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USO DO CONTROLE ESTATÍSTICO DO
PROCESSO PARA TOMADA DE
DECISÃO: ESTUDO DE CASO
ENVOLVENDO EQUIPES DE
INSPEÇÃO.
Dayvisson Damasceno da Nobrega (UFPB )
dayvissonnobrega@hotmail.com
IVANILDA AGUSTINHO FERREIRA (UFPB )
I_IVANILDA@HOTMAIL.COM
Torna-se relevante para indústrias e empresas conquistarem uma
parcela significativa do mercado mediante o cenário político-
econômico acirrado pela concorrência global. Estabelecer o controle
do processo é de extrema importância para atendeer as especificações
de qualidade e atingir resultados satisfatórios em produtividade de
forma constante. O controle estatístico do processo (CEP) auxilia a
monitorar processos para diminuir a variabilidade, tornando-o sob
controle. Este estudo de caso propôs mostrar como o descumprimento
do dimensionamento adequado da arborização urbana e a presença de
causas especiais na rotina das equipes de inspeções através de análises
estatísticas descritivas influenciaram a performance em termos de
eficiência e produtividade. Dessa forma, mediante a utilização do CEP,
o tempo de execução das podas não está sob controle estatístico,
mediante este aspecto torna-se necessário buscar a eliminação e
redução das causas especiais especificas através de ações de melhorias
visando de forma satisfatória a execução de podas no tempo padrão
estabelecido.
Palavras-chave: Poda de árvore, equipes de inspeção, controle
estatístico do processo.
XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil
João Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016.
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1. Introdução
A maioria da população contemporânea vive no centro urbano necessitando melhores
condições de convivência com ambiente adverso causado pelo caos das cidades. Segundo a
Organização das Nações Unidas (ONU), no ano de 2005 o Brasil tinha uma taxa de
urbanização de 84,2% e, de acordo com algumas projeções, até 2050, a porcentagem da
população brasileira que vive em centros urbanos deve pular para 93,6%. (MIRANDA, 2009).
Segundo Junior (2009), a vegetação, pelos vários benefícios que pode proporcionar, exerce
importante papel na aproximação entre homem e o restante do meio natural, garantindo
melhor qualidade de vida. A arborização urbana é importante na melhoria da qualidade de
vida dessa população, como por exemplo no que diz respeito ao conforto ambiental. Todavia,
nas cidades onde a arborização não foi planejada, as árvores tendem a entrar em contato com
as redes de distribuição de energia e oferecer risco à população. Por isso, são anualmente
podadas, minimizando os riscos de curto-circuito elétrico, de quedas de energia, ou de
rompimento de fios (PIVETTA et al., 2002).
O plantio de espécies arbóreas em zonas urbanas, desconsiderando o tipo de espécie
adequada, altura e diâmetro da copa, próximas a postes de iluminação e redes de distribuição
de energia elétrica, aliada a podas mal executadas e à ausência de reparos em galhos
dispersos, fiscalizações e intervenções por órgãos competentes de municípios, referente à
manutenção de árvores, contribuem para se ter uma arborização inadequada em vias públicas
favorecendo a possíveis quantitativos de desligamentos da rede não programados.
O descumprimento do dimensionamento adequado da arborização urbana, de acordo com os
códigos municipais do meio ambiente, acarreta na realização de planejamento e controle de
manutenção e alocação de recursos como materiais, equipamentos e equipes de inspeções,
mobilizadas com o objetivo de atuarem de forma preditiva e preventiva para evitar
interrupções do fornecimento contínuo de energia elétrica através da realização de podas em
árvores, com a finalidade de não comprometer a confiabilidade de sistemas elétricos.
Portanto, o estudo de caso visa incorporar o controle estatístico do processo (CEP), auxiliando
a monitorar e diminuir a variabilidade do tempo de execução de podas e proporcionar
resultados satisfatórios em eficiência por equipe.
