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SUMÁRIO
hábitos de consumo dos produtores
52fique de olho nesse
potencial
28referências
62
de portas abertas ao mundo
18produção
hoje e amanhã
22quem produz
46
panorâmica
06o que 2015 nos reserva
08o agro
que gera valor
14
PANORÂMICA
6
O Brasil vive em um contexto que pode representar uma virada de ciclo econômico. Os pilares da política econômica que se baseavam no
controle das contas públicas (metas fiscais rígidas), regime de metas de inflação e taxa de câmbio flexível, no início dos anos 2000, paulatinamente,
foram sendo alterados.
Nos últimos oito anos, adotou-se um modelo de estímulo à demanda. A produção cresceu, mas os investimentos necessários não chegaram.
Em 2013 e 2014, o país atingiu o limite desse modelo. A inflação alcançou 6,5% com um parco crescimento econômico. A elevada incerteza afetou
negativamente a confiança dos empresários, o que contribuiu para uma queda de 1 ,9% do PIB da indústria e a desaceleração da atividade do setor
de serviços.
No cenário de recessão, um único setor conseguiu números positivos. O PIB do agronegócio fechou 2014 com uma elevação de 3,8% em
relação a 2013 (1 ,1 bilhão), enquanto o PIB brasileiro teve um aumento de apenas 0,29%, no mesmo período comparativo. A escalada de crescimento
permanecerá em 2015, pois segundo estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a safra brasileira deve crescer pelo menos 3,7%.
Diante dessa projeção, surgem as oportunidades. Os momentos de restrição criam um ambiente mais competitivo, uma vez que todas as
empresas continuam tendo grandes desafios. A oportunidade está em falar de forma coerente e sensibilizadora para que o consumidor tenha
confiança em optar por determinada marca.
O Dossiê Agrotendências 2015 traz um panorama do agronegócio e suas perspectivas para 2015, além de uma projeção do desempenho do
setor para os próximos 10 anos. O objetivo desse conteúdo é oferecer a expertise do Canal Rural ao mercado publicitário, apresentando todo o
potencial de desenvolvimento e consumo do agronegócio e seus atores.
7
8
com novo mandato presidencial e diante da necessidade de controlar a inflação e evitar a deterioração da política fiscal, o governo federal
terá de fazer de 2015 o ano dos ajustes macroeconômicos. a decisão de elevar a taxa básica de juros tomada pelo comitê de política monetária
(copom), na primeira reunião logo após as eleições, já nos dava provas claras dessa tendência. a expectativa para 2015 é de que a selic atinja o
patamar de 12 ,5% ao ano.
não obstante a um cenário real de ajustes fiscais em receitas e despesas, crescimento fraco e inflação em patamares elevados, analistas
consideram remotas as chances de 2015 desandar para um ambiente altamente negativo para os negócios das empresas. a expectativa é de que,
após o tímido avanço do produto interno bruto (pib), registrado em 2014, a expansão em 2015 seja de 1%. estima-se, ainda, que o superávit primário
do pib neste ano seja de 0,6%, um pouco acima do observado em 2014.
o avanço no pib será um sinal de retomada da confiança do empresariado, mesmo que de maneira lenta. nesse ambiente, o setor agropecuário
vai mais uma vez se destacar e registrar crescimento acima da média. o pib do setor deverá aumentar 2% em 2015. por mais um ano, o agronegócio
vai assegurar o crescimento do pib do brasil.
Participação do Agronegócio no PIB do Brasil
2013
22,5% 23,3% 24,1%
2014 2015
CReSCIMentO dO PIB dO AgROnegóCIO eM 2014. em r$/milhões
fonte: cnafonte: cna
1 .092.238
2013
Agronegócio Brasil
2013
1 .133.743
2014 2014
4.844.815 4.858.864
+3,8% +0,29%
9
fonte: international trade statics 2014. organização mundial do comércio (omc)
eu eua brasil china canadá Índia indonésia argentina tailândia austrália
900
750
600
450
300
150
0566.5
94.5
47.1
18.5
82.1
8.6
29.4
11.0
31.9
10.7
141.8
33.8
37.4
9.5
60.0
10.2
30.1
7.5
40.8
0.7
MAIOReS exPORtAdOReS
MUndIAIS de PROdUtOS
AgRíCOlAS - 2013
em bilhões de dólares
produtos alimentícios
produtos não alimentícios
10
eventos macroeconômicos ocorridos em 2014, como inflação muito próxima ao teto da meta estipulada, retração na atividade industrial e
saldo comercial em patamares nada confortáveis, ditarão os rumos dos ajustes na economia do país em 2015.
o governo federal, nos últimos anos, sustentou o modelo econômico incentivando o consumo interno, seja com mais gastos públicos ou pelo
aumento da demanda no setor privado. o modelo de ajustes na economia será baseado na retração do consumo interno – muito provavelmente o
governo caminhará para a redução do tamanho da máquina pública e contenção dos gastos da administração direta e indireta.
se esse for o modelo adotado para o crescimento do país, acredita-se que o mercado do agronegócio não será afetado. isso porque, a
demanda por produtos agropecuários, no mercado interno, deverá continuar constante por parte do setor privado. e mais, o país deve se consolidar
como um dos principais exportadores de gêneros agropecuários do mundo. dessa forma, o agronegócio ampliará a sua importância no contexto
econômico brasileiro.
junto com estes fatores, espera-se que a taxa de juros básica da economia continue em patamares elevados devido à necessidade de se
manter a inflação dentro da meta estabelecida pelo banco central. outros setores da economia poderão ser mais afetados por eventuais ajustes do
governo federal. o agronegócio, no entanto, deverá sentir com menor intensidade o impacto das medidas, por conta do peso das vendas externas,
dada a alta competitividade do setor no mercado mundial .
outro fator que deverá chamar atenção em 2015 é o câmbio. com a previsão do real de se manter desvalorizado frente ao dólar, haverá pressão
sobre os custos de produção da agropecuária, já que grande parcela dos insumos é precificada em dólar. esse fato deverá pressionar as margens de
rentabilidade dos produtores rurais.
porém, se por um lado o câmbio deve pressionar as margens, via aumento dos custos, existe a possibilidade de se equilibrar a rentabilidade dos
produtores com o crescimento das exportações, visto que as receitas também são fixadas em dólar.
este movimento de equilibrar as receitas com as despesas atreladas ao câmbio é denominado hedge, mecanismo que serve como proteção natural
das variações do mercado internacional, assegurando, assim, margem adequada de rentabilidade para o produtor.
O AGRO QUE GERA VALOR
12
mais de r$ 400 bilhões. essa é a estimativa do valor bruto da produção (vbp) da agropecuária que será gerado nas propriedades rurais
brasileiras em 2015. mesmo diante de uma possível queda das cotações agrícolas, o vbp da agropecuária pode crescer 2,7% em relação ao ano
passado. fato recorrente nesse setor que, mesmo em anos de recessão, vem percorrendo um eixo íngreme de crescimento. nesse ano, a cafeicultura
e a pecuária serão os grandes responsáveis pelo impulso do segmento. são os setores nos quais os investidores devem ficar de olho.
estimativa do VBP* em 2014
e projeção para 2015 –
em R$/Bilhões
500,00
450,00
400,00
350,00
300,00
250,00
200,00
150,00
100,00
50,00
0,00safra de grãos
164,23
123,60
287,83
163,05
450,88
146,95124,11
271,06
192,16
463,22
outros produtos agrícolas
agricultura pecuária agropecuária
2014 2015fonte: cna
*o valor bruto da produção
agropecuária (vbp) mostra a evolução
do desempenho das lavouras e da
pecuária ao longo do ano e corresponde
ao faturamento bruto dentro
do estabelecimento.
13
eStIMAtIVA SAfRA e VBP SOjA e MIlhO PARA 2015
hoje, o brasil é responsável por 33% da oferta mundial de café. e mesmo com a diminuição da safra brasileira em função de problemas
climáticos e redução do desempenho produtivo das lavouras, a cultura terá uma elevação de 51 ,7% em sua geração de valores brutos. se somarmos
a expectativa de desempenho do café, com a estimativa para os grãos (como soja e milho) e para as demais culturas que compõem o cálculo do vbp
agrícola, teremos em 2015 um faturamento bruto no patamar de R$ 271 bilhões na agricultura .
