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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
ATENÇÃO E ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA: PREPARANDO
UM DICENTE EM UM FUTURO PROFISSIONAL
Por: Sued Ferreira do Nascimento
Orientador
Prof. Maria Esther de Araujo
Nilópolis
Setembro 2007
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
ATENÇÃO E ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA: PREPARANDO
UM DICENTE EM UM FUTURO PROFISSIONAL
Apresentação de monografia à Universidade Candido
Mendes como condição prévia para a conclusão do Curso
de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Docência do ensino
Superior e obtenção do Grau de Especialista.
Por: Sued Ferreira do Nascimento
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço a deus, por estar sempre presente.
Aos Mestres do Instituto “A Vez do
Mestre” da Universidade Candido Mendes,
Campus rua do Carmo.
Aos meus amigos quem me ajudaram nessa
caminha e quem sempre estiveram do meu
lado me incentivando.
5
DEDICATÓRIA
Dedico aos meus Pais, minha Filha, meu irmão
e minha esposa pela atenção e afeto em todos
os momentos de dificuldade e alegria da minha
vida.
6
RESUMO
Os profissionais formados pelo curso de graduação em Farmácia, têm muitas e
diferentes oportunidades em áreas de atuação. Com tudo os profissionais farmacêuticos,
pela importância e responsabilidade de suas funções na sociedade, devem ser orientados
em sua graduação da importância dos princípios éticos, políticos e sociais e que esses
princípios éticos sejam respeitados e cumpridos.
Dentre os princípios éticos da profissão, está a atenção e assistência
farmacêutica, nas quais tem como maior visão, o bem estar da sociedade e a diminuição
do uso indevido de medicamento. Existem alguns métodos que podem ser utilizados
para que diminua índice do abuso de uso de medicamentos. Foi escolhido um método de
fácil entendimento para que desta forma eduque e incentive os alunos do curso de
farmácia que ainda forem se formar a aplicar em sua vida profissional.
Aplicar esse método a decorrer do curso e estágios na graduação de farmácia vai
possibilitar o aluno vivenciar a fundo os procedimentos dentro de uma farmácia e
drogaria.
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METODOLOGIA
A metodologia apresentada neste trabalho, foi fruto de pesquisas bibliográficas,
documental, profissionais farmacêuticos já formados e de alunos ainda em curso.
Através dessas coletas de informações se consolidou essa pesquisa. O material coletado
foi feita através acesso a internet e consultas a bibliografias emprestadas de outros
colegas profissionais e ainda consultas na biblioteca da Universidade do Grande Rio
(UNIGRANRIO)
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
CAPITULO I
HISTÓRIA DA FARMÁCIA BRASILEIRA
1.1 AS BOTICAS DO BRASIL
1.2 OS ESTUDOS DE FARMÁCIA
1.3 DE BOTICÁRIO A FARMÁCÊUTICO
CAPITULO II
O PROFISSIONAL FARMACÊUTICO
2.1 CODIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL
2.2 ÁREAS DE ATUAÇÃO
CAPITULO III
ATENÇÃO E ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA
COMCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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INTRODUÇÃO
Segundo Adriano Max Moreira Reis, Mestre em Ciências Farmacêuticas /
Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG, Farmacêutico da Unidade Funcional
Farmácia do Hospital das Clínicas da UFMG.
A prática é o meio através do qual uma profissão fornece conhecimento e
produtos para a sociedade. A ação central da prática farmacêutica deve ser o uso
racional de medicamentos (OMS, 1993).
A utilização de medicamentos é um processo complexo com múltiplos
determinantes e envolve diferentes atores. As diretrizes farmacoterápicas adequadas
para a condição clínica do indivíduo são elementos essenciais para a determinação do
emprego dos medicamentos. Entretanto, é importante ressaltar que a prescrição e o uso
de medicamentos são influenciados por fatores de natureza cultural, social, econômica e
política (FAUS, 2000 ; PERINI et. al, 1999).
A prática profissional de uma categoria da área de saúde sofre influência direta
do processo educacional, das diretrizes das políticas sanitárias e de trabalho, da estrutura
do sistema de saúde e do modelo assistencial.
No mundo ocidental contemporâneo o modelo de assistência à saúde é
excessivamente medicalizado e mercantilizado, cabendo aos medicamentos um espaço
importante no processo saúde/doença, sendo praticamente impossível pensar a prática
médica ou a relação médico paciente sem a presença desses produtos (SOARES, 1998).
Neste contexto a morbimortalidade relacionada a medicamentos é um grande problema
de saúde pública (EASTON et al, 1998, MALHOTRA et al, 2001).
Os modelos tradicionais de prática farmacêutica mostram ser pouco efetivos
sobre a morbimortalidade relacionada a medicamentos (CIPOLLE et al 2000).
A atenção farmacêutica, um novo modelo, centrado no paciente, surge como alternativa
que busca melhorar a qualidade do processo de utilização de medicamentos alcançando
resultados concretos.
O artigo apresenta as bases filosóficas e conceituais da atenção farmacêutica e
sua importância para a promoção do uso racional de medicamentos.
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CAPITULO I
HITÓRIA DA FARMÁCIA BRASILEIRA
Este capitulo com os subcapítulos tem como finalidade orientar e esclarecer a
verdadeira história da farmácia no Brasil para que possa ser entendido os capítulos
posteriores com uma visão politca e culturalmete, a pesquisa foi feita em “site” na
World Wide Web. (<www.ufpe.br> , <www.portalfarmaceuticon.com>).
Os primeiros povoadores, náufragos, degredados, aventureiros e colonos aqui
deixados por Martim Afonso, tiveram de valer-se de recursos da natureza para combater
as doenças, curar ferimentos e neutralizar picadas de insetos. Para combater a
agressividade do ambiente, e a hostilidade de algumas tribos indígenas os primeiros
europeus tiveram de contornar a adversidade com amabilidade, e com isso foram
aprendendo com os pajés a preparar os remédios da terra para tratar seus próprios males.
Remédio da "civilização" só apareciam quando expedições portuguesas, francesas ou
espanholas apareciam com suas esquadras, onde sempre havia um cirurgião barbeiro ou
algum tripulante com uma botica portátil cheia de drogas e medicamentos.
As coisas ficam assim até que a coroa portuguesa resolveu instituir no Brasil o governo
geral, e o primeiro a ser nomeado foi Thomé de Souza, que veio para a colônia com
uma armada de três naus, duas caravelas e um bergantim, trazendo autoridade,
funcionários civis e militares, tropa de linha, diversos oficiais, ao todo
aproximadamente mil pessoas que se instalaram na Bahia.
Vieram também nesta armada seis jesuítas, quatro padres e dois irmãos, chefiados por
Manuel da Nóbrega. O corpo sanitário da grande armada compunha-se de apenas um
boticário, Diogo de Castro, com função oficial e com salário. Não havia nesta armada
nenhum físico, denominação de médico na época. O físico-mor, só viria a ser instituído
no segundo governo de Duarte da Costa.
Dentre os irmãos destinados ao sul do país, estava a criatura humilde e doentia
de nome José de Anchieta. Os jesuítas eram mais práticos e previdentes que os
donatários e, até do que os próprios governadores-gerais, e trataram logo de instituir
enfermarias e boticas em seus colégios, e colocando um irmão para cuidar dos doentes e
outro para preparar remédios. Em São Paulo o irmão que preparava os remédios era
José de Anchieta, por isso podemos considerá-lo o primeiro boticário de Piratininga.
11
A princípio os medicamentos vinham do reino já preparados. Mas a pirataria do século
XVI e as dificuldades da navegação impediam com freqüência a vinda de navios de
Portugal, e era preciso reservar grandes provisões como acontecia com São Vicente e
São Paulo. Por estas razões os jesuítas terminaram sendo os primeiros boticários da
nova terra, e nos seus colégios as primeiras boticas onde o povo encontrava drogas e
medicamentos vindos da metrópole bem como, remédios preparados com plantas
medicinais nativas através da terapêutica dos pajés.