2. Referencial Teórico
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2.1 Controle estatístico do processo
Segundo Alves (2003), os gráficos de controle estatístico são meios gráficos que através de
uma amostra sequencial revelam quando um processo se altera e necessita de ação corretiva.
Além de oferecer uma exposição visual dos dados que representa um processo, o principal
foco do gráfico de controle é a tentativa de separar as causas de variações especiais ou
identificáveis das causas de variações comuns ou devidas ao acaso.
Portanto quando um processo está operando de maneira natural, ou seja, sem causas especiais
de variabilidade presentes, é dito estável ou sob controle estatístico. (Alves, 2003). Corrêa e
Corrêa (2006) destacam que o objetivo do gráfico de controle é o de manter o controle de um
processo através do acompanhamento do comportamento de uma ou várias medidas
importantes resultantes desse processo.
“Para a análise do sistema de medição, são utilizadas importantes ferramentas estatísticas que
permitem a avaliação do grau de confiabilidade dos dados gerados pelos sistemas de medição
utilizados por uma empresa. Como no gerenciamento de processos os dados representam a
base para a tomada de decisões, é necessário determinar, antes de qualquer análise, se os
sistemas de medição fornecem resultados aceitáveis. Portanto, a avaliação estatística da
qualidade das medidas, é um importante estudo que deve ser parte integrante do
gerenciamento de processos.” (MENEZES, 2013, p. 6).
Torna-se possível através da coleta de informações quantitativas e qualitativas, monitorar
processos desde que os compreenda em sua totalidade, permitindo identificar as causas
especiais que contribuem para não conformidades, variabilidades, bem como não atender as
especificações impostas, resultando em custos e despesas não previstas. A utilização CEP é
uma das ferramentas da qualidade que contribui para monitorar e melhorar os processos.
“Qualidade é uma variável precisa e mensurável, oriunda do grau de conformidade do
planejado com o executado. Esta abordagem dá ênfase a ferramentas estatísticas (Controle do
processo).” (PALADINE; CARVALHO, 2002, p. 9)
Segundo Paladini (1995, p. 80) esclarece que:
“São gráficos desenvolvidos por Shewhart, na década de 20, que especificam limites
superiores e inferiores dentro dos quais medidas estatísticas associadas a uma dada
população são plotadas. A tendência da população é mostrada por uma linha central;
as curvas determinam a evolução histórica de seu comportamento e a tendência
futura.”
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De acordo com Carpinetti (2005, p. 45) para a construção de gráficos de controle estatístico
do processo esclarece que:
“Com a abertura de três desvios-padrão, enquanto o processo estiver em controle,
raramente um ponto cairá na região de ação do gráfico, o que seria indicação para
intervir no processo, visando fazer os ajustes necessários. Desse modo, raramente se
cometerá o equivoco de intervir em um processo, em controle. Intervenções em
processos em controle, além de desnecessárias, são perigosas, pois podem afetar o
processo, desajustando-o [...]”.
Segundo Rotondaro et al (2008), regras devem ser obedecidas ao obter amostras e quando
realizar os cálculos dos limites de controle, como o desvio-padrão deve ser estimado na média
das dispersões das amostras, deve sempre utilizar limites de controle localizados a distancia
de três desvios-padrão da linha média, os dados devem estar organizados em amostras para
contribuir visualizar melhor o processo e adotar ações que visam melhorias.
Com relação à média amostral ( quando não se conhece a média μ utiliza
a média das amostras ( ) e a média das amplitudes invés de . Em relação ao gráfico da
média são: LSC , , , onde cujo valor
de A2 e d2 é de acordo com o tamanho da amostra (n) de dados e tabulados. Os limites de
controle da amplitude são: , e . Onde e
cujo valores de D3 e D4 são tabelados, e não existe D3 para valores menos
que 7.
O gráfico de controle para variáveis que: “[...] consistem nas características cujo valor é o
resultado de algum tipo de medição (peso, tempo, valor, comprimento, resistência etc.)”
(ROTONDARO et al, 2008, P. 298).