Produção milho total Produção soja total
+ 76 milhões de toneladas 95 milhões de toneladas
VBP do milho VBP da soja
R$ 30 bilhões R$ 88,6 bilhões
fonte produção: grupo de coordenação de estatísticas agropecuárias - gcea/ibge, dpe, coagro - levantamento sistemático da produção agrícola, janeiro 2015.fonte vbp: cna
gerará
gerará
14
já na pecuária, serão mais de R$ 192 bilhões de faturamento em Valor Bruto . setor que está em franca valorização e crescimento,
com expansão de 17,8% no vbp em relação a 2014. os aumentos no segmento da pecuária serão impulsionados pelas carnes bovina e suína .
dAdOS dOS ReBAnhOS BOVInO e SUínO:
fonte rebanho: ibge/pesquisa pecuária municipal (ppm) - 2013fonte abates: ibge/dpe/coagro - pesquisa trimestral do abate de animais (janeiro a setembro 2014)
Rebanho bovino total Rebanho suíno total
+ 211 milhões de cabeças + 36 milhões de cabeças
nº de abates em 2014 nº de abates em 2014
+25 milhões de cabeças +27 milhões de cabeças
15
16
o agronegócio está consolidado na posição de líder nas vendas externas
do brasil, depois de alcançar sucessivos recordes de valor exportado ao
longo de 2014. de acordo com dados do centro de estudos do agronegócio
da fundação getúlio vargas (gv agro), enquanto em 2014 o saldo da balança
comercial do agronegócio superou a casa dos us$ 80 bilhões, o saldo total da
balança comercial brasileira registrou retração de us$ 3,9 bilhões. nos últimos
20 anos, a balança comercial do agronegócio tem sido mais superavitária que
o acumulado da balança comercial nacional, como é possível ver no gráfico
comparativo ao lado. -3,9
80,1100,0
80,0
60,0
40,0
20,0
0,0
-20,0
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
Saldo da balança comercial: total Brasil x Agronegócio fonte: mapa e mdic. elaboração: gv agro
total brasil agronegócio
neste saldo de us$ 80 bilhões, o complexo soja (soja em grão, farelo e óleo), carnes, açúcar e etanol representam mais de 60% dos valores
gerados. o país também é o maior exportador desses produtos no ranking mundial. veja nos gráficos quais produtos compõem as exportações do
agronegócio e como o brasil se posiciona no ranking mundial.
complexo soja - 32,5%
carnes - 18%
açúcar e etano - 10,7%
produtos florestais - 10,3%
café - 6,9%
cereais - 4,8%
couro e peleteria - 3,6%
fumo e produtos - 2,6%
demais - 10,7%
Posição do Brasil no mercado mundial*
Safra 2014/15
Safra 2014 para carnes
Ano 2014 para Quanto exportou
PROdUtO
Açúcar
café
Suco de laranja
complexo soja
Carne Bovina
milho
Carne de frango
carne suína
PROdUtOR*
1º
1º
1º
2º
2º
3º
3º
4º
exPORtAdOR**
1º
1º
1º
2º
1º
2º
1º
4º
QUAntO exPORtOU
US$ 9,4 bilhões
us$ 6,6 bilhões
US$ 1,9 bilhões
us$ 31 ,4 bilhões
US$ 7,1 bilhões
us$ 3,8 bilhões
US$ 7,9 bilhões
us$ 1 ,5 bilhões
exportações do Agronegócio - Produtos 2014 US$ 80,1 bilhões
fonte: mapa. elaboração: gv agro
*fontes produtor e exportador: united states department of agriculture e gv agro **fonte valores exportador: mapa, sri, dpi, cgoe. janeiro a dezembro 2014
17
EUA7,0%
3,5% / 2013
MERCOSUL5,3%
14% / 2013
JAPÃO2,8%
20,4% / 2013
RÚSSIA3,8%
37,6% / 2013
CHINA / HONG KONG28,2%
2,4% / 2013
UNIÃO EUROPEIA21,8%
2,8% / 2013
PRInCIPAIS deStInOS – Participação na balança comercial do agronegócio em 2014
fonte: sri/sut – cna com dados do agrostat/mapa
o mercado da china seguirá decisivo na definição do cenário das exportações do agro em 2015, com o importante reforço da rússia, que
oferecerá novas e melhores oportunidades comerciais para os produtos agropecuários do país.
18
para 2015, a expectativa é de continuidade no crescimento, mesmo que moderado, das exportações do agronegócio, uma vez que o setor já
se firmou como campeão na pauta de vendas externas do país. existem grandes oportunidades de abertura de novos destinos para os produtos
agropecuários, mesmo diante de um mercado global de commodities pautado pela cautela. afinal, o cenário é de retração de grandes economias
compradoras de produtos brasileiros, como a china.
a rússia deverá manter, pelo menos, até meados de 2015, o embargo à importação de carnes, peixes, leite e derivados, frutas e vegetais dos
seus principais fornecedores: união europeia, estados unidos, canadá, austrália e noruega. esta proibição abre uma importante oportunidade de
negócios para o brasil, já que os russos são o quinto maior comprador mundial de produtos agropecuários, com importações anuais em torno de
us$ 44 bilhões.
a rússia importa 40% de todos os alimentos que consome. as perspectivas para o câmbio também apontam para um cenário favorável às
exportações brasileiras. a expectativa para 2015 é de que as exportações do agronegócio alcancem us$ 103 bilhões.
o mercado internacional é de vital importância para a expansão do agronegócio brasileiro. ao mesmo tempo, o setor mostra competitividade
ímpar no cenário global, garantindo ao país posição de líder em produção e em exportação de muitos bens agrícolas. o grande desafio, porém, é a
inserção do brasil – de forma competitiva – no comércio mundial. o brasil tem o desafio de abrir sua economia e conquistar mais mercados
PROdUÇÃO hOje e AMAnhÃ
20
a agropecuária tem ciclos de produção muito bem definidos, que levam em consideração aptidão do solo, condições climáticas e o que será
produzido. para minimizar os riscos relacionados aos fenômenos climáticos, o brasil adotou em 1996 o zoneamento agrícola de risco climático como
um instrumento de política agrícola e gestão de riscos na agricultura.
a metodologia do estudo é validada pela empresa brasileira de pesquisa agropecuária (embrapa) e utilizada pelo ministério da agricultura.
ele resulta na relação de municípios indicados ao plantio de determinadas culturas, com seus respectivos calendários de plantio. esse cronograma
de plantio e colheita também está diretamente relacionado de entrada, saída e geração de valores nas propriedades rurais. o ciclo financeiro da
agropecuária anda em paralelo ao calendário agrícola. conheça o calendário das principais culturas que serão detalhadas a seguir:
jan Mai SetMar jul novfev jun OutAbr Ago dez
Plantio
Colheita
Plantio de Cana de ano e meio
Plantio / Cobertura
Plantio Safrinha Plantio
Plantio
Plantio
Plantio
Plantio
Colheita
Colheita
Colheita
Colheita
Plantio Nordeste Colheita Nordeste
Colheita Colheita Safrinha
Plantio / Cobertura
Colheita
Colheita Nordeste Colheita NordesteColheita Centro-Sul
Plantio de Cana de ano
SOjA
CAlendÁRIO AgRíCOlA
CAnA
CAfé
MIlhO
AlgOdÃO
ARROz
feIjÃO
tRIgO
Culturas
fonte: ciclos de produção. companhia nacional de abastecimento (conab)
21
a rentabilidade das lavouras de algodão em 2015 irá depender da demanda internacional pelo produto, uma vez que as estimativas mundiais apontam
para um volume de produção inferior à safra 2013/2014. um dos países que certamente influenciarão este cenário é a china, que detém 60% dos estoques
mundiais da fibra. o país deu sinais de que começaria a desestimular a produção interna de algodão para a correção dos estoques, mas não há certeza sobre
a permanência dessa política.
em uma projeção de produção ao longo dos próximos 10 anos, o brasil pode chegar a um crescimento na casa de 4,6% ao ano, e alcançar 2,5 milhões
de toneladas produzidas, segundo estudo outook fiesp 2024. a região centro-oeste seguirá como a principal produtora do país, por sua grande aptidão à
cultura, com 63% de participação no total de algodão produzido no país.
a cultura é uma das que mais exigem habilidade empresarial do produtor rural. se diferencia das demais por demandar altos investimentos em
máquinas, sementes e defensivos. produtores que se dedicam à atividade, geralmente são mais tecnificados. a alta qualidade do produto que o brasil oferta
tem feito o algodão nacional ganhar confiança do mercado. hoje, o país está entre os cinco maiores produtores mundiais e é o terceiro maior exportador.
fonte: outlook fiesp 2024
PROdUÇÃO, ÁReA e PROdUtIVIdAde
BRASIleIRA de AlgOdÃO Até 2024
AlgOdÃO
produção área plantada produtividade
+47% +27% +15%
3.000
2.500
2.000
1 .500
1 .000
500
1 .800
1 .750
1 .700
1 .650
1 .600
1 .550
1 .500
1 .450
1 .400
prod
ução
(100
0 t)
e á
rea
(100
0 ha
)
prod
utiv
idad
e (k
g/ha
)
2013/14 2017/182015/16 2019/20 2021/222020/21 2022/23 2023/242014/15 2018/192016/17
produção área produtividade
22
PARtICIPAÇÃO RegIOnAl nA PROdUÇÃO de AlgOdÃOfonte: outlook fiesp 2024
QUAIS SeRÃO OS núMeROS dO AlgOdÃO eM 2024fonte: outlook fiesp 2024
2013/14Produção total: 1 ,7 milhão de toNeladaS
norte 0,4%
nordeste 31%
suldeste 2%
sul 0%
centro-oeste 66%
norte 0,5%
nordeste 35%
suldeste 1%
sul 0%
centro-oeste 63%
2023/24Produção total: 2 ,5 milhõeS de toNeladaS
1,3 milhão de toneladas líquidas exportadas
crescimento de 110% em relação à safra 2013/2014
0,9 milhão de toneladas
1,1 milhão de tonelada 2023/2024
demanda doméstica
crescimento de 23% (2 ,2% a.a.) em relação à safra 2013/2014
2,5 milhões de toneladas produzidas
crescimento de 4,6% a.a. ou 47% em relação à safra 2013/14
23
o produtor de arroz pode ter um cenário favorável em 2015. as exportações brasileiras devem repetir o bom desempenho observado ano passado,
mantendo estáveis os preços remuneradores pagos ao rizicultor no mercado interno. a colheita estimada deve ser igual ou ligeiramente superior à safra
2013/2014, acima de 12 milhões de toneladas.
