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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO - SUED DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE
Ficha para Catálogo Artigo Final
Professor PDE/2010
Título Crônica literária: o estudo e o conhecimento como uma proposta de letramento.
Autor Maria Aparecida de Sales
Escola de Atuação Colégio Estadual Lourenço Filho Ensino Fund. e Médio
Município da Escola Umuarama - Paraná
Núcleo Regional de Educação Umuarama - Paraná
Orientador Marciano Lopes e Silva
Instituição de Ensino Superior UEM - Maringá
Área do Conhecimento Letras - Português
Relação Interdisciplinar Não há
Público Alvo Alunos do 9º ano do ensino fundamental
Localização Col. Est. Lourenço Filho Ens. Fund. e Médio - Rua Brasília, nº 723, Serra dos Dourados – Umuarama/PR.
Resumo
O objetivo desse trabalho é discutir os resultados de uma proposta de ensino aplicada aos alunos do 9º ano do ensino fundamental, em que se buscou ampliar o conhecimento dos mesmos, oferecendo-lhes atividades sistematizadas e fundamentadas no estudo da história da crônica e suas características composicionais, acompanhado de leitura de dados bibliográficos dos autores: Fernando Sabino, Rubem Braga, Sérgio Porto, Machado de Assis e Arnaldo Jabor, juntamente com um texto de suas autorias. O trabalho foi organizado em capítulos composto de atividades que discorriam sobre estudo do vocabulário, questões de análise textual que exploravam a estrutura do gênero e questões de compreensão sobre o tema. Paralelamente se propôs um breve estudo do gênero textual em que a crônica estudada se apoia, sugestões de leituras e pesquisa na internet com o intuito de enriquecer ainda mais o conhecimento do aluno, visando capacitá-lo para identificar o gênero textual crônica em qualquer suporte, seja ele jornal, livro didático e outros. Esse estudo teve também a finalidade de ampliar o conhecimento do aluno a respeito desse gênero textual muito presente em nossa sala de aula e com o qual tem pouca ou nenhuma familiaridade.
Palavras-chave Crônica, história, estudo, características, cronistas.
CRÔNICA LITERÁRIA: O ESTUDO E O CONHECIMENTO COMO UMA
PROPOSTA DE LETRAMENTO
Autor: Maria Aparecida de Sales1
Orientador Prof. Dr. Marciano Lopes e Silva2
Resumo
O objetivo desse trabalho é discutir os resultados de uma proposta de ensino,
aplicada aos alunos do 9º ano do ensino fundamental, em que se buscou ampliar o
conhecimento dos mesmos sobre a história da crônica e suas características
composicionais, o que foi acompanhado de leitura de dados bibliográficos dos
autores Fernando Sabino, Rubem Braga, Sérgio Porto, Machado de Assis e Arnaldo
Jabor. O trabalho foi organizado em capítulos composto de atividades que
discorriam sobre estudo do vocabulário, questões de análise textual que exploravam
a estrutura do gênero e questões de compreensão sobre o tema. Paralelamente se
propôs um breve estudo do gênero textual em que a crônica é estudada
comparativamente a outros gêneros como o conto, o artigo jornalístico e o poema
em prosa. Por isso a elaboração do material para o trabalho integrava atividades
sistematizadas que discorriam sobre a estrutura geral do gênero que faz contraponto
com a crônica, leitura, análise e interpretação de textos de autoria dos autores em
estudo, pesquisa e atividades práticas como a produção de texto, visando capacitar
o aluno para identificar o gênero textual crônica em qualquer suporte, seja ele jornal,
livro didático e outros. Esse estudo teve também a finalidade de ampliar o
conhecimento do aluno a respeito desse gênero textual muito presente em nossa
sala de aula e com o qual tem pouca ou nenhuma familiaridade.
Palavras-chave: Crônica, história, estudo, características, cronistas.
1 Professora de Língua Portuguesa na Rede Estadual de Ensino do Estado do Paraná desde 1997,
participante do PDE/201 - Programa de Desenvolvimento Educacional do Estado do Paraná - turma 2010, lotada no Colégio Estadual Lourenço Filho - Ensino Fundamental – Umuarama/PR, NRE de Umuarama/PR. 2 Professor Adjunto da Universidade Estadual de Maringá – UEM. Graduado em Oceanologia e Letras
pela Fundação Universidade de Rio Grande (FURG, 1986, 1990), é mestre e doutor em Letras (UFRGS/1994, UNESP/2005). Foi professor da Universidade Estadual de Londrina (1995 a 1997) e, desde 1997, leciona na Universidade Estadual de Maringá.
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1 Introdução
O presente artigo apresenta como eixo norteador a discussão dos resultados
da proposta metodológica, aplicada a alunos do 9º ano do ensino fundamental, de
estudo do gênero textual crônica literária com ênfase na história e nas
características do gênero. Os autores estudados foram Fernando Sabino, Rubem
Braga, Sérgio Porto, Machado de Assis e Arnaldo Jabor. O trabalho em classe
também representou uma oportunidade de os alunos conhecerem outros gêneros
como o conto, o poema em prosa, artigo jornalístico e de opinião, gêneros em que a
crônica se apóia e faz com que tenhamos muita dificuldade em conceituá-la,
caracterizá-la e até mesmo individualizá-la, visto ser um gênero híbrido.