Importantes boticas sob a direção dos jesuítas tiveram a Bahia, Olinda, Recife,
Maranhão, Rio de Janeiro e São Paulo.
"Por muito tempo, diz o padre Serafim Leite, as farmácias da companhia foram
as únicas existentes em algumas cidades. E quando se estabeleceram outras, as dos
padres, pela sua notável experiência e longa tradição, mantiveram a primazia. O colégio
do Maranhão possuía uma farmácia flutuante, a Botica do Mar, bem provida, que
abastecia de medicamentos os lugares da costa, desde o Maranhão até Belém do Pará".
(Segundo relatos de cartas escritas pelo padre José de Anchieta).
A botica mais importante dos jesuítas foi a da Bahia, sua importância a tornou um
centro distribuidor de medicamentos para as demais boticas dos vários colégios de norte
a sul do país. Para isso, e como a Bahia mantivesse maiores contatos com a metrópole,
os padres conservavam a botica bem sortida e aparelhada para o preparo de
medicamentos, iniciando-se nela, inclusive, o aproveitamento das matérias primas
indígena.
Os jesuítas possuíam um receituário particular, onde se encontravam não só as
fórmulas dos medicamentos como seus processos de preparação. Havia também método
de obtenção de certos produtos químicos, como a pedra infernal (nitrato de prata).
O medicamento extraordinário no entanto, a penicilina da época, era a Tríaga Brasílica,
que se manipulava mediante fórmula secreta. Essa tríaga se usava contra a mordedura
de animais peçonhentos, em várias doenças febris, e principalmente como antídoto e
contraveneno ("exceto os corrosivos") gozava de grande fama e era considerada tão boa
quanto a de Veneza, pois agia pronta e rapidamente com a vantagem de, em sua
composição, entrarem várias drogas nacionais de comprovada eficiência.
Quando o colégio dos jesuítas da Bahia foi saqueado e seqüestrado em julho de
1760, ordem dada pelo Marques de Pombal, o desembargador incumbido da ação
judicial comunicava a seus superiores, "que tendo ele notícia da existência na Botica do
Colégio de algumas receitas particulares, entre as quais a do antídoto ou "Tríaga
12
Brazílica", havia feito as necessárias diligências para dele se apossar". Mas a receita não
apareceu na Botica, nem em lugar algum na Bahia. Somente mais tarde foi ela
encontrada na Coleção de Várias Receitas, "e segredos particulares das principais
boticas da nossa companhia de Portugal, da Índia, de Macau e do Brasil, compostas e
experimentadas pelos melhores médicos, e boticários mais célebres. Aumentada com
alguns índices, e noticias curiosas e necessárias para a boa direção, e acerto contra as
enfermidades", Roma 1766 (Segundo relatos de cartas escritas pelo padre José de
Anchieta)..
Outra botica que se assemelhava a dos padres, era a da Misericórdia. De caráter
semi público, tanto servia a seu próprio hospital como a cidade. Frei Vicente de
Salvador refere-se também a existência de uma grande caixa de botica que os
holandeses possuíam num forte baiano, e eram vinte e duas boticas (caixas) da armada
luso espanhola.
Já na primeira década do século passado, as boticas da capital baiana, segundo
testemunho de Spix e Martius, estavam "providas copiosamente de específicos ingleses
e remédios milagrosos".
1.1 AS BOTICAS DO BRASIL
As boticas só foram autorizados, como comércio, em 1640, a sangria, também
foi legalmente autorizada naquele mesmo ano e, resultou em competição entre os
barbeiros e os escravos sangradores. A partir deste ano as boticas se multiplicaram, de
norte a sul, dirigidas por boticários aprovados em Coimbra pelo físico-mor, ou por seu
delegado comissário na capital do Brasil, Salvador. Estes boticários, que obtinham com
a máxima facilidade a sua "carta de aprovação" eram profissionais empíricos, as vezes
analfabetos, possuindo apenas conhecimento de medicamentos corriqueiros. Por causa
de toda essa "facilidade", muitas vezes lavadores de vidros ou simples ajudantes de
botica, requeriam exame perante o físico-mor ou seu delgado e, uma vez aprovados, o
que geralmente acontecia, arvoravam-se em boticários, estabelecendo-se por conta
própria ou associando-se a um capitalista ou comerciante, normalmente do ramo de
secos e molhados, que alimentava a expectativa dos bons lucros no novo negócio. Em
todas as cidades do Brasil, desde os primeiros tempos da colonização, foi hábito dos
comerciantes de secos e molhados, negociarem com drogas e medicamentos, não só
13
para uso humano como para tratamento dos animais domésticos, aos cuidados do
alveitares (veterinários). Raras eram as boticas legalmente estabelecidas.
O comércio das drogas e medicamentos era privativo dos boticários, segundo o que
estava nas "Ordenações", conjunto de leis portuguesas que regeram o Brasil durante
todo o período colonial, reformada por D. Manuel e em vigor desde o princípio do
século XVI, bem como por leis e decretos complementares. Foi com base nesta
legislação que o físico-mor do reino, por intermédio de seu comissário de São Paulo,
ordenou o cumprimento integral do regimento baixado em maio de 1744. Com isto
intensificou-se a fiscalização do exercício dessa profissão, pois o regimento proibia
terminantemente o comércio ilegal das drogas e medicamentos, estabelecendo pesadas
multas e seqüestro dos respectivos estoques. Houve, busca e apreensões das
mercadorias proibidas, que foram depositadas nas boticas locais. Foi um "Deus nos
acuda".
O Regimento foi feito a partir de uma ordem do Conselho Ultramarino de dois
anos antes. A ordem fora dada ao Dr. Cypriano de Pinna Pestana, físico-mor do reino,
para que não desse comissão a pessoa alguma, que no Brasil servisse por ele, esta
comissão só poderia ser dada a um médico formado pela Universidade de Coimbra, e
que mesmo físico-mor faça um novo regimento da forma em que os seus comissários
deveriam proceder nas suas comissões e qual o salário que deveriam receber. "E que
fizesse também um regimento para os Boticários do dito estado com atenção as
distâncias, que ficam as terras litorâneas. Ficando advertido que tanto os ganhos dos
seus comissários como os preços dos medicamentos nunca deveriam exceder o dobro,
dos preços praticados no reino e que feito tal regimento deveria ser remetido ao
Conselho" (Segundo relatos de cartas escritas pelo padre José de Anchieta).
Quanto ao exame prestado pelos candidatos a boticários, bem como a
inutilização das drogas eventualmente deterioradas, desde a sua chegada aos portos, e a
fiscalização das boticas, tudo se faria de acordo com o regimento: legalização do
profissional responsável; existência de balança; pesos e medidas; estado de conservação
das drogas vegetais, principalmente as importadas; medicamentos galênicos; produtos
químicos; vasilhames e ocasionalmente, a existência de alguns livros. As inspeções das
boticas seriam rigorosas e realizadas a cada três anos. Este regimento foi considerado
modelar para a sua época.
Em completo atraso e carência de preparo, os boticários de Portugal e das
colônias portuguesas, tinham como guia a obsoleta Farmacopéia Ulissiponense
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Galênica e Química de Joan Vigier, data de 1716, e em 1735 aparecia a Farmacopéia
Tubalense Química Galênica, teórica e prática, de Manoel Rodrigues Coelho, boticário
da corte, que visava ter seu trabalho autorizado pelo governo, o que não conseguiu.
Em 1772 apareceu a obra de Frei João de Jesus Maria, monge beneditino e boticário do
convento e, finalmente, publicada por ordem de D. Maria I.
