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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
PROJETO “A VEZ DO MESTRE”
O PRINCIPAL FUNDAMENTO DA FAMÍLIA CRISTÃ
POR: NELSON DOS SANTOS REIS
ORIENTADOR:
Prof. ANTONIO FERNANDO VIEIRA NEY
Rio de Janeiro, RJ, agosto/2001
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
PROJETO “A VEZ DO MESTRE”
O PRINCIPAL FUNDAMENTO DA FAMÍLIA CRISTÃ
POR: NELSON DOS SANTOS REIS
Trabalho Monográfico apresentado como
requisito parcial para obtenção do Grau
de Especialista em Terapia Familiar.
Rio de Janeiro, RJ, agosto/2001
Agradeço a Deus, minha família, à igreja de
Cristo que nos tem apoiado neste grande
projeto, a todos os mestres, e em especial aos
colegas de sala, que aprenderam a conviver
em família em tão pouco tempo.
Dedico este trabalho de pesquisa à minha esposa
Zenilda, a qual Deus tem usado para brilhar comigo, e
as minhas filhas Lidiane e Mariane que são as jóias do
meu grande tesouro.
SUMÁRIO
P.
RESUMO ....................................................................................................... 6
INTRODUÇÃO ............................................................................................... 7
CAPÍTULO I – AS CRISES COMUM A TODAS AS FAMÍLIAS ..................... 9
1.1 Quais são as crises? .................................................................................9
1.1.1 Crise solidão -(Bíblia) .......................................................................... 9
1.1.2 Crise tempo -(Rob Parsons, 2001) ...................................................... 12
1.1.3 Crise tempo “quantidade x qualidade” -(Josué Gonçalves, 1999) ....... 13
1.1.4 Crise mito “quantidade x qualidade” -(Barbara Russel Chesser, 1997)13
1.2 Comum a família cristã ............................................................................. 15
1.2.1 Comum solidão -(Josué Gonçalves, 1999) ..........................................15
1.2.2 Comum tempo “quantidade x qualidade” -(Josué Gonçalves, 1999) .. 16
1.3 Atualidade das crises .............................................................................. 18
1.4 Conclusão do capítulo I ............................................................................ 19
CAPÍTULO II – AMOR E FÉ SÃO PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA FAMÍLIA
CRISTÃ? ........................................................................................................ 20
2.1 Padrão da família cristã -(Larry Christenson, 1996) ................................. 20
2.2 Entendendo a fé e o amor ....................................................................... 22
2.2.1 Fé -(Bíblia de Estudo Pentecostal, 1995) ..............................................22
2.2.2 Amor -(Larry Christenson, 1996) ........................................................... 24
2.2.2.1 Amor -(Rob Parsons, 2001) ................................................................25
2.2.2.2 Amor -(Barbara Russel Chesser, 1997) ............................................. 26
2.3 A distância do conhecer e viver -(Jeff Van Vonderen, 1996) ................... 26
2.4 Conclusão do capítulo II .......................................................................... 28
CAPÍTULO III – ALCANÇANDO A PLENITUDE DA FAMÍLIA CRISTÃ ........ 29
3.1 Grande mistério -(Larry Christenson, 1996) ............................................. 29
3.2 Origem das crises .................................................................................... 29
3.2.1 Propósito principal e secundário -(Larry Christenson, 1996) ................ 29
3.2.2 Mulheres trabalhando -(Barbara Russel Chesser, 1997) ...................... 30
3.3 Vivendo a plenitude ................................................................................. 30
3.3.1 Relacionamento família/Cristo -(Larry Christenson, 1996) ....................30
3.3.2 Alcançando a graça -(Jeff Van Vonderen, 1996) .................................. 31
3.4 Conclusão do capítulo III ......................................................................... 31
CONCLUSÃO ................................................................................................ 32
BIBLIOGRAFIA .............................................................................................. 34
ANEXOS ....................................................................................................... 35
RESUMO
A fé em Cristo sustenta essa instituição tão importante para a
sociedade. A modernidade tem em todos os sentidos influenciado a família a
um novo estado de vida. Se a família não criar um ambiente onde haja
sensibilidade espiritual dentro de casa, a fim de resgatar os valores essenciais
em sua preservação, por certo as crises serão maiores. Alguém tem afirmado
que quando perdermos nossa identidade, nossa individualidade, deixamos de
ser aquilo que acreditamos ser, para sermos aquilo que querem que sejamos.
INTRODUÇÃO
A sociedade sempre está em evolução em todos os aspectos. A
questão da família como célula mater é comprometedora neste processo
evolutivo, pois nas últimas décadas alguns conceitos fundamentais instituído
pelo cristianismo, tem se tornado parte integrante da história, deixando de ser
vivenciado. Com isso a crise familiar também evoluiu, contrário a tudo aquilo de
bom que o homem moderno tem alcançado.
A informação, comunicação e a globalização são fatores
fundamentais dessa revolução social que coloca em questão o principal
fundamento estabelecido pela igreja. A eficácia da orientação bíblica é
inadequada para a família cristã nos dias atuais? Essa é uma das questões
que analisamos ao percebermos a crescente busca aos profissionais da área
familiar por causa das freqüentes crises. Amor e a fé como fundamentos
continuam prevalecendo ou se tornaram abstratos, e seus conceitos se
tornaram desconhecidos, banalizados, diante da expectativa de “novos
métodos de relacionamento” ?
Em muitos países a igreja durante muitos anos ditou normas,
costumes e até inspirou leis que buscaram organizar o Estado e preservar o
bem estar das famílias. O que está ocorrendo? A modernidade exige realmente
mudanças do comportamento original e adaptação a um novo estilo de vida,
independentemente da raiz do cristianismo.
A resposta a essas questões será o fruto de nossa observação
bibliográfica.
CAPÍTULO I
AS CRISES COMUM A TODAS AS FAMÍLIAS
1.1 Quais são as crises?
1.1.1 Crise solidão (Bíblia)
Os conflitos familiares começaram
segundo a bíblia lá no Éden, entre
Adão e Eva.
