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Alcançando o Propósito de Deus
SEM
TROPEÇAR
1° Edição / 2018
Jonatas Cuppello Venlioles
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5
Sumário
Introdução .............................................................. 9
Sem Tropeçar nas Dificuldades............................. 13
Sem Tropeçar no Dia a Dia ................................... 43
Sem Tropeçar no Chamado .................................. 61
Conclusão ............................................................. 67
6
7
AGRADECIMENTO
Agradeço a Deus por mais um livro. Minha
gratidão também por minha esposa, sempre
apoiando e encorajando. Também quero agradecer
ao meu amigo e ajudador (de sempre), Eder Bessa,
em todas as obras esteve presente colaborando.
Mais uma vez louvar a Deus pela minha professora
e pastora Almerinda Toledo. Não posso esquecer-
me de agradecer a minha preciosa Igreja Batista
em Barra do Imbuí, principalmente a Missão de
Mottas, amo vocês.
8
Introdução
9
Introdução
Promessas, propósitos, sonhos de Deus, etc. Todos
nós ouvimos e aprendemos que Deus nos criou com
um propósito, para cumprir um chamado. Sabemos
que isso é uma verdade inegociável e podemos
apresentar alguns textos da Palavra para confirmar
tais afirmações.
Apóstolo Paulo em Efésios 1:11-12 nos diz:
“Nele fomos também escolhidos, tendo sido
predestinados conforme o plano daquele que
faz todas as coisas segundo o propósito da sua
vontade, a fim de que nós, os que primeiro
esperamos em Cristo, sejamos para o louvor da
sua glória.” NVI
Aquele que faz todas as coisas (nosso Deus), nos
escolheu e nos predestinou conforme seu plano. Não
escolheu apenas para ser salvo, mas a partir da
salvação cumprir Seus propósitos, viver em boas
obras, “alcançando a unidade da fé e do conhecimento
do Filho de Deus, chegando à maturidade, atingindo a
medida da plenitude de Cristo” EF 4:13 (estatura de
varão perfeito).
Sem Tropeçar
10
Outro texto que caminha na mesma direção é,
Romanos 8:28-29 Paulo declara:
“Sabemos que Deus age em todas as coisas para
o bem daqueles que o amam, dos que foram
chamados de acordo com o seu propósito. Pois
aqueles que de antemão conheceu, também os
predestinou para serem conformes à imagem de
seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito
entre muitos irmãos”. NVI
Há um propósito, um chamado de Deus que conduz a
algo que Ele preparou para cada um. Deus traçou um
plano para todos. Porém, apesar de Deus ter algo
predestinado, depende de nós conhecermos e
buscarmos viver esse propósito.
Veja que quando o povo de Israel estava cativo Deus
enviou uma carta através do profeta Jeremias. Uma
das coisas que me chama atenção foi o próprio Deus
declarar: “Porque sou eu que conheço os planos que
tenho para vocês, diz o Senhor, planos de fazê-los
prosperar e não de causar dano, planos de dar a vocês
esperança e um futuro.” JR 29:11 NVI será que Deus só
teve um plano de benção apenas durante o cativeiro?
Claro que não. Deus já tinha esse plano desde o início,
mas devido o pecado do povo Ele permitiu que Seu
Introdução
11
juízo chegasse. Deus então lembra Seu povo que o
propósito Dele é abençoar os seus.
Então, por que o povo tantas vezes não consegue
alcançar o propósito de Deus? Por que não andamos
dentro do plano eterno? Em uma palavra quero
apresentar uma resposta, TROPEÇOS.
Tropeçamos em determinados momentos e isso nos
impede de alcançarmos o que Deus planejou para nós.
O salmista nos ensina: “Os que amam a tua lei
desfrutam paz, e nada há que os faça tropeçar. ” SL
119:165, “Pois tu me livraste da morte, os meus olhos,
das lágrimas e os meus pés, de tropeçar,
para que eu pudesse andar diante do Senhor na terra
dos viventes.” 116:8-9 NVI.
Também vemos em Tiago uma advertência: “Pois
quem obedece a toda a Lei, mas tropeça em apenas
um ponto, torna-se culpado de quebrá-la
inteiramente.” Tg 2:10 NVI
Em Judas em seus poucos versículos nos diz:
“Ora, àquele que é poderoso para vos guardar
de tropeçar, e apresentar-vos ante a sua glória
imaculados e jubilosos, ao único Deus, nosso
Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória,
Sem Tropeçar
12
majestade, domínio, e agora, e para todo o
sempre. Amém.” Jd 1:24-25
Deus é poderoso para nos guardar de tropeçar. Por
isso, nos deixou muitos ensinamentos, a Palavra de
Deus nos dá vários exemplos, bons e ruins, afim de nos
alertar sobre as ciladas e tropeços do homem.
Vamos observar nesse livro três momentos da história
do povo de Deus, uma parte da caminhada do povo de
Israel até a Terra Prometida, um momento dos
discípulos com o Mestre e por fim um momento da
Igreja primitiva relatada em uma epístola.
Por isso, convido o prezado leitor a mergulhar na
Palavra e a viver, sem tropeçar, alcançando o
propósito de Deus. Mesmo que você tenha caído e se
sinta no chão, lembre-se que “o Senhor ampara todos
os que caem e levanta todos os que estão prostrados”.
SL 145:14 NVI
Sem Tropeçar nas Dificuldades
13
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Sem Tropeçar nas Dificuldades
Quando olhamos para as histórias bíblicas ficamos
perplexos com erros tão medíocres e infantis que
vemos em muitos momentos do povo de Deus.
Contudo, se olharmos atentamente para nossa vida,
veremos que também tropeçamos em pequenas
coisas e quando o tempo passa, acabamos não
acreditando que erramos.
Vamos olhar cuidadosamente o povo escolhido por
Deus diante do deserto. Eles estavam vivendo
momentos novos de uma promessa antiga, desafios
de um povo livre com uma mentalidade escrava e
Sem Tropeçar
14
experimentando o agir de um Deus todo poderoso que
até então só conheciam de ouvir falar.
Hoje vivemos em um novo momento de todas as
formas possíveis. Mesmo assim, encontramos os
mesmos tropeços e continuamos a ser um povo
escolhido por Deus (da mesma forma que o povo).
Em um de seus livros o apóstolo Luiz Hermínio disse o
seguinte: “João Batista anunciou que o Reino viria;
Jesus manifestou o Reino; Mas a Igreja está aqui para
estabelecer o Reino de Deus. ”
O povo de Israel tinha a promessa de ganhar uma
Terra Prometida, Deus lhe deu, através da conquista.
A Igreja também tem uma promessa, Reino de Deus,
não só celestial, mas estabelecer aqui na Terra o
Reino, ou seja, estabelecer a vontade do Rei.
Precisamos conquistar.
Precisamos ter a visão do que é eterno, da vontade de
Deus e de como Ele quer que façamos tudo acontecer.
“O que Deus mostra para você, para a Igreja, tem que
ser visto, crido e alcançado. Ele não mostraria algo que
não quer fazer, ou que não quer dar. Se Deus mostrou
é porque Ele quer fazer e dar para você. ” Ap. Luiz H.
Sem Tropeçar nas Dificuldades
15
O povo de Israel tinha uma visão, uma palavra de
direção de Deus, uma terra a ser conquistada, uma
nação a ser estabelecida. Toda visão precisa
necessariamente de uma atitude.
São esses momentos que vivemos o sonho, deixamos
de apenas sonhar para alcançar o que se sonhou.
Observar as histórias do povo de Deus nos traz grande
ensinamentos, como nos diz a Palavra.
“Essas coisas aconteceram a eles como
exemplos e foram escritas como advertência
para nós, sobre quem tem chegado o fim dos
tempos. ” 1Co 10:11 NVI
“Pois tudo o que foi escrito no passado foi
escrito para nos ensinar, de forma que, por
meio da perseverança e do bom ânimo
procedentes das Escrituras, mantenhamos a
nossa esperança. ” Rm 15:4 NVI
Então, vamos observar o povo escolhido em sua
caminhada a partir da visão, propósito, que tinham.
Números 33 traz uma lista de quarenta locais por onde
passou e acampou o povo de Israel desde a saída de
Sem Tropeçar
16
Ramessés até a chegada à planície de Moabe, depois
de quarenta anos de peregrinação. Interessante que
dentro dos quarenta anos estiveram em quarenta
lugares diferentes, em cada lugar por períodos de
tempos diferentes, mas cada um deixa um
ensinamento.