Em 7 de abril de 1794 foi mandada adotar a Farmacopéia Geral para o Reino de
Portugal e Domínios, de autoria de Francisco Tavares, professor da Universidade de
Coimbra, obra cujos preceitos não era lícito ao profissional se afastar, mesmo quando o
próprio autor a reconheceu insuficiente, sendo por isso, o mesmo autor, levado a
escrever uma Farmacologia, em 18 A cidade de São Paulo em 1765, tinha três
boticários, Francisco Coelho Aires, estabelecimento e moradia na rua Direita, Sebastião
Teixeira de Miranda na atual rua Alvares Penteado e José Antônio de Lacerda na atual
Praça da Sé.
A Real Botica de São Paulo, estava instalada onde hoje está o Vale do
Anhangabaú, mais precisamente, onde hoje está o prédio central dos Correios e
Telégrafos. O prédio para instalar esta primeira farmácia oficial da cidade foi construída
em 1796 e demolida em 1916.
No tempo da Real Botica os remédios eram, na sua grande maioria, plantas
medicinais, porém desde de 1730 o brasileiro usava o mercúrio e o arsênico importados
da Europa.
O ópio, a escamonéia, a rosa, o sene, o manacá e a ipeca já faziam parte dos
remédios necessários para funcionamento de uma botica. Pomadas e linimentos tinham
grande consumo, aliás o produto mais consumido era a pomada alvíssima, além do
bálsamo católico, de Copaíba, e a Água Vienense, que só entrou em desuso no começo
deste século.
As Boticas do Rio de Janeiro, no entanto, eram adornadas "com estilo muito
mais faustoso que o comum das casas de comércio, isto é, de muito bom gosto. Em vez
de balcão, como se costumava ter, tinham bem no meio uma espécie de altar, com a
frente ornamentada com pinturas e dourados; o motivo mais comum na pintura era
alguma paisagem, um naufrágio ou um simples ramalhete de flores. Acima, no altar, a
balança, os pesos, dois ou três livros velhos, oráculos, sem dúvida, da arte de curar"
(Segundo relatos de cartas escritas pelo padre José de Anchieta).
Os utensílios de laboratório, sempre despertou no cliente um olhar respeitador
bem como muita curiosidade. Talvez por suas formas singulares, tão diferente da
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maioria dos objetos corriqueiros, talvez por indicarem ao leigo de alguma forma, as
transformações que nestes locais se faziam. Na porta dos laboratórios o aviso "Proibida
a Entrada", só entravam o boticário, vestido com sua bata branca, e os auxiliares ,
geralmente moços me manga de camisa. O freguês ficava a espera da receita, que levava
no mínimo uma hora para ser aviada além da grade de madeira ou de ferro.
1.2 OS ESTUDOS DE FARMÁCIA
Quando a família real portuguesa ruma para a colônia Brasil, o futuro país não
tinha conseguido fazer chegar as suas terras qualquer dos avanços científicos que a
Alemanha, França e Itália desfrutavam.
O Brasil era a colônia portuguesa esquecida pela rainha D. Maria I, A Louca.
Não haviam faculdades, as ciências de uma maneira geral eram privilegio dos
que podiam ir estudar em Lisboa, Paris ou Londres.
Foi depois da vinda da família real, (1803) que o país, ainda colônia, adquiriu o
direito de acompanhar os movimentos culturais e científicos que aconteciam no velho
continente a mais de um século.
O primeiro passo largo rumo a modernidade foi encabeçado pelo príncipe
regente D. João VI, que admirava os estudos de história natural, bem como o trabalho
dos naturalistas.
Em 18 de fevereiro de 1808, instituiu os estudos médicos no Hospital Militar da
Bahia, por sugestão do cirurgião-mor do reino, Dr. José Correia Pincanço, futuro Barão
de Goiana, com ensino de anatomia e cirurgia, porém o ensino de farmácia só se iniciou
em 1824.
A intenção de D. João VI era formar médicos e cirurgiões para o exército e
marinha, onde estava a elite econômica da época.
No Rio de Janeiro instituiu o curso de medicina em 1809. Este curso era
composto das cadeiras de Medicina, Química, Matéria Médica e Farmácia. O primeiro
livro desta faculdade foi escrito por José Maria Bontempo, primeiro professor de
farmácia do Brasil, e chamava-se "Compêndios de Matéria Médica" e foi publicado em
1814.
Em 1818 o farmacêutico português instalado no Rio de Janeiro, José Caetano de
Barros abriu o ensino gratuito a médicos, boticários e estudantes no laboratório de sua
farmácia, sendo que as aulas de botânica eram dadas pelo carmelita pernambucano Frei
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Leandro do Sacramento, diretor do Jardim Botânico, e professor dessa disciplina na
então Escola Médico Cirúrgica. As aulas de Frei Sacramento eram ministradas no
Passeio Público daquela cidade.
Dentre os discípulos de José Caetano de Barros, destacava-se Ezequiel Corrêa
dos Santos, que veio a ser um dos pioneiros da farmácia no Brasil. Seu filho, também
farmacêutico, tornou-se catedrático de farmácia na Faculdade de Medicina no Rio de
Janeiro entre 1859 e 1883.
Em 3 de outubro de 1832, foi criada a Faculdade de Medicina, com isso regulou-se o
ensino de farmácia. Um decreto imperial sancionado em 8 de maio de 1835,
transformou a Sociedade de Medicina em Academia Imperial, e nela ficou instituído a
seção de farmácia, o que elevou a classe farmacêutica a hierarquia científica, colocando-
a em igualdade aos demais ramos das ciências médicas.
A consolidação do ensino de farmácia, no entanto, só aconteceu em 1925,
quando o curso passa a ser Faculdade de Farmácia, filiada, como as outras, a
Universidade do Rio de Janeiro.
A assembléia legislativa de Minas Gerais, decretou a lei nº 140,
sancionada pelo então conselheiro Bernardo Jacinto da Veiga, em 4 de abril de 1839,
criando duas Escolas de Farmácia, uma em Ouro Preto e outra em São João Del Rei,
destinada ao ensino de farmácia e da matéria médica brasileira.
A cidade do Rio de Janeiro abriu curso de agricultura em 1814, e o laboratório
de química chegou a Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1818.
Os cursos superiores nasceram sob a imposição de necessidades práticas
imediatas, por isso não acompanharam, no decorrer de nossa história, as exigências da
sociedade brasileira. Em virtude do imediatismo, a pesquisa científica foi totalmente
negligenciada durante todo o período do império, vindo a desenvolver-se timidamente
no começo do nosso século. Assim, não é de se estranhar que em 10 anos (1855 -1864)
as escolas de medicina das duas províncias, Bahia e Rio de Janeiro, tivessem apenas 2 7
estudantes de medicina, por ano, e no curso de farmácia 5, enquanto o curso de direito
tinha 80 alunos.
A Escola de Farmácia de Porto Alegre surgiu em 1896 e a de São Paulo em
1898. Se bem que a idéia da instituição desta última constituísse, desde algum tempo,
cogitação de ilustres profissionais que integravam a Sociedade Farmacêutica, coube,
sem dúvida, ao Dr. Braulio Gomes, médico de renome e vasto currículo de relações
17
sociais, a vitória na iniciativa que culminou na fundação da Escola de Farmácia de São
Paulo em 12 de outubro de 1898.
Em 1822, São Paulo, não possuía nenhuma faculdade, mas tinha 7 médicos e
cirurgiões e continuava tendo 3 boticários, sendo um deles Ereopagita da Mota, que
tinha farmácia na então rua do Rosário atual 15 de novembro, no coração da cidade. Já o
Rio de Janeiro em 1843 tinha 78 farmácias, e em 1893, 210 farmácias e 34 drogarias.
