View
224
Download
0
Category
Preview:
Citation preview
7/23/2019 Tg Pop e Criacao publicitaria
1/75
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
CENTRO DE FILOSOFIA E CINCIAS HUMANAS
ESCOLA DE COMUNICAO
POP ART E A CRIAO PUBLICITRIA
Relevncia da Pop Art para Criao Publicitria.
Apropriao das tcnicas, linguagens e implicaes da Pop Art em peas publicitrias
no Brasil dos anos 2000 at a atualidade
Fernando Vtor Vieira Ferreira
Rio de Janeiro/RJ2014
7/23/2019 Tg Pop e Criacao publicitaria
2/75
2
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
CENTRO DE FILOSOFIA E CINCIAS HUMANASESCOLA DE COMUNICAO
POP ART E A CRIAO PUBLICITRIA
Relevncia da Pop Art para Criao Publicitria.
Apropriao das tcnicas, linguagens e implicaes da Pop Art em peas publicitrias
no Brasil dos anos 2000 at a atualidade
Fernando Vtor Vieira Ferreira
Monografia de graduao apresentada Escola deComunicao da Universidade Federal do Rio deJaneiro, como requisito parcial para a obteno dottulo de Bacharel em Comunicao Social,Habilitao em Publicidade e Propaganda.
Orientador: Prof. Dr Maria Beatriz da Rocha Lagoa
Rio de Janeiro/RJ
7/23/2019 Tg Pop e Criacao publicitaria
3/75
3
POP ART E A CRIAO PUBLICITRIA
Relevncia da Pop Art para Criao Publicitria.
Apropriao das tcnicas, linguagens e implicaes da Pop Art em peas publicitrias
no Brasil dos anos 2000 at a atualidade
Fernando Vtor Vieira Ferreira
Trabalho apresentado Coordenao de Projetos Experimentais da Escola de Comunicaoda Universidade Federal do Rio de Janeiro, como requisito parcial para a obteno do grau deBacharel em Comunicao Social, Habilitao em Publicidade e Propaganda.
Aprovado por
_______________________________________________Prof. Dr ______________________orientadora
_______________________________________________Prof. Dr. ________________________________
_______________________________________________Prof. Dr ___________________________________
Aprovada em:
Grau:
Rio de Janeiro/RJ2014
7/23/2019 Tg Pop e Criacao publicitaria
4/75
4
F383 Ferreira, Fernando Vitor VieiraPop Art e a criao publicitria: relevncia da Pop Art para
Criao Publicitria: apropriao das tcnicas, linguagens e implicaesda Pop Art em peas publicitrias no Brasil dos anos 2000 at aatualidade / Fernando Vitor Vieira Ferreira. 2014.
75 f.
Orientadora: Prof Maria Beatriz da Rocha Lagoa.
Monografia (graduao)Universidade Federal do Rio de Janeiro,Escola de Comunicao, Habilitao Publicidade e Propaganda, 2014.
1. Publicidade. 2. Pop Art. 3. Criao artstica. I. Lagoa,Maria Beatriz da Rocha. II. Universidade Federal do Rio deJaneiro. Escola de Comunicao.
CDD: 659.1
7/23/2019 Tg Pop e Criacao publicitaria
5/75
5
Dedico esse trabalho aos meus familiares,amigos, professores e pessoas que semprequiseram o meu bem.
7/23/2019 Tg Pop e Criacao publicitaria
6/75
6
AGRADECIMENTO
Agradeo aos meus familiares, pelo apoio que me deram nas horas boas e difceis. Aoscolegas e professores do Colgio Pedro II, que me ajudaram a ser um humano cada vez maisconsciente dos valores coletivos. Aos colegas da Escola de Comunicao, pela parceria e bons
momentos que passamos juntos. Agradeo a minha orientadora Beatriz Lagoa, pelo auxlio epacincia na elaborao desse trabalho e as professoras avaliadoras da banca, AndriaResende e Marta Arajo, pela gentileza e satisfao de avaliar esse trabalho. Tambm queroagradecer a todos os professores que me nortearam durante toda a faculdade, especialmenteaos professores Amaury Fernandes, Beatriz Lagoa, Claudete Lima, Luiz Solon, Raquel Paivae Ricardo Bonavita.
7/23/2019 Tg Pop e Criacao publicitaria
7/75
7
VIEIRA FERREIRA, Fernando Vtor. Pop Art e a Criao Publicitria: Relevncia da Pop
Art para Criao Publicitria. Apropriao das tcnicas, linguagens e implicaes da Pop Art
em peas publicitrias no Brasil dos anos 2000 at a atualidade. Orientadora: Maria Beatriz da
Rocha Lagoa. Rio de Janeiro, 2014. Monografia (Publicidade e Propaganda) Escola de
Comunicao, Universidade Federal do Rio de Janeiro. 75f.
RESUMO
A Criao Publicitria precisa buscar referncias para produzir peas de comunicao que
atendam as demandas do cliente e despertem o interesse do consumidor. Entre essas
referncias encontra-se a Pop Art, movimento artstico que evidencia aspectos das dinmicas
de mercado e consumo, de forma rica e muito til para o criativo publicitrio. Nesse sentido,
para entender como a Criao Publicitria se constri surge a necessidade de analisar como os
criativos se apropriam de referenciais da Pop Art, e como ela influencia a Criao
Publicitria.
Palavras-chaves: Criao PublicitriaPop ArtApropriaoSociedade de consumo
7/23/2019 Tg Pop e Criacao publicitaria
8/75
8
SUMRIO
RESUMO. .................................................................................................................................. 7
SUMRIO ................................................................................................................................. 8
LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................... 9
LISTA DE TABELAS ............................................................................................................ 10
1. INTRODUO ............................................................................................................... 11
2. POP ART: PANORAMA HISTRICO-ARTSTICO ............................................... 142.1 Caractersticas ..................................................................................................................... 142.2 Artistas e contextos.............................................................................................................. 18
2.2.1 .................................................................................................................................... Inglaterra....................................................................................................................................................... 18
2.2.2 ........................................................................................................................... Estados Unidos....................................................................................................................................................... 212.2.3 .......................................................................................................................................... Brasil....................................................................................................................................................... 36
3. CONSTRUO DA LINGUAGEM PUBLICITRIA E SUA RELAO COM APOP ART ................................................................................................................................. 42
3.1 Pop Art / Criao Publicitria ........................................................................................... 42
4. ANLISE COMPARATIVA: OBRAS DA POP ART E PEAS PUBLICITRIASBRASILEIRAS ....................................................................................................................... 49
4.1 Importncia da Anlise ....................................................................................................... 494.2 Metodologia de Anlise: Imagem e elementos da Semitica e Semiologia ..................... 504.3 Anlises das peas ..................................................................................................................... 57
4.3.1 Obras e peas a serem analisadas ......................................................................................... 574.3.2 Anlise Comparativa ............................................................................................................ 584.3.3 Semelhanas, diferenas e apropriaes dos anncios com as obras pop ........................654.3.4 Concluses obtidas a partir da Anliserelaes da Pop com a Criao Publicitria ........ 71
5. CONSIDERAES FINAIS: A RELEVNCIA DA POP ART PARA ACRIAO PUBLICITRIA BRASILEIRA ....................................................................... 72
REFERNCIAS ..................................................................................................................... 74
7/23/2019 Tg Pop e Criacao publicitaria
9/75
9
LISTA DE FIGURAS
Figura 1HAMILTON, Richard. O que faz os lares de hoje em dia serem to diferentes? 1956 Colagemsobre papel. 25,7 x 20,7 cm ............................................................. .............................................................. ........ 19Figura 2PAOLOZZI, Eduardo. Dr. Pepper.1948. Colagem sobre papel. 36 x 24,5 cm. ................................ 20
Figura 3BLAKE, Peter. Girlie Door. 1959. Colagem de objetos sobre madeira. 122 x 59 cm. ...................... 21Figura 4WARHOL, Andy. Ilustrao para o artigo Success is a job in New Yorkna revista Glamour.
1949. Ilustrao sobre papel. Tamanho no informado. ............................................................... ................ 22Figura 5WARHOL, Andy. Decorao de vitrines das lojas Bonwit Teller, Nova York. 1961.Em segundo
plano, vem-se quadros de Andy Warhol. Da esquerda para direita: > (Publicidade),1960; (Pequeno Rei), 1960; , 1960. .......................................................... 22
Figura 6WARHOL, Andy. 200 latas de Sopa Campbell.1962. Acrlico sobre tela. 182, 9 X 254 cm. ........ 23Figura 7WARHOL, Andy. Conjunto de Caixas de Madeira de Brillo, Del Monte e Heinz. 1964. Serigrafia
sobre madeira.44X 43X 35,5CM;33X 41X 30CM;24X 41X 30CM;21X 40X 26CM .. ............................. 24Figura 8WARHOL, Andy. Marilyn. 1964.Serigrafia sobre tela. 101, 6 X 101,6 cm. .................................... 24Figura 9LICHTENSTEIN, Roy. Garota com a bola. 1961. leo sobre tela. 153 x 91,9 cm. ..... ................... 27Figura 10LICHTENSTEIN, Roy. Imagem de referncia para Anncio para Hotel Mount Airy Lodge.
