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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL
UNIDADE ACADÊMICA DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
JOÃO PAULO RODRIGUES DE LIMA
ANUROFAUNA DE UMA ÁREA DE CAATINGA ARBÓREA NA SERRA DE SANTA
CATARINA, SÃO JOSÉ DA LAGOA TAPADA, PARAÍBA, BRASIL
Patos-PB
Março de 2015
JOÃO PAULO RODRIGUES DE LIMA
ANUROFAUNA DE UMA ÁREA DE CAATINGA ARBÓREA NA SERRA DE SANTA
CATARINA, SÃO JOSÉ DA LAGOA TAPADA, PARAÍBA, BRASIL
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)
apresentado a Universidade Acadêmica de
Ciências Biológicas da Universidade Federal
de Campina Grande, Campus de Patos-PB,
como exigência parcial na obtenção do grau de
Licenciado em Ciências Biológicas, sob a
orientação do Prof. MSc. Stephenson Hallison
Formiga Abrantes.
Patos – PB
Março de 20015
JOÃO PAULO RODRIGUES DE LIMA
ANUROFAUNA DE ÁREA DE CAATINGA ARBÓREA NA SERRA DE SANTA
CATARINA, SÃO JOSÉ DA LAGOA TAPADA, PARAÍBA, BRASIL
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) a ser
apresentado a Universidade Acadêmica de
Ciências Biológicas da Universidade Federal
de Campina Grande, Campus de Patos-PB,
como exigência parcial na obtenção do grau de
Licenciado em Ciências Biológicas, sob a
orientação do Prof. MSc. Stephenson Hallison
Formiga Abrantes.
Aprovado em: 06/ 03/2015
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________________________________
Professor MSc. Stephenson Hallison Formiga Abrantes
Orientador – UACB/CSTR/UACB
____________________________________________________________________
Professor Dr. Marcelo Nogueira de Carvalho Kokubum
Examinador - UACB/CSTR/UACB
_____________________________________________________________________
Professor Dr. Erich de Freitas Mariano
Examinador – UACB/CSTR/UACB
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, pelo dom da vida, e por sempre está comigo e me dado tantas vitorias.
Aos meus pais, senhora Ana Maria Rodrigues de Almeida Lima e ao senhor João dos Santos,
por terem sempre me apoiado e ajudado a tomar as melhores decisões na minha vida até hoje.
E meus dois irmãos Lucas e Mateus, por estarem sempre comigo, brigando ou
compartilhando risadas.
Ao meu orientador, MSc. Stephenson Hallison Formiga Abrantes, pela paciência (as vezes), e
por tudo que aprendi nesses anos, e por ter se tornado um grande amigo.
Aos professores e também amigos, Dr. Erich de Freitas Mariano e Dr. Marcelo Nogueira de
Carvalho Kokubum.
Meus avós paternos, Alcides e Ana, e meus avós maternos Amadeus (em memória) e Dona
Iraci, que muitas vezes pedia meu boletim.
Aos meus amigos de turma, Emanulle Brito (Manú), Josley Maycon (O Mago), John Wagner,
Vivianne Kaline, Maedy Karloane, Beatriz Nunes (Bia), Mabely, Roberto Jorge (Doug),
Mabely, por estarem sempre comigo.
Aos meus amigos de campo, Lucas Silva, Hyldetan Ruan, Rodopho, Ítalo Társis, Monasses
Marques, Jessica Diniz, Jessica Carvalho, Willmara Guedes, Danilo Batista, Pedro, Nicaely,
Juliana, Emanuel Messias, Tâmara, Daniele, Yamarashy Gomes,
Aos colegas Ítalo, Everton, Lucas, pelo apoio e ajuda nas coletas.
A todos os professores que participaram da minha graduação.
Ao pessoal da Sudema, pelo apoio e logística, que foram necessários para a realização desse
trabalho.
Ao senhor Jozimar e família, que nos auxiliou na pesquisa de campo.
A todos que de alguma maneira participaram direta e indiretamente.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Mapa da localização da Serra de Santa Catarina-PB ................................................ 5
Figura 2. Médias pluviométricas registradas durante o período de coleta na Serra de Santa
Catarina e número e indivíduos capturados. Dados da AESA nos meses Junho/2012,
Março/Agosto-2013 e Janeiro/2014........................................................................................... 9
Figura 3. Curva de rarefação de espécies de anuros na Serra de Santa Catarina-PB, Brasil.
Entre os períodos de Julho/2012, Março/Agosto-2013 e Janeiro/2014 ...................................10
Figura 4. Espécies registradas na Serra de Santa Catarina entre os períodos de Julho/2012,
Março/2013, Agosto/2013 e Janeiro/2014. (A) Rhinella jimi, (B) Rhinella granulosa, (C)
Corythomantis greeninge, (D) Dendropsophus nanus, (E) Scinax x-signatus, (F) Hypsiboas
raniceps ....................................................................................................................................20
Figura 4. Espécies registradas na Serra de Santa Catarina entre os períodos de Julho/2012,
Março/2013, Agosto/2013 e Janeiro/2014. (G) Phyllomedusa nordestina, (H) Leptodactylus
macrosternum, (I) Leptodactylus fuscus, (J) Leptodactylus troglodytes, (K) Leptodactylus
vastus, (L) Leptodactylus syphax. ............................................................................................21
Figura 4. Espécies registradas na Serra de Santa Catarina entre os períodos de Julho/2012,
Março/2013, Agosto/2013 e Janeiro/2014. (M) Pseudopaludicola pocoto, (N) Physalaemus
cuvieri, (O) Dermatonotus muelleri, (P) Proceratophrys cristiceps, (Q) Pipa carvalhoi
...................................................................................................................................................22
Figura 5. Dendrograma de similaridade para 16 localidades brasileiras, comparando a
diversidade com a fauna e anfíbios. Índice de Sorensen e Método de Agrupamento
(WPGMA). Legenda: (Buraquiho)-Área de Preservação permanente Mata do Buraquinho-PB,
Santana et al (2008); (Ibiapaba)-Ibiapaba-CE, (Loebmann e Haddad, 2010); (Araripe)
Chapada do Araripi-CE, (Ribeiro et al. 2008); (Pau Ferro) Mata do Pau Ferro-PB, (Barbosa e
Alves, 2014); (Maturéia)-Maturéia-PB, (Arzabe, 1999); (S. Catarina)-Serra de Santa Catarina;
(S. J. Bonfim)-São José do Bonfim-PB, (Arzabe, 1999); (Curimataú)-Área de Curimataú-PB,
Arzabe et al. (2005); (S. almas)-Área de Reserva da Serra das Almas-CE (Borges-Nojosa e
Cascon, 2005); (Cariri)-Área do Cariri Viera et al. (2007); (Bet/Floresta)-Área de Betânia e
Floresta-PE, (Borges-Nosoja e Santos, 2005); (M.dantas)-RPPN Reserva Ecológica Maurício
Dantas-PE, Moura et al. (2011); (F. Saco)-Fazenda Saco-PE, Moura et al. (2011); (Catimbaú)-
Parque Nacional do Catimbau-PE, Moura et al. (2011); (Frei Caneca)-RPPN Frei Caneca-PE,
Moura et al. (2011); (Tapacurá)-Estação Ecológica de Tapacurá-PB, Moura et al. (2011)
...................................................................................................................................................23
LISTA DE TABELA
Tabela 1. Lista de espécies e abundância dos anfíbios anuros registrados na Serra de Santa
Catarina, São José da Lagoa Tapada, Paraíba, Brasil, entre Julho de 2012 à Janeiro de 2014,
com seus status de ameaça, Não ameaçada (LC), dados insuficientes (DD), não consta (NC),
identificado por vocalização (I.VO). ..........................................................................................9
Tabela 2. Tabela de uso de microhabitat pelos anuros de Serra de Santa Catarina, nos
períodos de Julho/2012, Mar/Ago/2013 e Janeiro/2014.
