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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
FACULDADE DE NUTRIÇÃO
ROTULAGEM DE ALIMENTOS IMPORTADOS:
ANÁLISE DOS RÓTULOS DE MASSAS
ALIMENTÍCIAS COMERCIALIZADAS EM
MERCADOS DE CUIABÁ – MT.
SAENE MARCONDES JACOBINA
Cuiabá-MT, de fevereiro 2019.
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
FACULDADE DE NUTRIÇÃO
ROTULAGEM DE ALIMENTOS IMPORTADOS:
ANÁLISE DOS RÓTULOS DE MASSAS
ALIMENTÍCIAS COMERCIALIZADAS EM
MERCADOS DE CUIABÁ – MT.
SAENE MARCONDES JACOBINA
Trabalho de Graduação apresentado ao Curso de
Nutrição da Universidade Federal de Mato Grosso
como parte dos requisitos exigidos para obtenção
do título de Bacharel em Nutrição, sob orientação
do (a) professor Dr. Paulo Afonso Rossignoli.
Cuiabá-MT, de fevereiro 2019.
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
FACULDADE DE NUTRIÇÃO
ROTULAGEM DE ALIMENTOS IMPORTADOS: ANÁLISE DOS
RÓTULOS DE MASSAS ALIMENTÍCIAS COMERCIALIZADAS EM
MERCADOS DE CUIABÁ – MT.
SAENE MARCONDES JACOBINA
Orientador: Prof. Dr. Paulo Afonso Rossignoli
MEMBROS DA BANCA EXAMINADORA
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
Julgado em: 11 / 02 / 2019
2
3
RESUMO
Foi realizada uma análise de 18 rótulos de massas alimentícias encontradas em supermercados da grande
Cuiabá-MT, os supermercados utilizados para obtenção da amostra foram escolhidos de forma aleatória,
posteriormente foi realizado a verificação dos rótulos frente a atual legislação brasileira que preconiza a
formulação e padronização dos rótulos alimentares. Dentre os resultados ao total foram encontradas 18 marcas de
massas alimentícias importadas comercializadas em supermercados de Cuiabá, dentre estas 10 não apresentaram
inconformidades e as outras 8 apresentaram. Após avaliação dos rótulos foi identificada dentre as principais
inconformidades a falta de tradução do rótulo para a língua portuguesa, inexistência da etiqueta de tradução,
ausência da listagem de ingredientes e não conformidades quanto à identificação da validade do produto. Dentre
todos os pontos encontrados, a não conformidade do rótulo quanto ao idioma do país de comercialização e a
ausência da etiqueta de identificação são itens que necessitam que ocorra uma fiscalização mais rígida no momento
de entrada dentro desse produto no Brasil.
PALAVRAS-CHAVE: Rótulos; Alimentos-Importados; Legislação-Brasileira; Massas-
Alimentícias.
ABSTRACT
An analysis of 18 pasta labels found in supermarkets in the greater Cuiabá-MT was carried out, the
supermarkets used to obtain the sample were randomly selected, after which the labels were checked against the
current Brazilian legislation that recommends the formulation and standardization of food labels. Among the
results to the total were 18 brands of imported pasta sold in Cuiabá supermarkets, among these 10 did not present
nonconformities and the other 8 presented. After evaluation of the labels was identified among the main
nonconformities the lack of translation of the label into the Portuguese language, lack of translation tag, absence
of listing of ingredients and nonconformities as to the validity of the product. Among all the points found, the non-
conformity of the label with regard to the language of the country of commercialization and the absence of the
identification tag are items that require a more rigid inspection at the time of entry within this product in Brazil.
KEY WORDS: Labels; Food-Imports; Brazilian legislation; Pasta-Food.
4
AGRADECIMENTOS
Primeiramente gostaria de agradecer à minha mãe Eliane e ao meu pai Adão, que não
me deixaram desistir do curso no meu momento de fraqueza no começo de tudo, se não fosse
pelas broncas e puxadas de orelha, hoje eu não estaria concluindo a minha graduação e não
seria nem 5% da pessoa que sou, pais vocês são meus exemplos, hoje sou a profissional que
sou graças a vocês, muito obrigada.
Gostaria de agradecer também à minha irmã insuportável Adaiane, que me ajudou no
custeio da faculdade quando precisei de cópias e lanches vespertinos, relaxa minha irmã, seu
dinheiro foi bem investido e logo terá retorno (risos), porém tenho que agradecer também aos
diversos trabalhos que me auxiliou realizando as correções e agradecer pelas orientações para
ser a acadêmica que sou.
Agradecimentos também ao meu companheiro Victor, este que esteve presentes comigo
em horas de estudo, de academia, de crises nervosas devido ao TG, crises mais que nervosas
devido ao estágio e demais coisas que causam nervosismo, este que chegou e já topou toda a
barra de aguentar uma aquariana estressada ao seu lado e que em momentos difíceis você pode
me dar seu ombro para eu me acalmar, meu muito obrigada por estar comigo e estar aguentando
toda essa barra, pensamento positivo meu amor, está acabando.