Ano no informado. Tipografia e imagem sobre papel. Tamanho no informado. ................... ................... 27Figura 11LICHTENSTEIN, Roy. Tnis Keds. 1961. leo sobre tela. 123,2 x 88,3cm. ................................. 28Figura 12LICHTENSTEIN, Roy. Whaam!. 1963. Acrlico e leo sobre tela. 172,7 x 421,6cm. ................... 28Figura 13NORVICK, Irv. Imagem de referncia para obra Whaam!Star Jockey All American Men of
War N 89DC Comics. 1962. Ilustrao impressa sobre papel. Tamanho no informado........................ 29Figura 14LICHTENSTEIN, Roy. A melodia persegue a minha fantasia.1965. Tela de seda em vermelho,
azul, amarelo e preto. 69,9 x 51,4 cm. ....................................................................................... ................... 29Figura 15RAMOS, Mel. A. C Annie. 1965. leo sobre tela. 152,4 x 122 cm. .............................................. 33Figura 16RAMOS, Mel. Vantage. 1972. Litografia. 78,8 x 68,6 cm. ..................................................... ........ 33Figura 17RAMOS, Mel. Lola Cola. 1972. Litografia. 78,8 x 68,6 cm. ........................................................... 34
Figura 18TOZZI, Cludio. Multido. 1968. Tinta em massa vinlica sobre eucatex. 175 x 300 cm. ............. 36Figura 19TOZZI, Cludio. Eu bebo Chopp ela pensa em Casamento II. 1968.Tinta alqudica sobre
madeira e espuma de nylon. 180 x 110 x 140 cm .............................................................. ........................... 37Figura 20TOZZI, Cludio. Astronautas. 1969. Liquitex sobre tela. 120 x 175 cm. ...................................... 37Figura 21-LEIRNER, Nelson. Responda... Se puder. 1965. leo sobre madeira, metal e papel. 111 x 111 cm.
...................................................................................................................................................................... 38Figura 22LEIRNER, Nelson. Que horas so Dona Cndida?. 1965. Metal e madeira. 220 x 220 cm. ....... 39Figura 23JOHNS, Jasper. Alvo com quatro faces. 1955. Encustica sobre jornal e colagem sobre tela com
moldes de gesso. 85,3 x 66 x 7,6 cm. ............................................... ............................................................ 39Figura 24 - BLAKE, Peter. O primeiro alvo verdadeiro?. 1961. leo sobre tela. 53,7 x 49,5 cm. .......... ........ 40Figura 25JOLY, Martine. Esquema do signo no campo da semiologia. ....................................................... 52
Figura 26JOLY, Martine. Esquema do signo no campo da semitica.......................................................... 52Figura 27JOLY, Martine. Quadro resumido da anlise de Mensagem plsticado anncio de Marlboro. 54Figura 28JOLY, Martine. Quadro resumido da anlise de Mensagem icnicado anncio de Marlboro. 55Figura 29JOLY, Martine. Anncio publicitrio de Marlboro. ..................................................................... 56Figura 30 - WARHOL, Andy. Cinco garrafas de Coca Cola.Tinta polimerizada sinttica e tinta de serigrafia
sobre tela. 40,6 x 50,8 cm. ................................................................ ............................................................ 65Figura 31NBS, Agncia. Sombras - Big Bob Novos Tamanhos. Anncio de revista com paginao dupla.
42 x 29,7 cm. ................................................................................................................................................ 66Figura 32LICHTENSTEIN, Roy. Blam. leo sobre tela. 172,7 x 203,2 cm. .................................................. 67Figura 33DCS, Agncia. Olympikus Tube. A tecnologia que realmente diminui o impacto . Anncio de
revista com paginao dupla. 42 x 29,7 cm. ................................................................................................. 68
Figura 34RAMOS, Mel. Candy IISnickersRebecca Romijn. Litografia. 84,6 x 55,9 cm. .................... 69Figura 35DPZ, Agncia. Campari Orange. Anncio de revista com paginao simples. 21 x 29,7 cm.........70
http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250096http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250096http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250096http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250096http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250096http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250096http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250096http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250097http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250097http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250097http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250097http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250097http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250097http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250097http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250098http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250098http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250098http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250098http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250098http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250098http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250098http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250099http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250099http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250099http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250099http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250099http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250099http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250099http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250099http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250099http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250100http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250100http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250100http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250100http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250100http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250100http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250100http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250100http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250100http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250100http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250100http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250101http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250101http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250101http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250101http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250101http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250101http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250101http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250102http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250102http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250102http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250102http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250102http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250102http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250102http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250102http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250102http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250102http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250102http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250102http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250102http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250102http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250102http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250102http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250102http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250102http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250102http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250102http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250102http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250102http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250102http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250102http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250102http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250102http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250102http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250102http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250102http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250102http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250102http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250102http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250102http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250102http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250102http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250102http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250102http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250102http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250102http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250102http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250103http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250103http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250103http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250103http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250103http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250103http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250103http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250103http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250103http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250104http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250104http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250104http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250104http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250104http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250104http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250104http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250105http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250105http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250105http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250105http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250105http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250105http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250105http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250105http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250106http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250106http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250106http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250106http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250106http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250106http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250106http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250107http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250107http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250107http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250107http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250107http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250107http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250107http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250108http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250108http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250108http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250108http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250108http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250108http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250108http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250108http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250108http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250108http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250108http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250108http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250108http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250109http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250109http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250109http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250109http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250109http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250109http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250109http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250109http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250110http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250110http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250110http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250110http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250110http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250110http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250110http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250111http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250111http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250111http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250111http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250111http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250111http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250111http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250112http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250112http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250112http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250112http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250112http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250112http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250112http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250113http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250113http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250113http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250113http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250113http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250113http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250113http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250114http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250114http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250114http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250114http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250114http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250114http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250114http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250115http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250115http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250115http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250115http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250115http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250115http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250115http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250116http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250116http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250116http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250116http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250116http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250116http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250117http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250117http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250117http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250117http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250117http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250117http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250117http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250118http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250118http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250118http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250118http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250118http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250118http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250118http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250119http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250119http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250119http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250119http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250119http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250120http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250120http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250120http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250120http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250120http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250120http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250120http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250121http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250121http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250121http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250121http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250121http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250121http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250122http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250122http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250122http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250122http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250122http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250122http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250122http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250122http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250122http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250123http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250123http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250123http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250123http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250123http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250123http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250123http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250123http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250124http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250124http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250124http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250124http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250124http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250124http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250124http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250125http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250125http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250125http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250125http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250125http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250125http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250126http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250126http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250126http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250126http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250126http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250126http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250126http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250126http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250127http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250127http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250127http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250127http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250127http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250127http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250127http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250128http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250128http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250128http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250128http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250128http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250128http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250128http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250128http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250129http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250129http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250129http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250129http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250129http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250129http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250129http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250129http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250129http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250129http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250129http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250130http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250130http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250130http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250130http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250130http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250130http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250130http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250129http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250128http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250128http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250127http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250126http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250126http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250125http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250125http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250124http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250123http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250122http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250121http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250120http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250119http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250118http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250118http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250117http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250116http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250116http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250115http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250114http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250114http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250113http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250112http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250111http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250110http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250109http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250109http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250108http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250108http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250107http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250106http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250105http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250105http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250104http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250103http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250102http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250102http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250101http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250100http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250100http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250100http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250099http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250099http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250098http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250097http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc403250096http://e/Users/Helson/Desktop/trab_cap2_2.docx%23_Toc4032500967/23/2019 Tg Pop e Criacao publicitaria
10/75
10
LISTA DE TABELAS
Tabela 1Mensagem plstica referente a figura 31 ................................. ............................................................ 58Tabela 2 - Mensagem icnica referente a figura 31......................... .............................................................. ........ 59Tabela 3Mensagem plstica referente a figura 33 ................................. ............................................................ 61
Tabela 4Mensagem icnica referente a figura 33...............................................................................................62Tabela 5Mensagem plstica referente a figura 35 ................................. ............................................................ 63Tabela 6Mensagem icnica referente a figura 35 ........................................................ ...................................... 64
7/23/2019 Tg Pop e Criacao publicitaria
11/75
11
1. INTRODUO
As agncias de publicidade e propaganda so responsveis pelo processo de
elaborao da comunicao clienteconsumidor. Nelas identificamos os departamentos e/ou
equipes de criao publicitria, responsveis por apreender as necessidades do cliente,
observando os diversos contextos e demandas dos consumidores, para realizarem a soluo de
comunicao adequada a cada situao.
