View
212
Download
0
Category
Preview:
Citation preview
1
OBESIDADE INFANTIL: UMA ASSOCIAÇÃO DE HÁBITOS COMPORTAMENTAIS EM ESCOLARES DA REDE PÚBLICA
E PRIVADA DE LINS-SP
Lucineio Gonçalves dos Santos – lugosan10@hotmail.comRenan Augusto Almeida de Oliveira- renaneducacaofisica@hotmail.com
Vinícius Gomes da Silva - vinicius03et@hotmail.com Graduandos em Educação Física Bacharelado
Centro Universitário Católico Salesiano AuxiliumProfº Orientador Dagnou Pessoa de Moura– Centro Universitário Católico Salesiano
Auxilium –dagnou@hotmail.com
RESUMO
Este trabalho teve como objetivo avaliar o estado nutricional de estudantes do
ensino fundamental I com idades entre seis à dez anos e, seus hábitos
comportamentais como norteadores para a obesidade infantil. Tratou-se de um
estudo transversal descritivo composto por duas amostras; uma escola pública e
outra privada, totalizando 50 estudantes da cidade de Lins. Através da aferição das
medidas antropométricas para avaliar a composição corporal, os percentis foram
afixados de acordo com as Curvas de crescimento da Organização Mundial da
Saúde de 2007. Os resultados revelaram que a prevalência de crianças obesas foi
maior entre os estudantes da escola privada (meninas 20,11 ± 3,71 / meninos 19,28
± 3,91) em relação aos estudantes da escola pública (meninas 18,04 ± 4,19 /
meninos 17,31 ± 2,48) e, estudantes da escola pública tem comportamentos mais
ativos. Assim, ficou evidente que as intervenções sobre o tema da obesidade infantil,
devem receber atenção tanto do Estado quanto de organizações e instituições
privadas.
Palavras-chaves: Obesidade Infantil. Estado Nutricional. Hábitos Comportamentais.
Estudantes.
Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 7, n.15, jul-dez de 2016
2
ABSTRACT
The objective of this study was to evaluate the nutritional status of elementary
school students aged 6 to 10 years and their behavioral habits as guiding factors for
childhood obesity. It was a descriptive cross-sectional study composed of two
samples; a public and a private school, totaling 50 students from the city of Lins,
Brazil. By measuring anthropometric measures to assess body composition,
percentiles were plotted according to the World Health Organization's 2007 Growth
Curves. The results revealed that the prevalence of obese children was higher
among students in the private school (girls 20,11 ± 3,71 / boys 19,28 ± 3,91) in
relation to public school students (girls 18.04 ± 4.19 / boys 17.31 ± 2.48), and public
school students has more active behaviors. Thus, it became clear that interventions
on the subject of childhood obesity should receive attention from both the State and
private organizations and institutions.
Key-words: Child Obesity. Nutritional status. Behavioral Habits. Students.
INTRODUÇÃO
A obesidade infantil é um estado nutricional de excesso de peso. Nas últimas
décadas é tratada como um problema de saúde pública em todo o Mundo. Acomete
crianças e adolescentes em todos os níveis sociais tanto em países desenvolvidos e
em desenvolvimento, quanto em subdesenvolvidos. Está associada á globalização,
ao processo crescente de urbanização, principalmente nos grandes centros, novos
hábitos comportamentais sedentários, redução de atividades físicas e ás alterações
nutricionais decorrentes de alimentos industrializados, implicando assim, em
ambientes insalubres á qualidade de vida (OMS, 2016).
No Brasil a prevalência da obesidade infantil entre crianças e adolescentes,
está concentrada nas regiões mais desenvolvidas como o Sul e Sudeste. Porém, o
maior índice de escolares abaixo do peso também se encontra nessas regiões
(OLIVEIRA et al, 2010).
Nas últimas decadas, de modo geral, a população mundial passou a ter maior
acesso alimentar, independente de região e características. Contudo houve também
Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 7, n.15, jul-dez de 2016
3
um desordenamento pareado no que tange o estado nutricional tornando boa parte
de adultos e crianças em obesos. Fato que foi elevado á estátus de epidemia global
(OMS, 2016).
