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Sistema Financeiro eFinanciamento do Desenvolvimento

Doutorado em Economia e Doutorado em Desenvolvimento Econômico

Disciplina: Desenvolvimento Capitalista no Brasil1º semestre de 2012

Fernando Nogueira da CostaProfessor do IE-UNICAMP

http://fernandonogueiracosta.wordpress.com/

1

2

Estrutura da apresentação

Abordagem Conceitual

Abordagem Institucional

Abordagem da Política Financeira

Abordagem da Política de Crédito

Desenvolvimento Capitalista no Brasil:Conclusão

Abordagem Institucional

3

Capitalismos nacionais

4

Cada nação tende a desenvolver estilo de capitalismo

culturalmente distinto.

Cada Estado incorpora determinada configuração de poder e autoridade, refletida na criação e operação de suas instituições.

Cada capitalismo tem sua própria configuração de

mercado, Estado e outras instituições para a coordenaçãoe a governança dos

setores de atividades.

Os analistas acabaram por particularizar cada capitalismo,

como fosse nacional ou étnico, tal como o capitalismo norte-

americano, o europeu, ou o japonês, etc.

5

O capitalismo mundial é combinado e desigual,

pois há diferenças nacionais, históricas e institucionais.

A economia de mercado no mundo é composta de distintos

mercados de capitais, cada qual com mercado de ações, bancos privados e

bancos públicos cumprindo a missão de “dar saltos na história”.

Para tirar a defasagem na dinâmica concorrencial,

as nações-estados usam diferentes instituições financeiras.

Em nível mais abstrato, pode-se falar em capitalismo mundial, porém,

quando se diminui a abstração, incorporando na análise as instituições

financeiras, é necessário datar e localizar os capitalismos financeiros.

Variedades de Capitalismos

6

a sociedade tradicionalas precondições

para o arranco

o arranco propriamente

dito

a marcha para a maturidade

a era do consumo de massa

Walt W. Rostow: visão monoeconômica

• take-off = decolagem, arranco ou impulso brusco, exógeno ao sistema econômico

Essas cinco etapas do desenvolvimento têm conteúdo idêntico para todos os países, independentemente do momento em que cada qual se industrializa. • Ritmo pentamétrico:

7

Alexander Gerschenkron

demonstrou que a industrialização

tardia dos países europeus, como na

Alemanha e na Rússia,

diferiu da revolução

industrial inglesa.

O papel dos bancos e do Estado, na

centralização do capital necessário

ao grande investimento

inicial, é completamente

diferente do representado

na industrialização

originária.

8

Gerschenkron forneceu apoio histórico à

argumentação contra a monoeconomia.

Pode haver mais de um caminho em direção ao

desenvolvimento.

Os países que decidiram industrializar-se tenderam

a forjar suas próprias políticas, instituições,

sequências e ideologias, para alcançar a meta.

Regimes macro-financeiros

9

economia de endividamento ou com cobertura financeira

economia de autofinanciamento ou com fundos próprios

Duas alternativas de financiamento a termo na industrialização brasileira:

financiamento direto (ou autofinanciamento)

via reinvestimento de lucro da indústria,

acumulado em função de:

redistribuição de renda entre o setor industrial e

o agrícola implícita em suas relações de troca;

aumento da produtividade industrial acima dos

salários reais, e ampliado por remarcação de preços

em ritmo superior aos custos.

financiamento indireto via intermediários financeiros

e/ou:

entrada de capital estrangeiro, mecanismo cambial, tributação e/ou

outro instrumento governamental.

Fontes dos fundos para

o processo de industrialização

Setor Público: diretamente

pelo setor financeiro estatal ou via incentivos fiscais e

concessão de subsídios cambiais à importação de equipamentos.

Setor Externo: principalmente,

no financiamento de importações.