O mercado de bens de consumo e servios encontra-se em constante transformao. A
globalizao impulsionou fortemente nas ltimas dcadas a estrutura de produo,
distribuio e consumo dos bens e servios em todos os cantos do planeta. O crescente avano
tecnolgico destravou muitas barreiras no mbito da comunicao, tornando-a cada vez mais
instantnea e acessvel a muitos indivduos. A aquisio de ideias, informaes, bens de
consumo e servios passou a ocorrer cada vez mais em estruturas de rede.
Para que a criao publicitria consiga solucionar eficazmente a comunicao cliente-
consumidor, torna-se necessria a absoro de todo o tipo de informao e conhecimento.
Quanto maior, mais rica e diversa, for quantidade de referncias que o publicitrio possuir,
maiores sero as chances de conceber uma comunicao adequada, que atenda as premissas eos objetivos definidos entre cliente e agncia.
A arte, responsvel pela construo de sentidos e significados,pode ser considerada
como uma das principais referncias para o estabelecimento da comunicao cliente-
consumidor. Ela capaz de expressar sensaes, reaes e emoes nos seres humanos. Por
isso, os criativos publicitrios utilizam-na para mostrar afinidades, ideias e emoes ao
consumidor, estimulando-o na aquisio de um bem de consumo ou servio. Em suas
manifestaes, a arte gerou relaes com diversas temticas como a beleza humana, aconcepo do divino, aspectos psquicos e emocionais, processos histrico-sociais, alm de
outras dinmicas de mercado e consumo.
H um movimento artstico que, de forma subliminar, evidencia aspectos plurais das
dinmicas de mercado e consumo, sendo um tipo de referncia rica e muito til para o criativo
publicitrio. Trata-se da Pop Art, que teve seu comeo logo no final da Segunda Guerra
Mundial e manteve-se em grande evidncia at meados da dcada de 70 do sculo passado. A
Pop foi a principal manifestao artstico-cultural que transformou a concepo de
modernidade e consumo, e ainda hoje interfere em nossa sociedade.
7/23/2019 Tg Pop e Criacao publicitaria
12/75
12
H uma relao complexa entre o universo da Criao publicitria e a Pop Art. Os
artistas desse movimento apropriam-se de elementos da indstria cultural e das dinmicas de
massa da sociedade da poca, recombinando elementos estticos e estilsticos, gerando
reflexes e sensaes relacionadas com a proposta do movimento, sem desconstruir o
referencial proposto na poca.
A Criao Publicitria se apropria das construes de sentido e de linguagem
estilstica da Pop, inserindo uma nova proposta de uso, para a criao de suas campanhas e
anncios. Isto se faz com a lgica da venda e transmisso de informao e bens, sem aniquilar
a presena do seu referente s estruturas estticas e de estilo das obras pop. Essa dinmica de
apropriao e reapropriao de referenciais encerra seu ciclo, retornando ao universo do
consumidor e do indivduo da sociedade de massa que multiplica valores cria novos
significados e sentidos.
Para mostrar esta relao, ser feita uma anlise de diversos elementos artsticos,
imagticos e grficos nas peas publicitrias que faam referncia direta ou indireta Pop Art.
O principal objetivo deste trabalho evidenciar que a Pop um referencial importante para a
criao publicitria nos dias atuais. Isto a partir da utilizao de seus elementos estilsticos e
estticos para a lgica de uso da propagao e/ou venda de uma informao, marca, produtoou servio.
Como forma de fundamentao terica, ser necessria a conceituao e explicitao
do que foi a Pop. No captulo 2 descreve-se o que foi o movimento em um vis histrico-
artstico-terico no mundo ocidental (principalmente Estados Unidos, Gr-Bretanha e no
Brasil), alm de referenciar os principais autores do movimento, como Arthur C. Danto,
David McCarthy, Bradford R. Collins, Nikos Stangos, Giulio Carlo Argan.
Tambm ser de grande importncia mostrar como a construo do discurso
publicitrio e sua relao com a Pop. Isto se suceder no captulo 3, a partir da noo do
conceito de apropriao e com a absoro de elementos estticos. Ambos serviro como
referncia para criao publicitria. A obra Cpia e Apropriao da Obra de Arte na
Modernidade, de Susana Loureno Marques, ser utilizada como guia no conceito e
estratgias da apropriao. A partir da obra da terica Lcia Santaella, Por que as
comunicaes e as artes esto convergindo?, sero obtidos esclarecimentos das maneiras
pelas quais, a publicidade se apropria das imagens da arte, alm de outras motivaes dos
artistas pop para fazerem seus trabalhos. Por ltimo, no mesmo captulo, faz-se uma anlise
7/23/2019 Tg Pop e Criacao publicitaria
13/75
13
das motivaes da pop e da criao publicitria, bem como o papel da sociedade de consumo,
na anlise de Zygmunt Bauman, na obra Vida para consumo.
Neste trabalho sero feitas comparaes de obras de arte e peas publicitrias. Paraisso foram escolhidos trs artistas da Pop Art - Andy Warhol, Roy Lichtenstein e Mel Ramos
- de grande relevncia no meio artstico da poca, e ainda na atualidade. A qualidade de seus
trabalhos serve como referncia, para a comunicao publicitria e para produo de bens de
consumo. As peas publicitrias selecionadas para o confronto so algumas peas de
campanhas do Brasil que foram veiculadas nos anos 2000 e permanecem at os dias atuais.
As anlises sero feitas a partir de leituras de imagem, elencando elementos artsticos,
grficos e estticos. Atravs do conceito-unidade de signos lingusticos e da propostametodolgica de Anlises de Imagens, concebida pela terica Martine Joly, sero usados
recursos tericos, que sero esclarecidos antes do processo de confrontao de imagens.
A Pop Art, no seu auge, expressou de forma diferente e diversificada um panorama
das culturas ocidentais, pautadas na lgica do consumo e do que era popular; ou seja, do que
era relevante na cultura capitalista daquele momento. Este recorteou objeto de discusso da
Pop era o mesmo ou muito prximo, do objeto de agncias publicitrias e correspondente de
seus criativos para suas campanhas.
Apesar do recorte, da lgica do consumo e do ser popular, serem similares tanto
para Pop, quanto para criao publicitria, h fruio subjetiva desses aspectos que foram
traduzidos nas obras, a fim de assimilar mensagens que consideravam relevantes. Isto
permitiu a reflexo e a formao de sensaes muito particulares na conscincia de cada
indivduo.
7/23/2019 Tg Pop e Criacao publicitaria
14/75
14
1. POP ART: PANORAMA HISTRICO-ARTSTICO
1.1 Caractersticas
A Pop surgiu no final da dcada de 50 e incio da dcada de 60, do sculo XX, na Gr-
Bretanha, em um perodo posterior 2 Guerra Mundial. Um grupo de artistas e educadores,
sob a orientao do governo britnico, teve que requalificar o conhecimento e ampliar a
divulgao das artes, para um pblico novo de espectadores, que demandava conhecimento
para sua formao educacional.
Em um dos principais locais de estudo e difuso das Artes na Gr-Bretanha, criou-se o
Instituto de Artes Contemporneas (I.C.A. Institut of Contemporany Arts). Nele, surge o
Grupo Independente (I.G. -Independent Group) que percebeu a necessidade de produzir arte
para as massas e classes que no tinham familiaridade com esta produo. Isto se
desenvolveu, com elementos e imagens que possussem relao com a aquisio de bens de
consumo e servios, para grupos cada vez maiores de indivduos no ocidente.
A maturao da Pop ocorre quando alguns artistas dos Estados Unidos abrem mo do
desenvolvimento de trabalhos artsticos do Expressionismo Abstrato. Os mesmos no sentiam
mais o interesse e estmulo, de seguirem narrativas estilsticas de um movimento complexo elongo. Eles perceberam que poderiam realizar trabalhos artsticos, com a temtica da
publicidade, do consumo e dos meios de comunicao. Cabe ressaltar que estes elementos
surgiram nos trabalhos realizados pelo Grupo Independente Britnico.
Lawrence Alloway (1926-1990), um dos membros do Grupo Independente, menciona
o que foi este movimento e o denomina, pela primeira de vez, de Pop Art:
Tnhamos em mente uma cultura vernacular que persistisse alm de quaisquer
interesses ou habilidades em arte, arquitetura, design ou crtica de arte que qualquer
um de ns poderia ter. A rea de contato foi a cultura urbana produzida em massa:
cinema, publicidade, fico cientfica, msica pop. No sentamos nenhuma
antipatia pela cultura comercial, comum entre a maior parte dos intelectuais, mas a
aceitamos com fato, a discutimos em detalhes e a consumimos entusiasticamente.
