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Director:
PADRE LUCIANO GUERRA
ANO 73- N.11875- 13 de Setembro de 1995
Redacçao e Administração:
SANTUÁRIO DE FÁTIMA -2496 FÁTIMA CODEX
Telefone 049/5301000 - Fax 049/5301005
Propriedade: FÁBRICA DO SANTUÁRIO DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA
Composição e impressão: I GRÁFICA DE LEIRIA
L Cón. Maia, 7 B- 2401 Leiria Codex I PUBLICAÇÃO MENSAL
ASSINATURAS INDIVIDUAIS I Território Nacional e Estrangeiro I
300$00 o
PORTE PAGO TAXA PAGA 2400LEIRIA
AVENÇA Depósito Legal N.Q 1673/83
É URGENTE PROTEGER O AMOR MATERNO
PEREGRINAÇÃO DE 12 E 13 DE AGOSTO
Responsáveis das migrações pedem trabalho digno e tratamento igual para a mulher
Entre os ocidentais habituados a ver que as mulheres passam uma parte importante do seu tempo fora do próprio lar, ninguém estará disposto a contestar que, em si mesma, essa maior liberdade é um bem inquestionável. Todo o ser humano, e todo o ser vivo, nasce por um lado incompleto e por outro lodo com energias internos suficientes para se completar. Como, porém, nenhum ser vivo tem em si mesmo tudo o que é necessário para se completar, ou se desenvolver, só lhe resta o caminho do intercâmbio com o chamado meio ambiente. Simplesmente aqui há que ter em conto que o meio ambiente também se encontro em permanente mudança, o que obrigo os seres vivos a adoptarem-se às circunstâncias do tempo. O resultado é que uns desenvolvem- se melhor do que outros, e cada ser vivo tem períodos de desenvolvimento desigual. conforme os circunstâncias ambientais.
A mulher não foge o esta regro, por mais racionalidade, valor, dignidade e liberdade que lhe queiramos atribuir. Uma vez, porém, conquistado determinado bem, ou determinada posição que seja considerado um bem, só com muito violência é que o ser vivo se deixa dele expoliar. É assim que não só os indivíduos, mos os noções, e até os instituições rel igiosos, como regro não cedem um milímetro do seu poder, a não ser que a violência o isso os obrigue. Ninguém queira, portanto, nos actuais circunstâncias, remover o mulher do exterior do seu lar para a confinar de novo aos limites das tarefas caseiras, porque ela não vai certamente aceitar. O trabalho fora de cosa, as possibilidades de deslocação, apesar de ainda muito menos seguras que as dos homens (poucas são as mulheres que se aventuram sozinhas a longas viagens de noite), e os novos meios técnicos de manutenção da cosa deram à mulher possibilidades novos de entrar em contacto com o meio ambiente, sem depender do homem; isso deve considerar-se um passo ulterior no desenvolvimento, um verdadeiro dom de Deus.
Salta, porém, à vista, que uma consequência grave se seguiu no equilíbrio familiar, tanto dos esposos entre si como dos dois em relação aos filhos: é que, enquanto se está fora não se está dentro, enquanto cada qual anda pelo seu lado não podem estar todos juntos, e o tempo da convivência familiar foi consideravelmente reduzido. Incluindo o tempo em que os pais estão com os filhos, e dentro deste, o tempo que o mãe lhes pode dedicar. A questão está em saber se entrámos numa crise grave, em que o tempo da mãe está a ser rateado de tal modo que o filho acaba por não poder desenvolver-se convenientemente. E como no "programa vital" da mãe a maternidade é fundamental, pode acontecer que, ao querer aproveitar todas as novas possibilidades de desenvolvimento pessoal, a mulher não tenha tempo para a sua maternidade. Assim, acaba por truncar o seu próprio desenvolvimento e, mais grave ainda, o desenvolvimento dos seus filhos, tanto dos que chegam a nascer como dos outros. Estamos assim em face do problema das crianças abandonados e das mães frustrados.
Falamos só em mães por várias razões: Primeiro, porque o tema do Santuário poro este ano são os mulheres; segundo, porque o subtema do mês é uma terníssima interpelação de Isaías, que põe Deus o mostrar-nos, no amor da mãe, um meio priveligiodo de compreensão para o seu próprio amor: "Acaso pode uma mulher esquecer-se do menino que amamenta, e não ter carinho pelo fruto dos suas entranhas? Ainda que -ela se esquecesse dele, eu nunca te esqueceria." (49, 15). Terceiro, porque o amor do mãe vem a ser o amor de que o ser humano mais necessidade tem paro se desenvolver, não só nos primeiros tempos da existência, mas mesmo por todo o vida; os psicólogos estão de acordo em que os acontecimentos da gestação e do primeira infância têm uma importância primordial em todo o ciclo da vida.
Há ou não mais risco de as crianças serem hoje abandonados pelas suas mães? Está ou não está isto a acontecer já? Têm ou não os traumas dos nossos jovens a ver com a falta de companhia por porte da mãe? A criminalidade, e a consequente insegurança, nas cidades e nos aldeias, será ou não resultado do abandono das crianças e dos frustrações e raivas que nelas por isso se acumulam?
Cada leitor, cada resposta. Mos todos estarão de acordo com o titulo deste artigo.
0 P. LUCIANO GUERRA
A Peregrinação Internacional Aniversária de 12 e 13 de Agosto ao Santuário de Fátima, tradicionalmente dedicada às comunidades migrantes, foi presidida por O. Jean-Georges Deledicque, Bispo Auxiliar de Lille e Presidente da Comissão Episcopal Francesa das Migrações.
«Mulher migrante: trabalho com dignidade, tratamento com igualdade» contituiu o tema central de todas as celebrações. Logo no primeiro dia da peregrinação, na Eucaristia da noite, O. Teodoro de Faria, Bispo do Funchal e vogal da Comissão Episcopal Portuguesa das Migrações, depois de afirmar que, tal «como na história bfblica, as migrações actuais nascem de uma exigência de transformar o mundo .. , não deixou de considerar também que elas «provocaram sempre tensões ... Segundo D. Teodoro, «nada como as migrações põe a nu as pragas do subdesenvolvimento, da descriminação, da exploração do homem pelo homem, duma sociedade injusta ...