Abordaremos apenas três locais e perceberemos
como em cada lugar Deus tratou algo com o povo, e
que hoje serve de ensinamentos para nós. Claro que
em todos os lugares houve um tratamento, mas
nesses que serão expostos, na minha opinião, são os
mais marcantes.
Números 33:14-16
“Partiram de Alus e acamparam em Refidim,
onde não havia água para o povo beber.
Partiram de Refidim e acamparam no deserto
do Sinai. Partiram do deserto do Sinai e
acamparam em Quibrote-Hataavá. ”NVI
São esses os lugares que estaremos observando:
Refidim, Sinai e Quibrote-Hataavá.
Sem Tropeçar nas Dificuldades
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Antes de chegarem ao deserto passaram por Refidim,
lugar de sequidão, não havia água. O povo reclamava
e se queixava com Moisés, Êxodo 17 nos diz que eles
exigiam água. “Por essa razão queixaram-se a Moisés
e exigiram: "Dê-nos água para beber". Ele respondeu:
"Por que se queixam a mim? Por que colocam o Senhor
à prova? "Êxodo 17:2 NVI
Um dos tropeços do povo de Israel era a reclamação,
a murmuração. A murmuração é uma declaração de
falta de confiança ao Senhor, ou seja, é o que sai de
um coração incrédulo que não crê no agir do Senhor.
O próprio povo de Israel por vários momentos na
história murmurou, e sempre acompanhado do
sentimento de falta de confiança. Salmo 106 nos
versos 24 e 25 nos diz que o povo de Deus desprezou
a terra (prometida), não confiaram na sua promessa e
murmuraram em suas tendas e não deram ouvidos à
voz do Senhor. O próximo versículo nos diz que a mão
do Senhor se levantou contra o povo.
Israel pecou várias vezes na murmuração. Será que
eles não sabiam que era Deus quem os conduzia?
Claro que sabiam, porém, não adianta apenas
sabermos quem está nos conduzindo, precisamos
confiar Naquele que nos conduz.
Sem Tropeçar
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Veja que o povo chegou a Refidim porque a nuvem,
guiada por Deus, os levou para lá. Eles haviam acabado
de sair do deserto de Sim, naquele lugar reclamaram e
murmuraram, então Deus provê o Maná e ainda envia
carne para Seu povo. Mas ao chegaram em um lugar
de sequidão não param para orar, não param para
lembrar do milagre de Deus que haviam acabado de
experimentar, apenas começam a reclamar.
Em nossa jornada passaremos por tempos de
sequidão, mas inclusive nesses momentos precisamos
crer e confiar que estamos sendo guiados pela
“nuvem” de Deus. Não somos tentados por Deus, mas
tantas vezes somos provados por Deus para nos
revelar o que temos em nosso coração.
São nos momentos que Ele nos conduz à sequidão é
que seremos testados em relação a nossa confiança. O
povo foi reprovado muitas vezes. Em Refidim, mais
uma vez Moisés orou ao Senhor.
Êxodo 17:4-6.
“Então Moisés clamou ao Senhor: “Que farei
com este povo? Estão a ponto de apedrejar-
me!” Respondeu-lhe o Senhor: “Passe à
frente do povo. Leve com você algumas das
autoridades de Israel, tenha na mão a vara
Sem Tropeçar nas Dificuldades
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com a qual você feriu o Nilo e vá adiante. “Eu
estarei à sua espera no alto da rocha do
monte Horebe. Bata na rocha, e dela sairá
água para o povo beber”. Assim fez Moisés,
à vista das autoridades de Israel.” NVI
Essa passagem nos dá alguns princípios que
precisamos caminhar em nossa vida.
Primeiro, a oração. O mais simples princípio, contudo,
talvez o mais negligenciado em nossos tempos. O
inimigo tem roubado nosso tempo e produzido em nós
um sentimento de autossuficiência, onde não
dependemos de Deus.
Moisés orou, clamou ao Senhor. Em todo tempo
devemos orar, porém, em tempo de sequidão
devemos clamar e buscar em Deus respostas, milagres
e provisão.
Moisés declara sua dependência e incapacidade, não
tenta resolver do seu jeito, “: “Que farei com este
povo?” Moisés poderiam tentar dar seu jeito, seja
voltando para o lugar de onde haviam saído. Poderia
ter desistido da caminhada e mandado o povo voltar
ao Egito. Poderia ter mandado cavar poços. Poderia
Sem Tropeçar
20
ter inventado algo. Todavia, Moisés sabia que quem
estava liderando o povo era Deus. Que mesmo
naquele momento ele precisava apenas de Deus. Que
mesmo sofrendo uma pressão do povo e até mesmo
correndo risco de morrer, estavam a ponto de
apedrejá-lo, sua fé estava no Senhor.
Deus então responde sua oração. “Passe a frente do
povo”
O segundo princípio é: não viva no meio dos
murmuradores, passe a frente. Não podemos ficar no
meio daqueles que já estão contaminados. Por isso,
Deus responde e a primeira coisa é: saia desse lugar
Moisés, caminhe a frente de do povo. Não se trata de
ser melhor que os outros, mas sim de optar em viver
em uma outra atmosfera, não dá murmuração e sim
da confiança e presença de Deus.
Deus tem levantado um povo que não olha apenas
para si mesmo, mas que contemple sua Glória;
descanse mesmo nos momentos de sequidão e não
tropece nas dificuldades. Só alcançamos isso
caminhando a frente do povo, o povo é a multidão, são
aqueles que seguem a Jesus, mas ainda não
conseguem viver para Jesus. São aqueles que querem
pão e milagres, mas ainda não entenderam que
Sem Tropeçar nas Dificuldades
21
precisam carregar sua cruz e seguir, são aqueles que
desejam o Salvador, mas ainda não compreenderam
que Ele também é Senhor.
É necessário nos posicionarmos. Se vivermos como a
massa nunca avançaremos diante dos desafios que
vivenciamos. Passe a frente, saia da zona de
murmuração.
Não se acomode, olhe à sua volta e para si e veja se
não estacionou diante da sequidão. Perceba se
mesmo sem intenção hoje está vivendo apenas na
murmuração, confiando em Deus apenas no que diz
respeito a promessa geral, ao seu povo, mas
desconfiando no que se refere as suas promessas.
Deus também disse a Moisés, em terceiro: “leve com
você algumas das autoridades...” Não ande sozinho. Se
ao mesmo tempo Deus manda ele passar a frente,
também manda não andar sozinho. Ande com pessoas
de autoridade espiritual, pessoas que estão dispostas
a caminhar com os olhos da fé, pessoas que estão
dispostas a confiar. O ambiente que vivemos sempre
vai nos influenciar. Por mais que permaneçamos fiéis
ao Senhor, dependendo do ambiente diário que
vivemos, podemos perder a “chama” no nosso
coração, abandonar o primeiro amor e deixar de
Sem Tropeçar
22
confiar plenamente no Senhor. Por outro lado, se
vivermos num ambiente onde existe um povo
sedento, fiel e com compromisso, seremos
influenciados positivamente.
Pessoas de autoridade nos ajudarão a não tropeçar,
estarão dando apoio nos momentos de fraqueza, nos
momentos de luta e naquelas horas difíceis da
caminhada.
Além das autoridades, Deus manda Moisés levar em
suas mãos a vara. “...tenha na mão a vara com a qual
você feriu o Nilo e vá adiante.”
Creio que além da vara significar autoridade, a vara de
Moisés era um objeto que reportava aos
acontecimentos anteriores, ou seja, a lembrar daquilo
que Deus fez através de algo simples, porém, na ação
de Deus.
Deus disse a Moisés: “tenha na mão a vara”,
autoridade não é algo que deixamos de lado ou
pedimos para outro exercer. Aquilo que Deus confiou
a nós apenas nós mesmo poderemos fazer. Certa vez
o profeta Eliseu pediu para seu servo Geazi pegar sua
vara e a colocar sobre um menino que morrera, filho
da sunamita. Geazi cumpriu a ordem, mas nada
Sem Tropeçar nas Dificuldades
23
aconteceu e o menino continuou morto até Eliseu
chegar. O Servo do profeta não viu resultado pois a
autoridade, a vara, não pertencia a ele.
Quando Deus ordenou a Moisés para que ele levasse
a vara em suas mãos, estava dizendo para Moisés: não
esqueça a autoridade que lhe dei. Não esqueça
daquilo que você já viu e experimentou através dessa
autoridade, “a vara com a qual você feriu o Nilo...”