Durante o trabalho em classe, um dos objetivos foi mostrar a grandiosidade
e a singularidade com que os cronistas escrevem suas crônicas literárias, como
procuram recriar os fatos que relatam, de que ponto de vista pessoal e com que
pretensão instigam a sensibilidade de seus leitores, como os acontecimentos
fortuitos do cotidiano passam a ser valorizados e como exploram as potencialidades
da língua para construir significações e efeitos de sentido a fim de propiciar ao leitor
momentos de entretenimento e prazer.
2 Desenvolvimento
2. 1 Fundamentação teórica
A palavra crônica que conhecemos hoje tem sua origem na palavra grega
khronus (tempo) e designava relato de acontecimentos na ordem cronológica. Assim
a crônica é um gênero textual que existe desde a Idade Média e vem se modificando
ao longo do tempo. Naquele tempo, os cronistas relatavam acontecimentos
históricos, principalmente aqueles relacionados às pessoas importantes como reis,
imperadores e generais.
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Com o surgimento da imprensa os grandes acontecimentos históricos
começaram a aparecer no jornal, dando conta também da vida social, dos costumes,
da política, em fim, dos mais diversos fatos do cotidiano da sociedade. Nesse
contexto, nasce a crônica, que passa também a ser registrada em folhetins
geralmente no rodapé dos jornais. Assim, a crônica como a conhecemos hoje teve
origem no folhetim francês do século XIX, espécie de almanaque que ficava na parte
baixa do jornal, onde tinha pouco ou nenhum valor. Mas na segunda metade do
século XIX o folhetim deixa de ser relegado ao segundo plano e passa a ser
chamado de crônica, portanto foi nessa época, em 1852, que a crônica apareceu
pela primeira vez na imprensa brasileira
A crônica brasileira começou com Francisco Otaviano, no Jornal Commercio do Rio de Janeiro (2 de dezembro de 1852), e a ele se seguiram José de Alencar, Manuel Antônio de Almeida, Machado de Assis, Araripe Júnior, Raul Pompéia, Coelho Neto, Olavo Bilac, Humberto de Campos, Constâncio Alves, Álvaro Moreyra, João do Rio, Henrique Pongetti, Genolino Amado, Manuel Bandeira, Ribeiro Couto, Carlos Drummond de Andrade, Eneida, Peregrino Júnior, Rubem Braga, Raquel de Queiroz, Elsie Lessa, Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos, Ledo Ivo, José Carlos Oliveira, Carlos Eduardo Novaes e outros (COUTINHO, 2008, p.106).
A crônica foi utilizada por Machado de Assis como meio para se comunicar
com os seus leitores entre 1859 e 1900. Ao longo de sua intensa trajetória como
jornalista/cronista, Machado também escreveu sobre a própria atividade.
Em crônica de 30 de outubro de 1859, Machado de Assis, definindo o folhetim e o folhetinista, deu as características da crônica, tal como hoje a entendemos. Aliás, no fundo o folhetim era outro nome para a crônica, denominação esta que veio a prevalecer. Venceu e generalizou-se. Mostra Machado que o folhetinista é originário da França, espalhando-se graças ao grande veículo que é o jornal. (COUTINHO, 2008, p. 104).
O jornal, que para alguns estudiosos do assunto é considerado como o
primeiro suporte onde se originou a crônica, tem como característica a duração de
um dia, isto confere à crônica uma vida curta e breve, mas, o que a salva do
completo esquecimento é a sua literariedade. Portanto, só a literatura pode garantir
à crônica sua sobrevivência.
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Assim quando a crônica passa do jornal para o livro amplia-se a magicidade do texto, permitindo ao leitor dialogar com o cronista de forma bem mais intensa, ambos agora mais cúmplices no solitário ato de reinventar o mundo pelas vias da literatura (SÁ, 2008 p.86).
A diversidade de crônicas é grande, de modo que Coutinho (2008) as
classifica assim: a) a crônica narrativa, que conta uma história, assim se
aproximando do conto contemporâneo – Fernando Sabino é um exemplo de cronista
narrativo; b) a crônica metafísica, que possui conteúdo filosófico, propondo uma
reflexão sobre o cotidiano humano – Machado de Assis e Carlos Drummond de
Andrade são dois exemplos clássicos; c) a crônica poema-em-prosa, que tem um
conteúdo lírico – Manuel Bandeira e Rubem Braga são exemplos; d) a crônica-
comentário, que mostra os fatos juntamente com comentários a respeito dos
mesmos – José de Alencar, Machado de Assis, Lourenço Diaféria, Sérgio Porto e
outros podem ser considerados exemplos; e) a crônica informação, que divulga um
fato permeado de pequenos comentários a exemplo da anterior, porém menos
pessoal.
