da Trocolli (43,0 km da estaca 1391).
36. Acrescente-se que a utilização dessas novas opções levantadas estaria sob análise do DNIT
e dependeria da autorização do órgão, conforme consta do Relatório de Supervisão da Maia Melo
Engenharia (abril/2017, peça 36, p. 69).
37. Tal informação também foi confirmada pela equipe de auditoria quando da visita in loco ao
canteiro de obras. Na oportunidade, em contato mantido com representante do Consórcio Construtor,
este foi taxativo ao afirmar que, até aquele momento, ainda não se tinha certeza de que jazidas poderiam
ser de fato aproveitadas.
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38. Nesse sentido, vale registrar que a deficiência dos estudos geotécnicos quanto à abrangência
da pesquisa e seleção de jazidas e caixas de empréstimo foi agravada pelo fato de que as ocorrências
originalmente indicadas no projeto não se mostraram viáveis para serem utilizadas nas obras.
39. Tal fato sobressai no Relatório da Supervisão, referente ao mês de abril de 2017, que assim
descreve (peça 36, p. 69):
Diversas atividades são consideradas críticas quando se trata do atendimento ao cronograma físico
da obra. Dentre elas, podemos elencar: (...) Empréstimos e Jazidas: Todas as áreas de empréstimos e
jazidas indicadas em projeto estão impossibilitadas de serem exploradas, conforme descrito na
correspondência Ct. 016/2017. Paralelamente, em conjunto com o Consórcio Copasa – Construcap,
prospectamos áreas alternativas para exploração. A análise destes materiais, inclusive, levando em
consideração as DMT´s foi repassada ao DNIT/PB por meio da correspondência Ct. 017/2017.
Faz-se necessária a autorização, por parte do DNIT/PB, da utilização deste material, para que seja
viável a execução dos serviços de terraplenagem.
40. Esta situação de irregularidade das caixas de empréstimo e jazidas indicadas do projeto
executivo foi levantada pelo Consórcio Construtor, conforme documentos anexos ao Relatório de
Supervisão de abril de 2017 – estudos das licenças ambientais realizados pelo Consórcio Construtor;
extratos,guias de utilização e alvarás do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM); licenças
de operação expedidas pela Secretaria do Estado dos Recursos Hídricos, do Meio Ambiente e da Ciência
e Tecnologia (Sudema) e declarações emitidas pelos proprietários das jazidas (peça 36, p. 161 e peça 37,
p. 1-21). Nessa documentação se extrai as informações constantes da Tabela 2, a seguir:
Tabela 2 – Situação das caixas de empréstimo e ocorrências para pavimentação
Ocorrência Nome
Situação Material Utilização Situação da jazida
Areal A-01 São
Miguel Areia Dren/OAC/OAE
Areal A-02 Oiteiro Areia
Areal A-03 Caxetu Areia
Pedreira P-01 Potiguá Gnaisse
Brita Pav/Dren/OAC/OAE
Pedreira P-02 Brita Forte
Granito
Brita Pav/Dren/OAC/OAE
Jazida J-01 Migra Cascalho Base/sub-base
O alvará de pesquisa venceu em 2013
e a guia de utilização em 9/9/2014,
sendo autorizada para extração de
areia, não cascalho
Jazida J-02 Migra Cascalho Sub-base
O alvará de pesquisa venceu em 2010
e a guia de utilização em 26/6/2015,
sendo autorizada para extração de
areia e argila, não cascalho
Empréstimo E-01 Migra
Comercial Solo Terraplenagem
O alvará de pesquisa venceu em 2012
e a guia de utilização em 9/9/2014
Empréstimo E-02
Nailson
Jorge
Carvalho
Argila Terraplenagem Não encaminhou as licenças, mas
informou que a LO está vencida
Empréstimo E-03
Bruno
Cavalcanti
-
Comercial
Solo Terraplenagem Licença venceu em 21/3/2017
Empréstimo E-04
André
Alves
Comercial
Solo Terraplenagem Não tem licença ambiental e não tem
interesse em comercializar o material
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Empréstimo E-05
Nailson
José
Carvalho
Solo Terraplenagem
A área foi vendida e serve para
plantação de cana e cuidados de
animais Fonte: Elaboração própria a partir dos elementos constantes da peça 36, p. 161 e da peça 37, p. 1-21
41. Nesse ponto, cabe lembrar que os estudos geotécnicos do projeto executivo deveriam
contemplar o levantamento dos locais de ocorrências de materiais, conforme Termo de Referência anexo
ao Edital 0491/09-13 (peça 11, p. 72), bem como o disposto na IS-206 – Estudos Geotécnicos das
Diretrizes Básicas para Elaboração de Estudos e Projetos Rodoviários – IPR-717/2005.
III.1.2.3. Projeto executivo deficiente – Ausência de projeto de iluminação (IG-C)
42. No edital original da licitação para contratação de empresa para execução da obra em apreço,
versão de 9/8/2016, constava no orçamento base o “item 13 – Iluminação”, tendo como unidade ”Vb”,
no valor de R$ 2.669.887,84, posteriormente retirado, conforme versão do edital de 14/10/2016.
43. Por ser um elemento essencial em uma obra rodoviária, como estabelece a Orientação
Técnica OT-IBR 001/2006 do Instituto Brasileiro de Auditoria de Obras Públicas (Projeto Básico -
Tabela 6.2 - Obras rodoviárias), ainda mais num trecho urbano como é o caso em tela, revelou-se uma
deficiência do projeto executivo utilizado como base na licitação não incluir o componente relativo à
iluminação no seu escopo, não tendo sido apresentado qualquer estudo, mensuração ou solução para este
serviço.
III.1.2.4. Considerações finais sobre o achado
44. Do exposto, verifica-se que o projeto executivo das obras de adequação da BR-230/PB foi
aprovado e está sendo utilizado para fundamentar a realização das obras, apesar de nele não constar o
componente referente ao projeto de iluminação das vias, e de apresentar deficiências nos componentes
referentes às obras de arte especiais – OAEs e aos estudos geotécnicos.
III.1.3. Comentários do gestor (peça 51)
45. Com relação às deficiências no Projeto de Obras de Artes Especiais (item III.1.2.1 do
Relatório), o gestor informou que o DNIT estaria realizando a Revisão de Projeto em Fase de Obras –
RPFO, “com vistas a adequar a solução projetada aos normativos vigentes, bem como promover a devida
quantificação de serviços, execução de obra e segurança aos usuários”, e que em seguida iria promover
a realização de processo de apuração de responsabilidades quanto à projetista.
46. No que se refere à constatação de que o projeto executivo não contemplou a pesquisa de
empréstimos e jazidas de solos aproveitáveis, disponíveis na região onde as obras serão executadas (item
III.1.2.2 do Relatório), o gestor informou que as áreas, que hoje aparecem como opções, não foram
contempladas no projeto executivo por possuírem DMT maior do que as selecionadas; e que o
levantamento dos dados para estudos geotécnicos ocorreu em dezembro de 2012, ainda que o projeto
executivo tenha sido aprovado em dezembro de 2014, enquanto os vencimentos das licenças das jazidas
e áreas de empréstimos, constantes do projeto, foram posteriores. Acrescentou, ainda, que o DNIT não
tinha ferramentas para verificar as ocorrências de materiais no exercício de 2016, o que o levou a
promover a licitação com base nos dados constantes do projeto; e que o DNIT estaria trabalhando,
juntamente com a Supervisora e o Consórcio contratados, para superar o obstáculo no processo de
Revisão de Projeto em Fase de Obra - RPFO.
47. Quanto à ausência do projeto de iluminação (item III.1.2.3 do Relatório), o gestor reconhece
que ele não compôs o objeto da licitação e nem da contratação da empresa projetista, razão pela qual
não foi confeccionado na ocasião, o que impossibilitou a inclusão dos serviços correspondentes no
processo de licitação e contratação das obras em apreço. Ao final, informa que a Superintendência do
DNIT estaria “atuando para possibilitar a devida execução de tal componente”.
III.1.4. Conclusão do achado
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48. Os comentários do gestor corroboram os achados referentes à deficiência do projeto
executivo das obras de arte especiais e quanto à ausência do projeto de iluminação.
49. Quanto à deficiência nos levantamentos dos empréstimos e das jazidas, os comentários do
gestor não afastaram, por exemplo, a constatação de que a Jazida J-02 (Migra) teve seu alvará de pesquisa
vencido em 2010; ou de que o Empréstimo E-01 teve seu alvará de pesquisa vencido em 2012. Mais do
que isso, permanece como evidência do achado o fato de o projeto executivo não ter contemplado a
viabilidade de utilização das ocorrências que agora surgem como opções, tais como as áreas da Cimpor
(9,5 km da estaca 1391), da Areal Express EMA (16,50 km da estaca 1391) e da Trocolli (43,0 km da
estaca 1391), pois a primeira teria DMT dentro e a segunda bem próxima, das distâncias de transporte
das jazidas e empréstimos originais. O reconhecimento do gestor de que não foi possível atualizar os
levantamentos das ocorrências de materiais no exercício de 2016 e de que a licitação teria ocorrido assim
mesmo, no mínimo reconhece que o projeto executivo estava desatualizado.
50. Portanto, ficaram assentes as ocorrências dos achados, apresentando-se pertinente propor a
realização de oitiva da SR-DNIT/PB, da empresa projetista, da empresa supervisora e do Consórcio
Construtor para que se manifestem sobre a irregularidade apontada, sem prejuízo de, em um momento
processual posterior, avaliar a pertinência da realização de audiência dos responsáveis pelos indícios de
irregularidade apontados neste achado.
III.2. Ausência de efetividade das ações promovidas pela Administração para solucionar questões
relativas a remoções de interferências e desapropriações
III.2.1. Tipificação:
51. As ocorrências em apreço não se enquadram no conceito de IG-P da LDO 2017 (Lei
13.408/2016, art. 121, inciso IV ou IV), pois ainda não são materialmente relevantes e não configuram
graves desvios relativamente aos princípios constitucionais a que está submetida a administração pública
federal, ainda que potencialmente possa vir a ocasionar prejuízos ao erário. Diante disso, classificou-se
este achado como irregularidade grave com recomendação de continuidade (IG-C).
III.2.2. Situação encontrada:
52. Verificaram-se atrasos na liberação de frentes de serviço em razão da ausência de efetividade
nas ações promovidas pela Administração para solucionar questões relativas a remoções de
interferências e desapropriações, contrariando o disposto no Manual de procedimentos para permissão
especial de uso das faixas de domínio de rodovias federais e outros bens públicos sob jurisdição do DNIT
- 2008, p. 15-16 e 41, e nas Diretrizes básicas para desapropriação – IPR-746/2011, p. 30.
III.2.2.1. Identificação e remoção de interferências.
53. A questão da demora na remoção de interferências foi tratada desde o início da obra,
conforme explicitado nos relatórios da empresa supervisora, emitidos nos meses de março e abril de
2017. Nesses relatórios, a empresa supervisora já alertava que a falta de planejamento para a remoção
das interferências seria um fator importante de obstrução ao cumprimento do cronograma físico-
financeiro da obra, nos seguintes termos:
"O trecho compreendido entre as estacas 75 + 0,00 e 300 + 0,00, ou seja, entre os quilômetros 1,5 e
6,0, apresenta interferências as quais constam de redes de telefonia, iluminação e elétrica, que
comprometem o andamento da obra. Constam ainda, dois radares fixos, na estaca 307 + 0,00, que
necessitam de remoção.” (Relatório mensal – março/2017, peça 34, p. 67).
“Diversas atividades são consideradas críticas quando se trata do atendimento ao cronograma físico
da obra. Dentre elas, podemos elencar:
Remoção das interferências:
Em 03/04/2017, encaminhamos ao DNIT a correspondência Ct. 010/2017, a qual encaminha o
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primeiro relatório parcial de interferências, abrangendo o segmento entre os km 1,5 e 6,0. Em
13/04/2017, encaminhamos o segundo relatório parcial de interferências, abrangendo o segmento
entre os km 6,0 e 10,5.
A remoção destas interferências é imprescindível para a finalização dos serviços nas marginais e
viadutos, uma vez que diversas linhas de postes encontram-se no offset de projeto. “ (Relatório
mensal – abril/2017, peça 36, p. 69).
54. Outro problema enfrentado nas obras diz respeito ao processo de identificação das
interferências a serem removidas. Quanto a esse ponto, cabe registrar que a empresa supervisora tem
como uma das suas obrigações “realizar o levantamento das interferências subterrâneas, com o uso do
GPR” (item 3.4.21.16 do edital). Nesse sentido, em correspondência datada de 14/3/2017, a supervisora
alega que a área considerada no levantamento das interferências subterrâneas nas obras, por meio de
GPR é de 150.000 m², entretanto, a área total a ser contemplada com o empreendimento seria de 320.000
m², razão pela qual solicitou a definição dos trechos a serem levantados e os prioritários (peça 34, p.
131).
55. Por fim, vale ressaltar que os atrasos na identificação e remoção de interferências ocorridos
nas obras de adequação da BR-230/PB estão em discordância com o que estabelece o Manual de
procedimentos para permissão especial de uso das faixas de domínio de rodovias federais e outros bens
públicos sob jurisdição do DNIT – 2008, nos seguintes termos:
Manual de procedimentos para permissão especial de uso das faixas de domínio de rodovias federais
e outros bens públicos sob jurisdição do DNIT – 2008
(...)
4.2 - O uso contratado das faixas de domínio não induz a nenhum direito de posse ou servidão,
podendo o Contrato de Permissão Especial de Uso - CPEU ser cancelado a qualquer tempo sem que
caiba à Permissionária qualquer indenização, reembolso, compensação ou outra verba ou valor, seja
de que natureza for.
(...)
4.4 - A critério exclusivo do DNIT, no caso de rescisão do Contrato de Permissão Especial de Uso -
CPEU, a Permissionária deverá devolver a área livre e desimpedida, no prazo determinado em
contrato e nas mesmas condições em que a recebeu.
(...)
4.8.2 - A Permissionária obriga-se a remanejar e/ou executar medidas de proteção em função das
novas obras, serviços, ampliações ou melhoramentos que o Permissor necessite executar na via de
transportes, no prazo estipulado por esse, sem ônus ao DNIT;
4.8.3 - O não atendimento às disposições contidas neste item implicará automaticamente na aplicação
das sanções estabelecidas no subitem 4.15, deste Manual.
(...)
Minuta
Contrato de permissão especial de uso da faixa de domínio
(...)
CLÁUSULA SÉTIMA - DAS ALTERAÇÕES – Quando se fizer necessária a alteração do projeto,
sua implantação e operação, por força de serviços e/ou obras rodoviárias que impliquem ou não na
extensão ou alteração, provisória ou definitiva da faixa de domínio constitutiva da rodovia federal
objeto da presente Permissão Especial de Uso, o PERMISSOR comunicará à PERMISSIONÁRIA,
por escrito, com antecedência mínima de 180 (cento e oitenta) dias, da necessidade de execução
destes serviços e/ou obras rodoviárias, para que a PERMISSIONÁRIA possa adequar, às suas
expensas, o seu projeto e sistema físico da (o) .............................................. às execuções de tais
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alterações, de forma a garantir a continuidade.
III.2.2.2. Desapropriação de imóveis.
56. Constatou-se a ausência de registros ou qualquer informação acerca do efetivo início das
desapropriações referentes às obras de adequação da BR-230/PB. Não se evidenciou sequer a ordem de
início dos serviços do Contrato SR/PB-0165/2017, cujo objeto trata justamente do tema desapropriações.
Também não foram observados quaisquer pagamentos a esse título.