Um resultado de nossas discusses era tirar a cultura popdo reino do escapismo,
do puro entretenimento, do relaxamento, e trat-la com a seriedade da
arte.(ALLOWAY, 1985, pgs. 29 e 30 In DANTO, 2006, pg. 142)
Os artistas norte-americanos e britnicos perceberam uma oportunidade para o
desenvolvimento de uma nova temtica no campo das artes. Havia um consenso geral no
7/23/2019 Tg Pop e Criacao publicitaria
15/75
15
meio artstico:as mudanas socioeconmicas, que aconteciam naquele perodo, no podiam
ser ignoradas. Ocorria uma transformao histrica de parmetros e valores da cultura
capitalista, que precisavam ser analisados e expressados no campo das artes.
Bradford R. Collins afirma:
A Pop foi um divisor de guas no desenvolvimento da arte moderna, porque
representa o momento em que um grande nmero de artistas reconheceu que a
aparncia dos meios de cultura capitalista dominante, desde a publicidade aos
quadrinhos ao cinema, tornou-se, gostando ou no, o material de sua
conscincia.(COLLINS, 2012, pgs. 12 e 13traduo livre)
A Pop, por essncia, na anlise de Edward Lucie-Smith (1933 ) na obra de NikosStangos (1936-2004), Conceitos de Arte Moderna,descreve da sua maneira, o ambiente
consumista e sua mentalidade, ou seja, a sociedade de consumo. Sociedade esta que gera
diversas imagens, que so captadas e transformadas em obras, com os apelos de produo e
referncias s tcnicas de reproduo dessas imagens. O fato que a vontade dos artistas de
interferir nessa sociedade era grande, seja por exaltao daquela dinmica de consumo ou por
subverso, causando impactos mltiplos e heterogneos.
A percepo disto que interessante, se estendia para fora dos espaos tradicionais deexibio e debate das artes modernas, passando a conviver no ambiente de profuso e reflexo
artstica dos museus, das exposies e galerias. Isto aconteceu, como observa David
McCarthy (MCCARTHY, Arte pop, 2012), pois a sensibilidade e a observao sobre o
material de estudos eram mais atraentes e impactantes para um pblico maior e
heterogneo.
A populao norte-americana, como exemplo, no possua intimidade com o
conhecimento das artes. No entanto, a partir da Pop percebemos o aumento desses valores nos
locais onde ela teve destaque. McCarthy assinala que a Pop Art era diferente dos movimentos
modernistas anteriores: Em vez de um modernismo elitista e acessvel a poucos, ela
propunha uma nova arte aberta a muitos. Ao faz-lo, ajudou a relegar ao passado uma
definio estreita de modernismo, e props que o presente precisava de algo mais.
(McCARTHY, 2002, pg.76).
Os artistas da Pop Art propuseram algo diferente dos movimentos modernos
anteriores, seja pelos nichos temticos distintos, pelas intenes de abordagem oupelas
formas estilsticas de expresso, segundo as observaes do filsofo Arthur C. Danto.
7/23/2019 Tg Pop e Criacao publicitaria
16/75
16
Para ele a Pop foi o momento em que a arte deixou de possuir uma construo
histrica decorrente de uma estrutura narrativa, circunstncia que ocorreu at o modernismo,
ditando impresses e reflexes para a sociedade da poca.
Cada artista poderia expressar-se nas artes livremente. Este processo no decorreu de
uma vontade externa. Isto se sucedeu pelo esgotamento do uso da arte para questes que
refletiam os padres culturais e sociais no ocidente. A estrutura socioeconmica da poca
permitia que cada artista propusesse reflexes de seu interesse para o pblico, sem
interferncia de valores dogmticos, de qualquer tipo de arte histrica. Esses artistas
encontram-se na arte ps-histrica, onde no h mais uma nica arte ou movimento
dominante e verdadeiro, que tem de se impor a outros. (DANTO, 2006).
Danto afirma que a narrativa condutora da arte baseou-se primeiramente em uma era
de imitao, ou seja, assimilao do espao/plano real do sculo XIV at metade do sculo
XIX. A partir da metade do sculo XIX, at o final da Segunda Grande Guerra Mundial, os
movimentos modernistas optaram por uma viso ideolgica. Atualmente, segundo o filsofo,
nos encontramos na era ps-histrica, perodo no qual, a arte pode ser expressa de modo mais
livre.
Para ele, aps os artistas terem experimentado a arte em diversos estilos e
representaes, ocorre desde a Pop, uma maturao dos valores e tcnicas artsticas. Mais do
que produzir efeitos de plena satisfao sensorial e esttica aos nossos sentidos, ou mesmo
propor ideais, a arte hoje se tornou um instrumento vital de reflexo e maturao filosfica
dos nossos tempos.
Os artistas da Pop Art possuam um olhar apurado da realidade, e um arcabouo
terico e esttico bem rico e vvido em suas mentes. Com esta soma de competncias e
referncias eles produziram obras significativas, que geraram repercusses diversas no campo
das artes at os dias atuais. Podemos afirmar que serviram de exemplo para que outros artistas
posteriores pudessem utilizar, de forma inteligente, essas e outras referncias como modo de
expresso.
Segundo McCarthy, essas referncias remetem a elementos e aspectos estilsticos do
Dadasmo e Surrealismo, repercutindo na Pop:
...o dad e o surrealismo tiveram maior importncia no desenvolvimento da arte pop.
A atitude irreverente e iconoclasta do dad, assim como sua disposio de aceitar
7/23/2019 Tg Pop e Criacao publicitaria
17/75
17
quase tudo na esfera da arte, certamente ajudou no desenvolvimento da arte pop. O
dad popularizou vrias tcnicas que foram mais tarde adotadas por artistas pop...o
surrealismo utilizou o encontro casual para produzir novos significados
surpreendentes,...havia um grande interesse pela fantasia e pelo desejo que
comparecem fortemente na fascinao pelo consumismo.(McCARTHY, 2002, pgs.
16 e 17).
Estas tcnicas e recursos do Dad foram abarcados pelos artistas Pop. Neste perodo
havia o uso de estratgias e recursos, como a apropriao, a qual mencionaremos mais
adiante, para subverter as artes da poca, com o esvaziamento da fruio esttica, a partir da
relao obra espectador. Os artistas Pop utilizam algumas dessas questes, para propor
reflexo sobre as dinmicas de consumo, banalizando-as. Contudo o uso da esttica e do apelo
publicitrio so importantes para o objetivo da Pop.
Edward menciona uma passagem sobre a surpresa de Marcel Duchamp ao reconhecer
semelhanas entre os movimentos, no entanto, o mesmo no demonstra entusiasmo:
Esse neo-Dad, a que eles chamam neo-realismo, arte pop... uma sada fcil e
sustenta-se do que o Dad fez. Quando descobri os ready-mades pensei estar
desencorajando a esttica. No neo-Dad, eles tomaram os meus ready-mades e
recuperaram a beleza esttica neles. Joguei-lhes o porta-garrafas e o mictrio na caracomo um desafio...e agora eles o admiram por sua beleza esttica! (STANGOS,
1993, pg. 162).
Na Pop Art houve a quebra de diversos paradigmas: uso de tcnicas e impresses
similares aos do mercado publicitrio, aplicao de contedos com lgica mercadolgica e
popular, e a apropriao de imagens das massas, com um sentido especfico para lhe dar um
novo sentido, reconfigurando os elementos, sem aniquilar a existncia do referencial
(DANTO, 1997, pg. 15 In LOURENO MARQUES, 2007, pgs.14 e 15).
Acima de tudo, a diversidade de tipos de trabalhos feitos nessa poca, demonstra que
os artistas no estavam mais atados aos valores e orientaes de um movimento somente. O
que comprova essa liberdade que eles podiam se basear em valores estticos, em algum
movimento ou estilo artstico, como tambm nosmeios de comunicao e entretenimento da
realidade.
Diversidade esta confirmada na viso de Edward (STANGOS, 1993, pg.163 e 164),
na qual a ideia de estilo nico se dissolve. Contudo eles compartilham a questo das imagens
de uma megalpole moderna.
7/23/2019 Tg Pop e Criacao publicitaria
18/75
18
Artistas de diversas reas voltados para o setor comercial foram libertados dos dogmas
estticos e estilsticos. A gerao de artistas que se seguiu, buscou trazer a arte de volta para
o contato com a realidade e com a vida. Esses eram os artistas pop, e, na minha percepo
histrica, era acima de tudo, a pop que determinava os novos rumos das artes visuais..
(DANTO, 2006, pg. 114).
Mais do que um conjunto de artistas, com estilos diversificados em uma temtica
maior comum, a Pop Art rompeu inmeros paradigmas no campo das artes. Ela nos influencia
culturalmente e socialmente, seja na abordagem de temas, na forma de realizar arte, na
utilizao de tcnicas estilsticas, at os dias de hoje, dentro e fora do campo das artes.