A desobediência ao mandado de Deus, gerou uma grande crise, que
por herança chegou até os dias atuais. Na bíblia sagrada no livro de Gênesis 3:
11 ao 12, vemos Adão acusando Eva como culpada do seu erro, Eva para
justificar sua falha lança a culpa na serpente. E nessa troca de acusações, se
analisarmos mais profundamente percebemos Adão atribuindo a Deus uma
parcela de culpa, quando ele diz assim: “...a mulher que me deste por
companheira...” Gênesis 3:12 . A partir desse momento percebemos que o
relacionamento familiar sofreu um grande abalo, que a história da sociedade
nos revela, até chegar aos nossos dias.
Quando lemos a Bíblia descobrimos a razão pela qual, ele (Deus)
criou a família: Gênesis 2:20 – “ E Adão pôs os nomes a todo o gado, e à as
aves dos céus, e a todo animal do campo; mas para o homem não se achava
adjutora que estivesse como diante dele.” Mediante a essa razão Deus
declarou no livro de Gênesis 2:18 – “ E disse o senhor Deus: “Não é bom que o
homem esteja só. Far-lhe-ei uma Adjutora que esteja como diante dele.” A
família supriu a solidão do homem no aspecto humano, mais no aspecto
espiritual, o homem estava de certa forma sozinho, por causa de sua
desobediência. Gênesis 3:23 – “...Pois , o lançou fora do jardim do Éden...” A
crise da primeira família na terra, não parou nesse episódio, mais tarde os
filhos desse casal entram em choque por causa do ciúme de Caim, ou talvez
uma síndrome de auto-rejeição; - sua oferta foi recusada por Deus, Gênesis
4:5. A ira de Caim, o fez assinar seu próprio irmão Abel. Caim vivia em família
e na verdade estava solitário em seus sentimentos distorcidos, e no ideal de
família.
Há varias correntes de estudiosos da interpretação bíblica que
questionava o objetivo da criação da mulher em relação a Adão, ainda que
suas obras não estarem registradas e nem seus nomes serem conhecidos por
mim, quero aqui menciona-las. – “No momento em que Eva se viu tentada a
desobedecer a Deus, onde estava o diálogo entre Adão e Eva? Característica
maior do companheirismo. Eva não estava só e Adão também não, e além
disso, havia a presença de Deus de forma diária do jardim.”
Em Gênesis 3: 1-6, nos mostra a conversa da serpente com Eva,
vemos que a serpente lança dúvida a respeito daquilo que Deus determinará:
“...certamente não morrereis...” Acredita essa corrente, que o objetivo de Deus
em sanar a solidão de Adão não se completou de forma integral, por causa
desses questionamentos, sem respostas claras. Ao analisarmos os níveis de
comunicação, da apostila da igreja missionária Evangélica Maranata
chegaremos a um nível maior de entendimento: “ Nível cinco – conversa
superficial: Quando não queremos nos expor. Retraído atrás de uma barreira
defensiva. Nível quatro – Relatando fatos sobre os outros: Não falamos o que
sentimos. Nível três – minhas idéias e julgamentos: A pessoa está disposta a
sair do seu casulo solitário. Nível dois – meus sentimentos e emoções: os
sentimentos e emoções são revelados – nível um – uma comunicação
verdadeira, pessoal e emocional: comunicação baseada na honestidade e
abertura total. Essa comunicação envolve risco de rejeição.” Havia um nível
ideal de comunicação entre Adão e Eva, as dúvidas sobre a ordem de Deus
eram solucionadas? Que nível de comunicação havia entre aquela família, e
Deus? Ser adjutora é estar junto, ser sócia, ser companheira. Essa percepção
de análise não é vista pelos estudiosos da teologia, na relação entre Adão e
Eva. Mostra a situação que faltou entre eles um nível mais profundo de
comunicação capaz de superar as dúvidas lançadas pela serpente, capaz de
superar o impulso instintivo de atribuir ao outro a razão de sua culpa. A
comunicação que faltou entre eles (Adão e Eva), também de certa forma foi
herdado por Abel e Caim.
Existe uma outra corrente de estudiosos da interpretação bíblica da
mesma linha da anterior, sem registro e sem nome de autor, que se
contrapõem a visão que Deus não alcançou seu objetivo de somar a solidão de
Adão. Afirma essa corrente que o diálogo no jardim do Éden foi perfeito e na
verdade Deus atingiu realmente o seu objetivo de curar a solidão de Adão.
Atribui – se porém há uma decisão em comum acordo, pois no Éden, tudo era
perfeito. O livre arbítrio foi usado por Adão e Eva de modo contrário a tudo de
bom que Deus planejou, mais essa liberdade de escolha também foi perfeita, e
apesar das trocas de acusações após o pecado quando foram confrontados
com Deus. Acusações que já indicava que á “chegada do pecado” já se
mostrava presente, fragilizando seus relacionamentos, como também a
vergonha, o desejo de se esconder e propriamente o medo de assumir o erro
diante de Deus. Nesse caso acredita – se que houve uma comunicação nível
um, nos momentos que antecederam a desobediência.
Agora Abel e Caim personagens reais de uma decisão mal sucedida,
por certo receberam uma influência negativa dos pais em toda sua existência, a
família que antes no Éden tinha um diálogo nível um, agora vivem debaixo de
um sentimento de acusações, auto – culpa e etc. Caim por certo não assumiu a
culpa dos seus erros, veja Gênesis 11: 7 – “ Se bem fizeres não haverá
aceitação para ti? E, se não fizeres bem, o pecado jaz a porta e para ti será o
seu desejo, e sobre ele dominarás. O mal exemplo dos seus pais, enfraqueceu
ainda mais Caim, fazendo acreditar que alguém era culpado por seus erros e
também pela rejeição da oferta á Deus.
Não estamos aqui para questionarmos pontos de interpretação
teológica e sim para observar que a família que foi criada por Deus para sanar
a solidão do homem, e segundo a bíblia, quando a família enfrentou a sua
primeira crise não conseguiram ficar unidos, trocaram acusações e chegaram
ao homicídio.
1.1.2 Crise tempo – (Rob Parsons, 2001)
A corrida da vida moderna tem afetado o relacionamento da família.
“ Pesquisas mostram que nos países industrializados 25% da população
querem mais dinheiro, ao passo que 47% desejam mais tempo.” (p. 23)
Todos almejam tempo, a esposa almeja mais tempo com o esposo. O marido
de sua esposa; os filhos, dos pais. O fracasso da má administração do tempo
minam o amor, pois através do relacionamento que o amor se fortalece,
precisamos de tempo para concretizar o relacionamento.