A crônica, como a conhecemos hoje, é um texto curto e leve, no qual os
cronistas empregam trechos de diálogos permeados de expressões cotidianas e,
assim, vão escrevendo como quem conversa com os seus leitores. Como se
estivessem bem próximos, os cronistas também os cercam com opiniões sobre
costumes, política, economia e outros assuntos, às vezes de uma forma leve e cheia
de humor e outras vezes de uma forma mais séria e irônica, geralmente imprimindo-
lhes um caráter poético ou literário.
Apesar de ser um gênero de difícil conceituação, é muito importante deixar
claro que um bom trabalho com o gênero textual crônica em sala de aula é o
caminho para o refinamento do olhar do aluno para observação do cotidiano,
podendo, assim contribuir de maneira significativa para o ensino e aprendizado de
literatura.
Ao focar o cotidiano, o cronista enquadra na sua lente muitas coisas miúdas
que acontecem simultaneamente, mas em meio a tantas frivolidades, apenas uma é
capaz de chamar sua atenção e é esta que será compartilhada com o leitor com o
objetivo de despertar nele emoções e sensações nunca sentidas antes. Portanto,
esses ajustes especiais que o cronista dá aos acontecimentos corriqueiros,
interessam o leitor para a leitura do texto.
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A título de reforço: o cronista é um solitário com ânsia de comunicar-se. Para
utilizar-se literariamente desse meio vivo insinuante, ágil, que é a crônica
(COUTINHO, 2008, p. 106).
Em suma, a diversidade de apreensões do cotidiano aproxima a crônica do
dia a dia, deixando-a bem perto da gente. Com base nisso entendemos que um bom
trabalho com o gênero textual crônica em sala de aula pode contribuir de maneira
significativa para o ensino de língua portuguesa e literatura.
2. 2 Características do gênero crônica literária
Na esfera literária o gênero escolhido para estudo possui várias
características. A crônica, na maioria dos casos, é um texto curto escrito em tom
bastante coploquial, ou seja, o próprio escritor parece "dialogar" com o leitor. Isso faz
com que a crônica apresente uma visão totalmente pessoal de um determinado
assunto: a visão do cronista. A versatilidade da crônica é vasta, pois encontramos
nela aspectos tipológicos diversos, tais como narrar, comentar, descrever, analisar,
argumentar e relatar, o que se deve ao fato de ela ser um gênero textual híbrido
Suas principais características:
Brevidade.
Possui como marca a subjetividade do autor.
Apresenta diálogo com o leitor (dialogismo).
A linguagem predominante é informal ou coloquial, bem próxima da
oralidade.
Explora o humor.
É construída a partir de fatos colhidos no noticiário jornalístico ou no
cotidiano.
É escrita para ser veiculada em jornais e revistas, por isso a linguagem oscila
entre a dos textos literários e a dos textos informativos.
Apresenta linguagem clara, objetiva e com marcas da oralidade.
É efêmera, visto centrar-se no cotidiano e/ou na notícia, além de ser
publicada em jornais, que são publicações descartáveis.
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Só alcançam a perenidade quando transcendem o cotidiano e a notícia e são
transpostas para livros.
2.3 Procedimentos de encaminhamentos de estudo do gênero textual crônica
literária
Diante do cenário apontado, a implementação deste projeto foi realizado no
segundo semestre de dois mil e onze, totalizando trinta e duas horas. Para cada
crônica abordada, seguiram-se metodologicamente três etapas de estudo.
Primeira etapa:
É realizada a apresentação do objeto de estudo ao aluno. Faz-se um
levantamento do conhecimento prévio que ele tem sobre o tema levantando-se
hipóteses sobre o possível assunto e motivando-o por meio de perguntas como: O
que é uma crônica? Você leu alguma nesses últimos dias? Qual? Quem era seu
autor? Você conhece algum cronista brasileiro? Qual? Em que lugar as crônicas são
veiculadas? Onde podemos encontrá-la? Como é a estrutura da crônica? Que
elementos caracterizam um texto conhecido como crônica?
Os dados obtidos nesta etapa são essenciais para medir o interesse e o
conhecimento do aluno acerca do assunto e prepará-lo para a experiência de um
contato mais amplo e exploratório a respeito do gênero.
Esta primeira etapa também conta com uma atividade extraclasse que
propõe uma pesquisa e coleta de textos do gênero em estudo objetivando
enriquecer o conhecimento do aluno a respeito do tipo de crônica a ser estudada. O
passo seguinte é a análise e o estudo dos textos coletados. Logo o que se esperava
era que o aluno tivesse retido informações suficientes sobre as especificidades do
gênero levando em conta os aspectos característicos do mesmo.
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Segunda etapa:
É momento de explanação (leitura e questionamentos) sobre a história da
crônica e suas características. Em seguida é ofertado o material impresso para cada
aluno participante, deixando-se claro que o material didático foi pensado e elaborado
contendo todas as informações pertinentes ao assunto. Buscando instaurar no aluno
o desejo e a vontade de estudar o gênero, argumentamos que os livros didáticos
deixam muito a desejar quando abordam os textos não apresentado de forma clara
as suas características.