Podemos ento afirmar que a Pop Art possua uma produo artstica com discursomltiplo. Ela focava nas estruturas da lgica do popular, nas dinmicas dos meios de
produo, no entretenimento, meios de comunicao, publicidade e bens de consumo. A
questo era propor reflexo para tudo aquilo que estava permeado na sociedade, com crticas e
ou exaltaes a diversos subtemas, de acordo com a perspectiva de cada artista.
1.2 Artistas e contextos
1.2.1 Inglaterra
A fim de compreender melhor o desenvolvimento da pop preciso ter uma breve
noo de como ela ocorreu na Gr-Bretanha, pelo seu pioneirismo, nos Estados Unidos, pelo
amadurecimento do movimento e no Brasil, pela anlise da realidade e de algumas temticas
de maneira diferenciada da Pop Art hegemnica.
Na Pop britnica, dois artistas que fizeram parte do Independent Group, tiveram
destaque com suas obras na Inglaterra e nos Estados Unidos: Richard Hamilton e EduardoPaolozzi. Ambos tinham em mente difundir o conhecimento das artes para grupos alm
daquelas elites que j possuam o privilgio do acesso. Tambm o artista Peter Blake,
posterior a estes dois, merece ateno, por ter dado mais destaque ao movimento na dcada de
60.
Richard Hamilton (1922-2011), ainda jovem, trabalhou com o departamento de
publicidade e design. Na fase adulta estudou na Slade School of Fine Art em Londres, onde
conheceu Paolozzi.Com Paolozzi e outros artistas formou mais tarde o IG, desmembro do
7/23/2019 Tg Pop e Criacao publicitaria
19/75
19
ICAInstitut of Contemporany Art - mencionado acima. De 1957 a 1966, Hamilton tambm
lecionou no Royal College of Art.
Um exemplo de trabalho do Hamilton a composio realizada por recorte e colagem,em superfcie de papel de tamanho prximo do A3,com formato mais quadrado, Just What
Is it That Makes Todays Homes So Different, So Appealing?(O que faz nossos lares hoje
serem to diferentes, to chamativos?)considerada a primeira obra pop genuna,na Figura 1.
Com base na anlise de Bradford R. Collins ( COLLINS, Pop Art, 2012) possvel
observar nesta colagem como a tecnologia e os bens de consumo poderiam gerar mudanas e
benefcios na vida cotidiana. Estes aspectos materiais proporcionariam prazeres diferenciados,
que antes as famlias no tinham. H tambm o apelo ao consumo da propaganda, no uso dalogomarca da Ford e da moa que aparece na imagem da TV, usando o telefone. O quadro
com recorte de uma histria em quadrinho e a vista pela janela de um letreiro de cinema
remetemao consumo de informao e contedo mass-media.
Hamilton, na viso de Edward (STANGOS, 1993, pg. 163), possua um rigor e
humor sarcstico que o diferenciava dos outros artistas britnicos. Seus trabalhos diferiam uns
dos outros, pois cada um deles era a unio de ideias especficas, que deveriam ser
materializadas em cada obra.
Figura 1 - O que faz os lares de hoje em dia serem to diferentes? Colagem sobre papel. 25,7 x 20,7 cm
Fonte:HAMILTON, Richard, 1956.
7/23/2019 Tg Pop e Criacao publicitaria
20/75
20
Eduardo Paolozzi, (1924-2005) nasceu na Esccia e estudou na Ruskin School of Art
em Oxford e na Slade School. Ele lecionou no mesmo perodo de Hamilton, no Royal College
of Art e gostava de colecionar revistas em quadrinhos e ilustraes comerciais, materiais estes
que serviram de base e inspirao para seus primeiros scrapbooks. Admirador das colagens
dad de Kurt Schwitters e das surrealistas de Max Ernst, Paolozzi comeou a produzir suas
primeiras colagens surrealistas e dadastas em seu scrapbook.
Com o aperfeioamento desse processo, passou a garimpar anncios publicitrios,
rtulos de produtos, criando colagens Pop. Paolozzi mostrou estes trabalhos para seus colegas
e membros do IG. Um trabalho importante de Paolozzi a colagem Dr. Pepper, conforme
mostra a Figura 2.
Com base na anlise de Collins, (COLLINS, 2012) observa-se nesta colagem uma
gama de elementos, que representam o que de fato bom para a vida nos ideais do consumo
de massas. A tira de anncio do refrigerante Dr. Pepper chancela esta obra.
Pode-se observar que os produtos e as imagens humanas so utilizados para o
consumo, proporcionando satisfao e prazer. Para Paolozzi, as imagens de anncios do estilo
de vida norte americano, impulsionavam a sua obra, fazendo referncia aos bens materiais de
consumo.
J nadcada de 60 do sculo XX, perodo posterior ao de Hamilton e Paolozzi, ocorre
a maturao da Pop Art britnica, que fez com que ela fosse mais difundida no ocidente.Muito desse desenvolvimento deve-se ao artista Peter Blake, que nasceu no ano de 1932 e
Figura 2 - Dr. Pepper, Colagem sobre papel. 36 x 24,5 cm.
Fonte:PAOLOZZI, Eduardo, 1948.
7/23/2019 Tg Pop e Criacao publicitaria
21/75
21
desenvolveu interesse pela arte popular, envolvendo temticas de consumo e entretenimento
da classe trabalhadora britnica. A partir dos trabalhos de Hamilton e Paolozzi, Blake passou
a desenvolver obras.
Temos como exemplo de seu trabalho, a colagem de fotografias sobre uma porta de
madeira,Girlie Door,Figura 3.
Nesta obra, observam-se fotografias de posies erticas ou sensuais, de atrizes
famosas do cinema, e de modelos, fixadas na parte interna da porta de um quarto masculino.
H tambm, a construo do discurso do iderio de mulheres sedutoras, consumidas e
exaltadas como objeto de desejo.
1.2.2 Estados Uni dos
Andy Warhol, Roy Lichtenstein e Mel Ramos so considerados referncia para o
movimento Pop dada a importncia do carter reflexivo em torno de suas obras. Seus
trabalhos tambm influenciaram nos processos de criao publicitria, desde o incio dos anos
60 at os dias de hoje.
Figura 3 - Girlie Door. Colagem de objetos sobre madeira. 122 x 59 cm.
Fonte:BLAKE, Peter, 1959.
7/23/2019 Tg Pop e Criacao publicitaria
22/75
22
Andy Warhol, o artista Pop de maior evidncia, nasceu entre 1928 e 1931 na cidade de
Forest City, na Pensilvnia, com o nome de Andrew Warhola. De 1945 a 1949, Warhol
estudou no Carnegie Institute of Technology de Pittsburgo. Aps finalizar a faculdade muda-
se paraNova York junto com Philip Pearlstein, colega de faculdade e parceiro de trabalho.
Sua vida profissional comeou como desenhista publicitrio para Vogue e Harpers
Bazaar. Executou desenhos para o fabricante de sapatos I. Miller e fez decoraes dos
mostrurios para o armazm Bonwit Teller. Pode-se observar posteriormente como essa
vivncia foi importante para a inspirao e oentendimento do mercado norte americano na
criao de suas obras.
Nas Figuras 4 e 5, pode-se observar oque ele produziu como profissional publicitrioantes da fama:Illustration for the article Sucess is a job in New Yorkpublicado na revista
Glamour e aDecorao de vitrines dos armazns (lojas)Bonwit Teller.
Figura 4 - Ilustrao para o artigo Success is a job in New York na revista Glamour, Ilustrao sobre papel.
Tamanho no informado.
Fonte: WARHOL, Andy, 1949.
Figura 5 - Decorao de vitrines das lojas Bonwit Teller, Nova York. Em segundo plano, vem-se quadros de
Andy Warhol. Da esquerda para direita: > (Publicidade), 1960; (Pequeno
Rei), 1960; , 1960.
Fonte: WARHOL, Andy, 1961.
7/23/2019 Tg Pop e Criacao publicitaria
23/75
23
Na Figura 4, observa-se a ilustrao aplicada no artigo da revista Glamour Sucess is a job in
New York.Essa ilustrao, provavelmente feita a lpis, e depois finalizada no nanquim, se
insere de maneira harmoniosa no canto esquerdo da pgina do artigo, sem criar interferncia
em sua leitura. Apesar das tcnicas de impresso da poca no serem ainda digitais, possvel
perceber o cuidado que h na composio como um todo, na relao da imagem com o texto e
com os afastamentos adequados dos limites e margens da pgina.
