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Segurança Inteligente edicnao 09
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nº9 ano 2
INTELIGENTE
INTELIG
ENTE
Ano
2 -
Nº 9
Visãopanorâmica
Reunidos no VIII CIS, especialistas fazem uma análise do mercado em 360º e apontam na integração de ações públicas e privadas, serviços e sistemas a chave para aproveitar as oportunidades de negócios
ENTIDADESProgianti conclui mandato e Selma Migliori é eleitapresidente da Abese
CASESorocaba, a cidadeque já está no futuro
ANUNCIO_PATRIA_SAFE_42X28.indd 1 13/09/10 15:30
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Capa 30Especialistas do Brasil e do exterior levam ao Congresso Internacional de Segurança uma análise em 360º da situação, dos desafios e das perspectivas do setor
Entidades 12Selma Migliori é eleita presidente da Abese, em substituição a Carlos Progianti, que conclui mandato de dois anos no dia 1º de janeiro. Confira entrevistas com os dois
6
14 Entrevista: Carlos Progianti faz um balanço de seu mandato na presidência da Abese
18 Os planos de Selma Migliori e equipe para a
gestão que começa em 1º de janeiro de 2013 22 Saiba quais são as prioridades dos novos diretores da Abese
28 Artigo: “Luxo, glamour, desejo e necessidade - os quatro motores do consumo”, por Luiz Oliveira
30 CIS apresenta o mercado em 360º
Sumário
37 Manuel Gómez-Merelo, especialista da Espanha, fala sobre a estratégia que transformou o seu país em uma marca de sucesso na organização de grandes eventos esportivos
40 Eduardo Casarino, da Casel, diz que o
fechamento de acordos regionais impulsionou e profissionalizou o mercado argentino e pode ser útil também para o Brasil
43 Anatel alerta para os riscos de radiação e interferência nos equipamentos de segurança
45 Resiliência, um conceito que ganha cada vez mais adeptos
Fotode capa:
123RF.COM
Case 48Confira o que faz de Sorocaba, no interior paulista, a sexta cidade digital do país
Artigo 52“A Gestão dos riscos de roubo e furto em empresas”, por Mário Rui Tavares
7Segurança IntElIgEntE
58 Conheça os seguros feitos sob medida para empresas de sistemas eletrônicos de segurança
61 Coreia do Sul utiliza robô para vigiar presídios
63 Biometria faz reconhecimento a partir do formato de orelhas e maneira de caminhar
em toda edição:
6 Sumário8 Carta ao leitor9 Expediente10 Panorama64 Lista de entrevistados66 Agenda
Carta ao leitor8
Carlos Alberto ProgiantiPresidente da Abese
INTELIGENTE
É com muita satisfação que apresento mais esta edi-ção da nossa revista, pois ela marca um momento
especial. Estamos - eu, o Conse-lho Executivo e todos aqueles que trabalham na Abese - con-cluindo nosso mandato de dois anos na diretoria da associação. No dia 1º de janeiro, caberá a mim transferir a presidência para Selma Migliori, que tanto nos ajudou durante nossa gestão. De minha parte, concluo este ciclo na diretoria da Abese com a cer-teza de ter cumprido meu dever no cargo que me foi designado e torço para que a associação se desenvolva sempre mais, em ba-ses firmes e com grande sucesso. Nesta edição, você poderá confe-rir um balanço de nosso trabalho e os planos da diretoria que assu-me a associação.
Outro motivo de contentamento é que terminamos o ano com a realização do Congresso Interna-cional de Segurança (CIS), evento da maior relevância para o nosso setor que foi um sucesso em sua oitava edição. Boa parte deste número da revista é dedicado à cobertura do Congresso, uma vez que os temas tratados lá são de extrema importância para que possamos acompanhar os deba-tes sobre o destino de nosso setor de maneira crítica e consciente. Nesta cobertura, você poderá conhecer um pouco mais das ex-periências estrangeiras no setor de sistemas eletrônicos de segu-rança e saber como elas podem nos ajudar a trilhar o caminho do nosso desenvolvimento.
Boa leitura!
Presidente Nacional Carlos Alberto Progianti
1º Vice Presidente Claudinei Freire Santos
2° Vice Presidente Augustus Bruno von Sperling
Diretor Secretário Sergio dos Santos Ribeiro
Diretor Secretário Adjunto Frederico Maia
Diretor Financeiro Ângela Terezinha Bernardini Mizomoto
Diretor Financeiro Adjunto Paulo Sergio Parmigiani
Diretor de Comunicação Rogerio Alberto dos Reis
Diretor de Comunicação AdjuntoJosé Carlos Vasconcelos
Diretor de Fomento de Negócios Flavio Aparecido Peres
Diretor de Fomento de Negócios AdjuntoJoão Capela
Diretor do CCPA Luiz Dodero Júnior
Diretor do CCPA Adjunto Benito Boldrini
Diretor de Marketing Sidney Brandão Aunhão
Diretor de Marketing Adjunto Diana Maria de Souza
Diretor de Serviços de Apoio e Benefícios Marcos Mayne Moyle
Diretor de Serviços de Apoio e Benefícios AdjuntoDenise Mury Rodrigues
Diretor de Coordenação SindicalIvana Cristina de Oliveira Bezerra
Diretor de Coordenação Sindical AdjuntoRoberto Castelo Branco Gomes
Diretor de Coordenação Setorial Cesar Alexandre Macedo de Almeida
Diretor de Coordenação Setorial AdjuntoFernando Ornellas C. de Oliveira
Conselho FisCal:
Conselheiro Fiscal 1 Daniel Schaffer
Conselheiro Fiscal 2 Romualdo Pereira Jorge
Conselheiro Fiscal 3 Savas Toron Grammenopoulos
Conselheiro Fiscal 4 Osny Gilberto Hiendlmayer
Conselheiro Fiscal 5 Hernani Magalhães Bernardini
Editora
JB Pátria Editora Ltda.
Presidente: Jaime Benutte
Diretor: Iberê Benutte
Administrativo / Financeiro: Gabriela S. Nascimento
Circulação e Comercial: Patricia Torre
Repórter: Kelly Souza
Empresa filiada à Associação Nacional dos Editores de Publicações, Anatec
A revista SEGURANÇA INTELIGENTE é uma publicação bimestral da JB Pátria Editora, www.patriaeditoria.com.brISSN 2178-096XDúvidas ou sugestões: segurancainteligente@patriaeditora.com.br
Os textos assinados são da responsabilidade de seus autores. Não estão autorizados a falar pela revista, bem como retirar produções, pessoas que não constem desde expediente e não possuam uma carta de referência.
Publisher: Jaime Benutte
Conselho Editorial: Carlos Alberto Progianti, Claudinei Freire, Mário Rui Tavares e Selma Migliori
Editora: Maria Alice Rosa MTB 65-691
Direção de arte: Belatrix Ltda. Marcelo Paton - Diretor de Arte
Impressão: IBEP Tiragem: 10.000 exemplares
Revista Segurança Inteligente
Expediente 9Segurança INTELIGENTE
10 Panorama
Um problema, várias leis
A polícia do Rio de Janeiro começou a testar o uso de balões de hélio com câmeras de videomonitora-mento em ações estratégicas de patrulhamento de grandes eventos, áreas de UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) e situações de conflitos. Os equipa-mentos já são utilizados pelas tropas norte-ameri-canas no Afeganistão. Os modelos em análise - um fabricado no Brasil e outro, em Israel - têm entre 1,8 metro e 4 metros de diâmetro e uma câmera de cin-co quilos. Com capacidade para operar por até 72 horas consecutivas, os equipamentos possuem câ-meras capazes de identificar um rosto a um raio de três quilômetros e captar imagens à noite. Segundo o tenente-coronel Márcio Costa Lima, chefe do Cen-tro de Controle Operacional da PM, os balões ficam a uma altura de 100 metros, presos ao ao chão por um cabo que transmite as imagens ao centro de controle.
O Brasil gastou com segurança pública o equivalente a 1,3% de toda a riqueza que produziu em 2011. Houve um aumento de 14% nas despesas com esta rubrica em todo o país em relação a 2010, com o montante atingindo a cifra de R$ 51,5 bilhões. Os dados fo-ram divulgados em novembro no 6º Anuário de Segurança Pública, elaborado pelo Fúrum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Con-forme o levantamento, São Paulo foi o Estado que mais destinou recursos para a área de segurança pública: R$ 12, 26 bilhões. Ou-
tros destaques ficaram por conta dos Estados de Mato Grosso do Sul e Bahia, cujos gastos com segurança
subiram 37,7% e 30,81%, respectivamente; Piauí e Rio Grande do Sul, com redução de 17,89%,
no primeiro caso, e de 28,42%, no segun-do; além de Alagoas, que apresentou o maior número de homicídios dolosos (com intenção de matar) - 74,5 mortes a cada 100 mil habitantes.
Pelo menos 72 cidades de São Paulo já instituíram leis próprias para comba-ter a violência em agências bancárias. Segundo a Fe-braban, na maioria dos ca-sos a legislação municipal determina a instalação de câmeras dentro e fora das agências, blindagem dos vidros e proibição de uso de aparelho celular.
Câmeras voadoras
O preçO da insegurança
11Segurança IntelIgente
Vigilância clandestina
Olhar de polícia
Dados divulgados pelo Sindicato das Empresas de Segurança Privada, Segurança Eletrônica, Serviços de Escolta e Cursos de Formação do Esta-do de São Paulo (Sesvesp), revelam que, para cada uma das 400 empre-sas de segurança privada do Estado de São Paulo, duas atuam de forma irregular. Além de não ter a garantia de um serviço eficiente, contratar uma empresa irregular aumenta o risco de contratar pessoas desprepa-radas para trabalhar na segurança, alerta Emerson Carvalho, do Sesvesp.
A Sesge (Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos) abriu processo de licitação para a contratacão de 28 Centros Integrados de Coman-do e Controle Móvel, ônibus equipados com sistemas de comunicação, câme-ras e recursos de TI (tecnologia da informação). Os centros serão utilizados na Copa das Confederações, Copa do Mundo e Olimpíadas. “O centro móvel tem as mesmas capacidades do Centro Integrado de Comando e Controle fixo. Dessa forma, podemos ter a gestão de uma operação no local. Por exemplo, no caso da Copa do Mundo, teremos uma grande operação em toda a cidade, mas há pontos sensíveis, como nas Fan Fests, em que podemos deslocar um braço das ações para lá”, explica o secretário da Sesge, Jacinto Valdinho Caeta-no. Os veículos poderão abrigar até seis profissionais e estarão integrados aos Centros de Comando e Controle fixos. “Se ocorrer algo mais grave, o centro fixo assume o comando da operação”, disse Caetano.
O Departamento de Polícia de Utah, nos Estados Unidos, tornou obrigatório o uso de câmeras acopladas ao corpo de policiais em Salt Lake City. Com as chamadas “câmeras de corpo”, todas as ações dos policiais podem ser gravadas sem que as imagens possam ser editadas, o que deve aumentar a transparências nas operações. O sistema também é utilizado em outros estados norte-americanos como Minnesota e está sendo testado em países como Austrália, Nova Zelândia e Escócia. Os equipamentos, da Axon Flex, são considerados uma versão mais avançada dos sistemas de vídeo utilizados no momento e podem ajudar no esclarecimento de crimes, pois gravam a cena encontrada pelos policiais em uma ocorrência.