o brasil é o nono produtor mundial de arroz, com cerca de 12 milhões de toneladas. esse volume tem variado entre 11 milhões e 13 milhões de toneladas,
dependendo do preço do produto e das condições de plantio e desenvolvimento da lavoura. em anos de preços bons, a área cultivada tende a apresentar
aumentos e o investimento tecnológico na lavoura pode ser maior. em longo prazo, a área plantada de arroz no brasil tende a diminuir, mas a produtividade
aumentará.
de acordo com projeção realizada pela fiesp, deagro e mbagro, em 10 anos a área plantada de arroz no brasil sofrerá uma redução de 5,2% em relação
à área atual. mas o ganho em produtividade será de 13,4%, chegando a 5,8 toneladas por hectare na safra 2023/24. nesse mesmo período, o consumo de arroz
se manterá praticamente estável, pois no caso desse cereal, aumento de renda da população não significa, necessariamente, aumento de consumo. a queda
na área será compensada pelo aumento de produtividade e pela estabilização do consumo.
fonte: outlook fiesp 2024
PROdUÇÃO, ÁReA e PROdUtIVIdAde
BRASIleIRA de ARROz Até 2024
ARROz
produção área plantada produtividade
+7,5% -5,2% +13,4%
14.000
12 .000
10.000
8.000
6.000
4.000
2.000
6.000
5.800
5.600
5.400
5.200
5.000
4.800
4.600
prod
ução
(100
0 t)
e á
rea
(100
0 ha
)
prod
utiv
idad
e (k
g/ha
)
2013/14 2017/182015/16 2019/20 2021/222020/21 2022/23 2023/242014/15 2018/192016/17
produção área produtividade
24
PARtICIPAÇÃO RegIOnAl nA PROdUÇÃO de ARROzfonte: outlook fiesp 2024
QUAIS SeRÃO OS núMeROS dO ARROz eM 2024?fonte: outlook fiesp 2024
2013/14Produção total: 12 ,2 milhõeS de toNeladaS
norte 8%
nordeste 8%
suldeste 1%
sul 77%
centro-oeste 7%
norte 7%
nordeste 6%
suldeste 1%
sul 82%
centro-oeste 4%
2023/24Produção total: 13,1 milhõeS de toNeladaS
80 mil toneladas líquidas importadas
crescimento de 180% em relação à safra 2013/2014
12,2 milhões de toneladas 2013/2014
13,3 milhões de toneladas 2023/2024
demanda doméstica
crescimento de 8,7% (0,9% a.a.)
13,1 milhões de toneladas produzidas
crescimento de 0,5% a.a. ou 7,5% em relação à safra 2013/14
60,7 2013/14
61,4 2023/24
Consumo per capita (kg/hab/ano)
crescimento de 1%
25
a produção brasileira de café em 2015 será prejudicada pela estiagem. a forte seca que afetou regiões produtoras de café arábica no brasil,
em 2014, trouxe incertezas quanto ao volume a ser colhido. por mais que os preços se mantenham firmes em 2015, a renda do cafeicultor poderá ser
comprometida devido à queda nos índices de produtividade.
a cafeicultura mundial passa também por um momento de ajuste, com estoques historicamente baixos e a oferta de café arábica em queda,
em contraste com um consumo mundial que tem crescido ao redor de 2%. quase toda a américa central está se recuperando de um forte surto da
doença ferrugem e, ao que tudo indica, esse é um processo que deverá levar alguns anos.
o brasil é um dos países mais competitivos na produção de café arábica no mundo, tanto em termos de custo de produção como de
produtividade, e possivelmente o único com condições de incrementar de forma relativamente rápida seus volumes produzidos. assim, em uma
projeção para daqui 10 anos, apesar de uma redução de área plantada em 1 ,1%, a safra brasileira de café crescerá 26% até 2024. estima-se que a
produtividade chegará a 29 sacas por hectare.
fonte: outlook fiesp 2024
PROdUÇÃO, ÁReA e PROdUtIVIdAde
BRASIleIRA de CAfé Até 2025
CAfé
produção área plantada produtividade
+26% -1% +28%
60.000
50.000
40.000
30.000
20.000
10.000
2.000
30
25
20
15
10
5
0
prod
ução
(100
0 sa
cas)
e á
rea
(100
0 ha
)
prod
utiv
idad
e (s
acas
/ha)
produção área produtividade
2014/15 2018/192016/17 2020/21 2022/232021/22 2023/24 2024/252015/16 2019/202017/18
26
PARtICIPAÇÃO RegIOnAl nA PROdUÇÃO de CAféfonte: outlook fiesp 2024
QUAIS SeRÃO OS núMeROS dO CAfé eM 2024?fonte: outlook fiesp 2024
2014/15Produção total: 44 milhõeS de SaCaS
norte 3%
nordeste 5%
suldeste 89%
sul 1%
centro-oeste 1%
norte 3%
nordeste 4%
suldeste 92%
sul 1%
centro-oeste 1%
2024/25Produção total: 56 milhõeS de SaCaS
20,9 milhões de toneladas 2014/2015
25,9 milhões de toneladas 2024/2025
demanda doméstica
crescimento de 24% (2 ,2% a.a.)
56 milhões de sacas produzidas
crescimento de 1 ,9% a.a. ou 26% em relação à safra 2014/15
6,2 2014/15
7,2 2024/25
Consumo per capita (kg/hab/ano)
crescimento de 16%
27
o aumento do custo de produção agroindustrial e as condições do mercado mundial de açúcar e etanol indicam mais um ano de dificuldades para o
setor sucroenergético brasileiro. pesquisa da consultoria datagro estima queda na oferta de cana-de-açúcar no centro-sul, que concentra 90% da produção
nacional. segundo a pesquisa, a safra 2015/2016 da região centro-sul terá uma moagem entre 520 e 560 milhões de toneladas e uma produção de açúcar
entre 29,1 e 31,3 milhões de toneladas, portanto uma queda na oferta.
em 2014, o setor sucroalcooleiro atingiu o auge de uma crise anunciada. as adversidades climáticas e de mercado e a política adotada pelo governo
federal pesaram para o desempenho do setor. o setor foi duramente atingido pela manutenção dos preços dos combustíveis artificialmente baixos. em médio
prazo, o setor não terá condições de crescer significativamente, mas o início de um novo ciclo deve se dar em 2015, ano em que a produção global de açúcar
será deficitária em relação ao consumo, delineando novos patamares de preços.
para 2024, segundo o estudo outlook fiesp, a produção de açúcar e etanol deverá chegar a 48,7 milhões de toneladas e 42,8 bilhões de litros,
respectivamente, o que demandará uma área plantada de 10,5 milhões de hectares e uma produção de 851 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. no caso
específico do etanol, com uma frota flex atendida em 27% pelo combustível, a demanda chegaria, em 2024, a 40,4 bilhões de litros.
fonte: outlook fiesp 2024
COnSUMO dOMéStICO de etAnOl
AnIdRO e hIdRAtAdO Até 2025
CAnA-de-AÇúCAR, AÇúCAR e etAnOl
etanol anidro etano hidratado
+44% +81%
consumo anidro consumo hidratado
25.000
20.000
15.000
10.000
5.000
milh
ões
de li
tros
2014/15 2018/192016/17 2020/21 2022/232021/22 2023/24 2024/252015/16 2019/202017/18
28fonte: outlook fiesp 2024
PARtICIPAÇÃO RegIOnAl nA PROdUÇÃO de CAnA-de-AÇúCAR fonte: outlook fiesp 2024
norte 1%
nordeste 10%
suldeste 61%
sul 6%
centro-oeste 23%
2024/25Produção total: 851 milhõeS de toNeladaS
fonte: outlook fiesp 2024
eVOlUÇÃO dA fROtA BRASIleIRA de VeíCUlOS
frota brasileira de veículos +54%
eM 2024/2025
frota total % frota flex com hidratado
60.000
50.000
40.000
30.000
20.000
10.000
1.000
uni
dade
s
2014/15 2018/192016/17 2020/21 2022/232021/22 2023/24 2024/252015/16 2019/202017/18
26 26 26 26 26 26 26 26 26 27 27
2014/15Produção total: 603 milhõeS de toNeladaS
norte 1%
nordeste 9%
suldeste 64%
sul 7%
centro-oeste 19%
açúcar etanol
Mix
de P
rodu
ção
Açúcar(em relação à safra 2014/2015)
produção (toneladas)
48,7 mi
Crescimento de 41%
exportações líquidas(l)
36,8 mi
Crescimento de 59%
demanda doméstica (t)
11,9 mi
Crescimento de 6%
59%41%
etanol(em relação à safra 2014/2015)
produção (litros)
42,8 bi
Crescimento de 68%
exportações líquidas(l)
2,6 bi
Crescimento de 54%
demanda doméstica (l)
40,4 bi
Crescimento de 65%
frota brasileira de veículos leves
53 mi unid
27% flex hidratado
29
os preços da arroba do boi gordo devem se manter
em alta neste ano, seguindo a tendência de recuperação
observada em 2014. o cenário para 2015 ainda é de restrição
de oferta, tanto de animais prontos para abate quanto de
bezerros para reposição dos rebanhos. a grande preocupação
dos pecuaristas será o aumento dos custos de produção, o
que exigirá cautela na hora de planejar novos investimentos.