...................................................................................................................................................17
Tabela 3. Tabela de atividade de vocalização dos anuros de Serra de Santa Catarina nos
períodos de Julho/2012, Mar/Ago/2013 e Janeiro/2014, espécies vocalizando (Tarja preta),
espécies em amplexo (Tarja azul)
...................................................................................................................................................19
SUMÁRIO
RESUMO .................................................................................................................... 1
ABSTRACT................................................................................................................ 2
INTRODUÇÃO........................................................................................................... 3
MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................................ 5
Coleta de dados .......................................................................................................... 6
Análise dos dados ....................................................................................................... 6
RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................ 8
Composição dos anuros .............................................................................................. 8
Lista comentadas das espécies ................................................................................... 10
Uso de Microhabitat.................................................................................................... 16
Atividade de Vocalização............................................................................................ 18
Análise de similaridade .............................................................................................. 23
CONCLUSÃO ........................................................................................................... 24
REFERÊNCIAS.......................................................................................................... 25
1
ANUROFAUNA DE UMA ÁREA DE CAATINGA ARBÓREA NA SERRA DE
SANTA CATARINA, SÃO JOSÉ DA LAGOA TAPADA, PARAÍBA, BRASIL
João Paulo Rodrigues de Lima¹* Stephenson Hallison Abrantes Formiga²
¹Aluno do curso de Ciências Biológicas, Unidade Acadêmica de Ciências Biológicas Centro de Saúde e
Tecnologia Rural, Universidade Federal de Campina Grande, campus Patos. Avenida Universitária s/n.
Bairro Santa Cecília, CEP 58708-110, Patos-PB, Brasil.
²Professor MSc. Stephenson Hallison Formiga Abrantes, Unidade Acadêmica de Ciências Biológicas Centro
de Saúde e Tecnologia Rural, Universidade Federal de Campina Grande, campus Patos. Avenida
Universitária s/n. Bairro Santa Cecília, CEP 58708-110, Patos-PB, Brasil.
*Autor correspondente: j.paulobioherpeto@gmail.com
RESUMO
O bioma Caatinga possui uma área de 800,00 Km², é caracterizado por uma vegetação
xerófila adaptada a climas secos com poucas chuvas, cerca de 1000 mm ao ano e com
temperaturas anuais de 24° a 29° C. O estudo foi desenvolvido em uma área de caatinga na
Serra de Santa Catarina, Paraíba, Brasil. O objetivo foi realizar um levantamento da
anurofauna, estudar os diferentes tipos de microhabitat, atividade de vocalização, análise
de similaridade entre 16 localidades. Foram realizadas quatro expedições durante os
periodos de Julho de 2012 á Janeiro de 2014. Utililazando de busca passiva e busca ativa.
Obteve-se um total de 205 indivíduos divididos em 17 espécies, 11 gêneros, pertencentes à
seis famílias e quatro subfamílias: Família Bufonidae, (2) espécies, Familia Hylidae; (5)
espécies, (4) Hylineae e (1) Phyllomedusinae; Família Leptodactylidae, (7) espécies, (5)
Leptodactylinea, (2) Leiuperinae; Família Mycrohylidae (1) espécie da subfamília
Gastrophryninae; Família Odontophrynidae (1) espécie; Família Pipidae (1) espécie, o
microhabitats mais utilizados foram os terrestres, oito espécies foram encontradas
vocalizando. Na análise de similaridade a Serra de Santa Catarina ficou no grupo de áreas
de Caatinga. A composição da anurofauna de Serra de Santa Catarina apresentou espécies
associadas ao Bioma Caatinga.
Palavras Chaves: Anfíbios, Microhabitat, Nordeste, Similaridade, Vocalização.
2
ABSTRACT: Anurans from Caatinga in Serra de Santa Catarina, São José da Lagoa
Tapada, Paraíba, Brazil
The bioma Caatinga has an area of 800,00km² and is caracterized by a vegetation xerophile
adapted to dry climates with low quantity of rains, around 100 mm per year and with
annual temperatures of 24° to 29° C. The study was developed in an area of caatinga in the
Serra de Santa Catarina, Paraíba, Brasil. The objective were realize a raising of anuran and
to study different types of microhabitat, activity of vocalization, analyse the similarity
between 16 localities. Were made four expeditions during the periods of July 2012 to
January 2014. Using of the method of active and passive search. There was obtained a total
of 205 individuals divided in 17 species, 11 genders, belonging to six families and four
subfamilies: Family Bufonidae, (2) species, Family Hylidae; (5) species, (4) Hylineae e
(1) Phyllomedusinae; Family Leptodactylidae, (7) species, (5) Leptodactylinea, (2)
Leiuperinae; Family Mycrohylidae (1) specie belonging to the subfamily Gastrophryninae;
Family Odontophrynidae (1) specie; Família Pipidae (1) specie, the microhabitats more
used were the ones of land, eight species were found vocalizing. On the analyse of
similarity, the Serra de Santa Catarina belonged in the group of areas of Caatinga. The
composition of anurans of Serra de Santa Catarina presented species related to Caatinga.