Na figura 5, o artista se utiliza de alguns dos seus trabalhos pop, para compor os
painis de fundo da vitrine, mesclando-os com as manequins. Ele valorizou, entre espaos
cheios e vazios, e entre os painis e as manequins, informao de forma equilibrada. De
longe, a prioridade de leitura da vitrine, so os painis; de perto, o consumidor reala as
manequins e suas roupas. A disposio dos painis, com tamanhos, orientaes (paisagem ou
retrato) e alturas diferentes, ilustra a composio da vitrine de forma dinmica, sem excesso
de informao.
Warhol produziu inmeros trabalhos durante toda sua carreira como artista. Eles
variam desde ilustraes, pinturas, aplicaes em serigrafia, montagem de esculturas, at
produes cinematogrficas. O artista tambm contribuiu para a banda que ele ajudou a
fundar, a Velvet Underground. Os exemplos das figuras 6 200Latas de Sopa Campbell,figura 7 -Conjunto de Caixas Brillo, Del Monte e Heinz, e 8 Marilyn Monroe nos
ilustram obras de grande destaque do artista pop, que serviram e ainda servem de referncia
para a criao publicitria.
Figura 6 - 200 latas de Sopa Campbell. Acrlico sobre tela. 182, 9 X 254 cm.
Fonte:WARHOL, Andy. 1962.
7/23/2019 Tg Pop e Criacao publicitaria
24/75
24
Figura 8 - Marilyn. Serigrafia sobre tela. 101, 6 X 101,6 cm.Fonte: - WARHOL, Andy. 1964
Figura 7 - Conjunto de Caixas de Madeira de Brillo, Del Monte e Heinz. Serigrafia sobre madeira. 44 x 43 x
35,5 cm; 33 x 41 x 30 cm; 24 x 41 x 30 cm; 21 x 40 x 26 cm.
Fonte: WARHOL, Andy. 1964.
7/23/2019 Tg Pop e Criacao publicitaria
25/75
25
Na figura 6, tem-se uma obra icnica de Andy Warhol. A ilustrao, com reproduo
em serigrafia, das 200Latas de Sopa Campbell 200 Campbells Soup Cans. Warhol
inspira-se em uma imagem da embalagem de um produto comum, utilizado na sociedade de
consumo norte americana. Ele fez uma reproduo dessa imagem, a partir de ilustrao, em
grande formato e, em seguida, replicou essa imagem, com o mesmo processo, s que em
escala, resultando em um grande painel.
A inteno do artista banalizar o consumo de produtos e de suas marcas, com a
repetio da mesma imagem. Desta forma, o impacto dessa mensagem no espectador
amplificado. Aqui, Warhol j tem a inteno de subverter o discurso publicitrio, utilizando-se de seus artifcios e tcnicas para atrair esse espectador.
Na figura 7, tem-se o Conjunto de Caixas Brillo, Del Monte e Heinz. Warhol
utiliza-se da tcnica da serigrafia, e reproduz em caixas de madeira, as imagens que formam
as embalagens desses produtos. Sua reproduo e montagem das caixas so fidedignas aos
produtos reais, encontrados nas prateleiras dos mercados. A inteno neste trabalho do artista
similar ao da reproduo das 200 Latas de Sopa Campbells. Desse modo Warhol
evidencia o culto ao consumo dos produtos na sociedade norte americana, promovendo sua
banalizao.
O que o artista fez no caso das latas Campbells, foi tornar esttico o discurso
publicitrio nas embalagens desses produtos atravs da descontextualizao. Isto para
provocar e gerar reflexo, sobre o que faz eles se tornarem to atraentes, e o porqu de termos
de consumi-los.
Na figura 8, tem-se a serigrafia de uma grande celebridade da sociedade norteamericana, Marilyn Monroe. Warhol tinha fascnio pela dinmica do sucesso das
celebridades de sua poca. Quando a artista faleceu em 1962, ele sentiu-se na obrigao de lhe
prestar uma homenagem, assim como fez a outras celebridades. No entanto, este trabalho no
se resume a um mero tributo. H uma transfiguraoda imagem de Marylin (parafraseando
Arthur Danto), da celebridade admirada, para uma imagem que virou um cone de consumo
banalizado.
Warhol, com base em uma foto de Marilyn, utilizou a serigrafia para reproduzir a
imagem em escala maior. Ele coloriu a imagem, para que partes do rosto ficassem em
7/23/2019 Tg Pop e Criacao publicitaria
26/75
26
destaque. Depois criou uma srie de variaes, alterando cores e replicando a imagem em
escalas.
Como se pode perceber nessas obras apresentadas acima, para Giulio Carlo Argan(1909-1992), Warhol retira as imagens dos circuitos de informao de massa e as apresenta
consumidas. Contudo, elas apresentam ainda um resduo para a degustao psicolgica do
consumidor, sedimentando essas imagens no inconsciente coletivo. Este consumo precisa ser
apresentado, para Warhol, como um fato terminado no passado, para que essa imagem assuma
um valor esttico. (ARGAN, 2010, pg. 647).
Andy Warhol considerado um dos principais artistas da Pop Art. Em seus trabalhos,
percebe-se como o artista que possua uma bagagem tcnica e sofisticada do meiopublicitrio, refletia e constatava o consumo exacerbado, apontando o culto popular na lgica
das celebridades, sendo esta sua proposta de trabalho, seu discurso.
Roy Lichtenstein nasceu em 1923, na cidade de Nova York. Na sua adolescncia, Roy
comeou a pintar e desenhar em casa por livre vontade. Pintou retratos de msicos de jazz
tocando seus instrumentos e tambm, para sua inspirao artstica, observava pinturas doartista cubista Pablo Picasso. (HENDRICKSON, 2007).
O interesse por arte, desde sua adolescncia, fez com que em 1939, ele frequentasse as
aulas na Liga dos Estudantes de Arte Students League. L ele realizou atividades de
desenho olhando para modelos, ou de cenas de vistas de Nova York. Por volta de 1942,
terminou seus estudos na Students League e, no se dando por satisfeito, Roy ingressou na
School of Fine ArtsdaOhio State University.
Roy concluiu seus estudos na Ohio State Universitypor volta de 1950. A partir desta
poca, ele comea a divulgar seus primeiros trabalhos em galerias, com exposies coletivas
na Chinese Gallery, e individuais na Carlebach Gallery em Nova York. No perodo de
trabalhos e realizaes da dcada de 50 do sculo passado, Roy passou por um processo de
transio do expressionismo abstrato relendo alguns artistas que o inspiraram, como Picasso e
Klee, at o momento em que ele comea de fato, a produzir trabalhos pop com sua prpria
esttica na dcada de 60.
7/23/2019 Tg Pop e Criacao publicitaria
27/75
27
O foco nos prximos exemplos demonstrar a referncia direta ou indireta lgica de
consumo da sociedade estadunidense. Os exemplos que sero mostrados so: Girl with
Ball, figura 9, que faz referncia ao anncio da figura 10, figura 11, dos tnis Keds, figura
12 Whaam!, com referncia a tira de quadrinho da figura 13 e figura 14, A Melodia
persegue a Minha FantasiaThe Melody Haunts My Reverie.
Figura 9 - Garota com a bola. leo sobre tela. 153 x 91,9 cm.
Fonte:LICHTENSTEIN, Roy. 1961.
Figura 10 - Imagem de referncia para Anncio para Hotel Mount Airy Lodge. Tipografia e imagem
sobre papel. Tamanho no informado.
Fonte:LICHTENSTEIN, Roy. Ano no informado.
7/23/2019 Tg Pop e Criacao publicitaria
28/75
28
Figura 11 - Tnis Keds. leo sobre tela. 123,2 x 88,3cm.
Fonte: LICHTENSTEIN, Roy. 1961.
Figura 12 - Whaam!. Acrlico e leo sobre tela. 172,7 x 421,6cm.
Fonte: LICHTENSTEIN, Roy. 1963.
7/23/2019 Tg Pop e Criacao publicitaria
29/75
29
Na figura 9, Girl with Ball, obra produzida a partir do anncio (figura10), temos
uma mulher pegando uma bola utilizada para o lazer, a cu aberto, em praias e parques. As
cores utilizadas de forma chapada servem para retirar as noes pictricas de volume, luz,
sombra e perspectiva. Vale destacar, se compararmos com a imagem do anncio, que o artista
reala ainda mais a expresso de alegria ou bem estar da mulher, na sua boca, inserindo
contornos definidos e cores chapadas. O artista tambm deixa a forma da boca mais
carnuda, realando a questo da sensualidade e feminilidade do anncio. O cabelo da obra,
diferente do anncio, ganha um efeito platinado com volume, pelas curvas criadas tanto no
contorno, quanto na textura do cabelo em si, alm dos tons contrastantes e chapados do azul
escuro e do branco. Sua pele, composta pelas benday dots uniformes.