Terceira etapa:
A partir desse momento, o estudo é organizado e sistematizado levando
em conta a sequência dos capítulos acompanhados do gênero de apoio, bibliografia
do cronista selecionado, nova leitura da crônica (fazendo um levantamento das
informações encontradas), atividades de leitura, interpretação e reflexão sobre o
tema e a situação de produção. Por se tratar de crônicas variadas a cada novo texto,
uma produção diferente era solicitada aos alunos com o objetivo de contemplar as
características, estrutura e a temática do gênero.
3 Encaminhamento do ensino/aprendizagem a partir dos capítulos
3.1 Capítulo 1: História do gênero crônica e suas características
Nesse capítulo o aluno teve a oportunidade de enriquecer o seu
conhecimento a respeito do gênero textual crônica literária com base numa
fundamentação teórica que lhe forneceu subsídio para um melhor entendimento do
hibridismo da crônica e suas características. Questões para verificação e ativação
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de conhecimentos prévios foram adaptadas de acordo com os objetivos, que eram
levar ao aluno o conhecimento da história da crônica literária para que este pudesse
construir um conceito para o gênero e ser capaz de reconhecê-lo em qualquer
suporte.
3.2 Capítulo 2: Crônica narrativa
Neste capítulo o aluno teve a oportunidade de conhecer e estudar a crônica
narrativa, que é aquela que conta uma história, ou seja, “se aproxima do conto
contemporâneo”, Fernando Sabino é um exemplo de cronista narrativo. Para estudo
das características da crônica narrativa propôs-se o estudo paralelo do gênero
conto, no qual a crônica narrativa se apóia.
Primeiramente foi feita uma explanação de conceituação para subsidiar a
compreensão do aluno a respeito do conto e suas características. Em seguida foi
feita a leitura de um conto escrito por Alcântara Machado (1901-1935), consagrado
como uma das figuras mais expressivas do movimento modernista. Sua obra
destacou-se pela vivacidade da linguagem, novidade do estilo, fidelidade na
reprodução dos tipos e costumes paulistas, bem como pela sátira acirrada e certeira
com que alvejava os nossos ridículos.
No início do estudo, propôs-se primeiro uma leitura silenciosa do conto
Apólogo brasileiro sem véu de alegoria para, logo em seguida, realizar outra leitura
objetivando a apreensão do sentido global do texto. O Estudo do texto seguido de
atividades, em que uma delas era o uso do dicionário, foi fundamental para o aluno
se apropriasse do significado das palavras. O encaminhamento das atividades
contemplou ainda a identificação dos elementos constitutivos do gênero narrativo:
personagens, tempo, espaço, enredo, clímax, desfecho (epílogo ou conclusão), e
para melhor compreendê-lo, o aluno ainda conheceu os gêneros apólogo e alegoria.
Apólogo: narrativa curta, às vezes confundida com a fábula e a parábola, devido à moral
explicita ou implícita. Quanto aos personagens: o apólogo é protagonizado por objetos
inanimados, a fábula por animais, e a parábola por seres humanos.
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Alegoria: consiste na expressão ou concretização do pensamento abstrato por meio de
imagens que o tornem concreto. Exemplo: a idéia de justiça é abstrata, porém a imagem da
mulher de toga, com venda nos olhos, segurando uma balança em uma mão e a espada na
outra, lhe torna palpável, concreta. As ideias de igualdade e equilíbrio no julgamento são
representadas pela balança e pela venda nos olhos; a ideia de que a justiça é sábia é
representada pela figura da mulher, que é a deusa Atenas (ou Minerva). (A espada
representa a força, o poder, que em alguns casos é representado pelo fato de ela estar
sentada em um trono ao invés de estar segurando a espada).
Estudado o gênero conto, passou-se ao estudo da crônica O homem nu,
escrita por Fernando Sabino em 1960. Na atividade de discussão sobre o texto, o
aluno a todo tempo foi instigado a dar sua opinião justificando se na realidade é
possível acontecer uma situação semelhante à vivenciada pela personagem
principal do texto, assim inferindo e refletindo sobre os elementos constitutivos do
conto e da crônica narrativa.
Para fechar o estudo desse capítulo foi proposta a produção de uma crônica
narrativa que, ancorada nos elementos narrativos básicos, levasse em conta o
registro do circunstancial. Ao escrever sua crônica, o aluno devia observar se ela
apresentava os moldes dos textos estudados nesse mesmo capítulo, se o texto tinha
ficado curto e leve; se era divertido, se a linguagem empregada era a variedade
linguística padrão formal ou se era mais informal. A essência dessa crônica devia
provocar no leitor a vontade de lê-la até o fim.
A sessão para saber um pouco mais sobre Fernando Sabino fez parte de
uma atividade extra que continha dicas que permitiu o contato do aluno com material
como fotos, músicas, vídeos e imagens que pudessem contribuir para ampliar o
interesse do aluno, tornando assim, a leitura e o estudo menos cansativo. Esse tipo
de procedimento visou uma maior exploração do assunto mesmo fora do horário de
aula.
