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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DA FAZENDA PUBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO/SP.
fls. 1
LIGIA TAVEIRA AMANCIO BERTI, brasileira,
casada, oficial administrativo, portadora da cédula de identidade RG
11.316.713 inscrita no CPF/MF sob n° 047.645.178-76, residente na Rua:
Tarquínio de Souza, 313, Mandaqui, São Paulo/SP, por sua advogada que esta
subscreve, vem à presença de Vossa Excelência, propor AÇÃO ORDINÁRIA,
em face do ESTADO DE SÃO PAULO/SP, estabelecida na Rua Rangel Pestana,
300, São Paulo, pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.
DOS FATOS
A autora é servidora pública desde de 1985,
devidamente concursada, contratada em caráter efetivo.
Ocorre que a autora recebe a titulo de qüinqüênio o
equivalente a 5% (dez por cento), os quais são calculados sobre o salário base
autora, entretanto as gratificações deverão ser integralizadas para base de
calculo do qüinqüênio, como se não bastasse a sexta-parte não é calculada sobre
os vencimentos integrais conforme determina o artigo 129 da Constituição do
Avenida: Tucuruvr; 873- sala 05, Tucuruvi, 7e!/Fax 2949-2064/ 9743-5215, E-mad paukrsnOyahoo.corn.6r,
Paula Rpberia Souza & Oliveira _Advogada
Estado, tais verbas devem integralizar o salário devendo ser utilizados para
calculo de férias e décimo terceiro.
Ademais a ré nunca realizou a integralização do
valor pago a titulo de prêmio incentivo no salário da autora, deixando de
receber férias e décimo terceiro sobre tal verba.
DO QUINQUÊNIO
Dispõe o artigo 127 do Estatuto do Funcionário dos
Funcionários Publico do Estado de São Paulo, que:
"Art. 127. O funcionário terá direito após 5 anos
contínuos ou não, à percepção de adicional por tempo de
serviço, calculado a razão de 5% sobre o vencimento ou
remuneração, a que se incorpora para todos os efeitos."
Verifica-se que o calculo do qüinqüênio deverá ser
feito sobre o vencimento ou remuneração o qual para significa o ganho mensal
do empregado.
Para Helly Lopes Meirelles "vencimento, em sentido
estrito, é a retribuição pecuniária devida ao funcionário pelo
efetivo exercício do cargo, correspondente no padrão fixado em
lei, vencimentos, em sentido amplo, é o padrão com as
vantagens pecuniárias auferidas pelo servidor a titulo de
adicional. Quando o legislador pretende restringir o conceito
no padrão do funcionário emprega o vocábulo no singular -
vencimento, quando quer abranger também as vantagens
conferidas ao servidor usa o termo no plural - vencimentos"
(Direito Administrativo Brasileiro, 14' ed. RT, p. 396).
Entretanto para Diógenes Gasparini "vencimento tem
acepção e corresponde à retribuição pecuniária a que faz jus o
servidor pelo efetivo exercício do cargo. É igual ao padrão ou
valor de referencia do cargo fixado em lei. Nesse sentido a
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Avenida: rfucuravi, 873- safa 05, crucuruvi, Tel/Tin 2949-2064/ 9743-5215, E-mais: paufarsOpytthoo.coin.6r; e-v*5ms Â■
tis 3
('aula Woberta Souza de Oliveira Advogada
retribuição é sempre indicada por essa palavra (vencimento),
grafada no singular. Vencimentos têm sentido lato e
corresponde a retribuição pecuniária a que tem direito o
servidor, pelo efetivo exercício do cargo, acrescida pelas
vantagens pecuniárias (adicionais e gratificações) que lhe são
incidentes. Compreende o padrão as vantagens: as do cargo ou
as pessoais. Nessa sentido, a retribuição é sempre indicada pelo
vocábulo em apreço, escrito no plural(vencimentos). Direito
Administrativo, 3" ed. Saraiva p. 133).
Maria Sylvia Zanella di Pietro
"Na lei federal, vencimento é a retribuição
pecuniária pelo efetivo exercício do cargo,
correspondente ao padrão fixado em lei(art.40) e
remuneração é o vencimento e mais as vantagens
pecuniárias atribuídas em lei(art. 41).
"Os vencimentos do servidor publico (empregada a palavra em
sentido amplo, para abranger também as vantagens
pecuniárias tem caráter alimentar."(Direito Administrativo, 5"
ed. Atlas, p. 385 e 386).
Assim é inconteste que o legislador quis atribuir ao
impetrante a verba de representação incidente sobre o total dos vencimentos
nele incluídos as parcelas remuneratórias, como os adicionais e gratificações
permanentes.
Desta forma, verifica-se o vencimento ou
remuneração nada mais é do que a somatória do salário base com as
gratificações recebidas pelo servidor.
Todavia vejamos entendimentos jurisprudencial:
"A remuneração é composta de todas as verbas
percebidas pelo servidor em contribuição ao seu trabalho,
pecúnia ou não e, sobre ela incide o adicional por tempo
Avenida: 'Mamem; 873- safa 05, crucantv:; gel/Fax 2949-2064/ 9743-5215, E-maiL pudarsoOyafioacombr, L.
atufa 406erta Souza de Oliveira Advogada
de serviço". (processo no 109/00, campo Grande, Rel. Des.
Atapõa da Costa Feliz, decisão do Tribunal Pleno (3).
EMENTA: "SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL -
Vencimento - Adicionais - Incorporação -
Admissibilidade - Vedada, contudo, a consideração
como base para fins de concessão de acréscimos
ulteriores sob o mesmo título ou idêntico
fundamento - Artigo 115, XVI da Constituição
Estadual - Recurso parcialmente provido que veda o
artigo 115, XVI da Constituição Estadual é o cálculo
cumulativo do mesmo benefício. Deste modo, um
qüinqüênio não pode incidir sobre o outro, mas a
incidência da sexta-parte sobre os qüinqüênios é
devida, pois os mesmos se incorporam aos
vencimentos para todos os efeitos.(Relator: Benini
Cabral - Apelação Cível n. 193.727-1 - São Paulo -
13.10.93)"
Ademais dispõe o artigo 73, § 3° da lei 1.102/90, que
a remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens
permanentes e temporárias, estabelecidas em lei.
Diante de todo exposto resta comprovado o direito
da autora ao recebimento do qüinqüênio com base nos vencimentos da autora e
não apenas no salário base da mesma.
DA SEXTA-PARTE
A Constituição do Estado determina que o
pagamento da sexta-parte deve ser feito com base os vencimentos integrais do
servidor, contudo a ré ao efetuar o pagamento de tal beneficio não realiza o
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Avenida: Tucuravi, 873- rala 05, Tucuruvi, ‘Tel,Faç 2949-2064/ 9743-5215, E-ma• paufarrogyahoo com 6r,
'Paula 406erta Souza de Oliveira Advogada
calculo corretamente, pois o percentual não é pago sobre o total dos
vencimentos da autora, contudo vejamos disposição legal:
"Artigo. 129 - Ao servidor público estadual é assegurado
o percebimento do adicional por tempo de serviço,
concedido no mínimo por qüinqüênio, e vedada a sua
limitação, bem como a sexta-parte dos vencimentos
integrais, concedida aos vinte anos do efetivo exercício,
que se incorporarão aos vencimentos para todos os
efeitos, observado o disposto no artigo 115, XVI, desta
constituição".
Verifica-se que o legislador deixa claro que o calculo
da sexta-parte deve ser sobre os vencimentos integrais do servidor, resta clara o
desrespeito da administração publica quanto ao cumprimento da legislação.
Ademais as jurisprudências dos tribunais encontram
sedimentadas neste sentido senão vejamos:
"Servidor Publico Estadual - Sexta-parte e qüinqüênio -
incidência sobre os vencimentos integrais e não apenas
sobre o salário-base - Admissibilidade, no regime,
anterior à Emenda Constitucional n° 19/98, excluídas as
vantagens eventuais - Para os demais, conquistados a
aludida Emenda, correta a incidência só sobre o salário -
base - Recurso improvido quanto a Ulysses Cezar Freire
da Silva e Elder Geraldo de Oliveira e provido
parcialmente quanto aos demais autores. Acordão
01913662, Relator: Francisco Vicente, 11° Câmara de
Direito Público".
"Administrativo Vencimentos Servidores Públicos
Estaduais Sexta-parte dos vencimentos Art. 129 da
Constituição Paulista Calculo da vantagem incidência
sobre os vencimentos significam o padrão mais as
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Avenida Tucunnfri, 873- saía 05, Tucuntri, Te1/<Fan- 2949-2064/ 9743-5215, E-mad paukr~oo.rignst 6f, no,
Paula Rg6erta Souza de Oliveira Advogada
vantagens a ele incorporadas. As gratificações agregadas
aos vencimentos, portanto, compõem a base de calculo do
adicional Exclusão admissível apenas de verbas
eventuais. Recurso dos autores provido."
Conforme determinação supra a autora faz jus ao
recebimento da sexta-parte calculada sobre os vencimentos integrais.
DO PRÊMIO INCENTIVO
A autora desde sua contratação sempre recebeu o
prêmio incentivo, contudo tal verba nunca foi integralizada no salário da
autora, fazendo assim com que a autora não recebe férias e décimo terceiro
incidente sobre tal ratifica ão.
A lei 8.975/94 alterada pela lei 97185/95 prevê o
direito da autora ao recebimento do prêmio incentivo uma vez que tal beneficio
é instituído aos servidores públicos estaduais que exercem atividades na área
da saúde, sendo uma verba de caráter permanente, ademais a jurisprudência é
pacifica na concessão de tal beneficio senão vejamos:
"Ementa: Apelação Cível - Diferenças Salariais e
Indenização- Preliminar de ilegitimidade passiva as
causam afastada - Servidores públicos estaduais da
área da saúde - Prêmio Incentivo - lei n° 8.975/94 e
Decreto n° 41.794/97 - Admissibilidade - Vantagem
pecuniária destinada a servidores em exercício na
Secretaria da Saúde e nas Autarquias a ela
vinculadas - Hospital das Clinicas da FMUSP
vinculada à Secretaria da Saúde - Direito ao
beneficio de parte correspondente a 50% da
transferência destinada a servidores da área da
saúde, cujo recebimento não depende de qualquer
Avenida: crucuruvi, 873- saía 05, ‘rucaravi, Tel/Ta-r 2949-2064/ 9743-5215, E-rmaii ~arsoPyakoa.cora, fir, Inewl8fArInfiohni,e4fhw/41 nwa‘nrs non L.
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Tarifa Wp6erta Souza de Oliveira _Advogada
avaliação individual - Precedentes - Manutenção da
r.sentença a quo de procedência - improvimento.
Relator: Prado Pereira, Apelação 770.942.5/8,
publicação 20/08/08."
"Servidor público estadual - Servidores da área da
saúde Prêmio de Incentivo - Pretensão a sua
inclusão no cálculo do 13° salário e 1/3 de férias -
Cabimento - lei n° 8.975/1994, com as alterações
efetuadas pelas Leis 9.185/95 e 9.463/96 - Ação
procedente - Recurso provido. Relator: Osvaldo José
de Oliveira, Acórdão 01904997, registro 03/09/08."
A Administração Publica esta descumprindo a
determinação legal quando deixa de integralizar tal gratificação no salário da
autora, trazendo prejuízo uma vez que a mesma deixa de receber férias e
décimo terceiro sobre o prêmio incentivo.
DO PRINCIPIO DA DIGNIDADE HUMANA
A dignidade humana, como principio constitucional,
constitui valor fundamental, envolvendo conceitos como vida, moral, honra,
decência, decoro, brio, amor-próprio e significa manter uma condição, perante
si mesmo e a sociedade, que seja motivo de orgulho e admiração e que não
enseje vergonha ou constrangimento.
Cabe salientar que respeito associado a dignidade
tem sido o alvo dos povos na busca de maior e melhor proteção de seus
direitos, contra a tirania em todas as suas formas considerando que cada
sociedade civilizada tem seus próprios padrões, convenções e necessidades.
A dignidade é qualidade integrante e irrenunciável
da condição humana, devendo ser reconhecida, respeitada, promovida e
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Avenida: 7ncurnvi, 873- saía 05, Tucum-ui, Tel/Faç 2949-2064/ 9743-5215, E-maiL par.4 _yaitottcom.br,
'Paula W96erta Souza de Oliveira Advogada
protegida. Não é criada, nem concedida, motivo por que não pode ser retirada,
pois é inerente a cada ser humano.
Perante a lei, todos são iguais em dignidade, no
sentido de serem reconhecidos como pessoas, sendo dever de cada um portar-
se de forma digna nas relações com seus semelhantes.
A dignidade da pessoa humana engloba
necessariamente, no mundo jurídico, respeito e proteção da integridade física e
emocional, do que decorre, por exemplo, a proibição da pena de morte, da
tortura e da aplicação de penas corporais bem como a utilização da pessoa para
experiências cientificas.
Cada ser humano é, em virtude de sua dignidade,
merecedor de igual respeito e consideração. E tal dignidade não poderá ser
violada ou sacrificada.
DO PEDIDO
Diante de todo exposto, requer o que se segue.
I - Concessão dos benefícios da Justiça Gratuita nos
temos a lei 1060/50.
II - Citação da ré para que querendo conteste a
presente demanda, acompanhado-a até final decisão a qual espera que seja
PROCENTE, condenado a ré ao pagamento, das diferenças relativas ao
qüinqüênio, prêmio incentivo e sexta-parte, bem como os reflexos de tais
beneficios sobre férias e décimo terceiro dos últimos cinco anos, requer a
condenação da ré ao pagamento das custas e despesas processuais, bem como
honorários advocatícios e demais cominações legais.
III - Requer que todas as intimações sejam realizadas
em nome da patrona Paula Roberta Souza de Oliveira, inscrita na OAB/SP
240061.
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„4-vertida: Tucurwvi, 873-- safa 05, Tucuruvi, Tel/Ta-r 2949-2064/ 9743-5215, E-maif paufarsagLyalwa.combr, ne.Ken n.o. kr
(Pauta 4Wberta Souza & Oliveira _Advogada
Dá-se o valor da Causa o importe R$ 1.000,00 (Hum
fls. 9
Mil Reais).
Termos em que,
Pede deferimento.
São Paulo, 10 de agosto de 2008.
Pà1,da Roberta Souza de Oliveira
OAB/SP 240.061.
fivenufa: Tucuruvi, 873- safa 05, Tucuravi; Tel/Taç 2949-2064/ 9743-5215, E-Riad paidmsyMyalioo.cora.6r, sl,rwres...ÃsmOtnanáe, er.a,Kcal nnen
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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
COMARCA de São Paulo
FORO CENTRAL - FAZENDA PÚBLICA/ACIDENTES
14' VARA DE FAZENDA PÚBLICA
VIADUTO DONA PAULINA,80, 11° ANDAR - SALA 1109, CENTRO -CEP 01501-020, FONE: 32422333 R2043, SÃO PAULO-SP - E-MAIL: SP14FAZ@TJ.SP.GOV.BR
fls. 1
SENTENÇA
Processo n°: 053.08.602910-2 - Procedimento Ordinário (em Geral) Requerente: Ligia Taveira Amancio Berti Requerido: Estado de São Paulo
Vistos.
Ligia Taveira Amancio Berti, qualificado(a)(s) a fls. 2, ajuizou(aram) ação de
conhecimento de procedimento comum ordinário em face da Estado de São Paulo, alegando que
é(são) servidor(es) público(s) estadual(is), fazendo jus ao recebimento de adicional por tempo de
serviço (qüinqüênio) e da sexta-parte calculados sobre a integralidade de seus vencimentos, ex vi do
art. 129 da Lei Magna Estadual. Alegou, também, que é(são) servidor(es) público(s) estadual(is)
vinculado(a)(s) à Secretaria de Estado da Saúde e nesta condição percebe(m) o prêmio de incentivo à
qualidade (PIQ), instituído pela Lei Estadual n. 8.975/94, benefício que, por seu caráter permanente e
face ao teor do art. 7°, VIII e XVII, c.c. art. 39, § 3°, ambos da Lei Magna Federal , deve ser
incorporado para fins de cálculo do décimo terceiro salário e acréscimo constitucional de férias.
Pediu(ram), em conseqüência, o recálculo do adicional por tempo de serviço e da sexta-parte para que
passe a incidir sobre o salário base somado a todas os acréscimos financeiros percebidos e a
incorporação do prêmio de incentivo à qualidade (PIQ) para fins de cálculo do décimo terceiro salário
e acréscimo constitucional de férias além da condenação da ré ao pagamento de diferenças vencidas
com correção e acréscimo de juros de mora.
lnstruiu(íram) a petição inicial com os documentos de fls. 11/26.
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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
COMARCA de São Paulo
FORO CENTRAL - FAZENDA PÚBLICA/ACIDENTES
14' VARA DE FAZENDA PÚBLICA
VIADUTO DONA PAULINA,80, 11° ANDAR - SALA 1109, CENTRO -CEP 01501-020, FONE: 32422333 R2043, SÃO PAULO-SP - E-MAIL: SP14FAZ@TISP.GOV.BR
fls. 2
Citada a ré (fls. 29), ofereceu ela contestação (fls. 31/636) em que aduziu,
preliminarmente, falecer competência a este Juízo se foi a autora admitida sob o regime da C.L.T.,
bem como ser inepta a petição inicial por ser o pedido genérico referentemente à revisão da base de
cálculo da sexta-parte e dos adicionais por tempo de serviço. No mérito, afirmou que: as vantagens
que se deseja incluir na base de cálculo da sexta-parte e dos qüinqüênios foram instituídas com
vedação legal de servirem como tais; o art. 129 da Lei Magna do Estado de São Paulo não tem a
amplitude postulada na demanda; o art. 37, XIV, da Lei Magna Federal, na redação da Emenda
Constitucional n. 19/98, veda o pleiteado na ação; e não há preceito legal a embasar o pleiteado
quanto ao prêmio de incentivo.
É o relatório.
Passo a decidir.
1
Não há questões de fato a dirimir que reclamem a produção de provas em audiência
ou de índole pericial pelo que, com base no art. 330, I, do C.P.C., passo à imediata apreciação da
pretensão deduzida em juízo, consignando desde logo não ser caso de reconhecer a prescrição quanto
ao fundo de direito, visto que, "em se tratando de relação de trato sucessivo, não havendo negativa
ao próprio direito reclamado, só há prescrição para as parcelas vencidas antes dos cinco anos
anteriores à propositura da ação. 'Nas relações jurídicas de traio sucessivo em que a Fazenda
Pública figure como devedora, quando não tiver sido negado o próprio direito reclamado, a
prescrição atinge apenas as prestações vencidas antes do quinquênio anterior à propositura da ação'
(Súmula 85/STJ)" (STJ, REsp. 620.479/RJ, 5' T., Rel. Min. Félix Fischer, v.u., j. 6.4.2004, DJU
24.5.2004, pág. 350). E ainda no mesmo sentido, pode-se colacionar o seguinte precedente:
"Sendo relação jurídica de trato sucessivo, cujo direito postulado em juízo não foi inequivocamente negado pela Administração, a prescrição atinge apenas as parcelas vencidas anteriormente ao qüinqüênio legal precedente ao ajuramento da ação. Incidência da Súmula 85 - STJ. Precedentes da eg. 3" Seção ... Não merece guarida a pretensão do recorrente. A orientação desta Egrégia Corte já possui entendimento pacifico quanto a questão posta em debate, pois, conforme consignado na decisão recorrida, em se tratando de relação de trato sucessivo, não havendo negativa ao próprio direito reclamado, só há prescrição para as
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
COMARCA de São Paulo
FORO CENTRAL - FAZENDA PÚBLICA/ACIDENTES
14' VARA DE FAZENDA PÚBLICA
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fls. 3
parcelas vencidas antes dos cinco anos anteriores à propositura da ação, consoante o enunciado 85 da Súmula deste STJ A propósito transcrevo as ementas dos seguintes julgados: 'ADMINISTRATIVO. POLICIAL MILITAR DA RESERVA. GRATIFICAÇÃO. APOSENTADORIA. PRESCRIÇÃO QÜINQÜENAL. OCORRÊNCIA. SÚMULA 85/STJ. 1. 'Nas relações jurídicas de trato sucessivo em que a Fazenda Pública figure como devedora, quando não tiver sido negado o próprio direito reclamado, a prescrição atinge apenas as prestações vencidas antes do qüinqüênio anterior à propositura da ação. ' (Súmula 85 do Superior Tribunal de Justiça). 2. Recurso não conhecido.' (RESP I72262/SP, DJ de 23/10/2000, Sexta Turma, Relator Min. HAMILTON CARVALHIDO). 'PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL. REAJUSTE SALARIAL IPC DE MARÇO DE 1990 -84,32%. PLANO COLLOR. PRESCRIÇÃO DO FUNDO DE DIREITO. NÃO OCORRÊNCIA. SÚMULA 85/STJ. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. I. Sendo relação jurídica de trato sucessivo, cujo direito postulado em juízo não foi inequivocamente negado pela Administração, a prescrição atinge apenas as parcelas vencidas anteriormente ao qüinqüênio legal precedente ao ajuizamento da ação. Incidência da Súmula 85 - STJ. Precedentes da eg. 3" Seção. 2. Embargos de Divergência rejeitados. (ERESP 157810/DF, DJ de 28/05/2001, Quinta Turma, de minha relatoria)" (STJ, AgRg no Ag 416.163/RJ, 5' T., Rel. Min. Edson Vidigal, v.u., j. 18.12.2001, DJU 25.2.2002, pág. 443; excertos da ementa e do voto do relator).