Um tipo de falta de tempo, qualquer imaginação nos levaria a refletir:
- Numa família que se encontra por acaso em dia de semana na mesa posta
para o jantar. A esposa que a muito tempo desistiu de se comunicar na hora da
refeição com seu esposo, que murmura algo por de trás do jornal. Os filhos
tentam quebrar o gelo, buscando dialogar com o pai, que mergulhado em seus
pensamentos e na leitura, parece estar anestesiado. A verdade ele é um
homem muito ocupado. Teve um dia de muito trabalho e ainda terá uma noite
muito atarefada. Mais tudo é interrompido por um telefone que toca e um dos
filhos, anuncia que alguém deseja falar com ele, parece que ele é despertado
de um sonho. Ao telefone, oferece opiniões, estratégicas e idéias. Tudo é
assistido pelos filhos, que recebem a seguinte mensagem com atitude do pai. –
“ A pessoa que está no telefone é mais importante do que nós.” Esse homem é
tido em alta estima. Ajuda a todos. Gostaríamos de tê-lo como amigo. Contudo,
perdeu a esposa, e os filhos estão órfãos.
Afirma esse autor que a falta de tempo para estar junto a nossa
família tem alto preço, que na maioria das vezes, quem paga são aqueles que
estão ao nosso redor e a quem amamos. Há uma grande fantasia que alguns
colocam em seu coração, propósitos de mudanças quando as coisas
acalmarem...eu terei mais tempo. Precisamos criar tempo para aquilo que
consideramos importante e fazê-lo já. Quando recusamos a nos ocuparmos
com nossa família e achamos que essa negativa não vai acarretar problema
algum, porque em breve teremos mais tempo, isso é uma ilusão, por que isso
nunca vai acontecer. Precisamos parar antes que uma crise nos pare de forma
desastrosa.
1.1.3 Crise tempo “Quantidade X Qualidade” - (Josué Gonçalves,
1999)
Ele acredita que o tempo que investimos na família determina a
importância que damos a ela. Não somente a qualidade de tempo é suficiente,
pois a maioria dos casos o pouco tempo mesmo com qualidade não atende a
necessidade da família. As crises surgem exatamente quando o tempo não é
bem administrado e a atenção, cuidado e as diferenças são negligenciados no
relacionamento, ficando as coisas “mal resolvidas”.
1.1.3.1 Crise mito “Quantidade X Qualidade” – (Barbara R. Chesser,
1997)
“É a qualidade do tempo não a quantidade do tempo, passando junto
que importa” (p. 202)
Esse mito tem acompanhado muitas famílias e na verdade esse
casal de escritores (Josué Gonçalves e Barbara R. Chesser) , concordam que:
- “você receberá do relacionamento o que você aplicar nele”. Numa pesquisa
com famílias, foram identificados as qualidades das famílias que são firmes em
seus relacionamentos. E a qualidade que sobressaiu sobre as demais foi a
seguinte; - 90% desses casais disseram passar bastante tempo juntos.
Inversamente os casais que vivem separados que foram abordados pela
pesquisa, geralmente passavam pouco tempo juntos antes da separação. A
pesquisa mostra também que os casais que escolhem qualidade em lugar de
quantidade de tempo, estão quase sempre evitando, consciente ou
inconscientemente a intimidade genuína.
Dr. Lanny Halten, especialista matrimonial afirma que são três os
fatores responsáveis pela diminuição do tempo passado junto pelos cônjuges:
a) Criação de filhos: a falta de planejamento impossibilita o casal de
viverem o seu tempo como casal (relacionamento) e, como pais. Saber que a
melhor coisa que podemos oferecer aos filhos é um casal de pais que se ama e
que tem um casamento forte, esse é o melhor investimento pelo futuro da
família.
b) Ascensão na carreira: profissional: a sociedade nos influencia a
pensar no sucesso no mundo do trabalho fora de casa – acreditamos que um
bom emprego e ganhar dinheiro é mais importante que desenvolver uma
família em harmonia. Por conta disso, maridos e esposas excluam o seu tempo
como casal e família.
C) Pressão negativa – o comportamento agradável que une um
casal, começa a desaparecer, e atitudes desagradáveis, irritantes que foram
ignorados no namoro e noivado começam a aumentar a medida que o tempo
passa. O Dr. Holten afirma que o correto, seria a restauração dos seus
comportamentos agradáveis e eliminações dos desagradáveis. Mas a maioria
dos casais não tem aptidões para solucionarem esses problemas de maneira
positiva. Passam a usar táticas corrosivas (como críticas) e de pressões
negativas ( como tratamento silencioso), para mudar o cônjuge. O resultado
dessas táticas coercivas e negativas é a alienação – há uma queda na
qualidade e na quantidade do tempo que passam juntos.
A herança puritana nos faz pensar que não devemos relaxar e nos
divertir ou estar em companhia de nossa família, enquanto o nosso trabalho
não estiver feito. A verdade é que o nosso trabalho nunca vai estar
completamente feito. Muitos casais sofrem a falta de tempo de boa qualidade
por causa do trabalho desordenado.
1.2 Comum a família cristã
1.2.1 Comum solidão -(Josué Gonçalves, 1999)
“Um dos sentimentos que sem dúvida incomoda a maioria das
esposas dos líderes cristãos é a solidão”. (p. 63)
O marido que se envolve com a igreja e busca de forma eficaz
atender a necessidade da comunidade o impede de se tronar presente em sua
própria casa e os problemas comum de qualquer família, como educação,
criação de filhos; As controvérsias da liderança da igreja e outras atividades,
acabam dificultando e tornando impossível que a esposa compartilhe os seus
sentimentos com o marido – líder.