Modelo de Centro Integrado de Comando Móvel
Cúpula para proteçãoCâmeras speed domes
mastro telesCópiCo pneumátiCo
çâmera externa fixa
sistema de iluminaCao de emergênCia
sistema de iluminaCao de emergênCia
antena parabóliCa para ComuniCação satelital retrátil
teto reforçado para aCesso humano
sistema de refrigeração mastro retrátil
para antena
Canhão de luz
projetor infrevermelho
antena de rádio
efeitO Copa
Ilust
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esge
12 Entidades
Carlos Progianti conclui seu mandato de dois anos e Selma Migliori é eleita presidente da Abese para a gestão do período de 2013 e 2014
Novaetapa
1996/1997Presidente: Gilmar de Castro reis
1998 a 2001Presidente: mário rui tavares
2005 / 2006Presidente: selma miGliori
2002 a 2004Presidente: FabríCio de araújo1996
• Confecção de boletim informativo da Abese
• Início das participações em feiras e eventos
• Criação das comissões de monitoramento e treinamento
• Contato com a Cipa para promover a primeira feira de segurança eletrônica
• Início das conversas para se elaborar uma legislação específica para o setor
• Realização da primeira Exposec
• Início das discussões para a criação dos sindicatos regionais
• Proposta para a criação do site da Abese• Projeto Rumos 2000• Criação do Circuito de Palestras Abese
Security Show• Redação do Código Eleitoral, Código
de Ética e Regimento Interno• Criação de comissões internas
segmentadas para atender às expectativas de todos os elos
• Abertura dos primeiros escritórios regionais
• Aprovação em assembleia de abertura dos sindicatos
• Criação do CTA (Centro de Treinamento Abese)
• Criação do Sindicato das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança de São Paulo (SIESE-SP)
• Implantação de benefícios como seguro empresarial, plano de saúde nacional, seguro de vida, plano odontológico
• Acerto de dívidas pendentes
• Renegociação de todos os contratos herdados
• Reestruturação administrativa interna
• Reforma financeira e do Estatuto
• Reparação dos SIESEs existentes com problemas de efetivação
• Substituição do Selo CTA por CCPA (Centro de Capacitação Profissional ABESE)
• Inícios dos diálogos em Brasília sobre o Projeto de Lei Federal
• Projeto PIPA – Projeto Integração Polícia Abese
• Primeiras versões do Projeto de Lei
• Constituição de novos SIESEs
• Criação do Selo Amarelo de Qualidade Abese
• Criação da Semana Internacional de Segurança
• Aprovação do Cartão de Benefícios aos associados
Destaques da linha do tempo
Foto
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Presidente Nacional Selma Crusco Migliori
1º Vice Presidente Augustus Bruno von Sperling
2° Vice Presidente Claudinei Freire Santos
Diretor Secretário Rony Carneiro Rodor
Diretor Secretário Adjunto Esperião Marques Gomes
Diretor Financeiro Denise Mury Rodrigues
Diretor Financeiro Adjunto Ângela Terezinha Bernardini Mizomoto
Diretor de Comunicação Rogerio Alberto dos Reis
Diretor de Comunicação Adjunto Luiz Henrique Bonati
Diretor de MKT Wagner Peres
Diretor de MKT Adjunto Mário Giannini Baptista
Diretor de Serviço de Apoio e Benefícios Ruy da Costa Barbosa Junior
Diretor de Serviço de Apoio e Bem. Adj. adroaldo Francisco Companhoni
Diretor de Fomento de Negócios Claudia Perlin
Diretor de Fomento de Negócios Adjunto Flavio Aparecido Peres
Diretor do CCPA Benito Boldrini
Diretor do CCPA Adjunto João Capela
Diretor de Coordenação Sindical Ivana Cristina de Oliveira Bezerra
Diretor de Coordenação Sindical Adjunto Agnaldo Pereira dos Santos
Diretor de Coordenação Setorial Nilton Curtinhas do Amaral Jr.
Diretor de Coordenação Setorial Adjunto Denis Frate
CONSELHO FISCAL
Conselheiro Fiscal 1 Angel Henrique
Conselheiro Fiscal 2 Romualdo Pereira Jorge
Conselheiro Fiscal 3 Paulo Parmigiani
Conselheiro Fiscal 4 José Dionizio Costa Silva
Conselheiro Fiscal 5 Pedro Alves Pereira
13Segurança IntelIgente
A Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segu-rança (Abese) será presidida pela
empresária Selma Migliori a partir do dia 1º de janeiro, por um período de dois anos. Ela substituirá Carlos Progianti, que conclui seu mandato na gestão 2011-2012. Selma foi escolhida em eleição realizada pela enti-dade no dia 28 de novembro e terá Augus-tus von Sperling e Claudinei Freire Santos como vice-presidentes. “Estou deixando a Abese com a certeza de ter cumprido mi-nha missão”, disse Progianti, em entrevista publicada nesta edição (página 14). Selma, que volta a presidir a Abese após dois anos, diz que entre os principais projetos da nova gestão está o fechamento de protocolos re-gionais por todo o país (confira entrevista na página 18).
O objetivo é fechar parcerias para a re-alização de um trabalho integrado entre o poder público e o setor privado, ampliando as condições de segurança da população. Também estará em pauta um intenso tra-balho de gestão para que seja aprovado o Estatuto da Segurança Privada com o setor de sistemas eletrônicos de segurança ple-namente reconhecido. Confira a seguir os nomes dos diretores eleitos em novembro para a nova gestão na entidade:
2007 / 2008Presidente: selma miGliori
2009 / 2010Presidente: selma miGliori
2011 / 2012Presidente: Carlos ProGianti
• Criação dos Simpósios Regionais• Conquista do apoio político do Presidente da
Câmara Michel Temer ao PL 1759/2007• Maior representatividade nas discussões sobre
criação do Estatuto da Segurança Privada• Realização das Convenções Interestaduais• Abertura de novos SIESEs• Mobilizações para a criação da Federação do setor• Criação das câmaras setoriais para discussão e
criação de normas técnicas• Integração com mercados internacionais• Parceria com o Grupo de Estudos Técnicos de
Madrid, na Espanha• Parceria com a Câmara Argentina de Segurança
Eletrônica• Criação de um produto específico para a proteção
dos associados • Criação do CCPA on line
• Criação da Cartilha do Consumidor Final
• Revisão completa do selo de qualidade ABESE
• Intensificação das discussões junto ao Poder Público sobre legislação para o setor
• Parceria com Universidade Anhembi Morumbi no MBA em Segurança Eletrônica
• Atualização de todos os benefícios
• Constituição jurídica da Fenabese
• Lançamento da revista Segurança Inteligente
• Promoção de curso de CFTV online, em parceria com o Guia da CFTV
• Consolidação do CIS• Realização da 1ª Rodada de
Negócios• Prêmios Marca Brasil 2011 de
melhor marca de entidade do setor de Segurança Patrimonial e Empresarial e o Top Max Marca Brasil 2011 como a melhor entidade em sua categoria
• Participação no 4º China International Sourcing Conference and Show on Public Safety and Security (SSC)
2012
Conselho executivo da ABeSe 2013/2014
Entidade
Balanço
14
Ao concluir seu mandato na presidência da Abese, Carlos Progianti diz que tem a “certeza do dever cumprido”, comemora conquistas e aponta grandes desafios ao passar o bastão para a nova diretoria
positivo
15Segurança IntelIgente
Progianti: “Tudo que definimos no nosso
planejamento estratégico nós
cumprimos, tudo!
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Carlos Alberto Progianti ter-mina seu mandato de dois anos à frente da Associação
Brasileira das Empresas de Sistemas de Segurança Eletrônica (Abese) no dia 1º de janeiro de 2013 com a “cer-teza do dever cumprido. Tudo que definimos no nosso planejamento estratégico nós cumprimos, tudo!
16 Entidade
Mantivemos a Abese nos trilhos em termos de ética, de responsabilidade, de gestão profissional.”, afirma. Entre os pontos de destaque em sua ges-tão na presidência da entidade - re-presentativa de um setor que fatura cerca de US$ 1,8 bilhão por ano, com mais de 18 mil empresas atuantes -, ele cita as mudanças na organização de eventos como o Congresso Inter-nacional de Segurança (CIS), que foi desvinculado da feira anual do setor, a Exposec. “Resgatamos este evento, que voltou a brilhar”, afirma. Na en-trevista a seguir, concedida durante o VIII Congresso Internacional de Segu-rança, realizado em São Paulo no mês de novembro, ele faz um balanço de sua gestão e aponta os desafios que a Abese tem pela frente. O senhor está concluindo seu mandato na presidência da Abe-se. Quais os pontos que merecem destaque no trabalho realizado em sua gestão?O ponto forte da nossa gestão é que resgatamos a importância e o pres-tígio do Congresso Internacional de Segurança (CIS), que é um evento tão
Setor fatura cerca de US$ 1,8 bilhão por ano, com mais de 18 mil empresas atuantes
Progianti: “Mantivemos
a Abese nos trilhos em termos
de ética, de responsabilidade,
de gestão profissional”
17Segurança IntelIgente
importante, que estava tão mal quan-do assumimos e agora voltou a brilhar. Nunca tivemos um Congresso com um público tão bom, de cerca de 120 pessoas, como em cada uma das duas edições que tivemos a oportunidade de realizar. Antes havia um posiciona-mento conflitante entre o CIS e a Feira Internacional de Segurança (Expo-sec) - o Congresso era feito dentro da programação da feira. Eram, portanto, dois produtos da Abese que conflita-vam. Resolvemos tirar este Congresso de dentro da Feira e realizá-lo em se-mestre diferente. Agora a Exposec é no primeiro semestre e o CIS, no segundo. Também decidimos que o CIS teria um tema “macro” e iria trabalhar em cima deste tema. A mudança no calendá-rio e o estabelecimento de um tema macro como CFTV, que tem 40% do nosso mercado, é que definiu o suces-so do evento. Além disso, tornamos o Congresso efetivamente internacional. Nesta edição (de novembro de 2012), trouxemos um palestrante dos Estados Unidos, um da Espanha e um da Ar-gentina. Essa é a marca desta gestão. Como o senhor avalia a gestão como um todo?Estou deixando a Abese com a certeza de ter cumprido minha missão. Tudo que definimos no nosso planejamen-to estratégico, nós cumprimos, tudo! Mantivemos a Abese nos trilhos em termos de ética, de responsabilidade, de gestão profissional e fizemos even-tos como este (o CIS). Mantivemos o ritmo das gestões junto ao poder pú-blico para a aprovação de um Estatuto da Segurança Privada que contemple o nosso setor, realizamos todos os sim-pósios programados e todas aas ações dentro do que havíamos determinado. Todas as metas que estabelecemos para este ano nós atingimos. Como o senhor vê o momento da Abese em que está ocorrendo esta
espécie de “troca de bastão” entre a sua gestão e a da nova presidente, a Selma Migliori?Tenho dito aos amigos que fui muito agraciado, porque peguei dois anos da Abese que foram importantes, em-bora não houvessem grandes decisões a serem tomadas. Penso que a Abese vai enfrentar uma fase muito difícil nos próximos dois anos no que tange à fixação dela perante o mercado bra-sileiro e o governo federal.
no momento o desafio é consolidar a Abese como representante da área de monitoramento?Sim! Consolidar a Abese como repre-sentante de um setor que tem exclusi-vidade na atividade de monitoramen-to eletrônico. Este é que é realmente o nosso mercado. Qual a mensagem que o senhor gos-taria de dar aos leitores na sua des-pedida da presidência da Abese?Eu gostaria de agradecer a todo Con-selho Executivo da Abese, a todos aqueles que trabalharam nestes dois anos nesta nossa gestão - porque não sou eu, mas todos nós trabalhamos e fizemos a gestão. Quero também agradecer à Selma (Migliori), que sem-pre nos ajudou nesta empreitada . Os desafios são grandes, pois o mercado é muito grande. Um desses desafios é avançar na profissionalização do nosso setor. Aos associados, a mensa-gem é que acompanhem o trabalho da Abese nestes próximos dois anos e participem da Associação, dos deba-tes em torno do nosso setor.
Como foi para o senhor, em termos pessoais, a experiência de presidir a Abese?Uma experiência ímpar, que exigiu paciência e muita dedicação. Fiz parte da diretoria da Abese nos últimos oito anos e agora quero descansar.
Quem representa o monitoramento no nosso
país? Efetivamente é a nossa entidade, a Abese.