“[...] o gráfico de amplitude pode ser construído com o processo desajustado: basta que ele
esteja isento de causas especiais que afetem sua dispersão.” “[...] só é sensível a alterações
que afetam a dispersão do processo; portanto, não é afetado pelo deslocamento da média [...]”.
(CARPINETTI, 2005, P. 45).
Segundo Rotondaro et al (2008, p. 297), na Figura 1, os pontos do 1 ao 16 apresentam
oscilações em torno da média, próximos do valor 10 (eixo vertical). O ponto 17 corresponde a
uma causa especial presente no processo resultando em variação, mas o ponto 26 corresponde
a uma causa comum que, contribuiu para que o processo possua uma média em torno do valor
6.
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Figura 1 - Causas comuns e causas especiais de variação
Fonte: Rotondaro et al, 2008
Para causa comum, Rotondaro et al (2008, p.296), define: “[...] fonte de variação que afeta
todos os valores individuais de um processo causa comum é uma fonte de variação que
influencia os valores do processo.”.
“Já a causa especial é um fator que gera variações que afetam o comportamento do processo
de maneira imprevisível, não sendo, portanto, possível obter-se um padrão ou (distribuição de
probabilidade) neste caso.” (ROTONDARO et al, 2008, p.296).
De acordo com Lopes (2007, p.6), a aplicação de técnicas estatísticas tem como objetivo
oferecer aos responsáveis pela tomada de medidas, ações referências relativas ao grau de
confiabilidade dos resultados gerados pelos controles e aos riscos envolvidos nas decisões
tomadas. Portanto, a sistematização dos dados é feita sob a forma de gráficos de controle tem
por objetivo facilitar a visualização dos resultados.
Ao adotar os gráficos de CEP, permite visualizar a existência ou não de causas especiais
influenciando em obter resultados com variação, em outras palavras, se a atividade central.
Esta ferramenta pertencente à gestão da qualidade auxilia a gestão por processos,
possibilitando evitar futuras resistências, variações e discrepâncias no processo de inspeção de
linhas de transmissões. Pertencente ao processo esta estatisticamente estável possuindo 3
desvios padrões da linha
2.2 Manutenção planejada
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A ausência de manutenção em linhas de transmissões colabora para não se ter um
acompanhamento do crescimento das árvores, contribuindo assim para o interrompimento do
fornecimento de energia elétrica, afetando a rede de baixa, média e alta tensão, sendo
agravante em certas circunstancias, devido à influência de condições climáticas, como
tempestades e ventos fortes.
A manutenção permite viabilizar a conservação de instalações e a não interrupção de
processos decorrente de eventuais não conformidades encontradas em máquinas e
equipamentos além de outras variáveis, mediante a utilização de técnicas elaboradas nas
empresas. Isentando-os de perdas, acidentes no posto de trabalho e possíveis desperdícios,
como a ausência de qualidade proposta inicialmente para ser incorporada em produtos e
serviços, além da obtenção de reflexos negativos para empresa tratando-se de produtividade.
A manutenção planejada compreende a manutenção preventiva e preditiva. Assim, “a
manutenção preventiva consiste no conjunto de procedimentos e ações antecipadas que visam
manter a máquina em funcionamento.” (WERBER, 2008, p.9). Ou seja, mediante
planejamento da manutenção em períodos predeterminados, por exemplo, semanal, mensal,
trimestral ou anual, através da elaboraração de planos de manutenção. Isto é, a prevenção de
forma antecipada para eventuais problemas e ocorrências que possam surgir no processo.
De acordo com Morais (2011), a manutenção preventiva auxilia a proteger os ativos e a
prolongar a vida útil dos equipamentos, melhorando assim, a confiabilidade dos sistemas,
diminuindo os custos e possíveis prejuízos da substituição e do tempo de inatividade do
sistema.
A manutenção preditiva é definida por “[...] um tipo de ação preventiva baseada no
conhecimento das condições de cada um dos componentes das máquinas e equipamentos.”
