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Risco de Suicídio
Hélio Antonio Rocha
Psiquiatra
Comportamento suicida na população geral
•OMS 2000, Brasil figura entre os 10 países que registram os maioresnúmeros absolutos de suicídio.•Em 2008, foram registrados 9.328 suicídios, o que equivale, em média, 25suicídios por dia.•Corresponde a 0,9% dos óbitos totais no Brasil.
•9,9% Região Sul•7,4% Região Centro-Oeste•4,3% Região Norte•4,6% Região Nordeste•2,7% Roraima e 2,1% Amapá (índios)
•Principal faixa etária: 15 – 29 anos.•Sexo: masculino.
Comportamento suicida na população geral
• Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde: Sub-registroe subnotificação diante dados do IBGE.• Casos de morte por causas externas, é frequente o atestado de óbito apresentar anatureza da lesão, sem referir a circunstância que a ocasionou.
Comportamento suicida na população geral• 10x mais tentativas de
suicídios, do que realizados,porém ser registros.
• Gráfico baseado em 515pessoas sorteadas, moradorasde Campinas, que foramentrevistadas pela Unicamp.
• População: Tentativa desuicídio• 15 – 20% tentarão novamente no
próximo ano.• 10% conseguem se matar nos
próximos 10 anos.
Suicídio e doença mental
• Deve-se destacar que um comportamento suicida não é, necessariamente, umadoença. Embora na maioria estejam associados a diversos transtornos mentaissendo este o principal fator de risco.
• Mais de 90% dos casos de suicídio caberia um diagnóstico de transtorno mental
•Mais comumente associados:DepressãoTranstorno bipolarDependência químicaEsquizofrenia
Suicídio e doença mental
35.80%
22.40%
11.60%
10.60%
3.20%
Transtornos de humor
Transtornos relacionados aouso de substâncias
Transtornos de personalidade
Esquizofrenia
Sem Diagnóstico
Características mais frequentes das tentativas de suicídio e dos suicídios
A tentativa de suicídio tem as mesmas características fenomenológicas do suicídio, diferindo deste apenas quanto ao desfecho. Deve-se diferenciá-la de outros comportamentos autodestrutivos.
Características Tentativa de suicídio Suicídio
Razão Homens:Mulheres 1:3 3:1
Fator Predisponente Impulsividade Depressão
Fator Precipitante Conflito de relacionamento Doença ou perda importante
Afeto Frustação raivosa Desespero
Objetivo Influenciar pessoas significativas Cessão de dor psíquica
Método empregado Não violento (dose excessiva de demedicamentos)
Violento
Possibilidade de salvamento Provável Improvável
Comportamento Suicida no Hospital Geral
A maioria dos suicídios dá-se em pessoas que, além de sofreremde uma doença clínica grave, encontram-se sob influência detranstornos psiquiátricos, como depressão e agitação, esta últimafrequentemente em decorrência de estados confusionais(delirium).
•Doenças crônicas, terminais ou incapacitantesExemplos: Insuficiência renal crônica, câncer e SIDA – HIV.
•Apresentam maior ideação suicidaIdeação, planejamento e tentativa
Abordagem do Paciente com Risco de Suicídio
Abordagem do Paciente com Risco de Suicídio
Abordagem do Paciente com Risco de Suicídio
PERGUNTAS ABERTASX
PERGUNTAS FECHADAS
SEGUIR PISTAS DADAS PELO PACIENTE
EXPLORAR PENSAMENTOS, SENTIMENTOS
• COMO...• O QUE...• VOCÊ PODE ME FALAR MAIS
SOBRE...
Abordagem do Paciente com Risco de Suicídio• Entrevista:
Semiologicamente: coleta de informaçõeso Caracterização da ideação ou da tentativa suicidao Dados de cunho epidemiológicoo Fatores predisponentes x fatores precipitanteso Aspectos psicodinâmicoso Antecedentes pessoais e familiareso Dados sobre saúde físicao Mapear rede de apoio social
Apoio emocional + estabelecimento de vínculo•Perguntas mais abrangentes, não diretivas, incentivando o paciente afalar livremente sobretudo de seus problemas, seus sentimentos emotivações.
