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Edição 111 (9/3 a 15/3/2020)
O periódico “Repercussão Geral em pauta”, elaborado pelo Núcleo de Repercussão Geral do Supremo Tribunal Federal, objetiva auxiliar a gestão da repercussão geral no
Poder Judiciário e apresenta as mais recentes informações deste Tribunal sobre o assunto. Para pesquisas mais detalhadas utilize o portal da repercussão geral
disponível na página do Supremo Tribunal Federal.
Teses fixadas no Plenário do Supremo Tribunal Federal sobre questões de mérito da repercussão geral, em conformidade com a ata de julgamento (art. 1.035, § 11º c/c art. 1.040
do CPC) ou no encerramento do julgamento de tema com reafirmação de jurisprudência no Plenário Virtual (sem publicação de acórdão).
Tema 6 - Dever do Estado de fornecer medicamento de alto custo a portador de
doença grave que não possui condições financeiras para comprá-lo.
Julgado mérito de tema com repercussão geral
O Tribunal, por maioria, apreciando o tema 6 da repercussão geral, negou provimento
ao recurso extraordinário, vencido parcialmente o Ministro Edson Fachin, que lhe dava
parcial provimento. Em seguida, o Tribunal deliberou fixar a tese de repercussão geral
em assentada posterior. Impedido o Ministro Dias Toffoli (Presidente). Ausente, por
motivo de licença médica, o Ministro Celso de Mello. Plenário, 11.03.2020. (RE 566.471,
Relator Ministro Marco Aurélio).
Tema 932 - Possibilidade de responsabilização objetiva do empregador por danos
decorrentes de acidentes de trabalho.
Fixada a tese de repercussão geral
O Tribunal, por maioria, fixou a seguinte tese de repercussão geral: "O artigo 927,
parágrafo único, do Código Civil é compatível com o artigo 7º, XXVIII, da Constituição
Federal, sendo constitucional a responsabilização objetiva do empregador por danos
decorrentes de acidentes de trabalho, nos casos especificados em lei, ou quando a
atividade normalmente desenvolvida, por sua natureza, apresentar exposição habitual
a risco especial, com potencialidade lesiva e implicar ao trabalhador ônus maior do
que aos demais membros da coletividade", nos termos do voto do Ministro Alexandre
de Moraes (Relator), vencido o Ministro Marco Aurélio. Ausente, por motivo de
licença médica, o Ministro Celso de Mello. Plenário, 12.03.2020. (RE 828.040, Relator
Ministro Alexandre de Moraes).
Tema 366 - Responsabilidade civil do Estado por danos decorrentes de omissão do
dever de fiscalizar comércio de fogos de artifício em residência.
Julgado mérito de tema com repercussão geral
O Tribunal, por maioria, apreciando o tema 366 da repercussão geral, negou provimento
ao recurso extraordinário, nos termos do voto do Ministro Alexandre de Moraes,
Redator para o acórdão, vencidos os Ministros Edson Fachin (Relator), Luiz Fux, Cármen
Lúcia, Celso de Mello e Dias Toffoli (Presidente). Em seguida, por maioria, fixou-se a
seguinte tese: "Para que fique caracterizada a responsabilidade civil do Estado por
danos decorrentes do comércio de fogos de artifício, é necessário que exista a violação
de um dever jurídico específico de agir, que ocorrerá quando for concedida a licença
para funcionamento sem as cautelas legais ou quando for de conhecimento do poder
público eventuais irregularidades praticadas pelo particular", vencido o Ministro Marco
Aurélio, que votou no sentido de não se estabelecer uma tese. O Ministro Dias Toffoli,
que também votou no sentido de não se estabelecer tese, vencido, acompanhou a tese
proposta. Proferiam voto em assentada anterior o Ministro Celso de Mello, ausente por
motivo de licença médica, e o Ministro Gilmar Mendes, que não participou,
justificadamente, deste julgamento. Plenário, 11.03.2020. (RE 136.861, Relator Ministro
Edson Fachin).
Temas recentemente encerrados no Plenário Virtual com decisão pela inexistência de repercussão geral ou com repercussão geral reconhecida e julgamento de mérito pendente. O
resultado do julgamento da preliminar de repercussão geral determinará as providências previstas no art. 1030, incs. I, II e III, do CPC.