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3.3 Capítulo 3 – Crônica poema-em-prosa
Nesse capítulo o aluno conheceu a estrutura e as características da crônica
poema-em-prosa. Para o ensino/aprendizagem do gênero foi selecionado o cronista
Rubem Braga, que é considerado um dos maiores cronistas brasileiros, pois
escreveu crônicas muito carregadas de poeticidade. Prova disso é a crônica Ela tem
alma de pomba, escolhida por ser um texto que possui características poéticas,
embora também apresente um hibridismo com o gênero argumentativo. Para
estabelecer um contraponto entre as características dos gêneros em que a referida
crônica se apóia, foram selecionados, portanto dois textos: um poético e outro
argumentativo.
No estudo do gênero lírico, viu-se que a palavra lírico vem do latim, que
significa lira; instrumento musical usado para acompanhar as canções dos poetas da
Grécia antiga. Daí a denominação de "líricos". Observou-se também que os textos
possuíam um acentuado teor de emoções e sentimentos, motivo pelo qual é
característico do gênero a função emotiva (ou expressiva) da linguagem. Para
ilustrar, buscou-se desenvolver a sensibilidade dos alunos através da leitura e
interpretação do poema A estrela, escrito por Manuel Bandeira (1886 – 1968), poeta,
contista, cronista e historiador literário. Seus poemas são caracterizados por vários
fatos de vida e episódios do cotidiano, escritos com amargura, humor e até ironia.
As atividades com o poema almejaram o entendimento por parte do aluno a
respeito das características do gênero lírico. Assim procuramos levar o aluno a
compreender o que é sonoridade, o que são rimas e estrofes, o que são figuras de
linguagem, o que é ritmo, quem é o eu lírico e qual a função das repetições no
poema. Ressaltamos que a sonoridade é fator muito importante e que a rima é um
dos recursos sonoros mais usados. Além da rima, outro recurso sonoro empregado
é o ritmo, que é obtido a partir da repetição de sons a intervalos regulares.
Outro ponto relevante que suscitou discussão e reflexão foi a existência de
uma voz, nesse tipo de texto, que exprime seus sentimentos e que não deve ser
confundida com o autor. Essa voz, que recebe o nome de “eu lírico”, às vezes se
manifesta de forma subjetiva, com verbos ou pronomes na primeira pessoa. Outras
vezes, eu lírico prefere guardar maior distância do tema exposto, usando a terceira
pessoa.
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No trato das figuras de linguagem, observamos o paradoxo, figura que se
forma a partir da associação de ideias ou conceitos que resulta em contradições.
Por fim, sistematizou-se que as características do gênero lírico são:
subjetividade (visão pessoal e particular do mundo expressa na primeira pessoa),
ilogismo (resultante da quebra das normas linguísticas), musicalidade em função do
uso da rima, do ritmo, figuras de linguagem, verso livre (mais solto e distante das
regras tradicionais).
A escolha do gênero argumentativo foi muito relevante para focar questões
importantes como a introdução, o desenvolvimento e a conclusão.
A introdução do assunto se deu por meio da definição do Artigo de opinião
que foi exposto como sendo um texto argumentativo publicado em jornais ou
revistas. O autor do texto apresenta seu ponto de vista sobre determinado tema e o
defende com argumentos.
A respeito do estudo gênero argumentativo ou artigo de opinião, observamos
que o gênero apresenta procedimentos de leitura específicos quanto ao veículo
onde é publicado, que pode ser em jornais, internet ou revistas. O autor do texto
apresenta seu ponto de vista sobre determinado tema e o defende com argumentos.
Para articular as ideias, usam-se operadores argumentativos como: portanto, mas,
além disso, contudo, portanto, etc.
Para exemplificar o gênero, o aluno leu o texto argumentativo (ou artigo de
opinião) “Queremos a infância para nós”, escrito por Rosely Sayão, psicóloga,
escritora de livros com temas relacionados à família, à educação e à sexualidade.
No seu estudo, foi exposto que um artigo de opinião segue uma estrutura que
apresenta, por ordem: a introdução, onde geralmente a opinião do autor é
explicitada; o desenvolvimento, onde se apresentam os argumentos que justificam o
seu ponto de vista, isto é, explicam porque pensam daquela forma, a conclusão,
onde se realiza a retomada dos argumentos com o objetivo de resumi-los, também
podendo apresentar um argumento mais forte para convencer o leitor, deixar uma
sugestão de reflexão ou propor uma ação concreta para a solução do problema
exposto. Logo depois, o aluno leu o texto para responder as seguintes questões: a)
Quem é a autora do texto? b) Qual é o tema abordado pela autora? c) Qual a
opinião exposta pela autora do texto? d) Qual é o objetivo da produção deste texto?
e) Onde (em qual suporte) o texto artigo de opinião é publicado?
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Realizado o estudo dos gêneros no qual se apóia a crônica Ela tem alma de
pomba, de Rubem Braga, escrita na década de 70, passamos a sua leitura e estudo,
assim como da biografia do autor, que se tornou célebre por ser o único escritor
nacional a se dedicar exclusivamente à crônica. Seus textos retratam
acontecimentos cotidianos com uma linguagem simples e ao mesmo tempo poética.