1.3 DE BOTICARIO A FARMACÊUTICO
Apesar das diversas instituições de ensino de farmácia pelo país no século
passado, a passagem do comércio de botica para farmácia, não foi nada fácil. Afinal o
hábito, na cultura popular, dificulta em muito as mudanças, por mais necessárias que
elas sejam.
Assim, até a própria lei que regulamentava o efetivo exercício da profissão
persistia em chamar os farmacêuticos de boticários. O Regimento da Junta de Higiene
Pública, aprovado pelo decreto imperial número 829, de 29 de setembro de 1851,
documento que regulamentava a profissão, fazia menção ao técnico da preparação dos
medicamentos através da palavra "boticário", “e não se pense que a expressão dissesse
respeito a profissionais sem diploma, pois o artigo 28 do referido regimento é claro: " os
médicos, cirurgiões, boticários, dentistas e parteiras apresentarão seus diplomas..."
(Segundo relatos de cartas escritas pelo padre José de Anchieta).
O hábito continuou até surgir o Decreto 2055, de dezembro de 1857, onde ficou
estabelecido as condições para que os farmacêuticos, não habilitados, tivessem licença
para continuar a ter suas boticas. Uma ironia bem própria da cultura brasileira onde
farmacêuticos e boticários, habilitados ou não, tinham pouca diferença para a média da
população bem como para os legisladores, normalmente leigos em questões de
farmácia.
O boticário dará definitivamente espaço ao farmacêutico depois de 1886. Isto no
entanto não deve significar que o país e suas faculdades de farmácia não produziram
cientistas de nível nacional e internacional é o caso de Luís Antônio da Costa Matos,
que obteve um princípio antifebril da amêndoa de cajú; Joaquim de Almeida Pinto,
pernambucano, que estudou espécies da nossa flora e organizou um dicionário de
botânica; Antônio Gonçalves de Araujo Penna, paulista que se dedicou a farmácia
homeopática, dando-lhe grande impulso e popularidade. Ezequiel Correia dos Santos,
18
fluminense, dedicou-se ao estudo das plantas medicinais brasileiras, procurando isolar
os princípios ativos e obtendo em 1838, a pereirina do Pau Pereira, com a colaboração
dos farmacêuticos Soullié e Dourado.
Joaquim Correia de Mello, paulista, exerceu a profissão em Campinas, onde se
popularizou pelo apelido de "Quinzinho da botica", sua vocação era a botânica,
estudioso e modesto, aplicou-se profundamente ao estudo da nossa flora, redigindo
comunicações e memórias que foram publicadas nos anais da famosa "Linnean
Society", de Londres, da qual era o único sócio correspondente sul americano. Pedro
Baptista de Andrade, mineiro, o "poeta da química", químico industrial e professor de
farmácia; Christovão Buarque de Hollanda, químico do Laboratório Nacional de
Análises e diretor da Farmácia do Estado de São Paulo; José Frederico de Borba,
especializou-se em química toxicológica e bromatológica, tendo sido chefe do
Laboratório do Estado e professor de farmácia. João Florestino Meira de Vasconcellos,
foi professor da Santa Casa, professor de farmácia e escreveu "Elementos de Farmácia",
em 2 volumes, São Paulo (1906). A primeira mulher que colou grau de farmacêutico, no
período do império foi Maria Luiza Torrezão de Seurville, nascida em Niteroi em 1865,
diplomou-se pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1888. Foi farmacêutica
da Policlínica do Hospital de São João Batista em Niteroi. Sua formatura foi um
verdadeiro acontecimento social, pois aberrava os hábitos da época.
19
CAPÍTULO II
O PROFISSIONAL FARMACÊUTICO
Uma das mais antigas e fascinantes profissões, a Farmácia tem como legado a
cura e a melhoria da qualidade de vida da população.
Há mais de dois mil anos essa atuação deixou de ser intuitiva e, com os avanços
da ciência e tecnologia as práticas do passado foram confirmadas e tomaram
consistência.
O farmacêutico profissional de nível superior, tem sua prática permeada pela
ética e é essencial para você e para a sociedade, pois é a sua garantia de receber toda a
informação necessária para um resultado eficaz de tratamento, além do
acompanhamento terapêutico.
Conhecedor das fórmulas, detentor da sabedoria das misturas curativas e
sintetizador de substâncias, o farmacêutico é o único capaz de dar o direcionamento
correto diante do tratamento solicitado por médicos, dentistas e demais profissionais de
saúde habilitados para prescrever.
A globalização e a facilidade dos meios de comunicação de massa cobram um
novo perfil do profissional, em todos os segmentos do saber. O exercício de qualquer
atividade profissional que enseje conhecimentos técnicos e profissionais, reclamando
qualificação adequada, ligada à exigência de lei, nesse sentido, implica em conduta
ímpar, acima da exigência da legislação.
A ética farmacêutica mostra-se flagrante reflexão filosófica sobre a moral e a
conduta do profissional.
O termo ética vem do grego ethos, que originalmente significa morada, ou seja,
o habitat dos animais, seja a morada do homem, lugar onde se sente acolhido e
abrigado. A conceituação ética atual reclama reflexões acima da ética, dentre estas a
bioética, que tem como objeto as pesquisas e os possíveis limites que possam ser
impostos à ciência na auto-reflexão da ética.Feliz o seguinte comentário do Professor
Álvaro Valls (“O que é ética”, São Paulo, Brasiliense, 1993.): “A ética é daquelas coisas
que todo mundo sabe o que são, mas que não são fáceis de explicar, quando alguém
pergunta”.
20
2.1 CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL
Ao receber o diploma de conclusão do curso de Farmácia, o profissional adquire
formalmente o reconhecimento da sociedade de que possui o pleno conhecimento das
Ciências Farmacêuticas.
Entretanto, para essa mesma sociedade, a obtenção deste diploma não é o
suficiente para o exercício da profissão farmacêutica.
Desta maneira, para exercício da nossa profissão é imprescindível que o
Farmacêutico esteja inscrito em seu respectivo Conselho Regional, uma autarquia
Federal, com autonomia administrativa e financeira, que tem como principal objetivo,
zelar pela fiel observância dos princípios da ética e da disciplina da classe dos que
exercem atividades profissionais farmacêuticas no País (Ver Lei n. 3820 de 11 de
novembro de 1960 (BRASIL, 1960), art. 1 , que “cria o Conselho Federal de Farmácia e
os Conselhos Regionais de Farmácia, e dá outras providências).
Como outras, a profissão Farmacêutica deve ser exercida não só por aqueles que
detêm este conhecimento, mas por aqueles que transformem seu conhecimento em
benefícios para toda a coletividade e o façam com ética.
O Código de Ética da Profissão Farmacêutica é o pacto explícito entre os
componentes da nossa categoria profissional, cuja finalidade é declarar para a sociedade
como o farmacêutico determina, através de seus direitos e deveres, sua identidade e
conduta política e social de acordo com os princípios universais da ética.
O CODIGO DE ÉTICA E A ATENÇÃO E ASSISTÊNCIA FARMACEUTICA
CAPITULO I
Art. 7° - O farmacêutico deve manter atualizados os seus conhecimentos técnicos e
científicos para aperfeiçoar, de forma contínua, o desempenho de sua atividade
profissional.
CAPITULO II
Art. 11°
III. exercer a assistência farmacêutica e fornecer informações ao usuário dos serviços;
CAPITULO III
Art. 13°
21
V. deixar de prestar assistência técnica efetiva ao estabelecimento com o qual mantém
vínculo profissional, ou permitir a utilização do seu nome por qualquer estabelecimento
ou instituição onde não exerça pessoal e efetivamente sua função;
CAPITULO IV
Art. 15°
IV. anunciar produtos farmacêuticos ou processos por meios capazes de induzir ao uso
indiscriminado de medicamentos;
CAPITULO V
Art. 16°
II. interagir com o profissional prescritor, quando necessário, para garantir a segurança
e a eficácia da terapêutica farmacológica, com fundamento no uso racional de
medicamentos;
De acordo com o código de ética, fica possibilitado o Farmacêutico estar sempre
se aperfeiçoando, para assim esta preparado a prestar assistência e atenção para a
sociedade.