Os riscos da obesidade são tão severos em adultos como em crianças e
adolescentes, o que gera diversas patologias associadas. Em crianças isso pode ser
mais preocupante, pois certamente terão seus quadros clínicos antecipados
culminando em estágios crônicos de maior complexidade, ou até mesmo, levando ao
óbito com idade adulta ainda jovem (NETTO-OLIVEIRA et al, 2010).
No Brasil, houve entre 2002 á 2009 melhora na renda das famílias. Ainda que,
em faixas etárias inferiores á 49 anos, a melhora não foi significativa, grupos acima
de 50 anos contribuíram de forma relevante com a composição da renda familiar.
Desta forma, houve melhora geral do total da renda familiar brasileira nos últimos
anos. Também verificou a estagnação de medidas sanitárias profiláticas para a
melhoria da saúde, com observância para a desnutrição em crianças 6,8%. Mas o
que mais chamou atenção, foi a prevalência de crianças com sobrepeso, 33,5%, na
faixa etária de 5 á 9 anos encontravam-se nesta classificação (PEREIRA et al,
2012).
Problema:
Qual a influência dos hábitos comportamentais, atividade física, além de
possíveis incidências do sobrepeso e obesidade em crianças no ambiente escolar?
Hipótese:
A inatividade física associada á má alimentação tem uma íntima ligação com
a obesidade, já que a ingestão de nutrientes e sua depleção devem acontecer
simultaneamente, proporcionando a homeostase do organismo (PIMENTA; PALMA,
2001).
A escola constitui um importante meio transformador na criança, influencia os
aspectos econômicos, sociais e psicológicos. Por isso a estrutura sanitária e oferta
de alimentos da escola, principalmente crianças que estudam na rede pública, é um
importante centro de observância para o seu estado nutricional. Neste contexto, este
trabalho objetivou a avaliação do estado nutricional de escolares na cidade de Lins,
Estado de São Paulo, do ensino fundamental I, enfatizando questões
socioeconômicas (escolas pública e privada) e a frequência de atividade física.
Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 7, n.15, jul-dez de 2016
4
METODOLOGIA
A cidade de Lins, localizada no centro-oeste do Estado de São Paulo possui
uma população estimada em 77.021 habitantes (2017), com uma renda per capta do
contingente de ocupados de ½ salários mínimos (2010). Na educação possui um
total de 8.073 de alunos matriculados no ensino fundamental com idade de 6 á 14
anos (2015). A taxa de mortalidade infantil gira em torno de 7,31% de óbitos por
1.000 nativivos (2014). Com uma área territorial de 570, 058 quilômetros quadrados
(km²) (2016), conta com 98,4% da rede de esgoto tratada (2010) (BRASIL, 2017).
O estudo foi elaborado de forma transversal com a atuação dos
pesquisadores nos locais de coleta, constituídos em duas amostras quantitativas
sendo, uma escola pública e outra privada da cidade de Lins-SP. A principal
característica amostral, focou crianças do ensino fundamental I, cuja faixa etária se
observou entre 06 á 10 anos. A população aferida foi de um total de 50 crianças das
citadas unidades escolares. Não foram excluídas da pesquisa nenhuma criança,
resultando um saldo amostral de 50 crianças. A escolha das escolas se deu de
forma aleatória através de convite, tendo como procedimentos coleta única que foi
submetido ao comitê de ética e aprovado. Foram entregue aos pais uma carta
contendo as informações sobre a pesquisa, termos de consentimento e de
assentimento, para posterior coleta e registros dos dados.
Para a análise dos dados foi indexado as seguintes variáveis; peso, idade,
gênero, circunferência abdominal e frequência de atividade física praticada. O IMC
foi coletado com o uso de uma balança portátil digital de marca G.Tech Glass 9,
graduada de 0kg á 180kg, e a estatura por meio de um estadiômetro de balança da
marca Filizola, antropômetro acoplado com escala numérica de, no mínimo, 200 cm
úteis. O cálculo ocorreu por meio do quociente entre a massa corporal em
quilogramas (kg) dividido pela altura ao quadrado (m²) e, comparando com as
Curvas de Crescimento da OMS (2007) em percentis (%) (quadro 01). Os dados
foram inseridos no programa software excel 2010 e calculados em percentis e
quartis. A circunferência abdominal foi aferida utilizando-se uma fita métrica.