(WERBER, 2008, p.9). As observações devem ser realizadas com a finalidade de verificar as
reais condições das máquinas e instalações prevenindo o aparecimento e desenvolvimento de
problemas inesperados.
2.3 Processo
2.3.1 Processo de Poda
Poda refere-se ao ato de se retirar parte de plantas, arbustos, árvores, cortando-se ramos, rama
ou braços inúteis, o que pode ser periódico e que favorece o seu crescimento, forma-a, trata-a
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e renova-a. “Nas áreas urbanas é uma prática permanente, que visa garantir um conjunto de
árvores vitais, seguras e de aspecto visual agradável.” (SEITZ, 1996, p.6)
Este procedimento visa aparar as ramificações, galhos avantajados, diminuir as alturas das
copas das árvores que, estão interceptando a rede elétrica, ou seja, interrompe o fornecimento
contínuo de energia elétrica. As podas realizadas em vias públicas possuem a intenção de
diminuir as ramificações e as alturas das copas das arvores de tal forma que proporciona
também o crescimento adequado a estas árvores.
De acordo com Seitz (1996), existem técnicas de cortes de galhos, tais como, poda de
educação, poda de manutenção e poda de segurança. A poda por educação é destinada para
árvores na fase jovem, eliminando de forma precoce galhos baixos, devendo o responsável
por realizar o procedimento, possuir em mente o modelo arquitetônico da espécie, levando em
consideração o desenvolvimento da copa no espaço ocupado pela árvore. Ao realizar a poda
de manutenção são eliminados galhos secos que perderam sua função na copa da árvore. E
por fim, a poda de segurança considerada em termos técnicos, semelhante à poda de
manutenção, visa eliminar galhos vitais ou não preparados pela árvore para o corte.
2.3.2 Tomada de decisão
A princípio, a tomada de decisão caracteriza-se por uma situação de problema, onde é
necessário verificar as alternativas para a solução. Miglioli (2006) define tomada de decisão
como sendo o ato escolher uma opção dentre diversas alternativas, seguindo critérios
previamente estabelecidos de forma a obter uma solução que resolva ou não um dado
problema.
A tomada de decisão é um esforço para tentar resolver problema(s) de objetivos conflitantes,
cuja presença impede a existência da solução ótima e conduz à procura do melhor
compromisso. Já os objetivos são importantes para determinar quais informações devem ser
obtidas, para proporcionar justificativas relacionadas às decisões perante aos demais, para
ressaltar a importância de uma escolha e estabelecer qual o tempo e os esforços necessários
para o cumprimento da tarefa.
No entanto, um processo de decisão dispõe de alternativas associadas tanto a ganho quanto a
perda, ou seja, as decisões podem estar ligadas a uma oportunidade (melhoria ou otimização)
ou a um problema.
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As decisões podem ser a nível estratégico, tático ou operacional, segundo os diferentes níveis
administrativos. Existem três métodos como à tomada de decisão pode ocorrer dentro de uma
empresa, podendo ser por decisões individuais, consultivas ou em grupo.
2.3.3 Mapa conceitual
O mapa conceitual, figura 2, considerado uma ferramenta que contribui para apresentar de
forma esquemática como as esquipes se comportam ao realizarem suas rotinas, ou seja, quais
conceitos básicos e conhecimentos utilizavam para proceder com a execução de serviços de
podas próximas a linhas de transmissões. Isso permitiu obter uma percepção global do
processo, quais são os recursos envolvidos e de forma clara identificar neste estudo de caso,
quais as variáveis existentes apresentaram um envolvimento direto ou indireto que, contribuiu
para as equipes não executarem no tempo padrão adequados.
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Figura 2: Mapa conceitual de equipes de inspeções
“O mapa conceitual é uma técnica flexível, e em razão disto, pode ser usado em diversas
situações para diversas finalidades: instrumento de análise de currículo, técnica didática,
recurso de aprendizagem, meio de avaliação.” (MOREIRA E BUCHWEITZ, 1993, apud
TAVARES; LUNA, 2013, p. 3).