Gostaria de agradecer ao Professor Dr. Paulo Afonso Rossignoli, que durante todo o
período de orientação do trabalho de graduação sempre me deu a liberdade de poder escolher
com o que eu gostaria de trabalhar, apesar de ter uma orientada que vivia mudando de ideia a
cada 15 dias, dedicou seu tempo de descanso para sanar minhas dúvidas e me auxiliar na
finalização do trabalho, muito grata por tudo.
Por fim, porém não menos importante, nunca em hipótese alguma menos importante,
gostaria de agradecer imensamente a todos os professores que estiveram presentes em minha
vida acadêmica dentro da UFMT na faculdade de Nutrição, são muitos professores e vários
nomes cujos quais minha memória não é capaz de recordar, porém, saibam que todos os que
um dia passaram por minha vida me ensinaram algo de bom que com toda certeza irei levar
para a minha vida pessoal e profissional, muito obrigada.
5
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 6
1.1 O ALIMENTO E A SUA IMPORTÂNCIA NA SOCIEDADE ...................... 6
1.2 MUDANÇAS NO PADRÃO ALIMENTAR DA SOCIEDADE E SUAS
CONSEQUÊNCIAS .............................................................................................................. 7
1.3 LEGISLAÇÃO BRASILEIRA PARA OS RÓTULOS ALÍMENTICIOS ...... 8
1.4 CONTEXTUALIAZAÇÃO SOBRE MASSA ALIMENTÍCIA ................... 10
2. OBJETIVOS ..................................................................................................... 13
2.1 GERAL............................................................................................................... 13
2.2 ESPECÍFICOS ................................................................................................... 13
3. METODOLOGIA ............................................................................................ 14
3.1. DELIMITAÇÃO DA AMOSTRA ................................................................. 14
3.2 DELIMITAÇÃO DA LEGISLAÇÃO UTILIZADA ..................................... 14
3.3 DELIMITAÇÃO DA ANÁLISE DE EMBALAGENS ................................. 14
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................... 15
4.1 CONTEXTUALIZAÇÃO GERAL ................................................................ 15
4.2 RÓTULOS CONFORMES E NÃO CONFORMES ..................................... 15
4.3 INCONFORMIDADES ENCONTRADAS .................................................. 16
4.3 PONTOS DA LEGISLAÇÃO QUE NECESSITAM DE MAIOR VIGILÂNCIA
.............................................................................................................................................. 19
5 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 21
6 ANEXOS ............................................................................................................... 22
ANEXO 1 ................................................................................................................. 22
7 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ................................................................... 24
6
1. INTRODUÇÃO
1.1 O ALIMENTO E A SUA IMPORTÂNCIA NA SOCIEDADE
O ato de se alimentar constitui uma das atividades da humanidade mais importantes, não
só pelo fato de possuir razões biológicas evidentes, mas também por envolver aspectos
econômicos, sociais, científicos, políticos, psicológicos e culturais fundamentais na dinâmica
da evolução das sociedades existentes até o momento (CASOTTI, 2002).
O gênero Homo em suas diversas vertentes a milhares de anos, faz do ato de se alimentar
uma espécie de ritual, um momento do seu hábito diário onde ocorre o envolvimento dos
familiares, amigos e pessoas próximas, o momento de se alimentar não é um ato solitário, a
espécie humana desenvolveu mecanismos culturais de diversos, linguagens e outros utensílios
para que o momento da alimentação seja um ato de socialização e criação de vínculos
(CARNEIRO, 2005).
Segundo Casotti (2002), o ser humano determina uma importância diária para os
produtos alimentares, sendo que estes sempre possuem certo vínculo em forma de teia complexa
de significados e símbolos para a sua vivência, sendo assim cada um possui um vínculo
específico para com determinado alimento, podendo variar de onde cresceu, quais as
experiências e etc.
Além da criação de vínculos com certos alimentos, aumento de proximidade e a
socialização, o ato de se alimentar é mais importante para o ser humano do que se pode
imaginar, e possui respaldo da legislação devido a sua importância (SOUZA, 2017).
A Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) engloba a realização do direito de toda a
população possuir acesso regular e integral a alimentos que possuam qualidade nutricionais
adequadas condizente para a alimentação humana, em quantidade suficiente e sem
comprometer o acesso a outros pontos de necessidades essenciais do ser humano, sendo todos
7
esses itens embasados por práticas alimentares promotoras da saúde e que respeitem a
diversidade cultural e que sejam ambiental, cultural, econômica e socialmente sustentáveis
(BRASILd, 2006).
1.2 MUDANÇAS NO PADRÃO ALIMENTAR DA SOCIEDADE E SUAS
CONSEQUÊNCIAS
Apesar de existir leis que priorizam e preconizam a alimentação da população brasileira,
o que se pode observar no Brasil, assim como outros países subdesenvolvidos ou de terceiro
mundo, é que devido às grandes transformações, ocorreu uma enorme mudança no processo de
saúde/doença (SOUZA, 2017).