57. Cabe registrar que os atrasos nos procedimentos relativos às desapropriações incidentes nas
obras de adequação da BR-230/PB estão em discordância com o que estabelece as Diretrizes básicas
para desapropriação – IPR-746/2011, p. 30, nos seguintes termos:
A Portaria de Declaração de Utilidade Pública (DUP), modelo constante do Anexo D, deve ser
solicitada previamente ao início da obra e para tal, a Unidade Administrativa responsável pela ação
deve solicitá-la por intermédio de processo administrativo específico.
58. Conforme se verificou na documentação encaminhada pelo DNIT, por meio do Pregão
359/2016, o órgão contratou a EBA – Empresa Brasileira de Avaliações, Assessoria, Gerenciamento e
Supervisão de Projetos Ltda. A dita contratação tem por finalidade a prestação de serviços de apoio
especializado aos processos de desapropriação dos imóveis que serão atingidos pelas obras de adequação
da BR-230/PB, incluindo a elaboração, revisão e complementação de cadastros técnicos, relatório
genérico de valores e laudos de avaliação e recolhimento de documentação dos proprietários, bem como
apoio à instrução e condução dos processos individuais instaurados. Concluído o certame, firmou-se o
contrato SR/PB-0165/2017, em 30/3/2017, no valor de R$ 1.114.944,67 (fev/2016), com duração
prevista de 420 dias.
59. Em que pese já ter sido firmado esse contrato, verificou-se que ainda não foi publicado um
Decreto de Utilidade Pública (DUP) contemplando todas as áreas a serem desapropriadas. Registre-se
que a DUP é peça fundamental para dar início aos procedimentos expropriatórios, conforme estabelece
as Diretrizes básicas para desapropriação – IPR-746/2011, p. 30, do próprio DNIT.
60. Diante da constatação, a equipe de fiscalização questionou a SR-DNIT/PB, mediante Ofício
de Requisição 1-169/2017, de 13/6/2017 (peça 9), solicitando maiores esclarecimentos sobre o tema.
Contudo, mediante Ofício 387/2017-SR/DNIT/PB, de 20/6/2017 (peça 46), o representante do DNIT
somente informou que os procedimentos estariam ainda em fase inicial, “inclusive adotando medidas
referentes à levantamento de dados históricos e atualização da situação encontrada em campo
objetivando a correta execução dos procedimentos de desapropriação necessários”.
III.2.2.3. Considerações finais sobre o achado.
61. Do exposto, verifica-se que as providências adotadas pelo SR-DNIT/PB para viabilizar a
identificação e a remoção das interferências, bem como a realização das desapropriações que impedem
a liberação de frentes de serviço no âmbito das obras de adequação da BR-230/PB, até o momento, não
apresentaram resultados que permitam concluir que esse fator não prejudicará o cumprimento do
cronograma físico-financeiro do empreendimento.
III.2.3 Comentários do gestor (peça 51)
62. Quanto à remoção das interferências, o gestor ressaltou que os principais entraves existentes
são provenientes da concessionária responsável pelo fornecimento e distribuição de energia elétrica,
tendo o DNIT já encaminhado solicitações às permissionárias de uso da faixa de domínio do trecho da
BR-230 em tela, que teriam o prazo de 180 dias para promover, às expensas delas, as adequações
necessárias.
63. Sobre as desapropriações, informou que inexistia disponibilidade orçamentária para sua
execução antes do início das obras e que a previsão de tais recursos só ocorreu na LOA de 2016. Por
17 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
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essa razão, somente a partir do referido evento é que o órgão pode dar início aos procedimentos para a
seleção e contratação de empresa especializada para dar andamento aos processos.
64. Prosseguindo, afirmou que o Pregão deflagrado só foi concluído em 25 de janeiro de 2017,
o que atrasou o início da execução dos serviços de desapropriação.
65. Por fim, esclareceu que já foi emitida, em 5 de setembro de 2017, a Portaria de Declaração
de Utilidade Pública, essencial para o início da execução dos referidos serviços.
III.2.4. Conclusão do achado
66. Os elementos apresentados pelo gestor não são suficientes para elidir a irregularidade
apontada. Note-se que permanece preciso o relato da ocorrência, pois a primeira solicitação de relocação
das instalações elétricas somente foi encaminhada à Energisa em 28/4/2017, depois reiterado em
16/5/2017, 29/5/2017 e 29/8/2017, sendo que nesta última o DNIT relata que não houve qualquer ação
concreta, o que sugere que a solução ainda vai demandar tempo e pode prejudicar o cronograma físico
da obra. O gestor não comentou sobre as demais interferências, como as redes de telefonia e de
distribuição de água, incluindo as subterrâneas.
67. Independente da questão orçamentária, o órgão poderia, ao menos, ter dado início aos
trabalhos relativos aos processos de desapropriação mediante a utilização de seu próprio efetivo, ou
mesmo recorrendo ao auxílio de servidores da sede (Brasília) ou de outras unidades. Entretanto, não há
qualquer menção a eventual tentativa nesse sentido.
68. O próprio gestor fez menção à Coordenação Geral de Desapropriação e Reassentamento, a
qual integra a estrutura do DNIT. Não obstante, segundo informado, a Superintendência Estadual só
teria passado a atuar junto ao dito órgão após a confirmação de disponibilidade orçamentária no exercício
de 2016. Por essa razão, considerando a existência da referida Coordenação, questiona-se, mais uma
vez, se as desapropriações não poderiam ter sido iniciadas pelos próprios servidores integrantes do
quadro.
69. Diante do exposto, considerando que os esclarecimentos oferecidos para este item não se
mostram suficientes para afastar as impropriedades apontadas, apresenta-se pertinente propor a
realização de oitiva da SR-DNIT/PB, da empresa projetista, da empresa supervisora e do Consórcio
Construtor para que se manifestem sobre a irregularidade apontada, sem prejuízo de, em um momento
processual posterior, avaliar a pertinência da realização de audiência dos responsáveis pelos indícios de
irregularidade apontados neste achado.
III.3. Celebração de contrato com consórcio liderado por empresa estrangeira.
III.3.1. Tipificação:
70. A ocorrência em apreço não se enquadra no conceito de IG-P da LDO 2017 (Lei
13.408/2016, art. 121, inciso IV ou IV), pois ainda não teve caracterizada sua materialidade, ainda que
potencialmente possa vir a ocasionar prejuízos ao erário. Diante disso, classificou-se este achado como
irregularidade grave com recomendação de continuidade (IG-C).
III.3.2. Situação encontrada:
71. Constatou-se a formalização de contrato entre a SR-DNIT/PB e o Consórcio
Construcap/Copasa, apesar de, no momento dessa formalização, a empresa líder deste consórcio ser a
Sociedade Anonima de Obras Y Servicios Copasa do Brasil (CNPJ 18.193.729/001-97), uma empresa
espanhola, contrariando o disposto no § 1º do art. 33 da Lei 8.666/1993.
72. O Consórcio Construcap/Copasa sagrou-se vencedor da licitação relativa ao Edital 0296/16-
13 (peça 31, p. 17-23). Ocorre que, nos trâmites posteriores à abertura das propostas, foram observados,
em relação à empresa Construcap então líder do Consórcio vencedor, registros no sistema do TST que
geraram a emissão de certidão positiva de débitos trabalhistas com efeito de negativa (peça 31, p. 9).
18 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
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Tais registros impediram a emissão do empenho no sistema informatizado do DNIT e, por consequência,
a lavratura do respectivo termo de contrato com a empresa Construcap.
73. A formalização do contrato com a empresa líder afrontaria as condições exigidas para a
prática do ato, conforme disposição contida na alínea “c” do item 19.1.2 do edital (peça 26, p. 25-26), a
seguir transcrito:
19.1.2 – Antes da assinatura do contrato e de termos aditivos, deverão ser anexadas aos autos
declarações relativas a:
(...)
c) Comprovação de inexistência de débitos trabalhistas inadimplidos (CNDT).
74. Conforme previsão contida no item 19.1.3 do edital (peça 26, p. 26), o Consórcio vencedor
deveria ter sido comunicado de sua situação irregular, para que apresentasse justificativas e comprovasse
a regularidade.
75. De forma diferente, para poder emitir o empenho e formalizar o contrato, o então
superintendente da SR-DNIT/PB, Sr. Luiz Clark Soares Maia, fundamentando-se no interesse público,
(peça 31, p. 12) aceitou a alteração da liderança do Consórcio Construcap/Copasa, que passou a ter a
empresa Copasa como líder. Isso foi feito mediante despacho exarado no dia 30/12/2016 (peça 31, p. 12).
Registre-se que essa alteração foi solicitada pelos representantes do Consórcio mediante promessa de
que eles posteriormente iriam formalizar um aditivo para regularizar a situação (peça 31, p. 10-11).
76. Ocorre que o § 1º do art. 33 da Lei 8.666/1993, reproduzido pelo item 8.11.10 do edital (peça
26, p. 8), estabelece que no consórcio de empresas brasileiras e estrangeiras a liderança caberá,
obrigatoriamente, à empresa brasileira. Portanto, sendo a Sociedade Anonima de Obras Y Servicios
Copasa do Brasil (CNPJ 18.193.729/001-97) uma empresa espanhola, conforme extrato do sistema
CNPJ (peça 33, p. 3), não poderia ela ter assumido a liderança do Consórcio.
77. Ainda que fosse possível a alteração da liderança do Consórcio, não poderia o gestor acatar
e celebrar o contrato fundamentado em uma promessa que seria posteriormente formalizado um aditivo
para regularizar a situação, e sem ter submetido o pleito à Procuradoria Jurídica da SR-DNIT/PB.
Saliente-se que na administração pública os atos devem ser norteados pelo princípio da legalidade.
78. Por último, conforme item 8.11.9 do edital (peça 26, p. 8), em consonância com a disposição
contida no inciso III do art. 33 da Lei 8.666/1993, os documentos exigidos no instrumento convocatório
deveriam ser apresentados em relação a cada consorciado, incluindo a certidão negativa de débitos
trabalhistas, exigência para fins de habilitação contida na alínea “e” do item 13.3 do edital e prevista no
inciso V do art. 29 da Lei 8.666/1993. Ademais, o inciso XIII do art. 55 da Lei 8.666/1993 estabelece a
obrigação do contratado de manter todas as condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação;
e o item 26.2 do edital (peça 26, p. 30), que a contratada deveria manter a regularidade fiscal e trabalhista
conforme exigido nos subitens 13.3 e 19.1.2 do edital, durante toda a execução do contrato.
79. Ressalte-se que a celeridade na análise do pleito e acolhimento, em 30/12/2016, deveu-se,
conforme despacho do Superintendente (peça 31, p. 12), ante o entendimento de que os recursos
financeiros eram exclusivos para o empreendimento, que a obra era necessária e de que o empenho
deveria acontecer naquele exercício financeiro, sob pena de os recursos perderem-se, o que
fundamentaria o alegado interesse público.
80. Ainda que compreensíveis, estes argumentos não têm o condão de autorizar à administração
pública deixar de observar os princípios que a norteiam, como o da legalidade, e os que balizam as
licitações, como o da vinculação ao instrumento convocatório.
19 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
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III.3.3 Comentários do gestor (peça 51)
81. Segundo o gestor, a alteração da liderança do consórcio aconteceu por solicitação das
consorciadas, tendo a empresa “Sociedad Anonima de Obras Y Servicios Copasa do Brasil” registro no
CNPJ como matriz, sediada em São Paulo, e apresentado a Portaria 16/2014, que alterava o estatuto
social da filial de sociedade estrangeira autorizada a funcionar no País. Acrescenta que referida empresa
pode contratar com a administração pública de maneira isolada, soando conflitante ela não poder fazê-
lo de forma consorciada.
III.3.4. Conclusão do achado
82. De fato, a Lei 8.666/1993 autoriza a participação de empresas estrangeiras em licitações,
sendo documento exigível relativo à sua habilitação o decreto de autorização e ato de registro ou
autorização para funcionamento expedido pelo órgão competente (inciso V do art. 28 da Lei
8.666/1993).
83. A intelecção do § 1º do art. 33 não traz qualquer impedimento à participação de empresa
estrangeira em consórcio, apenas obriga que a liderança caiba obrigatoriamente à empresa brasileira.
84. A portaria 16/2014, expedida pela Secretaria da Micro e Pequena Empresa, tão somente
alterou o objeto da filial da empresa estrangeira, autorizada que já era a funcionar no Brasil por
intermédio da Portaria 13/2013, de 15/4/2013.
85. Portanto, em nada altera a análise anteriormente expendida no Relatório. Diante disso, cabe
propor a realização da audiência do Sr. Luiz Clark Soares Maia, em razão desse gestor ter celebrado o
Contrato 919/2016 com o Consórcio Construcap-Copasa, apesar de haver impedimentos legais para essa
formalização.
III.4. Pagamento antecipado referente ao serviço "Instalação do Canteiro de Obras"
III.4.1. Tipificação:
86. A ocorrência em apreço não se enquadra no conceito de IG-P da LDO 2017 (Lei
13.408/2016, art. 121, inciso IV ou IV), pois ainda que seja materialmente relevante, com possibilidade
de vir a ocasionar prejuízos ao erário, ainda não se concretizou e pode ser compensado durante a
execução contratual. Diante disso, classificou-se este achado como irregularidade grave com
recomendação de continuidade (IG-C).
III.4.2. Situação encontrada:
87. Constatou-se a medição de 99,30% do item “Instalação do canteiro de obras” sem que
houvesse comprovação da realização desse percentual do serviço, contrariando o disposto no inciso III,
§ 2º, art. 63, da Lei 4320/1964.
88. Conforme itens “12.1 – Canteiro” e “17 – Plano de Execução da Obra”, do “Volume 4 –
Orçamento e Plano de Execução da Obra” (peça 20, p. 117-123 e peça 24, p. 24-29), do projeto
executivo, o canteiro de obras deveria ser composto pela unidade principal, localizada na estaca 1368
(km 27), e por mais quatro unidades auxiliares móveis. No total, o canteiro foi orçado no preço de
R$ 3.939.215,32 e teria as seguintes características:
a) edificações e acessórios, instalações de produção e acessórios, no valor de
R$ 1.143.097,00; e
b) aluguel de equipamentos (R$ 241.583,28), de casas para
engenheiros/técnicos/encarregados/operadores/oficiais (R$ 1.689.572,40), de área para o canteiro
principal (R$ 39.444,48) e de quatro canteiros auxiliares em contêiner metálico (R$ 180.591,04),
totalizando, ao somar ao BDI, o valor de R$ 2.796.118,32.
89. No orçamento que integra o edital, o serviço “Instalação do canteiro de obras” tinha como
unidade “Vb” e foi orçado no preço de R$ 3.865.661,72.
20 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
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90. A proposta vencedora apresentada pelo Consórcio Copasa/Construcap consignou para o item
“Instalação do canteiro de obras” o valor de R$ 3.786.819,16.
91. No presente exercício, conforme informações e documentações encaminhadas pela SR-
DNIT/PB (peças 42 e 43), foram realizadas duas medições referentes ao contrato de execução das obras,
ainda não pagas, no valor total a preços iniciais de R$ 4.026.933,29, dos quais 93,38% (R$ 3.760.311,42)
correspondem ao item de serviço “Instalação do canteiro de obras”, sendo 99,30% do valor contratado
para este serviço.
92. O fato é que a instalação principal do canteiro se encontra localizada no km 8 da BR-230/PB,
portanto, no trecho inicial da obra em apreço, não constando dos autos, ressalvando o registro em ata de
reunião técnica feita pela SR-DNIT/PB, justificativas técnicas para essa alteração na sua localização.
93. A solução encontrada pelo Consórcio Construtor foi adquirir, ou alugar (esta era a opção do
projeto), uma área composta por galpões, que foram reformados, porém sem guardar concordância com
o detalhamento previsto em projeto.