3. Metodologia
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Este estudo de caso foi realizado em 2015, em uma concessionária de energia elétrica,
envolveu 3 equipes de inspeção de linhas de transmissões, formada por 2 pessoas com
disponibilidade de 40 horas semanais.
“Um estudo de caso é uma investigação empírica que investiga um fenômeno contemporâneo
dentro do seu contexto da vida real, especialmente quando os limites entre o fenômeno e o
contexto não estão claramente definidos” (Yin, 2011, p.32).
A realização deste trabalho partiu do histórico de dados referente ao tempo de execução das
podas de árvores realizadas pelas equipes de inspeções. Através do levantamento destes dados
foi possível mediante o preenchimento de formulários de apontamento de serviços (similar a
uma folha de cronometragem), considerado um procedimento que traduz a totalidade da
realidade da rotina das equipes, auxiliando o setor a obter feedback dos resultados alcançados
em campo. Os formulários fazem parte do procedimento de trabalho, no qual foram
preenchidas em campo, ambiente externo á empresa, entregues ao final do dia trabalhado,
contendo de forma sequencial a quantidade, descrição, horários iniciais e finais das podas
executadas. Posteriormente, os formulários em cada dia posterior ao trabalhado, são digitados
em planilhas da Microsoft Excel® 2007, que alimentou um banco de dados sobre os
apontamentos das atividades realizadas para gerar informações ao processo. Foi utilizada
uma amostra contendo 55 valores do tempo de execuções de poda que através do software
Minitab® foi possível obter o gráfico de controle de processo (CEP).
4. Estudo de caso
Para este estudo de caso, foi utilizada 3 equipes de inspeções, no qual são devidamente
alocadas para executarem serviços específicos de origem preventiva e preditiva, ou seja,
inspeções visuais de patrulhamento, realização de podas em árvores, etc., de acordo com o
recebimento de ordens de serviços especificando a localidade do serviço e a quantidade de
estruturas de linhas de transmissões que devem serem inspecionadas.
A manutenção preventiva compreende as ordens de serviços, tem como objetivo diminuir,
evitar possíveis falhas em períodos de tempo pré-estabelecidos nas linhas de transmissões.
Classifica-se como manutenção preditiva a realização de patrulhamento visual em campo
pelas equipes que contribuem para se ter um acompanhamento da realidade dos
equipamentos, identificando de forma antecipada anomalias nas linhas de transmissões, como
por exemplo, pipas (brinquedos utilizados pelas crianças que ficam engalhados nas linhas de
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transmissão), árvores de pequeno, médio e grande, próximos a estas estruturas. Após as
observações de anormalidade identificadas, são repassadas para o setor responsável, e
classificam-se em manutenções preventiva. Contribuindo para um melhor gerenciamento e
aumento da vida útil de equipamentos, máquinas, linhas de transmissões.
Necessariamente os galhos das árvores quando possuem contados com a rede de
fornecimento, podem causar curtos circuitos e ser responsável pelo desligamento de
dispositivos, como religadores e disjuntores, cuja finalidade é proteger a rede elétrica. Logo,
comprometem a qualidade do fornecimento de energia elétrica bem como a segurança e o
bem estar dos consumidores, resultando para o setor custos associados aos rompimentos de
cabos de energia, quebras de postes e outros equipamentos específicos como também o
período de ociosidade para os clientes devido à interrupção longa do fornecimento. Porém o
setor não é responsável por realizar podas em árvores localizadas em terrenos particulares,
sendo de sua responsabilidade para este caso, quando necessário, apenas notificar o
proprietário para o mesmo proceder.
Devido à manipulação dos dados oriundos do campo que, disponibilizou informações para o
processo, mediante a existência de comparações de pós-execução dos serviços com o os
serviços inicialmente propostos, tal fato, permitiu verificar o tempo real gastos nas atividades
executadas.