Setor Privado: recorre ao autofinanciamento

1. pelo aumento da participação societária de matrizes ou

associadas, através do ingresso de capital externo (IDE – Investimento

Direto Estrangeiro), ou 2. pela utilização de lucros retidos,

depreciação e reservas.

Zysman: tipologia do mercado financeiro

12

Modelo dos países anglo-saxões: baseado em mercado de capitais;

Modelo franco-nipônico: baseado em crédito público;

Modelo germânico: baseado em crédito privado.

Sistemas financeiros nacionais: variações

13

Importância dos diferentes mercados na transferência de recursos entre aplicações e investimento:

sistemas baseados em mercado de capitais X sistemas baseados em crédito

Maneira pela qual os preços são fixados nesses mercados: preços competitivos,

preços de oligopólios privados ou preços fixados pelo governo.

controle de agregados monetários

alocação de recursos entre setores competidores

Atuação assumida pelo governo no

sistema financeiro:

administração quantitativa direta ou manipulação das

condições de mercado

Tipos de sistemas financeiros: correlacionados aos modelos de transição

14

sistemas financeiros baseados em mercado

de capitais com preços

determinados competitivamente, tiveram condução

empresarial do crescimento.

Estados Unidos e Inglaterra

sistemas financeiros baseados em crédito

e preços administrados, tiveram condução estatal

do processo de salto de etapas.

França e Japão

com uma instituição estatal dominante, dentro de sistema

financeiro baseado em crédito privado,

houve elementos de negociação política nos processos de mudança.

Alemanha

Tropicalização Antropofágica Miscigenada

15

A economia brasileira possui traços não plenamente desenvolvidos dos três modelos de financiamento a prazo.

crédito privado

incipiente

crédito público

insuficiente

mercado de capitais

raquítico

Tropicalização Antropofágica Miscigenada

“Independentemente dos homens e de suas intenções, sempre que o Banco Central se entrega à austeridade financeira, os Bancos Públicos escancaram os cofres, com a inevitabilidade quase de uma lei natural”.

“O comportamento dos Bancos Públicos é, por definição, o desejado pelo Governo da ocasião, seja ele monetarista, seja desenvolvimentista, ou, quase sempre, apenas pragmático”.

Prim

eira

Lei

Segunda Lei

Leis daTropicalização Antropofágica Miscigenada

Não interpretar essas leis no sentido negativo: “os bancos públicos

inviabilizam a política monetária”.

Primeiro, a dosagem de suas operações

é instrumento básico de política monetária.

Segundo, o direcionamento setorial do crédito dá-lhe flexibilidade.

Muito antes pelo contrário!

No final das contas, controlar com uma mão,

liberar com outra, é melhor para o País.

Crédito direcionado a setores prioritários: “amortecedor” de recessão provocada pela ânsia de controle monetário

geral por parte da autoridade monetária.

Breve história da riqueza brasileira

Desde a Colônia, a manutenção da riqueza em nosso país não ocorre de forma estritamente monetária;

no passado, predominava o estoque de riqueza em escravos, engenhos, terras, imóveis urbanos, etc.

A forma de manutenção de fortuna local era em bens de raiz, havendo grande dificuldade para transformar a fortuna em dinheiro.

Após a Independência, desde o século XIX, as emissões de títulos de dívida pública forneceram

lastro para aplicações financeiras.

Contrapuseram-se, parcialmente, às fugas de capital, antes, para o ouro ou, depois, para as divisas estrangeiras.

bolhas de ativos

“Bolhas” surgem quando os preços de mercado dos ativos são inconsistentes com o que os fundamentos macroeconômicos justificariam.

Uma economia de boom (com alto crescimento) gera bolha de ativos quando a escala de influxos nominais de riqueza à caça de oportunidades em ativos (riqueza) ultrapassa a capacidade de criação desses ativos de capital.