94. Essa discordância em relação ao projeto foi verificada pela equipe de auditoria quando
visitou as referidas instalações e constatou diferenças nas características construtivas, dimensões e
quantidades.
95. Na ocasião da visita, informou-se, inclusive, que as usinas de asfalto e de solo não seriam
construídas nas proximidades do canteiro, contrariando outra previsão estabelecida em projeto.
96. Tendo sido edificada apenas essa instalação do km 8, verifica-se que é inteiramente
desarrazoado que o Consórcio Executor meça como realizados, e os técnicos da SR-DNIT/PB atestem,
99,30%, ou R$ 3.760.311,42, do valor contratado para este item. Note-se que:
a) o orçamento base previa a locação da área do canteiro, de casas e equipamentos, ao longo
do período de execução das obras, representando cerca de 70% do valor do item de serviço, não havendo
razão para que esse montante seja pago quase que integralmente nos dois primeiros meses de execução
do contrato, ainda mais quando não há notícias de que foram locados de fato;
b) os quatro canteiros auxiliares e as instalações das usinas de asfalto e de solo ainda não
foram executadas.
97. Cabe registrar que, como regra, a liquidação da despesa só é comprovada após o
cumprimento da obrigação pelo particular, por determinação do art. 63 da Lei 4.320/1964.
98. Ademais, a antecipação de pagamentos é prática que deve ser rejeitada no âmbito do
serviço público, para evitar beneficiamentos ilícitos e possibilitar a verificação do cumprimento do
serviço contratado, antes do efetivo desembolso.
99. Apenas em casos excepcionais o Tribunal vem aceitando o pagamento antecipado, parcial
ou total, quando, comprovadamente, seja esta a única alternativa para se obter o bem ou assegurar a
prestação do serviço desejado, ou ainda quando a antecipação propiciar sensível economia de
recursos, desde que essa possibilidade esteja contratualmente prevista, além da necessidade, nesses
casos, de garantias que assegurem o pleno cumprimento do objeto.
100. Nesse sentido, a jurisprudência do Tribunal é de que a antecipação de pagamento somente
pode ser aceita em situações extraordinárias, devidamente justificadas pela Administração, ocasião em
que deve ficar demonstrada a existência de interesse público, obedecidos os critérios expressamente
previstos pela legislação que rege a matéria, quais sejam, existência de previsão no ato convocatório da
licitação ou nos instrumentos formais de adjudicação direta e as indispensáveis cautelas e garantias
(Acórdãos 406/2011-TCU-Plenário, Rel. André de Carvalho; 2.679/2010-TCU-Plenário, Rel. Augusto
Sherman; 214/2009-TCU-2ª Câmara, Rel. André de Carvalho; 918/2009- TCU-Plenário, Rel. José
Jorge; 2.427/2009-TCU-1a Câmara, Rel. Walton Alencar Rodrigues; 4.742/2008-TCU-2ª Câmara, Rel.
21 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
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André de Carvalho; 1.619/2008-TCU-2ª Câmara, Rel. Aroldo Cedraz e 2.565/2007-TCU-1ª Câmara,
Rel. Aroldo Cedraz).
101. Assim, a ocorrência de pagamento antecipado sem a devida justificava e sem que houvesse
as necessárias garantias contratuais configura irregularidade grave, por afrontar os dispositivos legais
e a jurisprudência consolidada do TCU sobre o tema.
III.4.3 Comentários do gestor (peça 51)
102. O gestor entende que os quantitativos e custos de instalação do canteiro de obras,
apresentados no orçamento do projeto executivo, são referenciais, sendo o canteiro projetado uma
situação idealizada, cabendo a cada licitante apresentar sua proposta com a composição de custos da
solução por ela estabelecida. Acrescenta que fez agora a juntada da composição dos custos apresentada
pelo consórcio vencedor, para ao final concluir que realizou o pagamento quase integral do canteiro de
obras nos dois primeiros meses, conforme previa o cronograma físico-financeiro.
III.4.4. Conclusão do achado
103. A apresentação de composição de preço do Consórcio construtor não serve para elidir a
irreglaridade. Repise-se que o orçamento base da licitação previa a locação da área do canteiro, de casas
e equipamentos, ao longo do período de execução das obras, representando cerca de 70% do valor do
item de serviço, não havendo razão para que esse montante seja pago quase que integralmente nos dois
primeiros meses de execução do contrato.
104. Especificamente em relação à composição apresentada, verifica-se que esta traz como
componentes itens que não são concluídos nos dois primeiros meses ou não tem sua clareza exposta,
como despesas com imóveis, no valor de R$ 1.895.138,57; infraestrutura dos canteiros, no valor de
R$ 166.866,71; e instalações auxiliares, no valor de R$ 331.950,20. Dessa forma, mesmo em relação a
composição do próprio Consórcio verificam-se indícios da ocorrência de antecipação de pagamentos.
105. Assim, permanece válida a descrição do achado. Diante disso, cabe propor a realização da
audiência dos Srs. João Paulo Natari Barbosa e Rainer Rembrandt Pierre Branco, em razão de terem
atestado as medições n. 1 e n. 2 do Contrato 919/2016, contemplando a antecipação de pagamento de
parte do item "Instalação do canteiro de Obras".
III.5. Proposta contratada não apresenta orçamento acompanhado da composição de todos os
custos unitários de serviços.
III.5.1. Tipificação:
106. A ocorrência em apreço não se enquadra no conceito de IG-P da LDO 2017 (Lei
13.408/2016, art. 121, inciso IV ou IV), pois ainda não teve caracterizada sua materialidade, ainda que
potencialmente possa vir a ocasionar prejuízos ao erário. Diante disso, classificou-se este achado como
irregularidade grave com recomendação de continuidade (IG-C).
III.5.2. Situação encontrada:
107. Constatou-se que a proposta de preços apresenta pelo Consórcio vencedor da licitação
relativa ao Edital 0296/16-13 não apresenta orçamento acompanhado de todas as respectivas
composições de preços unitários, contrariando o disposto no item 14.4 do referido edital.
108. O item 14.4 do Edital 0296/16-13 estabelece que na proposta de preços apresentada pelas
licitantes deveria constar as planilhas de “Composição de Preço Unitário” - CPU, conforme modelo
constante de anexo desse edital (peça 26 p. 20).
109. Mais adiante no edital, nos itens 17.3, 17.4 e 17.5 está descrito que deveriam ser
desclassificadas as propostas que apresentassem, nas CPUs, valores de mão de obra inferiores aos pisos
salariais normativos da categoria correspondente ou erros ou discrepâncias, corrigidas pelo DNIT, não
22 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
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aceitas pela licitante (peça 26, p. 23-24).
110. Ocorre que as CPUs apresentadas pelo Consórcio Executor e encaminhadas à equipe de
auditoria pela SR-DNIT/PB (peça 29, p. 18-157 e peça 30), apresentam as seguintes inconsistências,
que, em princípio, contrariam regras estabelecidas no Edital 0296/16-13:
a) CPU incompleta e de serviços que não constam da planilha orçamentária da obra, tais
como “Desm. Dest. E limp. Áreas c/arv. Diam. Até 0,15m”, “Destocamento de árvores d=015 a 0,30
m,”Destocamento de árvores d/diâm. > 0,30m”;
b) CPUs incompletas, em comparação com o Sicro, por não trazer mão de obra exigida, a
exemplo do encarregado de turma, e ferramentas, tais como “Esc. Carga trasp. Mat. 1ª cat. DMT 50 m,
“Compactação de aterros a 95% proctor normal”, “Compactação de aterros a 100% proctor normal”,
“Compactação de material de bota-fora”;
c) CPUs incompletas, em comparação com o Sicro e/ou orçamento base, por não trazer a
mão de obra e os equipamentos, como constatado nos outros 39 serviços de escavação, carga e transporte
de material de 1ª categoria;
d) ausência de CPUs referentes à maioria dos serviços de drenagem e obras de arte correntes,
ou composição incompleta;
e) CPUs incompletas dos serviços de pavimentação, excluindo os serviços de fornecimento
e transporte de material betuminoso;
f) ausência de CPUs dos serviços de sinalização;
g) CPUs incompletas dos serviços de obras de arte especiais.
111. Saliente-se que a ausência das CPUs da empresa contratada pode prejudicar a efetivação de
ações ao longo da execução contratual, como por exemplo, a análise de possíveis pleitos de reequilíbrio
econômico-financeiro do contrato, tal como ensinam Campelo e Jardim:
A demonstração objetiva de todos os custos do empreendimento subsidia a Administração em
eventuais análises de exequibilidade da oferta. Também evita a ocorrência de duplicidades de
encargos dispostos no orçamento e serve de lastro probatório para o discernimento de futuros pleitos
de reequilíbrio econômico-financeiro. Trata-se, finalmente, da necessária motivação do preço
ofertado, supedâneo do julgamento e da avaliação da real vantagem do preço oferecido pelo
particular.
CAMPELO/Valmir e JARDIM/Rafael, Obras Públicas – Comentários à Jurisprudência do TCU,
ed. 2, Belo Horizonte/Editora Forum, 2013, p. 131-132
112. A ausência de CPUs se mostra ainda mais relevante no caso em exame, na medida em que
alguns preços ofertados pelo Consórcio vencedor da licitação apresentam significativas diferenças em
relação aos preços constantes no orçamento de referência da SR-DNIT/PB ou mesmo em relação aos
preços ofertados pelos demais licitantes. Como exemplo, citam-se os serviços listados na Tabela 3, a
seguir (vide peça 46):
Tabela 3 – Diferença de preços unitários
Serviço Preço unitário (R$) Preço unitário das outras 6 licitantes (R$)
Orçamento Copasa Menor Maior Média
Terra armada Greide
6,0<h<9,0
531,01 242,26 342,09 530,32 415,46
Terra armada Greide
0,0<h<6,0
440,54 206,62 303,97 439,33 351,65
Sarjeta retangular de concreto 341,62 142,98 254,02 332,60 284,45
Meio-fio de concreto MFC 01 75,72 39,32 57,01 71,21 64,69
Meio-fio de concreto MFC 05 36,59 18,74 31,12 34,70 33,37
Confecção e colocação cabo 12 19,99 8,54 14,05 19,99 16,37
23 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
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cordas de 12,7 mm – MAC
Fornecimento, corte, colocação
e injeção de bainha D=60mm
53,45 22,53 37,57 53,43 46,36
Fonte: Elaboração própria
113. Registre-se que as diferenças de preços apenas nos dois primeiros itens de serviços acima
elencados, que representam juntos 10,84% do orçamento original, foram decisivas para que a proposta
do Consórcio Construcap/Copasa, no valor de R$ 255.500.000,00, fosse vencedora do certame
licitatório.
III.5.3 Comentários do gestor (peça 51)
114. O gestor informa que os serviços “Desm. Dest. e limp. Áreas c/arv. Diam. Até 0,15m”,
“Destocamento de árvores d=015 a 0,30 m,” e “Destocamento de árvores d/diâm. > 0,30m” constam da
planilha orçamentária da obra (item III.5.2, item 91, alínea “a”).
115. Quanto à constatação de que serviços estariam com as CPUs incompletas, entende o gestor
que a formulação das composições de custos correspondentes é livre para cada licitante e depende da
forma de operação, experiência e padronização da empresa na execução dos serviços, atendo-se sempre
aos critérios de qualidade solicitados e cobrados pela administração, cabendo à comissão “verificar se
os preços unitários praticados tanto para a composição, quanto para seus insumos, fossem maiores ou
menores que os preços referenciais da Administração”.
116. O gestor também comenta que a composição dos outros 39 serviços de escavação, carga e
transporte de material de 1ª categoria, far-se-ia da junção das suas CPUs específicas, que não trazem a
mão de obra e os equipamentos, com a CPU auxiliar modelo, constante da proposta (peça XX, p. 227).
117. Finalmente, quanto à ausência de CPUs referentes à maioria dos serviços de drenagem e
obras de arte correntes, ou composição incompleta (item III.5.2, item 91, alínea “e”); e ausência de CPUs
dos serviços de sinalização (item III.5.2, item 91, alínea “c”), limitou-se o gestor a comentar que não
havia detectado tais ausências.
III.5.4. Conclusão do achado
118. Tem razão o gestor de que os serviços “Desm. Dest. e limp. Áreas c/arv. Diam. Até 0,15m”,
“Destocamento de árvores d=015 a 0,30 m,” e “Destocamento de árvores d/diâm. > 0,30m” fazem parte
da planilha orçamentária da obra, mas permanece a constatação de que as respectivas CPUS estão
incompletas.
119. Não cabe razão ao gestor ao afirmar que a formulação das composições de custos é livre
para cada licitante. Note-se que a demonstração clara e objetiva de todos os custos unitários da licitante
subsidia à Administração em eventuais análises quanto a exequibilidade da proposta apresentada. Assim
sendo, a apresentação de composições de preço unitário incompletas e/ou com erros gritantes pode
culminar até na desclassificação de licitantes, tal como previsto nos itens 17.3, 17.4 e 17.5 do Edital
0296/16-13.
120. Quanto ao comentário de que a composição dos outros 39 serviços de escavação, carga e
transporte de material de 1ª categoria (item III.5.2, item 91, alínea “c”), far-se-ia da junção das suas
CPUs específicas com a CPU auxiliar modelo, constante da proposta, ainda que possível, atenta contra
a transparência e a exigência do edital de que a proposta deve conter a CPU de todos os serviços, de
forma individualizada.
121. Quanto às composições dos serviços de drenagem e obras de arte correntes e de sinalização,
o gestor confirma a irregularidade apontada.
122. Do exposto, permanecem válidas, portanto, a descrição do achado e a proposta de
encaminhamento de ouvir em audiência os servidores do DNIT que classificaram e julgaram vencedora
24 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
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a proposta do Consórcio Construcap/Copasa, apesar de este licitante não ter apresentado a composição
de todos os seus preços unitários, e terem homologado o procedimento licitatório e adjudicado o seu
objeto.
123. Diante disso, cabe propor a realização da audiência dos senhores Normando Lima de
Oliveira Filho, José Antônio de Araújo Neto, Dácio Vales Lacerda e Marcos Antônio de Medeiros em
razão desses gestores, nas suas respectivas competências, terem classificado e julgado vencedora a
proposta do Consórcio Construcap/Copasa, apesar deste licitante não ter apresentado a composição de
todos os seus preços unitários, e terem homologado o procedimento licitatório e adjudicado o seu objeto.
III.6. Fragilidades nas ações efetivadas pela Administração na gestão ambiental da obra.
III.6.1. Tipificação:
124. As ocorrências em apreço não se enquadram no conceito de IG-P da LDO 2017 (Lei
13.408/2016, art. 121, inciso IV ou IV), pois ainda não são materialmente relevantes e não configuram
graves desvios relativamente aos princípios constitucionais a que está submetida a administração pública
federal, ainda que potencialmente possam vir a ocasionar prejuízos ao erário. Diante disso, classificou-
se este achado como irregularidade grave com recomendação de continuidade (IG-C).
III.6.2. Situação encontrada:
125. Verificaram-se indícios de irregularidade relacionados às questões ambientais atinentes à
obra de adequação da BR-230/PB, destacando-se os apontamentos listados a seguir, que estão em
desacordo com o disposto no art. 6º, inciso IX, e art. 12 da Lei 8.666/1993, e os arts. 3º e 8º da
Resolução/Conama 237/1997; com o art. 19, § 4º, da Portaria 289 do Ministério do Meio Ambiente; e
com o princípio da motivação dos atos administrativos:
a) Obra iniciada sem Licença de Instalação;
b) Ausência da Autorização para Supressão Vegetal – ASV;
c) Insuficiência na justificativa para a contratação de empresa para assessoramento
ambiental.