Abordagem do Paciente com Risco de Suicídio
Duas polaridades: respeitar sentimento do paciente (ambivalência entre viver oumorrer, desejo de morte) x tomar medidas concretas para evitar que pacienteatormentado se mate.
•“Se eu perguntar sobre suicídio, poderei induzir o paciente?”• “Ele está ameaçando se suicidar para manipular.”• “Quem quer se matar se mata mesmo.”• “ No lugar dela, eu também me mataria.”• “ Veja se da próxima vez você se matamesmo!”• “Quem se mata é diferente de quem apenas tenta.”
Em vez de empatia poderá surgir uma dissonância afetiva que dificultará todo oplano terapêutico deste paciente.
Fatores de risco para suicídioPsicológicos:Perda recente;
Perda dos pais na infância;Instabilidade familiar;
Datas importantes;Traços de personalidade:
impulsividade, agressivilidade;Historia familiar de doença
afetiva/alcoolismo/ suicídio.
Psiquiátricos:Depressão; alcoolismo; drogadição;
esquizofrenia;Transtorno de personalidade;Tentativa anterior de suicídio;
Doenças incapacitantes, dolorosas ou terminais.
Sociodemográficos:Sexo masculino;
Idade entre 19-49 anos ou acima dos 65 anos;Divorciados;
Extrato mais rico ou mais pobre;Áreas urbanas;
Ateus e protestantes;Isolamento social.
Fatores preditores de repetição da tentativa de suicídio
• História prévia de hospitalização por auto agressão?• Tratamento psiquiátrico anterior• Internação psiquiátrica anterior• Transtorno de personalidade antissocial• Dependência de álcool ou drogas• Não está vivendo com a família
Manejo do Paciente: Perguntas Norteadoras
• Quais as motivações e intenções do paciente para o suicídio?• Quais as circunstâncias em que a tentativa de suicídio ocorreu?• Houve fatores estressantes que desencadearam a tentativa de suicídio?• De quais recursos o paciente dispões para enfrentar seus problemas?• O paciente pode contar com o apoio social cindo de parentes e amigos?• Qaul o risco do paciente tentar suicídio?• Há um transtorno psiquiátrico que mereça tratamento específico?• Quais as medidas a serem tomadas de imediato?• Há alguém próximo ao paciente com quem entrar em contato?• Qual o melhor tratamento para esse paciente?
Manejo do PacienteInternação (Psiquiátrica)?• Há risco iminente de suicídio• Obtenção de história mais acurada• Observar mais tempo para analisar melhor o real risco deste paciente• Auxilio para reestabelecer confiança em suas relações interpessoais• Resgate de situação estressante• Conscientização de familiares• Reavaliação de tratamento psiquiátrico que vinha sendo administrado.
“transformar” em enfermaria a casa ou enfermaria (clínica ou cirúrgica) em um ambiente seguropara este paciente.Remoção de objetos perigosos, permitir acompanhante, cuidado ao transporta-lo para realização deexames, e atenção aos pacientes impulsivos .
Manejo do Paciente
Tratamento Ambulatorial:Médico: capacitação em psiquiatria, sentir-se seguro, dispor de tempo eflexibilidade de horários, ser acessível aos contatos telefônicos e ser capaz demanejar medicamentos
Paciente: pouca intencionalidade, ausência de plano suicida e de meios facilmenteacessíveis para executa-lo, capacidade de estabelecer boa aliança terapêutica,paciente é capaz de afirmar que não regridirá.
Ausência de: comportamento impulsivo, psicose, uso de qualquer droga, tentativaprévia, complicações por problemas físicos e isolamento social.
Comportamento SuicidaPrática psiquiátrica no hospital geral.
Neury José Botega, 3ª edição
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