Fica ao profissional farmacêutico a disponibilidade de se ausentar do exercício
da profissão na empresa, em até 10 dias no ano para atualização e aperfeiçoamento.
Não é facultativo ao farmacêutico a prestação da assistência e atenção
farmacêutica, mas sim, é de dever do farmacêutico e direito da sociedade pratica-lo,
podendo o profissional usar de recursos secundário quando necessário, tal como entrar
em contato com o prescritor a fim de elaborar um plano estratégico secundário visando
sempre o bem estar da população.
O CÓDIGO DE ÉTICA E O AFASTAMENTO DE SUAS ATIVIDADES
CAPITULO II
Art. 12 - O farmacêutico deve comunicar ao Conselho Regional de Farmácia, por
escrito, o afastamento de suas atividades profissionais das quais detém responsabilidade
técnica, quando não houver outro farmacêutico que, legalmente, o substitua.
Deve-se comunicar ao Conselho Regional de Farmácia o afastamento de suas
atividades, sendo no máximo de 5 dias para doença (datado e assinado), acidente
22
pessoal ou óbito familiar, por motivo de férias, congresso ou aperfeiçoamento
profissional deve-se comunicar com 1 dia de antecedência.
O CÓDGO DE ÉTICA E AS RESPONSABILIDADES DA PROFISSÃO
CAPITULO III
Art. 13°
V. deixar de prestar assistência técnica efetiva ao estabelecimento com o qual mantém
vínculo profissional, ou permitir a utilização do seu nome por qualquer estabelecimento
ou instituição onde não exerça pessoal e efetivamente sua função;
XV. expor, dispensar, ou permitir que seja dispensado medicamento em contrariedade à
legislação vigente;
XVI. exercer a profissão em estabelecimento que não esteja devidamente registrado nos
órgãos de fiscalização sanitária e do exercício profissional;
XVIII. delegar a outros profissionais atos ou atribuições exclusivos da profissão
farmacêutica;
XXV. receber remuneração por serviços que não tenha efetivamente prestado;
CAPITULO V
Art. 15°
IV. anunciar produtos farmacêuticos ou processos por meios capazes de induzir ao uso
indiscriminado de medicamentos;
De acordo com o código de ética o profissional farmacêutico fica vetado ao
farmacêutico deixar de atender a sociedade e/ou delegar essa tarefa o outros, não
podendo assim se ausentar de sua responsabilidade como profissional.
O CODIGO DE ÉTICA E O CUMPRIMENTO
TITULO V
Art. 27 - Aplica-se o Código de Ética a todos os inscritos no Conselho Regional de
Farmácia.
Acatar o Código de Ética, não é uma escolha; é uma obrigação que o
farmacêutico assume com sua classe e com a sociedade.
23
Todo farmacêutico é obrigado a inscrever-se no seu Conselho Regional.
É exercício ilegal da profissão exercê-la sem a devida inscrição no Conselho
Regional.
Isto vale para todas as atividades que para exercê-las você teve de comprovar
sua habilitação através do diploma de farmacêutico. Mesmo se você nao tenha
responsabilidade técnica.
A Comissão de Ética não pode imputar nenhuma penalidade ao farmacêutico.
A Comissão de Ética analisa os processos éticos e à luz do Código emite seu
parecer sobre o não cumprimento dos artigos.
O mesmo processo pode também ser enviado para análise e estudo do Serviço
Jurídico do Conselho.
Depois estes pareceres são analisados por um Conselheiro indicado como
Relator que após um estudo criterioso registra seu parecer e aí, com uma penalidade
sugerida se for o caso.
A penalidade somente é imputada ao farmacêutico, quando esta se aplicar, por
votação em reunião plenária pelos Conselheiros eleitos e empossados.
3.2 ÁREAS DE ATUAÇÃO
A área de atuação de um recém formado do curso de farmácia, tem um amplo e
diversificado mercado de trabalho, podendo assim trabalhar nas mais diferentes funções.
O Conselho Nacional de Educação (CNE) aprovou o Parecer CNE/CES 1300/2001 e a
Resolução CNE/CES 02/2002, sobre o novo currículo do curso de farmácia criado para
atender às novas exigências do farmacêutico que o formará com um perfil Generalista,
ou seja, as Habilitações Farmácia Industrial de Medicamentos, Análises de Alimentos e
Análises Clínicas e Toxicológicas, estão em um único currículo. O objetivo é levar o
discente do curso de graduação em saúde a aprender a aprender, que engloba aprender a
ser, aprender a fazer, aprender a viver juntos e aprender a conhecer, garantindo a
capacitação de profissionais com autonomia e discernimento (CNE/CES 1300/2001,
pág 04. no “site” do INEP).
INDÚSTRIAS, COSMÉTICOS, FITOTERÁPICOS E ALIMENTOS.
24
O farmacêutico aqui é diretamente responsável pela pesquisa, produção,
desenvolvimento e controle da qualidade. Fatores que deverão comprovar a eficácia do
medicamento ou produto. É na indústria também que se encontram os farmacêuticos
que desenvolvem tecnologia para o controle de pragas e alimentos (agricultura).
Na pesquisa científica atualmente, muitos farmacêuticos agregam valor ao projeto
"Genoma Humano" que revelou o conjunto de genes do ser humano. Os resultados
desse projeto deverão propiciar o desenvolvimento de medicamentos genéticos (com
substância à base de DNA).
ANÁLISES CLÍNICAS E TOXICOLÓGICAS.
Os exames clínicos laboratoriais (sangue, fezes, urina entre outros), são
solicitados pelo médico para um melhor diagnóstico e realizados pelo farmacêutico.
Também exames toxicológicos para atletas e animais (antidoping) e controle da
poluição ambiental contam com a participação do profissional de farmácia.
FARMÁCIAS, MANIPULAÇÃO, DROGARIAS E HOSPITAIS.
Seja com os medicamentos industrializados, com a manipulação alopática ou
homeopática ou até mesmo na área hospitalar, o farmacêutico tem como
responsabilidade a prestação da assistência e atenção farmacêutica.
TRANSPORTADORAS E DISTRIBUIDORES.
O farmacêutico nesta área oferece suporte técnico que garante o modo correto de
recebimento de medicamentos vindo de outros locais inclusive outros países. Práticas
como o gerenciamento de estoques, formas de distribuição e atendimento ao cliente
estando atento para aspectos de lote, validade, transporte e armazenamento.
SAÚDE PUBLICA E VIGILÂNCIA SANITÁRIA.
Todas as ações que envolvem o farmacêutico em cada uma das áreas citadas
exige-se a vigilância sanitária no que se refere ao controle de qualidade de atendimento,
25
higiene, práticas específicas entre outras normas que garantem uma assistência
farmacêutica eficaz.
EDUCADOR
Nas instituições de ensino superior o farmacêutico pode atuar como coordenador
de cursos de farmácia e/ou docente das disciplinas existentes nos currículos de cursos de
farmácia. Existem profissionais que atuam também como professores no Ensino Médio.
O curso de graduação em farmácia oferece mais chances ao profissional de
conseguir uma ocupação no mercado de trabalho de hoje, segundo o resultado da
pesquisa realizada pelo Centro de Políticas Sócias e EPGE da Fundação Getúlio Vargas
e divulgado na Revista Riopharma do Conselho Regional de Farmácia do Estado do Rio
de Janeiro.