Essas mudanças acarretaram não só no processo de saúde/doença, mas também grandes
alterações no padrão alimentar da população brasileira, essas alterações são observadas também
em associação com mudanças no padrão de vida, na condição socioeconômica e demográfica,
infelizmente essas mudanças que ocorreram não tem apresentado uma reflexão boa na vida do
brasileiro (SOUZA, 2017).
A transição nutricional possui complexa relação com diversas mudanças nos padrões
demográficos, sociais, econômicos, ambientais e também em fatores que a princípio não
possuem vínculos, porém, ao analisar mais de perto autores como Jaime (2018), determinam
que mesmo não parecendo ter relação, esses fatores possuem associação com a transição
nutricional, um desses fatores é o crescimento econômico, a distribuição de renda, as mudanças
culturais entre outros.
A transição nutricional ocasiona o aumento na prevalência de doenças crônicas não
transmissíveis (DCNT) como obesidade, hipertensão arterial, diabetes mellitus do tipo 2, entre
outras doenças, causando assim uma mudança na distribuição das morbimortalidades da
população (SOUZA, 2017).
Segundo a dados da Vigitel disponibilizados em 2016 (BRASILb, 2017), o total de
pessoas que referiram o diagnóstico médico de diabetes mellitus tipo 2 é igual a 8,9%, isto
equivale a um aumento de 3,4% em 10 anos, na capital de Cuiabá 7,9% da população referiram
possuir diabetes tipo 2. Este mesmo aumento ocorreu no diagnóstico de hipertensão arterial,
onde em 2006 a prevalência era de 22,5% e em 2016 aumentou para 25,7%, totalizando em
Cuiabá um valor de 24,9% da população portadora de hipertensão arterial.
A industrialização dos alimentos é influenciada pelos avanços tecnológicos na indústria
agrícola e de alimentos, Reinaldo et al., (2015) comenta que a busca que o ser humano tem pela
8
praticidade e facilidade na alimentação ocorre devido ao estilo de vida urbano que a população
possui atualmente, as vezes a alimentação com maior quantidade de verduras e hortaliças é
associada a uma preparação que demanda muito tempo para ser realizada e com isso a baixa
procura pelo consumo desses alimentos ocorre cada dia mais, segundo dados da Vigitel
(BRASIL, 2017) o consumo regular de frutas e hortaliças aumentou somente 2,2% em 10 anos.
1.3 LEGISLAÇÃO BRASILEIRA PARA OS RÓTULOS ALÍMENTICIOS
Devido ao desenvolvimento no processamento de novos alimentos é necessária uma
melhor fiscalização quanto à elaboração e aplicação de rótulos alimentares, pois este
crescimento pode ser observado nos dados de faturamento da indústria brasileira de alimentos
que era de 184,6 bilhões em 2005 e em 2017 alcançou o valor de 642,6 bilhões (ABIA, 2017).
Câmara et al. (2008) comentam em seu estudo que “...no Brasil, as informações
fornecidas através da rotulagem contemplam um direito assegurado pelo Código de Defesa do
Consumidor que, em seu artigo 6°, determina que a informação sobre produtos e serviços deve
ser clara e adequada...", por isso as informações necessárias para o consumidor devem estar
dispostas nos rótulos dos produtos alimentícios, e deve estar ciente de todas as informações que
sejam relacionadas a aquele alimento no momento da compra, estas informações devem estar
dispostas de forma que seja de fácil compreensão (ALMEIDA-MURADIAN & PENTEADO,
2007).
Smith (2010), enfatiza que essas informações representam o primeiro contato que o
consumidor tem com o produto que está comprando, por isso os dados apresentados pelos
fornecedores não devem prover duplo sentido ou informações falsas aos consumidores, seja de
forma escrita ou ilustrada.
A legislação brasileira de rotulagem dos alimentos possui em sua base de referência as
determinações do Codex Alimentarius, este é o principal órgão internacional que é responsável
pela determinação das normas de segurança e rotulagem de alimentos. A função do Codex
Alimentarius é realizar uma proteção à saúde do consumidor, por meio de fixação das diretrizes
relacionadas ao plantio, produção e a comercialização dos alimentos e também incentivar
práticas justas no mercado internacional (KIMBRELL, 2000).
O órgão brasileiro responsável pela realização da fiscalização da produção e
comercialização dos alimentos, além de normatizar a rotulagem é a Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (ANVISA), está ligada ao Ministério da Saúde (MS), que juntos realizam
a elaboração de leis que auxiliam no controle e na vigilância de alimentos. Apesar da criação
9
da ANVISA em 1950, somente no final da década de 90 que a rotulagem nutricional se tornou
obrigatória (KIMBRELL, 2000).