Key Words: Amphibians, Microhabitat, Northeast, Similarity, Speech.
3
INTRODUÇÃO
A Caatinga brasileira possui uma extenção de 800.000 Km² (Rodrigues, 2003).
Abrange os estados do Ceará, Rio Grande do Norte, a maior parte da Paraíba e
Pernambuco, sudeste do Piauí, oeste de alagoas e sergipe, região central da Bahia e uma
faixa estendendo-se em Minas Gerais seguindo o rio São Francisco, juntamente com um
enclave no vale seco da região média do rio Jequitinhonha (Prado 2003). Sendo
caracterizado por um clima semiárido quente e úmido com altas temperaturas anuais, cerca
de 24 a 29° C (Rodrigues, 1986), indíces pluviometricos com cerca de 1000 mm por ano.
A Caatinga pode apresentar diferentes fitofisionomias podendo ocorrer em paisagens
arbóreas ou arbustivas (Prado, 2003).
Na Caatinga existem 47 espécies de anfíbios anuros. Apresenta 19 localidades na
Paraíba com registros de espécies sendo estas localidades representadas se tratando de
anuros; Cabaceiras 4 espécies, Gurinhém 8 espécies, Coremas e Junco do Seridó 9 espécies
(Rodrigues et al. 2003). Em trabalho de Arzabe et al. (2005), na região do Curimataú,
foram registradas 21 espécies de anfíbios, sendo 20 espécies de anuros e um
Gymnophiona, família Caecilidae. Essa região compreende o Parque Estadual da Pedra da
boca, com vegetação de mata seca, e da fazenda Cachoeira da Capivara, com vegetação,
arbórea/arbustiva. Nessa mesma região foram registradas em de Cuité com 17 espécies de
anuros (Abrantes et al. 2011). Na região do Cariri, foram amostradas cinco localidades,
São João do Cariri com 16 espécies, Cabaceiras com 18 espécies, Maturéia 12 espécies,
São João do Bonfim com 16 espécies, Boa vista com nove espécies (Viera et al. 2007).
A Serra de Santa Catarina posui uma vegteação que se difere um pouco das demais
fitofisionomias de caatinga. Apresenta em sua maior composição árvores de grande porte,
e dosel continou (Brandão et al. 2009). Vegetação como a de Serra de Santa Catriana é
chamada de Floresta estacional seca (Monney et al. 1995, Pennington et al. 2006). Essas
formações vegetais ocorrem onde os indíces pluviometricos são menores 1600 mm/ano,
com periodos de chuvas de 5 à 6 meses, apresentado menos de 100 mm.
Apontada como uma das reservas da biosfera criada pela Organização das Nações
Unidas, a Serra de Santa Catarina, está cotada a se tornar, em uma das áreas protegidas,
fazendo parte de uma rede internacional de unidades de conservação. A região de Serra de
Santa Catarina é ainda cotada como área de grande importância para preservação da
4
Caatinga. O presente trabalho estudou uma área de floresta na Serra de Santa Catarina,
Paraíba, Brasil, afim de conhecer a composição da anurofauna. Contribuindo para melhor
conhecimento da anurofauna da Caatinga do estado da Paraíba.
5
MATERIAL E METÓDOS
O estudo foi realizado em uma área de Caatinga, na Serra de Santa Catarina,
Paraíba, Brasil, (7°00’20’’ S e 38°13’15’’ W) localizada na microrregião de Cajazeiras e
Sousa, na cidade de São José da Lagoa Tapada (Figura 1). A serra de Santa Catarina possui
uma extensão de 25 km que abrange uma área de aproximadamente 112,1 Km², desde
Olho d água do Frade (no município de Nazarezinho) até o riacho saco dos Bois (São José
da Lagoa Tapada). A área possui uma das poucas manchas florestais no domínio da
caatinga, este tipo de formação é uma das mais ameaçadas desse bioma que por sua vez
abriga espécies de animais e plantas exclusivamente ligada a estruturas florestais. Possui
vegetação variada desde caatinga arbustiva, arbóreo-arbustiva, caatinga arbórea e
formações florestais (Brandão et al. 2009). A mesma possui áreas antropizadas, com
derrubada de vegetação para criação de bovinos e caprinos, além de apresentar corte de
madeira e atividade de caça.
Figura 1: Mapa da localização da Serra de Santa Catarina-PB
6
Coleta de dados
Foram realizadas quatro expedições com duração de 9 dias cada, nos meses de
Julho/2012, Março/Agosto/2013 e Janeiro/2014. Para coleta dos anfíbios foram utilizadas
armadilhas de interceptação e queda (AIQ) constituídas de 50 baldes de 60 litros
enterrados até o nível de solo, agrupados em 10 linhas, cada linha com cinco baldes, todos
dispostos em linha reta. Cada linha foi interligada por uma lona preta fixada por estacas de
madeira e teve sua extremidade inferior fixada no solo. As armadilhas foram revisadas no
período da manhã, durante cada expedição, resultando em um esforço de 48.000
horas/balde.
Foi utilizada ainda a amostragem visual limitada por tempo em períodos noturno.
Essas amostragens foram realizadas sempre por quatro observadores (os mesmos para
todas as expedições) que mantinham uma distância aproximada de 5 m entre eles. Cada
período de amostragem teve duração de três horas ao longo de um transecto de 500 m de
extensão por 25 m de largura. Neste percurso foram observados os lugares onde os anuros
normalmente habitam como troncos, galhos, frestas de rochas, serapilheira, fendas de
árvores e corpos d’água e vegetação ciliar. Para cada animal observado foram registrados a
hora do avistamento, temperatura e umidade do ambiente, comportamento dos indivíduos e
uso de substrato. O esforço total despendido na amostragem usual, a cada expedição, foi de
120 hora/homem, resultando no total de 480 horas/homens de amostragem visual limitada
por tempo.
Os espécimes capturados foram sacrificados com xilocaína a 5%, e fixadas no formol a
10%. Os indivíduos foram tombados junto a coleção do Laboratório de herpetologia da
Universidade Federal de Campina Grande (LHUFCG) Campus Patos-PB.