No campo das migrações, a mulher «não é apenas a mãe ou a esposa que sofrem descriminação mas também a mulher não casada que,
Angola Aí pelos anos sessenta, recebi um
conv~e para visitar Angola, a expensas do governo português. Recusei, mais por instinto que por teoria, na esperança de que um dia chegaria o momento oportuno. Que chegou finalmente, em Julho de 1995. O Senhor Bispo de Benguela, O. Óscar Braga, que eu mal conhecia, entendeu que ficava bem, no seu segundo Congresso Eucarístico diocesano, uma conferência sobre a mensagem de FáUrna, e pediu-me que a fosse lá fazer.
Benguela fiCa a uns 500 quilómetros ao sul de Luanda, portanto já a caminho do centro do pais. Situa-se à beira-mar, a meia hora do célebre porto do Lobtto. No estado em que se encontra, quase parece uma cidade abandonada. Não das gentes, mas da vida, da renovação, do cuidado. Quando a gente se passeia pelas suas ruas, e observa o traçado largo de alamedas e avenidas, dá-se bem conta de que noutros tempos era muito diferente. Bons ednícios, alguns mesmo muito nobres, bons passeios, espaços folgados, lindas varandas.
É pena que assim seja? Com certeza, se assim não tinha que ser mesmo. Quando, nos anos cinquenta, estudava em Roma com colegas que agora lá fui encontrar, e que eram lá nascidos ou lá já tinham o coração, logo me dei conta de que as coisas tinham de mudar. Não ousaria chamar colonialista à constituição que denominava de "províncias" aquelas terras que os naturais estavam a querer governar sem dependências europeias. Mas percebia que a independência se aproximava. Sobretudo quando, nalguns países da Europa Central, já então me era dado ver em-
sem ajuda do homem, necessita e merece protecção face aos abusos e exploração ... continuou D. Teodoro. Segundo este prelado, «por vezes a mulher sofre uma outra laceração interior, quando a legislação dos Estados não permite a reunião familiar .. , e «acontece também que a mulher é forçada a emigrar para fugir a conflitos sociais e polfticos e a legislações injustas e discriminatórias. Algumas delas são iludidas com promessas de sucesso fácil , sendo arrastadas, contra a própria vontade, para o campo da desonra e da prostituição ... Mas «a descriminação da mulher atinge também as sociedades mais democráticas, onde o seu número nos actos eleitorais é relevante, mas raramente são chamadas a exercer cargos políticos ... denunciou igualmente O. Teodoro. Por isso, concluiu, é necessário que
«todos os cristãos reconheçam que há ainda um longo caminho a percorrer na promoção da dignidade e dos direitos da mulher, tanto nos países indus-
(Continua na 2J página)
, espera por nos baixadores e pessoal diplomático que se passeava nas suas vestes tradicionais, representando as próprias nações africanas, orgulhosos de tomarem em mãos o destino das suas gentes.
Olhando para o estado lastimoso em que se encontram as ruas e ediflcios de Benguela, Lobito e Luanda, alguns europeus gostam de comprazer-se em contar que os naturais pretos com frequência se referem ao tempo em que era visível a prosperidade de Angola, assim quase a jeito de quem lamenta a independência. Mas os ventos da História sopram onde sopram, e quem pensar que na Lusitânia, já pelo menos duas vezes, ou mais, as suas gentes lutaram para expulsar o governante estrangeiro, e quem tiver presente que essas lutas pela liberdade nos ficaram (e ficam) muito caras do ponto de vista económico, não tem senão que dar graças a Deus por os estragos em Angola não terem ido ainda mais longe. Pelo que, só há uma conclusão: Angola está felizmente independente, alegra-se com isso, busca o melhor caminho para a sua História, e agradece a quantos a queiram ajudar de coração sincero. Com o mínimo de esmola, e o máximo de cooperação. Sem pressa de lhe tirar o petróleo, e com presteza para ajudar a desmontar os milhões de minas que são o principal flagelo.
A Igreja está vivíssima, com muitos missionários europeus, portugueses uma boa parte, que passaram lá, fraternalmente, estas décadas difíceis, e ass1m têm jus a serem considerados como naturais. As vocações autóctones estão a florir. Pelo menos em Benguela! Mas com bons sinais também noutras
dioceses. Com padres e irmãs pretas, até nos conventos de clausura. As obras sociais são imensas. As escolas estão a ser restauradas e enchem-se de jovens. As igrejas regorgitam de assembleias que fazem um céu aberto de cada celebração, com uma queda admirável para a polifonia •·espontânea", coisa que é mesmo de não conter a ·~nveja". As pessoas falam baixo, são simpáticas, sentem e respiram a fraternidade. Os missionários, pretos e brancos, clérigos, religiosos e leigos (honra aos evangelistas e catequistas!) aventuram-se pelas aldeias cujos caminhos ainda não estão livres de embustes, e levam o pão da Palavra e da Eucaristia por todo o lado onde há cristãos. A palavra dos bispos é acolhida com gravidade, igual à gratidão que o povo lhe vota pela seriedade, firmeza e conforto de que é portadora. Em suma, urna verdadeira e nova "floresta" tropical, naquele campo de almas a crescer.
Mas fattam duas coisas a Angola Antes de mais cooperadores e missionários. Autênticos, irmãos. Depois faltam imenso os meios materiais. Até que a terra esteja livre para produzir e as fábricas restauradas para funcionar. Todo& sabemos que Angola tem um solo e subsolo muito ricos. Só falta começar tudo a trabalhar. Na Igreja já tudo trabalha, mas são precisos muitos meios para atingír um andamento condizente com as necessidades. O Campo está aberto. Mu~o dele por semear. Requerem-se operários. Angola espera por nós. Um grande obrigado a todos os que na minha pessoa receberam com carinho e elogios o Santuário de Fátima. - PE. LUCIANO GuE"lRA.