A primeira norma sobre rotulagem dos alimentos com associação no MS foi o Decreto
n° 986 de 1969, que determina que “todo alimento será exposto ao consumo ou entregue à
venda depois de registrado no Ministério da Saúde” (CÂMARA et al., 2008).
O decreto estabeleceu a obrigatoriedade das informações, elas devem ser:
• Corretas, claras e precisas;
• Em língua portuguesa sobre a sua composição;
• O local de onde foi fabricado;
• O número do registro no Ministério da Saúde;
• Indicação se houve a adição de aditivos intencionais;
• Indicação lote, data de fabricação, de peso ou volume.
Atualmente no Brasil a organização administrativa que realiza o controle de alimentos
é um tanto quanto complexa, há diversos órgãos e entidades atuando neste assunto, além dos
que legislam suplementarmente nos Estados e Municípios (ALMEIDA-MURADIAN e
PENTEADO, 2007).
Os órgãos responsáveis pela regulamentação da rotulagem no Brasil são:
• Ministério da Saúde (MS) / Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA);
• Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA);
• Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial
(INMETRO);
• Ministério da Justiça (MJ).
Dentre esses ministérios o MAPA é responsável pelo registro de produtos de origem
animal, vegetal e cereal in natura, bebidas, vinagres e produtos apícolas. O MS cuida do registro
de alimentos de origem vegetal industrializado, água mineral, alimentos para fins especiais,
alimentos funcionais, aditivos e embalagens (SMITH, 2010).
Em relação à rotulagem dos alimentos, a RDC n° 259 de 20 de setembro de 2002 da
ANVISA (BRASILg, 2002), determina quais devem ser as informações obrigatórias a serem
expostas nos rótulos.
Sob encargo desta autarquia também está o regulamento da Rotulagem Nutricional e
Informação Nutricional Complementar, diretrizes estas dispostas nas Resoluções RDC n° 360
10
de 23 de dezembro de 2003 (BRASILh, 2003) e na Resolução n° 54 de 12 de novembro de
2012 (BRASILf, 2012), nesta ordem.
Marins e Jacob (2015), apresentam em sua pesquisa apontamentos de que os rótulos
causam influência nos consumidores a partir do momento em que no mesmo tenha a presença
das informações nutricionais.
As indústrias alimentícias tentam se adequar às exigências legais pertinentes a
rotulagem, mas apesar dos esforços das indústrias, ainda são identificadas irregularidades
quanto a rotulagem.
Graciano et al. (2000), demonstrou que de 375 rótulos analisados, 201 apresentaram
irregularidades, sendo alguma delas: ausência do lote, data de fabricação, data de validade, país
de origem, ausência de marcas entre outras irregularidades.
Yoshizawa et al., (2003) também observou que diversos produtores de alimentos não
cumprem a legislação, pois vários rótulos não apresentaram informações como conservação do
produto, presença ou ausência de corantes artificiais, informações que poderiam causar
confusão ao consumidor com falsas alegações de propriedades terapêuticas.
Além das irregularidades existentes nos rótulos, o que prejudica o consumidor é a
utilização de linguagem técnica, a utilização de siglas e abreviaturas e pouca legibilidade, o que
por sua vez prejudica o consumidor no momento de escolher (MARINS. et al. 2008).
1.4 CONTEXTUALIAZAÇÃO SOBRE MASSA ALIMENTÍCIA
A história do macarrão se confunde com a evolução da humanidade. Há mais de 6 mil
anos, o homem descobriu que podia moer alguns cereais e misturar com água e desde então as
massas alimentícias tiveram ampla aceitação e a demanda só cresceu (MAYOLO, 2014).
Os chineses tiveram a ideia com farinhas de arroz e de leguminosas realizar a mistura
com água e daí produzir uma massa, com isso surgiu o macarrão. São utilizados farinhas e
amidos de arroz, trigo ou mandioca para a produção de massas alimentícias na Ásia (MAYOLO,
2014).
Porém no Brasil a massa que possui maior aceitação entre a população foi a de origem
italiana, ela teve uma inserção eficaz na culinária, segundo a ABIMA (2014) “No Brasil, com
a forte imigração italiana no começo do século XX o alimento foi difundido e atualmente está
entre os preferidos dos brasileiros”.
O macarrão utilizado em pratos pelos brasileiros, possui sua nomenclatura formal como
massa alimentícia. A sua regularização e a caracterização das suas diversas composições são
11
delimitadas pela ANVISA, onde na Resolução RDC nº 14, de 21 de fevereiro de 2000
(BRASILe, 2000), dispõem as classificações detalhadas e cuidados na composição, qualidade,
rotulagem, entre outros.