É o nosso setor, de sistemas eletrô nicos
de segurança
Resolvemos tirar este
Congresso de dentro da Feira
e realizá-lo em semestre
diferente. Agora a Exposec é no primeiro
semestre e o CIS, no segundo
Entidade
A partir do dia 1º de janeiro, Selma Migliori reas-sume a presidência da Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Seguranca
(Abese) para um mandato de dois anos. É a terceira vez que ela encabeça a direção da entidade. Seu retorno foi confirmado em eleição realizada no dia 28 de novem-bro para a qual não teve chapa concorrente. Casada e mãe de dois filhos, Selma é engenheira, empresária do setor, presidente da Federação Interestadual de Siste-mas Eletrônicos de Segurança (Fenabese) e diretora do Departamento de Seguranca (Deseg) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Nesta entre-vista, ela revela os principais planos para a nova gestão e fala sobre a estratégia para enfrentar antigos desafios. A senhora vai presidir a Abese pela terceira vez. O que a levou a se candidatar ao cargo novamente?Eu já havia presidido a entidade por dois mandatos seguidos, totalizando cinco anos de trabalho. Quem me conhece sabe que minha história está entrelaçada à história da Abese e, portanto, agradeço a confiança dos associados de trazerem a minha experiência nova-mente em pauta para assumir mais este compromisso, e não tenham dúvidas que empenharemos todos os esforços para defender os valores e princípios da Abe-se. Ainda temos muitos projetos antigos que queremos tornar realidade. Um deles é o projeto Fenabese, que
De volta à casa
18
foi lançado em 2009. Sem a força do trabalho realizado pela Abese naquela época seria impossível a fundação da federação. Portanto, queremos retomar este trabalho de consolidação da federação es-pecífica do nosso setor. Queremos concluir este projeto, é um dos pontos prioritários da nossa gestão. Será uma gestão formada por em-presários que trazem junto comigo a experiência associativa, aliados a novos integrantes - alguns nun-ca tinham participado da diretoria nestes 17 anos da instituição. Por-tanto, são novas idéias, e todos es-tão empenhados em desenvolver um trabalho integrado, com foco no avanço do nosso setor em todas as áreas. Em que medida o fato de a senho-ra presidir a Abese contribui para a consolidação da Fenabese?Estando à frente das duas institui-ções, vamos conseguir, além de for-talecer perante os órgãos públicos
19Segurança IntElIgEntE
Selma Migliori, que também preside a Fenabese: “Será um trabalho integrado para que a nossa federação seja tão reconhecida quanto a associação Fo
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a imagem da única instituição que hoje é reconhecida como represen-tante nacional do setor, a Abese, reforçar também a defesa do pro-jeto Fenabese. Será um trabalho integrado para que a nossa federa-ção seja tão reconhecida quanto a associação. Porque é por meio da federação que poderemos realizar um trabalho mais amplo em defe-sa dos interesses da categoria eco-nômica de sistemas eletrônicos de
segurança. A federação será o elo entre o governo e os empresários do setor.
Como a senhora vê a situação do setor de sistemas eletrônicos de segurança atualmente?Estamos entrando em um momen-to favorável para o setor em fun-ção dos grandes eventos que re-cepcionaremos e o momento é de crescimento. Precisamos continuar
20 Entidade
insistindo na aprovação da lei que regulamente um dos segmentos de mercado que representamos: o se-tor de monitoramento de sistemas eletrônicos de segurança. Conti-nuaremos defendendo a impor-tância de o Estatuto da Segurança Privada contemplar de forma clara essa atividade, seus profissionais e os critérios mínimos de funciona-mento de uma empresa com este escopo. Isso resultará em um cres-cimento ordenado deste segmento e, principalmente, proporcionará ao consumidor final a tranquilida-de de estar 24h por dia, 7 dias na semana, sendo monitorado por em-presas especializadas. Além desta regulamentação, trabalharemos na elaboração de normas técnicas de instalações de sistemas eletrônicos de segurança em geral junto aos órgãos competentes, como a ABNT, a fim de garantir a credibilidade do nosso setor aos olhos do consumi-dor final. É um trabalho de médio prazo.
Esta seria a prioridade do seu mandato?Uma das prioridades. Ampliaremos os trabalhos de estreitar um forte canal com o governo federal, a Po-lícia Federal, as secretarias de Segu-rança Pública e as polícias militares - a quem oferecemos, com nosso trabalho, tecnologias adequadas para auxiliar no combate ostensivo à violência.Buscaremos parcerias com as ins-tituições públicas que, junto com nosso setor, atuam na segurança da população, como o Copom (Coman-do de Operações da Polícia Militar). Queremos firmar protocolos de in-tenções com o Copom em todo o Brasil. Buscaremos um acordo for-mal com a definição de critérios em que a empresa associada à Abese possa participar deste trabalho de
Nossa prioridade é a aproximação com o poder público regional para a realização de um trabalho integrado entre as empresas de monitoramento e os órgãos públicos de segurança
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21Segurança IntElIgEntE
forma integrada e planejada com a polícia militar, fornecendo mais um benefício ao associado. Porém esse trabalho depende do entendi-mento e da recepção desses órgãos governamentais. O objetivo é que a Abese faça o papel de grande inte-gradora entre o poder público e pri-vado, beneficiando principalmente a sociedade. Este trabalho já está sendo feito?A Abese fez esse trabalho há alguns anos com o Copom em São Paulo. Vamos retomar esse projeto e am-pliar para outros Estados com o auxílio dos nossos sindicatos patro-nais locais, os Sieses. É um projeto só para associados da Abese?É isso. A ideia é trazer esse benefi-cio ao associado. Ele fará parte des-te protocolo e a polícia saberá que está sendo acionada por uma em-presa cadastrada.
Quais são as outras prioridades?Escolhemos quatro temas estra-tégicos a serem desenvolvidos ao longo dos próximos dois anos: a regulamentação do setor por meio de leis e normas técnicas; a repre-sentatividade do setor por meio da consolidação da Fenabese; a repre-sentatividade associativa, por meio do aumento do quadro associativo da entidade, gerando novos bene-fícios; e, por fim, a geração e dis-seminação de conhecimento por meio de parcerias com faculdades,
escolas técnicas, entre outros, obje-tivando a capacitação profissional do setor. Em termos de capacitação, quais são os planos da Abese?Em 2012, a Fiesp, por meio de seu departamento de segurança, o De-seg, do qual tenho a honra de fazer parte, nos deu a oportunidade de apresentar a Abese ao Senai (Ser-viço Nacional de Aprendizagem Industrial). A Abese iniciou um tra-balho junto a uma das escolas Se-nai em São Paulo, acompanhando e sugerindo temas para os cursos de capacitação nos segmentos de sis-temas de alarmes, circuito fechado de TV e controle de acesso. O labo-ratório foi montado e, agora, nossa intenção é, a partir de 1º de janei-ro, criar uma agenda com eles para que possamos analisar os custos de implantação do projeto, tentar viabilizá-lo, e assinar a parceria com esta escola como projeto-piloto. Ao longo do ano, pretendemos ajustar este projeto-piloto e expandir a parceria com o Senai, ampliando a promoção de cursos profissionali-zantes para todo o país.
Qual a sua mensagem para o as-sociado ao tomar posse para um novo mandato?Antes de mais nada, gostaria de deixar meus agradecimentos ao Carlos (Progianti, presidente da Abese nos últimos dois anos), cujo trabalho em defesa da Abese vem de muito tempo, muito antes da gestão de agora, como presidente. Nós vamos ampliar o trabalho rea-lizado nos últimos anos, buscando novas conquistas para a associa-ção. Em relação aos associados, quero agradecer pela confiança depositada em meu nome e tam-bém pedir apoio, pedir que parti-cipem das assembleias que serão convocadas, façam sugestões por meio dos canais de comunicação que serão abertos para ouvi-los e também lembrá-los que somos os seus porta-vozes, motivo pelo qual sua participação é fundamental. Aproveito a oportunidade para agradecer à nova diretoria - aque-les que me acompanham há anos e aceitaram o convite para contri-buir com suas experiências nesse grande desafio - e aos novos mem-bros, que aceitaram nos auxiliar com novas ideias e novas energias, aceitaram participar da transição da Abese entre a saída da fase de acúmulo de experiências para as-sumir as responsabilidades efeti-vas como entidade representativa do setor. Que Deus nos ilumine e prevaleça a união e a defesa dos princípios de nossa entidade!
Queremos retomar o trabalho de consolidação
da federação específica do nosso setor
Continuaremos defendendo a importância de o Estatuto da
Segurança Privada contemplar de forma clara a nossa atividade
22
Os
Onze diretores e seus adjuntos vão assumir seus cargos no comando da Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança (Abese) no dia 1º de janeiro.
Perguntamos a cada um deles o que consideram a prioridade de sua pasta, aquilo que, se realizado, dará ao fim do mandato a sensação de missão cumprida. Confira as respostas:
diretores
Entidade
Augustus von sperling1º vice-presidente
Espero que o segmento de segurança eletrônica seja incluído de uma forma mais formal na legislação de segurança privada do país. Esse é o nosso grande objetivo: que o Estatuto da Segurança Privada se torne realidade, mas com o setor de sistemas eletrônicos de segurança reconhecido, inserido claramente no texto da lei. É um gol que a gente precisa marcar. Perto de uma Copa das Confederações, Copa do Mundo e Olimpíadas, acho que é o nosso momento e a legislação é fundamental neste contexto.
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ClAudinei Freire sAntos2º vice-presidente
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Trabalhar pelo fortalecimento da credibilidade da Abese, estreitando e humanizando a comunicação com os associados. Outro ponto importante é lutar para que o segmento de segurança eletrônica esteja contemplado no Estatuto a Segurança Privada. Somos um braço da segurança pública no país e não vejo como este trabalho pode ser feito para a população sem as nossas empresas.
O mais importante seria a concretização da lei, a aprovação da legislação da segurança privada com reconhecimento pleno de nossas atividades. Chegarmos a um acordo junto com os outros representantes de segmentos da segurança, como o de vigilância, que permita que a lei seja aprovada. É muito importante para que tenhamos um novo norte para o mercado no Brasil. Em segundo lugar vem a normatização. Hoje não há no Brasil normas para instalação de sistemas eletrônicos. E a Abese tem o compromisso de zelar pela qualidade dos produtos perante a população. Se os equipamentos começam a ser instalados por qualquer um e de qualquer maneira, por pessoas não preparadas, os produtos tendem a não funcionar bem e o setor cai em descrédito.
rony CArneiro rodordiretor-secretário
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Entidade24
denise Mury rodrigues Diretora-financeira
Ainda não conheço os número da Abese e será preciso fazer um levantamento para definir as prioridades. Mas uma meta que posso citar de antemão é fazer o melhor aproveitamento possível de toda arrecadação da Abese para que possamos atingir os objetivos do planejamento estratégico e difundir, cada vez mais, o segmento em todo o Brasil. Na realidade, cada diretor está imbuído desta missão: profissionalizar este mercado. Atrair os profissionais, as empresas e os empresários deste segmento para abraçar esta causa da profissionalização. Essa é nossa missão principal hoje.
rogério Alberto dos reisDiretor de Comunicação
O objetivo maior é disseminar informações para os associados em relação aos assuntos realmente relevantes para o segmento de sistemas eletrônicos de segurança. Para que todos possam acompanhar e participar das discussões que envolvem o destino do setor e a busca de solução para os problemas que enfrentamos. Ainda não definimos as estratégias para ampliar a disseminação das informações, mas creio que ampliar, diversificar e fomentar os canais de comunicação será uma delas.
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WAgner peresDiretor de Marketing
O primeiro passo da diretoria de marketing da Abese será na direção de aumentar o número de associados. Hoje nós estamos com cerca de 400 e a ideia é estabelecer uma meta para a captação de novos associados nos próximos dois anos. Para que isto aconteça, é preciso gerar mais benefícios para os associados. Na minha visão, um desses benefícios deverá vir de um trabalho de fomento de negócios no mercado de sistemas eletrônicos de segurança. É um trabalho amplo, que vai além da diretoria de Marketing. Nós, os diretores, precisaremos trabalhar juntos para atingir esses objetivos.
rui bArbosA dA CostA JúniorDiretor de Benefícios
Na área em que vou atuar, creio que o objetivo principal é fazer com que os benefícios sejam atrativos o suficiente para que tenham poder de fomentar o interesse de quem ainda não é associado. Conseguir fazer com que este empresário passe a fazer parte da Abese. Ainda não definimos qual estratégia vamos adotar para atingir esta meta, mas estou confiante de que conseguiremos realizar um ótimo trabalhoe atingir este objetivo.