As bolhas de ativos, seguidas por colapsos de ativos, são virtualmente onipresentes em economias (ou em mercados) com fronteiras delimitadas.

riqueza de “novos ricos”

Grande parte da riqueza de “novos ricos”, no Brasil, surgiu de atividades não-produtivas, geralmente

ligadas a ganhos de capital por meio de valorizações

patrimoniais, como a venda de bens – imóveis, fazendas, empresas, participações, etc.

– comprados com preços baixos e

vendidos após forte alta.

Os empreendedores pioneiros investiram,

inicialmente, em “zonas de fronteiras”

(ou espaços urbanos) ainda não atendidos por determinadas atividades.

Com o controle monopolista de

mercados locais, obtiveram “ganhos de fundadores”

extraordinários, devido ao progressivo

crescimento das cidades.

Economia de boom com bolhas imobiliárias

As bolhas de ativos, no Brasil, pouco ocorreram em mercado de ações,

mais em mercado imobiliário.

A demanda por imóveis era determinada pela elevação do grau de

urbanização da população.

A sobra de renda dos mais ricos permitia

construir a “casa própria” e/ou investir em imóveis,

aplicação que era antes considerada segura e rentável.

Entre 1900 e 1973, a taxa de

crescimento médio anual do PIB

brasileiro (4,9%) foi a maior do mundo.

Tinha mercado secundário organizado

que dava, então, relativa liquidez.

Economia de Endividamento versus Economia de Mercado de Capitais

22

Aqui, até agora, se constituiu Economia de Endividamento,

mas não Economia de Mercado de Capitais.

Ainda não houve no mundo nenhuma experiência de

conversão da primeira nessa última, típica dos países anglo-saxões.

Pelo contrário, mais uma vez (assim como em 1929),

a bolsa de valores de Nova York absorve ações (ADRs) das grandes

empresas do resto do mundo, esvaziando as congêneres.

23

O desafio histórico será a junção dessas “economias”

via securitização, termo oriundo da

palavra inglesa “security”.

Significa o processo de transformação de

dívidas com determinado credor em

dívidas com compradores de títulos ou contratos

originados no montante dessa dívida.

Na realidade, trata-se da conversão de empréstimos bancários (e outros ativos)

em títulos (securities) para a venda a investidores, em mercados secundários

organizados.

Abordagem Conceitual

24

25

circuito de financiamentoBancos

Comerciais

Bancos Comerciais

Empresas Não Financeiras

Empresas Não Financeiras

Empresas Não Financeiras

Empresas Não Financeiras

Efeito Multiplicador

Efeito Multiplicador

Mercado de Capitais

Mercado de Capitais FamíliasFamílias

Investidores Institucionais(EPC, SS, FIF)

Investidores Institucionais(EPC, SS, FIF)

Crédito ao Consumidor e Financiamento Habitacional

Crédito ao Consumidor e Financiamento Habitacional

Bancos de Investimento

Bancos de Investimento

Investimento

Renda

Gastos

Aplicações

Lançamento Primário

Fundos de Longo Prazo

Funding

Finance

Pagamento das Dívidas

26

empréstimos criam depósitos

O sistema bancário multiplica a quantidade de

moeda à medida que empresta, porque:

o sistema bancário funciona como rede;

os depositantes retiram pouco papel-

moeda do total de depósitos.

Para os bancos, qualquer disponibilidade em seu

passivo, não utilizada em novos empréstimos ou aplicações financeiras

implica custos de oportunidade, considerando-se alguma melhor oportunidade de

benefícios não aproveitada.

Moeda: criada por endividamento e destruída por pagamento de

dívida.

processo de criação da moeda

O suprimento de moeda cresce com o uso, ou seja, expande-se por meio do

endividamento.

processo de destruição da moeda

Se todos tomadores de empréstimos os amortizassem,

liquidando-os, simultaneamente,

toda a oferta de moeda criada por crédito seria extinta.

alavancagem financeiraA utilização de recursos

provenientes de terceiros na composição da estrutura do

capital de determinada empresa, objetivando otimizar o retorno dos investimentos realizados.