Análises dos dados
Para caracterizar a taxocenose dos anfíbios anuros da Serra de Santa Catarina, a sua
composição de espécies foi comparada com 16 localidades incluindo área de estudo, que
são: (1)-Estação Ecológica de Tapacurá-PB, Moura et al. (2011); (2)-RPPN Frei Caneca-
PE, Moura et al. (2011); (3)-Parque Nacional do Catimbau-PE, Moura et al. (2011); (4)-
Fazenda Saco-PE, Moura et al. (2011); (5)-RPPN Reserva Ecológica Maurício Dantas-PE,
Moura et al. (2011); (6)-Área de Reserva da Serra das Almas-CE, (Borges-Nojosa e
7
Cascon, 2005); (7)-Área de Curimataú-PB, Arzabe et al. (2005); (8)-Área de Betânia e
Floresta-PE, (Borges-Nosoja e Santos, 2005); (9)-Área do Cariri-PB Viera et al. (2007);
(10)-São José do Bonfim-PB, (Arzabe, 1999); (11)-Área de Preservação permanente Mata
do Buraquinho-PB, Santana et al (2008); (12) Mata do Pau Ferro-PB, (Barbosa e Alves,
2014); (13)-Chapada do Araripi-CE, (Ribeiro et al. 2008); (14)-Ibiapaba-CE, (Loebmann e
Haddad, 2010); (15)-Maturéia-PB, (Arzabe, 1999).
Os dados relacionados a essas localidades geraram uma matriz de presença e ausência
com 85 espécies. A comparação entre a anurofauna encontrada em todas as localidades foi
feita no programa MVSP versão 3.1 utilizando como medida Sorensen que considera
apenas presença ou ausência de cada espécie das 16 localidades. O método de agrupamento
utilizado foi o WPGMA por conta da lista de espécies diferirem muito entre os métodos de
amostragem, e das áreas de estudo com características ecológicas diferentes, assim
evitando erros na amostragem nos diferentes inventários utilizados. Ainda foi feito um
gráfico de curva de acumulação de espécies
8
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Composição dos anuros
Obteve-se um total de 205 indivíduos divididos em 17 espécies, 11 gêneros,
pertencentes à seis famílias e quatro subfamílias: Família Bufonidae, com duas espécies,
Familia Hylidae; com cinco espécies, quatro Hylineae e uma Phyllomedusinae; Família
Leptodactylidae, com sete espécies, cinco delas da subfamília Leptodactylinea, e duas
Leiuperinae; Família Mycrohylidae com uma espécie da subfamília Gastrophryninae;
Família Odontophrynidae com uma espécie; Família Pipidae com uma espécie (Tabela 1).
A família melhor representada em número de espécies foi a Leptodactylidae com
44%, seguida da família Hylidae com 28%, a maior ocorrência dessas espécies é
semelhante com o modelo observado para região neotropical (Duellman 1978). A
composição da anurofauna da de Serra Catarina é formada por espécies comumente,
distribuídas na América do sul, e de ampla distribuição, que ocorrem tanto em formações
abertas, como em áreas de floresta.
Nenhuma delas corre risco de extinção, exceto duas espécies que não apresentam
dados suficientes para tal afirmação, Peseudopaludicola pocoto; Phyllomedusa nordestina,
(IUCN, 2014), uma vez que a espécie P. pocoto, foi recentemente descrita por Magalhões
et al. (2014).
Foi feita uma média dos índices pluviométricos durante cada expedição (dados da
AESA), dessa forma pode-se correlacionar o número de indivíduos coletados durante o
período de pesquisa. No mês de Julho, mês da primeira expedição a média pluviométrica
foi de 66,46 mm, 26,81 mm na segunda expedição Março, 53,58 mm na terceira Agosto,
onde foi observado maior número de captura de anuros e pôr fim a quarta expedição em
Janeiro com 45,58 mm (Figura 1). O intervalo entre a segunda e terceira expedição, foi
marcado por meses de maior precipitação, isso pode explicar o crescente número de
capturas.
9
Figura 2. Médias pluviométricas registradas durante o período de coleta na Serra de Santa Catarina e número
e indivíduos capturados. Dados da AESA nos meses Junho/2012, Março/Agosto/2013 e Janeiro/2014.
Tabela 1. Lista de espécies e abundância dos anfíbios anuros registrados na Serra de Santa Catarina, São
José da Lagoa Tapada, Paraíba, Brasil, entre Julho de 2012 à Janeiro de 2014, com seus status de ameaça,
Não ameaçada (LC), dados insuficientes (DD), não consta (NC), identificado por vocalização (I.VO).
FAMÍLIA /
SUBFAMÍLIA ESPÉCIES
ST. DE AMEAÇA ABUNDÂNCIA
Bufonidae Rhinella jimi LC 9
Rhinella granulosa LC 41
Hylidae Corythomantis greeningi LC 4
Hylinae Dendropsophus nanus LC I.VO
Hylinae Scinax x-signatus LC 20
Hylinae Hypsiboas raniceps LC 2
Phyllomedusinae Phyllomedusa nordestina DD I.VO
Leptodactylidae Leptodactylus macrosternum LC 2
Leptodactylinae Leptodactylus fuscus LC I.VO
Leptodactylinae Leptodactylus troglodytes LC 42
Leptodactylinae Leptodactylus vastus LC 4
Leptodactylinae Leptodactylus syphax LC 3
Leiuperinae Pseudopaludicola pocoto NC 6
Leiuperinae Physalaemus cuvieri LC 34
Mycrohylidae
Gastrophryninae Dermatonotus muelleri
LC 4
Odontophrynidae Proceratophrys cristiceps LC 32
Pipidae Pipa carvalhoi LC 2
22 23
101
5766,46
26,81
53,5845,78
0
20
40
60
80
100
120
1 Expedição 2 Expedição 3 Expedição 4 Expedição
N°.
Iniv
idu
os
e M
édia
Plu
vio
met
rica
Expedições
N° I MEDIA PLUVI
10
Figura 3. Curva de rarefação de espécies de anuros na Serra de Santa Catarina-PB, Brasil. Entre os períodos
de Julho/2012, Março/Agosto-2013 e Janeiro/2014.