Também descabe falar em incompetência deste Juizo, pois não foi a autora admitida
sob o regime da C.L.T..
E tampouco inepta a petição inicial é, bastando atentar para o que adiante se exporá
quanto à base de cálculo dos adicionais por tempo de serviço e da sexta-parte, bem como quanto à
distinção feita sobre verbas de caráter eventual e, por fim, considerando os acréscimos financeiros
não integrantes daquela base de cálculo constantes mês a mês dos holerites da autora e que são de
pleno conhecimento da ré.
II
O art. 129 da Constituição do Estado de São Paulo prescreve: "ao servidor público
estadual é assegurado o percebimento do adicional por tempo de serviço, concedido no mínimo por
qüinqüênio, e vedada sua limitação, bem como a sexta parte dos vencimentos integrais, concedida
aos vinte anos de efetivo exercício, que se incorporarão aos vencimentos para todos os efeitos,
observado o disposto no art. 115, XVI, desta Constituição".
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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
COMARCA de São Paulo
FORO CENTRAL - FAZENDA PÚBLICA/ACIDENTES
141 VARA DE FAZENDA PÚBLICA
VIADUTO DONA PAULINA,80, 11° ANDAR - SALA 1109, CENTRO -CEP 01501-020, FONE: 32422333 R2043, SÃO PAULO-SP - E-MAIL: SP14FAZ@TJ.SP.GOV.BR
fls. 4
O art. 115, inc. XVI, da Magna Carta deste Estado da Federação, por sua vez, dispõe:
"os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem acumulados
para fins de concessão de acréscimos ulteriores sob o mesmo título ou idêntico fundamento".
Segundo José Afonso da Silva, "os termos vencimento (no singular), vencimentos
(no plural) e remuneração dos servidores públicos não são sinônimos. Vencimento, no singular, é a
retribuição devida ao funcionário pelo efetivo exercício do cargo, emprego ou função,
correspondente ao símbolo ou ao nível e grau de progressão funcional ou ao padrão, fixado em lei.
Nesse sentido, a palavra não é empregada uma só vez na Constituição. Vencimentos no plural,
consistem no vencimento (retribuição correspondente ao símbolo ou ao nível ou ao padrão fixado em
lei) acrescido das vantagens pecuniárias fixas" (Curso de Direito Constitucional Positivo,
Malheiros, 19" ed., 2001, pág. 668; destaque em negrito nosso).
Hely Lopes Meirelles, por sua vez, prelecionava que "o sistema remuneratório ou a
remuneração em sentido amplo da Administração direta e indireta paro os servidores da ativa
compreende as seguintes modalidades: a) subsídio, constituído de parcela única e pertinente, como
regra geral, aos agentes políticos; b) remuneração, dividida em (b1) vencimentos, que corresponde
ao vencimento (no singular, como está claro no art. 39, § 1° da CF, quando fala em fixação dos
padrões de vencimento') e às vantagens pessoais (que, corno diz o mesmo art. 39, § 1°, são Os
demais componentes do sistema remuneratório do servidor público titular de cargo público na
Administração direta, autárquica e fundacional), e em (b2) salário, pago aos empregados públicos
da Administração direta e indireta regidos pela CLT, titulares de empregos públicos, e não de cargos
públicos" (Direito Administrativo, Malheiros, 30" ed, págs. 459-460; destaque em negrito nosso).
A expressão vencimentos acrescido da qualificação "integrais" no texto do art. 129
da Magna Carta Bandeirante, o que apenas reforça o sentido da determinação constitucional -,
portanto e segundo os ensinamentos doutrinários colacionados anteriormente, está a indicar não
somente o padrão como também as vantagens percebidas, incorporadas ou não, excluídas as eventuais
que, por sua própria natureza, constituem parcelas transitórias.
Assim é que, no Incidente de Uniformização de Jurisprudência n° 193.485-1/6-03,
julgado pela Colenda Turma Especial da Primeira Seção Civil do Egrégio Tribunal de Justiça do
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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
COMARCA de São Paulo
FORO CENTRAL - FAZENDA PÚBLICA/ACIDENTES
14' VARA DE FAZENDA PÚBLICA
VIADUTO DONA PAULINA,80, 11° ANDAR - SALA 1109, CENTRO -CEP 01501-020, FONE: 32422333 R2043, SÃO PAULO-SP - E-MAIL: SP14FAZ@TJ.SP.GOV.BR
fls. 5
Estado de São Paulo, restou decidido o seguinte: "a sexta parte deve incidir sobre todas as parcelas
componentes dos vencimentos, entendendo-se por vencimentos integrais o padrão mais as vantagens
adicionais efetivamente recebidas, salvo as eventuais"'.
Observada esta linha de raciocínio, devem-se reputar "vencimentos integrais" não
apenas o valor em pecúnia pago como padrão, mas também todas as vantagens percebidas,
incorporadas ou não, excluindo-se apenas aquelas eventuais, provisórias ou precárias.
Neste passo, exaustivos são os seguintes precedentes (o segundo dos quais versando,
inclusive, sobre a não incidência in casu da regra do art. 37, XIV, da Lei Magna Federal, na redação
da Emenda Constitucional n. 41/03), in verbis:
"Ora, não podia ter sido mais eloqüente, nem mais direta e exaustiva a norma, no acrescer ao substantivo 'vencimentos' cujo plural já compreenderia todas as verbas acessórias, com este ou aquele caráter, o adjetivo 'integrais, que apenas reforça a idéia básica, a sexta parte calculava-se e calcula-se sobre a totalidade da retribuição mensal, correspondente ao padrão e a todas as demais vantagens pecuniárias que, a titulo permanente ou transitório, sem exclusão de nenhuma, se pagavam e paguem ao funcionário publico. Segue-se. de maneira retilínea, que, se alguma lei, por qualquer pretexto razão, disponha em contrário, subtraindo vantagem, ou vantagens, a essa base de incidência da sexta-parte, defrauda a cláusula constitucional e se faz, por isso, inoperante. Noutras palavras, seria, ontem e hoje, inconstitucional toda lei que! profanando o art 92, VIII da Constituição Estadual anterior, ou art. 129 da vigente, excluísse da base de incidência da sexta parte alguma vantagem permanente ou transitória cuja natureza pecuniária componha, por definição o conceito de vencimentos integrais. Toda a razão tinham, pois, os autores, de se insurgir contra o entendimento amputatório que lhe emprestava a Administração, deixando de computar a sexta parte sobre a totalidade das parcelas em que se dividem e decompõem os vencimentos integrais. A sexta parte é a ultima fração por encontrar no cálculo dos vencimentos, porque consiste, não por acaso, na sexta parte (1/6) da soma dos valores de todas as verbas que, a titulo permanente ou transitório, sob qualquer rubrica ou codificação, constituam, sem excluso de nenhuma, no sentido primeiro do vocábulo, parcelas (de parte) daquilo que, como um todo, a Administração deva pagar, em dinheiro ao funcionário ou servidor, e cuja totalidade forma-lhe
1 A corroborar tal conclusão, observe-se que, segundo Carlos Maximiliano, "quando o texto dispõe de modo amplo, sem limitações evidentes, é dever do intérprete aplicá-lo a todos os casos particulares que se possam enquadrar na hipótese geral prevista explicitamente; não tente distinguir entre as circunstâncias da questão e as outras; cumpra a norma tal qual é, sem acrescentar condições novas, nem dispensar nenhuma das expressas" (Hermenêutica e Aplicação do Direito, Ed. Freitas Bastos, 1957, pág. 306).
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os vencimentos integrais. Ora, a Constituição do Estado não falou nunca nem fala em parcelas incorporadas' senão em vencimentos integrais, cujo único conteúdo semântico, na técnica legislativa, expressa - como já se viu - a idéia de totalidade daquilo que, em pecúnia, a Administração contrapreste, mensalmente, ao funcionário ou ao servidor, pelo exercício do cargo ou da função, anda quando alguma de suas verbas seja efêmera por natureza. Não se trata de conceito oco, cuja objetivação normativa reclamasse ajuda necessária da lei, até porque, se pudesse, estaria autorizada a desfigurá-lo, esvaziando a generosa concepção constitucional da sexta parte, exposta ao risco de se transformar em porção, não dos vencimentos integrais, mas de um insignificante pedaço deles ... A dedução imediata é que, excluindo incorporabilidade de certa vantagem pecuniária, nem por isso a lei desfigura o perfil constitucional da sexta-parte, à medida que não exclui, nem poderia excluir, a incidência desta sobre aquela. Apenas qualifica de transitória a vantagem, sujeita a subtração legal e que, portanto, não pode incorporar-se, isto é, torna-se definitiva e insuprimível. Mas, ao dizer que não se incorporará aos vencimentos ou salários para nenhum efeito, não diz que não integrará, enquanto for paga, a totalidade dos estipêndios. para efeito de cálculo de vantagens que a Constituição determina seja realizado sobre os vencimentos integrais, compreendidas todas as parcelas, definitivas e transitórias. A questão não é, portanto, de incorporar (fazer permanente), mas de integrar (= fazer computável). Enquanto seja paga, a gratificação compõe os vencimentos sobre os quais há de ser calculada e paga a sexta-parte" (TJSP, 28 Câm. Cível, E1 209.389.1/3-01, Rel. Des. Cezar Peluso, m.v., j. 5.12.1995); e
"Vencimentos integrais. O argumento de que a sexta-parte deve ser paga sobre as vantagens incorporadas merece melhor meditação. A chamada 'incorporação' é instituto mal definido no direito administrativo e na jurisprudência, sua idéia inicial perdeu-se no correr dos anos e hoje seus contornos são nebulosos A incorporação, até onde pude compreendê-la, decorre de duas características simultâneas: (i) traz idéia de permanência, continuidade, prolongamento; e (ii) serve de base para outras vantagens, daí a idéia de 'in corpore', de 'um só corpo, etc. A incorporação é atributo que fica, em regra geral, ao critério da lei: 'incorpora-se' o que a lei assim determina, nos limites que a lei fixar. A permanência, isto é, o prolongamento no tempo, não se confunde com a incorporação, será paga por prolongado tempo, mas poderá não servir de base para outras vantagens. Talvez assim se possa diferenciar, em rascunho ainda tosco, a diferença entre vantagens 'incorporadas' e vantagens 'permanentes': aquelas servem de base para cálculo de outras vantagens, estas podem não servir (mas servirão, se assim dispuser a lei) (quanto ao conceito algo nebuloso do termo 'incorporar' vide o acórdão abaixo transcrito, com entendimento algo diverso). Note-se que a incorporação é atributo que depende do legislador: as vantagens serão 'incorporadas' ou não segundo seu prudente arbítrio. Não é atributo inerente à vantagem; é atributo acrescido à vantagem pelo legislador. A
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sexta parte tem proteção constitucional, que não permite restrição por parte do legislador ordinário. A incorporação far-se-á no modo e nos limites descritos na lei, mas não pode o intérprete, negando o comando constitucional de incidência da sexta parte (CE, art 129) sobre os Vencimentos integrais, indicar quais verbas entram ou não nesse cálculo. A exclusão de determinadas verbas indica que a base de cálculo já não é os Vencimentos integrais'. Nesse sentido a posição que vai se impondo neste Tribunal, substituiu-se a idéia de 'incorporação' pela idéia de 'eventuais' e 'não eventuais, a sexta parte incide sobre todas as verbas não-eventuais, estas já conceituadas acima. A posição de que a sexta parte incide apenas sobre as verbas incorporadas em relação ao servidor ativo e sobre todas elas em relação ao servidor inativo (pois são verbas permanentes) suscita algumas questões paralelas: (í) as mesmas verbas hoje pagas aos inativos eram pagas em atividade e não há razão para essa 'mudança de natureza'; é difícil explicar que a mesma gratificação não entre na base de cálculo do ativo e, pelo só fato da inatividade, entre na base de cálculo após a aposentadoria; (ii) acarreta pagamento maior ao inativo que ao ativo, situação de escassa justiça; (iii 'incorporação' é qualidade que depende da lei e da vontade do legislador, é conceito mal definido na lei e na jurisprudência, a própria doutrina hesita sobre suas características básicas. Não se aplica ao caso da sexta parte por que a lei não pode sobrepor-se à Constituição do Estado, se esta manda pagar sobre os vencimentos integrais, não faz sentido dividir as verbas em incorporadas e não-incorporadas; (iv) são mais apropriados os conceitos de 'Verbas não eventuais' e 'Verbas eventuais, inclusive para os ativos; o próprio conceito de 'Verbas permanentes' parece inadequado ao cálculo da vantagem (uma gratificação paga durante certo tempo, ainda que não se incorpore, é 'permanente' enquanto o servidor ocupar aquela função ou cargo e entra na base de cálculo). Nosso entendimento encontra suporte no caso Amélia Mana Rodrigues dos Santos Bizetti, El n° 73.436 5/9-01, da 7" Câmara de Direito Público, 28-2-2000, Rel. o saudoso Desembargador Sérgio Pitombo, ao acolher a tese ampliativa: 'Em palavras simples os vencimentos do servidor público compreendem, incluem, todas as pagas que recebe, menos as verbas eventuais, como as horas extras e as indenizatórias. Assim orientaram-se os julgados (por exemplo Apelação n° 188.450-1/9, Sexta Câmara, Rel. Des. P. Costa Manso, 4-6-1992, Apelação n° 199.113-1/6, Terceira Câmara, Rel. Des. José Malerbi, 24-8-1993). A matéria foi tratada, com pontualidade, pelo douto Desembargador Cezar Peluso, Relator nos Embargos Infringentes n° 209.289.1/3-01): Ora, não podia ter sido mais eloqüente, nem mais direta e exaustiva a norma, no acrescer ao substantivo Vencimentos, cujo plural já compreenderia todas as verbas acessórias, com este ou aquele caráter, o adjetivo 'integrais, que apenas reforça a idéia básica a sexta parte calculava-se e calcula-se sobre a totalidade da retribuição mensal, correspondente ao padrão e a todas as demais vantagens pecuniárias que, a título permanente ou transitório, sem exclusão de nenhuma, se pagavam e paguem ao funcionário público (menos as eventuais, diga-se). Noutras palavras, seria, ontem
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e hoje, inconstitucional toda lei que, profanando o art. 92, VIII da Constituição Estadual anterior, ou art. 129 da vigente, excluísse da base de incidência da sexta parte alguma vantagem permanente ou transitória cuja natureza pecuniária componha, por definição, o conceito de vencimentos integrais'. Prossegue o venerando aresto: 'Toda a razão tinham, pois, os autores, de se insurgir contra o entendimento amputatório que lhe emprestava a Administração, deixando de computar a sexta parte sobre a totalidade das parcelas em que se dividem e decompõem os vencimentos integrais. A sexta parte é a última fração por encontrar no cálculo dos vencimentos, porque consiste, não por acaso, na sexta parte (1/6) da soma dos valores de todas as verbas que, a título permanente ou transitório, sob qualquer rubrica ou codificação, constituam, sem exclusão de nenhuma, no sentido primeiro do vocábulo, parcelas (de parte) daquilo que, como um todo, a Administração deva pagar, em dinheiro, ao funcionário ou servidor, e cuja totalidade forma-lhe os vencimentos integrais'. E diz o aresto: 'Ora, a Constituição do Estado não falou nunca nem fala em 'parcelas incorporadas, senão em vencimentos integrais, cujo único conteúdo semântico, na técnica legislativa, expressa - como já se viu - a idéia de totalidade daquilo que, em pecúnia, a Administração contrapreste, mensalmente, ao funcionário ou ao servidor, pelo exercício do cargo ou da função, anda quando alguma de suas verbas seja efémera por natureza. Não se trata de conceito oco, cuja objetivação normativa reclamasse ajuda necessária da lei, até porque, se pudesse, estaria autorizada a desfigurá-lo, esvaziando a generosa concepção constitucional da sexta parte, exposta ao risco de se transformar em porção, não dos vencimentos integrais, mas de um insignificante pedaço deles. O segundo erro, este mais grave pelas conseqüências de difundida meia verdade cientifica, está em pensar que, nos domínios jurídicos, o verbo 'incorporar' guarde, sobretudo quando aplicado à disciplina de vencimentos e vantagens pecuniárias, o estrito significado leigo de fazer de vários ingredientes um só corpo' (cf. MORAES, 'Dicionário da Língua Portuguesa, Lisboa, TYP Lacerdina, 2" ed., 1813, p. 686, verbo encorporar), ou de, como agora se diz, 'entrar no corpo de'. Porque a linguagem normativa 'no es sino una forma menos espontânea y menos imprecisa de lenguage natural' (GENARO CARRIO, Notas sobre Derecho y Lenguage, Buenos Aires, Abeledo-Perrot, 1' ed., 5' reimpr., 1973, p. 40), não estranha que o vocábulo, nas vozes passiva e reflexiva, atenda à convenção de uso jurídico destinado a identificar um preciso efeito legal de certas vantagens funcionais, consistentes em já não poderem ser retiradas do patrimônio do sujeito, em nenhuma circunstância, por norma do mesmo ou de escalão inferior. Na seqüência, aduz: 'O incorporar-se assinala o cunho definitivo da vantagem, o não incorporar-se, o transitório. Logo, o uso jurídico do verbo não se presta a descrever a mera ação 'entrar no corpo', senão a de 'entrar no (no corpo do) patrimônio individual do funcionário, ou do servidor público, como direito adquirido'. Tal é sua perceptível conotação nas proposições normativas (= discurso das leis) e nas proposições jurídicas (= discurso dos juristas), onde nunca significou - salvo para uma jurisprudência
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emergencial, disposta a remediar o empobrecimento do funcionalismo público -servir de base de cálculo de outras vantagens, para fins da chamada 'influência recíproca, ou 'repique, enquanto construção retorcida e, em boa hora, proscrita (art. 37, XIV, da Constituição Federal, art. 92, § 3° da Constituição Estadual anterior, e art. 115, XVI, da vigente). Este uso marginal não corresponde à lógica do sentido translato, mas a uma corrupção semântica, pela óbvia razão de que uma verba transitória que não se incorpora) pode ser base transitória de cálculo de uma verba permanente (= que se incorpora), tanto quanto unia verba permanente o pode de uma verba transitória. Unia coisa nada tem a ver com a outra'. Segue o venerando acórdão: 'Mas, ao dizer que não se incorporará aos vencimentos ou salários para nenhum efeito, não diz que não integrará, enquanto for paga, a totalidade dos estipêndios, para efeito de cálculo de vantagens que a Constituição determina seja realizado sobre os vencimentos integrais, compreendidas todas as parcelas, definitivas e transitórias A questão não é, portanto, de incorporar (= fazer permanente), mas de integrar (= fazer computável). Enquanto seja paga, a gratificação compõe os vencimentos sobre os quais há de ser calculada e paga a sexta parte' (Embargos Infringentes n° 209.389 1/3-01, de São Paulo, 2° Câmara Civil, Rel. Des. Cezar Peluso, j. 5-12-1995, por maioria). Este Tribunal, no Incidente de Uniformização de Jurisprudência n° 193.485.1/6, firmou entendimento nos seguintes termos: "Acordam os juízes da Turma Especial da Primeira Seção Civil do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo reconhecer a existência da divergência, vencido o Des. Flávio Pinheiro, e, por votação unânime, responder afirmativamente à tese: A sexta-parte deve incidir sobre todas as parcelas componentes dos vencimentos, entendendo-se por vencimentos integrais o padrão mais as vantagens adicionais efetivamente recebidas, salvo as eventuais'. Restou uniformizada a orientação no sentido de que a sexta-parte incide sobre os vencimentos integrais, incluindo vantagens e adicionais incorporados ou não, independentemente do que constar na legislação inji-aconstitucional que instituiu dita vantagem ou adicional uma vez dever prevalecer, sobre a legislação inferior, o comando constitucional. Ficam excluídos os pagamentos eventuais (isto é, aqueles cuja percepção dependa de circunstancia ocasional como as diárias, ajudas de custo de cunho indenizatório, remuneração por horas extras, etc. que dependem de situações eventuais) e as vantagens que tenham tido a sexta parte em sua base de cálculo, pela óbvia impossibilidade da vantagem incidir sobre si mesma. Nesse sentido: Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP vs Daisy Dias Batista Stape, AC n° 200.149.5/6-00, desta Câmara, 2005, Rel. Antônio Villen. Tal orientação não implica usurpação de função legislativa pelo Judiciário. Trata-se apenas de interpretar e aplicar o artigo 129 da Constituição do Estado em conformidade com o que ficou decidido no já referido Incidente de Uniformização de Jurisprudência. Por isso, não há infração aos princípios de legalidade e separação dos Poderes - arts. 5°, II e 2° da Constituição Federal, nem aos arts. 115, XVI da CE e 37, XIV da CF. Não implica em ofensa ao art. 37, XIV da CF,
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redação da Emenda n° 19/98. É norma inserida na Constituição Estadual sobre organização do serviço público, que tem respaldo na legislação inferior e em longeva prática. A argüição carece de sinceridade, a Fazenda faz incidir a sexta parte sobre determinadas vantagens e deve continuar a fazê-lo em relação aos servidores ativos, com os acréscimos aqui determinados" (TJSP, Ap. 788.115.5/0- 00, 10a Câm. de Dir. Público, Rel. Des. Torres de Carvalho, v.u., j. 4.7.08).
