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Sumário
Apresentação .…………………………………………………………………….. 7
Introdução .……………………………………………………………………. 9
Contexto político .……………………………………………………………………. 11
Metodologia do trabalho .……………………………………………………………………. 12
Análise sintética e global dos resultados .……………………………………………………………………. 20
Quadro das categorias temáticas .……………………………………………………………………. 25
QUADRO DE ANÁLISE DAS DELIBERAÇÕES DAS 12ª E 13ª CONFERÊNCIAS NACIONAIS DE SAÚDE
CATEGORIA A - PRINCÍPIOS, DIRETRIZES E ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Categoria A – 1 - Controle social/participação popular ..................................... 28
Categoria A – 2 - Financiamento ..................................... 99
Categoria A – 3 - Gestão do SUS ..................................... 147
Categoria A – 4 - Organização da atenção à saúde ..................................... 172
CATEGORIA B - ÁREAS TRANSVERSAIS
Categoria B – 1 - Ciência e Tecnologia ............................... 180
3
Categoria B – 2 - Gestão do Trabalho e Educação em Saúde ............................... 210
Categoria B – 3 - Informação e Comunicação ............................... 301
CATEGORIA C - ÁREAS TEMÁTICAS
Categoria C – 1- Alimentação e Nutrição . ........................... 335
Categoria C – 2 - Assistência Farmacêutica ........................... 348
Categoria C – 3 - Atenção Oncológica ........................... 375
Categoria C – 4 - Combate à Dengue ........................... 383
Categoria C – 5 - Controle do Tabagismo ........................... 387
Categoria C – 6 - Doenças Transmissíveis ........................... 392
Categoria C – 7 - Doenças Sexualmente Transmissíveis/AIDS ........................... 401
Categoria C – 8 - Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus ........................... 410
Categoria C – 9 - Humanização ........................... 414
Categoria C – 10 - Imunizações ........................... 418
Categoria C – 11 - Média e Alta Complexidade ........................... 420
Categoria C – 12 - Práticas Integrativas e Complementares ........................... 431
Categoria C – 13 - Sangue e Hemoderivados ........................... 436
Categoria C – 14 - Saúde do Adolescente ........................... 442
Categoria C – 15 - Saúde Ambiental ........................... 451
4
Categoria C – 16 - Saúde Bucal ........................... 466
Categoria C – 17 - Saúde da Criança ........................... 480
Categoria C – 18 - Saúde da Família ........................... 496
Categoria C – 19 - Saúde do Homem ........................... 512
Categoria C – 20 - Saúde do Idoso ........................... 517
Categoria C – 21 - Saúde LGBT ........................... 527
Categoria C – 22 - Saúde Mental ........................... 531
Categoria C – 23 - Saúde da Mulher ........................... 554
Categoria C – 24 - Saúde da Pessoa Portadora de Deficiência ........................... 573
Categoria C – 25 - Saúde da População Negra ........................... 586
Categoria C – 26 - Saúde dos Povos Indígenas ........................... 599
Categoria C – 27 - Saúde no Sistema Penitenciário ........................... 609
Categoria C – 28 - Saúde Suplementar ........................... 614
Categoria C – 29 - Saúde do Trabalhador ........................... 618
Categoria C – 30 - Transplante de Órgãos e Tecidos ........................... 636
Categoria C – 31 - Urgências e Emergências ........................... 641
Categoria C – 32 - Vigilância Sanitária ........................... 647
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CATEGORIA D - OUTROS ENFOQUES ................................................................................... 655
CATEGORIA E - EXCEPCIONALIDADES ................................................................................. 696
SIGLAS ................................................................................... 699
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Elaboração, distribuição e informações: MINISTÉRIO DA SAÚDE Conselho Nacional de Saúde Esplanada dos Ministérios, bloco G, Edifício Anexo, ala B, 1.° andar, salas 103 a 115 CEP: 70058-900, Brasília – DF Tels.: (61) 3315-2151 / 2150 Faxes: (61) 3315-2414 / 2472 E-mail: cns@saude.gov.br Site: www.conselho.saude.gov.br
Elaboração Lucinéia Moreli Carla Morrone Cora Dias
Supervisão Flavio Goulart Kássia Fernandes de Carvalho CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE:
Presidente
Alexandre Rocha Santos Padilha
Secretária Executiva do CNS
Rozângela Fernandes Camapum
Equipe de Comunicação do Conselho Nacional de Saúde Renata Mendes Denise Miranda Karla Lucena Monique Maia Willian Barreto Wilany Santos
mailto:cns@saude.gov.brhttp://www.conselho.saude.gov.br/
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Apresentação
Parte das políticas públicas em saúde implementadas no Brasil são pensadas e discutidas durante as Conferências de Saúde. Durante os
encontros, comunidades e representantes da sociedade civil têm oportunidade de discutir os desafios da saúde brasileira e apresentar suas
expectativas e demandas. É a participação nesse fórum, assim como em outros espaços de debate, que garante a construção coletiva do
Sistema Único de Saúde (SUS) e o avanço da saúde pública no país.
Os Conselhos e as Conferências de Saúde foram instituídos pela Lei nº 8.142 de 1990, como instrumentos de gestão do SUS, na tentativa de
auxiliar o processo de aperfeiçoamento do Sistema. Desde a instituição da lei já foram realizadas treze conferências. O Brasil se prepara em
2011 para a 14ª Conferência Nacional de Saúde, que terá como tema da conferência "Todos usam o SUS! SUS na Seguridade Social - Política
Pública, Patrimônio do Povo Brasileiro" e como eixo "Acesso e acolhimento com qualidade: um desafio para o SUS". A participação da
sociedade civil e o controle social atuam como as bases desse processo.
O documento a seguir faz referência às 718 deliberações e 90 moções sugeridas na 12ª Conferência Nacional de Saúde, ocorrida em 2003. O
encontro teve como tema central - “Saúde direito de todos e dever do Estado, o SUS que temos e o SUS que queremos” - e envolveu dez eixos
temáticos que deram as linhas das discussões como direito à saúde; intersetorialidade das ações de saúde; controle social e gestão
participativa; ciência e tecnologia em saúde; financiamento, entre outros.
Além disso, a análise aponta ainda as 857 deliberações e 157 moções da 13ª Conferência Nacional de Saúde, evento realizado em 2007. A
conferência contou com o tema central - “Saúde e qualidade de vida: políticas de estado e desenvolvimento” – e três eixos temáticos
delimitaram os debates: (a) os desafios para a efetivação do direito humano à saúde no Século 21; (b) políticas públicas para a saúde e
qualidade de vida e (c) a participação da sociedade na efetivação do direito humano à saúde.
Este estudo foi aprovado na 218ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Saúde (CNS), em fevereiro deste ano, e pretende ampliar o
conhecimento sobre o conjunto de temas dominantes nas discussões e principais demandas de interesse da população durante as
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conferências. Mais do que isso, o material consolidado avalia o andamento das propostas aprovadas nas duas conferências com o objetivo de
auxiliar a preparação dos debates da 14ª Conferência e servir de subsídio para os trabalhos dos Conselhos de Saúde de todo o país.
Conselho Nacional de Saúde
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Introdução
O presente documento é fruto da análise do conjunto de deliberações proposto nas duas últimas Conferências Nacionais de Saúde,
instrumentos legítimos do Controle Social, que reivindicam eventuais transformações e incorporações de aspectos concretos à política de
saúde.
A análise contempla 1.575 deliberações, 718 delas estabelecidas durante a 12ª Conferência Nacional de Saúde e 857 durante a 13ª
Conferência. Como o termo deliberação está sujeito a múltiplas interpretações, é importante para a gestão do Sistema Único de Saúde (SUS)
que a eficácia dos instrumentos de controle social, que têm no verbo deliberar uma palavra de ordem, seja aferida quanto a sua real
capacidade de provocar transformações concretas na política de saúde, a partir de pesquisas empíricas.
Assim, estudos de âmbito nacional, que tenham como foco as deliberações produzidas nas Conferências Nacionais de Saúde, revelam-se
extremamente úteis para a ampliação do conhecimento sobre um campo ainda pouco avaliado no domínio da política de saúde. Através desses
estudos, conselheiros e demais pessoas envolvidas com o controle social têm acesso a informações mais precisas sobre demandas e prioridades
sociais na saúde, o que lhes permite maior monitoramento e aferição da eficácia dos instrumentos desse controle social.
A Lei nº 8.142, de 28 de novembro de 1990, ao dispor sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS),
estabelece, em seu primeiro artigo, o papel de cada esfera do governo na organização e na manutenção dos Conselhos de Saúde. Determina,
ainda, a realização de conferências nacionais, com periodicidade de quatro anos e com participação de representantes de vários segmentos
sociais, para avaliar a situação do setor saúde e para propor diretrizes voltadas à formulação ou ao aperfeiçoamento das políticas de saúde
existentes nos três níveis de governo.
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Até a presente data, foram realizadas treze Conferências Nacionais de Saúde. Entretanto, apenas a partir da oitava Conferência, promovida em
1986, é que se pôde alcançar resultados mais efetivos e significativos na formulação participativa das políticas nacionais do setor saúde: um
conjunto de políticas derivado de forma direta dos princípios e das diretrizes do Sistema Único de Saúde.
Os Conselhos de Saúde e as Conferências Nacionais de Saúde constituem, atualmente, os principais espaços para o exercício da participação e
do controle social na implantação e na implementação das políticas de saúde em todas as esferas de governo. O presente relatório contempla
conteúdos produzidos na 12ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em 2003, e na 13ª Conferência promovida em 2007.