Segundo a RDC n°14/2000, as massas alimentícias possuem 2 definições, que são:
• Massa alimentícia pré cozida ou macarrão pré cozido, este é o produto que não
sofre fermentação, pode ser apresentado de diversas formas, recheadas ou não,
é obtido através do empasto e o amassamento mecânico, pode ser parcialmente
cozido, desidrato ou não, sua composição varia da mistura de farinha de trigo ou
sêmola/semolina de trigo durum e ou farinha de outros vegetais, adicionado ou
não de outros ingredientes, acompanhado ou não de temperos e ou
complementos, isoladamente ou adicionados diretamente à massa, sujo preparo
necessita de cozimento complementar (BRASILe, 2000).
• Macarrão instantâneo ou massa alimentícia instantânea: é o produto que não
sofre fermentação, pode ser apresentado de diversas formas, recheado ou não
obtido polo empasto, amassamento mecânico, cozimento e desidratação ou não
da mistura de farinha de trigo ou sêmola/semolina de trigo durum e ou farinha
de outros vegetais, adicionado ou não de outros ingredientes, acompanhado ou
não de temperos e ou complementos, isoladamente ou adicionados diretamente
à massa. Para seu preparo o produto é reidratado a frio ou a quente e o tempo de
cozimento é reduzido ou desnecessário (BRASILe, 2000).
Outros fatores que são observados pela ANVISA são os teores de umidade e a
composição. As massas alimentícias são classificadas quanto ao teor de umidade segundo a
RDC n° 14/2000, em:
• Massa alimentícia seca ou macarrão seco: com secagem durante a elaboração,
tendo como umidade no produto final máxima de 13% (g/100g);
• Massa alimentícia ou macarrão úmido ou fresco, com umidade máxima final de
35% (g/100g);
• Massa alimentícia ou macarrão instantâneo ou pré-cozido (desidratado por
fritura), com umidade final máxima de 10% (g/100g);
• Massa alimentícia ou macarrão instantâneo ou pré-cozido (desidratado por ar
quente ou outros meios), com umidade do produto final máxima de 14,5%
(g/100g).
12
Segundo a ABIMA (2014), o mercado de massas alimentícias no Brasil registrou alta
de 11,5% em 2013, movimentando R$ 6,94 bilhões. Nos últimos cinco anos o faturamento,
apontado por pesquisa, cresceu 18%, sendo impulsionada principalmente pela categoria de
massa seca.
E ainda, já em 2012, o consumo de massas teve sua segunda maior importância na região
sul do Brasil. O consumo de massas alimentícias concentra grande consumo e movimentação
no Brasil. Portando, a massa está muito presente nos lares, representante de 16,2% da
importância das regiões brasileiras, sendo a segunda colocada em nível nacional (MAYOLO,
2014).
Desta forma, a massa de origem italiana se integrou no Brasil e é apreciada por grande
parte da população. Sendo assim, comercializada e encontrada na casa de consumidores, diante
disto, sua embalagem torna-se presente no contato de diversos consumidores que efetuam
compras para a despensa de casa.
Os rótulos dos alimentos por si só possuem um determinado nível de dificuldade quanto
a sua compreensão, porém para o consumidor, possui suma importância, pois é a partir do rótulo
que ele irá identificar quais ingredientes possui o alimento, qual o modo de preparo,
conservação, validade, dentre outras informações que são referentes ao consumo do alimento.
No caso das massas alimentícias é necessária a identificação em seu rótulo sobre algum
ingrediente em sua composição que possa vir ocasionar problemas no consumidor, como por
exemplo uma pessoa com doença celíaca ao consumir o glúten, ou uma pessoa alérgica à
proteína do ovo consumir ovo.
Algumas vezes devido a linguagem utilizada, ou por ilustrações que são usadas de forma
inadequada ou até mesmo pelo fato de não haver tradução e adequação do rótulo de acordo com
a legislação do país de comercialização, o consumidor sente dificuldade quanto à compreensão
do que está explícito no rótulo.
Diante disso o presente trabalho tem o intuito de analisar os rótulos de massas
alimentícias importadas, comercializadas em supermercados de Cuiabá a fim de identificar
irregularidades em seus rótulos frente a legislação vigente.
13
2. OBJETIVOS
2.1 GERAL
Averiguar a adequação dos rótulos de massas alimentícias importadas e comercializadas
em supermercados de Cuiabá – MT.
2.2 ESPECÍFICOS
• Realizar um levantamento para quantificar as marcas de massas alimentícias
importadas comercializadas em supermercados de Cuiabá-MT;
• Avaliar as embalagens de massas alimentícias importadas e comercializadas em
supermercados de Cuiabá – MT, quanto à adequação a legislação brasileira de
rotulagem;
• Verificar quais são os maiores pontos de irregularidades nos rótulos das massas
alimentícias importadas e comercializadas em supermercados de Cuiabá – MT;
• Apresentar um panorama geral da não-conformidade dos rótulos massas
alimentícias importadas e comercializadas em supermercados de Cuiabá – MT
frente a legislação brasileira vigente.
• Identificar através deste estudo quais itens constantes na legislação menos
respeitados nas embalagens das massas alimentícias, e que necessitam de maior
vigilância.