2 --------------------------- Voz da Fátima -------- - -------------- 13-9-1995
REALMENTE P Assolou há anos alguns sectores
da Igreja Católica uma rajada de heresia eucarística. Entre outras coisas afirmav~e que Jesus estava presente na hóstia consagraaa, apenas durante o santo Sacrifício da Missa e na Comunhão, que durante ele se realizasse.
Pode haver afirmação mais clara de que o Corpo e Sangue de Cristo permanecem em todos os sacrários da terra, para além da celebração eucarística?
E SENTE cujo patronato fiCOU hospedada, até dar entrada no Hospital O. Estefânia.
Responsáveis das migrações pedem trabalho digno e tratamento igual para a mulher
A 3 de Setembro de 1965 dedicou o Papa Paulo VI a Encíclica "Mysterium Fider• a expor a verdade católica sobre o mistério eucarístico.
Sobre a presença de Cristo na hóstia consagrada, para além da celebração da Santa Missa, declara o Santo Padre:
''Cristo é verdadeiramente Emmanuel, isto é o Deus connosco, não só durante a oferta do sacritrcio e a realização do sacramento, mas também depois, enquanto a Eucaristia se conserva em igrejas e oratórios. Dia e noite está no meio de nós, habita connosco, cheio de graça e verdade".
Os Pastorinhos de Fátima acreditavam com fé sirJl)les, mas profunda, naquilo que a Catequese nos ensina:
"Na hóstia consagrada está o preciosfssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo, tão real e perleitamente como está no Céu".
Os três pequeninos Videntes tinham as suas delícias em adorar Jesus escondido, como tão apropriadamente apelidavam o Santíssimo Sacramento.
A pequenina Jacinta até se queixava de as pessoas curiosas e devotas, interromperem os seus colóquios:
"Parece que adivinham! Logo que a gente entra na igreja, é tanta gente a fazer-nos perguntas. Eu gostava de estar muito tempo sozinha a falar com Jesus escondido, mas nunca nos deixam!"
A Pastorinha não adorava Jesus como uma imagem sem vida, mas como uma pessoa real e viva, com quem ela dizia "gostar de falar".
Uma doença cruciante prostra-a no leito. Lúcia, de passagem para a escola, que ficava perto da Igreja Paroquial, ia visitá-la. A pequenina, porque acreditava que Jesus estava no sacrário, mandava-lhes estes recados: "Olha, diz a Jesus que eu gosto muito d'Eie, que O amo muito".
Que delicadeza encantadora de fé demonstra o seguinte episódio, narrado por Lúcia!
Iguais eram os sentimentos de seu irmão Francisco, que também acreditava com todo o coração, que Jesus permanece vivo em todos os sacrários da terra.
Quanto gostava o pequenino de O adorar na igreja! Para que o não desviassem dos seus colóquios eucarísticos, escondia-se debaixo da pia do baptismo, em Intima união com Jesus sacramentado. ·
Quarldo Lúcia se dirigia para a escola informava~: "Eu fiCO aqui na igreja, junto de Jesus escondido. Quando voltares, vem por cá chamar-me".
Na doença pedia-lhe: 'Olha, vai à igreja e dá muitas saudades minhas a Jesus escondido. Do que tenho mais pena é de não poder já ir a estar uns bocados com Jesus escondido".
Fátima é uma mensagem profundamente eucarística e, dum modo particular, uma confirmação de que Jesus está "presente em todos os sacrários da terra", enquanto perduram as Sagradas Espécies.
P. FERNANOO l.ErTE
(Continuação da 1'-página)
trializados como em vias de desenvolvimento ...
Por sua vez, O. Jean-Georges Deledicque, na homilia da Eucaristia do dia 13, depois de considerar que acolher o estrangeiro é uma arte nem sempre fácil, já que ecOS homens preferem juntar-se entre conhecidos, sem serem obrigados a mudar de háb~os». reconheceu que muitos dos portugueses que vivem em França não receberam o acolhimento desejado e a que tinham direito. Segundo ele, foi graças à perseverança dos nossos emigrantes e também, do lado francês, à acção 'de padres, religiosos e leigos activos nas paróquias e nos movimentos de apostolado que a situação foi evoluindo pouco a pouco.
A exclusão, o racismo, o desemprego e a marginalização foram algumas das preocupações manifestadas por O. Jean Deledicque. Segundo afirmou, ecas diferenças étnicas, culturais e religiosas de modo nenhum estabelecem diferenças em dignidade». Por iSSO, considerou, ecO Cristão pode e deve ser o primeiro na atenção, na vigilância, na palavra decidida em defesa da dignidade sagrada de todos os homens, seja qual for a cor da sua pele.
O Bispo auxiliar de Lille elogiou o trabalho das mulheres portuguesas em certos bairros franceses, onde desenvolvem uma acção importante de intermediárias, de factores de diálogo no tecido socialmente difícil das periferias das grandes cidades. Dirigiu igualmente a palavra aos jovens emigrantes portugueses que vieram passar férias a Portugal, pedindo-lhes a ousadia de falarem da fé dos cristãos de Portugal, no seu regresso. Deixou-lhes também um conselho: ecnão deixem de lado as raízes cristãs de Portugal, nem o testemunho que deveis dar em certas regiões de França, em certos arredores das grandes cidades, onde é particularmente difícil viver a fé.,.
O rito da oferta do trigo esteve mais uma vez presente nesta peregrinação. Foram recolhidos 5.257 quilos de trigo, cujo destino é o fabrico de hóstias para consumo no Santuário de Fátima. Refira-se que no ano de 1994 foram consumidas no Santuário 22.384 hóstias e 1.112.000 partículas.
Participaram na peregrinação mais de 200 mil peregrinos. Concelebraram a Eucaristia final 185 sacerdotes, entre eles 6 bispos, e comungaram 24.000 fiéis. O Anjo na sua terceira Aparição na
Loca do Cabeço dá a Comunhão aos Pastorinhos fora da missa e também não é nela que tanto ele corno as três crianças se prostram em adoração, áante da Hóstia e do Cálice.
Dum modo particular, no acto de reparação que lhes ensina, manda oferecer à Santíssima Trindade o "Preciosíssirno Corpo, Sangue, Sangue, Alma e Divindade de Jesus Cristo, presente em todos os sacrários da terra''.