A 12ª Conferência Nacional de Saúde, cujo tema central apresenta-se como “Saúde direito de todos e dever do Estado, o SUS que temos e o SUS
que queremos”, abrange dez eixos temáticos: (1) direito à saúde; (2) seguridade social e saúde; (3) intersetorialidade das ações de saúde; (4) as
três esferas de governo e a construção do SUS; (5) organização da atenção à saúde; (6) controle social e gestão participativa; (7) trabalho na
saúde; (8) ciência e tecnologia e saúde; (9) financiamento da saúde e (10) informação e comunicação em saúde. No relatório, estão
apresentadas 718 deliberações relativas a esses eixos temáticos, além de 90 moções.
A 13ª Conferência, por sua vez, com o tema central “Saúde e qualidade de vida: políticas de estado e desenvolvimento”, delimita três grandes
eixos temáticos (1) desafios para a efetivação do direito humano à saúde no século XXI: Estado, Sociedade e padrões de desenvolvimento; (2)
políticas públicas para a saúde e qualidade de vida: o SUS na Seguridade Social e o Pacto pela Saúde; e (3) participação da sociedade na
efetivação do direito humano à saúde. Os debates realizados na Conferência originam 857 deliberações e 157 moções.
Os dois eventos foram precedidos de várias conferências municipais e estaduais. Antecederam à 12ª Conferência Nacional de Saúde, que contou
com quatro mil participantes e 135 grupos de trabalho, 3.100 Conferências Municipais e 27 Estaduais. Já a 13ª Conferência Nacional de Saúde,
antecedida por 4.413 Conferências Municipais e 27 Conferências Estaduais, teve como participantes 3.068 delegados, 302 observadores e 210
convidados.
Espera-se que o presente estudo seja utilizado como referência para a 14ª Conferência Nacional de Saúde, que ocorrerá em 2011, assim como
para as conferências municipais e estaduais preparatórias.
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Este documento é subdividido em quatro partes distintas. A primeira delas apresenta considerações sobre o contexto político no qual cada
Conferência se realizou e a metodologia de trabalho. A segunda parte expõe uma análise global e sintética dos resultados obtidos, tanto
qualitativamente quanto quantitativamente. A terceira parte descreve tais resultados por categorias temáticas. A quarta e última parte
disponibiliza o Quadro de Deliberações: planilhas classificadas pelas categorias temáticas, compostos pelo conjunto de deliberações proposto
nas duas Conferências Nacionais de Saúde. Inicialmente, são trazidas as deliberações da 12ª Conferência Nacional de Saúde, seguidas pelas da
13ª Conferência. Abaixo de cada deliberação, são apresentados os instrumentos normativos associados ao conteúdo da deliberação, além de
outros comentários pertinentes.
Cada uma das partes do documento pode ser acessada pelos links disponibilizados no Sumário.
Contexto político
As duas Conferências apresentam, em sua essência, o desdobramento de dois momentos distintos da política de saúde no Brasil. A 12ª
Conferência Nacional de Saúde ocorre no início de um governo recém eleito, que preconizava, não somente em seu discurso, mas também em
suas práticas, a “mudança” como diretriz fundamental. A convocação da 12ª Conferência Nacional de Saúde, logo no início do governo, procurava
atender a essa diretriz. A implantação do SUS, na ocasião, ainda estava atrelada à implementação da Norma Operacional da Assistência à Saúde
(NOAS-SUS 01/02). Passava por um processo moroso e, principalmente, submetido às dificuldades inerentes ao ingresso de novas lideranças no
governo, tanto no plano federal quanto no estadual. Muitas das inovações propostas na NOAS, como a categorização dos municípios pólo e
sede, a exigência do Plano Diretor de Regionalização (PDR) e do Plano Diretor de Investimentos (PDI), como instrumentos de planejamento, ou
a habilitação de estados e municípios não foram contempladas no panorama da política de saúde, a não ser como intenções pouco
concretizadas.
Essa Conferência realiza-se imbuída do espírito da mudança e da proposição de múltiplas abordagens capazes de tornar a implantação do SUS
possível. Dela, originam-se, a partir do grau de liberdade de criação existente à época, um enorme número de deliberações, muitas delas com
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caráter de reiteração. O vigoroso processo normativo pós NOAS, otimizado nos anos seguintes, contempla, de forma parcial ou total, muitas
das deliberações propostas: emissão do Pacto pela Saúde e de seus componentes de Gestão, Defesa do SUS e Vida; emissão de variadas
políticas nacionais temáticas, como a Política Nacional de Assistência Farmacêutica, a Política Nacional de Práticas Integrativas e
Complementares no SUS, a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, a Política Nacional de Atenção Básica, a Política Nacional de
Promoção da Saúde, todas aprovadas entre 2004 e 2006, ou a Política Nacional de Saúde do Homem, aprovada em 2009.
Por sua vez, a 13ª Conferência Nacional de Saúde ocorre imersa em um panorama de políticas mais abrangentes, sem grandes vácuos normativos
ou necessidades imediatas de normatizações mais “duras”. Suas deliberações apresentam-se, por conseguinte, mais orientadas ao
aperfeiçoamento da norma vigente, ou ao seu cumprimento, bem como ao tema recorrente da militância em saúde: o financiamento do setor.
É assim que a reiterada postergação da regulamentação da Emenda Constitucional nº 29/00, que na 12ª Conferência Nacional de Saúde
provavelmente se configurava como uma possível vitória da luta pela implementação completa do SUS, passou a ser dimensionada como
objeto de deliberação, como mais um problema a ser resolvido.
Metodologia do trabalho
Número de deliberações analisadas
1.575 deliberações, 718 delas estabelecidas durante a 12ª Conferência Nacional de Saúde e 857, durante a 13ª Conferência Nacional de Saúde.
Coleta de dados
Dois instrumentos de coleta de dados subsidiaram o processo de análise das deliberações: pesquisa documental e entrevistas.
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O conteúdo de cada uma das deliberações foi submetido à análise documental, com objetivo de identificar a existência de instrumentos
normativos para cada um dos temas apresentados. Foram empregadas, como fontes de pesquisa, sítios eletrônicos como do Ministério da
Saúde, da Presidência da República, da Câmara dos Deputados, da ANVISA, dentre outros.
Posteriormente, com o objetivo de coletar informações adicionais, foram realizadas entrevistas com as áreas técnicas do Ministério da Saúde
(MS) e com comissões do Conselho Nacional de Saúde (CNS). Cada um dos entrevistados recebeu, previamente, o conjunto de deliberações
correspondente a sua área de atuação para análise prévia. Em algumas áreas, essa coleta de dados realizou-se por meio eletrônico.
Considerando o universo da pesquisa e o grande número de atores entrevistados, foi feita, posteriormente, uma padronização das
informações, procurando-se, assim, homogeneizar o nível de detalhamento das respostas. Nesse processo, buscou-se preservar, ao máximo, os
conteúdos fornecidos pelas áreas, além daqueles originalmente presentes nos relatórios das Conferências.
Análise dos dados
Frente à natureza do estudo, a análise dos dados atendeu, predominantemente, a abordagem qualitativa, especificamente a análise de
conteúdo. Os dados quantitativos foram analisados somente em termos de frequência e percentual.
Cabe lembrar que os relatórios das 12ª e 13ª Conferências Nacionais de Saúde empregaram distintas metodologias em sua elaboração. No
relatório da 12ª Conferência, um grande número de deliberações contempla múltiplos subitens, o que não ocorre na 13ª Conferência. Devido à
abordagem qualitativa, optou-se por manter o formato original de ambos os relatórios. Dessa forma, todos os subitens das deliberações da 12ª
Conferência Nacional de Saúde, na análise quantitativa, foram considerados como item único. O cálculo quantitativo das deliberações efetivou-se
por categoria temática, para o qual foi calculado o percentual de deliberações da categoria em relação ao total de deliberações de cada uma
das conferências. É importante salientar que muitos temas foram abordados em apenas uma deliberação e, por isso, algumas dessas
deliberações estão assinaladas com um asterisco (*). Por conseguinte, essas deliberações foram classificadas em diferentes categorias
temáticas devido ao seu amplo escopo. Essa situação faz com que o somatório de deliberações por categoria temática ultrapasse o total obtido
em cada uma das Conferências.
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A análise de conteúdo das deliberações, por sua vez, atendeu a quatro etapas distintas e consecutivas.
Primeira etapa – Divisão por categorias temáticas
Considerando todo o espectro da pauta temática do SUS, cada uma das deliberações foi analisada quanto ao seu conteúdo central. Assim, as
deliberações foram classificadas uma a uma pela categoria temática e quanto ao grau de abrangência. A ordem de identificação de cada uma
das deliberações, assim como expressa nos relatórios das respectivas Conferências, foi conservada.
Os conteúdos, agrupados e sistematizados em categorias, resultam em cinco grandes categorias temáticas.
CATEGORIA A: Princípios, diretrizes e organização do Sistema Único de Saúde - composto por deliberações relacionadas ao controle
social e à participação social; ao financiamento, à gestão e à organização da atenção à saúde.
CATEGORIA B: Áreas Transversais - abrange o conjunto de deliberações voltado às áreas de Ciência e Tecnologia; de Informação e
Comunicação em Saúde; e de Gestão do Trabalho e Educação em Saúde.
CATEGORIA C: Áreas Temáticas - compreende o conjunto de deliberações inerentes a cada uma das seguintes áreas: (1) Alimentação e
Nutrição; (2) Assistência Farmacêutica; (3) Atenção Oncológica; (4) Combate à Dengue; (5) Controle do Tabagismo; (6) Doenças
Transmissíveis; (7) DST/AIDS; (8) Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus; (9) Humanização; (10) Imunizações; (11) Média e Alta
Complexidade; (12) Práticas Integrativas e Complementares; (13) Sangue e Hemoderivados; (14) Saúde do Adolescente; (15) Saúde
Ambiental; (16) Saúde Bucal; (17) Saúde da Criança; (18) Saúde da Família; (19) Saúde do Homem; (20) Saúde do Idoso; (21) Saúde LGBT;
(22) Saúde Mental; (23) Saúde da Mulher; (24) Saúde da Pessoa Portadora de Deficiência; (25) Saúde da População Negra; (26) Saúde
dos Povos Indígenas; (27) Saúde no Sistema Penitenciário; (28) Saúde Suplementar; (29) Saúde do Trabalhador; (30) Transplante de
Órgãos e Tecidos; (31) Urgências e Emergências; (32) Vigilância Sanitária.