Entidade26
ClAudiA perlinDiretora de Fomento de Negócios
Eu acredito que, na área de fomento de negócios, juntamente com outras áreas como marketing e comunicação, a captação de associados é a meta principal para que possamos agregar as empresas do segmento e criar para elas novas oportunidades de negócios O momento é favorável. O Brasil tem uma demanda muito forte por sistemas eletrônicos de segurança. Mas é preciso que as empresas se mobilizem, se estruturem, se capacitem para poder atender a esta demanda. É nisso que nós teremos que trabalhar.
benito boldriniDiretor do Centro de Capacitação e Profissionalização da Abese - CCPA
Nossa prioridade será, além de promover o treinamento e a capacitação, trazer mais associados para a Abese e trabalhar para que eles se beneficiem com esse conhecimento que a entidade proporciona. Vamos trabalhar para ampliar os projetos voltados para a profissionalização das empresas em todos os aspectos que envolvem suas atividades.
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ivAnA de oliveirA bezerrADiretora de Coordenação Sindical
O que eu desejo é a efetivação dos 5 sindicatos que faltam para que seja formalizada a Fenabese (Federação Interestadual das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança). A Fenabese precisa que estes sindicatos se efetivem para poder responder pelo nosso setor em âmbito nacional. Meu objetivo principal é trabalhar para que estes sindicatos sejam regulamentados. Temos três, mas é preciso um mínimo de cinco com registro sindical para ser formalizada a federação. A minha meta é que nestes dois anos de mandato a gente consiga estes dois sindicatos. O problema é que nosso país é muito burocrático, as coisas andam muito devagar. Mas estou acompanhando os processos e acredito que até o final do ano que vem a gente tenha atingido este objetivo.
nilton do AMArAl Jr.Diretor de Coordenação Setorial
Teremos como missão o trabalho de difundiro conhecimento entre as empresas demonitoramento eletrônico em relação às funções.Queremos ampliar e consolidar a integraçãoentre os agentes do mercado, buscando assimproporcionar aos clientes uma relação idôneae transparente. Com a difusão de informação econhecimento, queremos estimular as empresasa atuarem sob os mesmos critérios de qualidade,fazem com que seus procedimentos sirvam comoum diferencial de mercado.
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os quatro motores do consumo
Quem é a classe média? Essa parece ser “A” pergunta para quem quer vender produ-tos ou serviços hoje em dia.
Uma pergunta decorrente e não menos intrigante seria: como se comunicar com ela? Hoje só se fala na era disto ou na era daquilo: a era de aquário, a era do calendário maia (a era que “já era”), a era da sustentabilidade, da violência ur-bana, da informática, da comunicação 3.0. Mas alguém sabe realmente utilizar a informática e a comunicação 3.0 para acessar o novo perfil de consumidor – se é que esse perfil é tão novo assim?
Já ficou bastante claro que, sem co-nhecer o impulso de compra da classe média, seus valores, seus verdadeiros costumes, o empreendedor estará ta-teando no escuro. Afinal, graças ao seu consumo interno, o Brasil vem de-sempenhando relativamente bem no cenário catastrófico da crise econômi-ca mundial – e quem impulsiona esse consumo interno nos últimos dez anos é a classe média, de poder aquisitivo ascendente em razão da facilitação de
acesso ao crédito. O sonho do empreen-dedorismo faz surgir novos empregos e assim, o efeito positivo é como uma bola de neve: mais crédito para a clas-se média, mais microempresas; mais microempresas, mais empregos; mais empregos, mais consumo. No entanto, a mídia ora aponta o segmento C, ora o segmento B como líder do consumo – e acreditem, são perfis e comportamen-tos de compra bastante diferentes.
Misturada a essa imprecisão vem a própria propaganda governamental – petistas e tucanos disputam a responsa-bilidade pela ascensão da classe média (o que é no mínimo surpreendente, já que o fenômeno se reproduz em países como Brasil, Rússia, Índia e China). Em paralelo, o fim da Guerra Fria parece ter libertado a competição mundial pela oferta de crédito, e as instituições fi-nanceiras internacionais disputam com ferocidade esse endividamento popu-lar. Também os grandes anunciantes influenciam as mensagens publicitárias ou semipublicitárias com que a classe média é bombardeada cotidianamente,
Luxo, glamour, desejo e necessidade
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e as novelas de hoje retratam heróis e heroínas de perfil difuso, que vai desde o segmento D+ até o B-, como protago-nistas dessa pujança econômica.
Mas nem tudo são flores nesse jar-dim do consumo ascendente. O en-dividamento já assustou o perfil C do consumidor, que retrocede, enquanto o perfil D+ - a “empregada doméstica que tem sua própria faxineira” – já não está mais tão confiante. Diversas pes-quisas apontam o segmento B- como o verdadeiro “gastador”, aproveitando a margem conquistada nos últimos anos – mas sem grandes perspectivas de que essa margem permaneça em seus ne-gócios. Mesmo os bens que o segmen-to B é estimulado a consumir – automó-veis, principalmente – parecem servir a uma cadeia premeditada de geração de impostos: ICMS sobre a gasolina e sobre os próprios carros, IPVA, taxas de aferição da emissão de poluentes, além dos seguros e serviços diversos, que se por um lado, enriquecem o governo, não parecem atender ao melhor inte-resse dos ha bitantes dos grandes cen-tros urbanos.
Embora a comunicação 3.0 se esta-beleça de máquina para máquina, ela só faz sentido se aproveitar informa-ções sobre os antigos impulsos huma-nos que conduzem ao consumo – o luxo, o glamour, o desejo e a necessi-dade. Esses impulsos têm um freio im-portante hoje em dia, que é a susten-tabilidade, praticamente deixada às traças pelas potências representadas na Rio+20, que só definiram em linhas mais do que genéricas seus três pilares: justiça social, economia e ambiente - mas de necessidade imperativa para quem quer que se preocupe com a so-brevivência, senão da espécie humana no planeta, no mínimo do mercado
onde pretende colocar e manter seus produtos e serviços.
A segurança empreendedora não pode olvidar essas questões, em todos os três aspectos da sustentabilidade: além da crescente e aparentemente in-controlável violência urbana – sintoma da falta de pensamento sustentável so-bre justiça social – há o controle do des-matamento, o povoamento irregular de áreas de preservação, e last but not least, licitações bilionárias estão em cur-so ou se aproximam, hordas de turistas fazem seus planos de estadia no país e não podemos esquecer o fenômeno “pós-festa”, que gerou desemprego e fomentou a crise nos países hospedei-ros de megaeventos esportivos, muito recentemente.
Nosso próprio modo de pensar, ab-sorver e digerir as informações da rea-lidade está em cheque: como podemos dar um impulso positivo no planeja-mento, de modo a conquistar afinida-de e uma reação positiva do mercado, incluindo clientes (efetivos ou poten-ciais), colaboradores, fornecedores e demais stakeholders? Aguardar pelas providências governamentais não pare-ce sensato, enquanto vemos o estímulo à compra desenfreada de automóveis e ao consumo de combustível – entre outros descasos. A missão de progredir um passo está, como sempre, nas cos-tas da sociedade e principalmente, dos empreendedores.
Se queremos que a tecnologia sirva ao homem, e não que o homem se veja enredado numa teia de artefatos tecno-lógicos - que se dirigem, na verdade, ao consumo, não a ele -, parece prioritário começarmos a pensar em um aspecto que geralmente, resta à margem de nossas preocupações: o próprio pensa-mento empreendedor.
Luiz Fernando Andrade de Oliveira é advogado e sócio-diretor da Abastansa Inteligência em Planos (abastansa.com.br)
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Ao tratar do maior segmento na área de sistemas eletrônicos de segurança, o videomonitoramento, o VIII Congresso Internacional de Segurança apresentou ao público uma visão panorâmica dos desafios e perspectivas do setor
Segurança IntelIgente
Foram apenas dez palestras, ministradas em dois dias em uma das salas de conferência do Novotel Jaraguá, em pleno centro de São Paulo. Mas quem acompanhou as exposições do VIII Congresso Internacional de Segurança, realizadO nos dias 29 e 30 de novembro, teve a oportuni-dade de visualizar o mercado atual de sistemas eletrônicos de segu-
rança em uma perspectiva de 360º. Com a abordagem central em “Oportunida-des e Perspectivas do Videomonitoramento”, segmento que responde por 43% de todo o mercado, o Congresso fez uma espécie de varredura para detectar as principais perspectivas e desafios do setor no momento, a partir de temas va-riados, como os cenários para grandes eventos esportivos, sistemas integrados de monitoramento, perspectivas de novos negócios e a parceria entre os órgão de segurança pública e o setor privado. Por meio de expositores da Espanha, Ar-
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la de Centros de Treinamento de Segurança, do Grupo de Estudos Técnicos (GET), de Madri, e sócio da Temi Group, consultoria inter-nacional para temas de segurança pública e privada, Manuel Sánchez Gómez-Merelo. Com base no co-nhecimento proporcionado pela realização na Espanha da Copa do Mundo, em 1982, e das Olimpía-das, dez anos depois, ele sustenta
que um dos pontos fundamentais para o sucesso dos eventos brasi-leiros - a realização do Mundial de Futebol em 2014 e dos Jogos Olím-picos em 2016 - é a demarcação precisa da fronteira entre o que é atribuição de órgãos de segurança pública e o que é de responsabili-dade das empresas de segurança privada. “Uma maneira de definir esta fronteira seria: o que está den-tro do estádio, ou da arena, é tarefa do setor privado. O que está fora, é do setor público”, resume Gómez--Merelo. Segundo ele, a partir daí é que poderá ser configurada a base para uma atuação integrada que ofereça uma proteção eficaz para a população. Ele diz que este hoje é um ponto pacífico na organização
gentina e Estados Unidos, além dos palestrantes brasileiros, o VIII CIS apresentou uma análise de experi-ências estrangeiras bem-sucedidas que podem contribuir para o de-senvolvimento das empresas de sistemas eletrônicos de segurança no Brasil.
Um destes casos foi tema da palestra de abertura, feita pelo pre-sidente da Associação Espanho-
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Congresso reuniu, além de especialistas brasileiros, representantes da Espanha, da Argentina e dos Estados Unidos
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em prevenção e combate à violên-cia, o que requer a colaboração de todos”, afirma Pena.
Ele diz que as discussões sobre o trabalho integrado têm sido bastan-te intensas no aspecto que envolve a legislação. “No entanto, as ativida-des de sistemas eletrônicos de se-gurança não estão inseridas de for-ma adequada neste projeto de lei (referente ao Estatuto da Segurança Privada). É uma discussão que deve-ria ser estendida para a sociedade, para que todos pudessem partici-par deste debate”, afirma.
O aprovação do projeto do Estatuto da Segunça Privada é um dos prin-cipais desafios que a Associação Brasileira das Empresas de Sis-temas Eletrônicos de Segurança (Abese) terá pela frente, segundo Carlos Progianti, presi-dente da entidade que conclui seu mandato no dia 1º de janeiro de 2013, quando passará o bastão para Selma Mi-gliori. Para ele, o texto falha ao não reconhe-
cer o monitoramento como ativi-dade específica das empresas de sistemas eletrônicos de segurança (Confira entrevista de Progianti na página 14). Na opinião do diretor de Operações da USP, além de ges-tões para que a legislação aprova-da contemple o segmento, o setor precisa desenvolver um trabalho como o que foi realizado na Ar-gentina, em que os debates sobre a necessidade de parceria entre os
de grandes eventos na Espanha (confira mais detalhes sobre a expo-sição na página 38).
A necessidade de atuação in-tegrada entre áreas de segurança pública e privada foi defendida também na exposição do diretor de Operações da Universidade de São Paulo e coordenador do Grupo de Estudos Técnicos de Segurança (GETS), da USP. “O Brasil evoluiu muito nos últimos anos em termos de segurança privada, mas ainda há uma dicotomia no mercado entre o trabalho da segurança pri-vada e da segurança pública. É fun-damental mudar isso. Nosso país precisa de um programa de inte-gração entre as duas áreas porque, afinal de contas, estamos falando
gómez-Merelo e a expertise espanhola na
realização de grandes eventos: “O que está
dentro do estádio ou da arena é tarefa do setor
privado. O que está fora, é do setor público”
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Congresso reuniu especialistas e representantes de empresas de sistemas eletrônicos de segurança em novembro, na capital paulista
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dentro de um conjunto de ações, fazendo com que uma atividade contribua com o aprimoramento da outra. “Na Argentina, o papel da segurança privada está inseri-do no planejamento estratégico da segurança pública, enquanto em nosso país o setor privado é mais visto pelo lado operacional,
da aplicabilidade”, afirma. Um dos exemplos de que o
conceito de trabalho integrado está inse-rido na sociedade argentina está nas universidades. Os cursos de enge-nharia, por exem-plo, envolvem especialização em
Segurança Eletrônica Aplicada. Foi na palestra de Eduardo Ca-
sarino, um dos fundadores da Câ-mara Argentina de Segurança Ele-trônica (Casel), que o público do VIII CIS soube como a Argentina chegou a este ponto de evolução do mercado. Segundo ele, a situ-ação atual resulta de um trabalho longo e perseverante, cujo princi-pal ponto foram as gestões junto a órgão públicos para o fechamento de acordos regionais, na defesa de uma atividade integrada para am-pliar as condições de segurança para a população. A partir destes acordos, o conceito se espalhou pelo país, que agora discute uma legislação nacional que contem-ple este trabalho integrado (Saiba mais sobre a exposição de Casarino na página 40).