III.6.2.1 Obra iniciada sem Licença de Instalação.
126. Relativamente à questão ambiental, procurou-se verificar se a SR-DNIT/PB havia
providenciado as licenças necessárias à execução das obras de adequação de capacidade e segurança da
BR-230/PB. Nesse sentido, foram encaminhados ofícios de requisição ao órgão, oportunidade em que
foram solicitadas a Licença Prévia e a Licença de Instalação. O primeiro documento foi devidamente
disponibilizado. Já o segundo, em que pese a reiteração da requisição, não foi fornecido à equipe de
fiscalização do Tribunal.
127. Em verdade, em alguns documentos apresentados pela SR-DNIT/PB, a exemplo de
comunicação junto ao Ibama, há uma vaga referência à dita licença ambiental. Contudo, sua concessão
não foi comprovada formalmente, o que só se daria com a disponibilização do referido documento.
128. A ausência da Licença de Instalação, contrariando o disposto no art. 6º, inciso IX, e art. 12
da Lei 8.666/1993, e os arts. 3º e 8º da Resolução/Conama 237/1997 pode comprometer o andamento
das obras e até mesmo acarretar sua paralisação, em razão do aspecto legal, bem como em função de
possíveis pendências e exigências de natureza ambiental oriundas dos órgãos de fiscalização, a exemplo
do próprio Ibama e ICM-BIO, dentre outros.
III.6.2 Ausência da Autorização para Supressão Vegetal – ASV
129. No curso do exame da documentação encaminhada pelo DNIT, verificou-se a ausência da
Autorização para Supressão Vegetal (ASV), conforme se depreende da comunicação travada entre o
DNIT e o Ibama, mediante Ofício 02001.012967/2016-25, de 16/2/2017 (peça 44, p. 16-18), onde se lê
25 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Controle Externo no Estado da Paraíba
claramente a advertência do órgão ambiental no sentido da necessidade da ASV.
130. A Autorização para Supressão Vegetal (ASV) deve ser previamente concedida pelo Ibama
nos casos em que as obras a serem executadas implicarem na supressão de vegetação com rendimento
lenhoso e/ou intervenção em área de preservação permanente (APP). Tal exigência está prevista no art.
19, § 4º, da Portaria 289 do Ministério do Meio Ambiente.
131. No Relatório Final de Avaliação Ambiental (Volume 3A do projeto executivo), está
consignado (peça 15, p. 58):
Para adequação da rodovia será necessário a intervenção nas APPs e para o trecho em específico
existem três travessias de cursos d’água que constituem Áreas de Preservação Permanente – APP,
são as APPs dos rios Mandacaru, rio Jaguaribe na altura da Av. Beira Rio e o rio Jaguaribe, na sua
nascente próxima das Três Lagoas (quadro 01).
No levantamento florístico realizado nas áreas de preservação permanente atingidas pelas obras do
trecho urbano da rodovia BR-230 foram identificadas espécies de árvores e arvoretas, com a
expressiva ocorrência de espécies frutíferas.
132. A falta da referida autorização impede a execução de dispositivos de drenagem e de obras
de arte especiais localizadas nas APPs, conforme alertou o Ibama no citado ofício, o que pode acarretar
prejuízo ao andamento das obras contratadas.
133. Importante registrar que tal impropriedade também foi mencionada no relatório de
supervisão da empresa Maia Melo Engenharia, referente ao mês de abril/2017 (peça 36, p. 32 e 69), que
relata a falha verificada e, inclusive, insere a ocorrência em um rol de pontos por ela considerados como
“críticos” e que têm potencial para afetar o cumprimento do cronograma traçado para a execução das
obras.
III.6.3. Justificativa insuficiente para fundamentar o valor do orçamento de referência do Edital 185/17-
13.
134. A SR-DNIT/PB pretende contratar empresa especializada para a prestação de serviços de
apoio e assessoramento técnico para atendimento às demandas ambientais derivadas das obras de
melhoramento e adequação da BR-230/PB, conforme Edital 185/17-13 (peça 45), com previsão de
realização do certame para 7/6/2017.
135. Quanto à ocorrência em si, observa-se que, por meio de entendimentos mantidos com o
Ibama, mediante Ofício 599/2016 (peça 44, p. 1-2), a própria SR-DNIT/PB afirmou que as obras seriam
executadas na faixa de domínio da rodovia, “sem intervenção direta na área de conservação ambiental”.
136. Já no Relatório Final de Avaliação Ambiental (Volume 3A do Projeto Executivo), elaborado
pela empresa Contécnica, verifica-se informação de que as intervenções serão efetuadas em áreas já
bastante urbanizadas, sendo que a vegetação existente nas imediações da rodovia é representada “por
espécies de paisagismo que foram plantadas no canteiro central, entre outras de arborização que se
encontram nas áreas de passeio público”. Como exceção, o relatório aponta apenas a existência de
“fragmentos florestais” localizados às margens da rodovia (peça 15, p. 56).
137. Em outro ponto do mesmo documento (peça 15, p. 53 e 91), a empresa projetista deixa claro
que no entorno da BR-230/PB, no trecho em que serão executadas as obras em comento, predominam
“as construções civis ao invés das espécies nativas da fauna e da flora típicas da região”. Ou seja, fica
claro que a execução das obras não acarretará grandes intervenções ou impactos ambientais.
138. Por essa razão, questiona-se o valor constante do Termo de Referência do Pregão, orçado
em R$ 8.735.652,07 (jan/2017), como pagamento pelos serviços a serem prestados ao longo de 36 meses
de contrato. A justificativa constante do termo de referência resume-se à informação de que existiria um
“importante número de intervenções no meio ambiente” e que o órgão “não dispõe de quadro suficiente
de profissionais para execução direta, sendo usual a execução de forma indireta mediante contratação de
26 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Controle Externo no Estado da Paraíba
empresa especializada” (peça 45, p. 33-34).
139. Sobre o número de intervenções, constata-se, de plano, um desencontro de informações, já
que, no Projeto Executivo, fica claro que o impacto ambiental será reduzido, tendo em vista o nível de
urbanização e outros fatores já citados.
140. Cabe ainda ressaltar que as obras aqui tratadas foram enquadradas no Profas (Programa de
Rodovias Federais Ambientalmente Sustentáveis), o qual tem por finalidade regularizar e melhorar a
qualidade ambiental das rodovias brasileiras pavimentadas até 2013 e que não possuíam licenciamento
ambiental até então. Tal regularização é realizada por meio da assinatura de termo de compromisso com
o Ibama, por meio do qual o DNIT se compromete a adotar medidas que reduzam os impactos ambientais
das obras, utilizando os recursos naturais de forma sustentável.
141. A inclusão no referido programa federal isenta o DNIT da elaboração do EIA/RIMA, o que,
pelo menos em tese, reduz o volume de serviços a serem executados no âmbito ambiental.
142. Ainda nesse sentido, importa registrar que, quando da confecção do Projeto Executivo
(volume 3A), a empresa Contécnica realizou extenso levantamento sobre a fauna e a flora da região do
entorno da rodovia, solos, jazidas e outros temas ligados à questão ambiental. O trabalho desenvolvido,
de certo, também poderá servir de base a outros levantamentos e relatórios que porventura vierem a ser
exigidos ao longo da execução das obras.
143. Assim, considerando todo o trabalho já desenvolvido pela Contécnica e levando-se em conta
o que consta do Projeto Executivo sobre a temática ambiental, o futuro dispêndio do valor
R$ 8.735.652,07 para a contratação de empresa especializada na gestão ambiental não se encontra
suficientemente justificado.
III.6.3 Comentários do gestor (peça 51)
144. Relativamente a este item, o gestor informou que, quando do início do processo de
licenciamento ambiental, houve desencontro entre os órgãos que seriam responsáveis pela emissão das
licenças. Inicialmente, a Superintendências de Desenvolvimento do Meio Ambiente (Sudema) avocou
para si a competência e, posteriormente, o mesmo se deu com o Ibama. A resolução do referido conflito
acabou por atrasar todo o processo de licenciamento.
145. Prosseguindo, o gestor esclareceu que as obras aqui tratadas se encontram inseridas no
Programa de Rodovias Federais Ambientalmente Sustentáveis (Profas). Por essa razão, o licenciamento
ambiental teria trâmites diferenciados.
146. Sobre a ausência de Autorização para Supressão Vegetal, informou que a mesma já está
sendo providenciada junto ao Ibama.
147. Finalmente, no que tange à seleção de empresa especializada para a gestão das questões de
natureza ambiental, afirmou que a contratação foi concluída e que o valor da vencedora representou um
desconto de cera de 44,29% em relação ao orçado originalmente.
III.6.4. Conclusão do achado
148. Sobre a disputa acerca da competência para emissão de licenças de natureza ambiental, por
mais que assista razão ao gestor no que se refere ao atraso da concessão, permanece o questionamento
acerca do início das obras sem que todas as licenças se encontrassem devidamente emitidas.
149. Tal é o caso, por exemplo, da Autorização para Supressão Vegetal, a qual, segundo o próprio
gestor, ainda se encontra em discussão junto ao Ibama.
150. Conforme apontado no relatório de auditoria, o fato de as obras se enquadrarem no Profas,
não exime o DNIT de obter, previamente, todas as licenças e autorizações ambientais exigidas, não
apenas em razão da questão meramente legal, mas também visando evitar possíveis atrasos nas obras.
27 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Controle Externo no Estado da Paraíba
151. Quanto à contratação da empresa especializada, embora o desconto apontado seja de fato
significativo, não foram apresentados maiores esclarecimentos sobre sua real necessidade,
considerando-se a possibilidade aventada de que servidores do próprio quadro do DNIT executassem as
tarefas referentes à questão ambiental.
152. Assim, observa-se que os comentários apresentados não se mostraram suficientes para
afastar as ocorrências originalmente registradas no relatório de fiscalização confeccionado. Diante disso,
cabe propor a realização de oitiva da SR-DNIT/PB para que se manifeste sobre a irregularidade
apontada, sem prejuízo de, em um momento processual posterior, avaliar a pertinência da realização de
audiência dos responsáveis pelos indícios de irregularidade apontados neste achado.
III.7. Ausência de cláusula essencial no contrato de supervisão das obras
III.7.1. Tipificação:
153. A ocorrência em apreço não se enquadra no conceito de IG-P da LDO 2017
(Lei 13.408/2016, art. 121, inciso IV ou IV), pois ainda não é materialmente relevante e não configura
grave desvio relativamente aos princípios constitucionais a que está submetida a administração pública
federal, ainda que potencialmente possa vir a ocasionar prejuízos ao erário. Diante disso, classificou-se
este achado como irregularidade grave com recomendação de continuidade (IG-C).
III.7.2. Situação encontrada:
154. Verificou-se que no contrato SR/PB-152/2017-00, firmado entre o DNIT e a empresa Maia
Melo Engenharia Ltda., tendo como objeto os serviços de supervisão das obras de adequação da
BR-230/PB, não consta cláusula prevendo, explicitamente, a redução ou mesmo a suspensão de
pagamentos à contratada (Maia Melo) nos casos em que ocorra diminuição do ritmo ou paralisação total
das obras objeto da supervisão, o que constitui descumprimento do entendimento do Tribunal, conforme
acórdãos 1840/2009-TCU-Plenário, item 9.1, e 1906/2009-TCU-Plenário, item 9.5.2.
155. Embora seja uma consequência lógica e esperada em razão de uma eventual diminuição ou
mesmo paralisação total das obras, a redução ou supressão dos pagamentos à empresa supervisora é
medida que necessita estar prevista contratualmente, de modo a proporcionar o máximo de transparência
ao processo, bem como oferecer segurança jurídica à Administração contratante.
III.7.3 Comentários do gestor
156. O gestor informou que foi utilizado modelo padronizado e devidamente ratificado pela
Procuradoria Federal do DNIT, entretanto, que estaria em análise minuta de termo aditivo ao contrato
de supervisão em tela que incluirá cláusula sugerida por este Tribunal.
III.7.4. Conclusão do achado 157. Ainda que a irregularidade esteja, em tese, sendo sanada, esse fato não é suficiente para elidir
o achado. Diante do exposto, cabe propor a realização de oitiva da SR-DNIT/PB para que se manifeste
sobre a irregularidade apontada, sem prejuízo de, em um momento processual posterior, avaliar a
pertinência da realização de audiência dos respectivos responsáveis.
158. Registre-se que no momento da análise das oitivas será possível verificar a formalização do
termo aditivo que poderá corrigir a irregularidade apontada.
III.8. Orçamento do edital sem as composições dos custos unitários dos itens “Instalação do
Canteiro de Obras”, “Mobilização e Desmobilização” e “Manutenção do Canteiro de Obras”
III.8.1. Tipificação:
159. A ocorrência em apreço não se enquadra no conceito de IG-P da LDO 2017
(Lei 13.408/2016, art. 121, inciso IV ou IV), pois ainda não é materialmente relevante e não configura
grave desvio relativamente aos princípios constitucionais a que está submetida a administração pública
28 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Controle Externo no Estado da Paraíba
federal, ainda que potencialmente possa vir a ocasionar prejuízos ao erário. Diante disso, classificou-se
este achado como irregularidade grave com recomendação de continuidade (IG-C).
III.8.2. Situação encontrada:
160. Apurou-se que o orçamento da Administração referente ao Edital 0296/2016 não traz as
respectivas composições de preços unitários para os serviços “Instalação do Canteiro de Obras”,
“Mobilização e Desmobilização” e “Manutenção do Canteiro de Obras”, contrariando o disposto no art.
7º, § 2º, inciso II, da Lei 8.666/1993 e a jurisprudência do TCU.
161. O orçamento constante o projeto executivo utilizado como base da licitação, elaborado pela
empresa Contécnica, constante do “Volume 4 – Orçamento e Plano de Execução da Obra”, traz em seu
escopo planilha de quantitativos e preços unitários, acompanhada das composições detalhadas de todos
os custos unitários. Nessa planilha, os serviços “Instalação do Canteiro de Obras”, “Mobilização e
Desmobilização”, “Iluminação” e “Remanejamento de Poste de Energia Elétrica”, tinham como unidade
“vb”, e “Manutenção do Canteiro de Obras” tinha como unidade “Mês” (peça 20, p. 91 e peça 22, p. 5-
9), constando memória de cálculo apenas para os itens “Instalação do Canteiro de Obras” (peça 20, p.
117-119, 121-123), “Manutenção do Canteiro de Obras (peça 20, p. 120) e “Mobilização e
Desmobilização” (peça 20, p. 124-126).
162. Posteriormente, no edital final da licitação para contratação de execução das obras, de
outubro de 2016 (peça 26, p. 143), foram retirados do orçamento e do objeto a ser contratado os serviços
“Iluminação” e “Remanejamento de Poste de Energia Elétrica”, permanecendo, portanto, os outros três
itens de serviço: “Instalação do Canteiro de Obras” e “Mobilização e Desmobilização” tendo como
unidade “vb” e “Manutenção do Canteiro de Obras” tendo como unidade “Mês”. Contudo, para esses
três itens de serviços não constam as respectivas memórias de cálculo, ainda que o item 3 do edital
estabeleça que na execução dos serviços deveriam ser observadas as especificações dos projetos (peça
26, p. 3).
163. A presença de itens de serviços não detalhados, descritos como “verba”, fere diretamente o
disposto no art. 7º, § 2º, inciso II, da Lei 8.666/1993.
164. Com efeito, a inclusão de itens de serviços de natureza provisional, cujos preços unitários
não sejam estabelecidos a partir de uma composição que expresse efetivamente todos os seus custos,
traz o risco de pagamento de despesas estranhas ao objeto avençado. Não há justificativa para sua
aceitação nas planilhas, uma vez que não está associada a uma contraprestação específica e mensurável
por parte do contratado.