CATEGORIA D: Outros Enfoques - abrange deliberações relacionadas à garantia de acesso às mais variadas políticas públicas. As
deliberações foram identificadas pela pesquisa livre, no relatório das duas Conferências, das palavras chave “acesso”, “intersetorial” e
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“intersetorialidade”. Assim, cada deliberação foi categorizada em três subitens: acesso, intersetorialidade e outras demandas
(deliberações que enfocam temas relacionados a problemas nacionais e a outras políticas públicas, mas que não apresentam nenhuma
das palavras chave em seu texto).
CATEGORIA E: Excepcionalidades - contempla deliberações relacionadas a situações focais ou restritas em termos de abrangência
temporal e geográfica.
Segunda etapa – Categorização por linha de ação
Concluída a categorização por categoria temática, as deliberações foram agrupadas em subcategorias de acordo com o conteúdo apresentado,
como, por exemplo, garantia e/ou expansão de serviços, garantia e/ou expansão de financiamento, melhoria dos processos de trabalho,
regulamentação profissional, implementação e/ou expansão da política, etc.
Terceira etapa – Categorização pelo modo de implementação
A terceira etapa de análise compreendeu a categorização do conjunto de deliberações de cada categoria temática quanto ao modo de
implementação. Para tal, foram empregadas as seguintes categorias:
(a) proposta já contemplada por algum instrumento normativo;
(b) proposta não contemplada por nenhum instrumento normativo; e
(c) proposta pontual ou que escape ao escopo das políticas de saúde, portanto não analisada quanto à legalidade. O quadro de deliberações,
anexo a esse documento, apresenta o resultado dessa categorização.
Quarta etapa – Categorização quanto à abrangência e à governabilidade
Posteriormente, o conjunto de deliberações de cada categoria temática foi analisado quanto a sua abrangência, sendo cada deliberação
classificada em uma das categorias a seguir:
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(a) ação setorial típica - aquela sobre a qual a governabilidade pertence exclusivamente ao setor saúde;
(b) ação intersetorial - aquela cuja implementação necessita do setor saúde, mas também depende da interação com outras áreas de governo
ou com a sociedade; e
(c) ação extrassetorial - aquela que pertence ao domínio e à governabilidade de outros setores externos à saúde.
Considera-se como intersetorialidade a articulação entre setores sociais diversos e, portanto, entre atores, saberes e poderes diversos, voltada
ao enfrentamento de problemas complexos e à construção de políticas públicas a partir da superação e da fragmentação dos conhecimentos e,
principalmente, das estruturas sociais.
Cada deliberação foi categorizada por:
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Modelo de apresentação dos quadros de análise das deliberações das 12ª e 13ª Conferências Nacionais de Saúde:
Categoria Temática
Conferência Nacional de Saúde
Subcategorização (organizada de acordo com o conteúdo apresentado)
(*) – Caso a deliberação esteja contemplada em mais de uma categoria temática
Número do eixo, conforme relatório da 12ª ou 13ª Conferência – número da deliberação – Texto da deliberação na íntegra
Legislação
COMENTÁRIOS
Exemplo:
Controle Social/Participação Popular
12ª Conferência Nacional de Saúde
Criação de Secretarias no MS - câmaras técnicas - comissões temáticas
*Eixo VIII – 51 - Implementar as Comissões Temáticas de Ciência e Tecnologia em Saúde no âmbito dos Conselhos de Saúde, com participação efetiva do controle social.
COMENTÁRIOS
Comissão Intersetorial de Ciência e Tecnologia (CICT) instituída com a Resolução CNS n.º 011, de 31 de outubro de 1991 e reestruturada pela Resolução n.º 386, de
14 de Junho de 2007.
Depende também de decisão política e da gestão de outra esfera do governo, com interveniência do controle social.
Ação intersetorial.
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Análise sintética e global dos resultados
Tanto a 12ª quanto a 13ª Conferência Nacional de Saúde – e certamente as que lhes antecederam antes de 1986 – possuem um denominador
comum, uma autêntica “linha mestra” relativa às deliberações: a defesa clara e decidida dos princípios consagrados na Constituição Federal de
1988 para a saúde. Assim, são bastante frequentes e incisivas as reivindicações e demandas relativas aos temas da agenda do SUS, tais como:
direito à saúde; responsabilidade pública; relevância da formulação das políticas; financiamento garantido e compartilhado; descentralização;
regionalização; responsabilização e prestação de contas dos gestores; papel complementar do setor privado; definição das atribuições do SUS;
defesa intransigente e da ampliação das atribuições dos instrumentos; mecanismos vigentes de controle social na saúde etc.
Sob essa ótica, de forma natural, grande parte das deliberações expressa verbos que conotam algum tipo de decisão, como: ampliar; definir;
garantir; estabelecer; implantar; implementar; incrementar; promover; mudar; ajustar; desenvolver, entre outros. Esses verbos demonstram
claramente que os princípios e as diretrizes do SUS não são negados ou mesmo questionados, mas reafirmados. Assim, a maioria das
reivindicações imprime ao SUS não a configuração de um “problema”, mas de uma “solução” a ser ampliada e aprimorada.
As duas Conferências enfatizam a pluralidade crescente da sociedade e dos interesses nela presentes – o que não significa uma ameaça aos
valores universais. As deliberações têm como foco propor medidas que garantam o efetivo respeito ao princípio da equidade (em saúde e
social) e o alcance da integralidade, princípios do Sistema Únicos de Saúde. Por conseguinte, abordam a importância de que as práticas de
saúde desencadeadas pelo SUS respeitem a diversidade sociocultural. Uma diversidade associada tanto a condições – doenças, riscos,
deficiências, necessidades especiais, vulnerabilidades – quanto a ciclos de vida – infância, juventude, velhice. Paralelamente, defendem a
garantia e a ampliação do acesso à saúde para pessoas que pertençam a grupos com diversidade cultural e tradições específicas, como a
população indígena, a afro-brasileira, ou os grupos de lésbicas, gays, bissexuais e transexuais (LGBT). Além disso, as Conferências abordam
temas relativamente novos para as políticas de saúde, como a saúde da população carcerária e a rejeição à homofobia.
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Muitas das deliberações têm, em seu conteúdo, caráter de “recomendação”, voltadas aos gestores, às comissões intergestoras, aos próprios
conselhos de saúde de outras esferas ou aos organismos e entidades de setores externos à saúde. Tratam de temas que são objetos de
legislação específica ou, de alguma forma, já normatizados. Outro grande contingente de deliberações dirige-se aos conselhos de saúde,
mesmo em se tratando de assuntos de competência aparentemente exclusiva dos gestores – nesses casos, possivelmente, por ser a execução
efetiva dependente dos mecanismos de fiscalização e de cobrança que as leis e as normas do SUS atribuem aos organismos de controle social.
Tais deliberações, identificadas no Quadro de Deliberações pela expressão “recomendação para possível inclusão em pauta do controle social
da saúde”, ou por expressão similar, traduzem o caráter de dependência que as implementações na área de saúde possuem em relação ao
posicionamento político dos gestores. Apesar do amparo legal e normativo, a implementação depende de ação política, seja dos conselhos de
saúde ou dos gestores.
Por outro lado, “garantir e ampliar recursos” para alguma atividade ou para todo o conjunto de uma política apresenta-se como expressão de
uso corrente nas deliberações. Análise superficial pode sugerir a não implementação de determinados aspectos de uma política de saúde.
Porém, este tipo de raciocínio deve ser relativizado, uma vez que a ampliação de recursos está associada, na maioria das deliberações sobre o
tema, não somente a ações e a políticas já dispostas em leis ou em normas efetivamente em prática no SUS, mas também à ampliação da
prestação dos serviços executados. Trata-se, portanto, do aumento e do aperfeiçoamento dos serviços de saúde, algo que ultrapassa, que diz
respeito à política de financiamento do SUS. Esse conjunto de deliberações atribui ao financiamento caráter de transversalidade e de
fundamental importância ao SUS. As deliberações apontam a necessidade de que as ações e os serviços de saúde tenham financiamento mais
intensivo e regular, que ocorra uma distribuição mais equânime dos recursos e uma gestão mais eficiente.
A grande maioria das deliberações foi categorizada como dependente de decisão política e da gestão de outra esfera do governo. Tal resultado
manifesta os princípios filosóficos do SUS, ou seja, o compartilhamento de responsabilidades entre as três esferas federativas. Com efeito,
parte apreciável do que é demandado nas plenárias diz respeito a aspectos já contemplados na legislação do SUS, de caráter nacional ou
federal, cuja execução é de competência das unidades federativas subnacionais, estados e, principalmente, municípios. Essa afirmativa não tem
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o propósito de eximir o nível federal de governo das suas responsabilidades de financiamento e de cooperação técnica, mas sim de sinalizar o
papel dos diferentes componentes da Federação.