Ainda que seja justificável e nobre a ausência do marido, ela é
contraria ao que Deus planejou na criação da família. O ativismo destrutivo é a
causa dos conflitos emocionais na vida conjugal do líder que de forma comum
passa pela mesma dificuldade que outras famílias não cristãs, que priorizam o
trabalho, dinheiro, cargos, do que a qualidade da vida conjugal. O princípio
bíblico que trata do cuidado da família é bem claro: “mas, se alguém não tem
cuidado dos seus, principalmente dos da sua família, negou a fé, e é pior do
que o infiel”. (1 Timóteo 5:8); “Que governe bem a sua própria casa, tendo seus
filhos em sujeição, com toda a modéstia. ) Porque, se alguém não sabe
governam a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a
modéstia. (Por que, se alguém não sabe governam a sua própria casa, terá
cuidado da igreja de Deus?...” (1 Timóteo 5:8). – “Meu esposo consegue
atender aos carentes, doentes, mais ainda não acordou que a mais carente
dentre todas sou eu, sua esposa. Ele consegue ministrar a todas as pessoas
que o procuram, mas não se volta para aquela que está do seu lado, sua
esposa. Para conservar a boa imagem do marido – líder, sofro sozinha.” (p. 63)
O Dr. Fhilip zimbardo, professor de Psicologia da universidade
Standford disse: “o isolamento é o assassino mais poderoso que conheço. Não
há influência mais destrutiva na saúde física e mental do indivíduo que ficar
separado das pessoas.
1.2.2 Comum Tempo “Quantidade X Qualidade” – (Josué
Gonçalves, 1999)
Outra questão que tem atingido a família cristã é a questão do tempo
com qualidade. Existe uma cultura errada presente nas famílias cristãs que
provém de uma interpretação equivocada do verso 33 do capítulo VI do livro de
Mateus da Bíblia Sagrada – linguagem de hoje, que diz assim: “ portanto,
ponham em primeiro lugar na sua vida o Reino de Deus e aquilo que Deus
quer, e ele lhes dará todas as coisas.” Acredita – se que gastar todo o tempo
disponível na igreja é prioritariamente estar buscando à Deus e com essa
atitude contrária ao sentido real da mensagem, surge de forma inevitável, as
coisas dentro da família cristã. Numa reunião para casais, houve um
questionamento sobre uma lista de prioridades, alguns responderam assim:
A Igreja, outros a família, outros a esposa e etc.
A verdade é que quando o marido gasta a maior parte do tempo na
Igreja ou com o jornal ou com os amigos ou na fábrica fazendo horas extras,
significa que involuntariamente está sendo infiel a ela e a sua família pois, está
colocando outros interesses no tempo que é da família. A ordem correta deve
ser:
Primeiro vem “DEUS”. Gastar tempo com Deus é momento diário
que todo homem, (mulher), dedica á Deus chamado devocional;
Segundo “VOCÊ” – o tempo que o homem (mulher) deve se voltar
para si mesmo, buscando distração, descanso e auto – reflexão.
Terceiro, “ESPOSA” é o tempo que o casal deve manter a
comunicação em exercício constante, é o tempo também que o casal busca
evidenciar sua harmonia sexual. Evidentemente que o tempo que o casal está
junto deve se bem aproveitado e se possível bem programado com passeios,
viagens e etc. Buscando avivar o amor, a comunhão e o romantismo.
Quarto – “FILHO” – é o tempo que a família deve estar junta.
Compartilhar das dificuldades dos filhos, brincar com eles, conversar, traçar
planos.
Quinto – “IGREJA” – o trabalho da Igreja deve ser realizado com
dedicação pois, é de grande importância. O tempo gasto nesta obra deve ser
sabiamente utilizado pois quando não damos prioridade ao tempo, e as nossas
energias, para produzir aquilo que é essencial para alimentar a nossa família.
Deixamos de ter uma Igreja bem edificada, pois sua edificação é
apartir da família.
Ainda na questão de tempo muitos esposas afirmam que são viúvas
com os maridos vivos dentro de casa. Suas atitudes são semelhantes a um
morto, por que é frio, indiferente, mórbido, incapaz de agir, de reagir, e etc.
Consequentemente, não tem sensibilidade de abraçar, beijar, chorar, sorrir, de
estender as mãos, de se sentar... As crises surgem a partir da confiança do
fato de estar gastando todo o tempo na Igreja, está agradando à Deus e em
casa, tudo vai ficar resolvido em conseqüência da minha “atitude de fé”.
As famílias cristãs sofrem pelo pouco tempo e pela qualidade de
tempo que passam juntas. A crise tem alcançado os lares, apesar da
orientação bíblica.
O que vemos e que ainda, mesmo que vivam na Igreja, as famílias
que não buscam de forma individual o tempo necessário para a sua edificação
e estruturação, fatalmente se sujeitam as crises. Como exemplo citado por Rob
Parsons, de um líder que após uma conferência voltou para casa e encontrou
um bilhete em que sua esposa reclamava que havia muito tempo que não
conversavam e ela estava sentindo falta disso. A reflexão do líder foi profunda:
- “Acabei de ensinar para quinhentas pessoas a se comunicar melhor no
casamento, mas minha esposa estava dizendo: “não vamos nos esquecer do
que pregamos em nossas conferencias – vamos fazer o que ensinamos?”.
1.3 Atualidade das crises
O tempo em que vivemos tem aumentado as crises nas famílias
exatamente por causa da vida corrida que o mundo moderno tem nos imposto,
seu ritmo mecânico, onde a sociedade valoriza mais as “COISAS” do que as
pessoas e seus relacionamentos; onde a ênfase exagerada do individualismo,
alto realização e ou cuidado de si próprio mas do que em compartilhar e
encorajar um ao outro, e as pressões financeiras... . Barbara Russel Chesses
destaca essas possíveis causas da desintegração da família nos dias atuais.
Ele destaca ainda que a maioria não sabe como construir um bom casamento,
não há cursos para isso. Tomados pelo conceito social que se aparta do bíblico
no seu propósito final e não momentâneo que afirma: as pessoas merecem ser
felizes.- a menos pressão social para que permaneçam casados se elas estão
infelizes.
Nesta sociedade atual se alguma coisa não funciona bem ou
cansamos, nós a descartamos- inclusive o casamento. Dentro da família cristã
como em toda parte há as pressões que a sociedade impõem a família de
acordo com a época, cultura, poder aquisitivo e a minoria a que pertence. De
um modo geral percebemos que os valores espirituais cada vez estão ficando
mais fracos devido ao materialismo crescente, no que se refere a família cristã.
A particularidade do cristianismo, como indivíduo da sociedade, como qualquer
outro grupo social que tem etnia um pouco diferente da maioria tem sido
influenciado a agir de igual maneira. Devido talvez aos meios de comunicação
e a facilidade que o mundo oferece.