A crônica Ela tem alma de pomba pode ser dividida em duas partes: a
primeira argumentativa a segunda poética, onde podemos encontrar algumas figuras
de linguagens:
Anáfora consiste na repetição da mesma palavra ou construção no início de várias
orações, períodos ou versos.
Hipérbole consiste no exagero intencional com a finalidade de tornar mais expressiva a
ideia.
Gradação esta relacionada com a enumeração, onde são expostas.
Metáfora traz implícita uma comparação entre dois elementos.
Munido dessas informações, o aluno retomou a leitura do texto para
responder os seguintes questionamentos: a) Identifique essas figuras de linguagem
no texto. b) As figuras que você identificou no texto, são mais comuns nos textos em
prosa ou nos poemas? c) No último parágrafo, o autor se refere à TV como “a
corujinha da madrugada”, o que é uma metáfora. Que semelhanças existem entre a
TV e a coruja? d) Como foi dito anteriormente, a crônica de Rubem Braga pode ser
dividida em argumentativa e poética. Aponte até onde vai a parte argumentativa e
onde inicia a parte lírica, ou poética. e) Observando que a segunda parte (a lírica)
inicia com uma conjunção adversativa, ou seja, uma palavra que estabelece uma
relação de oposição entre ideias existentes em diferentes orações por ela
conectadas (ligadas), perguntou-se: que palavra é esta? Ainda: que outras
conjunções adversativas poderiam ser utilizadas em seu lugar com a mesma
função?
Por fim, a discussão sobre o texto propôs uma reflexão sobre o título dado à
crônica Ela tem alma de pomba. Perguntou-se: Quem é ela? Por que teria alma de
pomba? Observou-se que a televisão está presente em quase todos os lares
brasileiros como forma de lazer e entretenimento, mas no geral virou moda criticá-la,
sob a alegação de que ela prejudica os estudos dos jovens, a leitura, o
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relacionamento familiar, e influencia negativamente o comportamento das pessoas.
Com base nestas críticas, discutiu-ser o tema o ponto de vista do cronista Rubem
Braga com respeito a elas, partindo da seguinte questão: “será que ele critica ou
defende a televisão?”.
3.4 Capítulo 4: Crônica comentário ou crônica informativa
Nesse capítulo o aluno conheceu a crônica comentário ou informativa, que é
aquela que mostra os fatos juntamente com seus comentários. Esse tipo de texto
cerca-se de impressões críticas permeadas de ironia, sarcasmo ou humor. Para
esse trabalho os alunos foram expostos a um texto cujo ponto forte é a interpretação
do autor a respeito de um determinado assunto, numa visão quase que jornalística.
Nesse caso, o gênero notícia faz um contraponto com a crônica-comentário ou
informativa porque aborda questões que envolvem o universo jornalístico, contudo,
para dar enfoque ao estudo foi esclarecido ao aluno que a notícia é um texto de
caráter informativo que se dirige aos leitores com finalidade de informar com clareza,
objetividade e rapidez um fato atual e novo.
A notícia se caracteriza pela atualidade e se alimenta dos acontecimentos de
interesse público. O jornalista escreve em 3ª pessoa de maneira impessoal e sem
emitir opiniões da equipe jornalística, às vezes até pode emitir pontos-de-vista direta
ou indiretamente (este último através de adjetivos, substantivos ou palavras que
emitam juízos de valor). As informações que compõem uma notícia são, geralmente,
apresentadas por ordem decrescente de importância.
A notícia apresenta uma estrutura bastante sólida, composta essencialmente
por título e texto. O texto Operação contra "táxis piratas" extraído de
http://www.policiacivil.rj.gov.br/exibir.asp?id=12436 foi o ponto de partida para a
estruturação do gênero, que é composto de três partes: título (ou manchete), lead e
corpo. O lead (ou, na forma aportuguesada, lide) é, em jornalismo, a primeira parte
de uma notícia, geralmente posta em destaque, e fornece ao leitor a informação
básica sobre o tema com o objetivo de despertar-lhe o interesse. É uma expressão
inglesa que significa "guia" ou "o que vem à frente” (Fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lea). Portanto o lide corresponde a todo o primeiro
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parágrafo e apresenta um resumo da notícia. Geralmente esse resumo responde às
seguintes perguntas: o que ocorreu, com quem, quando, onde, como e por quê.
O estudo do texto com reescrita das frases substituindo as palavras ou
expressões destacadas por outras de sentido equivalente foi realizada com o uso do
dicionário. Em seguida a interpretação dos fatos da notícia se deu a partir da
apreensão do tema com o intuito de levar o aluno a se apropriar dos elementos
essências de uma notícia como: a) O que aconteceu? b) Onde aconteceu? c) Com
quem? d) Quando se deu o fato? e) Por que aconteceu? d) Como aconteceu? Entre
outras perguntas estão: a) Qual é o fato informado na notícia lida? b) Que variedade
linguística foi empregada? c) Em que pessoa a notícia foi relatada? d) Podemos
afirmar que os fatos foram apresentados de forma impessoal, sem opiniões do
redator? Explique. E outra como marcação de verdadeiro e falso conforme
afirmativas.