É preciso ressaltar que a dinâmica dos debates ocorridos e o grau de generalização das deliberações se diferenciam de acordo com o nível de
gestão de cada uma das Conferências. No nível nacional, o grau de generalidade e de amplitude das deliberações revela-se maior, para que
sejam aplicáveis ao sistema em âmbito nacional. No âmbito estadual e local, nota-se maior especificidade das recomendações, uma vez que
essas refletem situações particulares a serem enfrentadas pelo município ou pelo estado. Entretanto, em relação à 12ª e à 13ª Conferências
Nacionais de Saúde, muitas das deliberações voltam-se à implementação e à execução de políticas no nível local, devendo ser mais fielmente
categorizadas como “recomendação” para outra esfera de governo. Observa-se, ao mesmo tempo, um grande número de deliberações
dirigidas, explicitamente, ao Ministério da Saúde, do qual se espera mais determinação, ou mesmo, mais intervenção em aspectos da realidade
estadual, regional ou local. Tal expectativa deve, também, ser relativizada ou talvez minimizada, pois o seu atendimento confronta-se com a
forte autonomia federativa dos três entes de governo. Muitas deliberações supostamente não atendidas ou não implementadas decorrem das
limitações impostas pelo modelo federativo e pela complexa cadeia de decisões dele derivada.
Sob essa ótica, constata-se quantidade significativa de deliberações voltadas à necessidade de maior definição dos atributos e das
responsabilidades das esferas de governo; de aperfeiçoamento dos instrumentos de informação; de maior utilização e de aperfeiçoamento dos
instrumentos de planejamento locorregional; de controle e de auditoria dos recursos empregados na saúde; de implementação e de
planejamento do Cartão SUS e de responsabilização dos gestores, dentre outros aspectos.
Algumas deliberações recomendam o cumprimento efetivo da legislação do SUS, ou seja, sugerem que o Ministério da Saúde, as secretarias
estaduais e municipais de saúde “simplesmente cumpram” as leis já existentes. Tais propostas abrangem conteúdos como implementação de
políticas de saúde que assegurem os princípios do SUS; promoção e ampliação do acesso aos serviços de saúde; atendimento às necessidades
reais da população; contribuição para superação das desigualdades inter-regionais e promoção de mudanças estruturais na composição da
rede de atenção à saúde, mediante a reorientação do modelo de atenção.
23
Paralelamente, um conjunto de deliberações contempla ações intersetoriais, isto é, depende de uma cadeia complexa de decisões, que tem a
saúde como um de seus elos, mas que também pressupõe o envolvimento de outros atores, como o Poder Legislativo, o Judiciário, outros
Ministérios, a Academia, iniciativa privada ou instâncias remotas à saúde e ao país.
Significativo contingente de deliberações enfoca temas relacionados a problemas nacionais e a outras políticas públicas. Grande número de
deliberações, um total de 256, que representa 16,3% do total das duas Conferências, foi classificado como “outros enfoques”. É preciso
ressaltar que se trata de deliberações que ultrapassam a governabilidade do setor de saúde.
Quase a totalidade das deliberações propostas apresenta o seu conteúdo contemplado por algum instrumento normativo. Entretanto, deve-se
destacar que algumas deliberações sugerem a regulamentação de determinados instrumentos legais necessários ao aperfeiçoamento do SUS,
como a Emenda Constitucional nº 29/00 (EC 29), a Lei de Responsabilidade Sanitária, o artigo 35 da Lei nº 8.080/90 e a formulação de
determinadas políticas sob a forma de lei e não de portarias.
Por fim, é importante enfatizar a promulgação recente do Decreto nº 7.058, de junho de 2011, que ao regulamentar a Lei nº 8.080/90,
apresenta uma série de avanços na política de saúde, muitos deles objetos de demanda por parte dos participantes das duas Conferências em
pauta. Entre outros aspectos, esse Decreto contempla dispositivos nos campos do planejamento, da assistência e da articulação interfederativa,
como, por exemplo, a formação das regiões de saúde; a definição de contratos organizativos, entre entes federativos, relativos à ação pública
como instrumento de colaboração e corresponsabilização; a definição mais precisa das portas de entrada no sistema de saúde; a estruturação
das comissões intergestores bi e tripartite; a construção do Mapa da Saúde, em termos de distribuição geográfica de recursos humanos e de
ações e serviços de saúde ofertados pelo SUS; a conceituação mais precisa das redes de atenção à saúde e o estabelecimento das diretrizes
relativas ao uso dos protocolos clínicos.
Análise quantitativa
24
Análise quantitativa dos dados sugere o agrupamento das deliberações em três grupos distintos, de acordo com a frequência das proposições:
(a) frequência superior a 10%; (b) frequência entre 3 a 5%; e (c) frequência inferior a 3%. Observa-se que a frequência de deliberações, na
maioria das categorias temáticas, de uma Conferência para outra não apresenta diferença significativa.
O primeiro grupo, com frequência superior a 10 %, contempla deliberações sobre problemas nacionais e sobre outras políticas públicas,
categoria denominada, neste documento, como “outros enfoques”, com 176 deliberações (11,2%). Abrange, também, as categorias controle
social/participação social, com 221 deliberações (14%); financiamento da saúde, com 174 deliberações (11%); gestão do trabalho e educação
em saúde, com 172 deliberações (10,9%). É importante salientar que a categoria informação e comunicação em saúde apresenta frequência
superior a 10% na 12ª Conferência Nacional de Saúde (11,42%) e inferior a 3% na 13ª Conferência Nacional de Saúde (2,2%). Provavelmente,
esse resultado associa-se a questões contextuais da política de saúde, tais como a realização de conferências temáticas em momento próximo
ao início de governo ou a recente emissão de documentos normativos.
O segundo grupo, cuja frequência varia entre 3% e 5%, abarca as categorias temáticas: gestão do SUS (4,8%), assistência farmacêutica (3,3%) e
ciência e tecnologia em saúde (4,8%). Salienta-se disparidade na frequência das deliberações da categoria ciência e tecnologia em saúde nas
duas Conferências, com 8,9% na 12ª Conferência Nacional de Saúde e 0,9% na 13ª. Esse resultado provavelmente reflete o fato da 12ª
Conferência ter ocorrido imediatamente após a Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia em Saúde.
As demais categorias temáticas apresentam frequência inferior a 3% (ver quadro abaixo).
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Quadro das categorias temáticas:
Categoria Temática 12ª Conferência
Nacional de Saúde
Percentual 13ª Conferência
Nacional de Saúde
Percentual Total de
deliberações
Percentual
CATEGORIA A - Princípios, diretrizes e organização do Sistema Único de Saúde
Controle Social/Participação
Popular
83 11,5% 138 16,1% 221 14%
Financiamento 92 12,8% 83 9,5% 175 11 %
Gestão do SUS 37 5,1% 39 4,5% 76 4,8%
Organização da Atenção à
Saúde
21 2,9% - - 21 1,3%
CATEGORIA B - Áreas Transversais
Ciência e Tecnologia 64 8,9% 8 0,9% 72 4,8%
Gestão do Trabalho e Educação
em Saúde
86 10% 86 12% 172 10,9%
Informação e Comunicação 78 10,8% 19 2,2% 97 6,1%
CATEGORIA C - Áreas Temáticas
Alimentação e Nutrição 8 1,1% 13 1,2% 21 1,2%
Assistência Farmacêutica 27 3,7 % 25 2,9% 52 3,3%
Atenção Oncológica 6 0,8% 8 0,9% 11 0,7%
Combate à Dengue - - 3 0,3% 3 0,2%
Controle do Tabagismo 5 0,7% 2 0,2% 7 0,4%
26
Doenças Transmissíveis 7 0,9 % 10 1% 16 1%
DST/AIDS 8 1,1% 8 0,9% 16 1%
Hipertensão Arterial e
Diabetes Mellitus
2 0,3% 2 0,2% 4 0,2%
Humanização 1 0,1% 4 0,5% 5 0,3%
Imunizações - - 2 0,002% 2 0,001%
Média e Alta Complexidade 7 1% 16 1,5% 21 1,3%
Práticas Integrativas e
Complementares
1 0,1% 4 0,4% 5 0,3%
Sangue e Hemoderivados 3 0,4% 8 0,8% 10 0,6%
Saúde do Adolescente 12 1,7% 8 0,9% 20 1,3%
Saúde Ambiental 14 1,9% 10 1,1% 24 1,5%
Saúde Bucal 3 0,4 % 16 1,8% 19 1,1%
Saúde da Criança 14 1,9 % 7 0,8% 21 1,3%
Saúde da Família 8 1,1 % 17 1,6 % 25 1,4 %
Saúde do Homem 3 0,4% 3 0,3% 6 0,4%
Saúde do Idoso 10 1,4 % 11 1,3% 21 1,3%
Saúde LGBT 1 0,1% 3 0,3% 4 0,2%
Saúde Mental 14 1,9 % 21 2,4% 35 2,2%
Saúde da Mulher 11 1,5% 20 2,2% 31 1,9%
Saúde da Pessoa Portadora de
Deficiência
9 1,3% 19 2,2% 28 1,8%
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Saúde da População Negra 8 1,1 % 9 1% 17 1,1%
Saúde dos Povos Indígenas 5 0,8% 16 1,8% 21 1,3%
Saúde no Sistema Penitenciário 5 0,7 % 2 0,1% 7 0,4%
Saúde Suplementar 5 0,7 % 2 0,2 % 7 0,4%
Saúde do Trabalhador 12 1,7 % 33 3,8% 45 2,8%
Transplante de Órgãos e
Tecidos
1 0,1 % 4 0,4% 5 0,3%
Urgências e Emergências 2 0,3% 7 0,8% 9 0,6%
Vigilância Sanitária 4 0,6% 10 1,2% 14 0,9%
CATEGORIA D - Outros enfoques
Outros enfoques 131 18,2% 125 14,6% 256 16,3%
CATEGORIA E - Excepcionalidades
Excepcionalidades 1 0,1% 10 1,2% 11 0,9%
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Quadros de análise das deliberações das 12ª e 13ª Conferências Nacionais de Saúde:
CATEGORIA A - PRINCÍPIOS, DIRETRIZES E ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
CATEGORIA A – 1 - CONTROLE SOCIAL/PARTICIPAÇÃO POPULAR
Controle Social/Participação
Popular
Conferências %
Total 221 deliberações 1.575 deliberações 14 %
12ª Conferência 83 deliberações 718 deliberações 11,5 %
13ª Conferência 138 deliberações 857 deliberações 16,1%
A maior parte das deliberações apresentadas nas Conferências Nacionais de Saúde 12ª e 13ª pode ser enquadrada na categoria “decisão local,
com interveniência direta do controle social”, seguida, de perto, pelas deliberações dependentes de “ação intersetorial”, por exemplo, com o
Ministério Público, com o Judiciário ou mesmo com instituições do Executivo com responsabilidade na política social, assim como conselhos
participativos de outras áreas temáticas.