1.4 Conclusão do capítulo I
Barbara Russell Chesser chega a uma bela conclusão. As crises que
as famílias vivenciam provém genuinamente da solidão, falta de tempo e da
qualidade de tempo que a família compartilha. De uma forma resumida ela
expõe pressões de tempo perto do topo da lista de problemas. Quando não se
enfrenta as pressões de tempo ela se torna gerador e intensificador de outras
tensões. Quando há solidão, isolamento e os cônjuges passam pouco tempo
juntos, sua comunicação sofre. E quando a comunicação sobre os cônjuges
tem menor chance de lidarem equilibradamente com outros problemas, como o
caso de Adão e Eva (acusações), Abel e Caim (auto- rejeição) problemas com
filhos, vida sexual mutuamente satisfatório, realização dos trabalhos
domésticos, e etc.
Para manter harmonia e encontrar soluções práticas no cotidiano é
necessário que uma comunicação seja alcançada dentro de um tempo hábil, a
fim de tornar o relacionamento forte e estruturado visando suportar todas as
adversidades comuns a todas as famílias; até mesmo uma decisão errada que
cause prejuízos a todos.
CAPÍTULO II
AMOR E FÉ SÃO PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA FAMÍLIA CRISTÃ?
2.1 Padrão da família Cristã – (Lanny Christenson, 1996)
Segundo o autor do livro – a família do cristão, o padrão da família
se encontra na Bíblia Sagrada. No livro de (GN. 2:18) Deus anuncia a Adão,
que criaria uma ajudadora que lhe seja idônea. E de uma forma bem definida a
Bíblia mostra como numa bula para remédios, ou mesmo como uma instrução
do fabricante com objetivo de obter melhores resultados para o usuário. Numa
definição simples de Gn. 2:24, Larry, afirma: - que “unir-se ao cônjuge” ´é uma
expressão que abrange todos os aspectos do relacionamento entre marido e
mulher. Interessante que não há problema que se evidencia no casal cuja
resolução não se encontre num entendimento real e ajustado que seja “unir-se
ao outro” e torne-se “uma só carne” como companheiro.
O Cristianismo nos exorta a vivermos uma vida onde há ênfase para
o sacrifício material em troca de maior proveito eterno. Segundo a doutrina, é
melhor viver uma vida inteira de solidão e infortúnio do que uma eternidade de
namoro. Um casamento infeliz, até no sofrimento há esperança para ele, pois
“o sofrimento, para o homem (mulher) entregue a Deus, constituiu a mais
excelente escola de purificações, disciplina e virtudes”. (p. 26)
“Os anos perdidos de felicidade terrena passam a ser ganhos para a
eternidade”. (p.26)
A questão é importante quando Deus em sua palavra pede que seu
povo suporte provações. Preservar o casamento como instituição divina; alguns
tenham que suportar um casamento infeliz, sabendo que é um mal bem menor
do que o desmoronamento em massa de lares .que estão nos observando em
nossa sociedade. Abrandar a doutrina de Deus por causa da compaixão e
preocupação por aqueles que se acham presos a um casamento infeliz é
abdicar da fé em Deus e sua palavra como fonte genuína para a estabilidade
da família, é também recusar reconhecer os males advindos do divórcio, que já
é muito grande, mesmo considerando-se apenas o indivíduo.
“As estatísticas mostram que, na Califórnia (onde a percentagem de divórcios é duas vezes maior que a média do resto dos Estados Unidos), as doenças em geral, o alcoolismo , as doenças mentais, os problemas de saúde de mães e filhos, e o suicídio contra a sociedade em seu todo é ainda maior que o sofrido pelo indivíduo” (p. 26)
A questão da fé em relação a família, o casamento é sem igual a
qualquer atitude que se passa tomar em uma sociedade que tem fins
humanitários. Tomar o nome de Cristo é aceitar sua regulamentação para o
casamento que é diferente da que é reconhecida, pelas autoridades civis é
sociedade. Martinho Lutero declarou:
“Onde não há cristãos, ou há apenas cristãos falsos e perversos, seria bom que as autoridades lhe permitissem, como aos pagãos, que deixassem suas mulheres e tomassem outras para que, pela desarmonia de suas vidas, não vivam em dois infernos – um aqui e outro no além. Mas sabem eles que, pelo Divórcio, deixam de ser cristãos, transformando-se em pagãos e colocando-se sob condenação.” (p. 25)
O comportamento do marido, esposa e filhos ou retratado na Bíblia,
sem dúvida refletem um caminho excelente de fé e autonomia da família numa
sociedade depende de modismo, inconstantes em tendências emocionais e
influências contemporâneas. O marido tem como padrão Bíblico básico, liderar
a família e amar a sua esposa a ponto de se sacrificar por ele. A esposa de
igual forma deve ser submissa ao seu esposo em amor, desenvolvendo sua
beleza interior alcançando um espírito manso e tranqüilo. Os filhos devem
honrar, pai e mãe e obedece-los porque isso é justo. Os pais devem ser bons
exemplos para os filhos, criando-os na doutrina e conselho da palavra de Deus.
O entendimento desses pontos básicos, provém o caminho do padrão cristão
da família que deve estar unida e submissa a essas verdades como única para
a solução das crises. – Isso é uma questão de fé.
2.2 Entendendo a fé e o amor
2.2.1 Fé – (Bíblia de Estudo Pentecostal, 1995)
Buscando entender a fé em seu sentido prático na família;
compreendendo que ela envolve:
“Obediência a Deus e à sua palavra, como maneira de viver..; ... sincera dedicação pessoal e fidelidade a Jesus Cristo, expressam na confiança, amor, gratidão e lealdade para com ele. A fé, no seu sentido mais elevado, não se diferencia muito do amor. É uma atividade pessoal de sacrifício de abnegação para com Cristo...” (p.1704)
Na verdade quando falamos de fé na questão de família, significa
fechar os olhos para o que vemos (talvez crises insustentáveis) e abrir os olhos
para aquilo que cremos, ou seja, a certeza que as promessas de Deus irão se
cumprir em nossas casas. Quando o casal, ou família cristã se submete aos
ensinos e praticam aquilo que declaram com lábios e mesmo assim entram
num vale de crises, ninguém está fora de passar por isso, a possibilidade de
buscarem através da fé e superarem os conflitos que são maiores por causa da
grande unidade e comunhão da família. A fé segundo a bíblia é nutrida pela
palavra de Deus. Em RM 10:17 – “De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela
palavra de Deus”.