"Quando às vezes voltava da igreja e entrava em sua casa, perguntava-me:
-Comungaste? Se eu lhe respondia que sim, ela
acrescentava: - Chega-te aqui bem para mim, que tens em teu coração Jesus escond"ldo".
Achados e perdidos no Santuário
Muitas pessoas dirigem-se ao Posto de Informações do Santuário a queixarem-se de que lhes roubaram ou perderam umas vezes a carteira com documentos ou dinheiro, outras vezes objectos variados, desde relógio, o terço, o boné, a pulseira. Corno registamos sempre o nome e morada da pessoa que se queixa, logo que o objecto aparece é-lhe enviado pelo correio.
Alguns aspectos actuais da imigração portuguesa
Os mesmos anseios manifestará quando em Lisboa, adorava detidamente o Santíssimo Sacramento na capela de Nossa Senhora dos Milagres, em
Cardeal de Varsóvia preside à peregrinação de Outubro
A Peregrinação Aniversária dos próximos dias 12 e 13 de Outubro será presidida pelo Senhor Cardeal Józef Glemp. Arcebispo de Varsóvia, Polónia. e terá como tema ·Mulhereducadora de paz•.
O Senhor Cardeal Glemp levará então a Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima para a Polónia, no âmblo da grande peregrinação desta imagem por países do leste
Europeu e da Ex- União Soviética, em comemoração do 502 aniversário da sua primeira viagem. Conforme tem sido noticiado, esta peregrinação teve início na Eslováquia (Abril a Junho de 1994), continuou na Hungria (Junho a Outubro de 1994) e irá terminar em 1997. Depois da Polónia, a imagem deverá seguir para a Ucrânia e outros países da Ex-União Soviética.
Mas também acontece virem .trazer-nos coisas encontradas no Santuário, quer no Recinto, quer na Capelinha, ou noutro local: carteiras, sacos, máquinas fotográficas, agasalhos diversos. A pouco e pouco vão aparecendo os donos, mas muitas coisas acabam por ftcar, por não serem reclamadas.
Por isso pedimos aos peregrinos e turistas que se dirijam ao Posto de Informações do Santuário, sempre que percam ou encontrem algum objecto.
Segundo dados estatísticos fornecidos pela Obra Católica Portuguesa das Migrações, os portugueses na diáspora serão cerca de 4,5 milhões: 1.200.000 estão no Brasil, 850.000 na França, 600.000 na África do Sul, 430.000 no Canadá, 380.000 nos E.U.A., 350.000 na Venezuela, 153.000 na Suíça, 1 05.000 na Alemanha, espalhando-se os restantes por dezenas de países, em todos os continentes.
De modo nenhum se pode considerar estancada a emigração de portugueses. A situação de decadência da nossa agricultura, o desemprego ou o trabalho precário que numerosos trabalhadores enfrentam e os jovens perspectivam, são motivações fortes para muitos se deixarem seduzir pelo estrangeiro. A livre circulação na União Europeia é uma oportunidade que muitos pretendentes de trabalho pensam
aproveitar. Grande parte da emigração portuguesa para os países europeus desenvolvidos é, presentemente, temporária, aproveitando o trabalho sazonal oferecido na área da agricultura e da hotelaria.
Particular preocupação tem causado a subcontratação de grupos de trabalhadct es por empresas ou empreiteiros portugueses que, ao abrigo da legislação comunitária, aplicam esses homens em grandes obras de construção civil, em França ou na Alemanha, sem oferecerem garantias de segurança social e de pagamento de salários.
O regresso definitivo aos lugares de origem revela-se problemático. O retorno dos emigrantes é hesitante e incompleto, em primeiro lugar por razões familiares, mas igualmente por razões sociais, entre as quais sobressai o receio de uma deficiente assistência médica e medicamentosa no nosso país.
fóttma dos SETEMBRO 1995
N.2180
de poder falar, enfim, quantas vezes os nossos avós nos sorriem a lembrar-se do tempo em que estavam a criar os nossos pais! De facto, os netos são para os avós como que um voltar atrás, no tempo, em que os filhos tinham a mesma idade. Por isso se diz que "os avós são pais duas vezes." Já alguma vez ouviram isto? É verdade. Então vêem: como não hão-de os
pequeninos Orá, amiguinho!
Mês de Setembro~ férias pa.ssOOas, recomeço das aulas, voija ao trabalho, não é verdade? Pois craro, nem JXlda ser de outro modo. As férias não podem durar sempre; senão como havíamos de ter tempo para estudar, para aprender tanta coisa que nos faz falta e que só o trabalho é capaz de nos ensinar?
Os meninos e meninas que lêem a "Fátima dos Pequeninos" estãç, certamente, a estudar. Estudar é, agora, para vocês ln grande trabalho; é mesmo o principal. E por este trabalho do estudo que se começa a aprender tudo. Depois, mais tarde, virá outro trabalho: é o pôr em prática, o executar, o que os livros e os professores ensinaram na escola. Não só os livros e os professcr res, claro. Também os pais e sobretudo os avós ~e têm mais tempo. Os avós sim, porque os avós sabem muito. Eles conhecem bem a vida. aprenderam muito, agora têm muito para ensinar. S6 que, às vezes, não têm alunos. .• quer cizer, os meninos não têm tempo de estar com os avós. Digo os meninos, porque as pessoas mais velhas. esscE estão ainda mais ocupadas.
Mas é pena. E pena porcpt os avós podem mesmo ser como uma luz nas nossas Wvidas e incertezas e há rT11.1ita gente que não se apoxima deles....
Já repa~ aram? Os avós têm muito tempo; já não andam a correr para ir para o trabalho. Por isso têm mais tempo para estarmos com eles. para os olharmos, para lhes perguntarmos coisas, COrNersarmos, passearmos. •• e contar, nas rugas dl seu rosto, quantos sorrisos eles espalharam ao longo da sua vida E podem crer, muitos sorrisos dos YOSSOS avós foram para vocês: quando nasceram, quando estavam no berço e faziam as primeiras festas ou davam os primeiros sinais
avós saber muito, como não hão-de semear tanta ternura eles que já a come-çaram a semear há
tanto tempo, quando os nossos pais eram pequeninos? ...