em uma projeção para os próximos 10 anos, estima-se
um aumento de 2% ao ano na produção brasileira de carne
bovina, chegando a 12,1 milhões de toneladas em 2024. já
o consumo doméstico deverá evoluir 1,8% ao ano, atingindo
9,6 milhões de toneladas, o que significará um aumento de
4 kg no consumo per capita, que chegará a 44,5kg no fim do
período projetado.
o rebanho bovino deverá aumentar em 9 milhões de
cabeças, ou 0,4% ao ano, de modo que, em 2024, somará
217 milhões de cabeças. as regiões norte e centro-oeste
continuarão apresentando taxas de crescimento maiores em
relação às demais. fonte: outlook fiesp 2024
ReBAnhO de gAdO de CORte
PROdUÇÃO BRASIleIRA de CARne BOVInA
CARne BOVInArebanho de gado de corte
+4%
218.000
216.000
214.000
212 .000
210.000
208.000
206.000
204.000
1.000
cab
eças
2014 20182016 2020 20222021 2023 20242015 20192017
produção
+21%14.000
12 .000
10.000
8.000
6.000
4.000
2.000
0
1.000
tone
lada
s
2014 20182016 2020 20222021 2023 20242015 20192017
30
PARtICIPAÇÃO
RegIOnAl nA
PROdUÇÃO de CARne
BOVInA
fonte: outlook fiesp 2024
2013Produção total: 10 milhõeS de toNeladaS
norte 19%
nordeste 10%
suldeste 21%
sul 11%
centro-oeste 39%
norte 22%
nordeste 9%
suldeste 18%
sul 9%
centro-oeste 42%
2024Produção total: 12 milhõeS de toNeladaS
7,9 milhões de toneladas 2013
9,6 milhões de toneladas 2024
demanda doméstica
crescimento de 22% (1 ,8% a.a.)
12,1 milhões de toneladas de carne produzidas
aumento de 2 ,0% a.a. ou 23% em relação à 2013
217,3 milhões de cabeças de gado de corte
Rebanho bovino
crescimento de 4% em relação à 2013
QUAIS SeRÃO OS núMeROS dA CARne BOVInA eM 2024?fonte: outlook fiesp 2024
31
o mercado de carnes suína e de frango continuará aquecido em 2015, com
preços remuneradores para a cadeia produtiva. dificilmente, porém, as cotações
observadas em 2014 vão se repetir, caso sejam mantidas as condições de mercado e
produção mundial estimadas até o momento.
dados do departamento de agricultura dos estados unidos (usda) sobre o
comportamento do mercado mundial da carne suína em 2015 indicam que os preços
devem ficar, em média, 15% abaixo dos praticados em 2014, mas em patamares quase
3% superiores à média registrada em 2013.
as projeções da produção de carne de frango indicam que o brasil subirá para
a 2ª posição no ranking mundial dos principais produtores, ultrapassando a china.
só ficaremos atrás dos estados unidos (usda, 2014). nesse cenário, estima-se para
o brasil, até 2024, um crescimento médio anual de 2,2% na produção de carne de
frango, saindo de 12,3 milhões em 2013 para 15,7 milhões de toneladas em 2024,
adicionando, portanto, 3,4 milhões de toneladas.
em relação à produção de carne suína, nos próximos 10 anos, deverá crescer
2,3% ao ano, indo de 3,3 milhões para 4,2 milhões de toneladas, o que manterá o
brasil como quarto produtor mundial, dada a distância relativamente grande para
alcançar os eua, terceiro colocado atrás da china e da união europeia.
PARtICIPAÇÃO RegIOnAl nA PROdUÇÃO de fRAngO
Até 2024 fonte: outlook fiesp 2024
CARneS SUínA e AVeS
norte 1%
nordeste 3%
suldeste 18%
sul 59%
centro-oeste 19%
2024Produção total: 15,7 milhõeS de toNeladaS
2013Produção total: 12 ,3 milhõeS de toNeladaS
norte 1%
nordeste 3%
suldeste 21%
sul 61%
centro-oeste 14%
32
13,7 2013
16,6 2024
Consumo per capita (dúzias/hab)
crescimento de 21%
PARtICIPAÇÃO RegIOnAl nA PROdUÇÃO de CARne SUínA Até 2024 fonte: outlook fiesp 2024
2013Produção total: 3,3 milhõeS de toNeladaS
norte 0%
nordeste 1%
suldeste 19%
sul 65%
centro-oeste 15%
2024Produção total: 4,2 milhõeS de toNeladaS
norte 0%
nordeste 1%
suldeste 19%
sul 59%
centro-oeste 21%
2,7 milhões de toneladas 2013
3,5 milhões de toneladas 2024
demanda doméstica
crescimento de 29% (2 ,3% a.a.)
4,2 milhões de toneladas produzidas
cresc imento de 2 , 3% a .a . ou 28% em relação à 2013
13,6 2013
16,1 2024
Consumo per capita (kg/hab/ano)
crescimento de 19%
120 milhões de caixas de 30 dúzias produzidas
cresc imento de 32%
8,8 milhões de t 2013
10,9 milhões de t 2024
demanda doméstica
crescimento de 23%
5,3 milhões de toneladas exportadas
cresc imento de 44% em relação à 2013
44,4 2013
50,4 2024
Consumo per capita (kg/hab/ano)
crescimento de 13%
15,7 milhões de toneladas produzidas
cresc imento de 2 , 2% a .a . ou 27% em relação à 2013
33
o feijão terá momentos distintos ao longo das três safras em 2015. na primeira safra, haverá aumento de área plantada e produção, em razão
de fatores como o reajuste do preço mínimo. na segunda safra, a oferta do grão deve diminuir em regiões tradicionais, mas deve se recuperar no
nordeste, onde a seca afetou a região. a terceira safra deve sentir os reflexos do vazio sanitário dos principais estados produtores, por conta da
incidência da mosca branca, o que pode provocar uma reação dos preços.
nos próximos 10 anos, as projeções apresentadas pelo estudo outlook fiesp indicam que a produção de feijão terá pequeno acréscimo de
229 mil toneladas, chegando a 3,7 milhões de toneladas em 2023/2024. a área cultivada, que hoje é de 3,3 milhões de hectares, deve passar a três
milhões de hectares na safra 2023/2024. essa redução de 10% nos próximos dez anos segue a tendência histórica, que se iniciou na década de 90.
os acréscimos de produtividade obtidos no decorrer do tempo têm sido suficientes para garantir a produção necessária para atender o
mercado interno, liberando áreas de plantio para culturas mais dinâmicas. as projeções indicam que a produtividade média do feijão terá um
acréscimo de 19% no período.
feIjÃO
fonte: outlook fiesp 2024
PROdUÇÃO, ÁReA e PROdUtIVIdAde
BRASIleIRA de feIjÃO Até 2024
produção área plantada produtividade
+7% -10% +19%
4.000
3.500
3.000
2.500
2.000
1 .500
1 .000
500
0
1 .250
1 .200
1 .150
1 .100
1 .050
1 .000
950
900
prod
ução
(100
0 t)
e á
rea
(100
0 ha
)
prod
utiv
idad
e (k
g/ha
)
2013/14 2017/182015/16 2019/20 2021/222020/21 2022/23 2023/242014/15 2018/192016/17
produção área produtividade
34
PARtICIPAÇÃO RegIOnAl nA PROdUÇÃO de feIjÃO Até 2024 fonte: outlook fiesp 2024
QUAIS SeRÃO OS núMeROS dO feIjÃO eM 2024? fonte: outlook fiesp 2024
2013/14Produção total: 3,4 milhõeS de toNeladaS
norte 2%
nordeste 19%
suldeste 23%
sul 30%
centro-oeste 25%
2023/24Produção total: 3,7 milhõeS de toNeladaS
norte 2%
nordeste 14%
suldeste 22%
sul 31%
centro-oeste 30%
40 mil toneladas líquidas importadas
redução de 27% em relação à safra 2013/2014
3,4 milhões de toneladas 2013/2014
3,5 milhões de toneladas 2023/2024
demanda doméstica
crescimento de 6% (0,6% a.a.)