A fé de um personagem bíblico chamado José era alimentada por
sonhos e uma, certeza sobrenatural por causa da promessa de Deus em sua
família que o levou a vencer o ódio dos irmãos a escravidão no Egito, a
injustiça de Potifar e a prisão. A fé de José preservou sua família da extinção
por causa da fome, uniu seus irmãos e pai, numa grande reconciliação. A fé
que vence crises. No Pentateuco Moisés recomenda que os pais falem a
palavra de Deus e ensinem para seus filhos de forma constante, alimentando a
fé e a certeza que “para Deus nada é impossível”. O livro de atos aos
apóstolos afirma que no início da Igreja havia todos os dias reuniões onde se
meditava na doutrina dos apóstolos, e grande era a fé daquele povo. Os
primeiros cristãos tinham tudo em comum e sua característica principal era o
conselho de Cristo em sua vivência cotidiana, hábitos, costumes, sentimentos,
enfim tudo diferenciava dos seus contemporâneos, fazendo – os um povo
especial e separado de sua sociedade, ainda que vivendo nela. Tudo isso
preocupava os governos que de forma impiedosa perseguia e matava aqueles
que de forma fiel seguiam a cristo. A fé num mundo melhor, em uma vida
eterna, fez com que muitos cristãos enfrentassem leões, arenas, humilhações
e, não negassem a Jesus como senhor. A verdade é que as famílias cristãs
tem sido atingidas por algo que resume a escatologia como sinal do fim de
todas as coisas – apostasia (afastamento da fé genuína). A inversão dos
valores é sem dúvida, uma das razões fundamentais; se analisarmos de forma
palpável os valores sociais, humanitários, científicos dentro do nosso estado
contemporâneo estão tendo significado semelhante a fé, a sabedoria e a
palavra de Deus. Há uma inquietação quando a orientação do guia espiritual,
se resume: “ – Ore meus irmãos, Deus tem a solução, busque com sinceridade
que por certo a vitória chegará”. Quase todos buscam alcançar a solução da
sua crise da mesma forma que se compra um cachorro quente em uma
lanchonete.
Há um processo de Deus em nossas vidas, famílias e Igreja e é
preciso se submeter e aprender com Deus através da fé, o caminho da vitória.
2.2.2 Amor – (Larry Christenson, 1996)
Nosso autor não considera o amor um elemento fundamental do
casamento, acredita que é um axioma de nossa cultura afirmar que: - “Amor
romântico como única base para o casamento”. A consideração mútua é uma
compreensão, correta da posição em que Deus colocou a ambos, que são as
exigências principais para a felicidade no casamento. Significa ver o
companheiro mais que um indivíduo – é reconhecer alguém que foi colocado
por Deus, numa posição sagrada, “ESPOSA” e ‘ESPOSO” . Consideram a
posição da pessoa colocada ao nosso lado da mais alta dignidade e confiança,
pois foi apontado por Deus. “A consideração é um elemento essencial no amor.
Se esta faltar, o amor deixa de ser amor, tendo-se tornado apenas uma mera
paixão. A consideração mútua protege o casamento do perigo de tornar-se
vítima dos inevitáveis “altos e baixos” que terá de enfrentar”.
Os altos e baixos se referem aos humores e os sentimentos
efêmeros do casal no cotidiano, devido ao ânimo de um e de outro, está
fundado sobre areia movediça. O casamento e o sentimento. O amor conjugal
deve ser edificado sobre um alicerce mais estável, que é a consideração pela
posição que Deus colocou o outro cônjuge. Deus não constrói um casamento
com base em uma simples atração natural, mais na santidade, nos direito e as
promessas do casamento, dos direitos e as promessas do amor. Dietrich
Barhoeffen disse no sermão: “ Não é o seu amor que sustentará o casamento,
mas, doravante, é o casamento que sustentará o seu amor”.
Em muitas culturas os casamentos são arranjado pelas famílias do
noivo e da noiva. Em nossa cultura a única base firme para o casamento é o
amor romântico. Se o casamento contraído pela família for bem sucedido,
diríamos que foi pura sorte, no entanto, não é característica de nossa cultura os
casamentos felizes. O atual índice de divórcios leva-nos a duvidar pelo menos
de que estamos na base correta. Precisamos reexaminar a estrutura do
casamento cristão, o lugar e a natureza do amor romântico. Se um casal
descobre que, “já não se ama mais” conclui que o casamento perdeu a base
indispensável à sua existência.
“O amor é um ingrediente essencial no casamento. Todavia, o
casamento não depende do amor para continuar existindo”.
“O casamento liberta o amor da tirania de sentimentos intensos,
porém imaturos. Força a pessoa a passar por dificuldades e vencê-las para
prosseguir em direção a novas dimensões de amor e entendimentos.”
Consideração mútua, evitará que os casais cheguem a conclusão de
que: “não nos amamos mais”; mas, ouçam a exortação: “ Bem comecem a
aprender”. Deus ordena no casamento que um ame o outro. Sendo o amor,
segundo o autor, do ponto de vista de Deus, não o alicerce do casamento, mas
o resultado de um casamento bem sucedido. O casal deve cultivá-lo e
desenvolvê-lo quando firmemente buscam esse objetivo. Deixando de se tornar
bonecos indefesos nas mãos do amor. O casal pode moldar o amor para que
ele se torne de bom grado e um servo do casamento.
O amor não deve crescer no solo arenoso de nossos sentimentos
superficiais mais sim na consideração mútua, somente poderemos
fundamentar o amor conjugal descrito por Paulo 1 Coríntios 13.4-7.
2.2.2.1 Amor – (Rob Parsons, 2001)
Afirma o autor que há períodos no casamento que o cônjuge perde o
encanto aos nossos olhos temporariamente, no aspecto físico, mental,
emocional ou intelectual. Nesse momento o amor não parece tão intenso em
nosso coração. Podendo ser encontrado no fundo do nosso espírito, como
resultado da decisão de amar, mesmo quando isso parece impossível. E a
única forma de conseguirmos isso é alcançarmos o amor que não abandona a
esperança de mudança. Abrir mão do direito de desejar que a outra pessoa
mude em uma área ou em outra, também significa reconhecer a nossa
necessidade de mudar e tomar decisões nesse sentido, todas essas virtudes
definem o amor incondicional.