. A frequência de atividade física foi obitida por meio do questionário proposto
por Barros & Nahas (2003). As modificações se embasaram nas principais intenções
Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 7, n.15, jul-dez de 2016
5
da pesquisa; intensidade e volume de atividade física na escola e no lazer, meios de
locomoção para ir e voltar da escola e esportes praticados.
Quadro 01: Parâmetros de classificação dos dados antropométricos em percentil.Parâmetro Classificação Percentil
IMC para idade (05 à 19 anos) Baixo IMC < p3
Eutrófico ≥ p3 e ≤ p85
Sobrepeso > p85 e ≤ p95
Obesidade > p95
Fonte: OMS, 2007.
RESULTADOS
Das 50 crianças avaliadas 54% eram do gênero feminino enquanto que 46%
do masculino. Na escola pública o percentil médio do IMC/idade entre as meninas foi
de 18,04 ± 4,19 e o de meninos foi 17,31 ± 2,48. Já o percentil médio da escola
privada foi de 20,11 ± 3,71 entre as meninas e 19,28 ± 3,91 nos meninos (tabela 01).
Tabela 01: Caracterização amostral por IMC/idade (média ± desvio padrão).
PÚBLICA PRIVADA
Meninas (n=13)
Meninos (n=14)
Total (n=27)
Meninas (n=14)
Meninos (n=9)
Total (n=23)
48,14% 51,85% 100% 60,86% 39,13% 100%
Massa Corporal (Kg)
Estatura (m)
IMC
33,5
± 11,21
1,34
± 0,12
18,04
± 4,19
30,25
± 8,09
1,31
± 0,12
17,31
± 2,48
31,81
± 9,67
1,32
± 0,12
17,66
± 3,37
42
±11,72
1,43
± 0,08
39,18
± 10,42
1,41
± 0,08
19,28
± 3,91
40,9
± 11,07
1,42
± 0,08
19,78
± 3,72 20,11
± 3,71
Kg = quilograma; M = metros; N = número amostral; % = percentual; IMC = índice de massa corporal.Fonte: elaborado pelos autores, 2017.
Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 7, n.15, jul-dez de 2016
6
Em relação ao interesse dos alunos pela prática de atividades físicas, os
alunos da escola pública em sua totalidade responderam gostar de atividade física,
sendo os meninos maioria, 51,85%. A escola privada a totalidade dos meninos
disseram gostar de atividade física, as meninas mesmo sendo a maioria da amostra,
8,68% do total responderam gostar pouco de atividade física (tabela 02).
Tabela 02: Nível de interesse dos alunos nas atividades físicas.
PÚBLICA PRIVADA
Gosta
Um Pouco
Não Gosta
Meninas
48,14%
-
-
Meninos
51,85%
-
-
Total
100%
-
-
Meninas
52,17%
8,69%
0%
Meninos
39,13%
0%
0%
Total
91,3%
8,69%
0%
Fonte: elaborado pelos autores, 2017.
Nas questões pertinentes ao lazer, que corresponde a ocupação dos alunos
fora do período escolar, as meninas da escola pública disseram fazer na maior parte
do tempo atividades domésticas (11,10%) ou assistir TV (22,22%), enquanto que os
meninos preferiam brincar (14,81%) ou praticar esportes (25,92%). Os alunos da
escola privada revelaram ser mais ativos em casa, porém o percentual de meninas
que possuíam comportamentos pouco ativos foi alto, 26,08% assistiam TV, já os
meninos, em sua totalidade, foram mais ativos, 21,73% para brincadeiras e 52,17%
para práticas esportivas (tabela 03).