Talvez neste começo de ano lectivo, os avós vos possam ainda ajudar aconselhando-vos a ter cuidado com isto e com aquilo ... lembrando-vos os nossos deveres ... e, sobretudo, esperando por vocês.
Aqueles que ainda têm avós procurem tempo para estar com eles e aprender o que eles vos possam ensinar .. Podem crer que serão uns óptimos professores da ciência da vida.
Tentem descobrir o grande amor de Deus por cada um, que está estampado no rosto envelhecido dos vossos avós. Façam esse esforço aprender coisas novas. E, sobretudo, vão dar-lhes uma grande alegria! E, claro, também Nossa Senhora fJCará contente convosco.
Bom recomeço de ano e até ao próximo mês, se Deus quiser!
0 IR. Mi ISOUNDA
13-9-1995 ------------------------------------------ VozdaFâtlr.na ------------------------------~-----------------3
Ópera pela primeira vez em Fátima Pela primeira vez na sua histó
ria, Fátima foi palco de um espectáculo de Ópera. Teve lugar no passado dia 26 de Julho, pelas 21 h30, no centro Pastoral Paulo VI, integrando-se na XXI.Semana de Pastoral Litúrgica. Tratou-se de uma ópera japonesa, apresentada pela Associação Ópera de Tóquio, com direcção e música de Eduardo lshita.
Mesmo sendo a entrada livre e tratando-se de algo inédito para os fatimenses, não foi notada grande adesão por parte da população, sendo, no entanto, de destacar a presença de considerável número de elementos das congregações religiosas de Fátima. Ainda assim, o anfiteatro do Centro Pastoral preencheu mais de três quartos da sua capacidade, devido à presença dos participantes na Semana de Pastoral Litúrgica.
A peça apresentada dava pelo nome de «Forgotten Boys .. (Os Meninos Esquecidos), cujo argu-
mento se referia ao envio de quatro jovens embaixadores que representavam os Daimios cristãos de Quiushu a Portugal, levando consigo novos ensinamentos, experiências, costumes e tradições que contribuíram decisivamente para o reforço do entendimento entre a Europa e o Japão, e que tiveram
Portugal como instigador desse relacionamento.
O compositor Eduardo lshita, através da Ópera «Forgotten Boys», perpetuou pela música a aventura heróica dos quatro legados. Esta ópera tem sido apresentada com muito sucesso no Japão, Espanha e Itália.
<<Ajuda à Igreja que Sofre>> abre Secretariado e111 Portugal
«Ajuda à Igreja que Sofre», instituição reconhecida e dependente directamente do Vaticano, vai abrir um secretariado para Portugal, em Lisboa, no próximo dia 14 de Outubro. Para o efeito vão deslocar-se a Portugal vários elementos desta instituição, que serão acompanhados pelo Senhor Cardeal Ján Korec, de Nitra, Eslováquia. Esta instituição deverá igualmente ser então reconhecida pela Conferência Episcopal Portuguesa. No âmbito deste acontecimento será aberta ao público uma exposição no dia 12 do mesmo mês, na Universidade Católica Portuguesa, subordinada ao tema «Nova Evangelização no Leste Europeu .. , a qual deverá repetir-se posteriormente em Fátima.
Em Fátima, o Senhor Cardeal Ján Korec presidirá à concelebração da vigília da Peregrinação Internacional Aniversária de 13 de Outubro, após a procissão de velas. Na tarde do dia 13, o Movimento orientará uma Via-Sacra pelas igrejas que sofrem, desde a Capelinha até ao Calvário Húngaro.
«Ajuda à lgr_eja que Sofre» foi
fundada pelo padre holandês Werenfried Van Straaten. A seguir à 11
Guerra Mundial, o P Werenfried começou a angariar alimentos para a Alemanha do Leste, merecendo o epíteto popular de «Speck-pater») ("Padre-toucinho»).
Mais tarde, abriu caminho para a «Igreja do Silêncio»- os países subjugados pelo comunismo-, como a Polónia, a Hungria, etc. Depois de se abrirem as fronteiras do Leste, o Movimento começa a empenhar-se particularmente na ajuda não só às igrejas católicas mas sobretudo às igrejas ortodoxas da Rússia, a levantarem-se depois de 70 anos de subjugação. Anualmente recolhe cerca de 38 milhões de dólares para aquelas igrejas.
Mas este Movimento já tinha sido instituído na diocese de Leiria, precisamente a 14 de Setembro de 1967, quando a obra do P. Werenfried realizou uma peregrinação internacional ao Santuário de Fátima, com alguns refugiados da «Cortina de ferro .. , entre eles o já falecido Senhor Cardeal Beran, Arcebispo de Praga - Checoslováquia.
Nessa ocasião, o popular «Speck-pater" deixou a seguinte mensagem no livro de honra do Santuário: «Sinto-me feliz por ter sido convidado a participar nas solenidades celebradas, para obter o auxílio de Nl Si de Fátima, tão necessário nas igrejas perseguidas. Maria, Mãe da Igreja, aqui mesmo em Fátima declarou que o ódio contra a Igreja havia de acabar, e que o Coração Imaculado de Maria haveria de triunfar. Assim,. voltaria ao mundo a paz, a justiça e a verdade». O então Senhor Bispo de Leiria, D. João Pereira Venâncio, disse nesse mesmo dia que a obra do P. Werenfried «está dentro do coração da Mensagem de Fátima•. «Por isso», continuou, •ela seja bem-vinda e, começando pela diocese de Leiria, se espalhe por todo o pais e produza os frutos da graça que em toda a parte tem suscitado ...
Esta obra está instituída em mais de cem países e publica um boletim, em 7 línguas, que atinge 600.000 membros. Chegou a vez de Portugal.
SALMO 62 (61) 480 crianças e adolescentes de Itália Só em Deus repousa a minha alma, d'Eie vem a mi
nha salvação. Só Ele é o meu rochedo e a minha salvação, a mi
nha fortaleza; jamais vacilarei. Até quando Vos lançareis sobre um homem, para,
entre todos, o abaterdes, como uma parede inclinada ou um muro em ruína?