E, realmente, cabe, aqui, na esteira do anteriormente explanado, aplicar a conclusão
alhures adotada, in verbis:
"Restou, portanto, uniformizada a orientação no sentido de que a sexta-parte incide sobre os vencimentos integrais, excluídas as vantagens eventuais. A tese deve ser adotada como razão de decidir, uma vez que fixa a correta interpretação do artigo 129 da Constituição do Estado. Vantagens eventuais são aquelas cuja percepção dependa de circunstância ocasional, corno as diárias, que têm cunho indenizatório, e a remuneração por horas extras. Apenas estas estão excluídas da base de cálculo da sexta-parte, já que o critério adotado pelo dispositivo constitucional não considera a incorporação, como previa a legislação anterior (Lei Complementar a° 180/78). Como bem mencionado pelo ilustre Des. Antonio Vilien, na apelação 015.426-5: 'Cumpre explicitar o que são vantagens eventuais. Elas só podem ser entendidas como aquelas cuja percepção dependa de circunstância, de situação de fato não inerente ao exercício do cargo. Desse modo, devem ser consideradas eventuais as vantagens de natureza assistencial ou previdenciária, como o salário-família, e aquelas de cunho indenizatório, como as diárias. Da mesma forma, as gratificações extraordinárias ou remuneração por horas extras, que dependem de situações eventuais'. Nessa linha de entendimento, como a sexta parte já incide sobre o padrão, RETP e adicional de insalubridade, a ampliação da base de cálculo deve ser feita para que a ele seja integrado também pela gratificação de atividade policial - GAP, instituída pela LC 873/00 e o adicional de local de exercício, instituído pela LC 689/92. Essa a correta interpretação do artigo 129 da Constituição do Estado, em consonância com a jurisprudência uniformizada desta Corte" (TJSP, Ap. 431.516-5/1-00, 10a Câm. de Dir. Público, Rel. Des. Urbano Ruiz, v.u., j. 10.11.2005)2.
III
Ainda quanto à GAP (gratificação por atividades de polícia), instituída pela Lei
Complementar Estadual n. 873/00, cabe repisar o que expendido foi no seguinte precedente a ilustrar
a questão do uso impróprio de gratificações para concessão, em realidade, de aumentos gerais aos
2 A ementa do aresto está assim redigida: "POLICIAL MILITAR - Sexta partedos vencimentos e proventos - Base de cálculo - Artigo 129 da Constituição do Estado - Incidente de Uniformização de Jurisprudência n° 193.485 - Incidência sobre os vencimentos e proventos integrais, excetuadas as vantagens eventuais Juros moratórias - 0.5% ao Inês - Int.. da Siam 204 do STJ - Ação procedente - Recursos parcialmente providos".
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servidores públicos de determinadas categorias do que resulta a inaplicabilidade em casos tais do art.
37, XIV, da Magna Carta Federal:
Lei .Complementar n. 873, de 26 de junho de 2000 instituiu a Gratificação por Atividade de Polícia - GAP, destinada a todos os servidores 'em efetivo exercício, integrantes das carreiras das Polícias Civil e Militar, de valor correspondente a RS 100,00 (art 1°), verba que todos os autores já percebem em seus vencimentos. O artigo 129 da Constituição Estadual assegura ao servidor público estadual o percebimento da sexta-parte dos vencimentos integrais, concedida aos vinte anos de efetivo exercício, que se incorporarão aos vencimentos para todos os efeitos. O beneficio é concedido a todos os autores Porque a Lei Complementar n. 873/2000 menciona que a gratificação 'não se incorporará aos vencimentos e salários para nenhum efeito' (art. 2°), a Fazenda a exclui da base de cálculo do beneficio e com isso, ofende o direito assegurado nas Constituições Federal e Estadual. A gratificação, embora instituída por 'atividade de policia, apresenta caráter de aumento geral, pois destinada a todos os policiais civis e militares. Observa-se que a expressão 'vencimentos integrais' não tem a restrição defendida pela ré, nem poderia ter suporte em legislação injraconstitucional. As verbas definitivas, muitas vezes autêntico reajuste salarial concedido sob outra denominação, como a GAP, GASA, GTE etc, não são os 'acréscimos pecuniários' previstos no art 37, XIV, da Constituição Federal, com a nova redação dada pela EC 19/98, que continua vedando, apenas, a recíproca incidência. O disposto no art 129, da Constituição Estadual, não se alicerça no 'mesmo título e idêntico fundamento'. Farta a jurisprudência no sentido de estender as diversas gratificações concedidas em 2.000, pelas leis complementares 873, 874, 875 e 876, aos inativos e pensionistas, porque nítido o caráter de aumento geral. Ora, estendida aos inativos e pensionistas, como reconhecido pelo STF (Agravo Regimental no AI n. 429.052-5-SP, a propósito da gratificação denominada GASA, 'sendo geral, o fato de a lei ser omissa quanto ao direito dos inativos não é óbice a que se lhes defira a extensão é da jurisprudência do Supremo Tribunal que a regra constitucional da paridade entre a remuneração e os proventos - de aplicabilidade imediata - tem precisamente o sentido de dispensar que a lei estendesse ao aposentado, em cada caso, o beneficio ou vantagem outorgada ao servidor em atividade (vg. RMS 22.176, MM. Maurício Corrêa, RTJ 155/787, RMS 21.665, Min. Velloso, RTJ 155/474, entre outros)'. Min.. Sepúlveda Pertence, j. 25.10.2005, voto de desempate, retificado o voto do Mm Cezar Peluso, para acompanhar o Relator), inconcebível tenha a verba caráter transitório. E, ainda que não venha a ser incorporada, é de compor a base de cálculo do beneficio enquanto estiver sendo paga, sob pena de burlar o disposto no art. 129, da Constituição Estadual. Isto porque, por vencimentos integrais devem ser considerados os vencimentos e as vantagens e acréscimos que se incorporam (incorporados, ou, pela sua natureza, que deviam ser incorporados). Como deixou assentado o E. Des. Moreira de
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Carvalho, desta E. Câmara, no julgamento da AC n. 578.030-5/6-00, 'não se atendo apenas à interpretação literal do inciso constitucional (XIV, art. 37), tem-se que a proibição está em calcular a retribuição pecuniária sobre os demais acréscimos que tenham natureza transitória ou, ainda, calculá-la sobre ela mesma. As vantagens pecuniárias que se incorporam automaticamente ao vencimento muito a ele se assemelham, posto que o acompanham em todas as suas mudanças, inclusive quando os vencimentos se convertem em proventos'. E, ainda, 'ademais, é sabido que costumeiramente os aumentos de vencimentos vêm camuflados na forma de adicionais, gratificações e outras vantagens, o que destoa completamente dos princípios e dos ensinamentos doutrinários que norteiam matéria'. Conseqüentemente, deverá a ré rever os vencimentos, pagar as diferenças corrigidas monetariamente, desde a aquisição do beneficio, ou concessão da gratificação, respeitado o prazo da prescrição qüinqüenal" (TJSP, Ap. 515.778-5/8-00, 6' Câm. de Dir. Público, Rel. Des. Oliveira Santos, v.u., j. 16.4.20073).
Tem-se, pois, que sequer cabe invocar o disposto no art. 37, XIV, da Magna Carta
Federal (redação da Emenda Constitucional n. 19/98), para deixar de acolher a ação, pois, em
realidade, não representam várias das gratificações percebidas pela autora acréscimos singelos aos
seus ganhos senão aumento geral de vencimento que, como tal, não incide na proibição daquela regra
constitucional, pena de dar-se-lhe aplicação em extensão manifestamente indevida e com
possibilidades nefastas para os servidores públicos, visto que importaria em fraude à aplicação do art.
129 da Magna Carta Bandeirante. Neste diapasão, decidiu-se com alusão a variadas pseudas
gratificações:
" ... é necessário fazer a devida ponderação acerca do assunto, haja vista que se as gratificações concedidas aos servidores são de caráter geral e, portanto, fogem de sua conceituação originária especifica (concessão de verbas por força de exercício pio laborem faciendoc 'ex facto officu', 'propter laborem' ou 'propfei-personam) devem ser consideradas como antecipação de aumento salarial, tanto que, às escancaras, o Judiciário tem pautado por sua extensão aos inativos, de modo que, por tal motivo, não podem ser excluídas da base de cálculo da sexta parte. É o caso, a título de exemplo, de GAM, GTE, GASS, GAP, GSAE, GSAP, Gratificação Geral, etc. Assim, quando a gratificação é não só incorporada ao vencimento (padrão) mas vem a representar verdadeiro aumento de salário, não incide a vedação do inciso XIV do art 37 da Constituição Federal" (TJSP, ED 644.455-5/2-01, 7' Câm. de Dir. Público, Rel. Des. Ronaldo Frigini, v.u., j.
3 A ementa do aresto tem a seguinte redação: "SERVIDOR PÚBLICO. Inclusão da GAP na base de cálculo da sexta-parte. ADMISSIBILIDADE. Inexistência de ofensa ao art. 37, XIV, da CF. Recurso oficial e da Fazenda desprovidos, parcialmente provido o dos autores".
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9.11.2007).
E sobre serem a GTE, a GAM, o prêmio de valorização, a gratificação geral, a
GASA, a GSAE, o adicional de local de exercício e o adicional operacional de localidade, dentre
outras vantagens, aumentos gerais de vencimento dúvida não há, tanto que se tem reconhecido aos
inativos fazerem jus a eles, in verbis: "SERVIDOR PUBLICO APOSENTADO. Magistério. Extensão
da Gratificação por Trabalho Educacional - GTE, instituída pela L.C. 874/2000.
ADMISSIBILIDADE. Aumento de caráter geral. Tratamento áonómico previsto no § 7°, da E. C.
41/2003, ao dar nova redação ao art. 40, da CF. Recurso provido" (TJSP, Ap. 710.110-5/2-00, 6°
Câm. de Dir. Público, Rel. Des. Oliveira Santos, v.u., j. 10.12.2007); "SERVIDORES PÚBLICOS
ESTADUAIS - Magistério - Inativos - Gratificação por Atividade de Magistério - GAM - Lei
Complementar Estadual n° 977/05 - Verba de caráter geral - Condição única: efetivo exercício -
Previsão legal que beneficiou apenas os servidores do quadro do magistério em atividade - Exclusão
dos inativos e pensionistas que afronta o disposto no artigo 40, § 8°, da Constituição Federal e artigo
7° da EC 41/03 Recursos oficial e voluntário da FESP não providos" (TJSP, Ap. 707.059.5/1-00,
10° Câm. de Dir. Público, Rel. Des. Reinaldo Miluzzi, v.u., j. 29.10.2007), "PREVIDÊNCIA - IPESP -
Pensionista - Magistério - Prêmio de Valorização - Lei Complementar 809/96 - Nenhuma vantagem
de ordem geral concedida aos servidores em atividade pode ser negada aos inativos, aposentados e
pensionistas, diante do imperativo constitucional em vigor - Art 40, pars. 7° e 80 (antigos pars. 4° e
.5°) da Constituição Federal" (TJSP, Ap. 557.447-5/5-00, 10' Câm. de Dir. Público, Rela. Desa.
Tereza Ramos Marques, v.u., j. 22.10.2007); "SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL - Afastamento -
Licença-saúde - Pretensão ao direito à Gratificação por Atividade de Suporte Administrativo - GASA
(LCE n° 876/00) e Gratificação Geral - GG (LC n° 901/01) - Legalidade - Verbas de caráter geral
Condição única efetivo exercício - Previsão legal que beneficiou apenas os servidores em efetivo
exercício - Exclusão do autor por estar em gozo de licença-saúde - Inadmissibilidade, por afronta ao
disposto no artigo 40, § 8°, da Constituição Federal, com a redação dada pela Emenda
Constitucional n° 20/98 - Recurso provido" (TJSP, Ap. 405.974-5/5-00, 10° Ca. de Dir. Público, Rel.
Des. Reinaldo Miluzzi, v.u., j. 12.11.2007); "GSAE/GTE/GASA - Gratificações instituídas pelas Leis
Complementares n°s 872/00, 874/00 e 876/00 - Concessões somente aos servidores ativos - Sentença
de improcedência - Impossibilidade - Elevação indireta salarial - Verbas de caráter geral - Extensão
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aos inativos - Decisão reformada - Recurso provido" (TJSP, Ap. 421.720-5/4-00, 6' Câm. de Dir.
Público, Rel. Des. Moreira de Carvalho, v.u., j. 25.2.08); "Ação Ordinária. Adicional de local de
exercício O servidor aposentado goza de idêntico direito daqueles em atividade. Art 40, § 4o, da
CF/88 (Antes da EC 20/98) Art 40, § 8o da CF/88 Juros de mora de 1% ao mês. RECURSO DE
APELAÇÃO DOS AUTORES PROVIDO" (TJSP, Ap. 330.394.5/7, 3' Câm. de Dir. Público, Rel. Des.
Gama Pellegrini, v.u., j. 27.5.08); "SERVIDOR ESTADUAL INATIVO. Gratificação de Atividade
Penitenciaria, Gratificação Suporte de Atividade Penitenciária e Adicional de Local de Exercício.
Extensão a aposentados contra expressa disposição das leis que instituíram as vantagens e as
restringiram ao pessoal da ativa. Cabimento. Vantagens concedidas em caráter geral, que por isso
devem ser estendidas a aposentados e pensionistas em razão do imperativo constitucional de
paridade. Procedência da demanda mantida. Recurso não provido" (TJSP, Ap. 760.348.5/9-00, 12'
Câm. de Dir. Público, Rel. Des. Edson Ferreira, v.u., j. 7.5.08); e "Policial Militar Inativo.
Gratificação. Adicional Operacional de Localidade. Lei Complementar 994/06. Extensão de
gratificação, que não tem natureza 'pro labore faciendo'. Deve ser estendida aos inativos, eis que
paga ao servidor da ativa, que exerce atividade comum ao exercício de sua função típica Isto porque
referida gratificação objetiva compensar os riscos ou ônus de serviços comuns, realizados em
condições excepcionais dos que trabalham nas ruas e em situações inóspitas,- ou aos que exercem
suas tarefas na segurança dos quartéis, com sério risco de vida. Além disso, não afasta à
generalidade a determinação legal de não incorporação aos vencimentos e salários, pois incorporar
significa apenas integrar a gratificação padrão, transformando-os num só corpo para fazer incidir
outras vantagens sobre este cálculo. Desvio de poder patente, porque futuramente a referida
integração deverá ser concedida aos inativos, dependendo, apenas, do cumprimento de condição
temporal, cujo pressuposto foi implementado pelos inativos no exercício da atividade Sentença de
improcedência. Recurso provido" (TJSP, Ap. 741.175-5/0-00, 7' Câm. de Dir. Público, Rel. Des.
Guerrieri Rezende, v.u., j. 25.2.08).
Não constitui óbice, enfim, ao acolhimento da ação tanto a possibilidade de cessação
do pagamento de algum acréscimo financeiro desde que não eventual como o disposto no art. 37,
XIV, da Magna Carta Federal (redação da Emenda Constitucional n. 19/98), inclusive face à
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natureza da sexta-parte e sua finalidade, in verbis:
"Inexiste, à evidência, suporte jurídico para calcular esse acréscimo com supedáneo em regras não recepcionadas pela Constituição local em vigor, excluindo da base de cálculo algumas das parcelas em que se decompõem os vencimentos integrais por não ostentarem cunho definitivo, já que podem ser suprimidas pela Administração. Como é sabido, 'vencimento, em sentido estrito, é a retribuição pecuniária devida ao servidor pelo efetivo exercício do cargo, correspondente ao padrão fixado em lei; vencimento, em sentido amplo, é o padrão com as vantagens pecuniárias auferidas pelo servidor a título de adicional ou gratificação. Quando o legislador pretende restringir o conceito ao padrão do servidor emprega o vocábulo no singular vencimento; quando quer abranger também as vantagens conferidas ao servidor usa o termo no plural vencimentos' (v 'Direito Administrativo Brasileiro, de Hely Lopes Meirelles, 22" edição, Malheiros Editores, 1997, p. 404). No mesmo sentido o magistério de Diógenes Gasparini, dando conta igualmente que 'vencimentos têm sentido lato e corresponde à retribuição pecuniária a que tem direito o servidor pelo efetivo exercício do cargo, acrescida pelas vantagens pecuniárias (adicionais e gratificações) que lhes são incidentes' (v. 'Direito Administrativo', 3" edição, Editora Saraiva, 1993, p. 133). Ora, a norma em causa, ao acrescer ao substantivo vencimentos, que já inclui todas as pagas que o servidor recebe, o adjetivo integrais, quis espancar qualquer dúvida acerca da base de incidência da sexta-parte. O cálculo, para que se observe estritamente o comando constitucional, deve compreender o padrão e todas as demais vantagens pecuniárias, permanentes ou transitórias, efetivamente percebidas a cada mês. Tem lugar, portanto, a incidência reclamada pelos autores, excluídos os acréscimos eventuais. As verbas eventuais, normalmente excluídas da base de cálculo desse adicional 'ex facto temporis, dizem respeito às parcelas de caráter assistencial ou pagamentos isolados, que não constituem remuneração pela contraprestação do efetivo desempenho das funções, tais como despesas ou diárias de viagens, auxílio-alimentação, auxílio-transporte e auxílio-funeral (v. Apelação Cível n° 052.035.5/3-00 c Apelação Cível n° 243.360.1/9-00). Forçoso reconhecer, ainda, que a pretensão dos autores não representa afronta ao disposto no artigo 37, inciso XIV, da Constituição Federal de 1988, com a redação dada pela Emenda Constitucional n° 19/98, ou ao enunciado do artigo 115 da Constituição Estadual de 1989. Na realidade, a fórmula de cálculo a ser adotada não representa a proscrita 'incidência recíproca' de acréscimos ou o chamado 'efeito cascata'. Afinal, os preceitos constitucionais atrás referidos preconizam a proibição do cômputo de acréscimos pecuniários para a concessão de outros, problema alheio a esta causa, que trata da incidência unidirecional da sexta parte sobre as vantagens e as demais verbas elementares dos vencimentos, de natureza distinta. Na verdade, como assentado no julgamento do Agravo de Instrumento n° 180.444-5/9, relator o Desembargador Alberto Gentil, não se está
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computando ou acumulando acréscimos pecuniários percebidos por servidor para fins de concessão de novos acréscimos, mas sim preservando o que determina a respeito a Constituição Estadual, isto é, percebimento de uma sexta-parte dos vencimentos integrais após 20 anos de efetivo exercício. Nesse sentido, por sinal, já se pronunciou o Egrégio Supremo Tribunal Federal, conforme a seguinte ementa: 'REMUNERAÇÃO - SERVIDOR PÚBLICO PAULISTA - SEXTA-PARTE. A parcela não caracteriza gratificação por tempo de serviço, mas melhoria de vencimento alcançada com implemento de condição temporal, integrando-o e servindo de base a outras parcelas' (v. RE n° 219.740-3, relator o Ministro Marco Aurélio, julgado em 11 de setembro de 2001). O voto condutor desse julgamento realça precisamente que: atente-se para a real natureza da sexta-parte. Muito embora pressupondo o transcurso de vinte anos de efetivo exercício, nada mais consubstancia do que uma melhoria nos vencimentos, um 'plus' a que passa a ter direito o servidor. (..) Ora, descabe tomá-la com as demais parcelas que integram a remuneração para se dizer de cálculo glosado pelo inciso XIV do artigo 37 da Constituição Federal (..) O preceito não tem o condão de obstacularizar verdadeira melhoria de vencimentos outorgada por legislação local em face da passagem do tempo. É sabença geral a origem, em si, desta norma: decorreu do famigerado Decreto-lei n° 2.039/83 que, em passe de mágica, possibilitava alcançar-se, com trinta e cinco anos de serviços, gratificação de cento e quarenta por cento, mediante o chamado efeito cascata. Tanto não se trata de gratificação por tempo de serviço que o pagamento, ao contrário do que ocorre em relação a outras parcelas, não é feito de forma individualizada, separada, mas em conjunto com o próprio vencimento, integrando-o. Impossível é olvidar-se, na aplicação do inciso XIV do artigo 37 da Carta da República, a razão das coisas, o princípio da razoabilidade. Daí o acerto do acórdão prolatado pela Corte de origem, no que afastou o óbice revelado pela mencionada regra constitucional. Repita-se que a sexta parte nada mais é do que um 'plus' nos vencimentos, passando a integrá-los em virtude de efetivo exercício, mostrando-se os vinte anos, sob o ângulo temporal, como simples condição para se obter o direito'" (TJSP, Ap. 68 6.808-5/0-00, 8' Câm. de Dir. Público, Rel. Des. Paulo Dimas Mascaretti, v.u., j. 10.10.2007').