Lista comentada das espécies
Família Bufonidae
Rhinella jimi Stevaux, 2002 (Figura 4, A)
Espécie da família Bufonidae, geralmente conhecido como sapo cururu, que pode
medir mais de 20 cm de comprimento rostro-cloacal. Possui o corpo colorido de fundo
pardo-amarelado com manchas dorsais bem escuras, mal definidas e uma linha mais clara
por todo o dorso, que as vezes não se apresenta. Possui vocalização bem característica: de
um trinado longo, grave e contínuo que lembra, de longe, ruído de motor de barco. Tendo
ocorrência em todo o Nordeste brasileiro, alimenta-se de insetos, vertebrados,
camundongos e pequenas serpentes (Freitas e Silva, 2004). Em relação a alimentação dessa
espécie, foi publicado um artigo sobre a predação oportunista de Molussos molussos por
Rhinnela jimi (Silva et al. 2010). Reprodução do tipo “1” (ovos e girinos exotróficos em
ambientes lênticos) explosiva, geralmente são forrageadores de “sente e espera” podendo
ser chamado de animal generalista e oportunista (Moreira; Barreto, 1996).
11
Rhinella granulosa Spix, 1824 (Figura 4, B)
É uma espécie comum e abundante que habita locais abertos como caatingas e
restingas litorâneas de todo Nordeste. Pequeno porte corporal, que pode atingir 6,0 cm de
comprimento rostro-cloacal. Possui colorido de fundo cinza-claro ou escuro com manchas
indefinidas pelo dorso. Os machos possuem canto trinado comprido e agudo que parece um
apito de guardas de transito (Freitas e Silva, 2004). Supra orbitaria crista baixa, focinho
muito longo (altamente salientes), tendo em vista lateral, borda posterior das narinas
ultrapassa a margem anterior da maxila, focinho arredondado em vista dorsal; distância do
tímpano para crista pósorbital DTP 0,6-1,3% CRC; distância interorbital (IOD1) 8,1-
13,3% SVL, (IOD2) 7,2 – 11,3% CRC; crista maxilar menos desenvolvidas; barriga sem
pigmentação (Narveas e Rodrigues, 2009).
Família Hylidae
Corythomantis greeningi Boulenger, 1896 (Figura 4, C)
Espécie de hábitos noturnos, que pode alcançar cerca de 5,0 cm de comprimento
rostro-cloacal. Possui colorido de fundo inteiramente pardo escuro com poucas manchas
destacadas. Apresenta cabeça com formação óssea para proteção, quando está abrigado em
bromélias ou cavidades de rochas onde geralmente costuma vocalizar (Freitas e Silva,
2007). Tem sua desova em riachos. É uma espécie arborícola ligada ao semiárido onde
possuem adaptações para evitar a perda de água (Navas et al. 2002). (Figura 2, C).
Dendropsophus nanus Boulenger, 1889 (Figura 4, D)
Espécie pequena que pode atingir cerca de 2 cm de comprimento rostro-clocal.
Pode ser encontrada em quase todo o Nordeste brasileiro, na maioria das vezes em áreas
abertas com lagoas cobertas por juncos. Apresenta um colorido pardo-amarelado no dorso,
sem desenho ou marca característica. Possui vocalização rouca e estridente (priiic-priiic)
que lembra um pouco o D. branneri (Freitas e Silva, 2007). Reproduz em corpos d´água
lênticos temporários e permanentes. Vocalizam em gramíneas e ciperáceas que estão
presentes nas margens dos corpos d´água. Sua abundância está relacionada a variáveis
climáticas como: temperatura da água, temperatura do ar e pluviosidade (Melo et al. 2007).
12
Scinax x-signatus Spix, 1824 (Figura 4, E)
Espécie que pode alcançar 3,5 cm de comprimento rostro-cloacal apresenta cor de
fundo pardo-amarelado com manchas dorsais bem definidas (Freitas e Silva, 2007). Ocorre
em áreas de Mata Atlântica da Bahia, áreas de caatinga, e nos enclaves úmidos como os da
Chapada Diamantina até o Ceará nas serras de Maranguape e Baturité (Lima, 1999).
Segundo (Silva, 2011), essa espécie apresenta maior afinidade por vegetação herbácea, se
tradando de uso do substrato tem preferência pelo solo e rochas. Sua alimentação é
composta por material vegetal, Coleóptera, Orthoptera e larvas de insetos, análises de
conteúdos estomacais.
Hypsiboas raniceps Cope, 1862 (Figura 4, F)
Espécie comum a ambientes abertos, que habita arbustos ao longo das margens de
cursos de rios, alimenta-se de pequenos artrópodes. Possui tamanho mediano com 5,0 a 6,0
cm de comprimento rostro-cloacal. Apresenta características morfológicas como: dorso
marrom-claro ou amarelo pardo, discos adesivos nas pontas dos dedos, uma linha falha
escura da narina que vai até o tímpano, parte interna da coxa com barras transversais
escuras, os jovens possuem coloração dorsal, linha branca no lábio inferior. Ocorre em
áreas abertas do litoral Norte da Bahia até o Ceará e caatingas de outros estados
nordestinos (Freitas e Silva, 2004). Vocalização bem característica de um canto com três
notas cróóó-cróóó-cróóó, que inicia-se baixo, aumentado na segunda nota, e diminuindo na
última.
Phyllomedusa nordestina, Caramaschi, 2006 (Figura 4, G)
Espécie pertencente ao grupo de P. hypochondrilis, que possui movimentos lentos,
que é característica desse gênero, habita em áreas abertas de todo Nordeste, na caatinga
principalmente e em matas deciduais do agreste dos estados nordestinos. Mede cerca de
4,0 cm de comprimento rostro-cloacal. Na parte dorsal do corpo e pernas possui coloração
verde claro, e na região interna das pernas e porções do flanco um laranja bem vistoso com
contraste preto; presença de uma faixa verde larga em todo o comprimento da face superior
da coxa; ausência de padrão de desenho reticulado nas pálpebras, lábios e faces inferiores
do corpo e membros locomotores; ausência de faixa esbranquiçada na lateral do corpo e na
face posterior da tíbia (Caramaschi, 2006). Vocaliza de maneira discreta com um “tróóc-
13
tróóc” rouco, grave e baixo. Apresenta mecanismos de defesa, como manter-se imóvel na
presença de ameaças, ao contato quando capturado faz tanatose (fingir de morto).
Alimenta-se basicamente de pequenos artrópodes (Freitas e Silva, 2004).
Família Leptodactylidae
Leptodactylus macrosternum Miranda-Ribeiro, 1926 (Figura 4, H)
Essa espécie podeb atingir 15 cm de comprimento rostro-cloacal e pode pesar até
350 gramas. Possui ampla distribuição na América do Sul, é encontrado em todo Nordeste,
habita em lagoas, rios e lagos, podendo ainda ser encontrado em ambientes antropizados.