Moisés não tropeçou como o povo porque estava
ligado com Deus. Ele permaneceu de pé, porque
reconhecia que havia autoridade dos céus sobre sua
vida. Ainda no versículo cinco, o Senhor finaliza
dizendo: “Vá adiante”. Ele passou a frente, levou as
autoridades, pegou a vara e precisou ir.
Nosso chamado não é para ficar, mas sempre ir,
avançar, não parar. O crente não pode parar, ou
crescemos ou decrescemos. Nossa caminhada cristã
será marcada por avançarmos ou por retrocedermos.
A carta aos hebreus nos mostra que aqueles que
recebiam a correção e o ensino já poderiam ter
avançado, mas estavam com necessidade de voltar
aos ensinamentos básicos da fé cristã.
Sem Tropeçar
24
“De fato, embora a esta altura já devessem ser
mestres, vocês precisam de alguém que lhes
ensine novamente os princípios elementares
da palavra de Deus. Estão precisando de leite,
e não de alimento sólido! ” Hebreus 5:12 NVI
Perceba que o autor de Hebreus diz que pelo tempo
de caminhada, a esta altura, já eram para estar
vivendo em um outro nível, na maturidade. Quando
não avançamos, acabamos tropeçando e voltando
para o início de tudo. Quantas vezes percebemos
alguns irmãos que não conseguem romper. Estão
sempre reiniciando sua caminhada pois não
conseguem avançar com a autoridade que Deus deu e
vencer os desafios.
Portanto, vá, avance e espere o milagre de Deus.
Moisés ouviu de Deus a melhor coisa que alguém pode
ouvir, verso seis: “Eu estarei à sua espera no alto da
rocha do monte Horebe...” Quando obedecemos a voz
de Deus e seguimos as suas orientações em meio as
crises, podemos ter a certeza que o milagre estará por
vir e o mais importante. O grande EU SOU estará no
lugar do milagre para nos conceder a vitória.
Sem Tropeçar nas Dificuldades
25
Imagino o coração de Moisés. Na oração estava
angustiado dizendo que o povo estava a ponto de
apedrejá-lo, mas com a resposta do Senhor: eu estarei
à sua espera, seu coração ficou em paz. Não há alegria
maior de saber que o Deus todo poderoso está nos
guiando e nos esperando no lugar certo.
Quantos acabam como o povo, murmurando e
tropeçando, deixando de viver o melhor de Deus, Sua
presença, e deixando de experimentar o favor do
Senhor. Não pare!!!
Deus estava sobre a Rocha. Moisés deveria ferir a
rocha para que jorrasse água (6).
Nesse acontecimento vemos a imagem da
maravilhosa Trindade do nosso Deus.
O Novo Testamento nos mostra que essa rocha é
Jesus Cristo: “e beberam da mesma bebida espiritual;
pois bebiam da rocha espiritual que os acompanhava,
e essa rocha era Cristo.” 1 Coríntios 10:4 NVI
Se o próprio Deus estava sobre a rocha e Moisés
deveria ferí-la, isso era como o próprio Deus fosse
ferido. Pensemos na profunda verdade da Cruz.
Sem Tropeçar
26
Além disso, a água jorrou da rocha. Vemos nisso uma
ilustração do Espírito Santo. São significativas as
palavras de Jesus: João 7:37-39
“Se alguém tem sede, venha a mim e beba.
Quem crer em mim, como diz a Escritura, do
seu interior fluirão rios de água viva”. Ele
estava se referindo ao Espírito, que mais tarde
receberiam os que nele cressem. Até então o
Espírito ainda não tinha sido dado, pois Jesus
ainda não fora glorificado.” NVI
A representação da Trindade divina transparece da
seguinte forma:
* sobre a Rocha está Deus, Pai
* a Rocha é Cristo
* da Rocha jorra água, Espírito Santo.
Nosso Senhor é nossa Rocha, que nos fortalece e sacia
nossa sede. É no tempo de sequidão que percebemos
a ação do nosso Deus. Sua graça, Seu Espírito e Seu
amor.
Alcançar a visão de Deus para nós é muito necessário,
dá trabalho. Não é fácil, mas o Altíssimo nos deu um
caminho para seguir, seguir sem tropeçar, sabendo
que o Deus Triuno estará conosco.
Sem Tropeçar nas Dificuldades
27
A água saiu da rocha. O povo foi saciado e viu o
milagre, porém, mais que um grande acontecimento,
receberam um enorme ensinamento, de que com
Deus poderiam estar em qualquer lugar e vivendo na
maior sequidão de suas vidas, pois Ele é quem supre e
cuida dos seus.
Após o milagre experimentaram uma vitória sobre os
amalelequitas e mais uma vez perceberam que a
vitória não dependia da sua força, mas da ação do
Soberano. Quando Moisés ficava de mãos levantadas
para abençoar o povo, Israel vencia, quando abaixava
as mãos, Israel perdia. A guerra era física, mas a vitória
foi conquistada através do espiritual.
Quero avançar um pouco para o próximo lugar que
Israel caminhou nos quarenta anos. Há muitos
ensinamentos ainda em Refidim, contudo, creio que
para nosso propósito é tempo de avançarmos.
Partiram de Refidim para o Sinai. Êxodo 19:2 “Depois
de saírem de Refidim, entraram no deserto do Sinai, e
Israel acampou ali, diante do monte. NVI
Foram quase dois anos no deserto do Sinai. Enquanto
estavam no deserto do Sinai tiverem grandes
experiências e foram ensinados.
Sem Tropeçar
28
Por exemplo:
-Nesse tempo o Senhor falou com todo o povo. Êx.19
-Deus deu os 10 mandamentos. Êx.20
-As leis gerais foram passadas ao povo. Êx.20-23
-Deus deu a visão do tabernáculo bem como as
instruções para fazê-lo.
-Também houve o episódio do bezerro de ouro, mais
uma vez o povo tropeçou. Êx.32
-Novas tábuas da lei... Êx.34
-Construção do tabernáculo, da arca da aliança e
demais utensílios.
-A glória do Senhor encheu o tabernáculo. Êx.40
O tempo que passaram no Sinai foi, sem dúvida, o mais
importante. Foi o tempo de ensinamento. O tempo de
preparar o povo para viverem com a presença de
Deus. O tempo de entenderem que precisavam se
santificar, de perdão dos pecados através do sacrifício,
de adorar ao Senhor e muitas outras coisas.
Mas quero destacar aqui o tabernáculo. Já li em alguns
livros sobre isso e quero repassar. Não tenho como
citar apenas um autor, pois já vi em diversos autores
tal interpretação. Alguns autores, Pr Coty, Pr. Benny
Him, Pr. Robson Rodovalho.
Sem Tropeçar nas Dificuldades
29
O tabernáculo era constituído de três partes e para
cada uma dessas partes havia uma porta (véu) de
acesso.
No tabernáculo havia:
O Átrio, onde tinha o altar de bronze, ao qual
praticamente todo o povo tinha acesso.
O Lugar Santo, que tinha o candelabro, a mesa e os
pães da proposição, e que apenas os sacerdotes
tinham acesso.
O Santo dos Santos, que tinha o incensário de ouro, e
a arca da aliança, apenas o sumo sacerdote tinha
acesso.
A porta que dava acesso ao átrio era chamada de
CAMINHO.
A porta que dava acesso ao Santo lugar era chamada
de VERDADE
A porta que dava acesso ao Santo dos Santos era
chamada de VIDA.
Entrando pela primeira porta você tem acesso ao
perdão dos pecados. Você está no CAMINHO.
Sem Tropeçar
30
O altar de bronze testifica que nossos pecados foram
julgados em Cristo. Aqui nos tornamos filhos de Deus.
Nos arrependemos de nossos pecados e começamos a
entender que nos tornamos filhos de Deus, ou seja, há
um novo entendimento sobre Deus, que se revela
como Pai. Deus é mais que o Deus Todo-Poderoso, Ele
é PAI.
Existe, porém, uma distância espiritual entre o
caminho e a verdade. É necessário romper o véu da
verdade.