Não foram finalizados temas no Plenário Virtual no período de 9/3 a 15/3/2020.
Com o julgamento de mérito da repercussão geral, devem os Tribunais proceder nos termos do art. 1.030, II, do CPC, com a resolução de todos os processos até então sobrestados em razão
do tema (quantidade de processos sobrestados por tema em cada Tribunal – fonte: CNJ).
Acórdão publicado: Lei municipal versando subsídio vitalício considerado o exercício de
mandatos de vereador e a consequente pensão em caso de morte é incompatível com a
Constituição Federal. (Tema 672 – RE 638.307, Relator Ministro Marco Aurélio).
• O Supremo Tribunal Federal Fixou a seguinte tese: Lei municipal a versar a percepção,
mensal e vitalícia, de 'subsídio' por ex-vereador e a consequente pensão em caso de morte não
é harmônica com a Constituição Federal de 1988. Veja o inteiro teor.
Acórdão publicado: Contagem especial de tempo de serviço, prestado sob condições
insalubres, em período anterior à instituição do Regime Jurídico Único. Ratificação da
jurisprudência firmada por esta Suprema Corte pelo plenário virtual. (Tema 293 – RE 612.358,
Relatora Ministra Rosa Weber).
• O entendimento da Corte de origem, nos moldes do assinalado na decisão agravada, não diverge da jurisprudência firmada no Supremo Tribunal Federal. O tempo de serviço prestado por servidor público exceletista, em período anterior à instituição do regime jurídico único, uma vez comprovadas as condições insalubres, periculosas ou penosas, constituiu direito adquirido para todos os efeitos. Possibilidade de reafirmação de jurisprudência dominante desta Suprema Corte em repercussão geral pelo Plenário Virtual. Veja o inteiro teor.
Acórdão publicado: Possibilidade de alteração de gênero no assento de registro civil de
transexual, mesmo sem a realização de procedimento cirúrgico de redesignação de sexo. (Tema
761 – RE 670.422, Relator Ministro Dias Toffoli - Presidente).
• O Supremo Tribunal Federal fixou a seguinte tese: i) O transgênero tem direito
fundamental subjetivo à alteração de seu prenome e de sua classificação de gênero no registro
civil, não se exigindo, para tanto, nada além da manifestação de vontade do indivíduo, o qual
poderá exercer tal faculdade tanto pela via judicial como diretamente pela via administrativa; ii)
Essa alteração deve ser averbada à margem do assento de nascimento, vedada a inclusão do
termo 'transgênero'; iii) Nas certidões do registro não constará nenhuma observação sobre a
origem do ato, vedada a expedição de certidão de inteiro teor, salvo a requerimento do próprio
interessado ou por determinação judicial; iv) Efetuando-se o procedimento pela via judicial,
caberá ao magistrado determinar de ofício ou a requerimento do interessado a expedição de
mandados específicos para a alteração dos demais registros nos órgãos públicos ou privados
pertinentes, os quais deverão preservar o sigilo sobre a origem dos atos. Processo em segredo
de justiça – inteiro teor não disponível.
O prazo de julgamento no Plenário Virtual é de 20 dias corridos (art. 324, RISTF). Com a inclusão do tema no Plenário Virtual é possível determinar o sobrestamento dos processos que
tratem da mesma questão jurídica (Acesse o Plenário Virtual).
Tema 1081
Título: Possibilidade de acumulação remunerada de cargos públicos, na forma do art. 37, inciso XVI, da Constituição Federal, quando há compatibilidade de horários. (ARE 1.246.685, Relator Ministro Dias Toffoli - Presidente).
Veja a manifestação do Relator - Veja o placar do julgamento
Tema 1082
Título: Direito à integralidade no pagamento de gratificação de desempenho de natureza pro labore faciendo recebida em atividade por servidor que se aposentou no regime do artigo 3º da Emenda Constitucional nº 47/05. (RE 1.225.330, Relator Ministro Dias Toffoli - Presidente).
Veja a manifestação do Relator - Veja o placar do julgamento
Tema 1083
Título: Alcance da imunidade tributária prevista no artigo 150, inciso VI, alínea e, da Constituição Federal, em relação a suportes materiais importados e produzidos fora do Brasil que contenham obras musicais de artistas brasileiros. (RE 1.244.302, Relator Ministro Dias Toffoli - Presidente).