14
3. METODOLOGIA
3.1. DELIMITAÇÃO DA AMOSTRA
As amostras utilizadas neste estudo foram compostas por massas alimentícias
importadas comercializadas em seis supermercados de redes da grande Cuiabá – MT, os quais
foram selecionados aleatoriamente. Os supermercados foram identificados por letras do
alfabeto em maiúsculo e as amostras por algarismos numéricos (Ex: Mercado/Amostra: B1, C1,
etc.).
3.2 DELIMITAÇÃO DA LEGISLAÇÃO UTILIZADA
Para análise dos rótulos foram utilizadas como parâmetros os regulamentos contidos nos
artigos e incisos da RDC 259/2002, que estabelece a regulamentação técnica para rotulagem de
alimentos embalados, a RDC 359/2003 e 360, que estabelecem respectivamente: o regulamento
técnico de porções de alimentos embalados para fins de rotulagem nutricional: e regulamento
técnico sobre rotulagem nutricional de alimentos embalados. Pois, as mesmas realizam a
delimitação dos parâmetros que devem ser seguidos e aplicados para que os rótulos das
embalagens dos produtos alimentícios comercializados dentro do território nacional forneçam
informações padronizadas.
3.3 DELIMITAÇÃO DA ANÁLISE DE EMBALAGENS
Para levantamento dos dados foi utilizado o questionário para a análise dos rótulos
elaborado por Smith (2010), com modificações que permitiu a inserção de critérios das
legislações que normatizam e regulam a elaboração e aplicação de rótulos das embalagens os
alimentos importados e comercializados no território brasileiro.
15
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 CONTEXTUALIZAÇÃO GERAL
Foram analisados um total 18 rótulos de massas alimentícias importadas que são
comercializadas na grande Cuiabá, sendo que dos 18 rótulos analisados, 10 (55,5%) não
apresentaram inconformidades quando analisadas de acordo com a atual legislação, os outros 8
(44,4%) apresentaram ao menos 1 tipo de inconformidade diante a legislação, sendo estas as
que mais apareceram: o rótulo não apresentava tradução para a língua portuguesa, idioma do
país que estava sendo comercializado, falta de adequação da informação nutricional apresentada
no rótulo, falta de clareza e coerência no modo de preparo do alimento, ausência da data de
validade do produto, entre outras inconformidades.
4.2 RÓTULOS CONFORMES E NÃO CONFORMES
A Tabela 1 apresenta a listagem dos códigos utilizados para cada supermercado e marcas
que foram analisadas no trabalho, também apresenta o número de marcas encontradas em cada
supermercado da grande Cuiabá.
Alguns supermercados não apresentaram nenhuma massa alimentícia importada em seu
local de comercialização, como no caso dos supermercados A e F, nestes não foram encontradas
massas alimentícias importadas sendo comercializadas, sendo assim os mesmos foram retirados
da análise dos dados, nos demais supermercados analisados que comercializavam as massas
alimentícias, está totalizada o número respectivo de marcas analisadas na frente do código do
mercado.
16
Tabela 1. Listagem de supermercados, distribuição de marcas (por código de identificação) e
quantidade de inconformidades encontradas em massas alimentícias comercializadas em
Cuiabá-MT, 2018.
Código para supermercados N° de marcas Código para as marcas
Quantidade de
inconformidades
encontradas
B 9
B1 -
B2 3
B3 3
B4 2
B5 -
B6 -
B7 -
B8 -
B9 -
C
5
C1 4
C2 -
C3 3
C4 2
C5 -
E 2 E1 4
E2 -
H 2 H1 4
H2 -
Fonte: Supermercados de Cuiabá-MT, 2018.
Como se pode observar em alguns supermercados houve uma grande quantidade de
marcas de massas importadas, porém em outros não houve tanto êxito, isso pode ser explicado
pois onde não se achou as massas importadas são supermercados atacadistas, voltado para
venda de material de reposição de estoque, algo mais para restaurantes ou locais que utilizem
materiais em grande quantidade, já nos supermercados que foram encontradas as massas
importadas, estes são voltados para o público familiar, onde são realizadas compras para casa.
4.3 INCONFORMIDADES ENCONTRADAS
A Tabela 2 demonstra quais marcas apresentaram uma ou mais irregularidades segundo
as legislações utilizadas para a análise e discrimina quais são essas inconformidades
encontradas na análise dos rótulos.
Se observa que no total das 18 marcas apresentadas, dentre estas 10 não apresentaram
nenhum tipo de irregularidade do rótulo frente a legislação e as outras 8 após análise
apresentaram inconformidades ao confrontadas com a legislação, esta constatação não pode ser
17
encarada de forma positiva, pois no Brasil existem legislações referentes ao controle da
qualidade do rótulo do alimento, sendo elas a RDC n° 259/2002, 359 e 360/2003, da
ANVISA/MS, o resultado encontrado só constata que não está sendo respeitada e executada a
legislação brasileira.