“Você pode estar no caminho e ainda não estar na
verdade. Muitas coisas ainda não são entendidas e
discernidas. Muitas filosofias corrompidas e crenças
irracionais podem estar bloqueando nosso
relacionamento com as pessoas e com Deus. Para
romper com o véu da verdade, é necessário comer o
pão da proposição à luz do candelabro. Uma vida
responsável de meditação na Palavra de Deus à luz da
revelação do Espírito Santo nos leva a um nível maior
da revelação e transformação. ” Pr. Coty
Não é ter informação, mas sim revelação da palavra de
Deus. A informação apenas, causa orgulho, mais a
Sem Tropeçar nas Dificuldades
31
revelação é sempre acompanhada da presença de
Deus.
O Santo dos Santos é o lugar de entrega total. É um
lugar de morte total e vida total.
Estar na Vida refere-se a uma pessoa plenamente
curada, inteira, seguindo a paz com todos e a
santificação, sem a qual ninguém verá a Deus.
No Santo dos Santos, vemos a Deus. Chegamos na
adoração verdadeira.
No Sinai Deus deu o caminho para chegarmos ao Pai
em uma adoração genuína. Jesus mesmo nos repassou
o mesmo ensinamento que foi muito bem
compreendido pelos judeus. João 14:6 “Respondeu
Jesus: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém
vem ao Pai, a não ser por mim.” NVI
Para os ouvintes de Jesus, ficou claro que para se
chegar a Deus, precisariam passar pelo tabernáculo, e
agora, o tabernáculo é Jesus, “Eu sou o caminho, a
verdade e a vida...” Quando olhamos para o
tabernáculo de Moisés, podemos compreender
melhor o que Jesus estava passando aos seus ouvintes.
Sem Tropeçar
32
Ainda no deserto do Sinai, o livro de Levíticos trata
sobre o holocausto, ofertas. Os sacerdotes começam
o ministério. Depois de quase dois anos, o povo estava
preparado com as leis, os mandamentos, os
ensinamentos, a presença de Deus à frente, a arca da
aliança, com o ministério sacerdotal pronto, com o
tabernáculo pronto para ocorrer o perdão do povo e
ver a glória de Deus. Então, chega a hora de partir para
o propósito de Deus.
“No vigésimo dia do segundo mês do segundo
ano, a nuvem se levantou de cima do
tabernáculo que guarda as tábuas da aliança.
Então os israelitas partiram do deserto do
Sinai e viajaram por etapas, até que a nuvem
pousou no deserto de Parã. Assim partiram
pela primeira vez, conforme a ordem do
Senhor anunciada por Moisés.”
Números 10:11-13 NVI (destaque do autor)
O texto nos diz que pela primeira vez partiram, mas,
sabemos que já estavam há mais de dois anos fora do
Egito. Por que o texto nos diz isso? Cremos que o
objetivo é seu dúvida alguma nos ensinar que antes de
realizarmos os propósitos de Deus em nossa vida,
torna-se necessário passarmos por um tempo de
Sem Tropeçar nas Dificuldades
33
preparo para sermos aprovados para a obra do
Senhor.
Por isso, não devemos questionar Deus sobre a
demora do cumprimento das promessas. Deus sabe
como forjar o nosso caráter para chegarmos à terra
prometida, o lugar onde estaremos vivendo o sonho
de Deus para nós.
Depois de preparar o povo estavam prontos para
chegar ao destino. Então, pela primeira vez (prontos)
partiram.
Muitas vezes só estamos sendo preparados. Existe
este tempo em nossas vidas, onde Deus está apenas
nos preparando para alcançarmos a promessa. Nossa
terra prometida, o lugar onde estaremos vivendo o
sonho de Deus para nós.
Veja que a princípio o nome do destino era Parã, mais
depois do ocorrido neste lugar mudaram o nome para
Quibrote-Hataavá. Nm11:34. Vamos compreender o
por que mais à frente.
Quando estavam em Parã, logo aconteceu algo,
queixas, reclamações. Nm11:1
Sem Tropeçar
34
“Aconteceu que o povo começou a queixar-se
das suas dificuldades aos ouvidos do Senhor.
Quando ele os ouviu, a sua ira acendeu-se e
fogo da parte do Senhor queimou entre eles e
consumiu algumas extremidades do
acampamento. ” NVI
Olhe isso, havia chegado a Parã, e logo começaram as
reclamações, no entanto, estavam sendo guiados por
Deus, havia uma promessa de um lugar de fartura,
uma terra que manava leite e mel, contudo o povo
vivia apenas olhando o presente, as dificuldades e
lutas. Não esperavam em Deus e nem sabiam pedir,
apenas reclamavam. A ira do Senhor veio como fogo e
queimou as extremidades do arraial.
Em Números 11:4 vemos que um grupo de fora que
vivia com os de “dentro” influenciou. Diz o texto:
“Um bando de estrangeiros que havia no meio
deles encheu-se de gula, e até os próprios
israelitas tornaram a queixar-se e diziam: “Ah,
se tivéssemos carne para comer!”
Sem Tropeçar nas Dificuldades
35
O povo de Deus foi influenciado pelo povo de fora que
estava em seu meio. Ao invés de dominá-lo, foi
dominado por eles.
Começou uma reclamação geral do povo. Um povo
que estava livre, vendo a glória de Deus, exercendo o
ministério, saiu para alcançar o alvo de Deus, o sonho
de Deus, mas na primeira parada já reclamou
cobiçando carne. No entanto, todos deveriam estar
juntos, num só propósito, vivendo em unidade e
olhando para a visão.
Moisés sentiu-se tão impotente diante da situação
que admitiu: eu sozinho não posso levar todo este
povo, pois é pesado demais. Nm 11:14
Uma igreja, um líder, não consegue caminhar quando
o povo vive em busca das coisas da carne.
Muitas vezes também chegamos ao ponto de sermos
quase dominados pela carne e pela cobiça, pois ela nos
acompanha passo a passo. Está sempre conosco e
podemos dizer como Moisés: eu não aquento mais,
não consigo vencer sozinho, não suporto mais.
Quando as coisas do mundo estão acima do propósito
de Deus, tropeçamos.
Sem Tropeçar
36
Deus deu a Moisés a receita para lidar com a cobiça
dos israelitas.
Deus disse para ele escolher 70 anciãos para repartir
com eles o fardo da liderança e o Senhor colocaria Seu
Espírito sobre eles. Nm 11:16-17, 25.
Quando o Espírito foi derramado sobre os anciãos, diz
o texto que dois homens no meio do arraial foram
cheios do Espírito Santo, e nesse momento Josué
reclamou. Moisés o respondeu. Nm11:29. “Tens
ciúmes por mim? Tomara todo povo do Senhor fosse
profeta, que o Senhor lhe desse o Espírito.”
ESSE É O PONTO
Se o povo todo estivesse sob a direção de Deus e da
obediência do Espírito Santo, não seria dominado pela
cobiça dos não-israelitas que o acompanhavam.
Quando o indivíduo é dominado pela carne não
consegue obedecer e vencer. Mas quando está sendo
guiado e cheio do Espírito Santo, vai vencer e avançar
sem errar pelo caminho.
Como precisamos viver assim! Dessa forma nossos
olhos estarão focados em Deus e não nas dificuldades.
Sem Tropeçar nas Dificuldades
37
As promessas estarão mais perto de serem
alcançadas.
Diz o texto que, pouco tempo depois soprou um vento
do Senhor trazendo codornizes do mar. O povo que
cobiçava carne juntou as aves gananciosamente e
começou a comer. Mas, enquanto a carne ainda
estava entre seus dentes, eles foram castigados com
uma praga muito grande. E o lugar passou a ser
chamado Quibrote-Hataavá, que significa "tumbas da
cobiça". Pois lá foi sepultado o povo que morreu da
sua cobiça.
Portando, por um lado vemos a ação do Espírito Santo,
e por outro lado vemos o clamor do povo pedindo e
desejando carne.
Só existem dois caminhos: aqueles que são dirigidos
pelo Espírito ou aqueles que são dirigidos pela carne,
com todas as suas consequências.
“Pois, se vocês viverem de acordo com a carne,
morrerão; mas, se pelo Espírito fizerem morrer os atos
do corpo, viverão.” Romanos 8:13 NVI
Sem Tropeçar
38
O grande problema é que a maioria dos cristãos não
dá lugar a ação do Espírito Santo. Seu coração ainda
está preso ao mundo (Egito).
Isso permite que os de fora influenciem e seduzam
através do mau comportamento.
Deus precisou de três dias para libertar o povo do
Egito, porém, mais de quarenta anos para libertar seu
povo dos ídolos egípcios.