3,7 milhões de toneladas produzidas
cresc imento de 1 ,1% a .a . ou 7% em relação à safra 2013/14
16,7 2013/14
16,4 2023/24
Consumo per capita (kg/hab/ano)
redução de 2%
35
para 2015, os fatores que irão exercer influência sobre a demanda interna de leite tendem a se apresentar de forma pouca animadora para o
setor. de acordo com o boletim focus do banco central (divulgado em novembro de 2014), a previsão de crescimento do produto interno bruto (pib)
do país para o próximo ano será de 0,80%, valor pouco maior que os 0,21% de 2014. esses números sinalizam que haverá manutenção ou até mesmo
redução no consumo de produtos lácteos, principalmente daqueles de maior valor agregado.
ainda que relatos de redução na demanda por produtos lácteos de maior valor agregado venham ocorrendo, é certo que a absorção total
de leite no país continua mostrando boa evolução. com isso, estima-se que a produção brasileira de leite crescerá 3,2% ao ano, alcançando 49,4
milhões de toneladas em 2024. o consumo per capita será o principal direcionador do crescimento, posto que o cenário básico considera que o brasil
continuará sendo um exportador global pouco relevante. o consumo per capita, de cerca de 170 litros em 2013, cresceu 20 litros por habitante desde
2009 e deve alcançar 227 litros em 2024.
lÁCteOS
fonte: outlook fiesp 2024
PROdUÇÃO BRASIleIRA de leIte Até 2024
produção
+45%
50.000
40.000
30.000
20.000
10.000
bilh
ões
de li
tros
2014 20182016 2020 20222021 2023 20242015 20192017
36
PARtICIPAÇÃO RegIOnAl nA PROdUÇÃO de leIte Até 2024 fonte: outlook fiesp 2024
QUAIS SeRÃO OS núMeROS dO leIte eM 2024? fonte: outlook fiesp 2024
2013Produção total: 34,1 milhõeS de toNeladaS
norte 5%
nordeste 13%
suldeste 35%
sul 32%
centro-oeste 15%
2024Produção total: 49,4 milhõeS de toNeladaS
norte 4%
nordeste 11%
suldeste 30%
sul 38%
centro-oeste 16%
49,4 milhões de litros de leite produzidos
crescimento de 3,2% a.a. ou 45% em relação à safra 2013
169,5 2013
227,4 2024
Consumo per capita (l/hab/ano)
crescimento de 34%
26,8 milhões de cabeças
Rebanho leiteiro
crescimento de 14% em relação a 2013
37
com a ampla oferta nos mercados interno e externo e caso não haja problemas climáticos e econômicos, o mercado do milho não deve passar por
modificações em 2015. os preços do cereal não devem ter grandes elevações, mesmo com a previsão de produção menor no brasil, pois os estoques do grão
estão suficientemente altos.
no brasil, a lavoura é trabalhada pelos mais diversos tipos de produtores, em variados tamanhos de propriedades, e está presente em quase toda a
extensão do país. a região centro-sul é a principal em termos de produção, com destaque para o sul, importante produtor na primeira safra, ainda que o
paraná, juntamente com os estados do centro-oeste, desponta na segunda safra, tendências que devem se consolidar nos próximos anos.
embora a exportação brasileira de milho ainda não seja uma tradição, nos últimos anos o cenário mudou radicalmente. o mercado externo
é um importante fator de sustentação da produção nacional. a tendência nos próximos 10 anos é de o brasil aumentar a participação na oferta
mundial do produto.
MIlhO
fonte: outlook fiesp 2024
PROdUÇÃO, ÁReA PlAntAdA e PROdUtIVIdAde
BRASIleIRA de MIlhO Até 2024
100.000
75.000
50.000
25.000
0
5.400
5.300
5.200
5.100
5.000
prod
ução
(100
0 t)
e á
rea
(100
0 ha
)
prod
utiv
idad
e (k
g/ha
)
2013/14 2017/182015/16 2019/20 2021/222020/21 2022/23 2023/242014/15 2018/192016/17
produtividadeprodução 1ª safra
produção 2ª safra
área 1ª safra
área 2ª safra
produção área plantada produtividade
+20% +13% +7%
38
PARtICIPAÇÃO RegIOnAl nA PROdUÇÃO de MIlhO Até 2024 fonte: outlook fiesp 2024
QUAIS SeRÃO OS núMeROS dO MIlhO eM 2024? fonte: outlook fiesp 2024
2013/14Produção total: 80 milhõeS de toNeladaS
norte 2%
nordeste 9%
suldeste 13%
sul 31%
centro-oeste 44%
2023/24Produção total: 96 milhõeS de toNeladaS
norte 3%
nordeste 10%
suldeste 15%
sul 29%
centro-oeste 43%
28,9 milhões de toneladas líquidas exportadas
cresc imento de 50%
53,9 milhões de toneladas 2013/2014
66,8 milhões de toneladas 2023/2024
demanda doméstica
crescimento de 24% (2 ,2% a.a.)
95,9 milhões de toneladas produzidas
cresc imento de 2 ,6% a .a . ou 20% em relação à safra 2013/14
39
as estimativas recordes de colheita no brasil e a ampliação da produção e dos estoques mundiais devem provocar queda nos preços da soja no próximo
ano. a rentabilidade do produtor não deverá crescer expressivamente, pois o sojicultor terá de conviver com a alta dos custos de produção, principalmente
de defensivos e sementes. devido a uma combinação de fatores internos e externos, verifica-se um contínuo processo de crescimento da lavoura de soja no
brasil nos últimos anos.
nos últimos dez anos, o consumo mundial saltou de 189 milhões para 270 milhões de toneladas, o que representa aumento de 43% para o período, com
previsão de que essa demanda seguirá crescendo também nos próximos anos. olhando para a safra 2023/2024, o consumo global passará dos 350 milhões
de toneladas e o brasil, além de continuar sendo um dos principais produtores mundiais, aumentará sua importância no mercado.
SOjA
fonte: outlook fiesp 2024
PROdUÇÃO, ÁReA PlAntAdA e PROdUtIVIdAde
BRASIleIRA de SOjA (gRÃOS) Até 2024
produção área plantada produtividade
+43% +18% +21%
140.000
120.000
100.000
80.000
60.000
40.000
20.000
0
4.000
3.500
3.000
2.500
2.000
1 .500
1 .000
500
0
prod
ução
(100
0 t)
e á
rea
(100
0 ha
)
prod
utiv
idad
e (k
g/ha
)
2013/14 2017/182015/16 2019/20 2021/222020/21 2022/23 2023/242014/15 2018/192016/17
produção área produtividade
40
PARtICIPAÇÃO RegIOnAl nA PROdUÇÃO de SOjA (gRÃOS) Até 2024 fonte: outlook fiesp 2024
QUAIS SeRÃO OS núMeROS dA SOjA eM gRÃOS, fARelO e óleO eM 2024? fonte: outlook fiesp 2024
2013/14Produção total: 86,1 milhõeS de toNeladaS
norte 4%
nordeste 8%
suldeste 5%
sul 34%
centro-oeste 49%
2023/24Produção total: 123 milhõeS de toNeladaS
norte 5%
nordeste 8%
suldeste 7%
sul 32%
centro-oeste 48%
PROdUÇÃO (em milhões de toneladas)
exPORtAÇÕeS líQUIdAS (em milhões de toneladas)
deMAndA dOMéStICA (em milhões de toneladas)
soja em grãos
123 mi
Crescimento de 43%
77 mi
Crescimento de 69%
48,3 mi
Crescimento de 21%
farelos de soja
34,7 mi
Crescimento de 22%
17,7 mi
Crescimento de 31%
16,8 mi
Crescimento de 19%
óleo de soja
8,9 mi
Crescimento de 22%
1 mi
Redução de 27%
7,9 mi
Crescimento de 34%
41
a atividade tritícola brasileira terá uma grande oportunidade para expandir a produção em 2015, diante da crescente demanda vinda, principalmente,
do mercosul e da dificuldade do bloco sul-americano em suprir a oferta. o desafio é reduzir cada vez mais a dependência do cereal importado. a cultura de
trigo é pouco constante em sua rentabilidade e a resposta de área é imediata: em anos que o preço do produto indica remuneração satisfatória, a área cresce,
e vice e versa.
como o brasil é um tomador de preços no mercado mundial, sua oferta interna pouco influi na formação das cotações do produto, que oscilam
conforme a disponibilidade global. a expectativa é de que nos próximos 10 anos a cultura cresça de forma moderada. dessa maneira, a produção deve sair
dos 5,5 milhões de toneladas da última safra e alcançar 7,7 milhões de toneladas em 2023/2024.
tRIgO
fonte: outlook fiesp 2024
PROdUÇÃO, ÁReA PlAntAdA e PROdUtIVIdAde
BRASIleIRA de tRIgO Até 2024
produção área plantada produtividade
+39% +15% +21%
9.000
8.000
7.000
6.000
5.000
4.000
3.000
2.000
1 .000
0
3.500
3.000
2.500
2.000
1 .500
1 .000
500
0
prod
ução
(100
0 t)
e á
rea
(100
0 ha
)
prod
utiv
idad
e (k
g/ha
)
2013/14 2017/182015/16 2019/20 2021/222020/21 2022/23 2023/242014/15 2018/192016/17
produção área produtividade
42
PARtICIPAÇÃO RegIOnAl nA PROdUÇÃO de tRIgO fonte: outlook fiesp 2024
QUAIS SeRÃO OS núMeROS dO tRIgO eM 2024? fonte: outlook fiesp 2024
2013/14Produção total: 5,5 milhõeS de toNeladaS
norte 0%
nordeste 0%
suldeste 4%
sul 95%
centro-oeste 1%
2023/24Produção total: 7,7 milhõeS de toNeladaS
norte 0%
nordeste 0%
suldeste 5%
sul 95%
centro-oeste 1%
5,5 milhões de toneladas líquidas importadas
re d u ç ã o d e 1 6 % e m re l a ç ã o à s a f ra 2 0 1 3 / 2 01 4
11,5 milhões de toneladas 2013/2014
13,2 milhões de toneladas 2023/2024
demanda doméstica
crescimento de 15% (1 ,1% a.a.)