Integração também foi um tema abordado na palestra “Moni-
setores público e privado envolve-ram a sociedade. “Em termos de se-gurança privada, eles estão uns 20 anos na nossa frente”, diz Pena.
Existe na Argentina, segundo ele, um trabalho integrado em que cada área (pública e privada) se atém à sua expertise e cumpre um papel inserido estrategicamente
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Setor de sistemas eletrônicos de segurança ainda não está reconhecido plenamente no projeto do Estatuto da Segurança Privada
Sigali, da gristec, explicou como funcionará o sistema de rastreamento de veículos, o SIMRAV
Pena, da USP: “O Brasil evoluiu muito, mas ainda há uma
dicotomia no mercado entre o trabalho da segurança privada e
da segurança pública”
ser um risco”, explica.Para desenvolver este tipo de
trabalho, é preciso fazer uso de vá-rios sistemas e esses sistemas, que por sua vez precisam se comunicar para que o monitoramento pos-sa ser efetivamente completo. “Se você comprar equipamentos que não são passíveis de integração, eles ficarão isolados e não vão per-
mitir este recurso. Hoje tudo con-verge para redes IP (Internet Proto-col) e para a “nuvem”, por exemplo. E as empresas de sistemas eletrô-nicos de segurança precisam es-tar atentas a estes novos recursos, entender e falar estas linguagens, para que possam evoluir”, afirma.
Neste novo idioma, uma palavra que começa a se firmar no vocabu-
toramento 360 Graus”, do diretor--presidente da G4S Technology, Helio Ferraz. O sentido, porém, foi diferente. Ferraz abordou o con-ceito de integração entre todas as tecnologias, sejam da área de segurança ou não, que possam desempenhar alguma função que contribua para ampliar a proteção dos clientes. “A sutileza (do concei-to de monitoramento 360 graus) está em se manter atento a tudo o que está acontecendo, não so-mente em relação aos sistemas de segurança”. Ele cita o exemplo do Business Intelligence (BI), que cos-tuma ser utilizado nas áreas finan-ceira e de gestão de negócios. “O BI nada mais é que uma ferramenta que mastiga e processa informa-ções, criando relatórios e estatísti-cas, por exemplo. Aplicar um BI faz parte deste conceito de monitora-mento 360º, de estar atento a tudo o que está acontecendo: pegar os vários sistemas que geram even-tos e informações desconexas e utilizar uma ferramenta que cruze estas informações e aponte onde está acontecendo algo que pode
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Argentina é considerada um exemplo de país em que o setor
de sistemas eletrônicos participa ativamente dos debates que
envolvem a segurança pública
Ferraz, da g4S: “A sutileza (do monitoramento 360º) está
em você estar atento a tudo o que está acontecendo, mas
não só através dos sistemas de segurança”
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Centro de inclusão digital em Sorocaba, no interior paulista: serviços conectados e internet grátis para a população
acionadas por empresas de Tecno-logia da Informação Veicular (TIV) contratadas, desde que autoriza-das pelo proprietário do veículo para realizar o rastreamento e mo-nitoramento veicular. O sistema já está praticamente validado e já há diversas operadoras de redes celu-lares credenciadas.
A aplicação da tecnologia a serviço do cidadão foi também o ponto central da exposição sobre
um dos cases mais importantes na história das cidades digitais no país: o de Sorocaba. Em sua pa-lestra no VIII CIS, Umberto Nanini, engenheiro de software e diretor--proprietário da Aptiva Tecnolo-gia das Informações, mostrou aos participantes o que transformou o município na sexta cidade digital do país, conforme o Índice Brasil de Cidades Digitais (veja reporta-gem na página 48).
lário da segurança é SIMRAV, sigla de Sistema Integrado de Monito-ramento e Registro Automático de Veículos, tema da exposição feita por Wanderley Sigali, diretor da Associação Brasileira das Empresas de Gerenciamento de Riscos e de Tecnologia de Rastreamento e Mo-nitoramento (Gristec). Ele explicou o que é e como funciona o SIMRAV. O sistema opera com tecnologia GSM e GPRS e consiste na instala-ção obrigatória, a partir de janeiro de 2013, de dispositivos antifurto com funções de bloqueio e locali-zação em todos os veículos novos, nacionais e estrangeiros. A instala-ção dos rastreadores deve ocorrer ainda na fábrica ou por empresas importadoras.
Cabe ao proprietário do veículo acionar ou não a função “bloqueio autônomo”, enquanto o “bloqueio remoto” e “localização” podem ser
Sistema Integrado de Monitoramento e Registro
Automático de Veículos, o SIMRAV, fará com que todo o
veículo novo em circulação no país possa ser rastreado
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Panorama Internacional
LiçãoespanholaUm plano meticuloso e abrangente, sustentado na integração de todos os segmentos que envolvem a área de segurança, foi a arma da Espanha para garantir a realização de Olimpíadas e Copa do Mundo sem violência, revela Gómez-Merelo
Se o Brasil tem muito a aprender sobre or-ganização de grandes eventos esportivos, a Espanha tem muito a ensinar. Depois de realizar a Copa do Mundo de 1982 e as Olim-
píadas de 1992, a assinatura espanhola virou marca de sucesso, inspirando todos os eventos que vieram na sequência. Em novembro, um especialista que vi-veu esses grandes momentos espanhois esteve em São Paulo para falar sobre a experiência, sob pon-to de vista da segurança. Manuel Sánchez Gómez--Merelo, presidente da Associação Espanhola de Centros em Treinamento de Segurança e presidente
do Grupo de Estudos Técnicos (GTE), explicou para a plateia do VIII Congresso Internacional de Segurança (CIS) quais foram as bases da estratégia espanhola. “É preciso, antes de mais nada, ter um plano para cada evento e cumprir protocolos adequados a cada ocasião. Cada caso é um caso”, afirmou. No entanto, uma condição é indispensável: todos os segmentos envolvidos precisam trabalhar dentro de um plano de ação integrada. Ele diz que a realização dos Jogos Olímpicos em 1992, em Barcelona, trouxe muitas lições mas tam-bém serviu para consolidar uma metodologia que
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Depois de realizar a Copa do Mundo de 1982 e as Olimpíadas de 1992, a assinatura espanhola virou marca de sucesso na organização de grandes eventos esportivos
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havia sido adotada no Mundial de Futebol dez anos antes. Esta metodologia pode ser caracterizada por três frentes: primeiro, conscientizar todas as partes envolvidas no trabalho de garantir a segurança de que elas têm de estar perfeitamente coordenadas, atuar em uma afinada parceria. Em segundo lugar, é necessário elaborar um plano para os acordos re-gionais, os protocolos que serão firmados. Por últi-mo, cada enfrentamento ou ação precisa ter uma coordenação especializada. “Situações de risco, de ameaça, terrorismo - cada tipo de problema requer uma resposta. Tudo com a coordenação de todos os segmentos responsáveis pela segurança do evento - os meios policiais, a segurança privada, os responsá-veis pelo estádio e até mesmo, em situações de risco, líderes de torcidas”, afirma.É muito importante, segundo ele, que toda a defi-nição da instalação de dispositivos de segurança se dê em um contexto de um planejamento mais amplo, voltado para a organização geral do evento. Também é fundamental, segundo ele, fazer uma de-marcação precisa entre o que é área pública e o que é responsabilidade da iniciativa privada. “O que está dentro das arenas é segurança privada e, o que está fora, é segurança pública. Assim podemos definir os papeis de cada área”, diz.Gomez-Merelo destaca ainda a necessidade de ações voltadas para a capacitação, formação e pre-paração dos profissionais quer vão trabalhar nos
eventos. “Na Espanha começamos este trabalho cerca de dois anos antes dos eventos. Nas Olimpí-adas, tivemos nada menos que 45 mil pessoas tra-balhando somente na área de segurança, entre pro-fissionais da área pública e iniciativa privada, sem contar os voluntários, que trabalham na organiza-ção geral e facilitam o trabalho para a segurança”, conta o especialista. Ele ressalta que na Copa e - ainda mais - nas Olim-píadas de Barcelona, em 92, havia um temor muito grande em relação a possíveis ações terroristas, prin-cipalmente por ser um país europeu. Hoje, a locali-zação do país-sede não importa. “Desde 2001, ano do ataque às Torres Gêmeas, a insegurança em rela-ção ao terrorismo se globalizou. Atualmente pouco importa o lugar, pois, neste caso, para propagar o temor em âmbito mundial, a oportunidade, para os terroristas, está no próprio evento.”