A salvação, a libertação do mundo, é mais fácil do que
o processo de santificação e a implantação do Reino
na vida de uma pessoa.
A Peregrinação à Terra Prometida em condições
normais, teria levado no máximo 40 dias. A distância
entre Israel e seu Alvo não era o longo caminho a ser
percorrido, ERA O ESTADO DO SEU PRÓPRIO
CORAÇÃO.
O que separou Israel do seu alvo portanto tempo não
foi a distância, e sim sua situação interior.
É trágico ver alguém preso ao pecado até morrer, até
sucumbir diante de sua "tumba da cobiça". A situação
de Israel naquela época simboliza a batalha entre a
carne e o espírito.
Sem Tropeçar nas Dificuldades
39
“Essas coisas ocorreram como exemplos para nós,
para que não cobicemos coisas más, como eles
fizeram.” 1Co10:6 NVI
“Pois a carne deseja o que é contrário ao Espírito; o
Espírito, o que é contrário à carne. Eles estão em
conflito um com o outro, de modo que vocês não fazem
o que desejam.” Gálatas 5:17 NVI
Quanto tempo Deus precisará para nos levar até
onde Ele quer que cheguemos?
Nós mesmos atrapalhamos nosso próprio caminho.
Nós mesmos entulhamos nossa própria rota de
caminhada com coisas que desnecessariamente
arrastamos conosco.
Será que os "estranhos" entre nós seriam os não-
cristãos com quem convivemos muito de perto? Ou é
o mundo que nos seduz?
“É bem possível que ainda não tenhamos nos
libertado de nós mesmos, de nosso eu, de
nossas próprias convicções e de nossa
religiosidade, mesmos sabendo que
Sem Tropeçar
40
deveríamos abrir mão de nossas paixões para
nos consagrarmos completamente a Jesus e
vivermos uma vida cristã plena e
vitoriosa. Não falo de uma entrega forçada da
própria vida, mas em encontrar nosso sentido
de viver é nossa satisfação somente em
Cristo.” Nobert Lieth (artigo Revista Notícias
de Israel)
Moisés abriu mão de sua autonomia dizendo: eu
sozinho não posso levar todo esse povo. Aí Deus
interveio e agiu por meio do Seu Espírito Santo.
Abrir mão do nosso controle e confiar à Ele é o que
devemos fazer. Sozinhos não conseguiremos. Tentar
fazer pela nossa força não vai dá. Porém, com Deus
conseguiremos vencer a carne. Deus nos chamou para
a liberdade.
“Foi para a liberdade que Cristo nos libertou.
Portanto, permaneçam firmes e não se deixem
submeter novamente a um jugo de escravidão.”
Gálatas 5:1 NVI
Apóstolo Paulo termina o verso 27 de Filipenses 1
dizendo. Lutando pela fé. Judas escreve a necessidade
de batalhar pela fé. Tiago nos fala sobre uma fé viva.
Sem Tropeçar nas Dificuldades
41
A nossa fé precisa gerar em nós uma ação, ação de
obras. Uma ação de vencer e viver livres dos desejos
da carne. Uma ação de buscar de todo coração a Deus
sem tropeçar nas queixas e murmurações.
Sem Tropeçar
42
Sem Tropeçar no Dia-a-Dia
43
2
Sem Tropeçar no Dia a Dia
Certa vez, estava orando para Deus mostrar a
mensagem do próximo domingo. Na madrugada de
sexta para sábado tive um sonho que me deixou com
a direção da mensagem e ao mesmo tempo mais
alerta no dia a dia.
Sonhei que eu estava voltando para minha primeira
casa, a casa que vivi quando estava recém-casado,
quando entrei na casa percebi que estava tudo
diferente, os cômodos estavam fora do lugar padrão,
estavam desajustados na sintonia de uma casa. Além
disso, ainda no sonho senti que havia uma presença
maligna na casa. De repente olhei para o lado e vi um
Sem Tropeçar
44
senhor sentado em uma cadeira. Parecia inofensivo,
mas mesmo no sonho eu sabia que ele não poderia
estar ali. Estava aos meus olhos, tranquilo, mas a casa
era minha e ele não tinha autorização para estar lá.
Acordei ainda na madrugada e comecei a ter o
entendimento do sonho para ministrar sobre a Igreja.
Primeiro, que era tempo de voltar ao início, muitos
estão longe dos objetivos iniciais, acabaram perdendo
o foco e precisam voltar. Segundo, quando voltamos
para recomeçar de onde tropeçamos ou paramos,
percebemos que algumas coisas estão fora de lugar,
fora da sua ordem inicial (cômodos), isso nos mostra
que com o tempo alguns valores do Reino foram
perdidos ou perderam importância que tinham em
nossa vida. Além de voltar, precisamos colocar em
ordem os princípios do Reino. Terceiro, havia uma
infiltração maligna (o homem), tantas vezes olhamos
e achamos que está tudo bem, que não faz mal
nenhum conviver com algo que aparentemente é
inofensivo. Acostumamos com a presença de coisas
malignas.
Nesse capítulo iremos falar sobre os tropeços que são
causados pelas infiltrações malignas, tantas vezes tão
sútis que não percebemos, mas que geram destruição
Sem Tropeçar no Dia-a-Dia
45
e nos levam a não alcançar nossos objetivos em Deus.
Então, vamos lá!
Judas em seus poucos escritos demonstra sua
preocupação com a Igreja de Jesus que fora recém-
formada e está sendo “atacada”. Vemos que ele deixa
um rastro do homens maus e dicas para que o povo de
Deus não tropece. Vamos observar um contexto
diferente do povo de Israel, veremos a Igreja de Jesus
lutando contra uma infiltração e buscando exortar o
povo para que não caia nas ciladas apresentadas. Leia
Judas 3-11
“Amados, embora estivesse muito ansioso
para escrever a vocês acerca da salvação que
compartilhamos, senti que era necessário
escrever insistindo que batalhassem pela fé de
uma vez por todas confiada aos santos. Pois
certos homens, cuja condenação já estava
sentenciada há muito tempo, infiltraram-se
dissimuladamente no meio de vocês. Estes são
ímpios, transformam a graça de nosso Deus
em libertinagem e negam Jesus Cristo, nosso
único Soberano e Senhor. Embora vocês já
tenham conhecimento de tudo isso, quero
lembrá-los de que o Senhor libertou um povo
do Egito mas, posteriormente, destruiu os que
Sem Tropeçar
46
não creram. E, quanto aos anjos que não
conservaram suas posições de autoridade mas
abandonaram sua própria morada, ele os tem
guardado em trevas, presos com correntes
eternas para o juízo do grande Dia. De modo
semelhante a esses, Sodoma e Gomorra e as
cidades em redor se entregaram à imoralidade
e a relações sexuais antinaturais. Estando sob
o castigo do fogo eterno, elas servem de
exemplo. Da mesma forma, esses sonhadores
contaminam o próprio corpo, rejeitam as
autoridades e difamam os seres celestiais.
Contudo, nem mesmo o arcanjo Miguel,
quando estava disputando com o Diabo acerca
do corpo de Moisés, ousou fazer acusação
injuriosa contra ele, mas disse: “O Senhor o
repreenda!” Todavia, esses tais difamam tudo
o que não entendem; e as coisas que
entendem por instinto, como animais
irracionais, nessas mesmas coisas se
corrompem. Ai deles! Pois seguiram o caminho
de Caim; buscando o lucro, caíram no erro de
Balaão e foram destruídos na rebelião de
Corá.” NVI
logo no início Judas demonstra que tem o desejo de
falar sobre a salvação, mas olhando a realidade de sua
Sem Tropeçar no Dia-a-Dia
47
época e os problemas que a igreja estava passando
sentiu a necessidade de escrever sobre batalhar pela
fé. Por que batalhar pela fé? Porque a fé estava
correndo risco, não creio que era sobre a salvação,
mas sim pela fé que nos faz alcançar o que nos foi
proposto. Ele não queria apenas falar, havia um
clamor. Era um tempo de lutar pela fé.
Houve uma infiltração na igreja de homens malignos
(verso 4), tais homens, como sempre vem com um
rosto de anjo, cara de crente, jeito piedoso, mas são
joio no meio do trigo, pessoas que são instrumentos
de satanás para destruir, matar, a igreja do Senhor.