7,7 milhões de toneladas produzidas
cresc imento de 1 ,8% a .a . ou 39% em relação à safra 2013/14
57,4 2013/14
61,2 2023/24
Consumo per capita (kg/hab/ano)
crescimento de 7%
43
as perspectivas para o mercado de silvicultura são boas em 2015. o setor espera que o ministério da agricultura, pecuária e abastecimento (mapa)
inicie a execução do plano nacional de desenvolvimento de florestas plantadas (fndfp). o plano será um instrumento de planejamento do setor florestal
pelos próximos 10 anos. a partir dele será mais fácil traçar um diagnóstico, analisar cenários e avaliar tendências internacionais e macroeconômicas para,
então, estabelecer metas de produção florestal.
já para o setor de celulose e papel, 2015 será austero. no fim do ano de 2013 e início de 2014, a crise na europa, principal destino das exportações de
celulose do brasil, com, aproximadamente, 45% do total embarcado, e a desaceleração econômica da china, que responde por outros 26% das exportações
brasileiras do produto, atrapalharam o crescimento do consumo mundial da matéria-prima. com a oferta superior à demanda, ocorreu a formação de
elevados estoques globais da fibra, e consequente queda dos preços do produto.
mesmo com a tendência pessimista em relação aos preços, os planos de investimento no setor continuam no país, onde as empresas pretendem
investir cerca de r$ 26 bilhões nos próximos três anos. para 2015, a expectativa é de que sejam produzidas 16,7 milhões de toneladas de celulose e 10,9
milhões de toneladas de papel, se mantidas as médias nacionais de crescimento da produção de 5,2% ao ano para celulose e de 2,3% ao ano para o papel,
observadas entre 2005 e 2013, segundo o levantamento divulgado pelo instituto brasileiro da árvore (ibá, 2014).
já para o setor de painéis de madeira industrializada, mantido o crescimento médio de 8,4% ao ano (ibá, 2014), a previsão para 2015 é que sejam
produzidos 9,3 milhões de m3. em escala mundial, de acordo com estimativas do pulp and paper products council, a demanda por celulose de fibra curta
deverá crescer a uma taxa de 2,8% ao ano, chegando a 32,8 milhões de toneladas em 2018. praticamente, a totalidade desse crescimento será proveniente da
madeira de eucalipto, e é justamente nesse segmento de mercado que se concentram os investimentos no brasil, que atualmente é o quarto maior produtor
mundial de celulose.
SIlVICUltURA e CelUlOSe
44
PARtICIPAÇÃO RegIOnAl nA PROdUÇÃO de CelUlOSe fonte: outlook fiesp 2024
QUAIS SeRÃO OS núMeROS dA CelUlOSe eM 2024? fonte: outlook fiesp 2024
2013área PlaNtada Com euCaliPto Para Produção da CeluloSe: 2 ,1 milhõeS de heCtareS
2024área PlaNtada Com euCaliPto Para Produção da CeluloSe: 2 ,8 milhõeS de heCtareS
norte 4%
nordeste 26%
suldeste 32%
sul 21%
centro-oeste 17%
norte 7%
nordeste 24%
suldeste 24%
sul 16%
centro-oeste 29%
17,1 milhões de toneladas de celulose em exportações líquidas
c re s c i m e n to d e 9 0 % e m re l a ç ã o à s a f ra 2 0 1 3
2,8 milhões de hectares plantados com eucalipto
cresc imento de 2 , 3% a .a . ou 29% em relação à safra 2013
demanda doméstica
crescimento de 27% (2 ,2 a.a.)
cresc imento de 4 ,4% a .a . ou 58% em relação à safra 2013
25.000
15.000
5.000
1.000
tone
lada
s
10.000
20.000
2014 20182016 2020 20232015 2019 20222017 2021 2024
produção exportação líquida consumo domésticofonte: outlook fiesp 2024
OfeRtA e deMAndA de CelUlOSe consumo doméstico
+27%
produção
+58%
exportação
+90%
3,8 milhões de toneladas 2013
23,9 milhões de toneladas produzidas de celulose
4,9 milhões de toneladas 2024
45
o brasil é o primeiro produtor mundial de laranja e suco de laranja, com 56% do total. atualmente, são 550 mil hectares em são paulo e minas gerais,
que produzem entre um milhão e 1,1 milhão de toneladas de suco concentrado congelado, exportado quase na sua totalidade para a europa, eua e ásia,
representando 38%, 37% e 11%, respectivamente, de um mercado mundial de quase dois milhões de toneladas, segundo dados do estudo outlook fiesp 2024.
assumimos o posto de maior produtor mundial depois da última produção recorde dos estados unidos, em 1996. de lá para cá, os pomares da flórida,
que concentra a produção estadounidense, passaram a ser a rota de seguidos furacões, geadas e dispersão de doenças como as infestações de greening. a
mudança nos hábitos de consumo do norte-americano e a concorrência com outras bebidas saborizadas contribuíram para ascensão do brasil e queda dos
estados unidos.
o cenário poderia ser bastante positivo para o brasil se o consumo nos demais países importadores também não estivesse caindo, seguindo a
tendência dos eua. de forma agregada, o consumo mundial caiu a um ritmo de 2,5% ao ano, nos últimos dez anos.
atualmente, o mercado de suco de laranja encontra-se em um cenário bastante peculiar: tanto a oferta quanto a demanda estão em processo de
declínio nessa última década, apesar de ter havido alguns momentos de alta na produção nas safras 2008/2009 e 2010/2011, mantendo os preços sob forte
volatilidade, que se revela quando ocorrem variações no consumo ou na produção do brasil ou da flórida.
para os próximos 10 anos, o brasil ampliará sua participação como maior fornecedor de suco ao mundo, com algum crescimento da área plantada
com citros nos estados de são paulo, minas gerais e paraná. no entanto, segundo destaca o estudo outlook fiesp, é importante observar que o espaço para
incrementos de área será limitado, dado que a demanda mundial continua estagnada, crescendo apenas de forma vegetativa e delineando um mercado em
que qualquer movimento mais forte da oferta acarretará uma perda nos preços.
a expectativa, considerando esse cenário, é de que a área plantada no brasil avance para 802 mil hectares até 2024, levando a produção de suco para
1,4 milhão de toneladas, e posicionando o brasil como fornecedor de 67% do suco consumido no mundo, com 1,3 milhão de toneladas.
SUCO de lARAnjA
46
PARtICIPAÇÃO RegIOnAl nA PROdUÇÃO de lARAnjA fonte: outlook fiesp 2024
2013/14Produção total: 16,6 milhõeS de toNeladaS
2023/24Produção total: 20,3 milhõeS de toNeladaS
norte 2%
nordeste 10%
suldeste 79%
sul 8%
centro-oeste 1%
norte 1%
nordeste 9%
suldeste 81%
sul 7%
centro-oeste 1%
1 .600
1 .400
1 .200
1 .000
800
600
400
200
0
1.000
tone
lada
s
2013/14 2017/182015/16 2019/20 2022/232014/15 2018/19 2021/222016/17 2020/21 2023/24
produção exportação líquida consumo domésticofonte: outlook fiesp 2024
OfeRtA e deMAndA
dO SUCO de lARAnjAconsumo doméstico
+41%
produção
+30%
exportação
+90%
QUAIS SeRÃO OS núMeROS dO SUCO de lARAnjA eM 2024? fonte: outlook fiesp
1,3 milhão de toneladas de suco de laranja em exportações líquidas
c re s c i m e n to d e 1 2 % e m re l a ç ã o à s a f ra 2 0 1 3 / 2 01 4
demanda doméstica
crescimento de 41% (3,5% a.a.)
