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Sua dose semanal de literatura nacional! Saiba mais sobre um autor nacional, leia uma nova história e veja quais novidades vem por aí.
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Bem vindos à 1ª Edição da revista do
movimento “Literatura Nacional Eu Apoio!”
O objetivo desta revista digital é cativar ainda
mais leitores para as incríveis obras dos escritores
nacionais.
Todos os domingos um novo autor, um novo
conto e mais novidades. Acompanhe e não perca
nenhuma edição.
Aproveitem! =)
Cláudia Miqueloti, nasceu em 1973, na cidade de Nova
Iguaçu, Rio de Janeiro. Digitadora em uma instituição
de ensino. Aos fins de semana, leciona Japonês para
turmas kids. Escreve desde os 10 anos. É admiradora
da Obra de J. R. Tolkien e apaixonada por Literatura
Fantástica. Foi, por um tempo, jogadora assídua de
RPG (Role Playing Games) e Magic the Gathering.
Aprecia um bom Rock, j-pop e k-pop. Em 2011,
publicou o livro de poesias Labirinto do Sol e da Lua
pela Editora Litteris, sob o selo 4 Quártica Premium. O
livro foi lançado na XV Bienal do Livro do Rio de
Janeiro. No momento está escrevendo um romance
sobrenatural.
–> Página do livro –> Blog
– A Deusa de Anília
Um terrível dragão aterroriza a ilha. Krisna Rimeriano precisará de
toda sua determinação e coragem para salvar sua amada ilha e
conquistar o coração do valente Negro.
– A Maldição de Gohran
A cidadela de Manarga vive sob uma maldição imposta pelo temível
dragão Gohran. O jovem Menetto e seus companheiros precisam ser
bem sucedidos para que Manarga não desapareça.
– Mielim e a Harpa Encantada
A harpa dourada foi roubada, debaixo das orelhas pontudas dos Elfos
de Lothuen. Bravos guerreiros saíram no encalço do ladrão.
– O inferno de Razhenda
O Reino de Razhenda foi devastado por Cormedhor de Austrúcia, um
mago ensandecido, que vem se utilizando de seres humanos como
cobaias para suas experiências cruéis.
– Tremaría e o Gigante da Montanha de Gelo
Uma terrível e monumental criatura, está aterrorizando os viajantes
que precisam cruzar a Montanha do Vento Cortante. Kági, Dovan,
Armando, Sáfio Liso e a doce barda Jocelyn precisam urgentemente
de um trabalho, pois seus bolsos estão vazios.
Hoje a noite está agradável, uma leve brisa vem de
um canto da parede que não existe mais. Daquele
lugar consigo observar toda a cidade, ou o que
restou dela. Eu não estava aqui para ver como tudo
aconteceu, mas pelo estrago, não deve ter sido nada
bom. Sempre morei na zona rural, gostava de
acampar perto da floresta, cuidar dos bichos e fazer
experiências de sobrevivência dentro da mata.
Quem diria que um dia isso seria útil?
Eu tinha apenas quatorze anos quando a evacuação
começou. Não foi algo pacífico. O exército passou
em todas as casas levando as pessoas, não havia
tempo para esperar e nem opção, era fugir ou ficar
para morrer. Eu não estava na casa quando eles
chegaram. Assisti de longe, estava dentro da
floresta, em uma das minhas aventuras. Vi eles
escoltarem meus pais para dentro de um grande
caminhão. Ouvi gritarem meu nome, mas fiquei
paralisada. Senti vontade de correr na direção deles,
mas aquilo não me pareceu a opção mais segura.
Tinha alguma coisa muito errada em toda aquela
situação.
Fiquei um tempo ainda na floresta, de onde eu
estava conseguia observar o movimento dos
caminhões na estrada principal. Blindados do
exército também passavam e, entre este comboio
armado, iam também vários carros particulares, com
pessoas fugindo de algo que ninguém deveria
saber. Os noticiários alarmavam a população com
uma guerra eminente, mas não diziam o motivo nem
exatamente o que poderia acontecer. Pouco tempo
depois, quando eu já havia voltado para dentro de
casa, comecei a ouvir os estouros. Fui até a janela e
vi as bombas caindo sobre o centro da cidade.
Aviões passavam constantemente naquela direção.
Logo eu só enxergava as labaredas e grandes
colunas de fumaça.