Tabela 03: Ocupação nas horas de lazer (tempo livre). PÚBLICA PRIVADA
Ajudando
TV
Brincando
Esportes
Meninas Meninos Total Meninas Meninos Total
11,10%
22,22%
7,40%
7,40%
3,70%
7,40%
14,81%
25,92%
14,81%
29,62%
22,22%
33,33%
0%
26,08%
17,39%
17,39%
0%
0%
4,34%
34,78%
0%
26,08%
21,73%
52,17%
Fonte: elaborado pelos autores, 2017.Para o quesito meio de locomoção no trajeto casa para escola e escola para
casa, os quartis, que vão de baixo peso (1ºquartil), eutrófico (2º quartil), sobrepeso
Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 7, n.15, jul-dez de 2016
7
(3º quartil) e obesidade (4º quartil), revelou que 44,43% dos estudantes da escola
pública disseram ir de ônibus, sendo que o quartil de baixo peso representou o maior
percentil (22,22%) e, entre os que caminhavam (44,43%) os eutróficos foram o maior
percentil (18,51%). Na escola privada a opção carro foi 82,59% do total (tabela 04).
Tabela 04: Meio de locomoção para a escola. COMO VAI PARA ESCOLA
1º Quartil 2º Quartil 3º Quartil 4º Quartil Total
PÚBLICABicicleta 0% 0% 0% 0% 0%
Ônibus 22,22% 3,70% 7,40% 11,11% 44,43%
Carro 0% 0% 7,40% 3,70% 11,10%
Moto 0% 0% 0% 0% 0%Caminhando 7,40% 18,51% 11,11% 7,40% 44,42%
PRIVADABicicleta 0% 0% 0% 0% 0%
Ônibus 0% 4,34% 0% 4,34% 8,68%
Carro 26,08% 17,39% 17,39% 21,73% 82,59%
Moto 0% 0% 0% 0% 0%
Caminhando 0% 4,34% 4,34% 0% 8,68%Fonte: elaborado pelos autores, 2017.
A pesquisa evidenciou atividades como movimentos corporais (dança),
pedalar (bicicleta) e futebol por representarem as opções esportivas que mais se
enquadram no perfil etário dos estudantes brasileiros por gênero. Assim, convém
que, a dança é unânime entre as meninas e o futebol entre os meninos, a bicicleta
se enquadra no perfil bi gênero.
Entre os estudantes da escola pública, a dança era praticada todos os dias
em todos os quartis (11,11%), exceto no de estudantes obesos (3,70%). Na
somatória dos estudantes de baixo peso o volume (29,62%) e intensidade (29,62%),
representaram os maiores percentis e, os obesos, os menores, 22,21% para o
volume e 22,20% para a intensidade. Os estudantes da escola privada disseram
praticar a dança uma vez na semana (56,51% do volume total), com referencial de
Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 7, n.15, jul-dez de 2016
8
intensidade rápida (51,83% da intensidade total), sendo que a intensidade dos
quartis baixo peso e obeso foi igual em todos os níveis (tabela 05).
Tabela 05: Dança, volume e intensidade.Devagar Rápido Bem Rápido Final de Semana Na semana Todos
os dias
PÚBLICA1º Qt
2º Qt
3º Qt
4º Qt
Total
3,70%
3,70%
0%
7,40%
14,80%
14,81%
11,11%
18,51%
7,40%
51,83%
11,11%
7,40%
7,40%
7,40%
33,31%
14,81%
11,11%
7,40%
3,70%
36,72%
3,70%
0%
7,40%
14,81%
25,91%
11,11%
11,11%
11,11%
3,70%
37,03%
PRIVADA1º Qt 4,34% 17,39% 4,34% 13,04% 13,04% 0%
2º Qt 0% 21,73% 4,34% 4,34% 13,04% 8,69%
3º Qt 0% 13,04% 8,69% 4,34% 13,04% 4,34%
4º Qt 4,34% 17,39% 4,34% 4,34% 17,39% 4,34%
Total 8,68% 69,55% 21,71% 26,06% 56,51% 17,37%Qt= quartil.Fonte: elaborado pelos autores, 2017..
Os estudantes da escola pública disseram praticar futebol todos os dias
(44,42%), sendo que a intensidade rápida apresentou o maior percentil total dos
quartis (40,72%). Para os estudantes da escola privada o percentil das variáveis do
volume para a prática do futebol, escorreu de forma equalizada entre os quartis,
ficando a prática semanal com o maior percentil (39,11%) (tabela 06).