E faz-se, ainda, o seguinte registro: "em outrora, sempre se argüiu a
inconstitucionalidade da norma constitucional estadual, o que não encontrava respaldo, pelas
seguintes razões. A dedução fulcrada estava na Constituição de 67, em especial no artigo 57, inciso
4 O aresto é encimado pela seguinte ementa: "POLICIAIS MILITARES E CIVIS - Sexta-parte - Incidência sobre os vencimentos integrais - Procedência do pedido pronunciada corretamente em primeiro grau - Cálculo do beneficio em causa que deve compreender o padrão e todas as demais vantagens pecuniárias, permanentes- ou transitórias, efetivamente percebidas a cada mês - Aplicação do disposto no art 129 da Constituição Estadual - Exclusão admissível no que toca às parcelas de caráter assistencial ou pagamentos isolados, que não consubstanciam contraprestação do efetivo desempenho da função - Fórmula adotada que não representa, outrossim, a proscrita 'incidência recíproca' de acréscimos - Reexame necessário não provido - Apelo dos autores provido".
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II, que deferia ao executivo, em exclusividade, a iniciativa de leis que aumentassem vencimentos ou a
despesa pública. Aliás, todos os Arestos mencionados dizem respeito à inteligência da constituição
que não mais vige no nosso universo jurídico. A Sexta Carta Republicana ostenta preceito
semelhante àquele no regramento positivo de 67, prevendo agora a iniciativa privativa a leis que
digam respeito ao aumento de remuneração (Cf. artigo 61, parágrafo primeiro, inciso II, alínea 'a,
da Constituição Federal), o que difere na essência ao preceito anterior, que menção fazia aos
vencimentos. Contudo, não é só. O artigo 129 da Constituição Estadual não versa acerca de aumento
de vencimentos ou remuneração, mas apenas e tão-somente traça o norte para a interpretação de
vantagens criadas antes de sua vigência, assinando a forma de cálculo, o que refoge à estipulação da
Magna Carta, daí porque sem sucesso as antigas argüições. Não se diga da não aplicação imediata
da norma, porquanto dependeria ela de regulamentação. O texto constitucional é extremamente
claro, não dependendo, à própria evidência, de qualquer espécie de normalização
infraconstitucional, pelo que, e mais, considerando o tempo em que promulgada foi a última Carta
Paulista, sendo o que basta para afastar a resistência" (TJSP, Ap. 130.592-5/2-00, 5' Câm. de Dir.
Público, Rel. Des. Ricardo Anafe, v.u., j. 7.8.03).
IV
No que concerne ao adicional por tempo de serviço, deve-se, ainda aqui, atentar para
o disposto no art. 129 da Magna Carta do Estado de São Paulo, suso transcrito, cuja redação, sem
deixar dúvida sobre a base de cálculo da sexta-parte, haja vista a referência que lhe faz aos
vencimentos integrais, suscita-a no tocante aos qüinqüênios por não estar redigido univocamente a
este respeito.
Resta, então, saber se o qüinqüênio tem por base de cálculo o vencimento ou os
vencimentos.
Ocorre que, se é de redação dúbia o art. 129 da Lei Magna Estadual, não se pode dela
extrair conclusão evidente de ser vedado o cálculo dos qüinqüênios sobre os vencimentos e não
apenas sobre o vencimento, sendo que a Lei Estadual n. 6.628/89 - posterior à promulgação da
Constituição Estadual -, por seu art. 18, ao regulamentar o artigo 129 aludido, determinou que os
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qüinqüênios sejam calculados sobre "os vencimentos", no plural.
Já o art. 11, 1, da Lei Complementar Estadual n. 712/93, que instituiu o Plano Geral
de Cargos, Vencimentos e Salários, garante ao servidor o "adicional por tempo de serviço, de que
trata o art. 129 da Constituição do Estado, que será calculado na base de 5% (cinco por cento) por
qüinqüênio de serviço sobre o valor dos vencimentos, não podendo essa vantagem ser computada
nem acumulada para fins de concessão de acréscimos ulteriores, sob o mesmo título ou idêntico
fundamento, nos termos do inciso XVI do art. 115 da mesma Constituição".
E, deveras, fosse o caso de distinguir a base de cálculo de um benefício (qüinqüênio)
e outro (sexta-parte), deveria, realmente, o dispositivo constitucional apontá-lo em tal sentido, já que
se abordou ambos nele, o que, contudo, não se deu, fazendo alusão apenas a vencimentos integrais.
A interpretação do texto constitucional, portanto, não pode ser outra senão a de que o
cálculo dos qüinqüênios se faz sobre os vencimentos (excluídos os acréscimos eventuais) e não
apenas sobre o vencimento do servidor público e, em tal diapasão, decidiu-se (havendo neste
precedente alusão à definição dos acréscimos eventuais para exclusão da base de cálculo dos
adicionais de tempo de serviço):
"Em razão do referido dispositivo apresentar problema de redação, dando a impressão que somente a sexta parte é que deveria ser calculada sobre os vencimento integrais, foi editada a Lei n° 6.628, de 27 de dezembro de 1989 -posterior à promulgação da Constituição Estadual -, cujo artigo 18, ao regulamentar o artigo 129 aludido, determinou que os qüinqüênios sejam calculados sobre 'os vencimentos', no plural. Assim, o adicional por tempo de serviço não teve a incidência limitada pela norma constitucional paulista. Na esteira do texto constitucional, o art. 11, I, da Lei Complementar n° 712/93, que instituiu o Plano Geral de Cargos, Vencimentos e Salários, garante ao servidor o 'adicional por tempo de serviço, de que trata o art. 129 da Constituição do Estado, que será calculado na base de 5% (cinco por cento) por qüinqüênio de serviço sobre o valor dos vencimentos, não podendo essa vantagem ser computada nem acumulada para fins de concessão de acréscimos ulteriores, sob o mesmo título ou idêntico fundamento, nos termos do inciso XVI do art. 115 da mesma Constituição'. Consoante entendimento doutrinário, 'vencimento, em sentido estrito, é a retribuição pecuniária devida ao servidor pelo efetivo exercício do cargo, correspondente ao padrão fixado em lei, vencimento, em sentido amplo, é o padrão com as vantagens pecuniárias auferidas pelo servidor a
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título de adicional ou gratificação. Quando o legislador pretende restringir o conceito ao padrão do servidor emprega o vocábulo no singular - vencimento, quando quer abranger também as vantagens conferidas ao servidor usa o termo no plural vencimentos' (v 'Direito Administrativo Brasileiro, de Hely Lopes Meirelles, 22" edição, Malheiros Editores, 1997, p. 404). Não merece prosperar o argumento da apelante de que a expressão 'vencimentos integrais' não tem o alcance pretendido pelos autores, entendendo que só compõem os vencimentos as verbas que a eles se incorporam, não abrangendo as verbas variáveis, tais como as gratificações e outras. Nem se diga falar em violação do artigo 37, inciso XIV, da Constituição Federal, mesmo com a nova redação que lhe foi dada pela Emenda Constitucional n° 19/98, e artigo 115 inciso XVI da Constituição Paulista, pois a inclusão de gratificações não computadas anteriormente não implica em efeito 'cascata' ou 'repique, vedado pela Lei Maior. Trata-se de mera adequação da base de cálculo da vantagem à regra estabelecida no artigo 129 da Constituição Estadual. A pretensão do autor tem base legal. Entretanto, os adicionais qüinqüenais deverão ser pagos sobre a totalidade dos vencimentos efetivamente percebidos, enquanto integrarem os vencimentos e constarem dos Demonstrativos de Pagamento, excluídas as vantagens eventuais, conforme deixou assentado este E Tribunal ao julgar o Incidente de Uniformização de Jurisprudência n° 193 485 1/6-03, sendo Relator o Desembargador LEITE CINTRA. Não pode, portanto, incidir sobre gratificações que já foram extintas. Assim, restou firmada a orientação no sentido de se excluir apenas as vantagens eventuais para fins de incidência do qüinqüênio. Esse o conceito de 'vencimentos integrais' para os fins previstos no art. 129, da CE. Nessa linha, o v acórdão do Em Des Antônio Carlos Villen, nos autos da Apelação 463.747-5/4, explicou, didaticamente, o sentido de 'vantagens eventuais, verbis: 'Cumpre explicitar o que são vantagens eventuais. Elas só podem ser entendidas como aquelas cuja percepção dependa de circunstância, de situação de fato não inerente ao exercício do cargo. Desse modo, devem ser consideradas eventuais as vantagens de natureza assistencial ou previdenciária, como o salário-família, e aquelas de cunho indenizatório, como as diárias, auxílio-transporte. Da mesma forma, as gratificações extraordinárias ou remuneração por horas extras, que dependem de situações eventuais. Estas estão excluídas da base de cálculo da sexta-parte, já que o critério adotado pelo dispositivo constitucional não considera a incorporação, como previa a legislação anterior (Lei Complementar n. 180/78) "' (TJSP, Ap. 555.382-5/3-00, 9' Câm. de Dir. Público, Rel. Des. Rebouças de Carvalho, v.u., j. 5.12.2007; excerto do voto do relator5).
5 Eis a ementa do aresto: "FUNCIONÁRIO PÚBLICO ESTADUAL - Adicional por tempo de serviço - Qüinqüênio -
Incidência não apenas sobre o salário base, mas também sobre as demais parcelas componentes dos vencimentos, entendendoLse por vencimentos integrais o padrão mais as vantagens efetivamente recebidas, exceto as eventuais Inteligência do art. 129 da Constituição Estadual e ar!. I1, I, da Lei Complementar n° 712/93 - Sentença reformada em parte para fazer constar que sobre o cômputo do cálculo, devem ser excluídas as vantagens eventuais Recurso voluntário
e oficial providos em parte".
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Já em precedente relacionado ao DER (Departamento de Estradas de Rodagem),
igualmente se decidiu no sentido exposto, in verbis:
"SERVIDORES AUTÁRQUICOS ESTADUAIS ATIVOS E INATIVOS - Adicionais por tempo de serviço Incidência sobre os vencimentos integrais - Admissibilidade - Cálculo do beneficio em causa que deve compreender o padrão e todas as demais vantagens pecuniárias, permanentes ou transitórias, efetivamente percebidas a cada mês - Aplicação do disposto nos arts. 129 da CE e 11, I, da LC n° 712/93 - Exclusão admissível apenas no que toca às parcelas de caráter assistencial ou pagamentos isolados, que não consubstanciam contraprestação do efetivo desempenho da função - Fórmula adotada que não representa, outrossim, a proscrita 'incidência recíproca' de acréscimos - Verba honorária advocatícia arbitrada que, ademais, merece subsistir - Juros moratórias que, todavia, devem ser computados à taxa de 6% ao ano, nos termos do art. I°-F da Lei n° 9.494/97, acrescentado pela Medida Provisória n° 2 180-35 - Reexame necessário provido em parte - Apelos dos autores e da Fazenda Estadual não providos" (TJSP, Ap. 689.987.5/7-00, 8' Câm. de Dir. Público, Rel. Des. Paulo Dimas Mascaretti, v.u., j. 31.10.2007).
E em outro, ainda, decidiu-se:
"No que toca à pretensão de recalculo dos adicionais por tempo de serviço, em face do disposto no art. 127 do Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo (Lei n. 10.261/68), há necessidade de se interpretar restritivamente os seus efeitos, na medida em que não são todas as verbas componentes dos vencimentos ou proventos que servirão de base de cálculo daquele beneficio. Os referidos adicionais por tempo de serviço são pagos, considerando-se os vencimentos integrais, a cada período de 5 anos de trabalho do servidor, os quais 'se incorporarão aos vencimentos para todos os efeitos, observado o disposto no artigo 115. XVI, desta Constituição' (novamente, art. 129 da Constituição do Estado de São Paulo). O mencionado inciso XVI afirma que 'os acréscimos pecuniários percebidos pelo servidor não são computados nem acumulados para fim de concessão de acréscimos ulteriores sob o mesmo título ou idêntico fundamento'. A Constituição do Estado, no texto que examina a matéria, não chega a especificar qual deve ser o valor do adicionai por tempo de serviço, a ser concedido no mínimo por um qüinqüênio, nem tampouco determina a base de cálculo. Destarte, além da interpretação gramatical do texto, a referência feita a vencimentos integrais diz respeito apenas ao beneficio da sexta-parte, descabendo, em tese, a sua aplicação aos adicionais por tempo de serviço. Entretanto, a base de cálculo sobre a qual deve incidir o percentual de 5%, referida no singular como vencimento ou remuneração, no Estatuto (que data de 1968), ou vencimentos, no plural, na lei mais recente, de 1993, deve ser determinada pelo aplicador da lei pela utilização da análise sistemática de como
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são definidas as vantagens pecuniárias dos senadores públicos do Estado, de acordo com a política de pessoal que vem sendo empregada. Simples exame dos holleriths dos autores demonstra que o salário base, em verdade, representa parcela mínima no conjunto da remuneração dos autores. Assim, ao salário-base agregam-se outras vantagens, trazidas à baila sob diversos nomes (em especial as chamadas gratificações), cuja somatória dá, isto sim, a dimensão real da remuneração dos senadores. Não é razoável, por conseqüência, que se conclua no sentido de que o adicional por tempo de serviço limite-se a incidir sobre parcela da remuneração do servidor que pode ser considerada como quase simbólica que é o salário-base, sendo esta, contudo, a política salarial que, de uma forma ou de outra, o Estado de São Paulo vem praticando, já há muitos anos. Mais compatível, por conseqüência, com o sentido da vantagem, além de sua natureza, é que seja ela dimensionada de acordo com remuneração total do servidor, ou seja, o conjunto de todas as vantagens pecuniárias, à exceção daquelas de natureza eventual, como as transitórias e aquelas sujeitas a condições excepcionais, além da própria sexta-parte, por existência de especifica proibição à incidência recíproca" (TJSP, Ap. 705.893-5/2-00, 12' Câm. de Dir. Público, Rel. Des. Wanderley José Federighi, v.u., j. 14.11.2007; excerto do voto do relator6).
Note-se, ademais, que, no âmbito da União Federal, toda a jurisprudência formada
acerca do tema (notadamente do Colendo Superior Tribunal de Justiça) é aqui inaplicável, porquanto,
a respeito de seus servidores públicos, vigia a Lei Federal n. 4.345/64 cujo art. 10, § 1°, dispunha
diferentemente da legislação estadual suso colacionada, in verbis: "Art. 10. A gratificação adicional
a que se refere o artigo 146 da Lei n° 1.711, de 28 de outubro de 1952, passará a ser concedida, na
base de 5% (cinco por cento), por qüinqüênio de efetivo exercício, até 7 (sete) qüinqüênios. § 1° A
gratificação qüinqüenal será calculada sobre o vencimento do cargo efetivo estabelecido nesta Lei,
bem como sobre o valor do vencimento que tenha ou venha a ter o funcionário beneficiado pelo que
estabelece a Lei n° 1.741, de 22 de novembro de 1952, ou pelo que dispõe o art. 7° da Lei n° 2.188, de
3 de março de 1954" (frise-se: vencimento do cargo efetivo e não vencimentos do ocupante logo,
gratificações não eventuais a ele já deferidas - do cargo efetivo). Além disso, a própria Lei Federal n.
8.112/91 aqui inaplicável por referir-se apenas aos servidores públicos federais conceitua
vencimentos diferentemente do considerado na doutrina suso referida, isto é, como sendo seu
6 A ementa do aresto está assim redigida: "SERVIDORES PÚBLICOS - Demanda contra o Departamento de Estradas de
Rodagem do Estado de São Paulo - DER visando a incidência da sexta parte, calculada sobre o padrão de seus vencimentos, mais vantagens recebidas a qualquer título, incorporadas ou não - Sentença de primeiro grau que desacolhe a demanda - Cabimento, entretanto, da pretensão à incidência dos adicionais qüinqüenais e da sexta parte sobre os valores de tais vantagens Precedentes jurisp•udenciais-- Recurso provido".
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conceito, em realidade, pertinente à palavra remuneração (arts. 40 e 41), daí porque, quando a lei
federal fala em vencimento ou vencimentos, é a ela indiferente a distinção suso feita, sendo relevante,
apenas, a distinção cabível entre vencimento(s) e remuneração.
Mister é registrar, ainda, que "não se há falar, por outro lado, em
inconstitucionalidade deste art. 129 da Carta Constitucional do Estado de São Paulo. Com a devida
vênia, o dispositivo em questão vem sendo aplicado, de forma pacifica, nas decisões deste Tribunal
de Justiça. Não vejo, na regra em questão, qualquer ofensa aos arts, 2o, 25, caput, e 61, § Io, II, letra
'c, da Constituição Federal. Ao criar aquela vantagem para os servidores do Estado, o constituinte
estadual nada mais vez do que, dentro da autonomia do Estado, estabelecer regra atinente ao
servidor público. Não se pode ver na regra em questão ofensa do principio da separação de poderes
(art. 2o da CF). Por outro lado, o art. 25 da Carta Magna, de forma expressa, estabelece que os
Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os seus
princípios (da CF). Ora, não há qualquer ofensa a principio constitucional na concessão deste
beneficio aos servidores do Estado. Por último, a regra do art. 61, § 1°, II, letra 'c' da Constituição
Federal, e especifica para a organização administrativa da União e Territórios. A organização
administrativa dos Estados membros cabe a eles" (TJSP, Ap. 715.707-5/3-00, la Câm. de Dir.
Público, Rel. Des. Franklin Nogueira, v.u., j. 29.1.08).
Como quer que seja, mesmo no plano infraconstitucional, tal qual foi visto, há base
para acolher a ação.
Bem assim, cabe ponderar que, segundo o art. 37, XIV, da Lei Magna Federal, "os
acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem acumulados
para fins de concessão de acréscimos ulteriores" (redação dada pela Emenda Constitucional n.
19/98).
Este dispositivo constitucional, originalmente, tinha a seguinte redação: "os
acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem acumulados,
para fins de concessão de acréscimos ulteriores, sob o mesmo título ou idêntico fundamento".