Muitas das deliberações já fazem parte, na verdade, do estatuto legal normativo vigente, particularmente da Resolução CNS nº 333/2003, de 4
de novembro de 2003. Assim, o caráter dado pelas expressões “fortalecimento”, “incentivo”, “reforço” e outras, presentes em muitas
deliberações, pode significar tão somente preocupação com o efetivo cumprimento do que já estava explicitado na norma, ou, em alguns
outros casos, do que deveria ser mais explicitado em norma ainda por ser elaborada.
29
É forte nas deliberações das duas Conferências o apelo ao detalhamento, ampliação e garantia de eficácia dos mecanismos de controle social já
vigentes no País, independente da necessidade de se criar novas leis ou normas para tanto. Alguns exemplos podem ser citados: criação de
fóruns específicos (patologias, saúde indígena, saúde da população afrodescendente etc.); desenvolvimento de ação intersetorial, por meio dos
instrumentos de controle social (conferências conjuntas de seguridade social, por exemplo); inclusão da juventude nos instrumentos de
controle social em saúde; criação de conselhos gestores locais; definição de barreiras para representação nos conselhos, por exemplo, de
consanguíneos ou portadores de cargos comissionados no Executivo; ampliação da habilitação para presidência dos conselhos; dotação de
recursos e infraestrutura por parte do Executivo, além de outras deliberações nesse sentido.
A preocupação com comunicação com a sociedade é bastante marcante. Estão apresentadas numerosas propostas que vão desde a criação de
mecanismos singelos no nível das unidades de saúde (caixas de coleta de sugestões e reclamações) até a proposta de política específica de
comunicação e educação voltada para o controle social em saúde.
É recorrente o interesse de maior participação dos organismos de controle social em questões e ações que poderiam ser consideradas típicas
do Gestor, podendo se citar como exemplos: as recomendações para que Comissão Intergestores Bipartite (CIB) e Comissão Intergestores
Tripartite (CIT) não ultrapassem o que é domínio dos Conselhos; a participação mais direta dos conselhos na formulação de políticas, bem como
em comitês da alçada do gestor; a criação de uma Secretaria Nacional para a Saúde Indígena; ações de acompanhamento e monitoramento de
políticas e assim por diante.
Uma parte das deliberações das Conferências Nacionais de Saúde diz respeito a considerações que poderiam ser rotuladas como verdadeiras
“recomendações” ao Conselho Nacional de Saúde (CNS), no sentido de que este agilize procedimentos, desenvolva programas internos e
interaja com outras instâncias em busca de objetivos que, em síntese, correspondem àqueles do conjunto das deliberações propostas no
evento. Em outras palavras, esta síntese pode ser traduzida como reforço político e filosófico ao Sistema de Saúde criado pela constituição de
1988. Não se trata, portanto, de maneira geral, de definições ”novas”, no sentido de que careçam da criação de leis ou normas específicas.
Antes, devem ser percebidas como recomendações relativas ao aprimoramento dos processos de controle social no País.
30
As recomendações não se atêm somente à esfera direta do CNS. Muito frequentemente se estendem à regulação direta do processo de
controle social em saúde no País como um todo, sem impedimento de que apresentem desdobramentos em termos intersetoriais, conforme
estará mais detalhado abaixo, no item correspondente (integração e intersetorialidade). Da mesma forma, é frequente a necessidade de que a
interação se dê diretamente com os gestores de saúde, no sentido de que estes cumpram as leis e normas já em vigor ou desenvolvam
processos decisórios a partir de normas a serem criadas, sempre sob fiscalização dos conselhos, aspecto que se aplica às três esferas
federativas.
Assim, as recomendações podem ser analisadas em cinco componentes: (a) informação, comunicação e divulgação; (b) aspectos instrumentais
do controle social em saúde; (c) integração e intersetorialidade; (d) ações relativas a situações e grupos específicos ou particularmente
vulneráveis; (e) situações de interesse pontual, restrito ou temporário.
Uma visão sintética, sem deixar de ser abrangente o bastante para contemplar as deliberações em sua amplitude é mostrada abaixo.
Informação, Comunicação, Divulgação
a. Implementação e ou aperfeiçoamento de política de informação, comunicação, educação permanente e popular em saúde nas três
esferas de Governo, seja diretamente no âmbito do Executivo, seja dos conselhos de Saúde.
b. Apelo o à formação de uma a rede de informação em saúde em âmbito nacional.
c. Divulgação de conteúdos relativos ao SUS em geral e ao controle social, em particular, entre eles: o texto constitucional; as Leis nº 8.080
e nº 8.142; os processos legislativos em curso; as deliberações dos conselhos e das conferências; as informações epidemiológicas
devidamente analisadas e explicitadas; os eventos da área da saúde, com ênfase na divulgação relativa à aplicação dos recursos.
d. Divulgação e monitoramento, de forma participativa, das deliberações das conferências de saúde nas três esferas de governo.
e. Utilização de mídias adequadas a cada público, tais como imprensa formal e alternativa, rádios comunitárias, inclusive com utilização de
linguagens Braile e Libras.
31
f. Desenvolver processos e instrumentos de informação e comunicação em regime de parcerias, entre elas: Conselhos de Saúde;
Ministério Público, PROCON, OAB, Conselhos Profissionais, setor da Educação; Ouvidorias, Institutos de Defesa do Consumidor (IDEC),
instituições universitárias, movimentos sociais, sindicatos, ONG, Legislativo, rede de serviços do SUS, entre outros.
g. Criação, aperfeiçoamento e financiamento adequado das comissões de comunicação, informação e educação popular em saúde no
âmbito dos conselhos de saúde dos três níveis de governo, de forma a favorecer a intersetorialidade e ampliar a interação e articulação
entre os demais conselhos de direitos e de políticas setoriais.
h. Definição de calendário anual e divulgação antecipada das reuniões dos Conselhos de Saúde, como estratégia de ampliar a informação e
sensibilizar a comunidade para a prática do controle social.
i. Obrigatoriedade de tempo para divulgação do SUS e do controle social a ser estabelecida nos contratos de concessões de radio e TV,
inclusive participação do CNS no Conselho Gestor da TV estatal.
Instrumentalização do Controle Social
a. Alternar a realização das Conferências Nacionais de Saúde com as Plenárias Nacionais dos Conselhos de Saúde.
b. Promover ampla avaliação do processo de participação e controle social do SUS, em todas as esferas de gestão, de forma a aperfeiçoar
os respectivos processos, inovando suas estratégias e práticas.
c. Reorganização e aperfeiçoamento da estratégia de Plenárias Nacionais de Conselhos de Saúde, com seu funcionamento permanente,
representação proporcional dos estados, além do custeio dos participantes pelo Poder Público da esfera de governo correspondente.
d. Desenvolver esforços para criar legislação e normas relativas à implantação de Conselhos Gestores, de caráter paritário e deliberativo,
em todas as unidades e serviços próprios do SUS e conveniados.
e. Revisão da metodologia da realização das Conferências de Saúde de forma a estipular um número mínimo de propostas estruturantes
por eixo temático, visando possibilitar a efetiva fiscalização, o acompanhamento e a avaliação pelos respectivos Conselhos de Saúde,
com ampliação da utilização de tecnologias de informação já desenvolvidas no âmbito do controle social no País.
32
f. Garantir representatividade e qualidade da participação nas Conferências de Saúde mediante: eleição direta prévia de delegados nas
conferências e não meramente sua indicação por segmentos ou gestores; entrega antecipada aos delegados dos relatórios
consolidados; cobertura financeira para deslocamento, alimentação e hospedagem de delegados: certificação de delegados que leve em
conta a efetiva participação integral no evento.
g. Desenvolver processos de monitoramento de implementação das propostas deliberações das conferências gerais e temáticas em saúde,
incluindo a realização de plenárias de avaliação com ampla participação popular, tendo como pressuposto a ampla divulgação das
informações pelos vários meios de comunicação.
Integração e intersetorialidade
a. Ampliar e aperfeiçoar as ações desenvolvidas entre o CNS e demais conselhos de saúde e órgãos e entidades diversos, entre eles a
Agência Nacional de Vigilância Sanitária; IBGE; Ministério Público, Judiciário; Legislativo; Tribunais de Contas, universidades, sindicatos,
associações profissionais, entidades do movimento social etc.
b. Criação, no âmbito dos Conselhos de Saúde de espaços de discussão interdisciplinar e intersetorial, com realização de fóruns
permanentes de debates sobre políticas de saúde e programas prioritários do governo, esclarecendo a população sobre seus direitos e
deveres.
c. Propostas específicas relativas ao Judiciário e Ministério Público: ampliação dos quadros de promotores da saúde para que estes possam
estar presentes em todos os municípios, visando fortalecer a atuação dos conselhos; desenvolvimento de protocolos para análise das
solicitações dos usuários dirigidas ao SUS; maior rapidez e eficiência na apuração e punição de fraudes e malversação de recursos
financeiros e materiais; fazer com que o não-cumprimento das resoluções dos conselhos seja caracterizado como improbidade
administrativa; inclusão no currículo de formação de Promotores e Magistrados de conteúdos relacionados à legislação e
especificamente ao controle social no SUS.
d. Proposta específica relativa aos Tribunais de Contas: assegurar que Conselheiros de Saúde, devidamente cadastrados, sejam autorizados
a participar do processo de fiscalização da tramitação das prestações de contas dos municípios.