“Após o ataque às Torres Gêmeas, a insegurança em relação ao terrorismo se globalizou. Pouco importa o lugar. Para os terroristas, a oportunidade é o próprio evento”
gómez-Merelo, que vivenciou a realização Copa do Mundo e das Olimpíadas em seu país, a espanha: plano abrangente e ações específicas
VIII CIS40
A fórmula
Eduardo Casarino, um dos fundadores da Casel, diz que acordos regionais entre as áreas de segurança pública e privada foram fundamentais para o crescimento e a profissionalização das empresas em seu país
argentina
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Na Argentina, as decisões de governo fede-ral que envolvem a área de segurança pú-blica são tomadas com conhecimento e participação dos representantes das em-
presas de sistemas eletrônicos de segurança do país. Por meio de sua entidade representativa em âmbito nacional, a Câmara Argentina de Seguranca Eletrôni-ca (Casel), o setor participa ativamente de vários fó-runs governamentais, como o conselho nacional de energia elétrica, o instituto nacional de normatiza-ção e certificação, o MESE (Multicameral Empresaria de la Seguridad Eléctrica, que reúne as associações de empresas de sistemas eletrônicos de segurança e as entidades representativas de consumidores), além de integrar o Conselho Nacional de Segurança Ele-trônica (Conse). Hoje, se pode dizer que a política de segurança pública argentina tem por base uma par-ceria firme e afinada entre as áreas pública e privada no país. Chegar a este ponto - ainda muito distante da realidade brasileira - exigiu um longo e paciente trabalho. “É preciso trabalhar com planejamento de longo prazo para que a importância do setor seja re-conhecida e as empresas desempenhem plenamen-te seu papel dentro de todo o sistema que envolve a segurança pública do país”, ensina Eduardo Casarino, um dos fundadores da Casel. Foi neste tema que ele centrou o foco da palestra que apresentou durante o VIII Congresso Internacional de Segurança (CIS), rea-lizado em novembro, em São Paulo.Segundo ele, é possível que o caminho trilhado pela Casel também tenha sucesso que no Brasil e resulte na integração entre as funções públicas e privadas, como ocorre hoje na Argentina. Lá, a estratégia cen-tral envolveu um intenso trabalho de disseminação de informações com o intuito de fazer com que os ór-gão públicos tivessem conhecimento das caracterís-tias e pecualiridades do setor. As gestões começaram há 11 anos, com a fundação da Casel, primeiramente
junto aos governos municipais. Em seguida foi reali-zado trabalho semelhante na esfera legislativa - para mostrar a necessidade do estabelecimento de re-gras, normas e leis que permitissem a realização de um trabalho integrado - e também no Judiciário. Aos poucos, as gestões foram ampliadas para o âmbito estadual e depois, ao Federal. “Nosso objetivo foi levar a representantes dos Três Poderes este conhecimento, criando as condições necessárias para que pupudéssemos elaborar no-vas propostas em conjunto, considerando o papel e a contribuição que cada segmento poderia dar, em benefício da população”, afirma Casarino. Ele diz que, nas primeiras etapas do projeto, a grande dificuldade foi a definição do que era tarefa pública ou privada. “Debatemos durante dois anos a questão do homem armado e o desarmado, por exemplo. Foi um longo caminho até começarmos a discutir as possibilidades de colaboração associativa”, relembra. O representante da Casel acredita que o modelo de
Casarino, durante o Congresso Internacional de Segurança, em São Paulo: trabalho de 11 anos para construção de parcerias com o poder público em toda a Argentina
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VIII CIS42
buscar, em uma primeira etapa, os acordos regionais também seja o mais adequado para o caso brasileiro. “O Brasil é um país muito grande, tem um conglo-merado de Estados com problemáticas distintas, algo que o poder federal não tem condições de or-ganizar de uma vez só. A situação da segurança em São Paulo não é igual à do Rio de Janeiro ou Curitiba, por exemplo”, afirma. Ele diz que, na experiência ar-gentina, os Estados (“províncias”) fizeram legislações específicas que hoje estão repercutindo em todo o país, ganhando âmbito nacional. Existem também os fóruns que contribuem para a definição de políticas públicas de segurança, em que todos os segmentos têm voz. A ideia dos protocolos regionais está entre as prin-cipais bandeiras da gestão de Selma Migliori, eleita em novembro para presidir a Associação Brasileira das Empresas de Sistemas eletrônicos de Segurança (Abese) a partir de 1º de Janeiro (confira a entrevista na página 18). “Temos uma lei na Província de Bue-nos Aires (que envolve a capital e arredores) e ago-ra estamos trabalhando pela instituição de uma lei federal de segurança.” O centro da defesa da lei, se-gundo ele, é que, “em primeiro lugar, o trabalho das empresas de sistemas eletrônicos de seguranca está otimizado de acordo com a legislação; em segundo lugar, esse trabalho atende às normas necessárias; e,
em terceiro lugar, a atividade está contribuindo com o setor público no trabalho de ampliar as condições de segurança da população”. E isto ocorre, ressalta Casarino, por causa dos acordos feitos e das leis sur-gidas destes acordos. De 11 anos para cá o mercado das empresas de siste-mas eletrônicos de segurança na Argentina deu um salto. Casarino diz que, do ponto de vista de inves-timentos, o mercado de segurança privada somava algo em torno de US$ 50 milhões totais em 2001, com o principal segmento, o de CFTV, concentrando cerca de 10% deste montante. Hoje, somente o mer-cado de CFTV (Circuito Fechado de TV) está em US$ 200 milhões neste ano, deverá chegar a US$ 300 mi-lhões em 2013 e a algo entre US$ 500 milhões e US$ 600 milhões, em 2016. Atualmente, o mercado total de segurança eletrônica, considerando seus quatro pilares - CFTV, controle de acesso, detecção de incên-dio e detecção de intrusão - é de US$ 600 milhões. Essa expansão ocorreu dentro de um processo de mudanças em que também o trabalho de capacita-ção foi permanente e envolveu a criação de departa-mentos e cursos específicos em universidades argen-tinas. “Hoje contamos com cursos de especialização em Segurança Eletrônica Aplicada dentro das facul-dades de Engenharia, além de uma série de cursos técnicos.”
lei criada para a segurança em Buenos Aires pode inspirar a instituição de legislação am âmbito federal na Argentina
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Cuidado com as
Gerente regional da Anatel em São Paulo alerta para os riscos de interferência e radiação provocados por equipamentos não homologados pela agência
Segurança IntelIgente
O gerente regional da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) em São Paulo, Everaldo Gomes Ferreira, ficou surpreso ao ser convidado para ser um dos pales-trantes do VIII Congresso Internacional de Segurança (CIS), realizado em novem-bro, em São Paulo, pela Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrôni-
cos de Segurança (Abese). “Estou feliz por ter sido aberta esta possibilidade de poder passar este conhecimento e manifestar as preocupaçãos que a gente tem”, afirmou, minutos antes de iniciar sua exposição sobre “Sistemas de Comunicação”, em que o foco principal foi alertar
Radiofrequência
Ferreira, da Anatel: “Às vezes, as frequências comerciais utilizadas no Brasil são militares nos eUA. Resultado: podem não funcionar aqui ou, se funcionarem, interferir nas outras transmissões”
para os riscos de interferência e radiação no uso de equipamentos eletrônicos. “Tudo que envolve a área de segurança hoje incorre no uso do espectro radio-elétrico, que é finito e muito vulnerável. É o celular, o bloqueador, o localizador - tudo é onda, intefere e pode ser interferido. Tudo isso tem que viver harmo-nicamente”, explica Ferreira. Segundo ele, é preciso que as empresas e seus profissionais tenham muito cuidado ao importar tecnologia, pois muitas vezes elas podem operar em frequências que, na área de origem do equi-pamento, têm outra finalidade, por exemplo. “Às vezes, as frequências comerciais utilizadas no Brasil são militares nos Estados Unidos. O resultado disso
é que essa tecnologia pode não funcionar aqui ou, se funcionar, interferir nas outras transmissões. Este é um problema fundamental na área de segurança”, exemplifica.Outro ponto para o qual Ferreira chamou a atenção foi a possibilidade de radiação. “Um exemplo banal: todo mundo se preocupa com o celular, que tem 0,4 miliwatt de frequência, mas ninguém se preo-cupa com a babá eletrônica. Já pegamos babá ele-trônica com 5 watts de frequência. É uma fonte de radiação que está sendo colocada ao lado de uma criança.” Por isso, é preciso que todos os equipa-mentos utilizados tenham sido homologados pela Anatel - a homologação é o atestado de que o nível de radiação não é prejudicial à saúde. No Brasil, os limites de exposição humana a cam-pos magnéticos foram estabelecidos pela Lei nº 11.934, de 5/5/2009, conforme as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS), segun-do informa o site da Anatel. “De acordo com os estudos desenvolvidos na OMS, não há evidências científicas convincentes de que a exposição huma-na a valores de campos eletromagnéticos abaixo dos limites estabelecidos cause efeitos adversos à saúde”, esclarece a Agência no texto. Para não infringir a lei, as empresas de sistemas ele-trônicos de segurança têm obrigação de enquadrar seus produtos ou trabalhar apenas com equipamen-tos cujas características estejam em conformidade com as normas técnicas da Anatel ( mais informações podem ser obtidas no link http://www.anatel.gov.br/Portal/exibirPortalInternet.do ). “Se não observar es-tas regras, além de infringir a lei, a empresa estará prejudicando a saúde de quem convive com estes equipamentos”, diz Gomes Ferreira.
No Brasil, os limites de exposição humana a campos
magnéticos foram estabelecidos pela Lei nº 11.934/09, conforme
as recomendações da OMS
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Treinamento
um novo conceito
45Segurança IntelIgente
Resiliência,
VIII CIS46
Stephen Paul Adler, especialista norte-americano, diz que treinamentos podem diminuir o estresse de quem trabalha com situações de violência e ajudar os clientes das empresas de segurança na superação de eventuais traumas
Resiliência. Se você ainda não tinha ouvido falar nesta palavra, provavelmente não demoraria muito a ser apresentado a ela. Resiliência é um conceito que vem se es-
palhando pelo mundo, com aplicação em várias áreas. Significa, segundo os dicionários, “elasticida-de”, a capacidade de recuperação, o efeito-mola de retornar ao estado inicial depois de sofrer alguma pressão. Pressão, por sua vez, poderia muito bem ser sinônimo de “rotina” na área de sistemas eletrônicos de segurança. “É um setor que trabalha com muitas responsabilidades e está sempre lidando com um pensamento do tipo: ‘pode ser que alguém esteja com problemas’”, exemplifica Stephen Paul Adler,
fundador da ACT Institute nos Estados Unidos e no Brasil, uma empresa especializada em treinamento para o tratamento de traumas causados por situa-ções de violência ou estresse, atuando com clientes individuais e corporativos. No setor de sistemas de segurança, o trabalho pode contribuir na prepara-ção dos funcionários e também servir de diferencial dentro do leque de serviços oferecidos pelas empre-sas, segundo ELE. “A resiliência serve para que você diminua os efeitos negativos do estresse e tenha uma reserva para quando a situação se tornar uma emergência”, afirma.Com uma experiência de 46 anos em psicoterapia e 18 certficados nessa especialidade, Adler é conside-
Adler: “A resiliência serve para que você diminua os efeitos negativos do estresse e tenha uma reserva para quando a situação se tornar uma emergência”
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rado um dos maiores experts do mundo em hipnose Ericksoniana, técnica que é utilizada em programas de treinamento da ACT. Ele falou sobre este trabalho durante o VIII Congresso Internacional de Segurança (CIS), promovido pela Associação Brasileira das Em-presas de Sistemas de Segurança Eletrônica (Abese) em novembro, na capital paulista. “Trabalhei du-rante 12 anos no México com vítimas de sequestro e também desenvolvi programas na Guatemala, que teve 35 anos de guerra civil. Com esta bagagem, me dei conta de que possuia ferramentas para desenvol-ver programas de resiliência que poderiam ser úteis
para as empresas da área de segurança”, afirma.Segundo ele, cada tipo de trauma tem uma abordagem específica. “O profissional da área de sistemas eletrônicos de segurança, por exemplo, precisa desenvolver uma téc-nica para abordar um cliente que tenha acabado de sofrer um assalto ou falar com uma pessoa em um momento em que ela está em pânico, por
exemplo. Treinamos as equipes exatamente para que saibam atuar nestas situações, ajudando o clien-te a superar o problema.”Adler considera que os profissionais do setor de sis-temas eletrônicos de segurança estão permanente-mente expostos a situações de traumas secundários. “Quando você ouve o relato da violência sofrida pelo seu cliente, imediatamente surge na sua cabeça que isso pode acontecer também com você, o que imediatamente aciona um medo, um estresse. Nós temos treinamentos para desenvolver a resiliência neste tipo de situação”, explica.
Segundo o norte-americano, o profissional da área de segurança precisa ter uma técnica específica para abordar um cliente que tenha acabado de sofrer um assalto ou falar com uma pessoa em um momento de pânico
Segurança IntelIgente
Quando você ouve o relato da violência sofrida pelo seu cliente, imediatamente surge na sua cabeça que isso pode acontecer também com você, o que imediatamente aciona um medo, um estresse
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Sorocaba.com
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Com 578 mil habitantes, Sorocaba tem todos os serviços públicos integrados por meio da tecnologia WiMax, o que deu agilidade ao atendimento e reduziu os gastos para o município
Sorocaba.com
49Segurança IntelIgente
A cidade de Sorocaba, a 100 quilômetros da capital paulista, é presença destaca-da em qualquer ranking de cidades di-gitais brasileiras e um dos mais famosos
cases de uso de tecnologias para aprimorar a pres-tação de serviços públicos aos cidadãos. Lá, todos os órgãos do governo oferecem atendimento on-line, proporcionando aos 578 mil habitantes um sistema mais rápido e fácil na hora de pagar im-postos, reclamar no Procon e até criar uma empre-sa, por exemplo. Umberto Nanini, diretor-presi-dente da Aptiva Tecnologia das Informações, foi diretor do Departamento de In-formática do município e participou do projeto de ci-dade digital. Ele falou sobre a experiência em palestra concedida durante o VIII Congresso Internacional de Segurança (CIS), promovido pela Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança (Abese) em novembro, em São Paulo. “O conceito de cidade digital é bastante amplo: além de modernização da gestão pública e melhoraria da prestação de serviços, significa levar aos habitantes uma nova perspectiva de ci-dadania”, afirma.
Nanini explica que o projeto surgiu no contexto da definição de um plano estratégico para o desen-volvimento município, iniciado em 2005, que tinha entre seus objetivos ampliar a comunicação entre os órgãos públicos e estimular uma mudança no perfil das indústrias locais. O caminho escolhido foi a ado-ção das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs). Após pesquisar uma série de alternativas, a prefeitura optou pela tecnologia WiMax, sistema wi-reless que oferece banda larga a partir de sinal emi-
tido por uma torre central conectada a várias outras, em um raio de distância que pode chegar a cerca de 50 quilômetros - o gasto seria menor para o alcance pretendido. Foram instaladas antenas em seis pon-tos estratégicos da cidade, conectadas aos novos computadores e roteadores sem fio adquiridos para os órgão públicos. Um link de 10 Mbps foi comprado e espalhado pela cidade. O investimento ficou em torno de R$ 1,5 milhão.