47 mil toneladas 2013/2014
66 mil toneladas 2023/2024
1,4 milhão de toneladas de suco de laranja produzidas
cresc imento de 30% em relação à safra 2013/2014
cresc imento de 2% a .a . ou 22% em relação à safra 2013/2014
20,3 milhões de toneladas de laranja produzidas
13% será o crescimento da produtividade (caixa de 40,8 kg/ha)
47
o sistema agrícola brasileiro registrou um intenso ganho de produtividade nas últimas décadas. se observarmos os resultados de produção e
produtividade do setor de grãos nos últimos 10 anos, notaremos o salto em eficiência. na safra 2005/06, a produtividade média brasileira era de 2.500 quilos
de grãos por hectare e uma produção de 122 mil toneladas de grãos, já a safra 2014/2015 fechou com uma produtividade de mais de 3.400 quilos por hectare,
o que proporcionou uma produção na casa das 198 mil toneladas.
nesse período a área plantada de grãos cresceu 16%, enquanto a produtividade cresceu 26% e a produção 38%. o brasil tem se tornado mais eficiente
no uso da terra ao longo dos anos, esse processo deverá permanecer em escala crescente.
PROdUtIVIdAde e USO dA teRRA
fonte: conab fonte: conab
fonte: conabgRÃOS - ÁReA PlAntAdA
47.868
46.21347.411
47.67447.416
49.873 50.88553.563
56.988
57.031
2005/06 2009/102007/08 2011/12 2013/142006/07 2010/112008/09 2012/13 2014/15
2.560 2005/06
2.851 2006/07
3.040 2007/08
3.148 2009/10
3.264 2010/11
3.266 2011/12
3.522 2012/13
3.394 2013/14
3.481 2014/15
previsão
2.835 2008/09
gRÃOS - PROdUtIVIdAde em kg/ha
gRÃOS - PROdUÇÃO em mil toneladas
131.751 2006/07
144.137 2007/08
149.255 2009/10 162.803
2010/11
166.172 2011/12
188.658 2012/13
193.555 2013/14
198.537 estimativa em
março/2015
135.135 2008/09
122.531 2005/06
48
caracterizada por um grande dinamismo, a produção agropecuária também promove frequente interação entre os setores que a compõem. as diversas
culturas competem constantemente por área nas regiões já estabelecidas; a agricultura pode crescer sobre áreas de pastagens degradadas; a floresta
plantada e a cana-de-açúcar mostram-se alternativas econômicas em áreas degradadas onde as condições para o cultivo de grãos é mais limitada.
a pecuária é um reservatório de área com potencial produtivo para o desenvolvimento agrícola e as atuais restrições à abertura de novas áreas têm
feito com que o crescimento da agricultura seja cada vez mais dependente da redução da área de pastagens.
neste mesmo caminho, a produção pecuária também passa por uma intensificação dos processos produtivos. a criação de gado tem mostrado que
pode se adaptar a essa situação e ao mesmo tempo continuar crescendo. a tecnificação e otimização da pecuária também demandará maior consumo de
grãos para ração de confinamentos ou para suplementação do pasto. nesse cenário, o sistema de integração lavoura-pecuária ganha espaço para difusão.
veja qual a produtividade média na pecuária brasileira e como a intensificação da produção poderia contribuir para aumentarmos essa média:
a diferença entre
as duas áreas (69
milhões de hectares)
é maior que a área
ocupada por todas
as outras culturas
agrícolas do país (55
milhões de hectares)
o estudo outlook fiesp 2024, projeta que em 10 anos a área total de agricultura deverá crescer 15% nos próximos, passando de 55 milhões para 63,4
milhões de hectares, ou 8,4 milhões de hectares adicionais, enquanto a área de pastagem terá um recuo de 4,5 milhões de hectares nesse mesmo período.
fonte: a revisão do código florestal brasileiro, novos estudos 88, cebrap, 2010.
COMO é hOje
COMO tORnAR A PeCUÁRIA de CORte MAIS PROdUtIVA
180 milhões
133 milhões
nº de CABeÇAS
COMO
POdeRIA SeR
ÁReA OCUPAdA
22% ao ano
30% ao ano
ABAte denSIdAde
1,14 CABeÇA por hectare
1,5 CABeÇA por hectare
PROdUÇÃO AnUAl
mantida em 40 MIlhÕeS de cabeças
mantida em 40 MIlhÕeS de cabeças
158 MIlhÕeS de hectares
89 MIlhÕeS de hectares
49
50
o brasil possui mais de cinco milhões de produtores rurais, com propriedades nos 558 territórios das microrregiões brasileiras. de acordo com
o estudo os perfis das classes de renda rural no brasil, elaborado pela fundação getúlio vargas (fgv) e o instituto brasileiro de economia (ibre),
cerca de 800 mil produtores, 15% do total, pertencem à classe C de renda. em torno de 6% estão nas classes de renda A e B. e 70% dos produtores
rurais brasileiros pertencem às classes d e e .
apesar do elevado porcentual de produtores nas classes d e e, esse segmento é responsável pela geração de 7,6% do valor bruto de produção
(vbp). já os 5,8% de produtores que se encontram nas classes a e b representam 78,8% do total do vbp gerado anualmente. as classes a/b geram
cinco vezes mais a contribuição da classe c e esta última gera duas vezes a contribuição das classes d/e. no país, poucos estabelecimentos são
responsáveis por parcela elevada da produção nacional, veja o comparativo na tabela abaixo.
quando observamos a contribuição das classes por cultura, percebemos que quanto mais exigente é a atividade em nível de gestão e
tecnologia, maior é a atuação de produtores das classes a/b. em culturas como soja, milho, trigo, por exemplo, a geração de cerca de 80% do Valor
Bruto provêm de produtores das classes A/B. na cana-de-açúcar, algodão e laranja, esse índice supera a casa dos 90% .
Classes de Renda total de produtores por classe Percentual sobre total geração de VPB
a/b 300.963 5,8% 78,8 %
c 796.173 15,4% 13,6 %
d/e 3.645.344 70,4% 7,6 %
não informantes de vbp 433.158 8,4% -
tOtAl 5.175.636 100% 100 %fonte: fgv e ibre
51
PARtICIPAÇÃO dAS ClASSeS de RendA nA geRAÇÃO dO VAlOR BRUtO dA PROdUÇÃO
fonte: fgv e ibre
VBP total
78,8%
13,6%
7,6%
Cana-de-açúcar
96,8%
2,2%
0,9%
A/B C d/e
83%
11%
6%
lavoura
Algodão
99,3%
0,4%
0,3%
89,9%
7,5%
2,7%
laranja
70%
18%
12%
Pecuária
52
Milho
74%
16%
10%
86%
10%
4%
Soja
80%
15%
5%
trigo
52
hÁ UM AltO índICe de AfInIdAde entRe O CAnAl RURAl e O PROdUtOR de SOjA (64%), O PROdUtOR de tRIgO (61%), O PROdUtOR de lARAnjA (53%), O PROdUtOR de AlgOdÃO (48%) e PROdUtOR de MIlhO (45%) SegUndO PeSQUISA IPSOS/MARPlAn (2013).
Há uma relação direta entre a geração de valores agrícolas e os principais municípios produtores do Brasil. As AgroCapitais, como são chamadas as
zonas de produção, abrigam a grande maioria das propriedades onde os valores agrícolas são gerados, assim como os produtores responsáveis por essa
produção. No Brasil, 50 AgroCapitais que estão no topo do ranking da produção nacional são responsáveis, anualmente, pela geração de mais de R$ 230
bilhões em valores agrícolas, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na Pesquisa Agrícola Municipal (PAM 2013).
Nessas localidades, comércio, indústria e serviços orbitam em torno do desempenho da agricultura. Se a agricultura vai bem, todos os outros setores
também vão; e o inverso também é verdadeiro. Trata-se de um setor de grandes números e receitas, fatores diretamente proporcionais à capacidade de
consumo do público que atua na agricultura.
53
CInQUentA MAIOReS AgROCAPItAIS eM geRAÇÃO de VAlOR AgRíCOlA
Sorriso - MT
Cristalina - GO
São Desidério - BA
Sapezal - MT
Campo Novo do Parecis - MT
Jataí - GO
Nova Mutum - MT
Formosa do Rio Preto - BA
Rio Verde - GO
Primavera do Leste - MT
Campo Verde - MT
Diamantino - MT
Maracaju - MS
Petrolina - PE
Nova Ubiratã - MT
Lucas do Rio Verde - MT
Querência - MT
Uberaba - MG
2.067.310
2.066.205
1.728.878
1 .649.486
1.595.482
1 .419.082
1.252.587
1 .209.866
1.196.488
1 .132 .645
1.055.357
1 .032 .232
975.327
926.892
924.031
919.859
900.857
846.256
Campos de Júlio - MT
Itiquira - MT
Chapada-do-Céu - GO
Unaí - MG
Correntina - BA
Ponta Porã - MS
Rio Brilhante - MS
Tibagi - PR
Barreiras - BA
Dourados - BA
Castro - PR
Perdizes - MG
Paranatinga - MT
Paracatu - MG
Costa Rica - MS
Brasília - DF
Brasnorte - MT
Ipiranga do Norte - MT
841.526
815.928
812.576
767.956
690.473
672.413
666.443
662.553
649.651
648.124
636.776
634.419
581.271
580.709
575.477
567.669
552.948
539.373
538.168
531 .051
530.805
522.331
520.588
512 .211
508.922
508.072
500.862
493.127
492.326
479.533
478.278
471 .851
232.469.269
Balsas - MA
canarana - mt
Cascavel - PR
montividiu - go
Santa Rita do trivelato - Mt
luís eduardo magalhães - ba
guarapuava - PR
santo antônio do leste - mt
tapurah - Mt
são gabriel do oeste - ms
Sidrolândia - MS
morro agudo - sp
Itapeva - SP
mineiros - go
BRASIl
fonte:ibge - produção agrícola municipal. geração de valor agrícola por município
5454
55
56
em 2014, o pib do agronegócio cresceu 3,8%, enquanto o do brasil subiu parcos 0,2%. trata-se de um setor que representa 23,3% do pib
nacional, com um faturamento anual de mais de r$ 1 trilhão. esse desempenho positivo do segmento permitiu que nos últimos seis anos, a renda do
agronegócio tivesse um acréscimo de 46%. de acordo com dados do ibge, a renda média per capita do produtor ao ano supera os r$ 36 mil, enquanto
que a média das demais profissões não chega a r$ 17 mil.