165. A jurisprudência do TCU é de que, nos orçamentos de referência das licitações, é vedada a
inclusão de serviços mensurados por meio de verbas, devendo, ao contrário, haver indicação detalhada
das atividades envolvidas e o quantitativo real necessário para a execução nas respectivas composições
de custo unitário, com vistas a permitir que os valores de todos os itens orçados sejam passíveis de
análise e verificação de sua adequabilidade (Acórdãos 38/2011-TCU-Plenário, 173/2011-TCU-Plenário,
521/2011- TCU-Plenário, 718/2011-TCU-Plenário, 1.009/2011-TCU-Plenário, 6.439/2011-TCU-1ª
Câmara, 80/2010-TCU-Plenário, 1.119/2010-TCU-Plenário, 1.655/2010-TCU-Plenário, 2.292/2010-
TCUPlenário, 2.032/2009-TCU-Plenário, 1.409/2008-TCU-Plenário, 2.450/2007-TCU-Plenário e
865/2006- TCU-Plenário).
166. Nesse sentido, também dispõe a Súmula TCU 258/2010:
“As composições de custos unitários e o detalhamento de encargos sociais e do BDI integram o
orçamento que compõe o projeto básico da obra ou serviço de engenharia, devem constar dos anexos
do edital de licitação e das propostas das licitantes e não podem ser indicados mediante uso da
expressão “verba” ou de unidades genéricas”.
Desta forma, a descrição não detalhada de serviços nas planilhas de custos das licitações,
genericamente denominados “verbas”, é irregular, por afrontar as disposições legais vigentes e a
29 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
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jurisprudência desta Corte.
167. Portanto, ainda que haja memórias de cálculo no orçamento do projeto executivo, referente
aos itens “Instalação do Canteiro de Obras”, “Mobilização e Desmobilização” e “Manutenção do
Canteiro de Obras”, as suas composições de custos não foram registradas no orçamento anexo ao edital,
que traz a unidade “vb” para os dois primeiros serviços e “Mês” para o último, e, por consequência essas
composições também não foram apresentadas nas propostas das licitantes.
III.8.3. Comentários do gestor (peça 51)
168. Em resumo, o Gestor registra que as licitantes, conforme cláusulas do edital, aceitaram, para
participarem da licitação, todos os termos, cláusulas e condições ali expressas e de seus anexos, e que,
ainda que o orçamento constante do edital não conste a composição dos serviços referenciados, elas
estariam detalhadas no “Volume 4 – Orçamento e Plano de Execução da Obra” do projeto executivo,
que era parte integrante do edital. Acrescentou, ainda, que a utilização de “verba” para estes itens de
serviços, ao invés de “unidade”, foi um equívoco por parte do DNIT.
III.8.4. Conclusão do achado
169. A questão que se impõe é que ainda que haja memórias de cálculo no orçamento do projeto
executivo, referente aos itens “Instalação do Canteiro de Obras”, “Mobilização e Desmobilização” e
“Manutenção do Canteiro de Obras”, as suas composições de custos não foram registradas no orçamento
anexo ao edital, que traz a unidade “vb” para os dois primeiros serviços e “Mês” para o último, e, por
consequência, essas composições também não foram apresentadas nas propostas das licitantes,
impedindo que os valores destes itens orçados fossem passíveis de análise e verificação de sua
adequabilidade.
170. Diante do exposto, cabe propor a realização de oitiva da SR-DNIT/PB para que se manifeste
sobre a irregularidade apontada, sem prejuízo de, em um momento processual posterior, avaliar a
pertinência da realização de audiência dos responsáveis pelos indícios de irregularidade apontados neste
achado.
III.9. Restrição à competitividade da licitação decorrente de critérios inadequados de habilitação.
III.9.1. Tipificação:
171. A ocorrência em apreço não se enquadra no conceito de IG-P da LDO 2017
(Lei 13.408/2016, art. 121, inciso IV ou IV), pois ainda não é materialmente relevante e não configura
grave desvio relativamente aos princípios constitucionais a que está submetida a administração pública
federal, ainda que potencialmente possa vir a ocasionar prejuízos ao erário. Diante disso, classificou-se
este achado como irregularidade grave com recomendação de continuidade (IG-C).
III.9.2. Situação encontrada
172. Verificaram-se indícios de restrição à competitividade no âmbito do certamente licitatório
relativo ao Edital 0296/16-13 em razão de ter ocorrido vedação de somatório de atestados para
comprovar cada item relativo à qualificação técnica operacional, inclusive para licitantes consorciados,
em afronta ao disposto no art. 33, inciso III, da Lei 8.666/1993.
173. Segundo o edital, item 13.4 – Qualificação Técnica, alínea “c”, as licitantes, para fins de
qualificação técnica, deveriam apresentar:
“(...)
2) Comprovação da licitante ter executado, a qualquer tempo, obras rodoviárias de complexidade
equivalente ou superior à do objeto desta licitação, contendo os seguintes quantitativos:
CAPACIDADE OPERACIONAL
LOTE Serviço(s) Requeridos Unidade Quantidade Exigida
30 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
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ÚNICO
Base de brita graduada c/2%
cimento BGTC (P-01) m³ 62.890,10
Escavação, Carga e Transporte de
Material de 1ª Categoria m³ 619.321,26
Fornecimento, preparo e
colocação formas aço CA 50 kg 1.121.811,62
2.1) Não será admitido o somatório de atestados para comprovar cada item. Os atestados poderão ser
apresentados da seguinte maneira:
i) Um atestado para cada item exigido, ou;
ii) Atestado que contenha um ou mais itens exigidos.
(...)
c.4) Nos atestados de obras/serviços/projetos executados em consórcio serão considerados, para
comprovação dos quantitativos constantes da alínea “c”, os serviços executados pela licitante que
estejam discriminados separadamente no atestado técnico, para cada participante do consórcio.
Se as quantidades de serviços não estiverem discriminadas no corpo da certidão/atestado, serão
considerados os quantitativos comprovados pelos atestados na proporção da participação da
licitante na composição inicial do consórcio.
Para fins de comprovação do percentual de participação do consorciado, deverá ser juntada à
certidão/atestado, cópia do instrumento de constituição do consórcio.
(...)”
174. A soma dos atestados para fins de qualificação quanto à capacidade operacional, exigida no
item 13.4 do edital, foi objeto de solicitações de esclarecimentos pelas empresas interessadas,
respondidas mediante os Cadernos de Respostas 4º, 5º e 6º; e de duas impugnações, indeferidas pelo SR-
DNIT/PB, que estabeleceu os seguintes entendimentos, em resumo:
a) sendo empresa não organizada em consórcio, não se admite o somatório dos atestados,
em consonância com a Instrução Normativa 4/2009/DNIT (Resposta 8 do 4º Caderno de Perguntas e
Respostas; e Decisão de Impugnação ao Edital interposta pela empresa OAS Engenharia e Construções
S. A.) (peça 27, p. 6 e 72-74);
b) sendo empresas que concorram em consórcio, deve ser apresentado somente um atestado
por item de serviço, com quantidade proporcional à participação da empresa no consórcio, não sendo
possível o somatório de atestados (Resposta 4 do 5º Caderno de Perguntas e Respostas; Resposta 1 do
6º Caderno de Respostas; Resposta 1 do 7º Caderno de Perguntas e Respostas; Decisões de Impugnações
ao Edital interpostas pelas empresas OAS Engenharia e Construções S. A. e pela TORC Terraplenagem
Obras Rodoviárias e Construções Ltda.) (peça 27, p. 24-25, 28-29, 72-80).
175. No que concerne à participação de consórcios de empresas, a jurisprudência deste Tribunal
estabelece que o reconhecimento dos atestados relativos a consórcio deve adstringir ao percentual de
participação financeira e à parcela de serviços executada atribuíveis única e exclusivamente à empresa
dele integrante, conforme excerto do sumário e do voto condutor do Acórdão 2.299/2007-TCU-Plenário
(Rel. Augusto Nardes). Portanto, está correto o entendimento da SR-DNIT/PB de se considerar, para
fins de qualificação técnica, a quantidade proporcional à participação da empresa no consórcio.
176. O que não procede é o entendimento de que o somatório de atestados apresentados pelas
empresas consorciadas só seria possível sob a ótica do parcelamento material do objeto, ou seja, se o
consórcio é formado pelas empresas A e B, admite-se que a empresa A apresente atestado técnico de
determinados serviços e a empresa B de outros serviços, mas não que os atestados técnicos de ambas se
somem para o mesmo serviço.
177. Esta vedação ao somatório de atestados apresentados pelas empresas consorciadas para o
31 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
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mesmo serviço afrontou o disposto no art. 33, inciso III, da Lei 8.666/1993, e caracterizou uma restrição
à competitividade do certame.
178. Sobre o tema, o item 9.1.2 do Acórdão 3170/2016-TCU-Plenário determinou ao DNIT:
9.1.2. promova, no prazo de 60 (sessenta) dias, a adequação dos normativos: Portaria/DG n.
108/2008, IS/DG n. 04/2008 e IS/DG n. 10/2009 à luz dos arts. 33, inciso III, da Lei 8.666/1993; e
51, inciso III, do Decreto 7.581/2011 e Acórdão 2.150/2008-TCU-Plenário, a fim de evitar restrição
indevida à competitividade das licitações, em obediência ao art. 1º, § 1º, da Lei 12.462/2011 c/c o
art. 3º da Lei 8.666/1993;
178.1. Naquela assentada, assim dispôs o Relatório que fundamentou o Acórdão, da lavra do
Excelentíssimo Ministro Relator José Múcio Monteiro:
(...)
63. A vedação de somatório de atestados ora em discussão diz respeito àqueles relacionados à
capacidade técnico-operacional, que pode ser definida como sendo a capacidade que a licitante -
pessoa jurídica - tem de reunir mão de obra, equipamentos e materiais, devidamente coordenados,
para a perfeita execução do objeto, na quantidade, qualidade e prazos exigidos.
64. Deve-se ressaltar que esta Corte de Contas já se manifestou sobre o tema, conforme pode ser
verificado no excerto do Acórdão 2150/2008-Plenário:
‘9.7.4. somente limite a soma de atestados entre consorciadas para a comprovação de capacidade
técnico-operacional nos casos em que, incontestavelmente, para cada item da exigência, duas ou
mais empresas reunidas, seja em face da possibilidade de redução dos prazos do serviço, seja em
razão da melhor capacidade de reunião de equipamentos e mão de obra, não aumentem a
capacidade operacional da licitante; (...) ’.
65. Em se tratando de consórcio, pode-se afirmar que duas empresas juntas teriam mais potencial de
reunir recursos, experiências, equipamentos e insumos do que separadamente. Ao se unirem, seu
potencial técnico-operacional seria, portanto, incrementado. Essa seria uma das principais vantagens
da formação de consórcios. Não por outro motivo o art. 33, inciso III, da Lei 8.666/1993 e o art. 51,
inciso III, do Decreto 7.581/2011 (que regula o RDC) admitiram, expressamente, a possibilidade do
somatório dos quantitativos de cada consorciado para efeito de qualificação técnica, conforme
transcrição abaixo:
‘Art. 33. Quando permitida na licitação a participação de empresas em consórcio, observar-se-ão as
seguintes normas:
(...)
III - apresentação dos documentos exigidos nos arts. 28 a 31 desta Lei por parte de cada consorciado,
admitindo-se, para efeito de qualificação técnica, o somatório dos quantitativos de cada consorciado,
e, para efeito de qualificação econômico-financeira, o somatório dos valores de cada consorciado, na
proporção de sua respectiva participação, podendo a Administração estabelecer, para
o consórcio, um acréscimo de até 30% (trinta por cento) dos valores exigidos para licitante
individual, inexigível este acréscimo para os consórcios compostos, em sua totalidade, por micro e
pequenas empresas assim definidas em lei;
66. Desse modo, propõe-se determinar ao Dnit que readéque os normativos: portaria/DG n. 108/2008,
IS/DG n. 04/2008 e IS/DG n. 10/2009 à luz dos art. 33, inciso III, da Lei 8.666/1993; art. 51, inciso
III, do Decreto 7.581/2011 e Acórdão 2150/2008-TCU-Plenário, a fim de evitar restrição indevida à
competitividade das licitações.
179. Por fim, registre-se que a empresa OAS, que questionou a vedação de soma dos atestados
técnicos em sede de impugnação ao edital, participou da licitação concorrendo com seis consórcios,
tendo todos os participantes sido habilitados, o que minimizou possíveis efeitos da ocorrência ora
relatada na competitividade do certame.
III.9.3 Comentários do gestor (peça 51)
180. Em seus comentários, o Gestor informa que foi empregado modelo padronizado de
32 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Controle Externo no Estado da Paraíba
instrumento convocatório para licitação do tipo concorrência, ressaltando que o Edital 0296/16-13 foi
lançado em 17/10/2016, antes, portanto, do Acórdão 3170/2016-TCU-Plenário, que fundamentou o
achado, ao determinar adequações nos normativos internos do DNIT com o intuito de evitar restrições
indevidas à competitividade em certames licitatórios com a participação de consórcios.
III.9.4. Conclusão do achado
181. De fato, o Acórdão referido pelo Gestor é posterior ao edital, entretanto, o Acórdão
2.150/2008-TCU-Plenário manifestou-se no mesmo sentido sobre o tema.
182. Diante do exposto, cabe propor a realização de oitiva da SR-DNIT/PB para que se manifeste
sobre a irregularidade apontada, sem prejuízo de, em um momento processual posterior, avaliar a
pertinência da realização de audiência dos responsáveis pelos indícios de irregularidade apontados neste
achado.
IV. Conclusão
183. Trata-se de auditoria realizada na Superintendência Regional do DNIT no Estado da Paraíba
– SR-DNIT/PB, tendo como objeto as obras de adequação de capacidade e segurança da BR-230/PB,
km 0,0 - km 28,1, extensão de 26,60, executadas sob o abrigo do Contrato SR-PB-919/2016, firmado
entre o DNIT e o Consórcio Construcap-Copasa.
184. Este trabalho foi realizado pela Secex/PB e contou com a supervisão da
SeinfraRodoviaAviação.
185. As principais constatações desta auditoria foram as seguintes:
a) Achado III.1 - Projeto executivo deficiente;
b) Achado III.2 - Ausência de efetividade das ações promovidas pela Administração para
solucionar questões relativas a desapropriações e remoções de interferências;
c) Achado III.3 - Celebração de contrato com consórcio liderado por empresa estrangeira;
d) Achado III.4 - Pagamento antecipado referente ao serviço "Instalação do Canteiro de
Obras";
e) Achado III.5 - Proposta contratada não apresenta orçamento acompanhado da composição
de todos os custos unitários de serviços;
f) Achado III.6 - Fragilidades nas ações efetivadas pela Administração na gestão ambiental
da obra;
g) Achado III.7 - Ausência de cláusula essencial no contrato de supervisão das obras;
h) Achado III.8 - Orçamento do edital sem as composições dos custos unitários dos itens
“Instalação do Canteiro de Obras”, “Mobilização e Desmobilização” e “Manutenção do Canteiro de
Obras;
i) Achado III.9 - Restrição à competitividade da licitação decorrente de critérios inadequados
de habilitação.
186. A partir dos resultados do trabalho, pode-se também responder as questões de auditoria
formuladas, quais sejam:
Questão 1: A previsão orçamentária para a execução da obra é adequada e suficiente?
Questão 2: As obras de adequação da capacidade e segurança da BR-230 exige licença
ambiental e foram realizadas todas as etapas para esse licenciamento?
Questão 3: Há projeto executivo adequado para a licitação/execução da obra?
Questão 4: O procedimento licitatório para contratação da execução da obra foi regular?