Em seguida foi criado o telecentro Sabe Tudo, que concentra a oferta de serviços públicos à popu-lação. Hoje todo o município tem cobertura de in-ternet e, em alguns pontos da cidade, a conexão é gratuita. Confira a seguir quais os benefícios que a cidade digital proporciona aos sorocabanos:
nanini, da Aptiva: “Além de
modernização de gestão pública
e melhoraria na prestação
de serviços, (cidade digital)
significa levar aos habitantes uma
nova perspectiva de cidadania” Fo
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EDUCAÇÃO: Escola ou Sabe TudoIntegração das escolas a outras instituições de pesquisa e ensino; laboratórios de informática; acesso a acervos de livros e documentos históricos; capacitação dos professores.
Rede Sabe tudo: cidade tem 21 centros de inclusão digital em funcionamento nas escolas municipais
Case50
GOVERNO: Prefeitura Modernização da administração pública, com a integração, via computador,
de todas as entidades diretas e indiretas; integração das estruturas tributária, financeira e administrativa; aumento da arrecadação tributária; melhoria da
fiscalização; acesso mais imediato às informações e serviços; comunicação via VoIP (voz sobre o protocolo de Internet).
CIDADANIA: Sabe Tudo Instalação de telecentros Sabe Tudo a custos reduzidos; disseminação de terminais para consultas e reclamações por parte dos cidadãos; acesso à Internet para os cidadãos, produção de conhecimento. É possível pagar impostos pela internet, enviar reclamações ao Procon Online, abrir uma empresa pelo Empres@ Fácil, além de dispor de conexão à intenet dentro do zoológico ou mesmo acompanhar, por meio de câmeras online, a vida dos animais 24h por dia.
Videomonitoramento públicoREDE DE ACESSO - CObERURA E APlICAÇõES
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SEGURANÇA: Câmeras Interligação via computadores de órgãos como as polícias Civil e Militar
e o Corpo de Bombeiros; instalação de câmeras de vigilância via Internet nos pontos mais vulneráveis da cidade.
ECONOMIA: NegóAcesso à Internet sem fio para pequenos empresários; comunicação mais barata com entidades de classe ou empresários de outra cidade/região através da Internet ou da telefonia VoIP; incentivo ao turismo tradicional e ao turismo de negócios. SAÚDE: Centro
de Saúde Gestão integrada dos centros de assistência à saúde; interligação com serviços de emergência como o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil; uso de novas tecnologias, tais como videoconferência e telemedicina.
Segurança IntelIgente
* PMS e Trujilo são regiões da cidade.Fonte: Aptiva
cios
52 Artigo
A gestão dos
em empresas
riscos deroubo e furto
No Brasil as perdas das empresas com roubos e furtos causadas por agentes internos e externos é superior a
1,5% do faturamento, por isso a gestão destes riscos pode assegurar vantagem competitiva através do binômio preço/
lucratividade. A missão deste artigo é apresentar os pilares para uma gestão eficiente e eficaz destes riscos
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Mário Rui TavaresMBA Gestão Estratégica de Segurança. CEO do grupo Artan e membro do Conselho
Deliberativo da Abese. Co-autor do livro “Gestão da Continuidade de Negócios e Comunicação em Momentos de Crise”. Possui diversos cursos de extensão universitária
nas áreas de gestão, auditoria de riscos corporativos e continuidade de negócios. tavares@artan.com.br
Segurança InTelIgenTe
Desde os primórdios da humanidade, incertezas, ameaças e oportunidades sempre anda-ram de mãos dadas.
A procura por alimentos e abrigo expôs o homem a ameaças de natureza física e climá-tica. Por sua vez, quem não se arriscasse e enfrentasse as condições adversas, não sobrevivia. Nas comunidades que foram surgindo, os períodos de escassez de alimentos, as doenças e as guerras dizimaram milhares de homens. Contudo, apesar das perdas geradas por estes eventos, eles tam-bém foram os precursores de avanços nos mais diversos campos do conhecimento.
Com o advento da navegação, os vikings desafiaram os mares e percorreram grandes distân-cias ao longo da costa norte da Europa. Segundo alguns estudiosos até da América, as incertezas nas viagens eram compensadas pelas oportunidades de pilhagens.
Mais tarde, com o desenvolvimento da navegação mercantil, o conceito de risco como evento incerto de conseqüências positivas ou negativas tornou-se ainda mais claro. A venda das mer-cadorias que chegavam nos navios asseguravam altos retornos financeiros. Em contrapartida, os naufrágios e os saques promovidos pelos piratas geravam grandes perdas.
Hoje, assim como no passado, os riscos continuam fazendo parte do nosso dia-a-dia. Quando nos levantamos, nos locomovemos, executamos tarefas ou nos divertimos, participamos de even-tos que nos expõem a riscos positivos e negativos com as mais variadas intensidades.
Dada a onipresença do risco desde os primórdios da humanidade, era de se esperar que a de-finição da palavra risco não fosse polêmica, mas unânime, porém não é o que acontece nem em relação à sua derivação nem quanto à sua definição.
Segundo Peter Bernstein, no livro “Desafio aos Deuses”, a palavra “risco” deriva do italiano an-tigo “risicare”, que significa “ousar”. Outros autores acreditam que a origem vem de “resecare”, utili-
O que é risco ?
Artigo54
zada na descrição pelo rompimento (corte) dos cascos dos navios causada por relevos marítimos agudos que podiam por a pique os navios, outros ainda acreditam que a derivação vem do latim “risicu” e “riscu”, cujo significado está associado a incerteza.
No que tange à definição, segundo o dicionário Aurélio, risco é: “ um perigo” . Já para o Webster´s Dictionary é “a possibilidade de perda ou prejuízo ou alguém criar um perigo.” Nos dois casos, as definições são, no mínimo, incompletas, uma vez que consideram apenas o aspecto negativo do risco, não referenciando o lado positivo.
Para a ISO 31000, risco é “o efeito da incerteza nos objetivos”. A definição, no meu entender, ao colocar o risco como “efeito”, também não o define corretamente, porque risco não é o efeito, mas a associação da incerteza com o efeito.
Já o Institute for Risk Management define risco como: “A com-binação da probabilidade de um evento e suas conseqüências”. Entendo ser esta a definição mais próxima do que é risco, uma vez que expressa, de forma clara, que todos os riscos têm como característica três componentes: o evento, a probabilidade e o impacto. (Figura 1).
O componente “evento” estabelece a relação de causa e efei-to. Todo o risco tem uma origem ou causa que, ao se materializar ,gera uma consequência ou efeito. Em relação aos outros dois componentes, a probabilidade está associada à causa do evento e o impacto, ao efeito da materialização desse evento - ou seja, ao agirmos sobre as causas do evento, alteramos a probabilidade de que ele ocorra e, ao agirmos sobre o efeito, alteramos o impacto.
O conjunto de condições que levam à materialização dos riscos de roubo e furto estão rela-cionados a três fatores: • Aatratividadedoativoparaocriminoso• Acapacidadedocriminosoderealizaroato• Asvulnerabilidadesdasegurança,causadorasdeoportunidadeparaqueapráticadelituosa
se concretize
Das três condições, as duas primeiras independem do gestor, estando sob seu controle ape-nas a redução das vulnerabilidade da segurança. Desta forma, para desestimular a materialização dos riscos de roubo e furto, cabe ao gestor agir sobre as vulnerabilidades da segurança, adotando medidas de proteção dos ativos que causem ao criminoso a percepção de que o provável benefí-cio advindo do ato criminoso será menor que o provável custo da operação criminosa.
A equação abaixo sintetiza a análise do criminoso sobre praticar ou não um delito de roubo ou furto.Re = Be – Ce
Re = Retorno esperado do ato criminoso Be = Benefício Esperado (provável benefício advindo do ato criminoso) Ce = Custo Esperado (Custo provável para execução do ato criminoso em si + Custos prová-veis decorrentes do ato)É importante considerar ainda que, o RE (Retorno Esperado do ato criminoso) sempre terá
um fator subjetivo, o da utilidade do ativo para o criminoso, que por sua vez, varia ao longo do tempo. Desta forma, fica claro que equalizar o nível de proteção dos ativos ou perpetuar planos de respostas sem considerar essas mudanças são práticas erradas e que, ao longo do tempo, se mostrarão sugadoras de recursos e ineficientes.
FIgURA 1: Componentes do risco
Os Riscos de Roubo e Furto
55Segurança InTelIgenTe
Para que não seja cometido este erro, é fundamental estabelecer um processo de gerencia-mento contÍnuo dos riscos, como o exemplificado na Figura 2, que explora 4 etapas cíclicas:
etapa 1: Identificar os riscos. Nesta fase são listados os ativos com atratividade para os crimi-nosos (demanda no mercado paralelo ou negro), descritos os eventos de risco a que estão sujeitos, as causas e os efeitos, onde estão localizados e, por fim, os agrupamos em categorias.
etapa 2: Avaliar os riscos. Nesta fase, cada risco é analisado, diagnosticado com o objetivo de ser medido. A métrica que procuramos conhecer é a PE (Perda Esperada) ou o GE (Ganho Espe-rado) de cada risco, produto resultante da multiplicação do impacto, efeito da materialização do risco, pela probabilidade de ocorrer variável recorrente das causas e que pode ser estimada utilizando métodos quantitativos e/ou qualitativos.
Pe ou ge = Pb x IPe ou ge = Perda ou Ganho EsperadoPb = Probabilidade do evento ocorrerI = Impacto (Somatório dos efeitos do evento)
Com o valor da PE (Perda Esperada) e do (Ganho Esperado) de cada risco, podemos ordená-los por grau de importância e, desta forma, encerramos a etapa 2.
etapa 3: Desenvolver respostas. Com a identificação (Etapa 1) e o estabelecimento do grau de importância de cada risco (Etapa 2) temos um mapa completo e estamos prontos para responder às questões desta fase:
•Qualaprioridade?•Quantoinvestir?•Qualdos4Tsadotaremoscomorespostaacadarisco?Seadecisãoforportratar,querecur-sosdesegurançautilizaremos?
Figura 2 - Modelo cíclico do processo de gerenciamento de riscos
A Gestão dos Riscos de Roubo Furto
QUADRO 1- Recursos da segurança
56 Artigo
Os recursos da segurança a serem avaliados, que se encontram sob controle dos gestores e cuja inadequação causa o aumento da probabilidade de ocorrerem roubos e furtos em uma organização são: o ambiente interno; as barreiras físicas; os recursos humanos alocados na segu-rança; os procedimentos de segurança e os recursos tecnológicos (Quadro 1).
A prioridade é normalmente estabelecida com base no ordenamento da maior para a menor das PE (Perdas Esperadas) ou dos (Ganhos Esperados). O investimento em cada risco depende do apetite da organização. Já as respostas serão estabelecidas a partir das seguintes aborda-gens: Tolerar; Transferir; Terminar; Tratar (Figura 3).Caso a resposta aos riscos de roubo ou furto recaia para o tratamento, o objetivo então será reduzir o valor da PE (Perda Esperada) para valores suportáveis, ou seja, a ação será implantar um plano cujas medidas atuarão sobre as causas do evento, reduzindo desta forma a proba-bilidade deste ocorrer.
Figura 3 - Modelo de respostas, os 4 Ts.
57Segurança InTelIgenTe
Figura 4 - Monitorar, Controlar, Rever.
Para avaliar a adequação ou inadequação de um recurso o gestor deve questionar se este “estáprontopara....?”.“Estarprontopara....?”épossuirascondiçõesnecessáriaspararespon-der com sucesso à ameaça e “não estar pronto para...” pressupõe que uma ou mais condições para dar resposta à ameaça não são as adequadas ou inexistem.