Hoje, já com quase vinte anos, não sei que destino
meus pais tiveram. Era difícil ver um sobrevivente,
fazia muito tempo que não avistava alguém. Ouvi e
li algumas notícias dos campos de refugiados, mas
ao mesmo tempo surgiam boatos de ataques a estes
lugares. Parece que ninguém estava seguro. Por isso,
decidi ir para as alturas. Vivi alguns anos na fazenda,
isolada e com medo. O medo nunca me deixou, mas
resolvi ir para a cidade, onde deveria ter mais
recursos e quem sabe alguma esperança.
Escolhi um dos poucos prédios que ainda estavam
de pé. Algumas paredes destruídas, a estrutura um
pouco inclinada, mas, há bastante tempo naquela
posição, poderia aguentar mais um peso como eu.
Consegui chegar até o nono andar. Encontrei um
lugar que parecia como uma sala, de lá conseguia
fazer minhas refeições observando a cidade, que era
sempre muito silenciosa. Ouviam-se apenas
barulhos de animais. Naquele lugar também havia
um quarto intacto, ainda com porta e fechadura,
aquilo me passava uma segurança ainda maior. Ali
foi meu lar por vários meses, mas naquela noite tudo
mudou.
Estava finalizando a minha janta, uma lata de feijão,
quando ouvi um barulho próximo. Corri para o
quarto, peguei o taco de beisebol e fiquei
observando por uma fresta na porta. Meu coração
disparou e minhas mãos começaram a suar frio.
— Olá? Tem alguém aqui? – Escutei uma voz
masculina falar.
Era óbvio que ele sabia que havia alguém ali, minhas
coisas estavam todas jogadas na sala e a pequena
fogueira ainda estava acesa.
— Não tenha medo, só preciso de um lugar para
ficar, não irei te machucar... – Comentou ele com
uma voz serena.
Abri um pouco a porta do quarto, segurando o taco
na minha frente, como se aquilo fosse me dar
alguma vantagem caso ele tivesse uma arma de
fogo. Não era o caso.
— O que você está fazendo aqui? – Perguntei.
— Que susto! Desculpe... Faz dias que não como e
tenho perambulado por aí sem rumo. Resolvi subir
aqui e ver se conseguia encontrar alguma coisa.
— Sente-se ao lado da fogueira, vou te trazer
alguma comida. – Falei. Ele fez o que eu disse e ficou
aguardando ansioso.
Saí do quarto, sempre acompanhada pelo taco de
beisebol. Peguei alguns enlatados e joguei em seus
pés.
— É o que eu tenho, feijão, ervilhas e salsichas.
Ele agradeceu e devorou a lata de salsichas. Sentei
no sofá, ou no que restava dele, e terminei de comer
a minha refeição.
— Então, há quanto tempo está neste lugar? – Ele
perguntou.
— Faz um bom tempo – Tentei desviar da pergunta.
– E você, o que faz por aqui?
— Vagando por aí, tento nunca ficar parado em um
lugar só, estou sempre em busca de comida, mas
parece que está cada vez mais difícil. Você tem
bastante por aqui? – Questionou.
— Não muito – Respondi, novamente me
esquivando.
Trocamos mais algumas palavras. Ele comeu as três
latas que dei e logo pegou no sono. Juntei algumas
das minhas coisas e levei para o quarto. Tranquei a
porta e deitei em uma cama que havia improvisado.
Não consegui pegar no sono. Como poderia? Com
uma pessoa completamente estranha do outro lado
da porta. Ao mesmo tempo, era muito bom
conversar com alguém, depois de tanto tempo
vivendo, ou melhor, sobrevivendo sozinha.
Não consegui dormir. Coloquei minhas coisas
dentro de uma mochila que deixo sempre perto de
mim. Nunca sabemos quando uma situação
daquelas poderia ocorrer. Coloquei nas costas e saí
devagarinho pela janela do quarto, que na verdade
dava para um corredor destruído do prédio.
Tentando não fazer barulho, fui descendo devagar
pelos entulhos até chegar na rua.
Não poderia arriscar viver próximo a um
desconhecido. Não podemos confiar em ninguém,
não no mundo do jeito que está agora. Deixei o
prédio para trás e parti em busca de outro lugar para
viver.
FIM
Neste mês tivemos novidades. Para começar com o
pé direito nas mudanças realizadas no blog, chegou
a revista do movimento "Literatura Nacional Eu
Apoio!"
É isso mesmo, agora todos os domingos teremos
uma revista digital dedicada ao conteúdo nacional
divulgado no blog. Mais uma forma de ficar sempre
por dentro das novidades.
A revista irá trazer um compilado da semana,
contará com um autor nacional, um miniconto e
novidades. Acompanhe todos os domingos!
Conheça e participe do movimento
“Literatura Nacional Eu Apoio!”:
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