segundo sondagem do instituto ipsos - estudos marplan egm rural, consolidada em 2013, os atores do agronegócio são em sua maioria
homens com idade média de 48 anos. mais de 50% possuem residência na cidade, 69% são proprietários de picapes e 39% tem acesso à internet. do
total de produtores ouvidos na pesquisa, 38% declararam que a tv é o meio mais eficaz para se levar uma mensagem.
COMO OS PROdUtOReS COnSOMeM? COMO OS BRASIleIROS COnSOMeM?
47%
possuem computador
notebook
24%
possuem
computador
notebook17%
possuem
smartphone
36%
possuem
smartphone
21%
possuem aplicações
investimento
0,29%
possuem
aplicações
investimento
8%
possuem
tablet
17%
possuem
tablet
51%
possuem residência
na cidade*
62%
possuem
cartão de crédito
77%
possuem
cartão de crédito
39%
possuem acesso
à internet**
49,8%
possuem
acesso
à internet**
49%
possuem seguro
de veículo
69%
possuem picapes
fonte ipsos: estudos marplan egm rural – consolidado de 2013 – universo: total produtores (2581)*produtores que possuem residência na cidade ou possuem residência na cidade e no campo - ** acessou internet nos últimos 30 dias
fonte:
Índice de desenvolvimento humano (idh) de 2013 o consumidor móvel, nielsen de 2013
serviço de proteção ao consumidor de 2013 emarketer consultoria de 2015
banco mundial tic domicílios 2013, cetic.br
57
ao observar os hábitos de consumo dos produtores brasileiros pela lupa das classes de renda, é possível notar que dentre os insumos
agropecuários, os investimentos em adubos são parcela representativa. Segundo o estudo Os Perfis das Classes de Renda Rural no Brasil, da
fgV/IBRe, os produtores das classes A/B investem 41% de seus recursos destinados a insumos, na compra de adubos. e 30% na compra de
agroquímicos .
fonte: fgv/ibre
deSPeSAS COM InSUMOS(% de gastos em cada classe de renda)
d/eA/B C
adubos agroquímicos sal e rações medicamentos outros
41
31
24
30
23
1214
2523
4
9
27
11 1214
45
40
35
30
25
20
15
10
5
0
58
em sua maioria, os produtores estão atentos ao padrão tecnológico da atividade e têm a intenção de manter o investimento em tecnologia
em uma escala crescente. a sondagem de intenção de investimento do produtor rural, divulgada pela fiesp e sistema ocb no último quadrimestre
de 2014, revela essa tendência.
a pesquisa ouviu produtores que apresentaram um grau de confiança de 95% nas sondagens do Índice de confiança do agronegócio (icagro),
nos meses de outubro, novembro e dezembro de 2014. esses produtores representam o valor bruto da produção agropecuária de uma classe que
consome tecnologia e serviço em larga escala.
de acordo com a pesquisa, 67% dos produtores agrícolas investem mais em sementes, fertilizantes e defensivos. dentre aqueles que pretendem
aumentar o padrão tecnológico, 77% mencionaram sementes (variedades/híbridos) mais produtivas, seguida dos itens “controle de pragas, ervas
daninhas e doenças” e “fertilizantes diferenciados”, ambos com 47% das respostas.
InVeStIMentOS | PROdUtOR AgRíCOlA
6 7 % 3t2014: 49%*
investirá mais em tecnologia? (ru em %)
em quê? (rm em %)
4º trimestre 2014
*refere-se a resposta sim do 3º trimestre de 2014
SIM
nÃO
* controle de pragas, doenças e ervas daninhas
sementes mais produtivas
controle* fertilizantes diferenciados
77
47 47
fonte: icagro – fiesp/sistema ocb
59
entre os pecuaristas, 62% vão investir ou estão investindo em tecnologia. dentre os pecuaristas que pretendem aumentar o padrão tecnológico,
os itens mais citados foram “nutrição a pasto” e “reforma ou recuperação das pastagens”, seguidos por “correção e adubação para manutenção das
pastagens” e “prevenção de doenças e parasitas”.
InVeStIMentOS | PROdUtOR PeCUÁRIO
6 2 % 3t2014: 65%*
investirá mais em tecnologia? (ru em %)
em quê? (rm em %)
4º trimestre 2014
*refere-se a resposta sim do 3º trimestre de 2014
SIM
nÃO
nutrição a pasto
reforma ou recuperação
das pastagens
prevenção de doenças
e parasitas
correção e adubação para manuntenção das pastagens
85 8379
73
60
no setor de máquinas, a pesquisa revela uma retração na intenção de investimento. o que reforça um movimento já observado em 2014,
quando os mercados de tratores e colheitadeiras registraram queda de vendas, sendo o recuo concentrado basicamente nas máquinas de maior
potência.
InVeStIMentOS | PROdUtOR AgRíCOlA 4º trimestre 2014
fonte: icagro – fiesp/sistema ocb
9 % 3t2014: 24%*
investirá mais em tecnologia? (ru em %)
em quê? (rm em %)
*refere-se a resposta sim do 3º trimestre de 2014agricultura
de precisão
pulveriza-dores
colheita-deiras
planta-deiras
tratores
17 1923 25
53
SIM
nÃO
61
62
o brasil se posiciona estrategicamente entre os dez maiores produtores e exportadores mundiais de grãos e carnes. o que confere ao país
uma balança comercial de agro com resultados na casa dos 100 bilhões de dólares, como os registrados em 2014. na esteira desse desempenho o
agronegócio aquece a geração de empregos e é responsável por cerca de 100 mil postos de trabalho formais ao ano. ano passado, o campo foi o
segundo segmento econômico que mais abriu novos postos de trabalho.
são resultados que desafiam e surpreendem até os organismos econômicos internacionais. o produto interno bruto (pib) do agronegócio, por
exemplo, fechou 2014 com crescimento quase dez vezes superior ao projetado pelo fundo Monetário nacional (fMI) para o acumulado do pib do
brasil. o mundo está de olho em nosso potencial produtivo.
até 2050 seremos entre nove e 1 1 b i lhões de pessoas no planeta . no entanto, para acompanhar ta l aumento, o mundo deverá produzir
60% mais a l imentos do que produz hoje. o cresc imento da demanda por a l imento não será apenas quant i tat ivo, mas qual i tat ivo; será prec iso
produzir, por exemplo, le i te e carnes para essa população, o que demandará uma produção extra de grãos .
como país emergente importante, o bras i l terá uma re levante contr ibuição para supr i r a demanda a l imentar futura do globo. a
organização das nações unidas para al imentação e agr icul tura (fao) espera que, até 2050, o bras i l se ja responsável por 40% do mercado
mundial de a l imentos . mas para cumprir seu “dest ino” , o país prec isará fazer seus deveres de casa para administrar desaf ios b io lógicos ,
c l imát icos , ambientais , soc ia is e econômicos que se impõem.
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deSAfIOS dO fUtURO
desafios econômicos:
invest i r em infraestrutura e logíst ica .
ampl iar e melhorar a d istr ibuição e
o acesso a recursos of ic ia is com juros
controlados .
garant i r aos produtores seguro de renda.
desafios Ambientais:
produzir mais numa mesma área,
reduzir as perdas agr ícolas , ot imizar
a gestão dos recursos h ídr icos .
desafios Sociais:
cr iar condições para que produtores da
c lasse d/e se t ransf i ram para a c lasse c .
desafios tecnológicos:
invest i r em tecnologia para
controle de novos patógenos e
pragas e desenvolver s istemas
mais prec isos de previsão de
mudanças c l imát icas .
RefeRÊnCIAS
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B alanço 2014, Perspect ivas 2015. Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasi l (CnA) e MCM Consultoria. 2014. Acesso em: http://canaldoprodutor.com.br/revista/balanco_2014/ index.html
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rua manoel da nóbrega, 1280 - paraíso, são paulo - sp, 04001-004
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