Alimenta-se de pequenos artrópodes e de pequenos vertebrados incluindo outras rãs, peixes
e serpentes (Freitas e Silva, 2004).
Leptodactylus fuscus Schineider, 1799 (Figura 4, I)
Espécie de pequeno porte que atinge cerca de 5 cm rostro-cloacal. É encontrado em
ambientes abertos e matas em todo Nordeste. Possui colorido parecido com a da espécie
anterior L. macrosternum, porem os ocelos em maior número, elas se encontram dando
aspecto marmoreado, outros indivíduos apresentam uma linha no dorso de cor clara. Sua
vocalização lembra um assovio curto, repetido em sequencias alternadas, apesar de seu
tamanho pequeno, é relativamente forte o canto (Freitas e Silva, 2004). Segundo Downie
(1989), dependendo das variáveis ambientais (precipitação), os girinos podem vir a repor a
espuma original do ninho, podendo assim permanecer nele por várias semanas. Seu
período reprodutivo está associado ao período da chuva (Bernarde e Kokubum, 1999).
Leptodactylus troglodytes Lutz, 1930 (Figura 4, J)
Espécie de pequeno porte que pode atingir cerca de 4,0 cm de rostro-cloacal possui
colorido de fundo cinza claro também podendo ser creme, apresenta pintas escuras na
porção dorsal do corpo. Vocaliza com assovios curtos e alternados de baixa potência, é
comum ouvir essa espécie vocalizando em dias de chuvas. Possui uma alimentação a base
de pequenos artrópodes (Freitas e Silva, 2004).
14
Leptodactylus vastus Spix, 1824 (Figura 4, K)
A maior espécie de anuro encontrada no Brasil, podendo alcançar cerca de 25 cm
de comprimento rostro-cloacal, e pesar um pouco mais de um quilo. Ocorre em todo
Nordeste. Sua vocalização lembra o latido de um cão sendo um pouco mais rouco e
abafado. É uma espécie que se alimenta de artrópodes e pequenos vertebrados inclusive
outras rãs, serpentes e pequenos mamíferos roedores (Freitas e Silva, 2004). Em trabalho
de Santana et al (2012), foi observado um indivíduo de L. vastus predando um adulto de
Leptodactylus latrans, na margem de um lago, o L. vastus foi capturado e nesse processo o
mesmo regurgitou dois indivíduos de Hypsiboas albomarginatus, sendo um ainda intacto e
o outro praticamente digerido.
Leptodactylus syphax Bokermann, 1969 (Figura 4, L)
Espécie de médio porte com cerca de 5,0 a 6,0 cm de comprimento rostro-cloacal,
apresentando no dorso cores castanho e tons avermelhados, alimenta-se de pequenos
artrópodes (Freitas e Silva, 2004). Habita ambientes rochosos e áreas abertas da região
Central, até o Nordeste brasileiro, nos estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso
(localidade tipo), Piauí e Paraíba, ainda sul do Paraguai e leste da Bolívia (Heyer, 1979;
Cardoso e Heyer (1995); Heyer, (1995); De la Riva et al. (2000); Silva e Facure (2007);
Uetanabaro et al. (2007); Frost, (2008); Giaretta et al. (2008); Silva e Giaretta, 2009).
Pseudopaludicola pocoto Magalhães, Loebmann, Kokubum, Haddad, Garda, 2014 (Figura
4, M)
Espécie de pequeno porte cerca de 1,0 a 1,4 cm de comprimento rostro-cloacal.
Essa espécie se difere das demais por conta do: tamanho, a cor creme no saco vocal, sua
vocalização lembra um galope de cavalo, daí um nome pocoto (Magalhães et al. 2014),
pouco se sobre a biologia desse bicho pois a mesma foi recentemente descrita.
Physalaemus cuvieri Fitzinger, 1826 (Figura 4, N)
Espécie que ocorre em todo Nordeste do Brasil e em regiões ao sul da Amazônia, é
uma espécie de área aberta. Mede cerca de 2,5 cm de comprimento rostro-cloacal, possui
colorido cinza claro na maioria de seu corpo com manchas. Na porção posterior um pouco
acima da cloaca apresenta um par de manchas pretas com centro um pouco mais claro que
15
lembra olhos. Vocaliza de maneira que lembra um latido de cão, com notas repetidas,
geralmente com vários indivíduos vocalizando ao mesmo tempo (Freitas e Silva, 2007).
Pele com texturas variáveis mas nunca com tubérculos, pode apresentar ou não gânglios
iguinais, ausência de uma ampla área glandular dos flancos, focinho arredondado vistos
dorsalmente, região loreal côncava, apresenta ou não dobras dorso laterais (Nascimento et.
al. 2005).
Família Mycrohylidae.
Dermatonotus muelleri Boettger, 1885 (Figura 4, O)
Espécie de peque porte que pode atingir 6,0 cm de comprimento rostro-cloacal,
possui cores vistosas, na região ventral uma mistura de vermelho e branco, e o dorso
marron-bronze e manchas escuras. Ocorre em toda caatinga e em áreas abertas de restingas
litorâneas do nordeste. Não se trata de uma espécie rara, apenas difícil de ser coletada, por
conta de seus hábitos, fica sob a serapilheira na maior parte do ano. Sua alimentação é
constituída de artrópodes (Freitas e Silva, 2004). Segundo (Nomura, 2003), a atividade de
forragiamento desta espécie está ligada com a distribuição dos recursos, possui reprodução
do tipo explosiva, estivagem nos períodos de menor disponibilidade de alimentos. Nesse
espaço de tempo o D. muelleri, abriga-se em tocas subterrâneas, isso permite a essa espécie
a sobrevivência nos períodos de seca.
Família Odontophrynidae
Proceratophrys cristiceps (Müller, 1884 “1883”) (Figura 4, P)
É uma das menores espécie do gênero cerca de 4,0 cm de comprimento rostro-
cloacal. Ausência de protuberância na região superior dos olhos, caraterística típica desse
gênero. Possui colorido variado de tons alaranjados, cinza-claro da cor de areia, marrom-
escuro com uma faixa larga e centralizada na região dorsal, na maioria das vezes mais clara
e constante. Ocorre em áreas de restinga, matas e caatinga arbórea de serras no Ceará e Rio
Grande do Norte e toda caatinga Nordestina, em grande parte nas matas ciliares. Sua
vocalização lembra uma buzina grave extensa e rouca. Alimenta-se de artrópodes (Freitas e
Silva, 2004).