Questão 5: A formalização do contrato com o Consórcio vencedor atendeu aos preceitos
legais e sua execução foi adequada?
33 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Controle Externo no Estado da Paraíba
Questão 6: O orçamento da obra de readequação da BR-230 encontra-se devidamente
detalhado (planilha de quantitativos e preços unitários) e acompanhado das composições de todos os
custos unitários de seus serviços?
Questão 7: Os preços dos serviços definidos no orçamento da obra são compatíveis com os
do Sicro e com os valores de mercado?
Questão 8: Os procedimentos para aquisição de titularidade de terrenos de terceiros são
regulares?
187. Sobre a questão 1, não se constatou achado de auditoria, verificando-se que, antes da
realização da licitação para execução das obras, havia previsão orçamentária na LOA 2016 (Lei
13.255/2016), do valor de R$ 150.000.000,00 (Anexo I da LDO 2016, p. 78), suficiente para arcar com
a execução financeira dos serviços a serem realizados no exercício de 2016.
188. No que se refere à questão 2, constataram-se fragilidades nas ações efetivadas pela
Administração na gestão ambiental da obra, reveladas pelas ausências de licença de instalação e de
autorização para supressão vegetal, bem como pela insuficiência na justificativa para contratação de
empresa para assessoramento ambiental (Achado III.6).
189. Com relação à questão 3, verificou-se a elaboração de projeto executivo deficiente com
relação às obras de artes especiais e à localização das caixas de empréstimo e jazidas de solos, bem ainda
ante a ausência de projeto de iluminação (Achado III.1).
190. Acerca da questão 4, constatou-se restrição à competitividade da licitação decorrente de
critérios inadequados de habilitação (Achado III.9).
191. No que se refere à questão 5, constaram-se a ausência de cláusula essencial no contrato de
supervisão (Achado III.7), a celebração de contrato com consórcio liderado por empresa estrangeira
(Achado III.3), o pagamento antecipado referente ao serviço "Instalação do Canteiro de Obras" (Achado
III.4) e a ausência de efetividade das ações promovidas pela Administração para solucionar questões
relativas a desapropriações e remoções de interferências (item III.2).
192. Quanto à questão 6, verificou-se que orçamento do edital não trouxe as composições dos
custos unitários dos itens “Instalação do Canteiro de Obras”, “Mobilização e Desmobilização” e
“Manutenção do Canteiro de Obras (Achado III.8); e que a proposta contratada não apresentou
orçamento acompanhado da composição de todos os custos unitários de serviços (Achado III.5).
193. Com referência à questão 7, não foi constatado achado de auditoria.
194. Sobre a questão 8, constatou-se a ausência de efetividade das ações promovidas pela
Administração para solucionar questões relativas a desapropriações (Achado III.2).
195. A Tabela IV a seguir resume a avaliação acerca das questões de auditoria:
Tabela 4 – Relação Questões de auditoria X Achados
Questões de
auditoria Achados
Questão 1 -
Questão 2 Achado III.6
Questão 3 Achado III.1
Questão 4 Achado III.9
Questão 5 Achados III.2, III.3, III.4 e
III.7
Questão 6 III.5 e III.8
Questão 7 -
Questão 8 III.2
34 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Controle Externo no Estado da Paraíba
Fonte: Elaboração própria.
196. As propostas de encaminhamento deste trabalho contemplam a realização de oitiva dos entes
auditados, para os Achados III.1 e III.2, III.6 a III.9, sem prejuízo de, em um momento processual
posterior, avaliar a pertinência da realização de audiências dos responsáveis pelos indícios de
irregularidade apontados nestes achados. Para os Achados III.3 a III.5, propõe-se a realização de
audiências dos responsáveis pelos os atos que culminaram na materialização das irregularidades.
197. O volume de recursos fiscalizados alcançou o montante de R$ 276.159.962,98, que se refere
ao somatório nominal do valor pago à empresa que elaborou o projeto executivo (R$ 2.372.366,24,
jan/2009), e dos valores dos contratos celebrados para execução das obras (R$ 255.500.000,00,
nov/2015), para supervisão da execução das obras (R$ 8.437.000,00, out/2016) e para apoio à
desapropriação dos imóveis (R$ 1.114.944,67, fev/2016), e do orçamento previsto para contratação de
apoio técnico às demandas ambientais (R$ 8.735.652,07, jan/2017).
198. Entre os benefícios estimados desta fiscalização podem-se mencionar a correção de
irregularidades ou impropriedades, decorrentes de futuras determinações e recomendações.
V. Proposta de encaminhamento
199. Ante todo o exposto, submetem-se os autos à consideração superior, propondo:
199.1. Com fundamento no art. 250, inciso V, do Regimento Interno do Tribunal de Contas da
União, que seja autorizada a realização das seguintes oitivas:
a) do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes - DNIT, na pessoa do seu
superintendente regional no estado da Paraíba; da empresa projetista Contécnica Consultoria Técnica
Ltda.; do Consórcio Construcap Copasa; da empresa supervisora Maia e Melo Engenharia Ltda.; para
que se manifestem no prazo de quinze dias, sobre os seguintes indícios de irregularidade:
a.1) aprovação de projeto executivo das obras de adequação da BR-230/PB – km 0,0 - km
28,1, apresentando as seguintes deficiências (Achado III.1 deste Relatório), em desacordo
com o disposto na na Lei 8.666/1993, art. 6º, inciso X; art. 7º, § 1º; art. 7º, caput; art. 12; art.
40, § 2º, inciso I; art. 40, caput:
a.1.1.) projeto de obras de arte especiais – OAEs com divergências quanto ao número e
inclinação das estacas a serem executadas; ausência de memórias de cálculos das fundações
de três viadutos; número de sondagens inferior ao número de apoios; e ausência de
detalhamento das estacas raiz, em especial no que diz respeito à profundidade dessas peças;
a.1.2) estudos geotécnicos sem contemplar a pesquisa de caixas de empréstimo e jazidas de
solos aproveitáveis, disponíveis na região onde as obras serão executadas;
a.1.3) ausência do componente projeto de iluminação;
b) do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes - DNIT, na pessoa do seu
superintendente regional no estado da Paraíba; do Consórcio Construcap Copasa; da empresa
supervisora Maia e Melo Engenharia Ltda.; para que se manifestem no prazo de quinze dias, sobre
aausência de efetividade das ações promovidas pela Administração para solucionar questões relativas a
desapropriações e a remoções de interferências nas obras de adequação da BR-230/PB – km 0,0 - km
28,1, em desacordo com o disposto nas Diretrizes básicas para desapropriação – IPR-746/2011, p. 30 e
no Manual de procedimentos para permissão especial de uso das faixas de domínio de rodovias federais
e outros bens públicos sob jurisdição do DNIT – 2008, p. 15-16 e 41 (Achado III.2 deste Relatório);
c) do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes - DNIT, na pessoa do seu
superintendente regional no estado da Paraíba, para que se manifeste no prazo de quinze dias, sobre os
seguintes indícios de irregularidade:
35 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Controle Externo no Estado da Paraíba
c.1) fragilidades nas ações efetivadas pela Administração na gestão ambiental das obras de
adequação da BR-230/PB – km 0,0 - km 28,1 – (Achado III.6 deste Relatório), em desacordo
com o disposto no art. 6º, inciso IX, e art. 12 da Lei 8.666/1993, e os arts. 3º e 8º da
Resolução/Conama 237/1997, especialmente quanto a:
c.1.1) autorização para início das obras sem Licença de Instalação;
c.1.2) ausência da Autorização para Supressão Vegetal – ASV; e
c.1.3) insuficiência na justificativa para a contratação de empresa para assessoramento
ambiental;
c.2) orçamento da Administração referente ao Edital 0296/2016 desacompanhado das
composições de preço unitários para os serviços “Instalação do Canteiro de Obras”,
“Mobilização e Desmobilização” e “Manutenção do Canteiro de Obras”, contrariando o
disposto no art. 7º, § 2º, inciso II, da Lei 8.666/1993 e a jurisprudência do TCU (Achado
III.8 deste relatório);
c.3) indícios de restrição à competitividade no âmbito do certamente licitatório relativo ao
Edital 0296/16-13 em razão de ter ocorrido vedação, para licitantes consorciados, de
somatório de atestados para comprovar cada item na qualificação técnica operacional, em
afronta ao disposto no art. 33, inciso III, da Lei 8.666/1993 (Achado III.9 deste relatório);
d) do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes - DNIT, na pessoa do seu
superintendente regional no estado da Paraíba e da empresa supervisora Maia e Melo Engenharia Ltda.,
para que se manifestem no prazo de quinze dias, sobre o seguinte indício de irregularidade:
d.1) Contrato SR/PB-152/2017-00, firmado entre o DNIT e a empresa Maia Melo
Engenharia Ltda., sem constar cláusula prevendo, explicitamente, a redução ou mesmo a
suspensão de pagamentos à contratada nos casos em que ocorra diminuição do ritmo ou
paralisação total das obras objeto da supervisão, o que constitui descumprimento do
entendimento do Tribunal, conforme acórdãos 1840/2009-TCU-Plenário, item 9.1, e
1906/2009-TCU-Plenário, item 9.5.2 (Achado III.7 deste Relatório);
199.2. Com fundamento no art. 250, inciso IV, do Regimento Interno do Tribunal de Contas da
União, que seja autorizada a realização das seguintes audiências:
a) do Sr. Luiz Clark Soares Maia, CPF: 040.065.774-00, na condição de Superintendente
Regional do DNIT/PB, à época, em razão de ter celebrado o Contrato 919/2016 com o
Consórcio Construcap-Copasa (Achado III.3), apesar de:
a.1) ter como líder do consórcio, no momento da formalização do termo, a empresa
espanhola Sociedade Anonima de Obras Y Servicios Copasa do Brasil (CNPJ
18.193.729/001-97), contrariando o disposto no § 1º do art. 33 da Lei 8.666/1993;
a.2) haver registros no sistema do Tribunal Superior do Trabalho – TST que geraram a
emissão de certidão positiva de débitos trabalhistas com efeito de negativa, em relação à
empresa Construcap, não sendo observado que os documentos exigidos no instrumento
convocatório deveriam ser apresentados em relação a cada consorciado, conforme inciso III
do art. 33 da Lei 8.666/1993 e item 8.11.9 do edital, e que a contratada deveria manter a
regularidade fiscal e trabalhista durante toda a execução do contrato, conforme inciso XIII
do art. 55 da Lei 8.666/1993 e item 26.2 do edital;
b) do Sr. João Paulo Natari Barbosa, CPF: 721.870.691-68, Superintendente Regional do
DNIT/PB, à época, e do Sr. Rainer Rembrandt Pierre Branco, CPF: 453.347.574-49, fiscal
36 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Controle Externo no Estado da Paraíba
das obras, em razão de terem atestado as medições n.1 e n. 2 do Contrato 919/2016,
contemplando a antecipação de pagamento de parte do item "Instalação do canteiro de
Obras", em desacordo com o disposto no inciso III, § 2º, art. 63, da Lei 4320/1964
(Achado III.4 deste Relatório);
c) do Sr. Normando Lima de Oliveira Filho – CPF: 806.592.334-87, Superintendente
Regional do DNIT/PB, à época, em razão de ter homologado o procedimento licitatório
reativo ao e adjudicado o seu objeto ao Consórcio Construcap/Copasa, apesar deste licitante
não ter apresentado a composição de todos os seus preços unitários, conforme exigência
contida no item 14.3 do Edital 0296/16-13 (Achado III.5 deste Relatório);
d) do Sr. José Antônio de Araújo Neto – CPF: 045.635.694-02, membro da comissão
permanente de licitação - Edital 0296/16-13, à época, em razão de ter classificado e julgado
vencedora a proposta do Consórcio Construcap/Copasa, apesar deste licitante não ter
apresentado a composição de todos os seus preços unitários, conforme exigência contida no
item 14.3 do edital (Achado III.5 deste Relatório);
e) do Sr. Dácio Vales Lacerda – CPF: 690.020.534-87, presidente da comissão permanente
de licitação - Edital 0296/16-13, à época, em razão de ter classificado e julgado vencedora a
proposta do Consórcio Construcap/Copasa, apesar deste licitante não ter apresentado a
composição de todos os seus preços unitários, conforme exigência contida no item 14.3 do
edital (Achado III.5 deste Relatório);
f) do Sr. Marcos Antônio de Medeiros – CPF: 132.136.794-53, membro da comissão
permanente de licitação - Edital 0296/16-13, à época, em razão de ter classificado e julgado
vencedora a proposta do Consórcio Construcap/Copasa, apesar deste licitante não ter
apresentado a composição de todos os seus preços unitários, conforme exigência contida no
item 14.3 do edital (Achado III.5 deste Relatório).
Secex-PB, 30 de setembro de 2017.
37 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Controle Externo no Estado da Paraíba
APÊNDICE A - Matriz de Achados
DESCRIÇÃO DO
ACHADO SITUAÇÃO
ENCONTRADA OBJETOS CRITÉRIO EVIDÊNCIA CAUSA EFEITO ENCAMINHAMENTO
IGC - Projeto
executivo deficiente. Verificaram-se indícios de
que o projeto executivo das
obras de adequação da BR-
230/PB – km 0,0 - km 28,1,
já aprovado, apresenta
deficiências nos seguintes
componentes:
a)Projeto de Obras de Arte
Especiais – OAEs;
b)Estudos Geotécnicos; e
c)Projeto de Iluminação.
Contrato - Obras
de adequação da
Rodovia BR-
230/PB
Instrução
Normativa
1/2007, MT,
art. 4º
Lei
8666/1993,
art. 6º, inciso
X; art. 7º, §
1º; art. 7º,
caput ; art.
12; art. 40, §
2º, inciso I;
art. 40, caput
Norma
Técnica -
DNIT - IS-
206 –
Estudos
Geotécnicos
das Diretrizes
Básicas para
Elaboração
de Estudos e
Projetos
Rodoviários
– IPR-
717/2005.
Norma
Técnica -
Instituto
Brasileiro de
Peça 40 -
Pareceres
técnicos -
Projeto
Executivo -
parte 1, folhas
21/30
Peça 41 -
Pareceres
técnicos -
Projeto
Executivo -
parte 2, folhas
1/23
Peça 34 -
Relatório de
Supervisão -
março/2017 -
parte 1, folhas
90/133
Peça 35 -
Relatório de
Supervisão -
março/2017 -
parte 2, folhas
2/10
Peça 36 -
Relatório de
Supervisão -
abril/2017 -
parte 1, folhas
Deficiência de
controles
internos. Não
observância dos
pareceres
técnicos que
apontavam a
deficiência do
projeto
executivo das
obras de artes
especiais.
Necessidade de
complementar o
projeto executivo
para definir a
fundação das
obras de artes
especiais, as
jazidas e projeto
de iluminação, o
que pode ensejar
elevação de
preços e
formalização de
aditivos, bem
como ocasionar
atrasos na
execução do
empreendimento.