33
Ações relativas a situações e grupos específicos ou particularmente vulneráveis
a. Criação de Distritos Sanitários Especiais para populações tradicionais específicas (quilombolas, comunidades negras rurais, ciganos), com
mecanismos participativos de conformidade com o SUS.
b. Apoio geral aos movimentos sociais e populares nas suas ações de defesa dos direitos humanos, da saúde e da cidadania.
c. Que as especificidades de determinados segmentos sejam automaticamente expandidas a outros movimentos e segmentos que
apresentarem a mesma especificidade.
d. Solicitação ao CNS para convocação de variadas conferências temáticas e intersetoriais, entre elas, Saúde Mental, Assistência
Farmacêutica, DST/Aids, Saúde Ambiental, Comunicação, Informação e Informática, Saúde da Pessoa com Deficiência, Saúde Indígena,
Vigilância Sanitária, Alimentação e Nutrição, Saúde para os Povos do Campo e das Florestas, Saúde da População Negra, Ciência e
Tecnologia em Saúde, Assistência Social e Direitos Previdenciários.
e. Viabilização financeira das Comissões Intersetoriais de Saúde do Trabalhador (CIST) nos três níveis de representação.
f. Que o IBGE realize pesquisa sobre a mortalidade de crianças e adolescentes portadores de doenças falciformes.
Situações de interesse pontual, restrito ou temporário
a. Criação de comissões especiais para: investigar valores pagos por procedimentos laboratoriais, de modo a garantir sua execução com a
qualidade necessária; avaliação dos processos de habilitação de hospitais e laboratórios para realizar transplantes de órgãos, tecidos e
exames de histocompatibilidade.
b. Fiscalização da implementação das comissões temáticas, inclusive de Endemias e Doenças Emergentes nos conselhos dos três âmbitos
de governo.
c. Ênfase na maior regulação relativa à criação e ampliação de cursos em todos os níveis de formação em saúde.
d. Proposta específica para o Distrito Federal: como o mesmo não possui municípios, que seus Conselhos Regionais de Saúde sejam
equiparados aos Conselhos Municipais de Saúde, fortalecendo-os como instâncias deliberativas, fiscalizadoras e portadoras de
autonomia relativa aos serviços de saúde.
34
e. Busca de subsídios e promoção de debates entre conselhos de saúde, especialistas, academias, profissionais e outros atores
interessados sobre o tema dos riscos sociais, físicos, ambientais e econômicos envolvidos com o uso das nanotecnologias.
f. Maior fiscalização dos conselhos estaduais e municipais que não estejam cumprindo com o Programa de Inclusão Digital (PID).
g. Revisão da Resolução n.º 240/97, relativa à participação de usuários nos Comitês de Ética em Pesquisa (CEP), com exigência formal de
criação de CEP em toda e qualquer instituição pública ou privada que desenvolva pesquisa com seres humanos.
h. Que as resoluções da III Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador sejam incorporadas às da 13ª Conferência Nacional de Saúde.
Embora as deliberações tenham sido analisadas dentro dos cinco itens apresentados acima, elas foram classificadas de forma diferente nos
quadros mostrados na seção seguinte, de acordo com as categorizações utilizadas nos relatórios das Conferências. Assim, a 12ª Conferência
traz a seguinte classificação: articulação intersetorial; responsabilidades e competências das três esferas de Governo; gestão participativa;
políticas públicas; organização e funcionamento dos Conselhos de Saúde; atribuições dos Conselhos de Saúde; relações com os Poderes
Legislativo, Executivo e com o Ministério Público; criação de secretarias no Ministério da Saúde – câmaras técnicas e comissões temáticas;
conferências – fóruns de acompanhamento – conferências temáticas; instrumentos para o fortalecimento do controle social e da gestão
participativa; ciência, tecnologia e saúde; e, por fim, comunicação e informação em saúde.
As deliberações da 13ª Conferência também apresentam uma categorização específica, como definido a seguir: atribuições dos Conselhos de
Saúde; organização e funcionamento dos Conselhos de Saúde; articulação intersetorial; processo de participação no SUS; outras formas de
gestão participativa; relação do CNS com os Poderes Legislativo e Judiciário - Ministério Público - Tribunais de Contas; comunicação e
informação em saúde; conferências nacionais de saúde - conferências temáticas; fóruns - câmaras técnicas - comissões temáticas; organização,
funcionamento e financiamento dos Conselhos de Saúde; controle social nas esferas de governo – regionalização; responsabilidades e
competências das três esferas de governo; Formação profissional e gestão do trabalho em saúde.
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Controle Social/Participação Popular
12ª Conferência Nacional de Saúde
Articulação intersetorial
Eixo III – 34 - Articular a integração dos Conselhos de Saúde e ouvidorias, nas três esferas de governo, com outros segmentos institucionais, ONG e movimentos afins à
saúde, visando a garantir a disponibilidade de infra-estruturas logísticas e financeiras para o funcionamento dos Conselhos de Saúde e ouvidorias, considerando a realidade
de cada local.
COMENTÁRIOS
Depende também de decisão política e da gestão de outra esfera do governo, com interveniência do controle social.
Ação intersetorial.
Eixo IV – 2 - Formalizar junto ao Ministério Público, um Termo de Ajustamento de Conduta aprovado pelo respectivo Conselho de Saúde para municípios e estados em
qualquer condição de gestão e para a União sobre o não cumprimento, até 2003, do estabelecido na Emenda Constitucional n.º 29/00.
COMENTÁRIOS
Ação intersetorial.
Eixo IV – 3 - Criar mecanismos e processos eficientes de repactuação dos serviços de saúde, com envolvimento dos gestores das três esferas de governo e participação dos
trabalhadores e usuários nos Conselhos de Saúde.
COMENTÁRIOS
Previsto no Pacto pela Saúde.
Depende também de decisão política e da gestão de outra esfera do governo.
Eixo VI – 15 - Promover a articulação, nas três esferas de governo, entre os Conselhos de Saúde e demais conselhos de políticas públicas, particularmente da área social,
incluindo os movimentos sociais, com vistas à elaboração de uma agenda intersetorial pactuada que oriente ações conjuntas para a promoção do controle social,
estabelecendo estratégias e mecanismos – tais como fórum intersetorial de debates, palestras, seminários e encontros – que possibilitem a interlocução continuada entre
36
os diversos conselhos, viabilizando também:
I. estratégias e mecanismos legais para criação de Conferências Intersetoriais Estaduais, não apenas dos grandes centros urbanos, de forma a gerar recursos para
outras cidades;
II. estímulo aos Conselhos de Saúde para que entidades de moradores e ONGs participem na divulgação de serviços de saúde esclarecendo a população quanto à
atenção básica de saúde, assim como acerca do controle social e da gestão participativa;
III. estímulo à criação de fórum de patologias, por intermédio dos Conselhos Municipais e Estaduais de Saúde, visando ao fortalecimento do segmento de
IV. usuários.
COMENTÁRIOS
Recomendações ao controle social.
Ação intersetorial.
Eixo VI - 6 - Promover mobilização contra a Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) n.º 2.999/03, impetrada pela governadora do Estado do Rio de Janeiro contra a
Resolução n.º 322/03 do Conselho Nacional de Saúde, que aprova diretrizes acerca da Emenda Constitucional 29/00.
COMENTÁRIOS
Situação transitória superada.
*Eixo VI – 16 - Melhorar a interlocução entre os Conselhos Nacionais de Saúde e de Previdência Social, bem como entre os gestores das duas áreas, com vistas a ampliar a
discussão sobre direito previdenciário, assistência social, trabalho e Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
COMENTÁRIOS
Caráter de recomendação.
Depende também de decisão política e da gestão de outra esfera do governo.
Ação intersetorial.
Responsabilidades e competências das três esferas de Governo
Eixo IV – 7 - Indicar ao Conselho Nacional de Saúde a necessidade de publicar as atribuições de cada esfera de governo estabelecidas na Lei nº 8.080/90, em linguagem
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acessível à população, incluindo a impressão em braile, as siglas escritas por extenso e com informações sobre numeração e conteúdo das leis.
COMENTÁRIOS
Recomendação ao CNS.
Eixo IV – 9 - Redefinir o papel do governo estadual no SUS aumentando sua participação no financiamento da saúde municipal, com critérios definidos pelas instâncias de
gestão, discutidos e aprovados pelo Conselho Estadual de Saúde, encaminhando as decisões para o Conselho Nacional de Saúde e com fiscalização dos recursos da área de
saúde pelos órgãos competentes.
COMENTÁRIOS
Aspectos definidos na Lei 8.080, Capítulo IV e no Pacto pela Saúde.
Depende também de decisão política e da gestão de outra esfera do governo.
Eixo IV – 10 - Promover a pactuação e a repactuação entre as três esferas de governo nas comissões intergestores em relação ao desenvolvimento da seguinte ação: apoio
e fortalecimento do controle social, garantindo a estrutura física adequada e os recursos necessários para o funcionamento dos conselhos e os respectivos orçamentos.
COMENTÁRIOS
Recomendação às CIB e CIT.
Depende de decisão das comissões.
Eixo IV – 36 - Regulamentar, implantar, implementar e garantir o funcionamento, segundo os princípios do SUS, pelas três esferas de governo e com controle social por
meio dos Conselhos de Saúde, de consórcios públicos intermunicipais e entre estados limítrofes para a garantia do atendimento especializado de média e alta
complexidade, fundamentais para a integralidade da atenção, garantindo-se incentivo do Ministério da Saúde para o seu funcionamento.