2.2.2.2 Amor – (Bárbara Russell Chesser, 1997)
Há um mito que afirma que é suficiente a chama inicial do amor
romântico para construir uma relação duradoura. Após “atado o nó”, viverão
automaticamente, sem esforço, em felicidade conjugal “até que a morte os
separe”. Aqueles que se apoiam em tal noção fantasiosa tem a probabilidade
de chegar aos caos conjugal. A autora acredita que assim como uma chama de
uma fogueira e alimentada para se manter acesa é preciso alimentar o amor
romântico. O casal deve se despir da fantasia cura – tudo do amor romântico
do começo do casamento, achando que ele satisfará cada necessidade,
abrandará cada decepção, mitigará cada frustração, curará cada mágoa. O
amor conjugal que alimenta não é buscado em emoções, mais uma forma de
agir, num método e maneira de tratar a quem amamos, tornando-o forte e
maduro.
2.3 A distância do conhecer e viver – (Jeff Van Vonderen, 1996)
Existem muitos que aprendem em igrejas e seminários, que para
sermos espirituais basta observarmos certos princípios bíblicos, e também a
conduta das pessoas que determina o sucesso espiritual. Na verdade
precisamos além disso, de um processo interior, geradora da verdadeira
capacitação e transformação, que parta do coração para manifestar-se no
interior.
“...Costumava instruir minha família a aplicar os princípios bíblicos em todas as situações, pensando estar agindo de maneira correta em amor. Achava que fazer e obedecer era a solução para todos os nossos problemas e a satisfação de todas as nossas necessidades. O que eu não percebia era que constrangia o agir sempre certo, quando interiormente, ansiavam por sincera compaixão. Se eu lhes houvesse dado compaixão – uma base onde se pudesse firmar – teriam mais força interior. Eu não compreendia que os estava obrigando a um grande esforço, sem fornecer-lhes
o combustível emocional e espiritual de que precisavam para enfrentar as lutas diárias.” (p. 47)
O que acostuma ocorrer e que muitos aprendem a letra da lei, a
teoria das sugestões dos conselheiros, mas falta o espírito, ou seja vida. E
ninguém que por mais que se esforce, nunca encontrará a satisfação plena em
apenas ser um legalista. Precisa acima de tudo ter um coração compassivo
para consigo mesmo e para com sua família. Compaixão é o sentimento de
pesar que em nós desperta o mal de outro. Perceber que nem tudo vai bem,
apesar de todas as regras, perceber a fraqueza dos membros da família,
apesar de serem cristãos, isso é ter compaixão. A Bíblia revela que devemos
chorar com os que choram e se alegrar com os que se alegram, isto é
compaixão.
O que ocorre é que cristãos legalistas, quando percebe um problema
que não fora resolvido, acham que cometeram algum erro como cristão. No
caso que usamos como exemplo, o marido acreditava ser o “solucionador de
problemas da família”, sua função era descobrir como eles deveriam resolver a
questão e incentivá-los a se empenharem nesse sentido. Isso acontecia
sempre que a esposa ou filhos emitiam sinais, como que a dizer: “ não consigo
agir assim” ou “ estou com dificuldades sérias”.
Algumas estratégias ainda que bem intencionadas, não atendem a
expectativa da família cristã em viver de acordo com os fundamentos Bíblicos.
A família precisa de uma experiência profunda de fé e compaixão
com Jesus e consigo mesmo, a fim de, não considerar os fundamentos Bíblicos
uma fantasia distante da realidade contemporânea e de suas crises, levando a
pensar que o fundamento cristão é apenas “ mais uma regra” .
2.4 Conclusão do capítulo II
Os princípios bíblicos, que geram opiniões e visões diferentes sobre
a família mostra o manancial que se possuí para entendermos um pouco mais
esta questão tão fundamental, e necessária na manutenção ajustada dessa
instituição.
Os papéis que cada parente da família deve viver, como padrão; o
amor; o poder sobrenatural que existe no casamento, que é proveniente das
bênçãos de Deus, e que deve ser encarado como uma “missão espiritual” que
impõe renúncia e sacrifício e que nos mostram duas coisas importantes:
opiniões que se dividem na questão de outros fundamentos; não é só o amor,
como muitos pensavam, e hoje acredita-se que o amor pode até acabar. Outra
coisa é que os autores concordam que se não houver fé, não adianta coisa
alguma que faça família estar firme e superar as tempestades. Alguns com seu
intelecto e alguns com conhecimento teológico tem naufragado em suas
intenções.
CAPÍTULO III
ALCANÇANDO A PLENITUDE DA FAMÍLIA CRISTÃ
3.1 Grande mistério (Larry Christenson, 1996)
O casamento não é apenas um contrato social entre dois indivíduos
que por ser desfeito à vontade, a Bíblia mostra em Efésios 5: 31, 32 “Que
Grande é este mistério “, mais eu me refiro a “Cristo e à Igreja.” Significa que
em cada casamento ou família Cristã existe um propósito de ser um reflexo dá
relação entre Cristo e sua Igreja. Ainda que isto seja inaceitável ao raciocínio
natural, uma boa parte da felicidade real do casamento vem do “dar” e não do
“receber”. Moldado pelo relacionamento entre Cristo e a Igreja, o casamento
Cristão deve inclinar-se à atitude mútua de dar e de doar-se a si mesmo que
caracteriza a união entre Cristo e a Igreja.
3.2 Origem das crises
3.2.1 Propósito principal e secundário – (Larry Christenson, 1996)
Defende a idéia que a família tornando-se o seu produto principal em
um produto secundário. A família cristã não existe para o próprio proveito do
homem, o fato de ela ser uma benção para os homens é uma derivação da
razão principal que é exclusivamente testificar de forma prática no dia a dia as
grandezas de Deus. O homem deve, encarar a vida familiar como uma missão
espiritual, que envolve sacrifício, renuncia a vocação divina. Aqueles que
obstinadamente, consideram os seus próprios interesses e felicidade como
sendo o objetivo principal da vida familiar nunca compreenderão o plano divino
para o casamento e para a família.