De ambos os dispositivos constitucionais infere-se quadro da seguinte natureza: (i)
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até a Emenda Constitucional n. 19/98, acréscimos pecuniários podiam ser concedidos e acumulados,
exceto sob o mesmo título ou idêntico fundamento, ou seja, a base de cálculo de algum deles podia
incluir outro distinto - a abarcar, portanto, mais do que o vencimento do cargo -, vedando-se o efeito
"cascata" apenas quanto a acréscimos de mesmo título ou idêntico fundamento; e (ii) após aludida
emenda constitucional, tornou-se vedado o efeito "cascata" para acréscimos de qualquer natureza
com o que não podem eles ter por base de cálculo valor outro que não o pertinente ao vencimento.
Assim é que, acerca do tema, doutrina José dos Santos Carvalho Filho: "as
vantagens pecuniárias devem ser acrescidas tomando como base o vencimento do cargo. Não podem
os acréscimos pecuniários ser computados nem acumulados para o efeito da percepção de outros
acréscimos (...). A Constituição coíbe essa prática no art. 37, XIV, com redação dada pela EC
19/98, ainda que o acréscimo não tenha o mesmo título ou fundamento" (Manual de Direito
Administrativo, Lúmen Júris Editora, 17' ed., 2007, pág. 627; destaque em negrito nosso).
Eis porque, se o acréscimo se concedeu anteriormente à Emenda Constitucional n.
19/98, nada obstava, na forma do art. 37, XIV, da Lei Magna Federal, em sua redação original, que
tivesse corno base de cálculo o vencimento padrão do cargo e acréscimos outros deferidos ao servidor
público ocupante dele desde que se os tivesse concedido a título ou por fundamento diverso tal qual,
mutatis mutandis, decidiu-o o Excelso Pretório:
"CONSTITUCIONAL. POLICIAIS MILITARES. INDENIZAÇÃO ADICIONAL DE INATIVIDADE. ART. 37, INC. XIV, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, NA REDAÇÃO ANTERIOR À EC 19/98. LEI N° 11.167/86 E EC 21/95, AMBAS DO ESTADO DO CEARÁ. A Indenização Adicional de Inatividade, concedida aos servidores militares inativos do Estado do Ceará e calculada na forma da Lei n° 11.167/86, não incide na vedação do art. 37, inc. XIV, da Constituição Federal, na redação anterior à EC 19/98, porque não constitui acréscimo deferido 'sob o mesmo título ou idêntico fundamento' de outra vantagem pecuniária. Precedente: RE 255.408, Primeira Turma, Relator Ministro Sepúlveda Pertence. Recurso extraordinário não conhecido" (RE 232.331/CE, 1' T., Rel. Min. limar Gabião, v.u., j. 6.2.2001, DJU 18.5.2001, pág. 87; destaque em negrito nosso); e
"Vantagens funcionais em 'cascata': vedação constitucional que, conforme o primitivo art. 37, XIV, da Constituição (hoje alterado pela EC 19/99), só alcançava as vantagens concedidas 'sob o mesmo título ou idêntico fundamento': não incidência, ao tempo, da proibição no caso concreto:
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diversidade do título de concessão, no Estado do Ceará, da 'indenização adicional de inatividade e da gratificação adicional de tempo de serviço, o que permitia a inclusão da segunda na base de cálculo da primeira" (RE 231 .663/CE, la T., Rel. Min. Sepúlveda Pertence, v.u., j. 28.3.2000, DJU 28.4.2000, pág. 97; destaque em negrito e sublinhado nosso).
Também o Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais assim o decidiu
(isto é, distinguindo a vedação do efeito "cascata" antes e após a Emenda Constitucional n. 19/98)
em Venerando Acórdão relatado pelo eminente Desembargador Ernani Fidélis, in verbis:
"RECURSO DE APELAÇÃO. SERVIDORA PÚBLICA MUNICIPAL. PEDIDO DE INCIDÊNCIA NOS QÜINQÜÊNIOS DA VANTAGEM RECEBIDA A TÍTULO DE APOSTILAMENTO. ADICIONAIS POR TEMPO DE SERVIÇO PERCEBIDOS ANTES DA EC N° 19/98 E APOSTILAIVIENTO POSTERIOR. ARTIGO 37, XIV, CF/88. PROIBIÇÃO DA SOBREPOSIÇÃO DE VANTAGENS. LEGALIDADE DA CONDUTA DA ADMINISTRAÇÃO. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO DESPROVIDO. - Com a EC n° 19/98, o servidor passou a ter suas vantagens pecuniárias calculadas apenas sobre o vencimento-base, despojadas de qualquer acréscimo pecuniário a ser concedido em decorrência do exercício da função, visto que sua acumulação para qualquer efeito foi vedada com a vigência da emenda" (Ap. 1.0024.06.244477-3/001, 6' Câm. Cível, v.u., j. 15.5.2007).
E também colocando em evidência a questão de somente incidir a restrição da base
de cálculo prevista no art. 37, XIV, da Lei Magna Federal, aos acréscimos concedidos sob sua
vigência (pena de ofensa ao direito adquirido que se não tem configurado apenas quanto à mantença
do regime jurídico sob o qual houve o ingresso no serviço publico ou mesmo à aposentação, porém
configurado restará quanto aos direitos subjetivos adquiridos na vigência de dito regime jurídico,
incorporando-se ao patrimônio jurídico do servidor público, inclusive pelo prisma da garantia
constitucional da irredutibilidade de vencimentos ou de proventos'), encontram-se os seguintes
precedentes:
"ADMINISTRATIVO - SERVIDOR PÚBLICO - ADICIONAIS POR TEMPO DE SERVIÇO - BASE DE CÁLCULO - INCIDÊNCIA TAMBÉM SOBRE ADICIONAL DE FUNÇÃO - EFEITO CASCATA VEDADO - INTERPRETAÇÃO E APLICAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS. Após a edição da EC 19/98 as
7 "Irredutibilidade de vencimentos: garantia constitucional que é modalidade qualificada da proteção ao direito adquirido, na medida em que a sua incidência pressupõe a licitude da aquisição do direito a determinada remuneração. Irredutibilidade de vencimentos: violação por lei cuja aplicação implicaria reduzir vencimentos já reajustados conforme a legislação anterior incidente na data a partir da qual se prescreveu a aplicabilidade retroativa da lei nova" (STF, RE 298.695/SP, Pleno, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, rn.v., j. 6.8.2003, DJU 24.10.2003 pág. 12).
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vantagens pecuniárias futuras concedidas aos servidores somente incidem sobre o valor do vencimento base, evitando-se o denominado 'efeito cascata' (TJMG, Ap. 1.0024.03.112117-1/002, 6' Câm. Cível, Rel. Des. Edilson Fernandes, v.u., j. 24.8.2004; destaque em negrito nosso; destaque em negrito e sublinhado nosso); e
"EMENDA CONSTITUCIONAL 19/98 - QUiNQÜÊNIOS - MODIFICAÇÃO DO CÁLCULO - INEXISTÊNCIA DE DIREITO ADQUIRIDO - LEI MUNICIPAL. Sendo a Constituição Federal a maior de todas as leis, à qual todas as outras devem adaptar-se, suas alterações hão de repercutir, necessariamente, na legislação de inferior hierarquia. Não existe direito adquirido contra a modificação da lei, senão aqueles efetivamente constituídos anteriormente a essa modificação" (TJMG, Ap. 1.000.265.508-2/00, 13 Câm. Cível, Rel. Des. Francisco Lopes de Albuquerque, v.u., j. 26.11.2002; destaque em negrito nosso).
Deste último precedente, por pertinente ao caso em exame, cumpre transcrever e
endossar as seguintes ponderações feitas no voto do relator, in verbis:
"... com efeito, a alteração do texto, embora sutil, teve ampla repercussão. Dizia o primitivo texto inciso XIV do art. 37 da C.F.: 'XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem acumulados, para fins de concessão de acréscimos ulteriores, sob o mesmo título ou idêntico fundamento'. Pela alteração introduzida pela EC-I9/98, foi retirada a parte final do inciso, que ficou com a seguinte redação: 'XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem acumulados, para fins de concessão de acréscimos ulteriores'. Verifica-se que, com a retirada da parte final do inciso, ficou proibida qualquer espécie de cômputo ou acumulação de acréscimo pecuniário, para fins de acréscimos ulteriores, e não apenas aqueles feitos 'sob o mesmo título ou idêntico fundamento'. Com a edição da EC-19/98, a Lei Municipal 7.169/96, que antes estivera ajustada ao disposto no inciso XIV do art. 37 da C.F., passou a contrariar tal norma constitucional, com a nova redação acima transcrita. E os qüinqüênios, que antes eram calculados sobre a remuneração do servidor municipal, passaram a ser calculados sobre o seu vencimento base, e isso porque, no conceito de remuneração já estão incluídas todas as vantagens percebidas, e, se se mantivesse a mesma forma de cálculo, estaria havendo acumulação de acréscimos. Não procede a argumentação dos apelantes, no sentido de que a alteração veio a ferir seus direitos adquiridos. Os direitos que os apelantes tinham adquirido, relativamente a qüinqüênios, eram aqueles anteriores à edição da Emenda Constitucional, os quais continuaram sendo respeitados, porque os qüinqüênios anteriores continuam sendo pagos da mesma maneira que o eram antes, isto é, com o cálculo incidindo sobre a remuneração. A nova modalidade de cálculo, cuja base passou a ser o vencimento, e não a remuneração, só foi praticada a partir do momento, posterior à EC-19/98, em
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que os apelantes adquiriram o direito a novo qüinqüênio, e apenas sobre esse novo período. Vazia de conteúdo e de fundamento, por conseguinte, a argumentação dos apelantes, de que a Emenda Constitucional seria inconstitucional. Além de contraditória em seus próprios termos, parte a alegação de premissa equivocada, qual seja, a de que teriam direito adquirido à manutenção e perpetuação de uma lei que nova ordem constitucional veio modificar. Com efeito, subordinam-se todas as leis, inclusive as municipais, ao comando mais alto da Constituição Federal. Se a Constituição foi emendada e modificada, as leis ordinárias que com ela se tornaram incompatíveis perdem eficácia nos tópicos em que com ela passaram a estar em confronto. E o princípio da hierarquia das leis. É bem verdade que a lei não pode ter efeito retroativo para violar direito adquirido. Mas o direito que os apelantes tinham adquirido até a EC-I9/98, de ter seus qüinqüênios calculados sobre as respectivas remunerações, só alcança aqueles períodos já completados anteriormente. Sobre os qüinqüênios posteriormente implementados há de prevalecer o novo critério, pouco importando que a legislação municipal, que se tornou incompatível com o novo texto constitucional, ainda não tenha sido adaptada ao mesmo" (destaques em negrito nossos).
De todo o exposto, conclui-se que o servidor público em geral jus faz ao recálculo
do(s) adicional(is) de tempo de serviço concedido(s) ou cujas condições para a concessão foram
implementadas até a Emenda Constitucional n. 19/98 de modo que sua base de cálculo deverá incluir
não apenas o respectivo vencimento ou salário base do cargo ocupado ou no qual se deu a
aposentação, mas também quais outros acréscimos pagos a título ou por fundamento diverso de
caráter não eventual (como tal entendido o que pago está sendo como verba integrante dos
vencimentos ou dos proventos de aposentadoria sem qualquer vínculo a uma situação de fato
provisória ou precária assim preestabelecida ou predefinida e que, cessada por si mesma, importe
ipso facto na cessação do acréscimo em questão tais como horas extras, diárias, salário família e
restituição de imposto de renda; frise-se, neste ponto, que, não é porque alguma gratificação poderá
ser extinta, é ela por si só precária ou eventual, pois mister é, para saber se realmente é ela eventual
para fins de exclusão da base de cálculo do adicional de tempo de serviço, apontar se sua causa é
precária ou temporária e não apenas a possibilidade genérica - de sua extinção, quanto menos por
causa não ligada à sua própria determinação de pagamento, pois, a ser assim, acolher a ação seria
impossível
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8 e, além disso, se paga está sendo alguma gratificação ou adicional a servidor aposentado, por
certo tal ocorre exatamente por cuidar-se de verba não eventual), porém jus não faz a dita revisão ou
recalculo quanto ao(s) adicional(is) de tempo de tempo de serviço concedido(s) ou cuja(s) condições
para a concessão foram implementadas após a Emenda Constitucional n. 19/98.
V
O prêmio de incentivo à qualidade foi originalmente instituído pela Lei Estadual n.
8.975/94 em caráter experimental e transitório (período de doze meses) e somente para os servidores
em exercício na Secretaria de Estado da Saúde (art. 1°, caput) com prescrição legal de que não se
incorporaria aos vencimentos ou salários para nenhum efeito e sobre ele não incidiriam vantagens de
qualquer natureza, não devendo ser computado no cálculo do 13° salário (art. 4°, caput e parágrafo
único).
A Lei Estadual n. 9.185/95 estendeu-o, contudo, aos servidores das autarquias
vinculadas à Secretaria de Estado da Saúde desde que não estivessem percebendo ou viessem a
perceber vantagem pecuniária, de qualquer natureza ou sob qualquer fundamento, oriunda de recursos
provenientes do Ministério da Saúde - Sistema Único de Saúde-SUS-SP.
E acabou por ter o beneficio em questão natureza permanente com o advento da Lei
Estadual n. 9.463/96 segundo a qual poderia ser ele concedido aos servidores em exercício na
Secretaria da Saúde, objetivando o incremento da produtividade e o aprimoramento da qualidade dos
serviços e das ações da referida Secretaria, mediante avaliação de fatores como integralidade da
assistência ministrada, grau de resolutividade da assistência ministrada, universalidade do acesso e
igualdade do atendimento, racionalidade dos recursos para manutenção e funcionamento dos serviços
e crescente melhoria do Sistema Único de Saúde.
Previu-se, ainda através da aludida lei de 1996 (art. 2° que deu nova redação ao art.
2°, caput e § 1°, da Lei Estadual n. 8.975/94), que seria a vantagem concedida em bases, termos e
condições a serem estabelecidos em decreto e que metade dos recursos destinados a ela seria dividida
8 Pondere-se, inclusive, que, sobre o que são acréscimos eventuais, definição já se expôs anteriormente quando da colação do precedente referente à Ap. 555.382-5/3-00 do Egrégio TJSP, 9a Câm. de Dir. Público, Rel. Des. Rebouças de Carvalho, v.u., j. 5.12.2007.
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entre os servidores em exercício na Secretaria da Saúde e nas autarquias a ela vinculadas, respeitando-
se, para essa divisão, apenas a classificação por nível de complexidade da atividade de cada categoria
funcional.
Bem assim, segundo o art. 2° da Lei Estadual n. 8.975/94 (redação da Lei Estadual n.
9.463/96), "o prêmio de incentivo de que trata esta lei será concedido em bases, termos e condições a
serem estabelecidos em decreto".
O Decreto Estadual n. 42.955/98, por sua vez, deu nova redação ao art. 3° do Decreto
Estadual n. 41.794/95 que passou a estabelecer que "o prêmio de incentivo será pago mensalmente e
terá como composição percentual máxima o que se segue: I - 50% resultantes da aplicação do
disposto no § 1° do artigo 2° da Lei n. 8.975, de 25 de novembro de 1994 com redação dada pela Lei
n.° 9.463, de 19 de dezembro de 1996; II - 20% resultantes da avaliação individual a ser efetuada
pela Chefia imediata do servidor; III - 30% resultantes da avaliação institucional, a ser efetuada
pela Comissão a que se refere o artigo 9° deste decreto".
Ocorre que, a considerar a regulamentação legal do beneficio em tela, forçoso é
concluir no sentido de que, tal qual alhures se expôs (embora em contexto outro, mas com
considerações aqui observáveis), "verifica-se que até o limite de 50% o Prêmio de Incentivo alcança
de forma linear e geral os servidores do quadro de pessoal da Secretaria da Saúde Pela leitura
dos dispositivos legais supra aludidos constata-se que a metade dos recursos destinados a esse
beneficio deve ser dividida entre os servidores em exercício na Secretaria da Saúde, respeitada
apenas a classificação por nível de complexidade da atividade de cada categoria funcional, ou seja,
50% do valor do beneficio é de ser pago ao servidor independentemente de qualquer avaliação
individual ou institucional. Na verdade, o acréscimo pecuniário, apenas no que excede o limite
mínimo estabelecido no regramento pertinente, configura vantagem 'pro labore faciendo', sendo
devido apenas aos servidores em atividade, pois tem como pressuposto o efetivo exercício da função.
O objetivo é premiar e estimular o servidor que apresente melhor desenvolvimento qualitativo e
quantitativo ... Ora, como realçado em precedente desta Câmara, jamais uma gratificação pode se
constituir em vantagem concedida a toda uma classe do funcionalismo. Na medida em que a
vantagem é concedida a todos, o que há é aumento real de vencimentos, não mera gratificação. O
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caráter geral do beneficio não se compatibiliza com a natureza jurídica da gratificação" (TJSP, Ap.
785.262-5/9-00, 8' Câm. de Dir. Público, Rel. Des. Paulo Dimas Mascaretti, v.u., j. 16.7.08; destaque
em negrito nosso).
E, de fato, "na Lei Estadual n° 8.975/94, prorrogada por prazo determinado pela Lei
Estadual n° 9.185/95 e novamente prorrogada por tempo indeterminado pela Lei Estadual n°
9.463/96, observa-se que as vantagens pecuniárias de valor mínimo da gratificação são de caráter
geral, pois o requisito para recebimento do mínimo é apenas estar na ativa. Nesse compasso,
referida gratificação em seu valor mínimo e percentual fixo indica generalidade, e por esse motivo
assume natureza de aumento vestido de remuneração. Em relação aos incentivos para os servidores
da ativa que podem ser submetidos à avaliação, a lei em tela permite o aumento gradativo da
gratificação em relação ao mínimo. Em outras palavras, há valor mínimo que todos recebem e vai
aumentando de acordo com a referida avaliação" (TJSP, Ap. 705.813-5/9-00, 9' Câm. de Dir.
Público, Rel. Des. Rebouças de Carvalho, v.u., j. 31.10.07; destaques em negrito nossos).
Percebe-se, até aqui, por conseguinte, que ao menos metade do valor do beneficio, na
forma como está legalmente regulamentado, nada mais é do que aumento geral de vencimentos que,
como tal, se aplica a qualquer servidor público da Secretaria de Estado da Saúde (inclusive e ainda
que esteja cedido esteja a unidade de saúde de Municipalidade, dado que, por não ter natureza de
vantagem propter laborem, independe do local de trabalho para seu pagamento, sendo que, embora
cedido, continua o servidor a ter vínculo com a Secretaria de Estado da Saúde, desta auferindo seus
ganhos).
E, de fato, embora nos lindes expostos no precedente parágrafo, cabe considerar que,
"com a implantação do Sistema Único de Saúde os autores foram colocados a disposição da
Municipalidade, sendo-lhes assegurado todos os direitos e garantias previstos na legislação
pertinente (art. 5, § 3°, do Decreto Estadual n° 24.410/88). Os autores, apesar de estarem prestando
serviço em entidade Municipal, continuam vinculados a Secretaria de Estado da Saúde, e dela
recebem seus vencimentos. Devendo, assim, serem beneficiados com o 'prêmio de incentivo' e
prêmio de incentivo especial' como os demais servidores vinculados à Secretaria de Estado da
Saúde. O único óbice ao recebimento do prêmio de incentivo seria o fato dos autores receberem
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alguma vantagem decorrente do SUS/SP (art. 4-A da Lei n° 8.975/94, com redação dada pela Lei n°
9.185/95), tendo em vista a proibição de cumulação dos prêmios. Contudo, conforme se verifica dos
holerites juntados, nenhum dos autores recebe qualquer vantagem pecuniária decorrente do SUS/SP"
(Ap. 365.028-5/9-00, la Câm. de Dir. Público, Rel. Des. Venício Saltes, v.u., j. 31.7.07).
Enfim, claro está que metade do valor do beneficio paga é mediante prévia avaliação
segundo procedimento e critérios a denotar tratar-se, então e a partir deste limite, de vantagem
propter laborem que, como tal, se sujeita aos critérios fixados para sua concessão, inclusive local de
trabalho.