26
CAPITULO III
ATENÇÃO E ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA
Assistência Farmacêutica:
Conjunto de ações voltadas à promoção, proteção e recuperação da saúde, tanto
individual como coletivo, tendo o medicamento como insumo essencial, visando o
acesso e o seu uso racional, envolvendo aquelas referentes à atenção farmacêutica.
Atenção Farmacêutica
Modelo de prática farmacêutica, desenvolvida no contexto da assistência
farmacêutica, que compreende atitudes, valores éticos, comportamentos, habilidades,
compromissos e co-responsabilidades na prevenção de doenças, na promoção e na
recuperação da saúde, de forma integrada à equipe de saúde, mediante interação direta
do farmacêutico com o usuário, visando uma farmacoterapia racional e a obtenção de
resultados definidos e mensuráveis, voltados para a melhoria da qualidade de vida.
A atenção farmacêutica consiste na provisão responsável da farmacoterapia com
o propósito de alcançar resultados concretos que melhorem a qualidade de vida do
paciente. Busca, encontrar e resolver de maneira sistematizada e documentada todos os
problemas relacionados com os medicamentos que apareçam no transcorrer do
tratamento do paciente. Além disso, compreende a realização do acompanhamento
farmacológico do paciente, com dois objetivos principais:
1. Responsabilizar-se com o paciente para que o medicamento prescrito pelo médico
tenha o efeito desejado.
2. Estar atento para que ao longo do tratamento as reações adversas aos
medicamentos sejam as mínimas possíveis, e no caso de surgirem, que se possa resolvê-
las imediatamente.
Enfim, é um conceito de prática profissional em que o paciente é o mais
importante beneficiado das ações do farmacêutico. A atenção farmacêutica, mais
proativa, rejeita uma terapêutica de sistemas, busca a qualidade de vida, e demanda que
o farmacêutico seja um generalista. Ela é um pacto social pelo atendimento e que
necessita ter uma base filosófica sedimentada no mundo todo, porque sua prática está
assentada nessa filosofia. O exercício profissional do farmacêutico passa hoje pela
27
concepção clínica de sua atividade, sua integração e colaboração com o restante da
equipe de saúde e o cuidado direto com o paciente; o que então vem a ser chamado de
cuidado, assistência ou Atenção Farmacêutica.
A Atenção Farmacêutica constitui uma nova filosofia de exercício profissional
farmacêutico. Não existe porém, uma concepção concreta da prática de tal conceito.
Isso então permite a cada farmacêutico uma certa flexibilidade para adaptar a provisão
da Atenção Farmacêutica à sua realidade, seus próprios recursos e habilidades,
procurando sempre uma farmacoterapia racional, segura e custo-efetiva para o cuidado
do paciente. Além disso, a variabilidade enorme de patologias, unido à ampla
disponibilidade terapêutica, oferece múltiplas possibilidades de abordagem e resolução
de um mesmo caso.
O que se deve ter em mente quanto a este modo de exercício profissional, é que
a qualidade dos resultados se mede diretamente pela melhora da qualidade de vida
oferecida ao paciente. E essa melhora deve ser obtida pela otimização da terapia
medicamentosa e resolução dos problemas relacionados aos medicamentos. O que se
propõe não é o exercício do diagnóstico ou da prescrição de medicamentos considerados
de responsabilidade médica, mas a garantia de que esses medicamentos venham a ser
úteis na solução ou alívio dos problemas do paciente.
Fases do processo de Atenção Farmacêutica:
• Estabelecer a relação farmacêutico-paciente;
• Recolher, sintetizar e analisar a informação relevante;
• Listar e classificar os problemas relatados pelo paciente e identificados na
anamnese;
• Estabelecer o resultado farmacoterapêutico desejado para cada problema
relacionado com o medicamento;
• Determinar as alternativas terapêuticas disponíveis;
• Eleger a melhor solução farmacoterapêutica e individualizar o regime
posológico;
• Desenvolver um plano de monitorização terapêutica;
• Iniciar o tratamento individualizado e o plano de monitorização;
• Realizar o seguimento para medir o resultado.
28
A automedicação irracional, tal como a prescrição errônea, podem ter como
conseqüência efeitos indesejáveis, enfermidades relacionadas a medicamentos e
mascaramento de doenças em evolução, representando, portanto, novos agravos à saúde
(CFF, 2005).
A prática da farmácia comunitária, tem sofrido profundas mudanças nas últimas
décadas. Com o advento da industrialização, a atividade de manipular medicamentos
sofreu forte impacto, criando oportunidades para a orientação sobre o uso correto de
medicamentos e outras atividades de promoção da saúde. Porém, o ensino farmacêutico
não foi adaptado à nova realidade da farmácia, que de produtora passa a ser uma
dispensadora de produtos industrializados, conforme os ditames de novos produtores, o
que tem acarretado choque entre os valores éticos, dos farmacêuticos, e mercantis, das
indústrias e do comércio.
A busca de novos caminhos pelo farmacêutico, como profissional da saúde,
decorre de vários fatores como deficiências da formação profissional, crise de
identidade, dissociação dos interesses econômicos e de saúde coletiva, prática
desconectada das políticas de saúde e de medicamentos, falta de integração e unidade
entre os profissionais de saúde, suas entidades representativas e outros segmentos da
sociedade, em torno das políticas de saúde.
O farmacêutico é capaz de orientar o paciente e atuar como agente sanitário, de
acesso fácil para a população. Por isso, é o profissional que dispensa as prescrições,
fornece informação e assessora a respeito do uso correto de medicamentos, como
também orienta sobre hábitos alimentares, para garantir a eficácia do tratamento. As
funções do farmacêutico, portanto, não se limitam à dispensação, devendo abranger um
ato profissional muito mais amplo, em que deve expor todo seu conhecimento
especializado.
Na condição de estabelecimento que integra os sistemas de saúde, a farmácia
apresenta inúmeras vantagens : fácil acesso a um profissional de saúde; condições
adequadas para participação em campanhas sanitárias (vacinação, p.ex.); redução de
gastos com tratamentos, por possibilitar intervenção primária e encaminhamento à
assistência médica; aumento na adesão à terapêutica farmacológica prescrita, com
conseqüente melhora na qualidade de vida do usuário (OMS, 1993).
Em 1990 Hepler e Strand definiram a Atenção Farmacêutica como a provisão
responsável do tratamento farmacológico com o propósito de alcançar resultados
29
concretos que melhorem a qualidade de vida dos pacientes. A partir daí os caminhos
escolhidos para a implantação desta nova prática começaram a ser discutidos e
harmonizados buscando meios que efetivamente resultem no uso racional dos
medicamentos.
No Brasil desde 2002 existe uma proposta de definição de Atenção
Farmacêutica: “considerada como um modelo de prática farmacêutica, desenvolvida no
contexto da Assistência Farmacêutica e compreendendo atitudes, valores éticos,
comportamentos, habilidades, compromissos e co-responsabilidades na prevenção de
doenças, promoção e recuperação da saúde, de forma integrada à equipe de saúde. É a
interação direta do farmacêutico com o usuário, visando uma farmacoterapia racional e
a obtenção de resultados definidos e mensuráveis, voltados para a melhoria da qualidade
de vida. Esta interação também deve envolver as concepções dos seus sujeitos,
respeitadas as suas especificidades bio-psico-sociais, sob a ótica da integralidade das
ações de saúde ”.(I Oficina, 2001, p.15-16).
Esta definição é fruto do produto das discussões de oficinas de trabalho,
promovidas por entidades como OPAS, Ministério da Saúde, CFF, SBRAFH, entre
outras. Atualmente essa definição faz parte da Resolução 338/2004 que dispõe sobre a
Política Nacional de Assistência Farmacêutica do Conselho Nacional de Saúde no
entendimento que a Atenção Farmacêutica deve ser desenvolvida no contexto da
Assistência Farmacêutica, na perspectiva da integralidade das ações de saúde.