Judas então promove aos seus leitores uma
retrospectiva dos tempos antigos. A partir do verso
cinco vemos nosso autor apresentar três momentos
da história que revelam um momento de rebelião ou
pecado seguido de castigo, veja:
“Quero lembrar que Deus tirou o povo do Egito, mas
depois destruiu os que não creram. ”
“Quanto aos anjos que não se preservaram, estão
guardados em trevas, presos em correntes eternas até
o grande dia.”
Sem Tropeçar
48
“...Sodoma e Gomorra, foram castigadas, estão sobre
o castigo eterno. ”
Servem de exemplo, é o que nos alerta Judas no final
do verso sete. Exemplos de que quando escolhemos
caminhos ruins sofremos com as consequências.
Agora nosso texto traz para o contexto do tempo
deles, dos seus leitores. A partir do verso oito vemos
as características daqueles que se infiltraram (verso 4):
1- Contaminam seus próprios corpos.
2- Rejeitam autoridade.
3- Difamam (Desonra) os seres celestiais.
Chegamos ao verso onze, onde o escritor começa
escrevendo:
“Ai deles! ”
Ao dizer “ai deles” Judas indicou que sobreviria a
calamidade sobre os “homens ímpios” que se
introduziram furtivamente na congregação do povo de
Sem Tropeçar no Dia-a-Dia
49
Deus. Seguir este proceder imoral, rebelde e apóstata,
de forma alguma conduziria a regozijos ou benefícios,
mas sim em muitos “ais”.
Judas cita três homens que conheciam a Deus, mas
escolheram seus próprios caminhos, abandonaram
seus propósitos para viverem suas escolhas.
“Ai deles! Pois seguiram o caminho de Caim, buscando
o lucro, caíram no erro de Balaão e foram destruídos
na rebelião de Corá.” Judas 1:11 NVI (destaque do
autor)
Caim, o primeiro ser humano que nasceu na terra, foi
o primeiro filho de Adão e Eva. Ele conhecia a Deus,
Deus falava com ele.
Balaão, era usado por Deus, tinha conhecimento de
quem era Deus e de sua vontade, veremos que mesmo
assim, amou o prêmio da injustiça.
Corá, era um Levita, alguém de influência e que tinha
um grande chamado, servir ao Senhor através da
adoração. Mas, era alguém que queria algo a mais,
viver em uma posição diferente da que Deus o
colocara.
Sem Tropeçar
50
Aqueles que estavam infiltrados na Igreja, foram um
destaque negativo e Judas nos relata que eles agiram
como tais personagens do Antigo Testamento.
Para não tropeçarmos, precisamos ver o que tem
dentro de nós (capítulo um) e estar atentos, alertas,
para aquilo que está a nossa volta. Tais homens
seguiram o caminho de Caim, caíram no erro, engano,
de Balaão e foram destruídos na rebelião de Corá.
Vamos analisar esses três acontecimentos e tirar lições
para não tropeçarmos nos erros desses homens.
Caim - Seguiram o caminho de Caim
Todos nós conhecemos bem essa história, Caim era
filho dos primeiros humanos da Terra, portanto, filho
do primeiro casal da Terra. Caim e Abel (seu irmão),
levaram uma oferta ao Senhor (Gn4:3-4). Ocorreu que
Deus se agradou da oferta de Abel e rejeitou a oferta
de Caim, ele se enfureceu e seu rosto se transformou
(Gn4:5).
Depois disso, Caim tramou matar Abel e assim o fez.
Sempre fiquei pensando nesse momento e
questionava: Por que Deus não aceitou a oferta de
Sem Tropeçar no Dia-a-Dia
51
Caim? Abel deu uma ovelha, ele tinha ovelha para dar,
era pastor de ovelhas. Caim deu os frutos da lavoura,
ele era agricultor. Então, por que Deus havia
rejeitado? Eu pensava na oferta da viúva, ela deu
apenas duas moedinhas (Mc12:42-43) e Jesus disse
que ela foi a que mais deu dentro todos que
ofertaram. Sabemos que Deus não faz acepção de
pessoas, contudo faz de atitudes, foi então que
percebi algo de Caim.
Caim tinha uma natureza pecaminosa, um coração
maligno e perverso. Observe o que apóstolo João diz:
1João 3:12 “Não sejas como Caim, que pertencia ao
Maligno e matou seu irmão. E por que matou? Porque
suas obras eram más e as de seu irmão eram justas.”
A oferta de Caim foi rejeitada por causa do seu
coração, e não da oferta em si. João nos revela que ele
pertencia ao Maligno e que suas obras eram más.
Quando Ele deu a oferta, Deus viu a intenção do
coração e não o valor ou o tipo da oferta. Deus
declarou a Caim quando viu que ele se enfureceu:
“Se você fizer o bem, não será aceito? Mas se
não o fizer, saiba que o pecado o ameaça à
Sem Tropeçar
52
porta; ele deseja conquistá-lo, mas você deve
dominá-lo.” Gênesis 4:7 NVI
Ele não havia feito o bem. E o pior é que o pecado
estava tentando dominá-lo.
Evitar o caminho de Caim é fundamental para todos os
que querem permanecer no verdadeiro caminho
como Abel, viver pela fé e ser justo.
Qual era o caminho de Caim? Por que ele se tornou
seu caminho se tornara pedra de tropeço na Igreja
Primitiva?
Caim era impiedoso, invejoso. Tinha ira, rebeldia,
malícia, orgulho. Como Caim procurava tirar do seu
caminho aquele que era o produto de sua inveja, hoje
temos pessoas com inveja querendo tirar alguém de
suas posições por inveja.
Caim mostrou desrespeito para com Deus, e seu
comportamento desrespeitoso foi chamado de a
“vereda de Caim”.
Assim como sua ação desafiadora e seus motivos
iníquos eram completamente errados, o mesmo se dá
hoje no caso de qualquer pessoa que professe ser
Sem Tropeçar no Dia-a-Dia
53
cristão, mas que transforme a graça imerecida de Deus
numa desculpa para conduta desenfreada.
Não seguir o “caminho de Caim”, é não tropeçar nas
motivações erradas. Podemos ofertar nosso tempo,
nosso dinheiro e até nossa vida, mas se a motivação
não for honrar a Deus, se não for por amor, de nada
valerá e Deus não aceitará (1Co13:3). Portanto,
cuidado para não permitir que tropecemos seguindo o
caminho de Caim.
Balaão, conselho de Balaão.
Balaão não pode ser considerado um profeta, mas era
alguém que ouvia a voz de Deus e até certo ponto
obedecia ao Senhor.
No livro de Números capítulo 22 nos conta que o povo
de Israel acampou nas campinas de Moabe. Balaque,
rei dos moabitas viu todo aquele povo e temeu o povo
de Deus. O rei então teve a ideia de chamar Balaão
para amaldiçoar o povo de Israel. A princípio Balaão
recusou o chamado pois Deus disse para não ir: “Mas
Deus disse a Balaão: "Não vá com eles. Você não
poderá amaldiçoar este povo, porque é povo
abençoado". Números 22:12 NVI
Sem Tropeçar
54
Balaque recebeu o não de Balaão, mas, no dia seguinte
o rei dos moabitas enviou outros líderes, em maior
número e mais importantes (15). Deus então libera
Balaão para ir, mas apenas poderia falar o que o
Senhor ordenasse.
No dia seguinte Balaão partiu e o texto nos diz que a
ira de Deus se acendeu (22). Creio que naquele
momento Deus sondou o coração de Balaão e
percebeu que este estava tentado a cumprir os
propósitos de Balaque. Foi nesse momento que
ocorreu o grande episódio em que a jumenta termina
falando com Balaão. Naquele instante Deus abriu-lhes
os olhos (31) e ele viu o Anjo do Senhor. O Anjo lhe
disse que o caminho de Balaão o desagradava, ele se
arrependeu e foi liberado para prosseguir.
Por algumas vezes Balaão começou a amaldiçoar o
povo, mas Deus mudava suas palavras e ele acabava
abençoando a Israel. Em uma das vezes vemos uma
declaração. “Não há magia que possa contra Jacó,
nem encantamento contra Israel. Agora se dirá de Jacó
e de Israel: ‘Vejam o que Deus tem feito!” Números
23:23 NVI
Que declaração! Contra nós, povo de Deus, não há
encantamento, magia, macumba, etc. Somos um povo
Sem Tropeçar no Dia-a-Dia
55
guardado pelo Senhor. Existe uma proteção espiritual,
um muro invisível, mas real que guarda os filhos de
Deus nesse mundo tenebroso.