COMENTÁRIOS
Contemplado em legislação - Lei nº 11.107, de 6 de abril de 2005.
Depende também de decisão política e da gestão de outra esfera do governo.
Eixo IV – 38 - Incrementar, aperfeiçoar e implementar, nas três esferas de governo, o processo de trabalho, o sistema, as ações e os serviços de planejamento,
38
acompanhamento, controle, avaliação e auditoria do sistema de saúde por meio da criação de comissões intersetoriais ampliadas com a participação dos conselhos,
visando a eliminar as perdas decorrentes da má utilização dos recursos e observando a relação entre o atendimento programado e o atendimento ofertado pelos
municípios.
COMENTÁRIOS
Depende também de decisão política e da gestão de outra esfera do governo.
Ação intersetorial.
Eixo VI – 43 - Garantir que as três esferas de governo se responsabilizem pelo financiamento dos delegados estaduais e municipais eleitos, de forma a viabilizar a sua
participação digna nas Conferências Nacionais de Saúde, definindo critérios de pagamento de passagens aéreas ou terrestres, conforme a distância. Compete ao governo
municipal viabilizar a participação de suas respectivas delegações nas etapas municipais das Conferências de Saúde; compete aos governos municipais e estaduais viabilizar
a participação das suas respectivas delegações nas etapas estaduais das Conferências de Saúde; e compete aos governos estaduais e federal viabilizar a participação das
delegações na etapa nacional das Conferências de Saúde.
COMENTÁRIOS
Depende também de decisão política e da gestão de outra esfera do governo, com interveniência do controle social.
Gestão participativa
Eixo VI – 1 - Estimular e fortalecer a mobilização social e a participação dos cidadãos nos diversos setores organizados da sociedade, com a aplicação dos meios legais
disponíveis, visando a efetivar e fortalecer o controle social na formulação, regulação e execução das políticas públicas, de acordo com as mudanças desejadas para a
construção do “SUS que queremos”:
I.fortalecendo os Conselhos de Saúde e as respectivas representações nas três esferas de governo;
II. criando outros canais de comunicação entre o cidadão e o governo, possibilitando a participação popular nas discussões e resoluções dos seus problemas;
III. ampliando o debate sobre o SUS e o controle social com a participação da sociedade, imprensa, poderes Legislativo, Executivo, Ministério Público, Controladoria Geral
da União e Tribunais de Contas da União, Estados e Municípios;
IV. incentivando a implantação do orçamento participativo nas três esferas de governo;
V. criando e fortalecendo mecanismos de interlocução entre conselhos e ouvidorias para monitoramento da qualidade em saúde;
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VI. promovendo a educação popular e em saúde, divulgando os direitos, capacitando lideranças, baseando-se nos princípios fundamentais de cidadania, humanização e
direitos relacionados com aspectos de gênero, orientação sexual, identidade sexual, etnia, raça e outros, e informando sobre o SUS, Conselhos de Saúde, conselhos
gestores e conferências como instâncias do controle social do SUS;
VII. capacitando lideranças e conselheiros nos Pólos de Educação Permanente, em parceria com universidades, entidades de classe e a Articulação Nacional de Movimentos
e Práticas de Educação em Saúde (ANEPS);
VIII. criando um espaço para discussão com usuários, divulgando a agenda dos conselhos, os serviços prestados pelo SUS, bem como sobre as reais necessidades dos
usuários.
COMENTÁRIOS
Depende também de decisão política e da gestão de outra esfera do governo, com interveniência do controle social.
Eixo VI – 3 - Estimular a organização da sociedade para o exercício do efetivo controle social na saúde, fomentando a organização da juventude para a importância desse
controle e incluindo o tema SUS nas atividades escolares.
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Caráter de recomendação.
Depende também de decisão política e da gestão de outra esfera do governo, com interveniência do controle social.
Ação intersetorial.
Eixo VI – 4 - Incentivar a formação e estruturação dos Conselhos Locais de Saúde, apoiar e dinamizar suas ações, viabilizando a participação dos conselheiros locais em
conferências, fóruns de saúde e outros eventos semelhantes.
COMENTÁRIOS
Depende também de decisão política e da gestão de outra esfera do governo, com interveniência do controle social.
Eixo VI – 10 - Estabelecer que as Comissões Intergestores Bipartite e Tripartite não assumam as competências deliberativas dos Conselhos de Saúde, enfraquecendo o
controle social.
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Contemplado em legislação e normas do SUS - Portaria Ministerial nº 1.180 de 22 de julho de 1991.
Eixo VI – 11 - Garantir a participação de representantes dos movimentos sociais e de entidades da sociedade civil, e conselheiros de saúde na instituição de comitês de
estudo e prevenção de mortalidade materna, em todos os estados e municípios e nos comitês regionais reunindo municípios menores.
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Depende também de decisão política e da gestão de outra esfera do governo, com interveniência do controle social.
Políticas Públicas
Eixo II- 13 - Garantir que o controle social e a participação dos diversos segmentos da sociedade sejam fortalecidos em todas as áreas do Sistema de Seguridade Social, em
todas as instâncias colegiadas, nas três esferas de governo para assegurar a transparência das ações e o controle sobre o uso e a distribuição de recursos, assegurando o
controle social baseado no critério de paridade segundo os critérios do SUS.
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Caráter de recomendação.
Depende também de decisão política e da gestão de outra esfera do governo, com interveniência do controle social.
Ação intersetorial.
Eixo II- 15 - Garantir e fortalecer o controle social na formulação, regulação e execução das políticas públicas para crianças e adolescentes, mulheres, idosos, trabalhadores,
pessoas com deficiência e portadores de necessidades especiais.
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Recomendação ao controle social.
Depende também de decisão política e da gestão de outra esfera do governo, com interveniência do controle social.
*Eixo VI – 2 - Garantir o fortalecimento do controle social, nas três esferas do governo, na formulação, regulação, execução, monitoramento e avaliação das políticas
públicas eqüitativas para a criança, adolescente, mulher, idoso, trabalhador, orientação sexual, pessoas com deficiências, pessoas com patologias, população negra,
população indígena, bem como da população carcerária.
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Recomendação ao controle social.
Depende também de decisão política e da gestão de outra esfera do governo, com interveniência do controle social.
Eixo VI – 8 - Aprovar e executar medidas que assegurem a atenção integral, inclusive do usuário das zonas rurais e áreas indígenas, com controle social, mesmo nos
municípios que ainda não possuem equipes de saúde com composição ampliada.
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Depende também de decisão política e da gestão de outra esfera do governo, com interveniência do controle social.
*Eixo VI – 14 - Implementar uma política de informação e comunicação sob a responsabilidade dos conselhos e dos gestores de saúde das três esferas de governo, com
garantia de dotação orçamentária, usando diversos meios de comunicação, para informar a população sobre o papel dos Conselhos de Saúde e a sua importância na
legitimação das políticas de saúde e do SUS, sua composição e cronograma de reuniões, divulgando informações sobre as realizações, deliberações, e sobre os princípios e
diretrizes do SUS. Criar, por meio de um concurso nacional, com a participação dos Conselhos de Saúde, um símbolo que identifique o controle social que deverá estar
presente em todos os serviços do SUS e uma logomarca nacional do SUS.
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Depende também de decisão política e da gestão de outra esfera do governo, com interveniência do controle social.
Organização e funcionamento dos Conselhos de Saúde
Eixo VI - 4 - Incentivar a formação e estruturação dos Conselhos Locais de Saúde, apoiar e dinamizar suas ações, viabilizando a participação dos conselheiros locais em
conferências, fóruns de saúde e outros eventos semelhantes.
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Depende também de decisão política e da gestão de outra esfera do governo, com interveniência do controle social.
Eixo VI – 17 - Fortalecer os Conselhos Municipais de Saúde com dotação orçamentária e estimular a criação dos Conselhos Locais de Saúde, por meio de seminários e
palestras, nos Conselhos, com orientação, educação e capacitação dos conselheiros, usuários e gestores, apoiados pelas secretarias municipais de saúde, assegurando
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autonomia estrutural, eleições democráticas das entidades representativas dos segmentos, a paridade conforme a Resolução CNS n.º 333/03, bem como eleições de todos
os membros das mesas diretoras.
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Contemplado na Política Nacional de Educação Permanente para o Controle Social no SUS - Resolução CNS nº 363, de 11 de agosto de 2006.
Houve capacitação contínua de conselheiros e de lideranças sociais na temática da saúde em todo o Brasil. Em 2010, foram capacitadas, de forma descentralizada,
42.361 pessoas, alcançando 91,59% da meta anual estabelecida.
Eixo VI – 18 - Garantir que os Conselhos de Saúde, nas três esferas de governo, tenham a sua composição de acordo com a Resolução n.º 333/03 do Conselho Nacional de
Saúde, anulando a Resolução n.º 36/93 do CNS que recomenda a inclusão das entidades de empresários no segmento de usuários, garantindo a representação dos
empresários no segmento dos prestadores de serviços e:
I. propiciando a participação de diferentes etnias e minorias de forma que, nos Conselhos Nacional, Estaduais e Municipais, a composição da representação de
usuários eleita pelos movimentos sociais organizados respeite as especificidades raciais, étnicas, religiosas e demográficas do município e da região;
II. impedindo a participação de conselheiros que sejam cônjuges, consangüíneos e afins dos gestores até segundo grau;
III. vedando a participação, como representantes de usuários, de pessoas com vínculos com o Executivo correspondente (cargo comissionado, função gratificada ou
prestador de serviços);
IV. estimulando a participação, como convidado e parceiro, de representante do Ministério Público;
V. responsabilizando legalmente quem violar, com indicações indevidas, a representação dos usuários no controle social.
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Contemplado na Resolução nº 333/2003, item VI.