Assim é que "a vantagem têm natureza mista, vez que metade do montante destinada
ao seu pagamento é concedida de forma geral e indiscriminada a todos os servidores na ativa, ao
passo que a outra metade é concedida conforme desempenho do próprio servidor e da instituição no
qual está vinculado ... Como se depreende da análise do texto legal da Lei Estadual 8.975/94 (com as
alterações) e do Decreto 41.794/97 (com as alterações posteriores), tal prêmio é composto de uma
parcela fixa e de outra flutuante ... Com isso, resta evidente que, independentemente do servidor ter
ou não tido uma boa avaliação de seu trabalho, ele teria direito a 50% do valor da gratificação
normal, ao passo que o restante variaria conforme o seu desempenho no serviço ou até mesmo do
desempenho do setor ao qual estava vinculado. Ora, isso demonstra que metade das verbas
destinadas ao pagamento de tal 'prêmio' teria uni destino certo: ser rateada entre todos os
servidores em atividade na área da saúde, o que caracteriza, sem sombras de dúvida, uni aumento
salarial 'disfarçado' de 'prêmio de incentivo'. Tal constatação torna-se fácil com a leitura do texto
legal, como visto acima, vez que estende o beneficio, de forma geral e irrestrita, a todos os servidores
da ativa, variando o valor apenas conforme o cargo ocupado. Frise-se que a lei não impõe, para o
pagamento de tal valor, a realização de nenhum serviço de natureza especial ou mesmo condições
que somente servidores que estejam na ativa possam implementar, não sendo assim, na essência,
neste aspecto, um prêmio' ou gratificação propriamente dita, mas um aumento concedido a todos os
ocupantes de cargos na área da saúde ... No tocante a outra metade do valor não restam dúvidas de
sua natureza temporária e flutuante. A lei e o decreto regulamentador são claros em definir que
20% do montante pago terá como base o desempenho individual do servidor e os outros 30% terá
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como base a avaliação institucional, o que somente servidores na ativa fazem jus, vez que impossível
avaliar tais critérios na inatividade. Neste ponto sim, o 'prêmio' tem nítido caráter de gratificação
temporária concedida conforme desempenho individual e institucional, variando conforme o
serviço e o empenho de cada servidor. Ademais, o próprio texto legal fixa critérios para a
elaboração de tal avaliação, por parte da administração, não deixando dúvidas de que somente os
montantes fixados nos incisos II e I 1 do art. 3° do Decreto 41.794/97 possuem critérios específicos
para a sua concessão, não fazendo nenhuma menção para o fixado no inciso I do citado disposto
legal" (TJSP, Ap. 573.807-5/6-00, 7° Câm. de Dir. Público, Rel. Des. Nogueira Diefenthaler, v.u., j.
23.10.06).
De fato, segundo Hely Lopes Meirelles, "o que convém fixar é que as vantagens por
tempo de serviço integram-se automaticamente no padrão de vencimento, desde que consumado o
tempo estabelecido em lei, ao passo que as vantagens condicionais ou modais, mesmo que auferidas
por longo tempo em razão do preenchimento dos requisitos exigidos para sua percepção, não se
incorporam ao vencimento, a não ser quando essa integração for determinada por lei. E a razão
dessa diferença de tratamento está em que as primeiras (por tempo de serviço) são vantagens pelo
trabalho já feito ('pro labore facto) ao passo que as outras (condicionais ou modais) são vantagens
pelo trabalho que está sendo feito ('pro labore faciendo) ou, por outras palavras, são adicionais de
função ('ex facto officii), ou são gratificações de serviço (propter laborem), ou, finalmente, são
gratificações em razão de condições pessoais do servidor ('propter personam). Daí porque, quando
cessa o trabalho, ou quando desaparece o fato ou a situação que lhes dá causa, deve cessar o
pagamento de tais vantagens, sejam elas adicionais de função, gratificações de serviço ou
gratificações em razão das condições pessoais do servidor" (Direito Administrativo Brasileiro",
Malheiros Editores, 22° edição, atualizada por Eurico de Andrade Azevedo, Delcio Balestero Aleixo e
José Emmanuel Burle Filho, 1997, págs. 410/411).
VI
Estando assentado que metade do valor do benefício paga é mediante prévia
avaliação segundo procedimento e critérios a denotar tratar-se, então e até este limite, de vantagem
propter laborem que, como tal, se sujeita aos critérios fixados para sua concessão, inclusive local de
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trabalho, ao passo que a outra metade dele é mero aumento geral de vencimentos, resta definir suas
conseqüências como também mister é perquirir se tal distinção tem alguma relevância em vista do
que se está a pleitear.
Neste passo, releva notar que a ação se refere unicamente à incorporação do PIQ
para fins de cálculo do décimo terceiro salário e acréscimo constitucional de férias.
Segundo o art. 7°, VIII e XVII, da Lei Magna Federal (aplicável ao servidor público
por força do seu art. 39, § 3°), constituem direitos do trabalhador o recebimento de "décimo terceiro
salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria" e o "gozo de férias anuais
remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário norma?'.
E, de fato, "o décimo terceiro salário tem fundamento constitucional (art. 70, inciso
VIII, da Constituição Federal de 1988) e deve ser integral. O legislador constitucional, ao impor que
o 13° salário fosse integral, quis evitar a possibilidade de exclusão de verbas percebidas durante o
decorrer daquele ano, especialmente, as que tinham caráter permanente, passando a ser devido com
base na remuneração integral do mês de dezembro ... Ou seja, a remuneração integral do servidor
deve refletir no 13° salário, sendo contrária à Constituição Federal de 1988. a desconsideração de
qualquer componente remuneratório no cálculo da gratificação natalina" (TJSP, Ap. 247.605-5/1-
00, 11' Câm. de Dir. Público, Rel. Des. Elmano de Oliveira, v.u., j. 18.9.2006; destaque em negrito
nosso).
Eis porque, especificamente sobre o PIQ, alhures se decidiu:
"Décimo Terceiro salário - O Prêmio de Valorização incide no cálculo do 13° salário, pois não se trata de um - prêmio mas de um subsídio para todos os funcionários que ronda a significação de salário" (TJSP, Ap. 402.012-5/4-00, 20 Câm. de Dir. Público, Rel. Des. Nelson Calandra, v.u., j. 20.12.05).
Forçoso é, pois, acolher a ação proposta no que tange ao décimo terceiro salário, pois
o preceito constitucional anteriormente colacionado (art. 7°, VIII), fazendo alusão à remuneração
integral, não deixa dúvida sobre a impossibilidade de exclusão de verba remuneratória alguma da sua
base de cálculo, visto que, segundo José Afonso da Silva, "os termos vencimento (no singular),
vencimentos (no plural) e remuneração dos servidores públicos não são sinônimos. Vencimento, no
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singular, é a retribuição devida ao funcionário pelo efetivo exercício do cargo, emprego ou função,
correspondente ao símbolo ou ao nível e grau de progressão funcional ou ao padrão, fixado em lei.
Nesse sentido, a palavra não é empregada uma só vez na Constituição. Vencimentos, no plural,
consiste no vencimento (retribuição correspondente ao símbolo ou ao nível ou ao padrão fixado em
lei) acrescido das vantagens pecuniárias fixas. Nesse sentido, o termo é empregado em vários
dispositivos constitucionais. Remuneração, sempre significou no serviço público, uma retribuição
composta de uma parte fixa (geralmente no valor de dois terços do padrão do cargo, emprego ou
função) e outra variável, em função da produtividade (quotas-partes de multas) ou outra
circunstância. É tipo de retribuição aplicada a certos servidores do Fisco (os fiscais) que, além de
vencimentos (padrão mais adicionais etc.), tinham ou têm também o direito de receber quotas-partes
de multas por eles aplicadas. Hoje se emprega o termo remuneração quando se quer abranger
todos os valores, em pecúnia ou não, que o servidor percebe mensalmente em retribuição de seu
salário. Envolve, portanto, vencimentos, no plural, e mais quotas e outras vantagens variáveis em
função da produtividade ou outro critério. Assim, a palavra remuneração é empregada em sentido
genérico para abranger todo tipo de retribuição do servidor público, com o que também envolve o
seu sentido mais especifico lembrado acima" (Curso de Direito Constitucional Positivo, Malheiros,
2005, 24° ed., pág. 684; destaque em negrito nosso).
Além disso, no que tange ao acréscimo de férias, "mesmo as vantagens pecuniárias
concedidas a título transitório são espécies do gênero retribuição pecuniária, ou seja, constituem
uma efetiva contraprestação pelo desempenho das finçães, não podendo então ser suprimidas para
fim de aplicabilidade dos direitos sociais previstos no artigo 7°, incisos VIII e XVII, da Constituição
Federal. A evidência, em relação às vantagens não incorporadas, ou seja, que não se aditam a
título definitivo ao vencimento, o cálculo do 13° salário e do acréscimo de um terço das férias as
alcançará enquanto vigorarem; ocorrendo a supressão, fica automaticamente excluída a
incidência; mas a transitoriedade não pode interferir na aplicação de um direito social, na exata
dimensão do texto constitucional, sendo irrelevante, daí, a exclusão prevista na norma local, dada
a observância obrigatória da Lei Maior. A propósito, vale invocar uma vez mais a lição de Hely
Lopes Meirelles, definindo precisamente que: 'Vantagens pecuniárias são acréscimos ao vencimento
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do servidor, concedidas a título definitivo ou transitório, pela decorrência do tempo de serviço ('ex
facto temporis) ou pelo desempenho de funções especiais ('ex facto officii) ou em razão das
condições anormais em que se realiza o serviço ('propter laborem) ou, finalmente, em razão de
condições pessoais do servidor (propter personam). As duas primeiras espécies constituem os
adicionais (adicionais de vencimento e adicionais de função), as duas últimas formam a categoria
das gratificações (gratificações de serviço e gratificações pessoais). Todas elas são espécies do
gênero retribuição pecuniária, mas se apresentam com características próprias e efeitos peculiares
em relação ao beneficiário e à Administração, constituindo os demais componentes do sistema
remuneratório referidos pelo art. 39, § 1°, da CF. Somadas ao vencimento (padrão do cargo),
resultam nos vencimentos, modalidade de remuneração' (v. obra citada, p. 488)" (TJSP, Ap.
707.466-5/9-00, 8' Câm. de Dir. Público, Rel. Des. Paulo Dimas Mascaretti, v.u., j. 16.1.2008;
destaques em negrito nossos).
Logo, não há relevância, também quanto acréscimo de férias, na distinção feita
anteriormente sobre o PIQ ter parte dele caráter de aumento geral de vencimento ao passo que a outra
parte (metade) se caracteriza como gratificação propter laborem, sendo também quanto àquela verba
a ação procedente, podendo-se, a respeito, trazer à colação o seguinte precedente:
"SERVIDOR PUBLICO. PRÊMIO DE INCENTIVO À QUALIDADE (PIQ). Leis Estaduais n° 8.975/94, 9185/95 e 9 463/96. Pretensão à inclusão no cálculo do 13° salário e terço constitucional das férias. Admissibilidade. Vantagem que por ser de caráter permanente deve integrar a remuneração integral. Exegese dos artigos 7°, VIII, e 39, 5 30, da Constituição Federal. Precedentes deste Tribunal de Justiça. Ação procedente Recurso provido ... Pontual destacar que o caráter precário inicialmente atribuído diante do prazo certo existente na redação do artigo 1', da Lei Estadual n° 8.975/94 desapareceu por conta das prorrogações do pagamento da vantagem, com supedâneo nas Leis Estaduais n° 9.185/95 e n° 9.463/96 e, diante de pagamentos sucessivos da gratificação ao longo tempo, perdeu o caráter precário. Com efeito, desde a instituição a vantagem pecuniária deverá ser incluída no cálculo do décimo terceiro e do acréscimo de uni terço de férias ... Acrescente-se que, em casos análogos ao ora estudado este Tribunal de Justiça já se pronunciou sobre a questão central, confira-se: 'SERVIDOR PUBLICO ESTADUAL Secretaria da Saúde - Pretensão do autor objetivando a inclusão do Prêmio de Incentivo Qualidade (PIPA), criado pela Lei 8.975/94, prorrogada por prazo determinado pela Lei Estadual n° 9185/95 e novamente prorrogada por tempo indeterminado pela Lei Estadual n° 9.463/96, devidamente
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regulamentada pelo Decreto Estadual n° 41.794/97, no cálculo do 13° salário e do acréscimo de um terço de férias - Procedência da ação decretada em primeiro grau - Exclusão prevista no parágrafo único do art. 4°, da Lei Estadual n° 8.975/94, que contrasta com preceito constitucional - Arts, 7°, VIII, e 39, § 3°, da CF, que asseguram a incidência do 13° salário sobre a remuneração integral dos servidores públicos - Lei Complementar Estadual n° 644/89 que também preconiza a mesma forma de cálculo - Prêmio que vem sendo pago reiteradamente por vários anos, restando descaracterizada a conotação de provisoriedade prevista na legislação estadual - Daí, que desde a sua instituição a vantagem pecuniária deve ser incluída no cálculo do 13° salário e do acréscimo de um terço de férias - Sentença mantida - Recurso não provido " (AC n° 785.582-5/9-00, Rel. Des. Rebouças de Carvalho, DJ 13/08/2008). 'SERVIDORES Vencimentos. Prêmio de incentivo. Lei Estadual n° 8 975/94 Servidores da Secretaria da Saúde. Pretensão à inclusão no cálculo do 13° salário e terço constitucional das férias. Vantagem de caráter permanente que integra a 'remuneração' do servidor. Necessidade de sua inclusão no cálculo, diante do disposto nos artigos 7°, VIII, e 39,§ 3°, da Constituição Federal. Ação procedente. Recursos oficial e voluntário da Fazenda improvidos" (AC n 729.818-5/7-00, Des Rel. Antônio Carlos Villen, DJ 16/06/2008). 'Servidores Públicos Estaduais - Prêmio Incentivo à Produtividade (Lei Estadual 8 975/94) - Pedido de inclusão do PIP no 13° salário e 1/3 de férias - Cabimento - caráter remuneratório - Observância aos arts. 7°, VIII, e 39, § 3°, da CF ... Sentença reformada - Recurso provido' (AC 729.440-5/1-00, Rel. Des. Leme de Campos, DJ 02 de junho de 2008). 'Servidores Públicos Prêmio de Incentivo à Qualidade. Leis n° 8.915/94, 9185/95 e 9.463/96. Integração aos vencimentos para fins de décimo terceiro salário e do acréscimo de 1/3 de férias. Admissibilidade. O artigo 7°, VIII, da Constituição da República, no que tange ao valor da remuneração do décimo terceiro, não outorga poderes discricionários ao Legislador, pois o conceito teorético 'integral' impõe o pagamento da remuneração havida no mês de dezembro de cada ano A norma constitucional, portanto, não dá liberdade ao Legislador para tal redução. Reduzir o valor da remuneração (vencimentos no plural), mesmo por lei, ofende a referida garantia constitucional. E o mesmo raciocínio aplica-se ao acréscimo de 1/3 de férias. Sentença de improcedência. Recurso provido' (AC n° 730.595-5/0-00, Rel. Des Guerriere Rezende, 11/02/2008). Com efeito, de rigor a reforma da r. sentença posta em combate, para se decretar a procedência da ação, reconhecendo-se o direito dos autores à incidência do Prêmio de Incentivo no cálculo do 13° salário e do acréscimo de 1/3 de férias percebidas, condenando-se a ré ao pagamento das diferenças apuradas desde a instituição, com correção monetária pela Tabela Prática do TJSP a partir de quando era devida a incidência, respeitada a prescrição das parcelas vencidas no qüinqüênio anterior à propositura da ação, apostilando-se os títulos. Os juros de mora são devidos desde a citação no percentual de 6% ao ano" (TJSP, Ap. 813.860-5/5-00, 2' Câm. de Dir. Público, Rela. Desa.Vera
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Angrisani, v.u., j. 16.9.08; destaques em negrito e sublinhado nossos).
Por fim, há a considerar que a vedação da incorporação de ao menos metade do PIQ,
inclusive para fins de integrar proventos em caso de aposentadoria, importa ofensa à regra
constitucional da irredutibilidade de vencimentos, assentado como restou que ao menos até aquele
limite se está a cuidar apenas e meramente de aumento geral de vencimentos, daí que, cessado por
qualquer motivo o exercício das funções inerentes ao cargo ocupado pelos autores, estes jus não
fazem a receber, como inativos (ou por outro motivo qualquer, mas com mantença ao direito à
percepção da remuneração, tal corno no caso de licença-gestante e falta abonada), metade do PIQ
reputada como gratificação propler laborem, cessada como ficou a situação funcional que a
justificava, mas jus fazem a continuar a receber, ao menos, a outra metade, aumento geral de
vencimentos que é.
Aqui também, pois, se afigura relevante a distinção anteriormente feita sobre a
natureza do valor pago a título de PIQ.
VII
Posto isto, julgo procedente em parte a ação ajuizada por Ligia Taveira Amancio
Berti em face da Fazenda Pública do Estado de São Paulo para o fim de condenar a ré a incorporar c
o valor integral do prêmio de incentivo à qualidade (PIQ), originalmente instituído pela Lei Estadual c
n. 8.975/94, para fins de incidência do décimo terceiro salário e do acréscimo constitucional de férias,
apostilando-se, e a efetuar o recalculo da sexta-parte paga ao(s) autor(es) de modo que passe a incidir o
sobre todos os acréscimos financeiros para tanto ainda não considerados de caráter não eventual, c
bem comospara recalcular o(s) adicional(is) de tempo de serviço ao(s) autor(es) concedido(s) ou cujas c
condições para a concessão foram implementadas até a Emenda Constitucional n. _19/98, de modo
que sua base de cálculo inclua não apenas o respectivo vencimento ou salário base do cargo, mas
também quaisquer outros acréscimos financeiros pagos a título ou por fundamento diverso de caráter
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não eventual9, apostilando-se, bem como, observada a prescrição qüinqüenal, ao pagamento de
diferenças vencidas com correção de cada data de exigibilidade com acréscimo de juros de mora de
6% ao ano (art. 1°-F da Lei Federal n. 9.494/97) a contar da citação, observada a prescrição
qüinqüenal, observando-se, ainda e por fim, o reflexo do recalculo de tais verbas sobre o décimo-
terceiro salário e, quanto aos qüinqüênios, sobre a sexta-parte.
Por força de sua preponderante sucumbência, condeno a ré a pagar as custas e
despesas em reembolso, se houver, e honorários advocatícios que fixo em 10% do valor da
condenação (diferenças vencidas até a data da sentença acrescidas das vincendas por até um ano).
Não há reexame necessário.
P.R.I. e C..
São Paulo, 10 de março de 2009.
Randolfo Ferraz de Campos Juiz(a) de Direito
9 A saber e inclusive, gratificações e/ou adicionais de qualquer tipo que estejam sendo pagas a eventual(is) servidor(es) público(s) aposentado(s) que integre(m) o pólo ativo da ação, pois representam verbas em pecúnia que se agregaram aos proventos de aposentadoria, o que indica que não foram concedidos precariamente e. por conseguinte, não se cuida de verba eventual.
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EVART/DOS SANTOS ,,,,,Preside te e Relator
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PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO
ACÓRDÃO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO ACÕRDÃOIDECISÂO MONOCRÁTICA
REGISTRADO(A) SOB N°
1111111111111111111j1e111111111111111111 Vistos, relatados e discutidos estes autos de
APELAÇÃO CÍVEL COM REVISÃO n° 935.895-5/4-00, da Comarca de
SÃO PAULO-FAZ PUBLICA, em que é apelante FAZENDA DO ESTADO DE
SÃO PAULO sendo apelado LIGIA TAVEIRA AMANCIO BERTI:
ACORDAM, em Sexta Câmara de Direito Público do
Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, proferir a
seguinte decisão: "AFASTADA A PRELIMINAR, DERAM PROVIMENTO
PARCIAL AO DA FAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO, V.U.", de
conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão.
O julgamento teve a participação dos
Desembargadores LEME DE CAMPOS e SIDNEY ROMANO DOS REIS.
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PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
AC n° 935.895-5/4-00 — São Paulo — 14' Vara da Fazenda Pública Voto n° 20.163 Aptes. FAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO AO'. LIGIA TAVEIRA AMANCIO BERTI (AJ) (Proc. n° 602.910/08)
PEDIDO — Certo e determinado: O pedido é certo e determinado - pagamento das diferenças relativas ao qüinqüênio, prêmio incentivo e sexta-parte, bem como os reflexos de tais benefícios sobre férias e décimo terceiro dos últimos cinco anos. Preliminar afastada. SERVIDORA PUBLICA ESTADUAL Quanto aos servidores públicos em atividade a sexta-parte incide sobre as vantagens efetivamente incorporadas, excluídas as eventuais, aindaque incorporáveis, sem que o recalculo afronte preceito constitucional. O prêmio incentivo por sua natureza transitória, não se incorpora nem se presta a integrar o cálculo do 13° salário e férias. Recurso provido, em parte.