A grande questão de Balaão foi a cilada que promoveu
sobre o povo. Quando Judas nos diz sobre os
conselhos de Balaão se refere exatamente o que ele
disse a Balaque.
Em outras palavras, Balaão disse que ninguém poderia
ir contra os escolhidos de Deus, mas se o povo abrisse
brechas espirituais, são as legalidades, o muro
espiritual teria uma falha e próprio Deus agiria contra
Seu povo. Ele então dá o conselho:
"Vocês deixaram todas as mulheres vivas?",
perguntou-lhes. "Foram elas que seguiram o
conselho de Balaão e levaram Israel a ser infiel
ao Senhor no caso de Peor, de modo que uma
praga feriu a comunidade do Senhor.”
Números 31:15,16 NVI
Esse conselho aparece apenas o capítulo 31, mas
vemos que Balaão aconselhou a Balaque enviar para o
povo de Israel prostitutas, e o pagamento pelo serviço
prestado não seria dinheiro, mas sim adoração a
Sem Tropeçar
56
outros ídolos. Esse conselho foi como lançar uma
bomba sobre o povo e trouxe grandes consequências.
“E Israel deteve-se em Sitim e o povo começou
a prostituir-se com as filhas dos moabitas. Elas
convidaram o povo aos sacrifícios dos seus
deuses; e o povo comeu, e inclinou-se aos seus
deuses. Juntando-se, pois, Israel a Baal-peor, a
ira do Senhor se acendeu contra Israel. Disse o
Senhor a Moisés: Toma todos os cabeças do
povo, e enforca-os ao Senhor diante do sol, e o
ardor da ira do Senhor se retirará de Israel.
Então Moisés disse aos juízes de Israel: Cada
um mate os seus homens que se juntaram a
Baal-peor. E os que morreram daquela praga
foram vinte e quatro mil.” Números 25:1-5, 9
NVI
Apóstolo Pedro escreveu: “Eles abandonaram o
caminho reto e se desviaram, seguindo o caminho de
Balaão, filho de Beor, que amou o salário da injustiça”.
2Pedro 2:15 NVI
Judas advertiu a Igreja de seu tempo e hoje ainda
vemos as ciladas de Balaão sobre o povo de Deus,
percebemos que as ciladas nos fazem tropeçar, o
inimigo sozinho não conseguirá nos derrotar, porém,
Sem Tropeçar no Dia-a-Dia
57
se cairmos nas ciladas, se tropeçarmos podemos
perder tempo na caminhada e sofrer consequências.
As ciladas, as bandejas do diabo estão
frequentemente ao nosso redor, Paulo nos diz em
Efésios 6:10-11 “Finalmente, fortaleçam-se no Senhor
e no seu forte poder. Vistam toda a armadura de Deus,
para poderem ficar firmes contra as ciladas do Diabo”.
NVI
Cuidado com as estratégias malignas! De lado temos
um Deus que nos guarda contra todo ataque maligna,
mas de outro temos um inimigo que tenta nos fazer
pecar, tropeçar, para então tentar frear os planos de
Deus.
Corá, a rebelião de Corá.
Outro exemplo alertador citado por Judas foi o do
levita Corá, astuto, dissimulado, traiçoeiro, articulador
e muito ambicioso.
Era Rico da família de Coate. Corá era um homem
habilidoso e influente. Segundo o historiados Flávio
Josefo, Corá e seus seguidores eram muito respeitados
pela grande riqueza que possuíam. Talvez essa riqueza
viera de bens tomados do povo do Egito em sua
Sem Tropeçar
58
partida à Terra Prometida. O ponto aqui é que uma
pessoa rica pode se sentir melhor e maior que os
outros, esse sentimento Corá tinha.
Ele recorreu a “conversa rebelde”. Levado por
ambição, falsamente acusou Moisés de ter
manobrado os assuntos egoistamente de modo que
seu próprio irmão, Arão, se tornasse sumo sacerdote,
e acusou Arão de ter-se apoderado da honra do
sacerdócio para si mesmo e para sua família.
Corá não respeitou as autoridades outorgadas por
Deus. Se rebelou contra Moisés e Arão e
consequentemente a Deus. Ele usou artifícios
malignos, provocando suspeitas e questionando
sempre a autoridade.
Outro tropeço que precisamos evitar, de acordo com
o alerta de Judas, é o de ser influenciados por outros
para nos rebelar contra as autoridades. Ou até
mesmo, contra a vontade de Deus. Podemos nos
rebelar tanto contra a liderança como também contra
Deus.
Jonas é um grande exemplo de alguém que se rebelou
contra a vontade de Deus. Deus havia mandado Jonas
ir para um lugar e pregar, acabou indo para outro lado.
Sem Tropeçar no Dia-a-Dia
59
Quantas vezes tropeçamos porque não queremos
obedecer e cumprir nosso chamado em Deus. O pior,
é que quem está do lado dos rebeldes sofre as
consequências também. Aqueles que estavam no
barco com Jonas passaram por momentos terríveis, a
Palavra de Deus nos diz que jogaram toda a carga do
navio fora, e por que? Porque Jonas estava lá.
Cuidado com quem você anda, com as pessoas que
podem te induzir a rebelião, tanto à liderança como a
vontade de Deus. Outro exemplo foi Ló, porque ele
estava fora de sua posição em Deus, em um lugar de
imoralidade e passividade (os anjos agarram-no e o
lançaram para fora da cidade), mas todos os seus
servos e riqueza ficaram para trás, ele perdeu tudo,
sofreram com as consequências de um povo rebelde.
Finalizo este capítulo lembrando das palavras de Judas
versos 3 e 4, e os últimos versos de seu livro 23 e 24.
“Amados, embora estivesse muito ansioso
para escrever a vocês acerca da salvação que
compartilhamos, senti que era necessário
escrever insistindo que batalhassem pela fé de
uma vez por todas confiada aos santos. Pois
certos homens, cuja condenação já estava
sentenciada há muito tempo, infiltraram-se
Sem Tropeçar
60
dissimuladamente no meio de vocês. Estes são
ímpios, transformam a graça de nosso Deus
em libertinagem e negam Jesus Cristo, nosso
único Soberano e Senhor”. NVI (Destaque do
autor)
“Àquele que é poderoso para impedi-los de
cair e para apresentá-los diante da sua glória
sem mácula e com grande alegria, ao único
Deus, nosso Salvador, sejam glória,
majestade, poder e autoridade, mediante
Jesus Cristo, nosso Senhor, antes de todos os
tempos, agora e para todo o sempre! Amém”.
Jd 1:24,25 NVI
Sem Tropeçar no Chamado
61
3
Sem Tropeçar no Chamado
Você já viveu alguma experiência negativa em relação
a sua vida cristã no que concerne a realizar seu
chamado? Provavelmente sim. Você não foi o único,
mas podemos ver que alguns dos discípulos de Jesus
passaram por isso também.
O evangelho de Marcos nos diz o seguinte:
“Quando chegaram onde estavam os outros
discípulos, viram uma grande multidão ao
redor deles e os mestres da lei discutindo com
eles. Logo que todo o povo viu Jesus, ficou
muito surpreso e correu para saudá-lo.
Perguntou Jesus: "O que vocês estão
discutindo? "Um homem, no meio da
multidão, respondeu: "Mestre, eu te trouxe o
meu filho, que está com um espírito que o
impede de falar. Onde quer que o apanhe,
joga-o no chão. Ele espuma pela boca, range
Sem Tropeçar
62
os dentes e fica rígido. Pedi aos teus discípulos
que expulsassem o espírito, mas eles não
conseguiram". Respondeu Jesus: "Ó geração
incrédula, até quando estarei com vocês? Até
quando terei que suportá-los? Tragam-me o
menino". Então, eles o trouxeram. Quando o
espírito viu Jesus, imediatamente causou uma
convulsão no menino. Este caiu no chão e
começou a rolar, espumando pela boca. Jesus
perguntou ao pai do menino: "Há quanto
tempo ele está assim? " "Desde a infância",
respondeu ele. "Muitas vezes o tem lançado no
fogo e na água para matá-lo. Mas, se podes
fazer alguma coisa, tem compaixão de nós e
ajuda-nos. " "Se podes? ", disse Jesus. "Tudo é
possível àquele que crê. "Imediatamente o pai
do menino exclamou: "Creio, ajuda-me a
vencer a minha incredulidade!" Marcos 9:14-
24 NVI
Enquanto Jesus estava no monte da transfiguração
com os três discípulos mais chegados, os outros
estavam com uma multidão vivendo um momento
complicado em seus chamados. Enquanto três
experimentavam a Glória, os demais viviam um
fracasso ministerial.