A autora Smith (2010), em seu estudo também observou um panorama semelhante ao
encontrado em Cuiabá-MT após analisar os rótulos de diversos tipos de alimentos frente à
legislação, em seu estudo ela analisou no total 52 rótulos, destes 80,8% apresentavam alguma
inconformidade frente a legislação e somente 19,2% estavam totalmente isentos de erros em
seus rótulos.
Pode-se perceber que a inconformidade que mais teve prevalência entre as marcas foi a
falta de tradução do rótulo para a língua portuguesa, esta inconformidade por si só não é um
grave problema.
Porém como prevê a Resolução de Diretoria Colegiada – RDC nº 259, de 20 de
setembro de 2002: “Quando a rotulagem não estiver redigida no idioma do país de destino deve
ser colocada uma etiqueta complementar, contendo a informação obrigatória no idioma
correspondente com caracteres de tamanho, realce e visibilidade adequados”, o que ao verificar
nos rótulos das massas alimentícias importadas encontradas três delas não possuíam a etiqueta.
Estas inconformidades ao serem identificadas juntas nos rótulos dos alimentos
impossibilitam com que o consumidor possa reconhecer os ingredientes e demais informações
que estão discriminadas no rótulo do alimento.
Como pode-se observar na Tabela 2, duas marcas não apresentaram a etiqueta de
identificação regular e outras três marcas sequer tinham as etiquetas de identificação em seus
rótulos. Essa verificação está totalmente contra o que a RDC n° 259/2002, 359 e 360/2003, da
ANVISA/MS, preconiza, pois, o principal intuito dos rótulos presentes nos alimentos é realizar
a comunicação do alimento para o consumidor, demonstrando em seu rótulo o que está sendo
comercializado.
A partir do momento em que o rótulo do alimento não se encontra no idioma do país
que está sendo comercializado e não possui a etiqueta complementar o direito do consumidor
não está sendo garantido, infringindo assim o Código de Defesa do Consumidor a lei nº 8.078,
de 11 de setembro de 1990, onde se diz Art.6: “III - a informação adequada e clara sobre os
diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características,
composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apresentem.”.
18
Tabela 2. Massas alimentícias comercializadas em Cuiabá-MT que apresentam ou não
inconformidades quanto ao rótulo do alimento e descrição das inconformidades, 2018.
Código para as
marcas
Apresentam
inconformidades? Quais inconformidades?
SIM
NÃO
B1 X
B2 X Não se encontra na língua portuguesa
Não possui listagem de ingredientes traduzidos Informação nutricional não segue a legislação
B3 X Não se encontra na língua portuguesa O modo de preparo não está traduzido
Data de validade não segue a legislação
B4 X Etiqueta de identificação irregular Não há modo de conservação
B5 X
B6 X
B7 X
B8 X
B9 X
C1 X
Não se encontra na língua portuguesa Informação nutricional não segue a legislação
O modo de preparo está traduzido, porém não está claro e
preciso Não possui etiqueta de tradução
C2 X
C3 X Não se encontra na língua portuguesa O modo de preparo não está traduzido
Data de validade não segue a legislação
C4 X Etiqueta de identificação irregular Não há modo de conservação
C5 X
E1 X
Não se encontra na língua portuguesa Informação nutricional não segue a legislação
O modo de preparo está traduzido, porém não está claro e
preciso Não possui etiqueta de tradução
E2 X
H1 X
Não se encontra na língua portuguesa Informação nutricional não segue a legislação
O modo de preparo está traduzido, porém não está claro e
preciso Não possui etiqueta de tradução
H2 X
Fonte: Supermercados de Cuiabá-MT, 2018.
No estudo realizado por Smith (2010) foi constatado que dentre os alimentos analisados,
os alimentos para praticantes de atividade física possuía maior número de inconformidades, ela
associou esse fato pelo motivo desses alimentos serem em sua maioria alimentos importados,
os quais muitas vezes não seguem a legislação brasileira de rotulagem no momento de
fabricação do rótulo, sendo assim, indo contra as determinações legais vigentes no Brasil.
19
Dentre as inconformidades mais encontradas, a falta de tradução dos rótulos e das
informações obrigatórias é algo preocupante, pois para o consumidor poder escolher com
precisão o que está comprando, ele necessita ler o que está escrito, no momento em que o rótulo
do produto se encontra em outro idioma isso se torna praticamente impossível.
Demais inconformidades também foram encontradas, como também foi encontrado o
não cumprimento da legislação na exposição das informações nutricionais dos alimentos e para
a exposição da data de validade.
Atualmente a população tem se preocupado com a saúde, procurando com maior
frequência colocar em prática a leitura dos rótulos dos alimentos para saber da sua composição
e o que estão consumindo.