As respostas sim ou não da avaliação e os porquês indicam os pontos fortes e fracos da segurança da organização frente às ameaças. Desta forma, o plano de ações deve focar na transformação de cada ponto fraco em ponto forte ou, no mínimo, em neutro, e desta forma contribuir para reduzir a probabilidade de o evento ocorrer, reduzindo, consequentemente, a PE (Perda Esperada) para aquele risco.
etapa 4: Controlar: Nesta etapa o objetivo é monitorar, avaliar se as medidas do plano de ações são capazes de assegurar os objetivos propostos, se estão completas e atualizadas frente às ameaças e identificar novos riscos e oportunidades de melhoria para retroalimentar o ciclo de melhoria contínua da gestão de riscos (Figura 4).
Em um mercado como o brasileiro, que dia-a-dia se mostra mais competitivo, o sucesso das empresas de-pende não somente do corpo gerencial “ficar de olho nas receitas e nos custos”, mas também de manter o foco na gestão dos riscos que ameaçam o negócio. Por re-presentarem mais de 1,5% do faturamento anual dos negócios, as perdas com roubos e furtos comprometem os resultados das operações e, em muitos casos, até a sobrevivência das empresas. Por isso, não podem ser relegadas para se-gundo plano pela administração. Gerenciar continuamente estes riscos é o caminho do gestor para enfrentar as incertezas e convertê-las em vantagem competitiva, objetivo para o qual espero ter contribuído com este artigo.
Finalizando
Gestão58
Proteção às pequenas
Abese e Ifaseg intensificam divulgação de segurosespecíficos para o setor junto às empresas demédio ou menor porte e demanda cresce 50%
59Segurança IntelIgente
A Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança (Abe-se) e a Interface Seguros (Ifaseg) intensifi-caram em 2012 o trabalho de divulgação
dos produtos de seguro formatados pela parceria especificamente para as empresas do setor. Desde o começo do ano, a seguradora vem realizando pales-tras por todo o país durante os Simpósios Regionais da Abese, com objetivo de levar principalmente às pequenas e médias empresas as informações sobre os produtos. “Temos uma parceria de 12 anos com a Abese e trabalhamos hoje com 70% das companhias do setor no Brasil. No entanto, muitas empresas de pequeno e médio porte não sabiam que existem seguros específicos para sua área de atuação”, conta Waldir de Menezes, sócio-diretor da Ifaseg. Segundo ele, a iniciativa foi um sucesso, ampliando o número de empresas monitoradas em 50%.Especialista no segmento de seguros por afinida-de, a Ifaseg formata o produto somente depois de estudar as características e peculiaridades do setor, criando uma apólice de acordo com as necessida-
des detectadas. Na área de sistemas eletrônicos de segurança, a empresa observou, por exemplo, que, em muitas situações, mesmo que o serviço de monitoramento oferecido funcione para coibir o ctime, a tentativa de invasão do local pode dei-xar para o cliente final pequenos prejuízos, como vidros quebrados, portas, fechaduras danificadas. E desenvolveu o Seguro Monitoramento Garantido Abese, exatamente para que a empresa de sistema eletrônico de segurança possa oferecer aos seus clientes, junto com o monitoramento, a cobertu-ra dessas perdas e assistência técnica 24 horas. Mesmo que a causa tenha sido de outra natureza, como problema elétrico, para citar algum.Outro produto nascido do estudo sobre as necessi-dades do setor é o Serguro Responsabilidade civil Profissional Abese - Ações e Omissões. Neste caso, a empresa de sistemas eletrônicos é protegida de eventuais ações judiciais que buscam responsabili-zá-la por eventuais falhas na prestação de serviço. Casos em que a empresa é acusada de negligência, imperícia ou imprudência nas áreas de moniotora-
Menezes, da Ifaseg,
recebe Prêmio Antonio Carlos
de Almeida Braga, em
2011: inovação reconhecida
Gestão60
mento, pronta resposta, instalação, montagem e fabricação, são protegidos por esta apólice. “É um seguro customizado. Não é aquela situação em que um corretor praticamente pega um se-guro na prateleira da seguradora e oferece para a empresa de monitoramento. É um trabalho feito em parceria com a Abese, o que permitiu que o mercado fosse profundamente estudado para que suas necessidades sejam plenamente atendidas”, diz Menezes. Um terceiro modelo de seguro é dire-cionado ao risco patrimonial. É o Seguro Multirisco Empresarial Abese, esse sim o seguro mais tradicio-nal, que protege a empresa de sistemas eletrônicos dos riscos de incêndio, roubo, etc.Segundo o sócio-diretor da Ifaseg, com as palestras a intenção é mostrar que estes produtos são acessí-veis para as pequenas e médias empresas. “Elas pa-gam um ‘plus’ na mensalidade e passam a oferecer este difencial de mercado aos seus clientes”, afirma. Menezes diz que boa parte do sucesso do produto é consequência do amadurecimento do mercado brasileiro. “O consumidor brasileiro é cada vez mais exigente e as empresas querem responder à altura, por isso estão mais sensíveis a este tipo de prote-ção, que proporciona um atendimento melhor com mais tranquilidade”, diz.Menezes e Mário Gasparian, também sócio-diretor da Ifaseg, receberam no ano passado o Prêmio An-tonio Carlos de Almeida Braga de Inovação em Se-guros, concedido pela Confederação Nacional das Empresas de Seguro (CNSeg), pela criação de uma apólice inédita na área de turismo.
Risco: Comprometimento da imagem da sua empresa em vista dos desgastes na relação com seus clientes quando da ocorrência de intrusão ou tentativa no imóvel monitorado
Risco: As empresas de Segurança Eletrônica também estão expostas a imprevistos do dia a dia. Para essa situação foi desenvolvida uma grade de coberturas específicas para proteger as empresas de monitora-mento associadas à Abese
Risco: A crescente demanda ju-dicial contra as empresas, visando a responsabilida-de por falhas profissionais na prestação de serviços de segurança eletrônica
Seguro: Monitoramento garantido AbeseReparação de danos ao imóvel e/ou sistema de segurança decorrentes de acidente elétrico, roubo, furto ou tenta-tiva. Assistência 24 horas com mão-de--obra especializada (chaveiro, vidraceiro, serralheiro etc) para realizar os reparos emergenciais que o imóvel necessitar
Seguro: Seguro Multirisco empresarial AbeseProtege o patrimônio da empresa de di-versos riscos de prejuízo, como incêndio, roubo de bens, danos elétricos, entre outros. São 7 tipos de coberturas para 5 opções de contratação
Seguro: Responsabilidade Civil Profissional AbeseProtege a operação dos riscos de respon-sabilidade civil por negligência, imprudên-cia e imperícia no exercício da atividade: monitoramento, pronta resposta, instala-ção, montagem e fabricação
“É um seguro customizado. Não é a situação em que um corretor pega um seguro na prateleira da seguradora e oferece para a empresa de monitoramento”, diz Menezes
Seguro Monitoramento
Garantido ABESE
Seguro ResponsabilidadeCivil ProfissionalABESE | Ações
Omissões
SeguroMultirisco
EmpresarialABESE
Tecnologia
Um guarda fora de perigo
E le é baixinho - tem um metro e meio de al-tura - e pesa no máximo 80 quilos. No en-tanto, circula pelos corredores dos presídios com personalidade, sem se deixar intimidar
pelos habitantes das celas. É capaz passar 24 horas nos sete dias da semana sem pregar o olho, obser-vando a área e pronto para impedir o surgimento de brigas, rebeliões ou alguma tentativa de suicídio. Mais: se ele próprio for agredido, não sentirá dor. Se levar um tiro, não morrerá.O que poderia ser o perfil de al-gum superheroi policial, desses cheios de superpoderes que aparecem em filmes e dese-nhos animados, é na verdade a descrição de um robô criado na Coreia do Sul para fazer a vigilância de presídios. O equi-pamento começou a ser testa-do neste ano em três presídios de Pohang e, se for aprovado, deve ser utilizado em outros presídios em todo o país. O guarda-robô possui uma câmera 3D e transmite as imagens em tempo real para a central de monitoramen-to. Com um microfone e um alto-falante, também pode transmitir mensagens aos pri-sioneiros ou aos agentes peni-tenciários, uma vez que possui
um software para detectar eventuais mudanças de comportamento. O objetivo é fazer com que a tec-nologia, desenvolvida na Universidade de Kyong-gi, com o apoio do Ministério do Interior da Coreia do Sul, permita que os atuais guardas carcerários possam se dedicar a tarefas mais complexas e de extrema necessidade, como aconselhamento e trabalho educativo destinado a reinserir o preso na sociedade.
Guarda-robô possui uma câmera 3D e transmite as imagens em tempo real para a central de monitoramento
Câmera frontal
Antenas wireless
Microfone de alta qualidade
A Cabeça do Robô
Tecnologia62
63Segurança IntelIgenteBiometria
orelhasPelas
quanto as impressões digitais, mas mais difíceis de serem copiados. Em vista disso, ele e sua equipe constru-íram um túnel biométrico para fazer os testes com o novo recurso.
O túnel tem 12 câmeras que fo-tografam as orelhas e os passos das pessoas. As “paredes”e o piso do túnel são coloridas - segundo os cientistas, trata-se do chroma-key, tecnologia bastante utilizada nos programas de televisão, que serve para realçar o contraste entre o corpo e as roupas, ampliando as condições para capta-ção de imagem em 3D.
A técnica de identificação de uma pessoa por meio da orelha, denominada The Image Ray Trans-form ou transformação de raios em imagens, permite identificar uma orelha de forma elíptica. Os raios de luz realçam as estruturas tubu-lares e circulares, como as bordas e curvas da parte superior da orelha. A mesma técnica é apropriada para captar os passos de uma pessoa, já que as pernas agem como estru-turas tubulares. Segundo Nixon, a identificação biométrica por meio da orelha é mais eficaz que a do rosto, por exemplo, já que os ouvi-dos possuem uma estrutura rica e estável, preservada durante toda a vida, equanto no rosto o envelhe-cimento é bem mais visível. Nixon admite que o cabelo pode escon-der as orelhas, mas os testes têm mostrado um índice de eficácia acima de 99%.
Os britânicos estão testando um novo padrão de bio-metria, centrado na análise
do formato de orelha e na maneira de caminhar das pessoas. O traba-lho vem sendo desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Southampton, sob liderança do pro-fessor Mark Nixon, um dos precur-sores na área de biometria no Reino Unido e o primeiro a comprovar o potencial biométrico das orelhas, em 2005. Segundo o especialista, o formato da orelha e o jeito de andar de uma pessoa são tão singulares
Britânicos começa a testar sistema biométrico que identifica pessoas pelo formato da orelha e pela maneira de caminhar
túnel biométrico: 12 câmeras
fotografam as orelhas e os passos
das pessoas
Eis os dados para contato com as pessoas entrevistadas nas
reportagens desta edição de Segurança Inteligente. Se encontrar
alguma dificuldade, por favor entre em contato conosco:
64 Serviço Lista de entrevistados
Augustus von Sperling
(Pág. 22)VS SegurançaTelefone: (61) 3242-8008
Benito Boldrini
(Pág. 22)AlertaTelefone: (19) 3446-4492
Carlos Progianti
(Págs. 14 e 30)AbeseTelefone: (11) 3294-8033
Claudia Perlin
(Pág. 22)CAFTelefone: (51) 3375-4000
Denise Mury
(Pág. 22)Ser-TelTelefone: (21) 2102-4000
Eduardo Casarino
(Págs. 30 e 40)Casel - ArgentinaTelefone: (5411) 5128-0027
Helio Ferraz
(Pág. 30)G4STelefone: (11) 4197-0097
Ivana de Oliveira Bezerra
(Pag.22)SOS SegurançaTelefone: (84) 3215-1400
Manuel Sánchez Gómez-Merelo
(Págs. 30 e 38)GET - EspanhaTelefone: (34) 91 500 17 24
segurancainteligente@patriaeditora.com.br
Nilton Amaral Jr.
(Pág. 22)TeleatlanticTelefone: (11) 3811-1000
Rogério dos Reis
Alive Brasil(Pág. 22)Telefone: (41) 3382-1600
Ronaldo Pena
(Pág. 30)USPTelefone: (11) 3091-8747
Rony Carneiro Rodor
(Pág, 22)NygerTelefone: (27) 3345-3300
Selma Migliori
(Págs. 12 e 37)FenabeseTelefone: (11) 3294-8033
Stephen Adler
(Pág. 45)ACTTelefone: (11) 3042-0960
Umberto Nanini
(Pág. 48)AptivaTelefone: (15) 3033-0071
Wagner Peres
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