Tabela 06: Futebol, volume e intensidade.
Devagar Rápido Bem Rápido Final de semana
Na semana
Todos os dias
Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 7, n.15, jul-dez de 2016
9
PÚBLICA1º Qt
2º Qt
3º Qt
4º Qt
Total
7,40%
7,40%
3,70%
11,11%
29,61%
18,51%
11,11%
3,70%
7,40%
40,72%
3,70%
3,70%
18,51%
3,70%
29,61%
14,81%
7,40%
0%
7,40%
29,61%
7,40%
0%
7,40%
11,11%
25,91%
7,40%
14,81%
18,51%
3,70%
44,42%
PRIVADA1º Qt
2º Qt
3º Qt
4º Qt
Total
4,34%
0%
4,34%
13,04%
21,72%
13,04%
4,34%
8,69%
8,69%
34,58%
8,69%
21,73%
8,69%
4,34%
43,45%
13,04%
4,34%
4,34%
4,34%
26,06%
8,69%
13,04%
4,34%
13,04%
39,11%
4,34%
8,69%
13,04%
8,69%
34,76%
Fonte: elaborado pelos autores, 2017. / Qt= quartil.
Sobre as questões que se referiam á atividade física com bicicleta (pedalar),
os estudantes da escola pública obtiveram grande percentual quanto ao volume,
onde 55,54% na somatória dos quartis, relataram pedalar todos os dias e com
intensidade bem rápida 40,73%. Os estudantes da escola privada pedalavam com
maior intensidade, porém o volume era pouco mais que a metade no quesito diários
quando comparados com os estudantes da escola pública, 26,06% (tabela 07).Tabela 07: Bicicleta, volume e intensidade.
Devagar Rápido Bem Rápido Final de semana
Na semana Todos os dias
PÚBLICA1ºQt
2ºQt
3ºQt
4ºQt
Total
7,40%
11,11%
3,70%
3,70%
25,91%
11,11%
7,40%
7,40%
7,40%
33,31%
11,11%
3,70%
14,81%
11,11%
40,73%
14,81%
14,81%
3,70%
7,40%
40,72%
0%
0%
0%
3,70%
3,70%
14,81%
7,40%
22,22%
11,11%
55,54%
PRIVADA1ºQt
2ºQt
3ºQt
4ºQt
Total
4,34%
4,34%
0%
4,34%
13,02%
8,69%
13,04%
8,69%
13,04%
43,46%
13,04%
8,69%
13,04%
8,69%
43,46%
8,69%
17,39%
8,69%
13,04%
47,81%
13,04%
4,34%
4,34%
4,34%
26,06%
4,34%
4,34%
8,69%
8,69%
26,06%
Fonte: elaborado pelos autores, 2017. Qt= quartil.DISCUSSÃO
Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 7, n.15, jul-dez de 2016
10
A presente pesquisa revelou que a obesidade infantil é, de fato, um problema
de saúde pública no Brasil e atinge todas as esferas da população. A prevalência de
obesidade é elevada entre os estudantes da rede privada (20,11% meninas e
19,28% meninos). Entretanto, os dados coletados na rede pública (18,04% de
meninas e 17,31% de meninos) também são alarmantes para as populações de
níveis socioeconômicos menores. Batista Filho; Rissin (2003), já demonstravam o
crescimento dos índices da obesidade em todos os níveis socioeconômicos.
Porém, esta pesquisa se contrapôs aos estudos realizados por Spinelli et al
(2010) com estudantes da rede privada, onde os valores de 16,08% e 13,02%
atribuídos aos meninos e meninas respectivamente, com idade de 6 à 9 anos, foi
inversamente contrários aos desta pesquisa. Dessa forma, esta pesquisa
demonstrou que o perfil da obesidade infantil entre os gêneros é irrelevante, com
apontamento do percentil obeso maior para o gênero feminino.