Em seu estudo Soares et al. (2016), observou que de 240, mais de 70% dos
consumidores admitiram possuir o hábito de ler o rótulo do alimento. O autor ressalta em seu
trabalho que os consumidores em sua maioria, tiveram a iniciativa da prática de leitura de
rótulos a partir da verificação da data de validade dos produtos.
A partir deste ponto em que se tem um consumidor que está se adaptando ao processo
de criação de hábito de leituras de rótulos, no momento em que vai comprar um alimento se
depara com um rótulo em outro idioma, sentirá uma maior dificuldade em conseguir entender
o que compõem o rótulo do alimento, por isso é necessário que os órgãos responsáveis pelo
cumprimento das legislações, como a ANVISA, realizem a fiscalização correta sobre os
alimentos importados.
Além de se encontrar as informações nutricionais em outro idioma, também foi
encontrado dizeres dos rótulos em tamanho inferior ao que se é capaz de ler, fonte e coloração
de letras cujas quais dificultam a leitura, estes pontos são abordados na legislação como pontos
que devem ser assegurados para que o consumidor possa ler e interpretar o que é preconizado
pela legislação brasileira, sendo muito inoportuno para o consumidor uma letra minúscula no
momento da compra para ler.
4.3 PONTOS DA LEGISLAÇÃO QUE NECESSITAM DE MAIOR VIGILÂNCIA
Foi possível identificar que certas irregularidades, como por exemplo a falta de tradução
para o idioma do país de comercialização, foram encontradas em vários rótulos, o que se pode
identificar como sendo um erro constante, este erro por sua vez é ocasionado devido a falta de
fiscalização e aplicação da legislação.
20
Para que a legislação possua maior efetividade e seja realizada o seu cumprimento,
recomenda-se uma maior fiscalização em meios de entrada para o país, como os portos e
aeroportos, a partir do momento em que ocorrer a intensificação referente à rotulagem dos
produtos importados pode-se evitar que produtos irregulares adentrem no país e acabem sendo
comercializados livremente no mercado nacional.
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5 CONCLUSÃO
Ao total foram encontradas 18 marcas de massas alimentícias importadas
comercializadas em supermercados de Cuiabá, dentre estas 10 não apresentaram
inconformidades e as outras 8 apresentaram.
Após avaliação dos rótulos foi identificada dentre as principais inconformidades a falta
de tradução do rótulo para a língua portuguesa, inexistência da etiqueta de tradução, ausência
da listagem de ingredientes e não conformidades quanto à identificação da validade do produto.
Dentre todos os pontos encontrados, a não conformidade do rótulo quanto ao idioma do
país de comercialização e a ausência da etiqueta de identificação são itens que necessitam que
ocorra uma fiscalização mais rígida no momento de entrada dentro desse produto no Brasil.
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6 ANEXOS
ANEXO 1
Quadro 1. Questionário utilizado para a verificação e análise dos rótulos de massas alimentícias
comercializadas em Cuiabá-MT, 2019.
Verificação dos rótulos Sim Não Obs.
O rótulo do alimento apresenta vocábulos, sinais, denominações, símbolos, emblemas, ilustrações
ou outras representações gráficas que possam tornar a informação falsa, incorreta, insuficiente, ou
que possa induzir o consumidor a equívoco, erro, confusão ou engano, em relação à verdadeira
natureza, composição, procedência, tipo, qualidade, validade, rendimento ou forma de uso do
alimento?
O rótulo apresenta efeitos ou propriedades que não possuam ou não possam ser demonstrados?
O rótulo possui destaque da presença de algum componente que seja intrínseco ou próprio de
alimento de igual natureza?
O rótulo ressalta a presença de componentes que seja adicionado como ingredientes em todos os
alimentos com tecnologia de fabricação semelhante?
O rótulo indica que o alimento possui propriedades terapêuticas ou medicinais?
O rótulo apresenta as denominações geográficas de um país, de uma região ou de uma população,
reconhecidas como lugares onde são fabricados alimentos com determinadas características, para
induzir o consumidor a erro, equívoco ou engano?
O rótulo está no idioma do país comercializado?
Se não, possui etiqueta de tradução?
A etiqueta de tradução contém as informações obrigatórias transcritas no idioma oficial do país
comercializado?
O rótulo apresenta a marca do produto?
Há informação complementar?
A informação complementar nutricional segue os requisitos da legislação?
Há lista de ingredientes?
A lista de ingredientes está de acordo com a legislação?
As informações de modo de preparo estão claras, precisas e garantem a utilização correta do
alimento?
Há modo de conservação após aberta a embalagem?
Há indicação da data de validade?
A indicação da data de validade está de acordo com a legislação?
Há identificação de lote?
A identificação do lote segue os requisitos legais?
Há os dados do fabricante conforme estabelece a legislação?
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Há identificação sobre contém ou não contém glúten?
Há informação sobre contém ou não contém glúten está correta?
A tabela nutricional está de acordo com as legislações de rotulagem nutricional?
Fonte: adaptado de Smith (2010).
24
7 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
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