Suponha que o capitalista compre ativo por US$ 100 mil:

Se ele passar a valer US$ 110 mil, sua rentabilidade será de

10%.

Suponha que ele tome emprestado US$ 900 mil, somando aos US$ 100 mil

para comprar mais do ativo:

Caso a cotação do ativo tenha se elevado para US$ 110 mil

(mais o equivalente ao custo dos juros), ele duplicará o capital!

Em termos de custo fiscal e orçamentos

governamentais, IFPF podem

“fazer mais por menos”.

São 9 vezes mais, se comparar o valor em dinheiro necessário para

executar diretamente políticas públicas

com a mesma quantidade de recursos capitalizados

nas IFPF para fazer empréstimos

(e tomar depósitos).

Essas instituições podem gerar políticas públicas

cujo gasto efetivo sai por cerca de 10% do custo

fiscal potencial.

Instituições Financeiras Públicas Federais: alavancagem financeira

30

Tesouro NacionalBanco Central

Tesouraria

Adm. Rec.3º (FIF)

Empréstimos& Depósitos

Empresas(PJ)

Famílias(PF)

Empresas(PJ)

Crédito

Consumo

Renda

Pagamentodo Crédito

Colocação eResgates de Títulos deDívidaPública

Depósitos

Fundos

Títulos de Dívida DiretaOu Ações

Over Fundos

circuito monetário-financeiro

Efeito deslocamento

Crowding out

Se o governo tomar financiamento no mercado, a elevação da taxa de juros que o governo está disposto a

pagar (e pode fazê-lo) deslocaria tomadores não-governamentais que

não teriam condições de pagá-la.

Aqui e agora: o governo força

a queda da taxa de juros.

Crowding in

Quando os gastos governamentais estimulam os investimentos

privados, em vez de deslocá-los ou substituí-los.

Aqui e agora: os gastos governamentais com a capitalização dos bancos públicos

federais alavancam os gastos privados.

Queda da taxa de juros

Depreciação da moeda nacional

Diminuição dos encargos financeiros

Queda da relação

dívida / PIB

Diminuição do déficit nominal

Elevação do superávit primário

Margem fiscal

Caplitalização dos bancos

públicos

Alavancagem do dinheiro

público

Ganho fiscal por meio de

tributos, tributos e

lucros retidos

Maior capacidade produtiva

Crescimento da demanda sem inflação

Crescimento do PIB

Abordagem da Política Financeira

33

44%

39%

17%

Empréstimos

Bancos PúblicosBancos Privados NacionaisBancos Estrangeiros

Títulos de dívida pública = 58% do funding

Financiamento Total:1. Empréstimos bancários:

R$ 2,1 trilhões – relação crédito / PIB: 49,6 %;

2. Dívida mobiliária federal (fora do Banco Central): R$ 1,8 trilhão – relação dívida / PIB: 42,3%;

• Financiamento total: R$ 3,9 trilhões ou 91,9% do PIB (R$ 4,2 trilhões)

• Déficit do balanço de transações correntes (abril de 2012/12 m): US$ 51,6 bilhões ou 2,0% do PIB

Funding:• Saldos em fim de período (abril de 2012)

dos Haveres Financeiros:

1. M1 (papel-moeda em poder do público e depósitos a vista): R$ 258 bilhões;

2. M2 (M1 + depósitos de poupança [R$ 434 bilhões] + depósitos a prazo[R$ 919 bilhões]): R$ 1,6 trilhão.

3. M3 (M2 + quotas de fundos de renda fixa [R$ 1,5 trilhão] + títulos públicos que lastreiam operações compromissadas): R$ 3,2 trilhões;