Oitiva
38 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Controle Externo no Estado da Paraíba
DESCRIÇÃO DO
ACHADO SITUAÇÃO
ENCONTRADA OBJETOS CRITÉRIO EVIDÊNCIA CAUSA EFEITO ENCAMINHAMENTO
Auditoria de
Obras
Públicas -
Orientação
Técnica OT-
IBR
001/2006 -
Projeto
Básico -
Tabela 6.2 -
Obras
rodoviárias
3/153
Peça 37 -
Relatório de
Supervisão -
abril/2017 -
parte 2, folhas
1/82
Peça 38 -
Relatório de
Supervisão -
abril/2017 -
parte 3, folhas
1/11
Peça 12 -
Volume 1 -
Relatório
Projeto 1,
folhas 37/206
Peça 13 -
Volume 1 -
Relatório
Projeto 2, folha
104
Peça 14 -
Volume 3
Projeto Mem
.Justificativa,
folhas 1/13
Peça 11 - Edital
da
Concorrência
para elaboração
do projeto
39 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Controle Externo no Estado da Paraíba
DESCRIÇÃO DO
ACHADO SITUAÇÃO
ENCONTRADA OBJETOS CRITÉRIO EVIDÊNCIA CAUSA EFEITO ENCAMINHAMENTO
executivo,
folhas 71/75
Peça 25 - Edital
inicial
0296/2016 -
Obras, folha 67
Peça 26 - Edital
0296/2016 -
Obras - versão
final, folha 66
IGC - Ausência de
efetividade das ações
promovidas pela
Administração para
solucionar questões
relativas a remoções
de interferências e
desapropriações
Verificaram-se atrasos na
liberação de frentes de
serviço em razão da ausência
de efetividade nas ações
promovidas pela
Administração para
solucionar questões relativas
a remoções de interferências
e desapropriações,
contrariando o disposto no
Manual de procedimentos
para permissão especial de
uso das faixas de domínio de
rodovias federais e outros
bens públicos sob jurisdição
do DNIT - 2008, p. 15-16 e
41, e nas Diretrizes básicas
para desapropriação – IPR-
716/2011, p. 30.
Contrato - Obras
de adequação da
Rodovia BR-
230/PB
Constituição
Federal, art.
5º, inciso
XXIV; art. 7º,
caput
Decreto Lei
3365/1941,
art. 2º, caput ;
art. 4º, caput
Norma
Técnica -
DNIT -
Diretrizes
básicas para
desapropriaçã
o – IPR-
746/2011, p.
30.
Norma
Técnica -
DNIT -
Manual de
procedimento
Peça 34 -
Relatório de
Supervisão -
março/2017 -
parte 1, folha
67
Peça 35 -
Relatório de
Supervisão -
março/2017 -
parte 2, folhas
16/38
Peça 36 -
Relatório de
Supervisão -
abril/2017 -
parte 1, folhas
3/161
Peça 38 -
Relatório de
Supervisão -
abril/2017 -
parte 3, folhas
Projeto
executivo
deficiente e
riscos mal
gerenciados que
se
materializaram
Atrasos no
cronograma físico
da obra e
prejuízos
decorrentes de
pagamentos
adicionais de
serviços por conta
da dilação de
prazo
Oitiva
40 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Controle Externo no Estado da Paraíba
DESCRIÇÃO DO
ACHADO SITUAÇÃO
ENCONTRADA OBJETOS CRITÉRIO EVIDÊNCIA CAUSA EFEITO ENCAMINHAMENTO
s para
permissão
especial de
uso das faixas
de domínio
de rodovias
federais e
outros bens
públicos sob
jurisdição do
DNIT - 2008,
p. 15-16 e 41.
10/11
Peça 46 -
Ofício de
atendimento
Dnit/PB, folhas
1/2
IGC - Celebração de
contrato com
consórcio liderado
por empresa
estrangeira.
Constatou-se a formalização
de contrato entre a SR-
DNIT/PB e o Consórcio
Construcap/Copasa, apesar
de, no momento dessa
formalização, a empresa líder
deste consórcio ser a
Sociedade Anonima de Obras
Y Servicios Copasa do Brasil
(CNPJ 18.193.729/001-97)
uma empresa espanhola,
contrariando o disposto no §
1º do art. 33 da Lei
8.666/1993.
Contrato - Obras
de adequação da
Rodovia BR-
230/PB
Edital
0491/09-
13/2009,
DNIT, item
9.1.2, alínea
C
Edital
0491/09-
13/2009,
DNIT, item
19.1.3
Edital
0491/09-
13/2009,
DNIT, item
26.2
Edital
0491/09-
13/2009,
DNIT, item
8.11.9
Peça 26 - Edital
0296/2016 -
Obras - versão
final, folhas
8/34
Peça 31 - Ata
de julgamento,
termos de
homologação/a
djudicação e
contrato, folhas
6/27
Peça 33 -
Composição
BDI Dnit -
contratos -
ordens de
serviços, folha
3
Urgência para
empenhar e
garantir os
recursos
financeiros
Contratação ilegal
de consórcio que
não manterá as
condições de
habilitação
Audiência de
Responsável (Luiz Clark
Soares Maia)
41 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Controle Externo no Estado da Paraíba
DESCRIÇÃO DO
ACHADO SITUAÇÃO
ENCONTRADA OBJETOS CRITÉRIO EVIDÊNCIA CAUSA EFEITO ENCAMINHAMENTO
Edital
0491/09-
13/2009,
DNIT, item
8.11.10
Lei
8666/1993,
art. 29, inciso
V; art. 33, §
1º; art. 33,
inciso III; art.
55, inciso
XIII
IGC - Pagamento
antecipado referente
ao serviço "Instalação
do Canteiro de
Obras" .
Constatou-se a medição de
99,30% do item “ Instalação
do canteiro de obras” sem
que houvesse comprovação
da realização desse percentual
do serviço, contrariando o
disposto no inciso III, § 2º,
art. 63, da Lei 4320/1964.
Contrato - Obras
de adequação da
Rodovia BR-
230/PB
Lei
8666/1993,
art. 66, caput
Peça 26 - Edital
0296/2016 -
Obras - versão
final, folha 66
Peça 29 -
Proposta do
Consórcio
vencedor -
parte 2, folha 6
Peça 32 - Atas
de reuniões
técnicas -
Dnit/PB, folhas
5/8
Peça 20 -
Volume 4 -
Orçamento -
parte 1, folha
13
Peça 22 -
Projeto
executivo
deficiente e
riscos mal
gerenciados que
se
materializaram
Prejuízos gerados
por pagamentos
indevidos
Audiência de
Responsável (Rainer
Rembrandt Pierre
Branco, Joao Paulo
Natari Barbosa)
42 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Controle Externo no Estado da Paraíba
DESCRIÇÃO DO
ACHADO SITUAÇÃO
ENCONTRADA OBJETOS CRITÉRIO EVIDÊNCIA CAUSA EFEITO ENCAMINHAMENTO
Volume 4 -
Orçamento -
parte 3, folha 5
Peça 24 -
Volume 4 -
Orçamento -
parte 5, folhas
24/29
Peça 20 -
Volume 4 -
Orçamento -
parte 1, folhas
117/123
Peça 42 -
Boletim de
medição -
março/2017,
folhas 1/4
Peça 43 -
Boletim de
medição -
abril/2017,
folhas 1/5
IGC - Proposta
contratada não
apresenta orçamento
acompanhado da
composição de todos
os custos unitários de
serviços.
Constatou-se que a proposta
de preços apresenta pelo
Consórcio vencedor da
licitação relativa ao Edital
0296/16-13 não apresenta
orçamento acompanhado de
todas as respectivas
composições de preços
unitários, contrariando o
disposto no item 14.4 do
Contrato - Obras
de adequação da
Rodovia BR-
230/PB
Lei
8666/1993,
art. 43, inciso
IV; art. 43,
inciso V; art.
44, caput ;
art. 45, caput
; art. 48,
caput , inciso
II
Peça 29 -
Proposta do
Consórcio
vencedor -
parte 2, folhas
18/157
Peça 30 -
Proposta do
Consórcio
vencedor -
Deficiência de
controles
internos.
Inexecução do
objeto contratado
em virtude de
preços
eventualmente
inexequíveis.
Audiência de
Responsável (Normando
Lima de Oliveira Filho,
Jose Antonio de Araujo
Neto, Dacio Vales
Lacerda, Marcos
Antonio de Medeiros)
43 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Controle Externo no Estado da Paraíba
DESCRIÇÃO DO
ACHADO SITUAÇÃO
ENCONTRADA OBJETOS CRITÉRIO EVIDÊNCIA CAUSA EFEITO ENCAMINHAMENTO
referido edital. parte 3, folhas
1/93
IGC - Fragilidades
nas ações efetivadas
pela Administração
na gestão ambiental
da obra.
Verificaram-se indícios de
irregularidade relacionados às
questões ambientais atinentes
à obra de adequação da BR-
230/PB, destacando-se os
apontamentos listados a
seguir:
a)Obra iniciada sem Licença
de Instalação;
b)Ausência da Autorização
para Supressão Vegetal –
ASV;
c)Insuficiência na
justificativa para a
contratação de empresa para
assessoramento ambiental.
Contrato - Obras
de adequação da
Rodovia BR-
230/PB
Constituição
Federal, art.
37, caput ;
art. 70, caput
Lei
8666/1993,
art. 6º, inciso
IX; art. 12
Portaria
289/2013,
Ministério do
Meio
Ambiente,
art. 19, § 4º
Resolução
237/1997,
Conama, art.
2º;art. 3º;art.
8º
Peça 46 -
Ofício de
atendimento
Dnit/PB, folhas
1/2
Peça 15 -
Volume 3A -
Relatório Final
de Avaliação
Ambiental,
folhas 1/203
Peça 45 - Edital
para
contratação de
assessoramento
ambiental,
folhas 1/106
Peça 44 -
Ofícios DNIT-
IBAMA -
Questão
ambiental,
folhas 1/2
Peça 36 -
Relatório de
Supervisão -
abril/2017 -
parte 1, folhas
68/118
Desorganização
administrativa
do órgão.
Deficiência de
controles
internos.
Insuficiência de
pessoal com
conhecimento da
legislação
ambiental.
Possibilidade de
paralisação das
obras em razão da
falta da licença
ambiental.
Possibilidade de
atraso no
cronograma das
obras em função
de exigências
oriundas dos
órgãos
fiscalizadores do
meio ambiente.
Possibilidade de
dano ao erário.
Oitiva
IGC - Ausência de
cláusula essencial no
Verificou-se que no contrato
SR/PB-152/2017-00, firmado
Contrato -
Supervisão das
Acórdão
1840/2009,
Peça 33 -
Composição
Como possível
causa, cita-se a
futuros litígios na
esfera judicial. Oitiva
44 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Controle Externo no Estado da Paraíba
DESCRIÇÃO DO
ACHADO SITUAÇÃO
ENCONTRADA OBJETOS CRITÉRIO EVIDÊNCIA CAUSA EFEITO ENCAMINHAMENTO
contrato de
supervisão. entre o DNIT e a empresa
Maia Melo Engenharia Ltda.,
tendo como objeto os
serviços de supervisão das
obras de adequação da BR-
230/PB, não consta cláusula
prevendo, explicitamente, a
redução ou mesmo a
suspensão de pagamentos à
contratada (Maia Melo) nos
casos em que ocorra
diminuição do ritmo ou
paralisação total das obras
objeto da supervisão, o que
constitui descumprimento do
entendimento do Tribunal,
conforme acórdãos
1840/2009-TCU-Plenário,
item 9.1, e 1906/2009´TCU-
Plenário, item 9.5.2.
obras item 9.1,
Tribunal de
Contas da
União,
Plenário
Acórdão
1906/2009,
item 9.5.2,
Tribunal de
Contas da
União,
Plenário
BDI Dnit -
contratos -
ordens de
serviços, folhas
12/21
deficiência na
elaboração da
minuta do
contrato de
supervisão.
Ocorrência de
pagamento
antecipado.
Prejuízo ao erário,
em função de
pagamento pelos
serviços de
supervisão de
obra
eventualmente já
paralisada que
porventura venha
a ser
definitivamente
abandonada.
IGC - Orçamento do
edital sem as
composições dos
custos unitários dos
itens “ Instalação do
Canteiro de Obras” ,
“ Mobilização e
Desmobilização” e
“ Manutenção do
Canteiro de Obras” .
Apurou-se que o orçamento
da Administração referente ao
Edital 0296/2016 não traz as
respectivas composições de
preço unitários para os
serviços “ Instalação do
Canteiro de Obras” ,
“ Mobilização e
Desmobilização” e
“ Manutenção do Canteiro de
Obras” , contrariando o
disposto no art. 7º, § 2º,
inciso II, da Lei 8.666/1993 e
a jurisprudência do TCU.
Contrato - Obras
de adequação da
Rodovia BR-
230/PB
Acórdão
1391/2004,
item 9.3,
TCU-Plenário
Acórdão
1387/2006,
item 9.1.5,
TCU-Plenário
Acórdão
2065/2006,
item 9.1,
TCU-Plenário
Acórdão
Peça 20 -
Volume 4 -
Orçamento -
parte 1, folhas
91/126
Peça 22 -
Volume 4 -
Orçamento -
parte 3, folhas
5/9
Peça 26 - Edital
0296/2016 -
Obras - versão
final, folha 143
Deficiência de
controles
internos
Prejuízos gerados
por pagamentos
indevidos
Oitiva
45 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Controle Externo no Estado da Paraíba
DESCRIÇÃO DO
ACHADO SITUAÇÃO
ENCONTRADA OBJETOS CRITÉRIO EVIDÊNCIA CAUSA EFEITO ENCAMINHAMENTO
325/2007,
item 5, TCU,
Plenário
Decisão
930/2001,
item 8.2.2,
TCU-Plenário
Decisão
930/2001,
item 8.2.1,
TCU-Plenário
Decisão
1332/2002,
TCU
Lei
8666/1993,
art. 6º, inciso
IX; art. 6º,
inciso X; art.
7º, § 2º,
inciso II; art.
7º, § 4º; art.
12; art. 40, §
2º, inciso II
Peça 29 -
Proposta do
Consórcio
vencedor -
parte 2, folha
15
IGC - Restrição à
competitividade da
licitação decorrente
de critérios
inadequados de
habilitação.
Verificaram-se indícios de
restrição à competitividade no
âmbito do certamente
licitatório relativo ao Edital
0296/16-13 em razão de ter
ocorrido vedação de
somatório de atestados para
comprovar cada item relativo
à qualificação técnica
Contrato - Obras
de adequação da
Rodovia BR-
230/PB
Lei
8666/1993,
art. 3º; art.
27; art. 30;
art. 33, caput
, inciso III;
art. 44
Peça 26 - Edital
0296/2016 -
Obras - versão
final, folhas
13/16
Peça 27 -
Cadernos de
perguntas/respo
stas e
Entendimento
diverso de
técnicos do Dnit
Restrição à
competição, com
a ausência de
eventuais
interessados
Oitiva
46 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Controle Externo no Estado da Paraíba
DESCRIÇÃO DO
ACHADO SITUAÇÃO
ENCONTRADA OBJETOS CRITÉRIO EVIDÊNCIA CAUSA EFEITO ENCAMINHAMENTO
operacional, inclusive para
licitantes consorciados, em
afronta ao disposto no art. 33,
inciso III, da Lei 8.666/1993.
impugnações,
folhas 1/80
47 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Controle Externo no Estado da Paraíba
APÊNDICE B - Matriz de Responsabilização
ACHADO RESPONSÁVEL(IS) PERÍODO DE
EXERCÍCIO CONDUTA
NEXO DE CAUSALIDADE
(entre a conduta e o resultado ilícito) CULPABILIDADE
Celebração de contrato com
consórcio liderado por
empresa estrangeira.
Luiz Clark Soares Maia
(CPF: 040.065.774-00) Chefe do Serviço de
Engenharia - SRPB (de
11/12/2014 até
11/12/2014)
Celebrou contrato
com o Consórcio
Construcap/Copasa
liderado por empresa
estrangeira.
O ato de celebrar o contrato ocasionou
a contratação irregular. A conduta do
responsável é culpável,
ou seja, reprovável,
razão pela qual ele deve
ser ouvido em audiência
a fim de avaliar se
merece ser apenado com
a aplicação de multa.
Pagamento antecipado
referente ao serviço
"Instalação do Canteiro de
Obras" .