As retculas de impresso ou benday dots so utilizadas nas histrias em quadrinhos e
em anncios de grande formato, para gerar os contrastes de luz e sombra, de cores, e dar
forma as imagens. Roy Lichtenstein usa essas retculas de forma diferente: ele pega esses
pontos e uniformiza-os, utilizando um mesmo tom e tipo de cor, aumentando esses pontos,
para que possam ter mais destaque. De forma provocativa, Roy demonstra como essas
Figura 13 - Imagem de referncia para obra Whaam!Star Jockey All American Men of War N 89
DC Comics. Ilustrao impressa sobre papel. Tamanho no informado
Fonte: NORVICK, Irv. 1962.
Figura 14 - A melodia persegue a minha fantasia. Tela de seda em vermelho, azul, amarelo e preto. 69,9 x
51,4 cm.
Fonte:LICHTENSTEIN, Roy. 1965.
7/23/2019 Tg Pop e Criacao publicitaria
30/75
30
retculas compem as imagens desses anncios impressos. Este recurso caracterstico de
quase todas as suas obras deste perodo.
Este quadro tira proveito de aspectos estticos de um anncio de viagens. Lichtenstein
transfigura este simples anncio em uma obra atraente, com os apelos estticos utilizados
pelos anncios publicitrios da poca: cores vibrantes, formas atraentes e o aspecto de uma
imagem limpaclean.
Na figura 11, tem-se a obra Keds,que faz parte de uma srie de obras do artista, que
se utiliza destills lifesdo consumo e padro de vida norte americano. O artista nessa srie faz
recortes e uso de imagens, de produtos domsticos e de hbitos das pessoas, retiradas de
magazines e anncios impressos da poca.
Na obra tem-se o tnis Keds em destaque nas cores preto (estrutura) e branco (sola
emborrachada). Um splash em amarelo, com leve tom alaranjado, destaca o produto, sobre
um fundo branco. Nessa imagem, podemos observar que os contornos realados no splashe
no produto, alm dos tons de cores vibrantes e chapadas, fazem referncia ao estilo de
ilustrao e pintura da revista de histria em quadrinhos. O tipo de imagem composta peloartista remete diretamente aos anncios de produto varejista da poca. A marca do artista
nesse trabalho encontra-se principalmente, no tipo de pincelada uniforme, alm da quebra da
profundidade com cores vibrantes e chapadas.
Na figura 12, tem-se a obra Whaam!,referente imagem 13 acima, uma tira de uma
histria em quadrinho. Essa obra composta por dois painis que integram formando uma
nica imagem, com dimenses proporcionais a da tira de revista em quadrinho. Comparando
com o quadrinho, h o confronto de dois avies. O balo no canto esquerdo superior da
imagem mostra uma fala que est presente na tirinha da revista em quadrinhos e, no canto
direito superior, com outra cor, a palavra onomatopeica WHAAM!, referente ao som do
impacto do tiro no avio.
O artista nesta composio optou pelo uso das benday dotsno fundo, para melhorar a
visualizao dos avies, fazendo referncia ao estilo de pintura dos quadrinhos, para valorizar
o objeto destacado por algum tipo de luz externa.
7/23/2019 Tg Pop e Criacao publicitaria
31/75
31
Os contornos acentuados so outra marca do artista, fazendo referncia ao elemento
que utilizado nas histrias em quadrinho. Juntamente com esses contornos, tem-se linhas
radiais e uso de cores chapadas fortes, no avio da direita, que explode na composio. A
exploso est mais realada na obra do artista, comparando-se com a imagem original.
Observa-se ento, que as caractersticas predominantes do quadrinho, foram destacadas na
composio do artista.
No exemplo da figura 14, na obra A Melodia persegue a Minha Fantasia The
Melody Haunts My Reverietemos o tipo de obra de grande reconhecimento do artista, que
faz referncia aos romances amorosos de quadrinhos, diferente dos contos de guerra. Esta
temtica foi utilizada diversas vezes por designers e publicitrios, na criao de anncios,
produtos, etc.
Ao fundo, tem-se a cor azul escura, retirando uma possvel profundidade, para
evidenciar a imagem do rosto de uma mulher. No canto superior direito h o balo de fala,
utilizado nas histrias em quadrinho, dando nfase ao ato de cantar ou falar da personagem.
Tem-se tambm o uso de contornos destacados, da cor chapada em tom amarelo, no cabelo da
personagem. Por ltimo, o uso das benday dots, dispostas uniformemente e em tons opacos de
cor, criando a textura do objeto na mo da personagem, na pele e olhos, variando apenas comuso de dois tons de cor, um para os olhos e objeto, e outro para a pele.
O artista, com esses recursos acima, conseguiu realar a expresso da personagem,
com o olhar emocionado e fugidio, segurando um objeto, e simulando a inteno de canto
ou fala meldica da mulher. Lichtenstein cristaliza de fato o padro de expresso das
personagens femininas de histrias em quadrinhos romnticas, criando um clich do modo de
comunicao e da temtica do entretenimento e consumo norte-americano.
At o ano de seu falecimento, em 1997, R.L contribuiu largamente para as artes
plsticas nos Estados Unidos, tendo produzido obras pictricas, escultricas e at filmagens.
Juntamente com, Andy Warhol, pode-se categorizar os dois artistas, como artistas completos,
que atuaram em diversos meios. Produziram com sofisticao tcnica e notvel conhecimento
da histria das artes.
A proposta de Lichtenstein em suas obras, para Argan, permitir a fruio de valor
esttico do produto, na percepo do consumidor. Contudo o artista provoca esse consumidor,
7/23/2019 Tg Pop e Criacao publicitaria
32/75
32
seguindo a lgica do desenvolvimento tecnolgico, a obsolescncia seguida de interesse
repentino e intenso que se desperta nos consumidores. (ARGAN, 2010, pg. 647).
Assim como Warhol, Lichtenstein fabrica imagens para atingir a conscincia coletivados espectadores, como a publicidade e as dinmicas de comunicao, fazem tambm sua
forma. Contudo, diferente de Warhol, ele observa a formao da imagem de comunicao de
massa, analisando o processo tecnolgico em que elas so fabricadas. Tambm R.L,
divergindo da forma de produzir arte de A.W, apresenta a instantaneidade de suas imagens
valorizando o presente, prontas para que sejam consumidas pelo espectador.
A inteno de discurso, a partir de suas obras, era exaltar questes formais e plsticas
que lhe eram interessantes, retiradas dos materiais de consumo e comunicao de massas dapoca. Com essas questes plsticas reapropriadas pelo artista, R.L desejava provocar
reflexes na sociedade de consumo, sobre os comportamentos da mesma.
Mel Ramos nasceu em Sacramento, na Califrnia, no ano de 1935. Ainda jovem,
decidiu estudar arte e histria da arte at 1958. Em paralelo ao desenvolvimento de seu
trabalho artstico, lecionou artes, em algumas instituies de ensino, dentre elas, CaliforniaState University.
Produziu mais de 40 obras, entre pinturas, ilustraes, e esculturas. Seus trabalhos
envolvem aspectos da arte comercial, da esttica publicitria, e principalmente, do nu
feminino sensual e ertico. O artista promove a reflexo sobre a imagem da mulher, carregada
de estmulos e necessidades, que cria desejos de consumo do pblico especialmente
masculino. Este o discurso que permeia suas obras. O capricho em suas obras equivale a de
um diretor de arte. Contudo o artista, com esses recursos deseja promover a crtica reflexiva
dos apelos do consumo, mencionados acima.
O que pode ser mencionado nesse perodo transitrio da dcada de 1960, que o
artista se inspirou em Velzquez, na composio de retratos humanos. A percepo de luzes,
cores e sombras so importantes nas suas obras. Somando-se a estas caractersticas, h o uso
da esttica clean e sedutora do universo publicitrio.
Sero demostrados alguns exemplos do trabalho de Mel Ramos, no perodo ureo dapop art trabalhos os quais, ele foi conhecido principalmente nos Estados Unidos e na
7/23/2019 Tg Pop e Criacao publicitaria
33/75
33
Europa. Os exemplos so: A.C Anniena figura 15, Vantagefigura 16, e Lola Cola
figura 17.
Figura 15 - A. C Annie. leo sobre tela. 152,4 x 122 cm.
Fonte: RAMOS, Mel. 1965.
Figura 16 - Vantage. Litografia. 78,8 x 68,6 cm.
Fonte:RAMOS, Mel. 1972.
7/23/2019 Tg Pop e Criacao publicitaria
34/75
34
Na figura 15, tem-se a obra A.C Annie. Neste trabalho h a associao clara dasensualidade e erotizao da modelo ao produto. O aspecto do produto flico estimula uma
interpretao mais ertica do contato da modelo com o produto (COLLINS, 2012, pg.236).
Isto se justifica na imagem, pelo jogo de luz e sombras, dando realce ao produto e modelo.