16
Família Pipidae
Pipa carvalhoi (Miranda-Ribeiro, 1937) (Figura 4, Q)
É a única espécie do gênero que ocorre no nordeste. Apresenta coloração escura, o
corpo achatado, membranas interdigitais que ajudam na natação. É uma espécie comum no
sul da Bahia (Frost, 2004). Ocorre na caatinga e na Mata Atlântica, habita poças
temporárias como; córregos e brejos, também ocorre em margens profundas com
vegetação aquática (Carvalho 1937; 1939; Arzabe et al. 2008). Em estudos de (Canedo et.
al. 2006), foi observado que as fêmeas com ovos, não tiveram nenhuma mudança na
alimentação, isso comparado com outas fêmeas sem ovos e machos, tendo em vista que os
ovos desta espécie são carregados no dorso assim não limitando a locomoção da fêmea.
Uso de Microhabitat
O microhabitat mais utilizado pelos anuros foram os terrestres: rocha, dentro da
toca, areia, raízes e pedras (Tabela 2.) Uma vez que, a composição da fauna de anuros de
Serra de Santa Catarina (Tabela 1.) seja em sua maioria composta por espécies terrestres
ou terrestre/arborícola, espécies terrestres como: Rhinella jimi; Rhinella granulosa;
Leptodactylus macrosternum; Leptodactylus fuscus; Leptodactylus syphax; Physalaemus
cuvieri; Proceratophrys cristiceps; e espécies terrestre/arborícola: Corythomantis
greeningi e Scinax x-signatus. (Rodrigues, 2003).
As espécies ocuparam pelo menos um desses microhabitas, havendo sobreposição
no microhabitats. A ocupação das famílias se deu maneira que as espécies ocorreram nos
seus ambientes característicos. A família Hylidae apresentou maior preferência por
vegetação arbustiva arbórea, tendo em vista que essas espécies apresentam discos adesivos
nas extremidades dos dedos, assim facilitando sua locomoção tanto vertical como
horizontal sobre a vegetação (Jim, 1980), podendo também utilizar microhabitats terrestres
como rochas e serrapilheira (Afonso e Eterovick, 2007), que foi observado durante o
período de estudo, na espécie; C. greeningi.
Família Bufonidae e Leptodactyldae ocuparam microhabitates terrestres. Assim é
possível observar que as espécies utilizam seus microhabitates específicos. Essas espécies
ainda podem utilizar outros microhabitates como: Serrapilheira; corpos d’água
permanentes ou temporários; em área aberta ou de mata (Brassaloti et al. 2010). Também
17
foi possível registrar amplexos nos microhabitats, a espécie, L. vastus e P. cristiceps, o
primeiro encontrado em uma poça e outro no riacho sopre uma rocha com raízes em sua
volta com pouca água corrente.
Tabela 2. Tabela de uso de microhabitat pelos anuros de Serra de Santa Catarina, nos períodos de
Julho/2012, Mar/Ago/2013 e Janeiro/2014.
Espécies Uso de Microhabitate
Rinella jimi Rocha
Rinella granulosa Rocha
Corythomantis greeningi Árvore, cipó, rocha
Dendropsophus nanus
Scinax x-signatus Dentro da toca
Hypsiboas raniceps Galho, árvore
Phyllomedusa nordestina
Leptodactylus macrosternum Dentro da toca
Leptodactylus fuscus
Leptodactylus troglodytes Areia
Leptodactylus vastus Dentro do corpo d´água, raízes e pedras
Leptodactylus syphax Rocha
Pseudopaludicola pocoto Rocha
Physalaemus cuvieri Buraco na margem do corpo d´água
Dermatonotus muelleri Proceratophrys cristiceps Areia, solo, areia, raiz
Pipa carvalhoi Dentro do corpo d´água
18
Atividade de Vocalização
Nos períodos de coleta foram observadas várias espécies de anuros em atividade de
vocalização (Tabela 3.), Dendropsophus nanus, Leptodactylus fuscus, Hypsiboas ranicips,
Leptodactylus vastus, Phyllomedusa nordestina, Leptodactylus syphax, Pseudopaludicola
pocoto, Procertophrys cristiceps. Durante a pesquisa não foi registrado nenhum canto
agonístico, apenas vocalização para corte, característica essa marcante se tratando de
reprodução de anuros.
Foi observado que os anfíbios iniciavam a atividade de vocalização no crepúsculo
ás 17:45 até próximo ás 00:00 horas. No entanto apenas duas espécies foram encontradas
em amplexo, Proceratophrys cristiceps e Leptodactylus vastus. A primeira delas estava no
riacho com pouca água corrente perto de raízes, a segunda em ambiente de água parada
com vegetação entorno dos indivíduos, que estavam envoltos numa espuma. Foram
encontrados girinos de P. carvalhoi e L. syphax.
A espécie Dendropsophus nanus foi registrada vocalizando apenas na primeira
expedição, Julho/2012, já a espécie Proceratophrys cristiceps vocalizou durante a segunda
Março/2013 e terceira Agosto/2013, Phyllomedusa nordestina espécie que apresenta
apenas registro de áudio, vocalizou na terceira e quarta expedição, Leptodactylus vastus na
segunda, terceira e quarta expedição, Janeiro/2014, seguindos das espécies
Pseudopaludicola pocoto e Hypsiboas raniceps.
O baixo número de amplexo, apenas dois pode ser explicado pela diminuição das
médias pluviométricas durante o período de amostragem A maior média registrada durante
o referido estudo foi de 66, 46 mm isso no mês de julho de 2012 (Figura 1). Assim com a
falta de chuva, os ambientes aquáticos utilizados pra reprodução de anuros são afetados, o
que pode influenciar no número de anuros que se reproduzem nesses ambientes temporais
(Viera et al. 2007).
Foi observado que durante os períodos de amostragem o número de poças reduzia,
apesar da Serra de Santa Catarina está em uma altitude considerada elevada, e a umidade
ser um fator importante para anfíbios. O fator chave que influência os padrões de
reprodução seria a chuva e a disponibilidade de ambientes aquáticos (Aichinger, 1987).