Logo após os alunos conheceram a bibliografia de Sérgio Porto (mais
conhecido por seu pseudônimo Stanislaw Ponte Preta), que nasceu no Rio de
Janeiro em 11 de janeiro de 1923 e morreu também no Rio de Janeiro em 30 de
setembro de 1968, Sendo famoso por suas atividades de cronista, escritor, radialista
e compositor brasileiro. Após a apresentação ao autor, os alunos leram e analisaram
a crônica O repórter policial, escrita por ele.
Cabe citar aqui que a crônica lida e estudada não chega a ser o melhor
exemplo de crônica-comentário, ou informativa, pois há muito de narração, o que a
aproxima dos gêneros conto e crônica narrativa. No entanto a escolhemos por tratar
do trabalho do policial e, especialmente, do repórter policial.
O estudo do texto, como em todos os estudos anteriores, se deu por meio do
uso do dicionário para pesquisar o significado das seguintes palavras presentes no
texto. A atividade de reconhecimento dos elementos da narrativa foi importante para
o trabalho com esse texto, isto vai explicitado a seguir: a) De que assunto o texto
trata? b) Quem são os personagens do texto? c) Como se caracterizam? d) Onde
ocorreu o fato contado pelo autor do texto? e) Que fato desencadeou todas as ações
contadas no texto? f) Quais características pertinentes ao gênero crônica podemos
encontrar nesse texto do Stanislaw Ponte Preta? g) O conteúdo dessa crônica é
irônico. Qual/quais fato(s) garante o tom irônico do texto? Vale ressaltar uma
atividade que explorou valor polissêmico do verbo morar, usado com sentido
diferente do que é usado normalmente.
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Na produção da crônica-comentário foi solicitado ao aluno que produzisse
uma crônica que tivesse um caráter jornalístico, mas com um tom pessoal, dando
uma notícia permeada de ironia, sarcasmo ou humor. Para isso era preciso observar
os lugares, as pessoas, os acontecimentos do cotidiano, tentando encontrar um
assunto que pudesse resultar em uma crônica-comentário.
3.5 Capítulo 5: Crônica metafísica ou filosófica
Nesse capítulo o aluno conheceu a crônica metafísica ou filosófica, que é
aquela que possui um conteúdo filosófico, ou seja, faz uma reflexão sobre o
cotidiano humano. Machado de Assis é um representante deste gênero textual.
Primeiramente foi analisado um texto cujo teor reflexivo fez um contraponto com a
crônica em estudo de modo a tornar mais claro sua proximidade com o texto
filosófico, que é aquele em que a reflexão é o processo pelo qual o pensamento
emitido volta para nós como pensamento analisado ou reformulado (CHAUÍ, 2011).
Esse exercício chamado de reflexão filosófica ocorre por meio da leitura, da
argumentação, do debate, da exposição, da análise do pensamento e também por
meio da investigação que consiste em interrogar-se a si mesmo.
Em seguida o aluno leu O último discurso, texto escrito por Charlie Chaplin,
diretor, produtor, comediante, dançarino, roteirista, músico e também um dos atores
mais famosos da era do cinema mudo produzindo e financiando seus próprios
filmes. Levar essa informação ao aluno foi muito importante uma vez que ele curte
cinema e filmes.
Na sequência, passou-se ao estudo da crônica, com características
filosóficas, Um caso de burro, escrita e publicada em 1892, o que aconteceu logo
após o aluno conhecer a bibliografia de Machado de Assis, que conferiu grande
importância ao gênero e foi também um dos primeiros autores a entendê-la como
prática literária.
Após a leitura da crônica foram propostas alguns questionamentos escritos
para melhor análise e entendimento desse texto tais como: Que fato desencadeou
os acontecimentos narrados na crônica? Em que parágrafo do texto Machado de
Assis menciona o acontecimento que derivou esta crônica? Descreva o lugar onde
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ocorreu o fato? Em que pessoa o narrador conta o fato? Quem são os personagens
do fato narrado? O texto nos apresenta uma reflexão? Qual? Lendo a crônica, seria
possível descobrir nela marcas do tempo em que os fatos são descritos? Quais
marcas?
Na crônica Um caso de burro, Machado de Assis não apenas conta um fato,
mas também expõe seu o ponto de vista sobre o assunto, fazendo jogo comparativo
entre animal e ser humano e empregando recursos como a metáfora, que é a figura
de linguagem em que um termo substitui outro em função de uma relação de
similaridade entre os elementos que esses termos designam. Essa similaridade é
resultado da imaginação, da subjetividade de quem cria a metáfora. A metáfora
também pode ser entendida como uma comparação abreviada, em que o conectivo
comparativo não está expresso, mas subentendido. Com base nessas informações,
perguntou-se: para Machado de Assis, o burro é metáfora de que/de quem? Outra
figura de linguagem presente no texto é o eufemismo. O eufemismo procura atenuar
o sentido de determinado termo que geralmente é considerado demasiado forte
pelos falantes da língua. No caso do texto de Machado o eufemismo foi empregado
Para um maior aprofundamento na obra do escritor, propusemos a atividade
“para saber um pouco mais sobre Machado de Assis” feita por meio de pesquisas na
Internet e no YouTube. As pesquisas e leituras feitas nesse ambiente possibilitaram
ao aluno compreender e mobilizar seus conhecimentos prévios para engajar-se no
processo de construção de significados para o gênero proposto.