A pesquisa apontou também diferença significativa quanto á prática de
atividades físicas. Se por um lado os estudantes da rede privada fazem atividades
com maior intensidade, mas em poucos dias da semana, por outro os estudantes da
rede pública praticam com maior volume, ou seja, fazem atividades físicas com
maior frequência, consequentemente o gasto calórico é mais eficiente, contribuindo
para que os índices de IMC/idade desta pesquisa sejam menores nesta amostra.
Com relação ao tempo de ocupação no lazer, as meninas estão mais
suscetíveis ao sedentarismo ou atividades pouco ativas como exemplo assistir TV
ou ajudar em tarefas domésticas. O que explica maior percentual de obesidade entre
elas em comparação aos meninos, que preferem brincar ou praticar esportes.
A questão do nível sócio econômico tem influência direta no sobrepeso e
obesidade das crianças, de modo que, a maior disponibilidade de alimentos torna
parte do problema com os maus hábitos pouco saudáveis de alimentação. Um
completo paradoxo, pois quanto maior o nível sócio econômico, maior o grau de
instrução dos pais em adotar comportamentos de alimentação menos prejudiciais
(CASTRO, 2013).
CONCLUSÃO
Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 7, n.15, jul-dez de 2016
11
Os resultados desta pesquisa concluíram que os valores do percentual médio
do IMC/idade dos avaliados obteve uma diferença significativa de 2 kg/m2 entre os
gêneros e também entre as escolas.
A elevada frequência de obesos entre o total dos estudantes, reforça o
processo de aumento da disponibilidade alimentícia ocorrido no Brasil nas últimas
décadas e que, independente do perfil socioeconômico dos estudantes, carecem de
informações contundentes por parte da família e dos órgãos públicos e privados no
tratamento á obesidade. Assim como a necessidade intervenção de todos os
segmentos da sociedade, principalmente mudanças que devam ser inseridas nos
hábitos comportamentais.
REFERÊNCIAS
BARROS, M.V.G.; NAHAS, M.V. Teoria e aplicação em diversos grupos populacionais, Medidas da atividade física. Londrina: Midiograf, 2003.
BATISTA FILHO, M.; RISSIN, A. A transição nutricional no Brasil: tendências regionais e temporais. Cad. Saúde Pública, v.19, n. 1, p.181-191, 2003. Disponívelem:<https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/2132.pdf>. Acesso em: 18set. 2017.
BRASIL, Instituto Basileiro de Geografia e Estatística, 2017. Disponível em: http://cidades.ibge.gov.br/brasil/sp/lins/panorama. Acesso em 11-10-2017.
CASTRO, G. F. Adiposidade corporal e nível de atividade física em escolares. 2013. Monografia (graduação em Educação Física Licenciatura). Faculdade de Ciências da Educação e Saúde – FACES. Centro Universitário de Brasília – UniCEUB, Brasília.
NETTO-OLIVEIRA, E.R.N et al. Sobrespeso e obesidade em crianças de diferentes níveis econômicos. Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum, v.12, n.2, p.83-89, 2010.
OLIVEIRA,L.A.P. de. et al. Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar 2009: avaliação do estado nutricional dos escolares do 9º ano do ensino fundamental. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Rio de Janeiro, 2010
OMS. Ending childhood obesity: report of the commission on. World Health Organization, 2016.______.REFERENCE 2007: STATA macro package. Organização Mundial da Saúde, Genebra, Suiça, 2007. Disponível em <: www.who.int/growthref/readme_stata.pdf >. Acesso em: 29 ago. 2017.
Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 7, n.15, jul-dez de 2016
12
PEREIRA, C.A. et al. Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Rio de Janeiro, 2012.
PIMENTA, A.P.A., PALMA, A. Perfil epidemiológico da obesidade em crianças: relação entre televisão, atividade física e obesidade. Rev. Bras. Ciên. e Mov. V.9 n.4, p. 19-24, 2001. Disponível em: file:///C:/Documents%20and%20Settings/Administrador/Meus%20documentos/Downloads/401-1628-1-PB.pdf. Acesso em:21 set. 2017.
SPINELLI, M. G. N. et al. A avaliação do estado nutricional e do consumo alimentar de pré-escolares e escolares do ensino fundamental I. São Paulo, p.61, 2010.
Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 7, n.15, jul-dez de 2016
Recommended