3.2.2 Mulheres trabalhando – (Bárbara Russel Chesser, 1997)
Vai nos mostrar que uma das razões das crises é o enorme número
de mulheres que estão entrando para a força de trabalho. Segundo pesquisa
de Arthur Norton:
“ Para o Departamento de Recenseamento em Washington, Distrito Federal, 65% das mulheres nos Estados Unidos estão na força de trabalho e a maioria das mulheres que trabalham são casadas, desenvolvendo carreira independente da dos maridos.” (p. 71)
Há um aumento considerável do número de divórcio, a ponto de um
em cada dois casamentos se desfazem. Não significa que uma seja a causa da
outra. Dizem que as famílias estão se desintegrando, porque as mulheres
trabalham fora e é simplificar demais uma situação complexa. Na verdade essa
questão envolve uma porção de emoções e opiniões definidas.
3.3 Vivendo a plenitude
3.3.1 Relacionamento Família / Cristo – (Larry Christenson, 1996)
Alcançar a plenitude da vida cristã em família é estar fundamentado
de maneira prática, no relacionamento entre os membros da família quanto à
ordem e à autoridade. O segundo aspecto é cultivar a presença de Deus, isto
é, tornar a família sensível à presença invisível de Jesus no lar, caindo uma
atmosfera na qual nos tornamos capazes de aplicarmos os padrões divinos
independente das influencias que venhamos a sofrer. O Espírito Santo pode,
então, nos ensinar e guiar em direção ao tipo de vida familiar para o qual Deus
nos criou.
3.3.2 Alcançando a graça – (Jeff Van Vonderen, 1996)
Jeff Van Vonderen – Enquanto a família estiver buscando alcançar
um relacionamento nos moldes Bíblicos a fim de desfrutar da plenitude da
felicidade, por certo ficaremos frustrados. Alguns se frustram, após muitos
seminários, palestras sobre relacionamento familiar por não conseguirem por
em prática o que ouvem o autor defende a idéia que não adianta o esforço
humano para alcançar a plenitude senão houver a Graça de Deus, isto é, a
família aprender a distinguir o que é tarefa de Deus e o que compete a nós.
Deus sabe que tentamos agir da melhor maneira possível, com as ferramentas
que dispomos e tentamos consertar algo que, só Deus pode realizar. O que
deve a família aprender é buscar de maneira contínua a capacitação que
provém da Graça de Deus. Só Deus pode através da nossa fé agir com sua
graça (favor imerecido) construir com as pessoas, que amamos,
relacionamentos novos. Significa de forma prática permear os atos e atitudes, o
relacionamento conjugal e a criação de filhos por um grande filtro, o filtro da
Graça de Deus a fim de alcançarmos pessoas felizes, de fé, não superficiais
capazes de desenvolver sua criatividade potencial.
3.4 Conclusão do terceiro capítulo III
A plenitude da bem aventurança familiar pode ser alcançado quando
se torna possível o desenvolvimento contínuo e consciente de sua
particularidade espiritual. A família unida em um propósito de submissão de
comportamento e ideal cristão, permeado pela certeza que somente o
conhecimento de regras e métodos de um melhor relacionamento não é
suficiente para se vencer as crises . Lembrando que antes de tudo, o
Cristianismo é fundamentado na Graça de Deus e na Fé em Jesus que nos
leva a ter experiências renovadas.
CONCLUSÃO
As leis civis instituídas no país procura guardar a família da
desintegração, provando que todos reconhecem a sua importância como
instituição mantenedora da sociedade. Essas leis se fundamentam em sua
maioria nas escrituras sagradas, que por sua vez retrata a finalidade de sua
criação e nos orienta como viver em família e alcançar a felicidade que tanto
almejamos. O Cristianismo trouxe de forma mais clara um valor maior a
família, como um todo e especialmente a mulher como cidadã na sociedade, e
não um ser inferior , fruto de uma maldição como em algumas culturas. O
Cristianismo através da Igreja dentro da história tem influenciado culturas
mudado leis e costumes, através de sua pregação e vivência.
O modernismo trouxe algumas mudanças a essa vivência do
Cristianismo, em relação a família, aquele seguidores da doutrina de Cristo, de
uma forma crescente então se desintegrando como família, vivendo crises
terríveis e buscando até o divórcio como recurso. Aqueles que influenciam a
sociedade tem sido influenciado pela facilidade que é imposta de forma
tentadora pelos contemporâneos. A oportunidade de opções a informação o
desejo globalizado de crescer, de alcançar uma vida melhor, sem sacrifício e
renúncia, trazido através dos meios de comunicações que de certa forma
aproxima os homens em todos os sentidos. Tem afastado a família Cristã de
sua posição de influenciadora e consequentemente, a prática do Cristianismo
tem se tornado numa fonte de estudos de regras qualquer que não se
consegue por em prática, vazio e sem vida. A família Cristã tem como
fundamento principal a fé em Cristo e antes de se impor que alguém, viva o
Cristianismo e siga vários conselhos, é necessário alcançar uma sensibilidade
espiritual dentro de casa, resgatando como indivíduo da sociedade sua
identidade. Se fechar as facilidades do mundo e ao apelo de ser igual e ter o
seu sagrado como fonte, de sustentação, por certo a família Cristã, sobreviverá
a tudo, alcançando a sua nobre missão de testificar, que a fonte de todos os
métodos e a plenitude da felicidade da família vem atrás da fé em Cristo.
ANEXOS
BIBLIOGRAFIA
ANSELMO; REGINA; GRAÇA. Família. Rio de Janeiro: Igreja Missionária
Evangélica Maranata. Escola Bíblica Dominical, s.d.
Bíblia de estudo pentecostal. Revista Corrigida: Rio de Janeiro, 1995.
Bíblia na linguagem de hoje. São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 1988.
CHESSER, Barbara Russel. O mito do casamento perfeito. 2.ed. São Paulo: Mundo Cristão, 1997.
CHRISTENSON, Larry. A família do cristão. 5.ed. Minas Gerais: Betânia,
1996.
PARSONS, Rob. Quando amar é difícil. Belo Horizonte: Betânia, 2001, 168 p.
SILVA, Josué Gonçalves da. 104 erros que um casal não pode cometer!
5.ed. São Paulo: Mensagens para Cristo, 1999.
VONDEREN, Jeff Van. Vida familiar transformada pela graça. Minas Gerais:
Betânia, 1996.
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
PROJETO “A VEZ DO MESTRE”
ORIENTADOR: Prof. ANTONIO FERNANDO VIERA NEY
TERAPIA DA FAMÍLIA
TURMA: 19
POR:
NELSON DOS SANTOS REIS
MATRÍCULA: 9561
Rio de Janeiro, RJ, agosto/2001
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