Planeiam derrubá-lo do seu posto, comprazem-se na mentira; bendizem com a boca mas amaldiçoam com o coração.
Só em Deus tu repousas, 6 minha alma, d'Eie vem a minha esperança
Só Ele é o meu rochedo e a minha salvação, a minha fortaleza; jamais vacilarei.
Em Deus estão a minha salvação e a minha honra, o meu rochedo e o meu refúgio.
Confiai n'Eie, 6 povos, em todo o tempo, expandi na Sua presença, o vosso coração.
Deus é o nosso refúgio.
Um numeroso grupo de 480 crianças e adolescentes de Itália, na maioria doentes, veio em peregrinação ao Santuário de Fátima, nos passaà>s das 17 a 23 de Agosto.
A peregrinação foi promovida e organizada pelos Silenciosos Operários da Ouz. congegação religiosa que em Outubro de 1994 abriu em Fátima um novo centro de deficientes - ·Centro Jacinta e Fmncisco Marto .. -, cuja finalidade principal é a valorização do sofrimento e da pessoa ~e sofre, CJJer a nível 95Jiritual ~er a nível humano e social.
Esta foi uma preserrya ecific:arje saa muJos outros peregrinos, que ficaram ad"nir'OOos e emociol.a-005 com a presença de tat1as aianças e adolescentes deficientes no Santuário, ainda para mais de ra:ionalidade estrangeira De salientar ~ a enorme abertura e à-vontade com ~ as aianças mentes se apresentaram e conviveram com as outras.
3.000 peregrinos celebraram a aparição nos Valinhos
O Santuário de Fátima tem vindo a celebrar o aniversário da aparição de Nossa Senhora nos Valinhos, no dia 19 de Agosto de 1917, com uma peregrinação àquele lugar. De ano para ano o número de peregrinos tem vindo sempre a aumentar, especialmente de estrangeiros. A peregrinação, que coincidia este ano com o sábado, foi antecipada para o dia 18, sexta-feira, mas mesmo assim participaram cerca de 3.000 peregrinos. As celebrações tiveram carácter internacional, com diversas intervenções em inglês, ~al iano, alemão e polaco, para além do português.
O programa teve início na Capelinha das Aparições, às 21 h30, seguindo-se uma caminhada até aos Valinhos, durante a qual se rezou o Rosário completo. Fez-se uma breve paragem na Loca do Cabeço, onde se rezaram as orações do Anjo, que ali apareceu aos pastorinhos por duas vezes, na Primavera e Outono de 1916. Era impressionante de toda a multidão, com muitos peregrinos prostrados, com o rosto até ao chão.
Em frente ao monumento dos Valinhos foram lidos textos explicativos da aparição de Nossa Senhora, e cantou-se o Avé de Fátima, com novas estrofes especialmente compostas para este momento, e que abaixo transcrevemos. É seu autor, o Dr. Fernando Melro, a quem se devem várias composições para a peregrinação das crianças.
Humildes crianças Fazendo sofrer, Julgou dominá-las O humano poder
Porém elas viram Vestida de luz Ainda em Agosto A Mãe de Jesus!
A linda Senhora Aqui nos Va/inhos Falou novamente Aos três pastorinhos
Falou com tristeza Dos impenitentes: Lembrou os que sofrem, Sem cura, doentes.
Peregrinos da Guarda pediram à Virgem que ajude as mulheres da Diocese
Mais de 4.000 peregrinos participaram na tradicional Peregrinação da Diocese da Guarda ao Santuârio de Fátima, nos dias 23 e 24 de Agosto passado. A peregrinação foi presidida por D. António dos Santos, Bispo daquela diocese, e de-
correu sob o tema "Mulheres, Esposas, Mães, consagradas, como Maria•.
Os peregrinos da Guarda vieram este ano pedir especialmente a protecção da Virgem Maria, para que ajude as mulheres da díooese a descobrir o seu caminho segundo Deus na sociedade e na Igreja
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Uma insuportável poluição de pubflc:idade está a degradar Fátima ao nível da feira popularesca. com milhares e mtlhares de papéis por tudo quanto é chão, e algumas vezes voando pelos ares. com afixação nos lugares mais impróprios, e oom total anarquia no que conceme a formato e cores.
Esta situação não é nova. pois de M muito tempo se vêm afixando indisctiminadamente cartazes nesta vila, em montras, rruros, tapumes, postes de electricidade. contentores de lixo. árvores e outros locais. Mas ela agravou-se nos últimos anos, e moda mui1o mais no ano que COrTe, sobretudo por ocasião das graldes peregrinações, com a distribuição de milhares e milha'es de pequenos panfletos a peregrinos e turistas. ou com a sua oo1ocação nos pála-brisas das viauas eslaionadas. Grande pata de\es. acabam por ser largados posterionnente no chao, OOf1ISPlJI'tAin as ruas e avenidas da Cova da Iria. os parques e o prtpio recinto do Sénuário.
Num colóquio promovido pela Junta de Freguesia de Fátima. realizado no passado dia 19 de Apto. 500 o tema •Fátima- Emigração, saudosismo e Re!Jesso•. tn ~ ~ oomo um dos aspectos mais negativos de Fátima a e1eYada ~de fixo espalhado pelas ruas. Um OU'tro a&moo mesmo. em tom de desabafo: •só na minha viab.la enoonlrei trinla e lá paÕfletos de pubfJCidade!.,.
Numa primeira tentativa pcn a OOviar este prd:l\ema, o Samuário de Fátima tem vildo a escrevEr a Iodas as casas oom pullfiCidade encontrada nos seus domínios. probindo • toda e qualqt.s p.ublicidade. mesmo retigiosa. nos referidas tsneoos• e pedimdo •se abstenham de Q1131quer a:çao que CXll1barie eSJa cf~Sp~l~Sição ...
É evidente CJJe nao se prelei Ide tmir o comértio, mas tao somente pedir-lia a Õ!J1idade necessária a Ynliçw oom uma especificidade tao 111a1Wida corno Fátima
Como está a éml'lteoel. a pttilétdade é uma 'iOOignidade.