Por fim, o estudo da crônica metafísica O mandacaru na sala de jantar
escrita por Arnaldo Jabor, que é cineasta, crítico, jornalista e escritor brasileiro,
encerrou o ensino/aprendizagem da crônica literária. Obedecendo ao esquema de
começo – meio – fim, esse estudo também não poderia fugir à regra: leitura, estudo
do texto e produção. O estudo do texto desencadeou outros questionamentos orais
e escritos: a) O autor sempre desejou ter um cáctus, mas sempre desistia. Por quê?
b) Por que ele ficou fascinado pelo mandacaru? c) Quais as características do
mandacaru, descritas pelo autor do texto? d) O autor se diz entediado com a história
mundial. Por quê? e) O que o autor diz ter aprendido com o mandacaru? f) O cáctus
na sala de jantar é comparado a um retirante nordestino. Por quê? g) O texto O
mandacaru na sala de jantar é uma crônica-comentário, por quê?
Nesse capítulo, como fechamento do estudo, propusemos ao aluno a
produção de crônica-reflexiva. Em seguida iniciou-se uma reflexão sobre as
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características que regem esse tipo de crônica. Ressaltando que a crônica é um
texto que também contribui para a reflexão sobre um fato corriqueiro do cotidiano
que se amplia com exemplos de outros acontecimentos e comentários a partir do
foco de quem a escreve. Incentivamos a criação de um texto que fizesse o leitor
refletir criticamente sobre a vida e o comportamento humano. Nossa intenção é que,
seguindo essa orientação, o aluno estaria produzindo uma crônica com teor
reflexivo.
4. Reflexão sobre grupo de trabalho em rede (GTR) e a crônica literária
As atividades do GTR/2011 foram desenvolvidas à distância utilizando-se de
uma plataforma específica para as atividades em ambiente virtual. Quanto ao seu
funcionamento, os professores PDE tutores do GTR receberam orientações dos
Assessores da Coordenação Regional de Tecnologia em Educação (CRTE) para
poder interagir com seus cursistas dando orientações quando necessário. Aos
Professores PDE/Tutores coube tratar questões relativas ao GTR, tais como
encaminhar materiais (documentos, textos, entre outros) aos respectivos
participantes; acompanhar as atividades dos mesmos, registrando-as de acordo com
as orientações da Coordenação Estadual do PDE. Após a finalização das atividades
do seu GTR, cabia enviar ao NRE a relação final dos professores que concluíram o
processo de interação proposto.
As atividades do GTR foram divididas em temáticas. Na primeira temática foi
disponibilizado o “Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola”, “Fórum 1”, “Diário
das Impressões sobre o projeto” para que os professores participantes discutissem e
elaborassem sua justificativa para a importância de se estudar a crônica literária e
de que forma seu estudo poderia contribuir para o aprendizado do aluno. Na
segunda temática foi socializado a “Produção Didático-Pedagógica”, “Fórum 2”, e
“Diário das Minhas Considerações sobre a Produção Didático-Pedagógica. Na
terceira temática foi disponibilizado o “Fórum: Vivenciando a prática” e “Ações de
Implementação”, fazendo ligação com a prática pedagógica, os debates e as
opiniões sobre o material postado. Os comentários resultantes das discussões se
mostraram pertinentes em forma de sugestões quanto à viabilidade da proposta e
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permitiu que se concluísse que o tema crônica literária é pouco abordado pelos
professores, de modo que uma elaboração fundamentada contribui para a formação
de um conceito sobre o gênero.
5 Conclusão
O estudo aqui descrito teve finalidade ampliar o conhecimento do aluno a
respeito do gênero textual crônica literária, pouco presente em nossa sala de aula e
com o qual o educando tem pouca ou nenhuma familiaridade. Pudemos observar
que as atividades propostas e desenvolvidas, propiciaram aos alunos despertar o
interesse para leitura e exploração do rico universo da crônica literária bem como a
apreensão de suas características assim como dos aspectos biográficos de seus
autores, o que permitiu condições para que os alunos possam reconhecer a crônica
qualquer em qualquer suporte, podendo diferenciá-la de outros gêneros literários
circulantes.
Para um trabalho como este aqui relatado, precisamos destacar ainda que,
foi imprescindível a presença constante do professor como instigador, mediador e
orientador no processo de ensino/aprendizagem do educando. Reconhecemos que
o referido ensino foi apenas um esboço de algo muito mais amplo a ser
desenvolvido para a formação de um aluno capaz de produzir suas próprias crônicas
com a mínima intervenção do professor.
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