Rainer Rembrandt Pierre
Branco (CPF: 453.347.574-
49)
Fiscal do Contrato
919/2016 (desde
30/12/2016)
Atestaram a
execução dos
serviços
correspondentes ao
item "Instalação do
Canteiro de Obras"
na primeira e
segunda medições
ocorridas.
A atestação das medições, em
desacordo com o projeto e com o
efetivamente executado, caracterizou
pagamento antecipado.
A conduta dos
responsáveis é culpável,
ou seja, reprovável,
razão pela qual eles
devem ser ouvidos em
audiência a fim de
avaliar se merecem ser
apenados com a
aplicação de multas.
Joao Paulo Natari Barbosa
(CPF: 721.870.691-68) Superintendente
Regional do DNIT/PB
(desde 17/05/2017)
Proposta contratada não
apresenta orçamento
acompanhado da
composição de todos os
custos unitários de serviços.
Normando Lima de Oliveira
Filho (CPF: 806.592.334-87) Superintendente
Regional do DNIT/PB
(de 10/08/2016 até
16/02/2017)
Classificar e julgar
vencedora a proposta
apresentada pelo
Consórcio
Construcap/Copasa
(Srs. Dácio Vales
Lacerda, José
Antônio de Araújo
Neto e Marcos
Antônio de
Medeiros).
Homologar o
procedimento
A classificação, o julgamento como
vencedora da proposta apresentada
pelo Consórcio Construcap/Copasa e a
homologação do procedimento
licitatório, apesar deste licitante não
ater apresentado a composição de
todos os seus preços unitários,
descumpriu a exigência contida no
item 14.3 do edital.
As condutas dos
responsáveis são
culpáveis, ou seja,
reprováveis, razão pela
qual eles devem ser
ouvidos em audiência a
fim de avaliar se
merecem ser apenados
com a aplicação de
multas.
Jose Antonio de Araujo Neto
(CPF: 045.635.694-02) Membro da Comissão
Permanente de Licitação
do DNIT/PB (de
04/01/2016 até
30/12/2016)
Dacio Vales Lacerda (CPF:
690.020.534-87) Presidente da Comissão
Permanente de Licitação
do DNIT/PB (de
04/01/2016 até
48 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Controle Externo no Estado da Paraíba
ACHADO RESPONSÁVEL(IS) PERÍODO DE
EXERCÍCIO CONDUTA
NEXO DE CAUSALIDADE
(entre a conduta e o resultado ilícito) CULPABILIDADE
30/12/2016) licitatório e
adjudicar o seu
objeto ao Consórcio
Construcap/Copasa
(Sr. Normando Lima
de Oliveira Filho).
Marcos Antonio de Medeiros
(CPF: 132.136.794-53) Membro da Comissão
Permanente de Licitação
do DNIT/PB (de
04/01/2016 até
30/12/2016)
49 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Controle Externo no Estado da Paraíba
APÊNDICE C - Fotos
Pátio externo do canteiro de obras
Pátio externo do canteiro
50 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Controle Externo no Estado da Paraíba
Pátio externo do canteiro de obras - armação
Laboratório - canteiro de obras
51 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Controle Externo no Estado da Paraíba
Almoxarifado do canteiro de obras
Frente de serviço - OAE Estaca 307
52 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Controle Externo no Estado da Paraíba
Frente de serviço - OAE Estaca 307
Área de ensaios da Supervisora
53 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Controle Externo no Estado da Paraíba
APÊNDICE D - Dados da obra
1. Dados Cadastrais
Obra bloqueada na LOA deste ano: Não
1.1. Execução física, orçamentária e financeira
1.1.1. Execução física
Data de vistoria: 22/06/2017 Percentual executado: 1,58%
Data do início da obra: 10/03/2017 Data prevista para conclusão: 10/03/2020
Situação na data da vistoria: Em andamento
Descrição da execução realizada até a data da vistoria:
Instalação do canteiro de obras, mobilização, manutenção do canteiro de obras, serviços preliminares,
terraplenagem
Observações:
1.1.2. Execução orçamentária e financeira
Valor estimado para conclusão: R$ 288.321.768,63
Valor estimado global da obra: R$ 288.740.674,04
Data base da estimativa: 22/06/2017
Observações:
1.2. Contratos principais
Nº contrato: 00919/2016
Objeto do contrato:
Execução das obras de adequação de capacidade e segurança da Rodovia BR-230/PB. Subtrecho Cabedelo/PB -
Entr. BR-101 (A), segmento km 0,0 - km 28,1, extensão de 26,60 km. A obra compreende a execução de 14
viadutos e ampliação de outros 3; de 14 passarelas para pedestres; de 37,93 km de vias marginais; de 15.040 m
de ciclovias; de terceira faixa de rolamento; de serviços de restauração e manutenção; de serviços de drenagem;
de adequação e implantação de iluminação pública.
Data da assinatura: 30/12/2016 Mod. licitação: Concorrência
SIASG: 393017-919-2016 Código interno do SIASG:
CNPJ contratada: 18.193.729/0001-97 Razão social: Sociedad Anonima de Obras Y Servicios
Copasa do Brasil
CNPJ contratante: 04.892.707/0001-00 Razão social: Departamento Nacional de Infraestrutura de
Transportes
Situação inicial Situação atual
Vigência: 10/03/2017 a 22/02/2020 Vigência: 10/03/2017 a 22/02/2020
Valor: R$ 255.499.965,86 Valor: R$ 267.783.155,32
Data-base: 01/11/2015 Data-base: 01/11/2015
Volume de serviço: 27 km Volume de serviço: 27 km
Custo unitário: R$ 9.462.961,69 Custo unitário: R$ 9.917.894,64
BDI: 29.98% BDI: 29.98%
Nº/Data aditivoAtual:
Situação do contrato: Em andamento.
54 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Controle Externo no Estado da Paraíba
Alterações do objeto:
Observações:
1.3. Contratos secundários
Nº contrato: 00152/2017
Objeto do contrato:
Execução dos serviços de supervisão das obras de adequação de capacidade e segurança da rodovia BR-230/PB
CNPJ contratada: 08.156.424/0001-51 Razão social: Maia Melo Engenharia Ltda.
CNPJ contratante: 04.892.707/0001-00 Razão social: Departamento Nacional de Infraestrutura
de Transportes
SIASG: null-152-2017 Código interno do SIASG:
Data-base: 01/10/2016 Valor atual: R$ 8.347.000,00
Situação atual: Em andamento. Vigência atual: 10/03/2017 a 22/05/2020
BDI inicial: BDI atual:
Observações:
Nº contrato: 165/2017
Objeto do contrato:
Apoio aos serviços de desapropriação das obras de adequação e segurança da rodovia BR-230/PB
CNPJ contratada: 18.518.276/0001-21 Razão social: Eba - Empresa Brasileira de Avaliações
Assessoria, Gerenciamento e Supervisão de Projetos
Ltda.-ME
CNPJ contratante: 04.892.707/0001-00 Razão social: Departamento Nacional de Infraestrutura
de Transportes
SIASG: null-165-2017 Código interno do SIASG:
Data-base: 01/05/2016 Valor atual: R$ 1.114.944,67
Situação atual: Em andamento. Vigência atual: 03/04/2017 a 27/05/2018
BDI inicial: BDI atual:
Observações:
1.4. Histórico de fiscalizações
A classe da irregularidade listada é referente àquela vigente em 30 de novembro do ano da
fiscalização.
2014 2015 2016
Obra já fiscalizada pelo TCU (no âmbito do Fiscobras)? Não Não Não
Foram observados indícios de irregularidades graves? Não Não Não
2. Deliberações do TCU
A listagem poderá conter deliberações de processos já encerrados.
Processo de interesse (deliberações até a data de início da auditoria)
55 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Controle Externo no Estado da Paraíba
Não há deliberações para os processos de interesse até a data de início da auditoria.
Processo de interesse (deliberações após a data de início da auditoria)
Não há deliberações até a emissão desse relatório.
56 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Controle Externo no Estado da Paraíba
APÊNDICE E - Achados reclassificados após a conclusão da fiscalização
1. Achados desta fiscalização
1.1. Não há.
2. Achados de outras fiscalizações
2.1. Não há.
57 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Controle Externo no Estado da Paraíba
APÊNDICE F - Despachos
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Secretaria Geral de Controle Externo
Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura
Rodoviária e de Aviação Civil
Processo: 013.183/2017-6
Fiscalização: 169/2017
Objetivo: fiscalizar as obras de
adequação de capacidade e segurança da
Rodovia BR-230/PB, entre o Km 0 e o
Km 28,1
DESPACHO
Manifesto-me de acordo com a proposta da equipe de auditoria, constante de peça anterior.
Em 30 de setembro de 2017. Encaminhe-se ao secretário.
58 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Controle Externo no Estado da Paraíba
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Secretaria Geral de Controle Externo
Secretaria de Controle Externo no Estado da
Paraíba
Processo: 013.183/2017-6
Fiscalização: 169/2017
Objetivo: fiscalizar as obras de
adequação de capacidade e segurança da
Rodovia BR-230/PB, entre o Km 0 e o
Km 28,1
DESPACHO
Manifesto-me de acordo com a proposta da equipe de auditoria.
Em 30 de setembro de 2017. Encaminhe-se ao Gab. do Min. Subst. Augusto Sherman.
______________________________________________________
Aderaldo Tiburtino Leite
Diretor - 1ª Diretoria - SECEX-PB
59 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Controle Externo no Estado da Paraíba
TC 013.183/2017-6
Natureza: RELATÓRIO DE AUDITORIA
Órgão/Entidade: DEPARTAMENTO NACIONAL DE
INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES;
SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DO DNIT NO
ESTADO DA PARAÍBA - DNIT/MT
Pronunciamento da Unidade
Conforme os itens 9.5.1. do Acórdão 644/2016-TCU-Plenário, de relatoria do Ministro
Raimundo Carreiro, e 9.3. do Acórdão 2757/2016-TCU-Plenário, de relatoria do Ministro Aroldo
Cedraz, manifesto-me de acordo com a conclusão e proposta de encaminhamento do Relatório de
Fiscalização (peça 58).
Encaminhem-se os autos ao Gabinete do Ministro Relator, Exmo Sr. Augusto Sherman
Cavalcante.
SeinfraRodoviaAviação, em 30 de setembro de 2017.
(assinado eletronicamente)
Luiz Fernando Ururahy de Souza
Secretário – Matr. 6245-6
60 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Controle Externo no Estado da Paraíba
ANEXO A - Deliberações
TC 013.183/2017-6
Natureza: Relatório de Auditoria
Órgão/Entidade/Unidade: Superintendência Regional do Dnit no
Estado da Paraíba - DNIT/MT.
DESPACHO
À Secex/PB,
Trata-se de auditoria realizada no âmbito do Fiscobras 2017 abordando as obras de
adequação de capacidade e segurança da Rodovia BR-230/PB, subtrecho Cabedelo/PB - Entr. BR-101
(A), segmento km 0,0 - km 28,1, extensão de 26,60.
2. O projeto executivo da obra foi elaborado pela empresa Contécnica Consultoria Técnica
Ltda., no período de 2012 a 2014. Já o contrato para execução (Contrato SR-DNIT/PB 919/2016) foi
celebrado com o Consórcio Construcap/Copasa em 30/12/2016, vencedor da concorrência objeto do
Edital 0296/16-13, no valor de R$ 255.500.000,00 (nov/2015). A ordem de serviço foi emitida em
10/3/2017. O valor contratual foi elevado para R$ 267.783.155,32, consoante apostila que incluiu
parcela de reajustamento de preços do contrato, em 16/5/2017, no valor de R$ 12.283.189,46. Até o
momento da auditoria, haviam sido efetuadas duas medições, ainda não pagas, no valor total de R$
4.122.371,49.
3. A equipe de auditoria da Secex/PB identificou os seguintes indícios de irregularidade:
a) projeto executivo deficiente quanto às obras de arte especiais (divergências quanto ao
número e inclinação das estacas a serem executadas; ausência de memórias de cálculos das fundações
de três viadutos; número de sondagens inferior ao número de apoios; e ausência de detalhamento das
estacas raiz, em especial no que diz respeito à profundidade dessas peças);
b) projeto executivo deficiente no tocante aos estudos geotécnicos, que deixaram de
contemplar a pesquisa de caixas de empréstimo e jazidas de solos aproveitáveis, disponíveis na região;
c) projeto executivo deficiente em vista da ausência de projeto de iluminação;
d) ausência de efetividade das ações promovidas pela Administração para solucionar
questões relativas a remoções de interferências (redes de telefonia, de iluminação e elétrica) e
desapropriações, o que poderá eventualmente vir a se refletir no ritmo de execução do empreendimento;
e) celebração de contrato com consórcio liderado por empresa estrangeira, Sociedade
Anonima de Obras Y Servicios Copasa do Brasil, empresa espanhola, contrariando o disposto no art. 33,
§ 1º, da Lei 8.666/1993;
f) pagamento antecipado referente ao serviço "Instalação do Canteiro de Obras";
g) orçamento incompleto na proposta contratada quanto à composição dos custos unitários
de parte dos serviços, sendo que, em alguns dos respectivos preços ofertados na licitação, observam-se
significativas diferenças em relação aos preços constantes do orçamento de referência da SR-DNIT/PB
ou mesmo em relação aos preços ofertados pelos demais licitantes;
61 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Controle Externo no Estado da Paraíba
h) fragilidades nas ações efetivadas pela Administração na gestão ambiental da obra (obra
iniciada sem Licença de Instalação; ausência da Autorização para Supressão Vegetal (ASV);
insuficiência na justificativa para a contratação de empresa para assessoramento ambiental);
i) ausência, no contrato de supervisão de cláusula prevendo explicitamente a redução ou a
suspensão de pagamentos nos casos em que ocorra diminuição do ritmo ou paralisação total das obras
objeto da supervisão, o que se constitui em descumprimento aos Acórdãos 1840/2009-Plenário e
1906/2009-Plenário;
j) orçamento do edital sem as composições dos custos unitários dos itens “Instalação do
Canteiro de Obras”, “Mobilização e Desmobilização” e “Manutenção do Canteiro de Obras”;
k) restrição à competitividade da licitação decorrente da vedação ao somatório de atestados
para comprovar cada item relativo à qualificação técnica operacional, inclusive para licitantes
consorciados, em afronta ao disposto no art. 33, inciso III, da Lei 8.666/1993.
4. Esses indícios foram classificados como IG-C pela equipe, que considerou não serem
materialmente relevantes e não configurarem graves desvios relativamente aos princípios
constitucionais, ainda que potencialmente possam vir a ocasionar prejuízos ao erário. Esse
posicionamento foi endossado pelo corpo diretivo da unidade e pela Secretaria de Fiscalização de
Infraestrutura Rodoviária e de Aviação Civil.
5. Como encaminhamento, foi sugerido:
a) realizar-se a oitiva, com fundamento no art. 250, inciso V, do RI/TCU, da SR-Dnit/PB,
da empresa projetista, da empresa contratada e da supervisora, conforme o caso, relativamente às
ocorrências constantes das alíneas a/d e h/k retro;
b) promover-se a audiência, com fundamento no art. 250, inciso IV, do RI/TCU, dos gestores
da SR-Dnit/PB, dos fiscais das obras e da CPL, conforme o caso, quanto às ocorrências listadas nas
alíneas e/g supra.
6. Em vista das razões alinhadas pela Secex/PB e pela SeinfraRodoviaAviação, acolho a
classificação atribuída às irregularidades constatadas e, com fundamento no art. 157 do RI/TCU, autorizo
a unidade técnica a adotar as providências sugeridas no relatório de auditoria, em conformidade com o
que constou das peças 58/61.
Brasília, 5 de outubro de 2017.
(Assinado Eletronicamente)
AUGUSTO SHERMAN CAVALCANTI
Relator
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