(Movimento da Mensagem de Fá.thna)
Terminaram as férias ... ·Vamos trabalhar!
Convidamos os responsáveis a nível nacional, diocesano e paroquial a reunirem-se em oração e reflexão para programarem o que vão fazer.
A nível nacional, vamos ter o Conselho nos dias 9, 10 e 11 de Novembro. O Conselho Nacional é constituído pelos Assistentes e Presidentes Diocesanos, Secretariado Nacional e Assistente Geral que actualmente é o Sr. O. Serafim Ferreira e Silva, Bispo de Leiria-Fátima.
Para que o Conselho resulte é necessária a colaboração dos secretariados paroquiais informando o secretariado diocesano das suas actividades e como estão a decorrer. Sem a ajuda das bases que são as paróquias, é difícil rever e programar.
Terminaram as férias para muitos e estão a chegar ao fim para alguns. E agora? Agora vamos mesmo trabalhar para que a Mensagem de Fátima seja mais conhecida e vivida. Reparem neste recado do S. Padre dado aos portugueses: "Vindo a Virgem a Fatima para recordar ao mundo a Mensagem Evangélica da penitência
e da oração, então por ele tão esquecida, deveis ser vós amados filhos (portugueses) a dar o exemplo no cumprimento desta Mensagem" (João Paulo 11).
Continuamos a insistir nas duas propostas de oração para este ano: Adoração solene mensal ao SSQ Sacramento e a Devoção dos cinco primeiros sábados". Seria bom enviar-nos notícias do que fizeram sobre o assunto.
No vosso programa não esqueçam a constituição de pequenos grupos de crianças, nas paróquias, pois foi a crianças que Nossa Senhora falou e de jovens.
Cada paróquia, sem se desligar das actividades a nível nacional, pode ter para cada ano o seu programa, de acordo com o Pároco.
O importante é não esquecer que o carisma de Fátima é actual e pede uma resposta urgente e muito a sério. Várias vezes temos recordado o desejo do S. Padre de que a Mensagem seja mais vivida e que esta seja aproveitada para a nova Evangelização.
Maneira de formar um delinquente
1. Comece, desde a infância, a dar à cnança tudo o que ela pede. Assim, crescerá com a convicção de que todo o mundo lhe pertence.
2. Quando ela começar a dizer palavrões, louve-a e admire-a ou simplesmente ria-se. Isso fá-la-á constderar-se muito engraçadinha.
3. Nunca lhe dê ensinamentos espirituais. Espere que chegue aos 21 anos (101.11) e que, então decida por si mesma.
4. Apanhe tudo o que ela deixe no chão: livros, sapatos, roupa, brinquedos. Não lhe permita valer-se por si mesma, para que se habitue a deitar as culpas aos outros.
5. Brigue, com frequência, com o seu cOnjuge, na presença dela. Assim, não se impressionará demasiado no dia em que se desfizero lar.
6. Dê--lhe todo o dinheiro que exigir para os seus gastos. Nunca lhe permita que seja ela a ganhá-lo. Porque é que a pobre criancinha há~e passar os mesmos trabalhos que você?
7. Satisfaça-lhe todos os caprichos relativamente à comida, bebida e comodidades. A privação pode causar frustrações nocivas. Não' lhe parece?
8. Dê-lhe apoio em qualquer discussão que tenha com os vizinhos, professores, polícia. t que todos têm "raiva" ao seu filho. Coitadinho! Não é?
9. Quando a criança se encontrar em sarilhos, desculpe-se, dizendo-lhe: "Nunca pude com este rapai'.
10. Prepara-se para ter uma vida cheia de pesares, pois o mais provável é que a culpa tenha sido toda sua.
Há na existência humana momentos inesquecíveis. Sem dúvida, os mais marcantes falam de Deus.
Fátima é para mim, como nenhum outro, lugar da manifestação de Deus. Um Deus feito Amor, um rosto matemo de ternura e acolhimento. Essa mesma ternura atraiu-me para o Movimento da Mensagem de Fátima. Percebi que Maria -atributo feminino da Fé- era caminho. Um caminho que o próprio Deus percorrera para se revelar aos homens. Um tempo a sós com Maria na capelinha foi convite para ficar ... até hoje.
Diante de Nossa Senhora reconheci-me como mulher cristã. Diante de Nossa Senhora percebi que a minha essência era feminina e livre. E foi diante d'Eia que me comprometi a anunc1ar "a Boa Nova do século XX": a Mensagem de Fátima contém, ao seu jeito, a verdade, a nqueza e a simplicidade que os jovens precisam para SER. Acreditei então, como acredito, que a fé e a formação são a melhor herança de um Deus que é Pai. Nas "longas conversas" com o Deus do silêncio, que encontrei em Fátima, senti apelo e graça.
Trabalhar pela paz era construir um mundo novo a partir de corações novos. Era preciso "educar para Deus". Apreciei o projecto e agradeci o convite. O Movimento Mensagem de Fátima cresceu também graças a essa semente que Deus e Maria plantaram em m1m. Mas eu sou, sem dúvida, maior fruto dessa árvore, viva e dinâmica, que o espírito de Deus constituiu em Movimento.
A única palavra que me ocorre em resposta é: "OBRIGADO!'
MARIA TERESA FERREIRA
A NOSSA PEREGRINAÇÃO - 15/16 de Julho Muitas pessoas perguntam como
decorreu a peregrinação e se veio muita gente. É difícil responder. O valor duma peregrinação não está tanto no número, mas sobretudo no modo como é participada e vivida.
De ano para ano verificamos uma melhor preparação das pessoas e de facto o número tem aumentado. t consolador verificar o bom testemunho dos peregrinos. As dioceses que colaboram nos diversos actos preparam-se devidamente, o que revela espírito de sacrifício e boa vontade dos organizadores e animadores.