Apesar da média pluviométrica ter aumentado no final da coleta de dados em relação a
19
segunda expedição, o fato de não estar em campo todos os meses durante a pesquisa, pode
ter influenciado, pois as poças temporárias secavam durante o intervalo de cada expedição.
Tabela 3. Tabela de atividade de vocalização dos anuros de Serra de Santa Catarina nos períodos de
Julho/2012, Mar/Ago-2013 e Janeiro/2014, espécies vocalizando (Tarja preta), espécies em amplexo (Tarja
azul).
Espécies 1 Expedição 2 Expedição 3 Expedição 4 Expedição
Rinella jimi
Rinella granulosa
Corythomantis greeningi
Dendropsophus nanus X
Scinax x-signatus
Hypsiboas raniceps X X X
Phyllomedusa nordestina X X
Leptodactylus macrosternum
Leptodactylus fuscus X
Leptodactylus troglodytes
Leptodactylus vastus X X
Leptodactylus syphax X X
Pseudopaludicola pocoto X X X
Physalaemus cuvieri X
Dermatonotus muelleri
Proceratophrys cristiceps
Pipa carvalhoi
Total de espécies vocalizando 2 4 6 4
Total de espécies em amplexo 0 1 0 1
20
Figura 4. Espécies registradas na Serra de Santa Catarina entre os períodos de Julho/2012, Março/2013,
Agosto/2013 e Janeiro/2014. (A) Rhinella jimi, (B) Rhinella granulosa, (C) Corythomantis greeninge, (D)
Dendropsophus nanus, (E) Scinax x-signatus, (F) Hypsiboas raniceps. Fotos: A, B, C, E, F. Marcelo N. C.
Kokubum. Foto: D, Michel A. Passos.
21
Figura 4. Espécies registradas na Serra de Santa Catarina entre os períodos de Julho/2012, Março/2013,
Agosto/2013 e Janeiro/2014. (G) Phyllomedusa nordestina, (H) Leptodactylus macrosternum, (I)
Leptodactylus fuscus, (J) Leptodactylus troglodytes, (K) Leptodactylus vastus, (L) Leptodactylus syphax.
Fotos: Marcelo N. C. Kokubum.
22
Figura 4. Espécies registradas na Serra de Santa Catarina entre os períodos de Julho/2012, Março/2013,
Agosto/2013 e Janeiro/2014. (M) Pseudopaludicola pocoto, (N) Physalaemus cuvieri, (O) Dermatonotus
muelleri, (P) Proceratophrys cristiceps, (Q) Pipa carvalhoi. Fotos: Marcelo N. C. Kokubum.
23
Análise de similaridade
A análise de agrupamento baseada em 85 espécies de anfíbios de 16 localidades
incluindo a Serra de Santa Catarina resultou na formação de três agrupamentos principais
(Figura 5).
Figura 5. Dendrograma de similaridade para 16 localidades brasileiras, comparando a diversidade com a
fauna e anfíbios. Índice de Sorensen e Método de Agrupamento (WPGMA). Legenda: (Buraquiho)-Área de
Preservação permanente Mata do Buraquinho-PB, Santana et al (2008); (Ibiapaba)-Ibiapaba-CE, (Loebmann
e Haddad, 2010); (Araripe) Chapada do Araripi-CE, (Ribeiro et al. 2008); (Pau Ferro) Mata do Pau Ferro-PB,
(Barbosa e Alves, 2014); (Maturéia)-Maturéia-PB, (Arzabe, 1999); (S. Catarina)-Serra de Santa Catarina; (S.
J. Bonfim)-São José do Bonfim-PB, (Arzabe, 1999); (Curimataú)-Área de Curimataú-PB, Arzabe et al.
(2005); (S. almas)-Área de Reserva da Serra das Almas-CE (Borges-Nojosa e Cascon, 2005); (Cariri)-Área
do Cariri Viera et al. (2007); (Bet/Floresta)-Área de Betânia e Floresta-PE, (Borges-Nosoja e Santos, 2005);
(M.dantas)-RPPN Reserva Ecológica Maurício Dantas-PE, Moura et al. (2011); (F. Saco)-Fazenda Saco-PE,
Moura et al. (2011); (Catimbaú)-Parque Nacional do Catimbau-PE, Moura et al. (2011); (Frei Caneca)-RPPN
Frei Caneca-PE, Moura et al. (2011); (Tapacurá)-Estação Ecológica de Tapacurá-PB, Moura et al. (2011).
A Serra de Santa Catarina está inserido em um agrupamento composto por
localidades que apresentam fitofisionomias associadas a ambientes de Caatinga. Percebe-se
aqui, que a fauna de anfíbios da Serra de Santa Catarina está mais associada a anurofauna
de Maturéia do que as áreas de caatinga mais secas. É conhecida uma forte diferenciação
na fitofisionomia nordestina associada ao relevo, sendo o Planalto da Borborema o
principal fator responsável por esta diferenciação (Rodal et al. 2008). A Serra de Santa
Catarina e Maturéia apresentam a maior altitude entre as áreas de Caatinga estudadas,
24
apresentando um clima mais úmido, permitindo assim uma maior diferenciação na
fitofisionomia e na anurofauna nestas áreas mais mésicas, por consequência uma maior
similaridade entre estas áreas. Os grupos que apresentaram menor similaridade com a Serra
de Santa Catarina foram as localidades que correspondem as áreas de Mata Atlântica.
Segundo Duellman (1992), áreas que são geograficamente próximas, que possuam a
mesma cobertura vegetal e apresentem as mesmas condições climáticas, composição de
fauna, possuem uma tendência a serem semelhantes. Foi o que ocorreu com as localidades
analisadas, ambientes de Caatinga ficaram no mesmo grupo assim como localidades de
Mata Atlântica.
CONCLUSÃO
A composição da anurofauna de Serra Catarina apresentou espécies associadas ao
Bioma Caatinga. No entanto mais estudos sobre sua fauna e flora são necessários, tendo
em vista que o tempo de pesquisa foi marcado por um logo período de estiagem e esse
fator tem impacto sobre a amostragem de anfíbios. Tendo em vista que a ecologia desse
grupo está fortemente ligada ao regime de chuvas e a formação de ambientes aquáticos.
Como também sua extensão, sabe-se que uma pequena parte da área foi amostrada. Assim
conclui-se que mais espécies podem ocorrer na Serra de Santa Catarina, sabendo que a
mesma é uma das poucas áreas de Caatinga que apresenta formações de floresta.
25
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