A Assistência Farmacêutica é concebida como parte integrante da Política
Nacional de Saúde, envolvendo um conjunto de ações voltadas à promoção, proteção e
recuperação da saúde, tendo o medicamento como insumo essencial.
Objetivando alcançar os maiores benefícios possíveis, a partir da utilização
desses insumos, durante a 1ª Conferência Nacional de Medicamentos e Assistência
Farmacêutica (2003), surge como proposta: a exigência dos poderes público e privado a
efetivação dos programas de Atenção Farmacêutica em todo o nível de Assistência
Farmacêutica no Brasil e a garantia da Atenção Farmacêutica junto aos programas de
saúde como: tuberculose, hanseníase, hipertensão, diabetes, etc.
Apesar do grande empenho de entidades farmacêuticas na concretização da
prática da Atenção Farmacêutica no país, pouco se tem evoluído neste sentido.
O foco das atividades das FARMÁCIAS deve estar fundamentado no caráter
humano da dispensação de medicamentos, visando garantir que a aquisição dos
produtos seja um instrumento para a solução de problemas de saúde do cidadão. Trata-
30
se de uma ação de atenção a saúde e não de comércio, e tem caráter educativo, em nível
individual e coletivo, acerca do uso correto dos medicamentos.
Na tentativa de cumprir os objetivos das Farmácias Comunitárias harmonizando
a busca pela melhora da qualidade assistencial, surge como proposta a implantação do
Projeto Cuidados Farmacêuticos nestes estabelecimentos de saúde, que consiste na
atualização dos profissionais responsáveis pela prestação da assistência e atenção
farmacêutica aos usuários de medicamentos.
OBJETIVOS ESPECIFICOS
1. Capacitar os recursos humanos na área específica do desenvolvimento do projeto;
2. Aumentar o volume de atendimento como consequência da fidelização do usuário de
medicamentos aos estabelecimentos;
3. Servir de projeto piloto para uma ação maior;
4. Promover um atendimento integral ao usuário de medicamentos;
5. Incorporar os farmacêuticos envolvidos nas discussões nacionais sobre Assistência e
Atenção Farmacêutica;
6. Desenvolver um programa de cadastramento dos usuários de medicamentos;
7. Desenvolver campanhas visando a educação sanitária dos usuários de medicamentos.
RESULTADOS ESPERADOS
1. Possibilitar a implantação prática de ações junto ao usuário buscando o uso racional
de medicamentos;
2. Conhecer o perfil do usuário atendido para poder promover campanhas educativas na
tentativa de trabalhar junto a prevenção de patologias;
3. Sensibilizar e estimular as autoridades para adoção de políticas de medicamentos e
estratégias de melhoria da assistência farmacêutica e adoção de boas práticas;
4. Estimular o estudo de um sistema de informação que possa consolidar dados
referentes a estes estabelecimentos e fornecer indicadores de acompanhamento e
avaliação;
5. Obter dados que possam subsidiar a capacitação dos profissionais para boas práticas e
uso racional de medicamentos;
6. Estimular o desenvolvimento de outras pesquisas nesta área;
31
7. Disseminar os resultados obtidos em fóruns e revistas científicas;
O Código de Ética Farmacêutico Brasileiro (Conselho Federal de Farmácia,
2001) rege que o profissional deve atuar buscando a saúde do paciente, orientando-o em
todos os sentidos. A Atenção Farmacêutica consiste no mais recente caminho a ser
tomado para tal finalidade. Esta, segundo a Organização Mundial da Saúde, conceitua-
se como a prática profissional na qual o paciente é o principal beneficiário das ações do
farmacêutico (OMS, 1993).
A Atenção Farmacêutica, entendida como um modelo de prática profissional
desenvolvida no contexto da assistência farmacêutica, de acordo com a proposta de
Consenso Brasileiro de Atenção Farmacêutica, possui por finalidade aumentar a
efetividade do tratamento medicamentoso, concomitante à detecção de problemas
relacionados a medicamentos (PRMs). Compõe uma prática que vem sendo
gradualmente aplicada em número crescente de farmácias comunitárias em diversas
regiões, porém ainda como projetos individuais, enfrentando diversas dificuldades na
sua incorporação, em parte devido ao desconhecimento e despreparo dos profissionais,
bem como por certa rejeição por parte de proprietários de farmácias.
A Atenção Farmacêutica é uma prática centrada no paciente, a qual requer
trabalho conjunto do farmacêutico com o paciente e outros profissionais de saúde para
promover a saúde e prevenir doenças. A avaliação e monitorização do uso do
medicamento são importantes neste contexto.
A sociedade tem evoluído tecnologicamente garantindo a introdução de novos
procedimentos diagnósticos e terapêuticos. Como conseqüência houve não só um
aumento da expectativa de vida da população, mas também aumento do número de
medicamentos utilizados por paciente, o que contribui para o seu uso incorreto e para o
aparecimento de complicações das doenças causadas pela ineficácia do tratamento, por
doenças iatrogênicas e/ou por eventos adversos, levando ao aumento da morbi-
mortalidade e dos custos dos tratamentos (Barr, 1955; Stell et al., 1981; Couch et al.,
1981; Fleming, 1996; Bates et al., 1998, Cipolle et al., 1998).
Nesse contexto surgiu a Atenção Farmacêutica que envolve o processo pelo qual
o farmacêutico coopera com outros profissionais e com o paciente no desenho,
implementação e monitorização do plano terapêutico do último. Esse, como agente
responsável pelo tratamento, apoiado na equipe multiprofissional (Hepler & Strand,
1999).
32
Na prática da Atenção Farmacêutica, o profissional deve garantir a provisão
responsável da terapia medicamentosa com o propósito de alcançar resultados que
melhorem a qualidade de vida do paciente. Os resultados são: 1) Cura da doença; 2)
Eliminação ou redução dos sintomas; 3) Diminuição da progressão da doença; e 4)
Prevenção de doenças ou de outras condições indesejáveis (Hepler & Strand, 1999).
Existem diferentes metodologias de seguimento farmacêutico nessa prática, na Clínica
de Atendimento Multidisciplinar à Prevenção e ao Tratamento da Toxicomania -
CAMT, seguiu-se o Programa Dáder e Segundo Consenso de Granada para
Classificação de Problemas Relacionados a Medicamentos (Dáder et al., 2002; Grupo
de Investigación en Atención Farmacêutica, Grupo de Investigación en Farmacología
Aplicada y Farmacoterapia, Grupo de Investigación en Farmacologia de Productos
Naturales, 2002).
MATERIAIS E MÉTODOS
Instrumento de educação sanitária, que consta dos seguintes campos:
A- Posologia: A determinação do horário de administração do medicamento varia de
acordo com o intervalo posológico prescrito, especificidades de administração do
medicamento, hábitos alimentares do paciente e com sua rotina diária. Após analisar
cada um dos fatores separadamente, determina-se o horário de administração através de
um acordo entre o paciente e o farmacêutico.
B- Uso correto: Onde se registra a técnica de administração e cuidados com o
medicamento e sua relação com a alimentação e o que fazer em caso de omissão de
doses.
C- Reações adversas: Reações adversas medicamentosas mais freqüentes e graves.
D- Precauções: Precauções antes da terapia, que incluem uso durante a gravidez e
lactação, doenças ou problemas médicos pré-existentes, além de precauções em idosos e
crianças; Precauções durante o uso do medicamento como casos de overdose ou
ingestão acidental e orientações odontológicas e cirúrgicas e a necessidade de exames
de monitorização necessários. E após o uso do medicamento.
33
E- Armazenamento correto: são dadas informações a respeito do armazenamento
correto do medicamento utilizando-se como referências teóricas o preconizado pelo
Ministério da Saúde, WHO (2002) e DRUG (2002).