4. M4 (M3 + títulos públicos de detentores não financeiros): R$ 3,8 trilhões = 90% do PIB.

35

de Títulos de Dívida Pública

Fundos de Investimento Financeiro

Títulos de Dívida Pública na Carteira dos FIF (março de 2012): 60,6% do PL (R$ 2,07 tri)Outros Títulos de Renda Fixa (CDB [7,5%], NP, Debêntures [3,5%] e Outros): 24,5%Renda Variável (Ações): 14,9%

Fatores determinantes da variação DLSP / PIB

NUMERADOR:Resultado NominalResultado Primário

NUMERADOR:Esqueletos

Privatizações

NUMERADOR:Pagamento Líquido de Juros

Efeito Câmbio

DENOMINADOR:Crescimento do PIBVariações do IGP-DI

Dívida Líquida do Setor Público/ PIB

Fatores determinantes da variação DLSP / PIB

NUMERADOR:Despesas menos Receitas Totais

CorrentesDespesas menos Receitas

(exclusive receita e despesas com juros)

NUMERADOR:Reconhecimento de dívidas passadasReceitas com a venda de ativos reais

NUMERADOR:Despesas com Juros – Receita com Juros

Mudança de valor em R$ da dívida líquida denominada em US$

DENOMINADOR:Crescimento acumulado em 12 meses

a preços correntesValoração do PIB a cada mês pelo IGP-DI

Dívida Líquida do Setor Público/ PIB

Fatores determinantes da variação DLSP / PIB

NUMERADOR:Política Fiscal do Ministério da Fazenda

NUMERADOR:Tesouro Nacional

Programa Nacional de Desestatização

NUMERADOR:Política de Juros do Banco CentralPolítica Cambial do Banco Central

DENOMINADOR:Política de Crédito dos Bancos Públicos

Política de Combate à Inflação por Ministério da Fazenda-Banco Central

Dívida Líquida do Setor Público/ PIB

Resultado fiscal, câmbio, PIB e inflação

A Dívida Líquida do Setor Público atingiu R$1.538,2 bilhões (36,6% do PIB) em março/2012, reduzindo-se 0,9 p.p. do PIB em relação ao mês anterior. A desvalorização cambial de 6,6% no mês respondeu por redução de R$35,2 bilhões (0,8% do PIB) na DLSP.

No ano, o superávit primário atingiu 4,51% do PIB, 0,43 p.p. do PIB superior ao registrado no mesmo período de 2011. No acumulado em doze meses o superávit atingiu 3,22% do PIB.

O déficit nominal acumulou 1,27% do PIB, comparativamente a 2,05% do PIB no mesmo período de 2011.

53

Espaço para capitalização dos bancos públicos

Observação: o estoque da dívida pública poderá crescer até R$ 194 bilhões, neste ano, cabendo aportes para os bancos públicos alavancarem em crédito até 9 vezes mais do que o valor em dinheiro necessário para executar diretamente políticas públicas.

queda do juro e spread elevação do crédito

Análise comparativa internacional

62

Caixa Econômica Federal

63

Geisel1.117.259

Figueiredo2.180.697

Sarney796.109

Collor/Itamar822.294

Fernando Henrique1.875.042

Lula2.542.165

Quantidade de Financiamentos Habitacionais

Obs.: Compõe-se de financiamentos da Caixa e de outros bancos. Fontes: BNH; SBPE/ABECIP e CAIXA. Inclui CONSTRUCARD e Material de Construção Reforma e Ampliação. Origem de recursos considerados com datas de início: FGTS1974; SBPE1974; FDS1993; LH1996; FAR 1999; FAT2002; PSH2002; CONSÓRCIO2003.

Posição: Setembro de 2008

0

100.000

200.000

300.000

400.000

500.000

600.000

700.000

800.000

900.000

1974

1975

1976

1977

1978

1979

1980

1981

1982

1983

1984

1985

1986

1987

1988

1989

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

TOTAL

65

Fontes de recursos para crédito habitacional

TAXA DE CHEFIA

135 150188

215254

300

360

432

518

622

20 23 33 45 6196

162

249

354

484

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Total da Poupança

Limite de 65% para créd.imobiliário

Créd. Imobiliário

15% 15% 18% 21% 24% 32% 45% 58% 68% 78%

ANOCréd.