1. Trata-se de apelação de sentença (fls. 44/80) que, em demanda de servidora pública estadual para (a) determinar o recalculo dos qüinqüênios e sexta-parte sobre os vencimentos integrais; (b) a inclusão dos valores recebidos título de 'prêmio incentivo' nas férias e 13° salário, além das diferenças decorrentes com acréscimos, julgou pra - - - ',e em parte, a ação para condenar a FESP a incorporar lor
ARTES GRÁFICAS - TJ
41 0035
2
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PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
integral do prêmio incentivo à qualidade, para que incida no 13° salário e nas férias, bem como o recalculo da sexta-parte e dos qüinqüênios sobre todas as parcelas percebidas de caráter não eventual.
Sustentou a FESP, preliminarmente, ser pedido incerto e indeterminado. No mérito, alega ser impossível a superposição de vantagens. Vedado "efeito cascata". CF proíbe acumulação de acréscimos ulteriores. Não há base legal para que o prêmio incentivo seja pago sobre as férias e o 13° salário. Ausente fundamento para tal pedido. Prêmio de incentivo tem natureza precária. Daí a reforma (fls. 86198).
Respondeu-se (fls. 103/110).
É o relatório.
2. a) Quanto à preliminar.
A inicial (fls. 02/10), embora não seja um primor de peça judicial, preenche os mínimos requisitos legais (art. 295 do CPC) e relata de forma clara o que se pretende.
Requereu a autora de forma precisa a condenação da FESP ao "pagamento, das diferenças relativas ao qüinqüênio, prêmio incentivo e sexta-parte, bem como os reflexos de tais benefícios sobre férias e décimo terceiro dos últimos cinco anos... "(fls. 09).
Afasto a preliminar
b) Quanto ao mérito.
Wf>nR/93M895-5/4-00 - São Paulo -14' Vara da Fazenda Pública 3 410035
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Anote-se, de início, que a autora se conformou com o julgado não apelando e requerendo, na resposta ao recurso da FESP "... seja integralmente mantida pelos seus jurídicos fundamentos..." a r. sentença que (a) não concedeu recálculo a qüinqüênios e (b) estabeleceu limite temporal (até a Emenda Constitucional n° 19/98) ao recálculo (fls. 79/80). /
Resta examinar tão-somente o inconformismo da FESP.
b. 1. — A sexta-parte.
Apresenta-se a autora como servidora pública estadual, recebendo sexta-parte, pretendendo fazê-la incidir sobre as gratificações e adicionais percebidos.
A r. sentença, determinando sua incidência sobre todos os acréscimos financeiros sem o caráter eventual (fls. 79), comporta esclarecimento.
Segura a jurisprudência deste Colendo Tribunal de Justiça no sentido de que:
"A 6a parte deve incidir sobre todas as parcelas componentes dos vencimentos, entendendo-se por vencimentos integrais o padrão mais as vantagens adicionais efetivamente recebidas, salvo as eventuais." (grifei - IUJ n° 193.485-1/6).
No mesmo sentido El n° 193.485-1/2-01 — Rel. De' LEITE CINTRA — j. de 24.04.97; El n° 276.186-2/6.,,01 'Rel. Des. ALOÍSIO DE TOLEDO — j. de 04.11.97; AC n° 13.5 7-5/3
Alkesnni925.895-5/4-00 — São Paulo 144' Vara da Fazenda Pública 4 41 0095
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— Rel. Des. VIANA SANTOS — j. de 19.02.98; AC n° 22.284-5/4 — Rel. Des. CLÍMACO DE GODOY; AC n° 28.879-5/3 — Rel. Des. CLÍMACO DE GODOY e AC n° 198.851-5/2 — Rel. Des. VIANA SANTOS, dentre outros.
Já quanto ao que consistem vencimentos integrais confira-se o entendimento da Eg. 6a Câmara de Direito Público segundo o qual:
"No que se refere à sexta-parte dos vencimentos, a expressão vencimentos integrais não compreende tuc:)_qLJa - oseAqregcJeaosvAL?cimentos e sim apenas as parcelas auferidas pelo servidor, representadas pelo salário-base, pelos adicionais por tempo de serviço e por vantagens efetivamente incorporadas, repelidas, bem por isso, as que ostentam caráter transitório, exemplificativamente aquelas de valor variável mês a mês, horas extras e as de natureza indenizatória, ou então aquelas que não decorrem da remuneração dos serviços prestados, como, por exemplo, a restituição de imposto de renda, retida a maior, despesas ou diárias de viagem do funcionário a serviço, auxílio-alimentação (vale-refeição), auxílio-transporte (vale transporte), auxílio-enfermidade, auxílio-funeral, ou , outras que tenham essa natureza assistencial e que possam ser eventualmente pagas ao funcionário, mas que não representam remuneração pela contraprestação do vínculo empregatício." (grifei - AC n° 87.210-5/3 e AC n° 96.115-5/0, ambas relatadas pelo Des. TELLES CORRÊA).
e:
ANCsA0WA895-51400 — São Paulo —148 Vara da Fazenda Pública 5 45 0035
fls. 6
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"... quanto às verbas não incorporadas, correta a exclusão do cálculo, pois vencimento momentâneo, fruto de situações de natureza passageira, não compõe vencimento do servidor, cuidando-se de mera remuneração." (grifei - AC n° 193.779-5/7 — Rel. Des. OLIVEIRA SANTOS; AC n° 293.859-5/1 Rel. Des. AFONSO FARO; AC n° 110.864-5/8 e AC n° 110.864-5/8, ambas relatadas pelo Des. JOSÉ HABICE, dentre inúmeros outros arestos no mesmo sentido).
Assim decide, ainda hoje, a Eg. 6a Câmara de Direito Público (v.g. - AC n° 457.171-5/6 — v.u. j. de 27.03.06 — de que fui Relator; AC n° 578.030-5/6 — v.u. j. de 19.12.06 e AC n° 578.965-5/2 — v.u. j. de 29.01.07 — Rel. Des. MOREIRA DE CARVALHO; AC n° 622.067-5/9 — v.u. j. de 13.08.07; AC n° 700.716.5/0 — v.u. j. de 22.10.07 — de que fui Relator e AC n° 888.952-5/9 — v.u. j. de 01.06.09 — Rel. Des. OLIVEIRA SANTOS, dentre outros).
Portanto, a sexta-parte incide sobre as vantagens efetivamente incorporadas./
Assim, no caso da autora em atividade, a sexta-parte incide sobre as vantagens efetivamente incorporadas, excluídas as eventuais, ainda que incorporáveis.
Inequívoco não estar a se determinar incidência sobre anterior vantagem de igual natureza, como veda expressamente preceito constitucional (AC n° 922.219.5/0 — v.u. j. de 29.06.09 — Rel. Des. ISRAEL GÓES DOS ANJOS; AC n° 879.185.5/7 — v.u. j de 22.06.09 — Rel. Des. LEME DEI CAMPOS e AC n° 888.952-5/9 — v.u. j. de 01.06.09 — RelyEes. OLIVEIRA SANTOS, dentre inúmeros outros ais no mesmo sentido).
NWrigfi9i.M1945-5/4-00 — São Paulo —14* Vara da Fazenda Pública 6 41 0035
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PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Impõe-se tal restrição do julgado.
b. 2. — O 'prêmio de incentivo à qualidade'.
A Lei no 8.975, de 25.11.94, alterada pelas Leis nos. 9.185, de 21.11.95 e 9.463, de 19.12.96, instituiu o Prêmio de Incentivo aos servidores, em exercício, na Secretaria de Saúde, tendo por objetivo o incremento da produtividade e o aprimoramento da qualidade dos serviços e das ações executados.
Desse modo, o benefício está vinculado à avaliação de certos fatores (I integralidade da assistência ministrada, II — grau de resolutividade da assistência ministrada, III —universidade do acesso e igualdade do atendimento, IV — racionalidade dos recursos para manutenção e funcionamento dos serviços e V — crescente melhoria do Sistema Único de Saúde — Art. 1°, I, II, III, IV e V — fls. 446) afetos ao desenvolvimento dos serviços.
É benefício de caráter provisório, pois não se incorpora aos vencimentos, por expressa determinação legal (art. 40), como também pela sua própria natureza — verba pro labore faciendo.
Assim tem julgado esta Eg. 6a Câmara de Direito Público:
"Quanto à natureza jurídica do prêmio de ince5tivc1" em apreço, nos termos da lei que o instituiu, constata-se que, de acordo com seu artigo 1°, houve a estWação de condições específicas à sua implementação, -qcml seja,
AlkOnk493&896-5/4-00 - São Paulo - 14' Vara da Fazenda Pública 7 410035
fls. 8
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`aos servidores em exercício objetivando o incremento da produtividade e o aprimoramento da qualidade dos serviços prestados na área da saúde.... Configura, deste modo, vantagem pecuniária condicional ou modal concedida em virtude do trabalho que está sendo realizado - pro labore faciendo - mediante avaliação de desempenho, objetivando o aperfeiçoamento do padrão de qualidade dos seus serviços. (grifei - AC n° 234.720-5/6 - Rel. Des. JOSÉ HABICE).
No mesmo sentido: AC n° 348.064-5/8 - v.u. j. de 12.02.07 - Rel. Des. LEME DE CAMPOS; AC n° 557.586-5/9 -v.u. j. de 05.02.07 e AC n° 633.202-5/1 - v.u. j. de 07.05.07 -Rel. Des. MOREIRA DE CARVALHO e AC n° 749.316-5/2 -v.u. j. de 26.06.08 - Rel. Des. OLIVEIRA SANTOS; dentre outros crestos com igual dispositivo.
Tal benefício não se confunde com vantagem semelhante instituída pela LC n° 804/95 e prorrogada pela LC n° 831/97 (específico da Secretaria da Fazenda). Mais se assemelha ao Prêmio de Incentivo à Produtividade e Qualidade - PIPO, criado pela Lei Complementar Estadual n° -841, de 16 de março de 1.998, e, também como esse (AC n° 161.677-5/2 - v.u. j. de 24.02.05 - Rel. Des. SAMUEL JUNIOR e AC n° 160.041-5;3 - por m. de v. - j. de 16.03.04 - Rel. Des. ANTONIO CARLOS MALHEIROS e AC n° 157.098-5/5 - Rel. Des. DEMÓSTENES BRAGA referido na AC n° 246.376-5/8 -v.u. j. de 09.11.04 - Rei. Des. OSVALDO MAGALHÃES), não se incorpora e não se presta a integrar a base de cálculo do 13° salário e do 1/3 de férias, como aqui pretendido e, também,_ em que pesem as doutas opiniões em contrário, já se de5iclii (AC n° 652.827.5/2 - v.u. j. de 07.04.08 - Rel. Des. CARLOS EDUARDO PACHO.
AAV nnA9d3a896-5/4-00 — São Paulo — 14a Vara da Fazenda Pública 8 41 0035
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Tratando-se de verba eventual e transitória não se incorpora à remuneração, não sendo computado para efeito de 13° salário e férias.
Também nisso comporta alteração a r. sentença.
3. Afasto a preliminar. Dou„provaiento, em a" ao apelo da FESP.
EVARIST9/DBOS SANTOS Relator
aiNesnAM3Es895-5/4-00 - São Paulo - 14a Vara da Fazenda Pública 9 41 0035
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PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO ACÓRDÃO/DECISÃO MONOCRATICA
REGISTRADO(A) SOB N''
etingailligie
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos de
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO n° 935.895-5/6-01, da Comarca de SAO
PAULO, em que é embargante FAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO
sendo embargada LIGIA TAVEIRA AMANCIO BERTI:
ACORDAM, em Sexta Câmara de Direito Público do
Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, proferir a
seguinte decisão: "ACOLHERAM OS EMBARGOS, SEM ALTERAÇÃO DO
JULGADO, V.U.", de conformidade com o voto do Relátor, que
integra este acórdão.
O julgamento teve a participação dos
Desembargadores LEME DE CAMPOS e SIDNEY ROMANO DOS REIS.
São Paulo, 09 de nove le 2009.
/0011 1! !! . •S SANTOS
dr
illior e Relator
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ED n° 935.895-5/6-01 — São Paulo — 14' Vara da Fazenda Pública Voto no 20.650 Emgte. FAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO Emgda. LIGIA TAVEIRA AMANCIO BERTI (Proc. n° 185/08)
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO Acolhidos os embargos para suprir a lacuna a respeito da Lei Federal n° 11.960/09, que alterou a Medida Provisória n° 2.180/01, no que diz respeito aosjuros e correção monetária, entendendo aplicável a nova legislação tao-somente às demandas ajuizadas após a sua entrada em vigor. Embargos acolhidos, sem alteração do resultado.
1. Trata-se de embargos de declaração de aresto (fls.- 118/126) desta Eg. 6a Câmara de Direito Público que afastou a preliminar e deu provimento, em parte, ao recurso de sentença que julgou procedente, em parte, ação para condenar a FESP a incorporar o valor integral do prêmio incentivo à qualidade, para que incida no 13° salário e nas férias, bem como o recálculo da sexta-parte e dos qüinqüênios sobre todas as parcelas percebidas de caráter não eventual.
V. acórdão deixou de analisar a alteração das regras de correção monetária e juros de mora dispostas no art.•, da Lei n° 11.960/09. Daí a declaração (fls. 129/132).
É o relatório.
ARTES GRArcAs- TJ
241 DO.$
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2. Acolho os embargos.
Cabia ao aresto dispor sobre as alterações advindas da Lei Federal n° 11.960, de 29 de julho de 2009, no que diz respeito aos juros e correção monetária.
Daí o recebimento dos embargos para suprir lacuna.
Controvertida a questão — aplicação da Lei n° 11.960 aos feitos pendentes —, no âmbito da Seção de Direito Público do Tribunal de Justiça.
Inúmeros julgados entendem incidir a partir de sua vigência (AC n° 591.402-5/0 — v.u. j. de 29.07.09 — Rel. Des. JOSE SANTANA; AC n° 930.041-5/1 — v.u. j. de 18.08.09 —Rel. Des. RENATO NALINI; AC n° 726.183-5/6 — v.u. j. de 02.09.09 — Rel. Des. RUBENS RIHL; AC no 567.325-5/7 — v.u. j. de 02.09.09 — Rel. Des. PAULO DIMAS MASCARETTI e AC n° 643.621-5/4 — v.u. j. de 19.08.09 — Rel. Des. FERRAZ DE ARRUDA).
Outros concluíram por ser aplicável desde a citação (AC n° 913.964-5/9 — v.u. j. de 25.08.09 — Rel. Des. LINEU PEINADO e AC n° 934.256-5/1 v.u. j. de 17.08.09 — Rei. Des. ISRAEL GÓES DOS ANJOS), mas com correção pelo índice da caderneta de poupança e juros de 6% ao ano (AC n° 669.907-5/7 — v.u. j. de 17.08.09 — Rel. Des. FERMINO MAGNANI FILHO).
Finalmente, restringiu-se sua aplicação às demandas posteriores à sua vigência (AC n° 937.7 -5/5 —v.u. j. de 17.08.09 — Rel. Des. RICARDO DIP).
Afti2."805-5/6-01 — São Paulo 14a Vara da Fazenda Pública 3
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E, em que pesem as doutas opiniões em contrário, por coerência, inclusive, à solução dada quanto à alteração do art. 1° F da Lei n° 9.494/97, pelo art. 4° da MP n° 2.180/01, essa última é a orientação a prevalecer.
Somente será cabível a utilização da Lei Federal n° 11.960/09 nas ações propostas após a sua entrada em vigor, ou seja, a partir de 30.06.09.
Confira-se, a propósito, o julgado pelo Colendo Superior Tribunal de Justiça, sobre aquele ponto:
"AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. JUROS DE MORA. INÍCIO DO PROCESSO APÓS A VIGÊNCIA DA MP n° 2.180-35/2001 — INCIDÊNCIA. 1. Com a edição da Medida Provisória n° 2.180-35, de 24 de agosto de 2001, a qual acrescentou o art. 1° F à Lei n° 9.494/97, nos casos em que sucumbente a Fazenda Pública, a fixação dos juros de mora é cabível no percentual de 6% ao ano, se proposta a Ação após a vigência da referida MP." (grifei — AR no REsp n 712.662/RS — j. de 05.05.05 — Rel. Min. LAURITA VAZ).
E tal entendimento — inovação somente incide na:. demandas posteriores à sua vigência — fez escola nesse segmento do Judiciário Paulista (AC n° 397.503-5/6 — Rel. Des. JOSÉ HABICE; AC n° 550.149-5/4 — v.u. j. de 12.06.06; AC n° 566.867.5/2 — v.u. j. de 21.08.06; AC n° 579.180.5/7 — v.u. j. de 09.10.06 e AC n° 937.016-5/9 — v.u. j. de 24.08.09 — de que fui Relator, dentre inúmeros outros arestos no mesmo sentido).
Não é essa a hipótese dos autos.
Descabe aplicar a legislação invocada.
Arizaat1/40205.825-5/6-81 - São Paulo - 144 Vara da Fazenda Pública 4 410035
SANTOS tor
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Assim já se decidiu nesta Eg 6a Câmara de Direito Público (ED n° 914.148-5/4-01 v.u. j. de 19.10.09 — Rel. Des. CARLOS EDUARDO PACHO.
3. Acolho os embargos, o resultado.
AFEDWA1935.1305-5/6-01 - São Paulo --1441 Vara da Fazenda Pública
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Portal de Serviços e-SAJ
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Tribunal de Justica de Sào Pauto P 1. ji;d:
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Número do Processo: 8.26
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Recurso: Embargos de Declaração (0387920-27.2009.8.26.0000) Encerrado
Área: Cível
Assunto: DIREITO ADMINISTRATIVO E OUTRAS MATÉRIAS DE DIREITO PÚBLICO-Servidor Público Civil
Origem: Comarca de São Paulo / Foro Fazenda Pública / Acidente Trabalh / 14.VARA
Números de origem: 185/2008
Recebido em: 6a Câmara de Direito Público
Relator: EVARISTO DOS SANTOS
Revisor: LEME DE CAMPOS
Volume / Apenso: 1 / O
Outros números: 0935895.5/6-01, 18508
Valor da ação: 1.000,00
Última carga: Origem: Serviço de Process. de Recursos de Dir. Público / 53 4.10 - Serv. de Proces. de Rec. aos Tribunais Superiores do 10 ao 40 Gr. de Câm. de Dir. Público. Remessa: 09/02/2015
Destino: Foro / Fórum Fazenda Pública / Acidente Trabalh. Recebimento: 09/02/2015
Processo Principal: 0387920-27.2009.8.26.0000
Apensos / Vinculados
Não há processos apensos ou vinculados para este processo.
Números de la Instãncia
Não há números de la instância para este processo.
Partes do Processo
Embargante: Fazenda do Estado de Sao Paulo Advogado: Lucia Fatima Nascimento Pedrini
Embargado: Ligia Taveira Amancio Berti Advogado: Paula Roberta Souza de Oliveira
Movimentações
Exibindo todas as movimentações. ”Listar somente as 5 últimas.