Veja a manifestação do Relator - Veja o placar do julgamento
Paradigmas da repercussão geral incluídos na agenda de julgamento do Plenário desta semana, sujeito a alterações (acesse o calendário de julgamento).
Previsto para 19/3/2020:
Saber se o Estado tem o dever de fornecer medicamento sem registro na
ANVISA. (Tema 500 – RE 1.165.959, Relator Ministro Marco Aurélio). Observação: O Relator determinou a substituição do processo paradigma do Tema 500 da repercussão geral, reconhecida no RE 657.718, o qual restou julgado extinto, sem julgamento de mérito, em razão do falecimento da recorrente, pelo RE nº 1.165.959. Entretanto, o Plenário do STF, por maioria, deu provimento ao gravo regimental interposto contra essa decisão para entender não prejudicado o julgamento do Recurso Extraordinário nº 657.718. Na sequência, o Tribunal, julgando o RE nº 657.718 e apreciando o tema 500 da repercussão geral, deu parcial provimento ao recurso extraordinário, nos termos do voto do Ministro Roberto Barroso, Redator para o acórdão, vencidos os Ministros Marco Aurélio (Relator) e Dias Toffoli (Presidente). Em seguida, por maioria, fixou-se a seguinte tese: 1. O Estado não pode ser obrigado a fornecer medicamentos experimentais. 2. A ausência de registro na ANVISA impede, como regra geral, o fornecimento de medicamento por decisão judicial. 3. É possível, excepcionalmente, a concessão judicial de medicamento sem registro sanitário, em caso de mora irrazoável da ANVISA em apreciar o pedido (prazo superior ao previsto na Lei nº 13.411/2016), quando preenchidos três requisitos: (i) a existência de pedido de registro do medicamento no Brasil (salvo no caso de medicamentos órfãos para doenças raras e ultrarraras);(ii) a existência de registro do medicamento em renomadas agências de regulação no exterior; e (iii) a inexistência de substituto terapêutico com registro no Brasil. 4. As ações que demandem fornecimento de medicamentos sem registro na ANVISA deverão necessariamente ser propostas em face da União. Vencido o Ministro Marco Aurélio. Ausente, justificadamente, o Ministro Celso de Mello.
Não constam das listas de processos da sessão de 13 de março a 19 de março do Plenário Virtual do Supremo Tribunal Federal questões relacionadas à repercussão geral.
Notícias em destaque no site do STF relativas ao instituto da repercussão geral
Quinta-feira, 12 de março de 2020
Aprovada tese que garante a trabalhador em atividade de risco direito a indenização em caso de acidente
Por maioria, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou, na sessão desta quinta-feira (12), tese para fins de repercussão geral (Tema 932) que garante ao trabalhador que atua em atividade de risco o direito a indenização em razão de danos decorrentes de acidente de trabalho, independentemente da comprovação de culpa ou dolo do empregador.
Quarta-feira, 11 de março de 2020
STF limita responsabilidade civil do Estado por acidente em loja de fogos de artifícios
O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), em sessão realizada nesta quarta-feira (11), decidiu que o Estado tem responsabilidade civil por danos decorrentes de omissão do dever de fiscalizar comércio de fogos de artifício, desde que tenha violado seu dever de agir na concessão da licença ou na fiscalização. Por maioria de votos, os ministros negaram provimento ao Recurso Extraordinário (RE) 136861, com repercussão geral reconhecida.
Estado não é obrigado a fornecer medicamentos de alto custo não registrados na lista do SUS
O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quarta-feira (11) que o Estado não é obrigado a fornecer medicamentos de alto custo solicitados judicialmente, quando não estiverem previstos na relação do Programa de Dispensação de Medicamentos em Caráter Excepcional, do Sistema Único de Saúde (SUS). As situações excepcionais ainda serão definidas na formulação da tese de repercussão geral (Tema 6). A decisão, tomada no julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 566471, atinge mais de 42 mil processos sobre mesmo tema.
Sugestões, dúvidas ou críticas, fale conosco: repercussaogeral@stf.jus.br
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