Depende também de decisão política e da gestão de outra esfera do governo, com interveniência do controle social.
Aspectos regimentais.
Eixo VI – 19 - Estabelecer, por intermédio do Conselho Nacional de Saúde, que a presidência ou coordenação dos Conselhos de Saúde, nas três esferas de governo, não seja
obrigatoriamente ocupada pelo gestor, sendo que os presidentes dos conselhos devem ser eleitos entre os membros do plenário dos conselhos, por meio de voto direto e
secreto.
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Contemplado na Resolução nº 333/2003.
Eixo VI – 20 - Democratizar o funcionamento dos Conselhos de Saúde, nas três esferas de governo, implementando coordenações colegiadas ou mesa diretora eleita,
promovendo reuniões descentralizadas e/ou assembléias populares fora de suas sedes, realizando reuniões de planejamento e avaliação dos trabalhos para atingir
objetivos estratégicos da política de saúde, garantindo padronização nacional da prestação de contas para maior eficácia na prática do controle social.
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Prestação de contas no SUS: prevista no Decreto 1.651 de 1995.
Depende também de decisão política e da gestão de outra esfera do governo, com interveniência do controle social.
Eixo VI – 21 - Garantir a eleição dos conselheiros de saúde, nas três esferas de governo, em assembléias específicas realizadas a cada dois anos para esse fim, e que os
mandatos não coincidam com a eleição ou fim de mandato dos gestores das três esferas de governo, proibindo que a mesma pessoa represente a mesma entidade por
mais de dois mandatos consecutivos.
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Contemplado na Resolução nº 333/2003, Item V: Da Organização dos Conselhos de Saúde.
Eixo VI – 22 - Conferir aos Conselhos de Saúde o estatuto de pessoa jurídica, integrante do cadastro de contribuintes com número de CNPJ.
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Aspecto não amparado em lei ou norma do SUS.
A lei 8142 dá aos conselhos atributos de instância pertencente ao Poder Executivo, diretamente.
Eixo VI – 23 - Criar um sistema nacional de monitoramento, acompanhamento e avaliação permanente do controle social no País, que inclua a realização de cadastros,
estudos, levantamentos e auditorias, bem como:
I. realizar, sob a responsabilidade do Conselho Nacional de Saúde (CNS), uma avaliação da situação dos Conselhos de Saúde em todos os estados e municípios para
identificar problemas e corrigir distorções;
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II. promover ampla divulgação e acesso público às informações para Conselhos e conselheiros de saúde, via internet, na imprensa oficial local (Diário Oficial) e por
outros meios de comunicação, nas três esferas de governo.
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Contemplado em legislação específica: Sistema Nacional de Auditoria - Decreto nº. 5.841, de 13 de julho de 2006.
Eixo VI – 25 - Garantir infra-estrutura física, administrativa e financeira aos Conselhos de Saúde, nas três esferas de governo, incluindo os conselhos dos Distritos Sanitários
Especiais Indígenas (DSEI), criando bibliotecas públicas nos Conselhos de Saúde, nas três esferas de governo, com acervo específico sobre questões relativas à saúde e ao
controle social. Deve ser responsabilidade do gestor a disponibilidade de sede (funcionários, computadores, telefone, material de consumo), secretaria-executiva e
assessoria nas áreas de comunicação social, direito, contabilidade e de atenção à saúde. Também deve ser assegurada aos Conselhos autonomia de execução financeira por
meio de dotação orçamentária própria e específica, com percentual definido pelo próprio Conselho. Devem ser previstas medidas para punir judicialmente o gestor caso
não forneça a infra-estrutura.
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Contemplado na Resolução nº 333/2003 - quarta diretriz.
Depende também de decisão política e da gestão de outra esfera do governo, com interveniência do controle social.
Eixo VI – 26 - Realizar a informatização dos Conselhos de Saúde, com compra de computadores pelo Ministério da Saúde e pelo Conselho Nacional de Saúde, sem que isso
isente o município de propiciar a infra-estrutura.
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Contemplado na política de informatização do MS e do CNS.
Eixo VI – 27 - Assegurar o livre exercício do mandato de conselheiro, incluindo suporte jurídico, quando necessário. Fortalecer a função de conselheiro, garantindo a sua
proteção legal contra assédio moral e político e para fins de estabilidade no emprego durante o mandato e igual período subseqüente, com emissão de carteira de
identificação para facilitar a fiscalização e o controle de todas as instâncias e órgãos do SUS, reconhecendo e dignificando o seu trabalho, estimulando a imparcialidade
partidária dos conselheiros para garantia do controle social e da gestão participativa.
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Deliberação não contemplada diretamente em lei ou norma do SUS, mas implícita na Resolução nº 333/2003 do CNS.
Eixo VI – 28 - Realizar pelo próprio Conselho de Saúde a oficialização da nomeação de conselheiros quando, após 30 dias do recebimento das indicações, o gestor não tiver
realizado a publicação.
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Deliberação não contemplada diretamente em lei ou norma do SUS.
Atribuições dos Conselhos de Saúde
Eixo VI – 24 - Definir como principais atribuições dos Conselhos de Saúde, nas três esferas de governo:
I.deliberar e analisar informações sobre os serviços de saúde e sobre o funcionamento de sistemas de vigilância em saúde;
II. deliberar e analisar relatórios mensais produzidos pelas ouvidorias e sistemas de controle e avaliação governamentais;
III. deliberar e analisar planos de aplicação e prestações de contas da totalidade dos recursos financeiros destinados à atenção à saúde;
IV. discutir e deliberar sobre os critérios de alocação de recursos para custeio e investimentos, nos âmbitos da atenção básica, média e alta complexidade, em sua
respectiva esfera de governo;
V. discutir e deliberar sobre os critérios para a contratação dos serviços da rede privada, contratada e conveniada, sobre a assinatura desses contratos, e sobre a revisão
dos valores do SIA e das AIH;
VI. discutir e deliberar sobre processos de captação de recursos financeiros para o SUS, sejam de âmbito nacional ou internacional;
VII. assegurar a participação dos Conselhos de Saúde no processo de elaboração do projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA), garantindo que as propostas sejam discutidas
e alteradas, quando necessário, pelos Conselhos de Saúde;
VIII. acompanhar a tramitação das propostas de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e de Lei Orçamentária Anual (LOA), relativas a área da Saúde;
IX. analisar e garantir a implementação dos contratos e convênios com as instituições de ensino médio e superior, preferencialmente públicas,
X. acompanhar, avaliar e deliberar sobre a implementação da Estratégia Saúde da Família, particularmente no que tange ao Projeto de especialmente no que se refere à
formação, qualificação e capacitação dos conselheiros, sob a ótica da educação permanente;
XI. analisar e avaliar a implementação das políticas de proteção à saúde do trabalhador, criando, nas três esferas de governo, Comissões de Expansão e Consolidação da
Saúde da Família (PROESF);
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XII. analisar e avaliar a implementação das políticas de proteção à saúde da população, com oferta de ações de saúde para grupos específicos, considerando raça, geração,
etnia, trabalho, orientação sexual e outras demandas;
XIII. analisar, avaliar e deliberar sobre a contratação de trabalhadores de saúde e a destinação de verbas para garantir sua capacitação igualitária, com análise de
resultados;
XIV. propor, analisar e aprovar programas para o efetivo trabalho dos conselheiros em todas as esferas de governo;
XV. instituir uma identificação, em nível nacional, para os conselheiros de saúde;
XVI. autorizar a abertura de novas escolas médicas;
XVII. acompanhar a implementação das mesas permanentes de negociação e os seus resultados periodicamente.
COMENTÁRIOS
Aspectos contemplados, de modo geral, na Resolução n.º 333/2003 do Conselho Nacional de Saúde - da Competência dos Conselhos de Saúde.
Eixo VIII – 55 - Os Conselhos de Saúde, nas três esferas de governo, devem incentivar e promover discussões sobre a avaliação das demandas em tecnologia para a saúde
local, visando à descentralização das ações tecnológicas.
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Depende também de decisão política e da gestão de outra esfera do governo, com interveniência do controle social.
Relações com Poderes Legislativo, Executivo e com o Ministério Público
Eixo VI - 5 - Promover ampla mobilização para acompanhar as votações e decisões, nos poderes Legislativo e Judiciário, de matérias relacionadas à saúde, nas três esferas
de governo.
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Caráter de recomendação.
Depende também de decisão política e da gestão de outra esfera do governo, com interveniência do controle social.
Ação intersetorial.
Eixo VI - 6 - Promover mobilização contra a Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) n.º 2.999/03, impetrada pela governadora do Estado do Rio de Janeiro contra a
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Resolução n.º 322/03 do Conselho Nacional de Saúde, que aprova diretrizes acerca da Emenda Constitucional 29/00.
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Situação transitória - superada.
Eixo VI - 9 - Definir, por lei, a tramitação prioritária no Poder Judiciário, das ações que versem sobre o direito à saúde, inclusive as propostas pelo Ministério Público.
Comentário
Aspecto não contemplado na legislação.
Ação intersetorial.
*Eixo VI – 12 - Propor ao Ministério da Saúde, por iniciativa do Conselho Nacional de Saúde, a criação de uma Secretaria Nacional do Índio, com participação de dirigentes
indígenas.
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Aspecto contemplado: SESAI criada em 2010.
Criação de Secretarias no MS - câmaras técnicas - comissões temáticas
Eixo VI – 13 - Implantar câmaras técnicas com a participação de gestores e Conselhos de Saúde, objetivando prestar assessoria ao Ministério Público e Juízes na pactuação
de condutas, na construção de protocolo mínimo para racionalização da utilização dos serviços e realizar seminários e sensibilização dos profissionais envolvidos.
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Depende também de decisão política e da gestão de outra esf
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