ImobiliárioTotal da

Poupança

Limite de 65% para

créd. imobiliário

2005 20 135 882006 23 150 982007 33 188 1222008 45 215 1402009 61 254 1652010 96 300 1952011 162 360 2342012 249 432 2812013 354 518 3372014 484 622 404

SBPE – Captação x

Aplicação

incapacidade do crédito direcionado de 65% dosdepósitos de poupança manter o atual ritmo de expansão

BANCO CENTRAL

DEVEDORESPOUPADORES BANCOS

SECURITIZADORA

INVESTIDORES

SELIC 9% a.a.

DirecionamentoPoupança

6% a.a. + TR 12% a.a. + TR

Saldo Crédito Imobiliário

R$ 223 bi em abril de 2012

Emissão de CRI

Estoque deR$ 24,5 bi em 2011

Atuar

ial 6

% + IP

CA

IPCA: 4,5% a.a TR: 0,7% a.a.

DP: 6,17% a.a.Custo Adm. + Risco: 3 p.p.+ Margem de lucro: 3 p.p.

= Spread: 6 p.p.Taxa Empréstimo: 12,7% a.a.

Taxa Securitização: 1 p.p.CRI: Tx Empr - Tx Sec = 11,7% a.a.

Securitização no Brasil

65%

Banco do Brasil

74

BNDES

85

Investimentos em Construção, Máquinas & Equipamentos

Investimentos em energia e transporte

Investimentos para a Copa e no PAC

93

Fonte: BNDES/APE

49,3%39,0%

60,0%49,0%

57,0% 57,0%

42,0%51,0%

45,3% 43,6%

23,4%

16,0%

22,0%

16,0%

19,0% 21,0%

21,0%

26,0%30,0%

39,6%

14,4%

30,0%

6,0%30,0% 13,0% 10,0%

17,0%

9,0%6,1%

8,9%8,6% 14,0% 10,0%

5,0%9,0% 10,0%

15,0% 7,0%3,1%

4,2%4,3% 1,0% 2,0% 0,0% 2,0% 2,0% 5,0% 7,0%

15,6%3,7%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Média 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008e 2009p

Lucros Retidos BNDES Capitações Externas Debêntures Açõese-estimado p-previsto

Padrão de Financiamento dos Investimento na Indústria e Infra-estrutura no Brasil (2001-2009)

Captações

(ações, debêntures, notas promissórias, FIDC, FIP e outras)

40,0

24,5

47,1

61,852,3

110,2

64,9

131,3

92,2

128,8

84,2

30,1

2004 2005 2006 2007 2008 Ago 2009

R$ bilhão

Desembolsos do BNDES Ofertas primárias registradas na CVM

Fonte: BNDES.

BNDES e o Mercado de Capitais

Crescimento do BNDES (% no Total)

97

98

A partir do 3º trimestre de 2009, o Tesouro Nacional

passou a ser a principal fonte de recursos do BNDES,

posição historicamente

ocupada pelo FAT

recursos captados em 2009

(R$ 105 bilhões), em 2010

(R$ 107 bilhões), e em 2011

(R$ 50,2 bilhões), na forma de títulos públicos do Tesouro

Nacional

Os empréstimos e repasses do Tesouro Nacional e do FAT,

representavam, respectivamente,

49,7% e 23,4% das fontes de recursos do BNDES em 31/12/11.

Reajuste real do salário mínimo, aumento dos rendimentos e alta rotatividade

Devido a incentivos fiscais concedidos pelo governo para estimular a formalização do

mercado de trabalho, a desoneração do PIS-Pasep para as empresas

que aderiram ao Simples tem impacto direto na diminuição do ritmo de crescimento da

arrecadação do tributo, que é a principal fonte de recursos do FAT.