Observou a necessidade de utilizar o CEP para auxiliar a tomada de gestão, pois, para as
podas, figura 3, o tempo de execução pré-estabelecido pelo setor deve ser realizado por 5
componentes(equipe). Levando a concluir de forma antecipada que, equipes formadas por 2
possuem baixa eficiência em campo, por não excetuaram a poda no tempo pré-estabelecido,
ultrapassado na maioria das vezes.
Figura 3: Tabela do tempo em minutos de execução de poda
Descrição da atividade Tempo em minutos pré-estabelecido Tempo decimal
PODA DE ÁRVORE 25 0,47
Fonte: Elaboração própria (2016)
Foi adotado o gráfico de CEP de valor individual de média e amplitude móvel, gerado pelo
software de estatística, Minitab®, para a atividade de poda de árvore, como podem ser
observado na figura 4.
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Figura 4: Controle estatístico do processo
51464136312621161161
2,0
1,5
1,0
0,5
0,0
Observação
Valo
r In
div
idual
_X=0,600
LSC=1,479
LIC=-0,279
51464136312621161161
1,6
1,2
0,8
0,4
0,0
Observação
Am
pli
tud
e M
óvel
__AM=0,331
LSC=1,080
LIC=0
1
1
1
Fonte: Elaborado com o auxílio do Minitab®
Mediante os dados analisados, exatamente 76% dos dados da amostra são superiores ao tempo
decimal estabelecido na figura 4. No qual apenas 24% são valores menores e/ou igual ao
tempo decimal estabelecido. A média calculada foi de 0,6 (tempo decimal), representando um
valor acima do tempo pré-estabelecido.
Referente à carta de média é notável a existência de oscilações em torno da linha central com
evidentes mudanças de comportamentos, no qual houve 2 pontos mais que 3 desvios padrão
da linha central, o primeiro ponto da amostra foi o 51 com valor individual de 1,7 (horas
decimais) correspondente ao tempo de execução de poda de 1hora e 42minutos. E o segundo
ponto foi o 52, com valor individual de 2,0(horas decimais) com duração de 2 horas. Com
relação à carta de amplitude, houve apenas o ponto 53 que, foi superior ao LSC, com 1,63
(horas decimais) com duração de 1hora e 37 minutos. O processo analisado, não é
estatisticamente estável, devido às causas especiais, como a dualidade de retirar objetos
presos (pipas) nas estruturas antes de realizar a poda, e a inatividade em campo, mediante as
condições climáticas, como chuva e ventos fortes, mediante as condições de risco que as
equipes estão sujeitas, por manipular instalações elétricas.
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5. Conclusão
Foi possível, mediante utilização do CEP alcançar objetivos, tais como, verificar se o tempo
de execução de podas não é estatisticamente estável, por possuírem causas especiais, como
condições climáticas desfavoráveis que diminuem a visibilidade e dificultam o procedimento
de corte das árvores em linhas de transmissões. Esta causa especial refletia uma baixa
utilização e produtividade para as equipes. Depois de identificada é recomendada que esta
causa seja eliminada através de medidas corretivas e/ou preventivas, tornando a distribuição
de dados ajustada e estável. Sugere se constantemente analisar o processo para saber quando
se deve intervir, adotando ações para que o tempo de execução proposto pelo setor seja
seguido pelas equipes.
Com o objetivo de diminuir o número de podas em condições inadequadas em vias públicas, é
necessário realizar um trabalho conjunto com os órgãos locais, com o objetivo de
desenvolvimento de material didático a fim de conscientizar a população sobre o plantio e
manutenção adequada de árvores próximas a redes elétricas. Este artigo permitiu obter
estratégias internas tais como: ações com o propósito de identificar situações especiais que,
divergem da realidade do setor; melhorar a performance das equipes referente à
produtividade; adotar melhorias contínuas através da gestão de feedback e buscar propor
novas medições do tempo de execução pré-determinado de acordo com a realidade em campo
das equipes de inspeção.
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