Com este formulário de uso correto de medicamentos pretende-se de prevenir
erros de administração decorrentes da falta ou incompreensão das informações e não
adesão do paciente à farmacoterapia, FIG. 1.
Farmác ia CAMT Aconse lhamento ao Paciente
N o m e : _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ D a ta : _ _ _ _ _ _ /_ _ _ _ _ _ /_ _ _ _ _ _ .
“T O M E S E U S M E D IC A M E N T O S D E M A N E IR A C O R R E T A E C O N T R IB U A P A R A S U A S A U D E .”
M a n h ã
T a rd e
N o ite
PER ÍODO DO D IA
H O R A S
MED ICAMENTO 6 7 8 9 1 0 1 1 1 2 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 0 1 1 1 2
1 .
2 .
U s o c o rre to 1 . _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _
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2 . _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _
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P re c a u ç õ e s a c o n s id e ra r a n te s d a te ra p ia
1 . _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _
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2 . _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _
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P re ca u çõ e s a co n sid e ra r d u ra n te a te ra p ia
1 . _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _
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2 . _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _
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R e a çõ e s a d ve rsa s “E fe ito s co la te ra is”
1 . _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _
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2 . _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _
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A rm a ze n a m e n to
1 . _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _
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2 . _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _
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PADRÃO DE PREENCHIMENTO PARA ESSE FORMULÁRIO.
Farmácia CAMT Aconselhamento ao Paciente
Nome: ____________________________________________________ Data:
______/______/______.
“TOME SEUS MEDICAMENTOS DE MANEIRA CORRETA E CONTRIBUA PARA SUA SAUDE.”
Manhã
Tarde
Noite
PERÍODO DO DIA
HORAS
MEDICAMENTO 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
1. Capatoril 25 mg. 8/8h X X X
34
USO CORRETO
Modo de usar: Tomar com estômago vazio, 1 hora antes das refeições. Dose omitida
(esquecida): Tomar quando possível, não perto da próxima dose, não dobrar doses.
PRECAUÇÔES ANTES DA TERAPIA
Gravidez: O captopril atravessa a placenta e está associado com hipotensão fetal,
oligúria e morte reportada em humanos e fetotoxicidade em animais.
Amamentação/lactação: O captopril é distribuído no leite materno.
Doenças ou problemas médicos: Tomar cuidado em hipercalemia, angioedema,
estenose arterial renal, transplante renal, redução função renal, ou depleção de sódio e
de volume.
Crianças: Em neonatos e crianças há risco do aparecimento de oligúria e anormalidades
neurológicas, possivelmente resultado da diminuição do fluxo sanguíneo renal e
cerebral secundário a reduções da pressão sanguínea.
Idosos: Alguns pacientes geriátricos são mais sensíveis aos efeitos hipotensores. Se as
concentrações plasmáticas estiverem elevadas pode haver declínio da função renal.
REAÇÕES ADVERSAS (EFEITOS COLATERAIS)
Tosse, hipotensão, rash cutâneo, angiodema, dor no peito, hipercalemia, neutropenia ou
agranulositose, pancreatite.
ARMAZENAMENTO
A temperatura deve ser de cerca de 15 a 30oC. Em local seco e longe do alcance de
crianças.
Formulário de Uso Correto de Medicamentos elaborado pela Clínica de Atendimento
Multidisciplinar à Prevenção e ao Tratamento das Toxicomanias
BOAS PRATICAS DE DIPENSAÇÃO DE MEDICAMENTOS
35
Dar ferramentas para o cumprimento de nossos deveres e responsabilidades, e
principalmente atuar ativamente na Assistência Farmacêutica.
RESPONSABILIDADES DO FARMACÊUTICO
1. Estar sempre presente na área de vendas, disponível a qualquer necessidade do
consumidor, agindo proativamente no atendimento;
2. Prestar assistência farmacêutica ao consumidor;
3. Avaliar a prescrição médica e se necessário, entrar em contato com o prescritor para
viabilizar a venda;
4. Servir de suporte da Gerência da Loja, treinando continuamente todos os
colaboradores diretamente ligados à comercialização dos produtos, bem como na
utilização das ferramentas existentes para adequação do mix da Filial, garantindo os
produtos no ponto comercial;
5. Assegurar condições adequadas de conservação e dispensação dos produtos;
6. Servir de suporte na organização e operacionalização das áreas e atividades da
Drogaria;
7. Avaliar as interações medicamento/medicamento e alimento/medicamento;
8. Conhecer, interpretar e estabelecer condições para o cumprimento da Legislação
pertinente;
9. Manter a guarda dos produtos sujeitos a controle especial de acordo com a Legislação
específica;
10. Manter arquivos, que podem ser informatizados, com a documentação
correspondente aos produtos sujeito a controle especial;
11. Manter atualizada a escrituração.
Visando facilitar o acesso aos documentos, normalmente mais consultados e utilizados
por nós Farmacêuticos, estão disponíveis algumas legislações e balanços para serem
pesquisados.
• Leis
9965/00 - Restringe a venda de esteróides ou peptídeos anabolizantes
9787/99 - Estabelece o medicamento Genérico
5991/73 - Dispõe sobre o controle sanitário do comércio de drogas e
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exige a presença do Responsável técnico durante todo horário de
funcionamento.
• Portarias
344/98 - Aprova o regulamento técnico sobre substâncias e
medicamentos sujeitos a controle especial.
06/99 - Aprova a instrução normativa da Portaria 344/98
491/06 - Dsipõe sobre a expansão do Programa Farmácia Popular
• RDC's
238/03 - Determina que a distribuição e comercialização dos
medicamentos a base de gangliosídeos serão totalmente controlados pela
ANVISA
135/03 - Aprova o regulamento técnico para medicamentos Genéricos
80/06 - Dispõe sobre o fracionamento de medicamentos a partir de
embalagens especialmente desenvolvidas para esse fim.
211/06 - Aprova instruções gerais e específicas para utilização da lista
das DCB's.
• BMPO - Balanço de Medicamentos Pscotrópicos e Outros Sujeitos a
Controle Especial
37
CONCLUSÃO
Para finalizar a monografia e chegar a uma conclusão o instrumento de educação
sanitária mostra-se de fácil preenchimento, porém há dificuldade de obtenção de alguns
dados na literatura científica como a forma de administração do medicamento e quais
são as precauções durante o uso do medicamento. Optou-se por não incluir as interações
medicamentosas no instrumento, pois os pacientes encontravam-se em seguimento
farmacoterapêutico, sendo orientados a informar a outros profissionais de saúde os
medicamentos em uso. E em caso de automedicação, não fazê-la sem consulta prévia à
farmacêutica ou ao psiquiatra da clínica. Acredita-se, entretanto, que em caso de
utilização desse instrumento somente para a “dispensação farmacêutica” seja necessário
o campo com as interações medicamentosas de importância clínica.
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BIBLIOGRAFIA
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Pharmaceutica v.41, n. 1 p. 137-143, 2000.
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28/08/07.
Conselho Regional de Farmácia do Estado do Rio de Janeiro, www.crfrj.org.br, em
28/08/07.
Conselho Federal de Farmacia, www.cff.org.br, em 28/08/07
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ÍNDICE
INTRODUÇÃO 9
CAPITULO I 10
HISTÓRIA DA FARMÁCIA BRASILEIRA 10
1.1 AS BOTICAS DO BRASIL 12
1.2 OS ESTUDOS DE FARMÁCIA 15
1.3 DE BOTICÁRIO A FARMÁCÊUTICO 17
CAPITULO II 19
O PROFISSIONAL FARMACÊUTICO 19
2.1 CODIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL 20
2.2 ÁREAS DE ATUAÇÃO 23
CAPITULO III 26
ATENÇÃO E ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA 26
COMCLUSÃO 37
REFERÊNCIAS 38
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