• a política de reajuste real do salário mínimo,

• a alta rotatividade do trabalhador no mercado de trabalho, e

• o aumento dos rendimentos dos brasileiros.

As despesas do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) com abono salarial e seguro-

desemprego devem continuar com expressivos crescimentos nos próximos anos, refletindo:

FAT só se equilibrará com aportes do

Tesouro Nacional.

De acordo com a Constituição Federal, das contribuições ao Fundo PIS-PASEP, 60% se destinam a custear o seguro-desemprego e o abono salarial e, no mínimo, 40% devem ser destinados ao BNDES para aplicação em programas de desenvolvimento econômico.

Adicionalmente ao FAT e ao Tesouro Nacional, o BNDES possui outras

fontes de recursos na composição de seu

funding, como:

Fundo da Marinha Mercante (FMM) e Fundo PIS-PASEP;

captações no mercado externo, notadamente,

mediante empréstimos de organismos multilaterais e emissão de bonds;

emissão de debêntures pela BNDESPAR (R$ 5,778 bilhões); e

operações compromissadas.

Em 31/12/11, essas fontes totalizaram o equivalente apenas a 12,4% do total das fontes de recursos do BNDES.

Debêntures

Emissões de debêntures

109

Fundos de Pensão

110

111

112

Desenvolvimento Capitalista no Brasil: Conclusão

113

Estado interventor, indutor e regulador, que propiciou salto de

etapas históricas antes percorridas por países de capitalismo maduro

O Capitalismo de Estado chinês (sob domínio do PCC) e o russo (sob ex-KGB) são derivados de

experiências históricas com “Socialismo de Mercado” e,

claramente, se diferenciam do Capitalismo de Mercado

norte-americano.

Capitalismo de Estado

Neocorporativista brasileiro

ainda busca conquistar maior autonomia tecnológica e

financeira.

Os interesses gerados na sociedade civil

são organizados, seja em sindicatos dos

trabalhadores, seja em associações

empresariais.

Suas estruturas internas centralizadas e

hierárquicas impõem quase como obrigação

a militância político-partidária para obter apoio à ascensão a

postos com poder de decisões estratégicas.

O Neocorporativismo é forma particular de

intermediação de interesses entre sociedade civil e

Estado em regime democrático com

governo trabalhista.

Configuração do novo Capitalismo de

Estado Neocorporativista

com maior autonomia

tecnológica e financeira.

A reestatização de empresas estatais,

que tinham sido privatizadas

na era neoliberal.

A aprovação do FUNPRESP e outros fundos de previdência complementar.

O Estado brasileiro trocou o controle majoritário por

minoritário ao adquirir ações de empresas

estratégicas para elevar a competitividade brasileira via BNDESPAR e fundos de

pensão patrocinados.

Mesmo em economia de mercado a la Ocidente,

isto é, com livre iniciativa de seus

empreendedores, a tendência

predominante das “iniciativas particulares

vencedoras” é:

se financiarem em instituições

financeiras públicas federais (BNDES, BB, CEF,

BNB, BASA)

se associarem com empresas estatais

(Petrobras, Vale, etc.) e instituições

paraestatais como fundos de pensão patrocinados por

empresas estatais (Previ, Petros, Funcef, etc.)

se coligarem com órgãos

governamentais de pesquisa (Embrapa, Finep, etc.)

O Estado nacional situa-se no centro das

decisões cruciais de financiamento da

economia.

O Tesouro Nacional possibilita

a realocação dos recursos em prazos

adequados ao financiamento dos setores prioritários

para o desenvolvimento

brasileiro.

O Tesouro Nacional oferece aos investidores

risco soberano, para captar em longo prazo, tanto no

mercado financeiro doméstico, quanto no internacional.

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