A vigília de oração de 15 para 16 foi muito participada e apreciada. No Centro Pastoral Paulo VI o grupo de jovens fez um excelente trabalho em colaboração com o grupo musical de Loureiro - Oliveira de Azemeis. Presidiu às celebrações do dia 15 e ao terço na capelinha, no dia 16, o Senhor D. Serafim Ferreira e Silva, Bispo de Leiria-Fátima e Assistente Geral do Movimento. Na homilia da Eucaristia da noite Sua Ex.ll Rev.ma apelou à unidade, esperança e espírito apostólico. Disse ter confiança no Movimento pois tem estrutura para realizar um bom trabalho apostólico. Como no dia 16 o Sr. O. Serafim tinha à mesma hora da celebração da Eucaristia das 11 outra missão a cumprir, presidiu a esta celebração o Sr. D. Alberto Cosme do Amarai, Bispo Emérito de Leiria-Fátima.
Após a peregrinação, o Secretariado Nacional do Movimento reuniu
para avaliar o ponto da situação. Depois duma breve análise concluiu que o programa satisfez e que as dioceses que se ofereceram para orientar alguns actos da peregrinação desempenharam bem a sua missão. Entretanto, houve também, coisas menos perfeitas. Tudo será melhor se a peregrinação se preparar ao longo do ano e os secretariados paroquiais colaborarem com os diocesanos.
Em data a marcar vamos ter um encontro com os responsáveis nacionais e diocesanos do sector das peregrinações e apelamos e esperamos que os diocesanos façam o mesmo com os paroquiais, nas dioceses.
t de salientar a presença de 40 responsáveis diocesanos e paroquiais de várias ilhas da diocese de Angra -Açores que vieram de propósito para
tomar parte na peregrinação e num curso de formação sobre o apostolado da Mensagem e estrutura do Movimento. Em termos económicos isto representou muita generosidade pois cada pessoas fez uma despesa de cerca de 65.000$00. Foi um belo testemunho.
O Movimento tem uma estrutura que muito pode contribuir para um trabalho ordenado e eficiente. Para isso foram nomeados responsáveis a nível nacional, diocesano e paroquial. O necessário é que cada um, no seu sector, desempenhe a sua missão
Grâtos por tudo quanto s~ dignaram fazer, um obrigado e um pedido a Nossa Senhora que a todos conceda a Sua bênção Maternal.
0 P. MANUEL ANTUNES
Deus ... e Nossa Senhora, querem ser alcançados por si mesmos, e não pelas suas graças ou milagres
Porquê? Porquê? ... Da revista italiana "Madre e Regi
na", dirigida pelos missionários monfortinos, reproduzimos aqui uma carta duma sua leitora, italiana, mas que bem poderia ter sido escrita por qualquer alma bela também deste nosso recanto português.
Diz assim a carta: "Porquê? ... Desde sempre fui eu
devota da Senhora. Desde sempre falei com Ela, rezei-Lhe, supliquet-A, pedi-Lhe que viesse em meu auxílio, invoquet-A. Porém, jamais obtive qualquer resposta! Rezei, invoquei até mesmo todas as senhoras que a minha fantasia, a devoção e os acontecimentos diversos da vida me inspiraram. Pedi ajuda espiritual e material e a res-
posta foi sempre o silêncio total e a terrível sensação de que o chamar, o invocar, o procurar, o esperar, o ter confiança, o confidenciar ... se referisse a nada. Cheguei até mesmo a ter supersticiosa convicção de que o rezar obtivesse resultados contrários às minhas esperanças e expectativas. E esta é a experiência de toda a minha vida, desde a infância até à maturidade.
Aquilo que os outros apregoam que lhes acontece, a mim não aconteceu! Claro que esta carta não é para ser publicada ...
Assina: R. F. - Cremona (Itália)"
Sim, esta carta foi mesmo publicada e, sem se prever, até mesmo além fronteiras. Claro que se, também nós,
SOUBE SER E SOUBE AMAR A Senhora Josefina, nome conhecido e
pessoa muito estimada, da freguesia de Avões - Lamego, dedicou-se durante mais de 40 anos ao serviço da Mensagem de Fátima, na sua terra; todos os meses distribuía os jornais da Voz da Fátima, comesmerado zelo. Ao verificar que as suas forças estavam a diminuir e vendo que já não podia exercer convenientemente a sua missão, decidiu confiar o cargo a outra pessoa.
A paróquia reconhecida prestou-lhe uma simpática homenagem, como prova da sua dedicação. Bem haja senhora Josefina.
Quem dera que em todas as terras, as pessoas responsáveis da distribuição dos jornais assim f1zessem, quando por várias razões não podem continuar a sua missão.
Esperamos que muitos sigam o testemunho da senhora D. Jose-
optámos por fazê--lo, pois é porque valorizamos este testemunho franco directo, cordial e oportuno. t que ~ste testemunho, queiramos ou não, toma-se, de alguma forma, no "porta-voz" não de centenas, mas de milhares e milhares de outras almas angustiadas que vivem, porém, e se quedam, por vezes dramaticamente, no seu angustiante silêncio: "porquê"? ...
Porque não sou eu atendida? Mas onde estais Vós, ó meu
Deus? Mas onde estais Vós, ó Senhora? E se outros apregoam que são
atendidos, porque não eu? Enfim, a vida do cristão será sem
pre, de verdade, um caminhar na escuridão, encorajado apenas pela luz da fé.
O próprio Jesus Cristo sofreu esse terrível silêncio do Pai e essa terrível sensação de implorar sem obter qualquer resposta: "Meu Deus, meu Deus, porque me abandonastes"? (Sal 21).
Também a Senhora experimentou, na própria pele, esse mesmo angustiante silêncio: foi na ocasião das dúv1das e interrogações de José, foi na pobreza da gruta de Belém, foi na fuga para o Egipto e foi, sobretudo, junto à Cruz, onde a espada anunciada por Simeão Lhe perfurou o coração.
Só que o silêncio de Deus, numa primeira frase, veio a tornar-se luz e glória numa segunda ... Foi assim para Cristo, foi assim para a Senhora e assim será para todo o cristão que permanecer na fé.
t que Deus e a Senhora ... querem ser alcançados por Si mesmos e não pelo cheirinho das suas graças ou milagres.
o P. MANuEL VIEIRA
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