Sem Tropeçar no Chamado
63
Os nove discípulos estavam diante de um pai
desesperado, precisando e buscando uma resposta
para o problema que estavam vivendo. Era um
problema vivido há anos e aquele pai ouvira sobre
Jesus.
Creio que enquanto aquele pai procurava por Jesus,
ficou sabendo que nove dos Seus discípulos estavam
ali. Naquele momento o pai viu uma possibilidade de
experimentar um milagre, de ver o poder de Deus
através daqueles que seguem e são imagem de Jesus,
seus discípulos.
Porém, momentos depois, aquela alegria e esperança
que o pai tinha passou. De repente Jesus e os três
descem do monte e chegam onde estavam os outros.
Viram uma grande multidão e os demais discípulos
discutindo com os mestres da lei (Mc9:14).
Quando Jesus pergunta o que estavam discutindo, o
pai do menino interrompe e declara:
"Mestre, eu te trouxe o meu filho, que está
com um espírito que o impede de falar. Onde
quer que o apanhe, joga-o no chão. Ele
espuma pela boca, range os dentes e fica
rígido. Pedi aos teus discípulos que
Sem Tropeçar
64
expulsassem o espírito, mas eles não
conseguiram". Mc9:17-18
O pai fala que trouxe o filho para Jesus, isso através
dos discípulos, pois os discípulos falam em nome do
Mestre. Contudo, o final da frase nos deixa pasmos,
pois ele pedira aos discípulos e eles nada conseguiram
resolver.
Em outras palavras, eles não foram eficazes,
tropeçaram na missão. Não foi um tropeço de pecado,
mas de negligência ou até mesmo de omissão.
Veremos isso melhor.
Jesus ficou tão decepcionado com essa declaração que
desabafou: “Ó geração incrédula, até quando estarei
com vocês? Até quando terei que suportá-los?”
Mc9:19 NVI. Aqui começa a razão pelo fracasso,
incredulidade.
A incredulidade impede o mover de Deus, em muitas
passagens vemos o Senhor exortar os Seus pela falta
de fé ou declarar que a fé deles era pequena.
Tropeçamos quando deixamos de acreditar que Deus
pode e quer fazer. Na verdade, cremos que Deus tem
Sem Tropeçar no Chamado
65
todo o poder, só não cremos que Ele pode nos usar
para fazer parte do Milagre.
Quando deixamos de ser instrumentos eficazes do
Senhor para aqueles que nos procuram, acabamos
sendo um tropeço para estes. Aquele pai procurou
Jesus porque creu no Seu poder. Mas depois do
fracasso vivido aquele homem estava com
dificuldades de acreditar. Veja que quando Jesus
começa a conversar com ele, antes de terminar sua
fala o pai diz para Jesus: “...Mas, Se podes fazer
alguma coisa, tem compaixão de nós e ajude-nos” (Mc
9:22)
Aquele pai já não acreditava como antes, questionou
a Jesus quanto sua eficácia e poder, pois estava vendo
Jesus baseado na visão que tivera dos seus discípulos.
Como é importante sermos fiéis, verdadeiros e cheios
de fé. As pessoas antes de conhecer a Jesus nos
conheceram, antes de entenderem quem Ele é, vão
buscar ver Jesus em seus discípulos.
Então, por que eles tropeçaram? Muitos são os
motivos, além da incredulidade.
1- No texto de Marcos Jesus declara que foi por
falta de Jejum e oração. Não precisamos
Sem Tropeçar
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“bater nessa tecla”. O inimigo tem produzido
distrações para não termos tempo de oração
e consagração ao Senhor. Consagração rompe
com as limitações.
2- Mateus 17:20 nos diz que a fé dos discípulos
era pequena. Quando nos acostumamos com
as “coisas” de Deus, deixamos de acreditar no
mover de Deus. Quando o Mestre chegou a
Nazaré, a terra onde viveu, não realizou
nenhum milagre, exceto alguns por imposição
de mãos. Jesus mesmo declarou que na época
de Israel haviam muitos leprosos, mas apenas
Naamã, o Sírio, foi curado. Também haviam
muitas viúvas, mas apenas uma de Serepta de
Sidom foi visitada (Lc 4: 25-27). Jesus declara
que o profeta não tem honra em sua casa. O
problema é que o nosso Profeta, que muito
mais que isso, está sem honra em Sua casa.
Nossa missão e propósito devem estar acima dos
nossos sentimentos. Entender que como discípulos
podemos tocar e transformar vidas através do Espírito
Santo deve nos levar à um compromisso novo e vivo.
Buscando não tropeçar na omissão e no testemunho
de quem é Deus.
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Conclusão
“Pois tu me livraste da morte, os meus olhos,
das lágrimas e os meus pés, de tropeçar,
para que eu pudesse andar diante do Senhor
na terra dos viventes”. Sl 116:8-9 NVI
O Salmista declara que é o Senhor que impede o
tropeçar, isso para andarmos diante Dele. As
dificuldades podem produzir sentimentos que nos
levam a tropeçar, o nosso dia a dia pode nos ser
desafiador em meio as ciladas, o nosso chamado
requer de nós uma postura, porém, em tudo isso
sabemos que Deus deseja nos deixar de pé.
Basta vivermos mergulhados Nele e em sua Palavra,
pois, “Os que amam a tua lei desfrutam paz, e nada há
que os faça tropeçar.” Salmos 119:165 NVI “Então
você seguirá o seu caminho em segurança, e não
tropeçar.” Pv 3:23 NVI
Chega um momento que precisamos viver em Deus
plenamente, não apenas de palavras. Quantos
68
tropeçam dia após dia porque convivem perto de
Jesus, mas não alcançaram a visão do Reino.
Deus está procurando pessoas que não apenas falam
que vão fazer. Mais que fazem. Não precisamos de
pessoas que apenas dizem: Conta comigo, mas de
pessoas que pegam firme.
Jesus disse uma parábola:
"O que acham? Havia um homem que tinha
dois filhos. Chegando ao primeiro, disse: ‘Filho,
vá trabalhar hoje na vinha’. "E este respondeu:
‘Não quero! ’ Mas depois mudou de idéia e foi.
"O pai chegou ao outro filho e disse a mesma
coisa. Ele respondeu: ‘Sim, senhor! ’ Mas não
foi. "Qual dos dois fez a vontade do pai? " "O
primeiro", responderam eles. Jesus lhes disse:
"Digo-lhes a verdade: Os publicanos e as
prostitutas estão entrando antes de vocês no
Reino de Deus”. Mt 21:28-31 NVI
Os fariseus falavam muito, seguiam os rituais, mas
tudo não passavam de palavras. Já as prostitutas e os
publicanos não tinham palavras, mas atitudes de
arrependimento.
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O que Deus quer de nós? A resposta é simples. TUDO.
Ele não quer parte do seu coração, parte do seu
tempo, parte de você. Ele deseja tudo. Esse é o preço
para seguir e viver intensamente Nele. É quando
buscamos de TODO o nosso coração que O
encontramos.
“O Reino dos céus é como um tesouro
escondido num campo. Certo homem, tendo-o
encontrado, escondeu-o de novo e, então,
cheio de alegria, foi, vendeu tudo o que tinha
e comprou aquele campo. "O Reino dos céus
também é como um negociante que procura
pérolas preciosas. Encontrando uma pérola de
grande valor, foi, vendeu tudo o que tinha e a
comprou". Mt 13:44-46 NVI
Quando encontramos o Reino, “vendemos” tudo para
viver com Aquele que nos chamou. Que nosso Deus
nos dê força e entendimento para alcançarmos as
promessas sem tropeçar. Deus te abençoe.
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SOBRE O AUTOR
Pastor Jonatas Cuppello Venlioles é formado em
Teologia pelo Instituto de Educação Teológica; e em
Administração de Empresas, UNIFESO. Casado com
Irinete Toledo Cuppello e pai de Julia e Mariana.
Atualmente exerce o pastorado no colegiado de
pastores da Igreja Batista em Barra do Imbuí-
Teresópolis- RJ. É conferencista e escritor. Escreveu
outros livros:
- O Tempo de Deus e o nosso Tempo
- Cumprindo, hoje, a Missão de Deus
- Renovando a Fé
Contato: jonatas_irinete@oi.com.br
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Comunicação Empresarial
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Design Gráfico
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