Podemos observar semelhanas dessa obra com uma arte comercial ou publicitria.
Como exemplo, a combinao da cor amarela com todos os elementos da imagem, ou seja, a
modelo, o produto e a marca ao fundo. Na prioridade de leitura, temos com maior relevncia,
a imagem da modelo at a marca ao fundo. A composio dessa obra tem por inspirao, a
anncios que envolvam o estmulo de desejos, como campanhas de cigarros e bebidas
alcolicas, por exemplo.
Na figura 16, tem-se a obra que faz referncia marca de cigarros Vantage.Nesta
composio, percebe-se outro tipo de fruio entre a modelo e o produto, no qual os cigarros
Vantage, permitem um relaxamento para a modelo, argumentao publicitria muito utilizada
nas campanhas de cigarro.
O argumento anterior justifica-se na postura em que a modelo se encontra, sentada em
cima de um dos maos de cigarro, com os cotovelos apoiados em outro. Isto d sensao de
que ela est sentada num banco, e debruada sobre uma mesa, na postura serena do seu corpo,
sem deixar de estar sensual. Seu semblante esse relaxamento e sensualidade misturados. A
caneca faz aluso a um break (tempo) que a modelo estivesse dando para si mesma,
tomando um caf, por exemplo.
Sobre composio da obra construda pelo artista baseada na sua observao de
diversos anncios, pode-se, em relao modelo, constatar que: o tom de pele, a cor do
cabelo da modelo e a luz constituda em diagonal , transmitem a ideia de ela ser quente,
ou to interessante quanto o produto. Isto pode ser justificado pela associao do tom laranja-
avermelhado de sua pele, com o crculo de mesmo tom da logomarca, alm dos olhos azuis
que correspondem com os crculos maiores da mesma. Tambm, sua postura de relaxamento,
no deixa de ser sensual e sofisticada. Em relao ao produto, os detalhes da embalagem,
como a logomarca, o selo com a palavra vantage,o fundo branco com dobradura dourada etira de abertura branca, justificam essa sofisticao.
Figura 17 - Lola Cola. Litografia. 78,8 x 68,6 cm.
Fonte:RAMOS, Mel. 1972.
7/23/2019 Tg Pop e Criacao publicitaria
35/75
35
Na figura 17, tem-se a obra Lola Cola fazendo referncia direta a um produto de
grande destaque e consumo at os dias atuais - o refrigerante de Cola da Coca-Cola. A luz na
composio incide frontalmente sobre a garrafa de refrigerante, estando a modelo e a
logomarca ao fundo. Isto se justifica, pela localizao da sombra na parte de trs da garrafa e
em reas do corpo, que a prpria modelo acoberta, alm das partes de contorno, que so mais
marcadas, como ombros, braos e cotovelos.
A postura da modelo estimula o desejo de que ela seja consumida, transferindo-o
para o produto. Basta verificarmos sua postura e olhar fixo e lnguido para o espectador da
imagem. Tambm pela localizao da modelo, atrs do produto, pode-se deduzir certa
timidez, reduzindoum pouco a intensidade da sensualidade e erotizao, sem perder essas
caractersticas.
No que concerne s questes formais, tem-se a associao dos seus olhos e cabelos
castanhos ao produto, do seu tom de pele com luz avermelhada associada logomarca.
Observa-se tambm, o equilbrio das massas de forma harmnica. H ainda o brilho realado
no produto, que se correlaciona com as partes sensuais da mulher. As cores da logomarca
criam um bom contraste com o fundo, realando tudo que est na frente dela.
Mel Ramos possui uma gama de trabalhos de sofisticada qualidade, dando ateno a
detalhes que fazem toda a diferena na composio, importantes para a temtica do nu
feminino, sensual e ou ertico, que ele passa a produzir a partir da metade da dcada de 60.
Nos anos seguintes, aps o auge da Pop Art, o artista continua fazendo referncias a modelos
e personagens famosos, alm de ampliar o seu trabalho, paratapearias, e esculturas.
Observa-se que Warhol, Lichtenstein e Ramos se apropriam de aspectos dos meios de
consumo e comunicao de massas, reformulando em suas obras. Nesse processo, cada artista
mostra seu olhar sobre esses aspectos, promovendo reflexes para o espectador. Este que se
encontra envolvido nessa dinmica das massas, como consumidor de desejos, de ideias, de
produtos e servios.
7/23/2019 Tg Pop e Criacao publicitaria
36/75
36
1.2.3 Brasil
No Brasil, a pop se adequa conjuntura e realidade social, mencionando, a sua
maneira, as questes da poca, como o aumento da populao consumidora no mundo, as
mudanas tecnolgicas e as novas dinmicas dos meios de comunicao.
A pop aqui teve destaque por volta da dcada de 70 do sculo XX. No ano de 1964
ocorreu o golpe civil-militar no pas. Os artistas da pop brasileira tinham um foco mais crtico
da realidade, de uma maneira mais incisiva e direta. Aqui menciona-se Cludio Tozzi e
Nelson Leirner, no contexto da pop brasileira, em vista da inspirao que estes artistas
exerceram na criao publicitria.
Cludio Tozziparticipou de mostras significativas para o meio acadmico-artstico, eganhou prmios pelo reconhecimento de seus trabalhos. A Mostra O Artista Brasileiro e a
Iconografia da Massa, realizada na Escola Superior de Desenho Industrial do Rio de Janeiro
e, o prmio de aquisio na mostra Jovem Arte Contempornea do Museu de Arte
Contempornea, em So Paulo, so alguns de seus destaques.A seguir, trs obras do artista:
Multido, Eu bebo Chopp ela pensa em Casamento II e Astronautas, conforme as
figuras 18, 19 e 20.
Figura 18 - Multido. Tinta em massa vinlica sobre eucatex. 175 x 300 cm.
Fonte:TOZZI, Cludio.1968.
7/23/2019 Tg Pop e Criacao publicitaria
37/75
37
A obra Multido (Figura 18.) um painel com trs partes de 1,00 x 1,75 m
agregadas, na qual se observa a imagem de uma multido em preto e branco. Estaobra, no
somente impactante pela imagem sem fim de uma multido muito aglomerada , mas
tambm, pelo tipo de esttica utilizada por artistas urbanos de rua e pelo mercado publicitrio.
O contraste das cores preto e branco delimita os contornos, d forma aos rostos e
partes de corpo humano. Com a aglutinao cria-se uma massa de pessoas que se perdem de
vista, sem possuir o devido reconhecimento de cada face. Alm disto, a maneira como estetrabalho foi realizado, com a inclinao de seus corpos, d a sensao de movimento.
Figura 19 - Eu bebo Chopp ela pensa em Casamento II. Tinta alqudica sobre madeira e espuma de nylon.
180 x 110 x 140 cm
Fonte:TOZZI, Cludio. 1968.
Figura 20 - Astronautas. Liquitex sobre tela. 120 x 175 cm.
Fonte:TOZZI, Cludio.1969.
7/23/2019 Tg Pop e Criacao publicitaria
38/75
38
A obra Eu bebo Chopp ela pensa em Casamento II, (Figura 19) mescla obra
pictrica e escultrica, recurso bastante utilizado na Pop Art. Podem ser observados aspectos
estilsticos de ilustrao publicitria no copo de chopp com lquido escorrendo e com a
espuma que vira uma poa feita de nylon, que se espalha pelo cho.A sinalizao em formato
triangular com o dizer Eu bebo Chop Ela pensa em Casamento, possui um tom de
irreverncia, remetendo ao papo de bar, que faz parte da cultura brasileira e urbana.
Na obra Astronautas(Figura 20), observa-se a mescla de aspectos estticos da obra
Multido, no que tange ao formato dos rostos dos astronautas, com cores chapadas e
contornos bem definidos das revistas em quadrinhos. Pode-se perceber que as cores primrias
e o preto, definem cada elemento na composio.
Esta obra de Cludio faz referncia aoartista pop Roy Lichtenstein, no que diz ao uso
da temtica da revista em quadrinhos. Contudo, h diferenas para Roy, como, por exemplo, o
no uso das benday dots, e o uso excessivo de contorno, criado pelas cores preta e branca que
formam a imagem.
Outro artista de destaque da pop brasileira Nelson Leirner. Na segunda metade da
dcada de 50, Leiner comea a ter aulas de pinturas com Juan Pon, e em 1958, no Ateli
Abstrao de Samsom Flexor. Na dcada de 60, formou com outros artistas, o grupo de artes e
debates REX, que questionava o excesso de institucionalizao das artes.
Duas obras suas que podem ser consideradas pop so: Responda... Se pudere Que
horas So Dona Cndida?,conforme as figuras 21 e 22.
Figura 21- Responda... Se puder. leo sobre madeira, metal e papel. 111 x 111 cm.
Fonte:LEIRNER, Nelso
Recommended