Data Movimento 09/02/2015 Remetidos os Autos para Vara de Origem
Volume único
09/02/2015 n Expedido Certidão Decurso de despacho (não houve agravo extraordinário)
01/09/2014 Publicado em Disponibilizado em 29/08/2014 Tipo de publicação: Despacho Número do Diário Eletrônico: 1722
20/05/2014 Recebidos os Autos no Processamento de Recursos - Com Despacho
28/04/2014 Remetidos os Autos para Processamento de Recursos - Com Despacho
http://esaj.tj sp.jus.br/cpo/sg/show.do?processo.codigo=RMZO1BHI312KX 07/10/2015
Portal de Serviços e-SAJ Página 2 de 3
25/04/2014 ci RE - Despacho - Repercussão Inexistente - prejudicado A r. decisão proferida no RE n° 764.332/SP - ADICIONAL - QUINQUÉNIO - VENCIMENTOS - INTEGRALIDADE, em 28/2/2014, bem como a pronunciada no ARE n° 675.153, ADICIONAL - SEXTA-PARTE ESTATUTÁRIO, de 10/8/2012, publicada no DJU de 11/9/2012, consideraram inexistente a repercussão geral em casos análogos a estes. Nessa esteira, nos termos do artigo 543-8, § 20, do Código de Processo Civil, fica inadmitido o presente recurso extraordinário. Int. São Paulo, 24 de abril de 2014. RICARDO ANAFE Desembargador Presidente da Seção de Direito Público
09/04/2014 Recebidos os Autos pela Coordenadoria de Gabinetes da Presidência
08/04/2014 Remetidos os Autos à Coordenadoria de Gabinete da Presidência da Seção de direito Público - Conclusão
07/04/2014 Recebidos do Complexo Ipiranga - sobrestados
11/09/2012 Remetidos ao Complexo Ipiranga - sobrestados PREVISAO DE ENTREGA NO IPIRANGA 25/09/2012
27/08/2012 Publicado em Disponibilizado em 24/08/2012 Tipo de publicação: Despacho Número do Diário Eletrônico: 1253
21/08/2012 Recebidos os Autos no Processamento de Recursos - Com Despacho
28/05/2012 Remetidos os Autos para Processamento de Recursos - Com Despacho
21/05/2012 n Despacho Cumpra-se o despacho retro, aguardando-se o julgamento definitivo da questão constitucional referente a Adicional - Quinquênio Tema n° 24 do Supremo Tribunal Federal. Int. São Paulo, 19 de maio de 2012. SAMUEL JÚNIOR Desembargador Presidente da Seção de Direito Público
13/12/2011 Tema n° 702 - Adicional - Quinquênio - Vencimentos - Integralidade sala 1700
18/07/2011 Recebidos os Autos pela Coordenadoria de Gabinetes da Presidência
14/07/2011 Remetidos os Autos à Coordenadoria de Gabinete da Presidência da Seção de direito Público SOBRESTADOS
14/07/2011 Recebidos os Autos do STJ pelo Processamento de Recurso
14/07/2011 Remetidos os Autos para Processamento de Recursos aos Trib. Superiores
02/05/2011 Documento Juntado protocolo n° 2011.00368442-9, referente ao processo 0387920-27.2009.8.26.0000/90002 - Contraminuta
25/04/2011 Recebidos os Autos do Advogado
20/04/2011 Entrega em carga/vista 13/78
12/04/2011 Publicado em Disponibilizado em 11/04/2011 Tipo de publicação: Vista Número do Diário Eletrônico: 930
11/04/2011 Publicado em Disponibilizado em 08/04/2011 Tipo de publicação: Despacho Número do Diário Eletrônico: 929
07/04/2011 Vista VISTA AO(A) EMBARGADO(A) PARA APRESENTAR CONTRAMINUTA AO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL, NO PRAZO DE 10 (DEZ) DIAS.
30/03/2011 Despacho Desp. de fl.: Os agravos dirigidos às Cortes Superiores serão processados nos próprios autos, de acordo com o artigo 544, do Código de Processo Civil, com a nova redação dada pela Lei n° 12.322/2010. Assim, deve a Secretaria observar tal procedimento, providenciando a juntada da petição de agravo aos autos principais e intimar o peticionário a retirar as cópias excedentes. Decorrido o prazo de 10(dez) dias, as peças serão eliminadas pela Secretaria. Adote-se este procedimento para os demais casos análogos. (a) Luís Ganzerla, Desembargador Presidente da Seção de Direito Público. ... Fica intimado o peticionário do(s) Agravo(s) a retirar as peças excedentes no prazo de 10(dez) dias.
29/03/2011 Documento Juntado protocolo n° 2010.01201870-4, referente ao processo 0387920-27.2009.8.26.0000/90001 - Agravo de Instrumento em Recurso Especial
29/03/2011 Recebidos os Autos do Advogado
13/12/2010 Entrega em carga/vista 48-58
13/12/2010 Publicado em Disponibilizado em 10/12/2010 Tipo de publicação: Despacho Número do Diário Eletrônico: 850
13/12/2010 Publicado em Disponibilizado em 10/12/2010 Tipo de publicação: Despacho Número do Diário Eletrônico: 850
03/12/2010 Recebidos os Autos pelo Processamento de Recurso
17/08/2010 Remetidos os Autos para Processamento de Recursos aos Trib. Superiores
05/08/2010 Recurso Especial Por tais razões, não se enquadrando, o caso sub judice, em nenhuma das proposições apresentadas, não admito o recurso especial. São Paulo, 02 de agosto de 2010. LUIS GANZERLA Desembargador Presidente da Seção de Direito Público
05/08/2010 Despacho RE sobrestado e RESP inadmitido
09/07/2010 Recebidos os Autos pela Coordenadoria de Gabinetes da Presidência
11/06/2010 Remetidos os Autos à Coordenadoria de Gabinete da Presidência da Seção de direito Público - Conclusão
02/06/2010 Certidão red.: que a embargada apresentou contrarrazões aos recursos extraord/especial em uma unica petição.
05/04/2010
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Publicado em Disponibilizado em 31/03/2010 Tipo de publicação: Vista Número do Diário Eletrônico: 684
30/03/2010 Vista VISTA AO (A) (S) EMBARGADO (A) (5) PARA APRESENTAR (EM) CONTRARRAZÕES AOS RECURSOS EXTRAORDINARIO E ESPECIAL, NO PRAZO DE 15 (QUINZE) DIAS.
23/02/2010 Recebidos os Autos pelo Processamento de Recurso
18/01/2010 Remetidos os Autos para Processamento de Recursos aos Trib. Superiores
16/01/2010 Subprocesso Cadastrado
02/12/2009 Movimentações Diversas ACORDAO PUBLICADO EM 03/12/2009 E DISPONIBILIZADO
30/11/2009 Publicado Acórdão ACOLHERAM OS EMBARGOS, SEM ALTERACAO DO JULGADO, V.U. ACORDAO REGISTRADO SOB N. 0002689567 C/ 5 FLS. (ART.511 CPC: EVENTUAL RECURSO - SE AO STJ: CUSTAS R$100,00 - COD. 18832-8 E PORTES DE REMESSA E RETORNO COD. 10825-1 (AMBOS GUIA GRU NO SITE WWW.STJ.GOV.BR) - BCO DO BRASIL - RES N. 1/2008 DO STJ - DJU 18/01/2008; SE AO STF: CUSTAS R$ 117,01 - GUIA DARF - COD. 1505 E PORTES DE REMESSA E RETORNO - GUIA FEDTJ COD.140-6 - BCO NOSSA CAIXA OU INTERNET - RESOLUCAO 389/2009 DO STF).
26/11/2009 Diário Oficial - Registro de Acórdão ACORDAO REGISTRADO SOB NR 02689567, C/ 05 FLS.
09/11/2009 Julgado ACOLHERAM OS EMBARGOS, SEM ALTERAÇÃO DO JULGADO, V. U.
09/11/2009 Diário Oficial - Julgamentos ACOLHERAM OS EMBARGOS, SEM ALTERACAO DO JULGADO, V.U. PARTICIPARAM DO JULGAMENTO OS EXMOS. SRS. DES. LEME DE CAMPOS E SIDNEY ROMANO DOS REIS.
29/10/2009 Diário Oficial - Próximos Julgamentos - Novos DISPONIBILIZADO NO D.J.E DE 03/11/2009, CONSIDERANDO A DATA DE PUBLICACAO O DIA 04/11/2009, PARA A PAUTA DA SEXTA CAMARA DE DIREITO PUBLICO, A REALIZAR-SE NO DIA 09/11/2009 (SEGUNDA-FEIRA) AS 9H30, NA SALA 604.
26/10/2009 Movimentações Diversas RECEBIDOS A MESA
20/10/2009 Remetidos os Autos para o Magistrado (Conclusão) 010488 - CLS. AO DES. EVARISTO DOS SANTOS
13/10/2009 Entrado em ENTRADO EM
Subprocessos e Recursos
Não há subprocessos ou recursos vinculados a este processo.
Composição do Julgamento
Participação
Relator
Petições diversas
Data
17/12/2010
25/04/2011
14/10/2011
Julgamentos
Magistrado
Evaristo dos Santos
Tipo
Agravo em Recurso Especial
Contra minuta
Ofício do S.T.J.
Data
Situação do julgamento Decisão
09/11/2009
Julgado ACOLHERAM 05 EMBARGOS, SEM ALTERAÇÃO DO JULGADO, V.U.
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07/10/2015
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Tribunal de Justica de Sào Paulo
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Consulta de Processos do 1°Grau
Orientações
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Dados para Pesquisa
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Número do Processo:
Dados do Processo
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Número do Processo
Unificado Outros
Processo: 0602910-11.2008.8.26.0053 (053.08.602910-2)
Classe: Procedimento Ordinário
Área: Cível
Assunto: Sistema Remuneratório e Benefícios
Local Físico: 25/09/2015 00:00 - AdvOgado - Paula Roberta Souza de Oliveira
Distribuição: Livre - 11/09/2008 às 17/;11
14° Vara de Fazenda Pulblica - Foro Central - Fazenda Pública/Acidentes
Juiz: Randolfo Ferraz de-.1Cacrrp'g
Valor da ação: R$--1,8-00-;0í
Partes do Processo
Reqte: Ligia Taveira Amancio Berti Advogada: Paula Roberta Souza de Oliveira
Reqdo: Estado de São Paulo Advogada: Lucia Fatima Nascimento Pedrini
Movimentações Exibindo todas as movimentações. »Listar somente as 5 últimas.
Data Movimento
25/09/2015 Autos Entregues em Carga ao Advogado do Autor Av Dr Antonio Maria 101 Tel.: 29492064 - OAB/SP 240061 Tipo de local de destino: Advogado Especificação do local de destino: Paula Roberta Souza de Oliveira Vencimento: 02/10/2015
14/09/2015 Certidão de Publicação Expedida Relação :0169/2015 Data da Disponibilização: 14/09/2015 Data da Publicação: 15/09/2015 Número do Diário: Página:
07/08/2015 Remetido ao EME Relação: 0169/2015 Teor do ato: Vistos. Cumpra-se o V.Acórdão, dizendo a autora. Nada sendo requerido, aguarde-se pelo prazo de 180 (cento e oitenta) dias nos termos do artigo 475 3, § 5°, do Código de Processo Civil. Decorrido o prazo, arquivem-se os autos com as devidas anotações. Int. Advogados(s): Lucia Fatima Nascimento Pedrini (OAB 109487/SP), Paula Roberta Souza de Oliveira (OAB 240061/SP)
06/08/2015 Recebidos os Autos da Conclusão
06/08/2015 J Despacho Vistos. Cumpra-se o V.Acórdão, dizendo a autora. Nada sendo requerido, aguarde-se pelo prazo de 180 (cento e oitenta) dias nos termos do artigo 475 J, § 5°, do Código de Processo Civil. Decorrido o prazo, arquivem-se os autos com as devidas anotações. Int.
05/08/2015 Conclusos para Despacho
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29/05/2015 Serventuário
20/02/2015 Recebidos os Autos do Tribunal de Justiça Tipo de local de destino: Cartório Especificação do local de destino: Cartório da 14a Vara de Fazenda Pública
26/06/2009 Remessa ao T.J. - Seção de Direito Público
25/06/2009 Aguardando Providências remessa tj
08/06/2009 Juntada de Contra-Razões junho
23/05/2009 Aguardando Prazo
22/05/2009 Retorno ao Cartório de Origem
21/05/2009 Vista ao Advogado do Autor
14/05/2009 Aguardando Prazo Pz. 07/06
14/05/2009 Certidão de Publicação Relação :0074/2009 Data da Disponibilização: 14/05/2009 Data da Publicação: 15/05/2009 Número do Diário: Página:
13/05/2009 Aguardando Publicação Relação: 0074/2009 Teor do ato: Vistos Recebo a apelação da(s) parte(s) sucumbente(s) demandada(s) - nos efeitos devolutivo e suspensivo. Às contra-razões pela(s) parte(s) apelada(s). Decorrido o prazo, subam os autos ao E. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo Seção de Direito Público. Int. Advogados(s): LUCIA FATIMA NASCIMENTO PEDRINI , PAULA ROBERTA SOUZA DE OLIVEIRA (OAB 240061/SP)
22/04/2009 Aguardando Publicação lote 74
17/04/2009 15 Decisão Interlocutória Proferida Vistos Recebo a apelação da(s) parte(s) sucumbente(s) demandada(s) - nos efeitos devolutivo e suspensivo. Às contra-razões pela(s) parte(s) apelada(s). Decorrido o prazo, subam os autos ao E. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo Seção de Direito Público. Int.
17/04/2009 Conclusos para Decisão Interlocutória apelação
16/04/2009 Juntada de Apelação
31/03/2009 Aguardando Prazo Pz. 07/05
31/03/2009 Certidão de Publicação Relação :0044/2009 Data da Disponibilização: 31/03/2009 Data da Publicação: 01/04/2009 Número do Diário: Página:
31/03/2009 Certidão de Publicação Relação :0044/2009 Data da Disponibilização: 31/03/2009 Data da Publicação: 01/04/2009 Número do Diário: Página:
30/03/2009 Aguardando Publicação Relação: 0044/2009 Teor do ato: Posto isto, julgo procedente em parte a ação ajuizada por Ligia Taveira Amando Berti em face da Fazenda Pública do Estado de São Paulo para o fim de condenar a ré a incorporar o valor integral do prêmio de incentivo à qualidade (PIQ), originalmente instituído pela Lei Estadual n. 8.975/94, para fins de incidência do décimo terceiro salário e do acréscimo constitucional de férias, apostilando-se, e a efetuar o recálculo da sexta-parte paga ao(s) autor(es) de modo que passe a incidir sobre todos os acréscimos financeiros para tanto ainda não considerados de caráter não eventual, bem como para recalcular o(s) adicional(is) de tempo de serviço ao(s) autor(es) concedido(s) ou cujas condições para a concessão foram implementadas até a Emenda Constitucional n. 19/98, de modo que sua base de cálculo inclua não apenas o respectivo vencimento ou salário base do cargo, mas também quaisquer outros acréscimos financeiros pagos a título ou por fundamento diverso de caráter não eventual, apostilando-se, bem como, observada a prescrição qüinqüenal, ao pagamento de diferenças vencidas com correção de cada data de exigibilidade com acréscimo de juros de mora de 6% ao ano (art. 1°-F da Lei Federal n. 9.494/97) a contar da citação, observada a prescrição qüinqüenal, observando-se, ainda e por fim, o reflexo do recálculo de tais verbas sobre o décimo-terceiro salário e, quanto aos qüinqüênios, sobre a sexta-parte. Por força de sua preponderante sucumbência, condeno a ré a pagar as custas e despesas em reembolso, se houver, e honorários advocatícios que fixo em 10% do valor da condenação (diferenças vencidas até a data da sentença acrescidas das vincendas por até um ano). Não há reexame necessário. P.R.I. e C.. (REPUBLICADO POR TER SAIDO COM INCORREÇÃO) Advogados(s): LUCIA FATIMA NASCIMENTO PEDRINI (OAB 109487/SP), PAULA ROBERTA SOUZA DE OLIVEIRA (OAB 240061/SP)
30/03/2009 Aguardando Publicação Relação: 0044/2009 Teor do ato: Vistos. Defiro a gratuidade requerida. Anote-se. Cite-se com as cautelas de praxe. Int. Advogados(s): PAULA ROBERTA SOUZA DE OLIVEIRA (OAB 240061/SP)
26/03/2009 Certidão de Publicação Relação :0042/2009 Data da Disponibilização: 26/03/2009 Data da Publicação: 27/03/2009 Número do Diário: Página: 1990/2002
25/03/2009 Aguardando Publicação Relação: 0042/2009 Teor do ato: Posto isto, julgo procedente em parte a ação ajuizada por Ligia Taveira Amancio Berti em face da Fazenda Pública do Estado de São Paulo para o fim de condenar a ré a incorporar o valor integral do prêmio de incentivo à qualidade (PIQ), originalmente instituído pela Lei Estadual n. 8.975/94, para fins de incidência do décimo terceiro salário e do acréscimo constitucional de férias, apostilando-se, e a efetuar o recálculo da sexta-parte paga ao(s) autor(es) de modo que passe a incidir sobre todos os acréscimos financeiros para tanto ainda não considerados de caráter não eventual, bem como para recalcular o(s) adicional(is) de tempo de serviço ao(s) autor(es) concedido(s) ou cujas condições para a concessão foram implementadas até a Emenda Constitucional n. 19/98, de modo que sua base de cálculo inclua não apenas o respectivo vencimento ou salário base do cargo, mas também quaisquer outros acréscimos financeiros pagos a título ou por fundamento diverso de caráter não eventual, apostilando-se, bem como, observada a prescrição qüinqüenal, ao pagamento de diferenças
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vencidas com correção de cada data de exigibilidade com acréscimo de juros de mora de 6% ao ano (art. 1°-F da Lei Federal n. 9.494/97) a contar da citação, observada a prescrição qüinqüenal, observando-se, ainda e por fim, o reflexo do recálculo de tais verbas sobre o décimo-terceiro salário e, quanto aos qüinqüênios, sobre a sexta-parte. Por força de sua preponderante sucumbência, condeno a ré a pagar as custas e despesas em reembolso, se houver, e honorários advocatícios que fixo em 10% do valor da condenação (diferenças vencidas até a data da sentença acrescidas das vincendas por até um ano). Não há reexame necessário. P.R.I. e C.. Advogados(s): PAULA ROBERTA SOUZA DE OLIVEIRA (OAB 240061/SP)
12/03/2009 Aguardando Publicação imp 42
11/03/2009 Sentença Registrada
10/03/2009 fl Sent.Compl: Pedido Julgado Parcialmente Procedente Posto isto, julgo procedente em parte a ação ajuizada por Ligia Taveira Amancio Berti em face da Fazenda Pública do Estado de São Paulo para o fim de condenar a ré a incorporar o valor integral do prêmio de incentivo à qualidade (PIQ), originalmente instituído pela Lei Estadual n. 8.975/94, para fins de incidência do décimo terceiro salário e do acréscimo constitucional de férias, apostilando-se, e a efetuar o recálculo da sexta-parte paga ao(s) autor(es) de modo que passe a incidir sobre todos os acréscimos financeiros para tanto ainda não considerados de caráter não eventual, bem como para recalcular o(s) adicional(is) de tempo de serviço ao(s) autor(es) concedido(s) ou cujas condições para a concessão foram implementadas até a Emenda Constitucional n. 19/98, de modo que sua base de cálculo inclua não apenas o respectivo vencimento ou salário base do cargo, mas também quaisquer outros acréscimos financeiros pagos a título ou por fundamento diverso de caráter não eventual, apostilando-se, bem como, observada a prescrição qüinqüenal, ao pagamento de diferenças vencidas com correção de cada data de exigibilidade com acréscimo de juros de mora de 6% ao ano (art. 1°-F da Lei Federal n. 9.494/97) a contar da citação, observada a prescrição qüinqüenal, observando-se, ainda e por fim, o reflexo do recálculo de tais verbas sobre o décimo-terceiro salário e, quanto aos qüinqüênios, sobre a sexta-parte. Por força de sua preponderante sucumbência, condeno a ré a pagar as custas e despesas em reembolso, se houver, e honorários advocatícios que fixo em 10% do valor da condenação (diferenças vencidas até a data da sentença acrescidas das vincendas por até um ano). Não há reexame necessário. P.R.I. e C.. (REPUBLICADO POR TER SAIO() COM INCORREÇÃO)
09/03/2009 Conclusos para Sentença cls. 10/03
07/03/2009 Juntada de Contestação março
14/01/2009 Aguardando Prazo de Contestação/Impugnação prazo 23/03/09
14/01/2009 Juntada de Mandado
15/12/2008 Aguardando Prazo pz. 1.2
04/12/2008 Aguardando Providências
04/12/2008 Mandado de Citação Emitido Mandado no: 053.2008/014952-0 Situação: Emitido em 04/12/2008 Local: Cartório da 14a Vara de Fazenda Pública
18/11/2008 Aguardando Providências dat
14/11/2008 Despacho Proferido Vistos. Defiro a gratuidade requerida. Anote-se. Cite-se com as cautelas de praxe. Int.
14/11/2008 Conclusos para Despacho
11/09/2008 Distribuição Livre
Incidentes, ações incidentais, recursos e execuções de sentenças
Não há incidentes, ações incidentais, recursos ou execuções de sentenças vinculados a este processo.
Petições diversas
Não há petições diversas vinculadas a este processo.
Audiências
Não há Audiências futuras vinculadas a este processo.
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Desenvolvido pela Softplan em parceria com a Secretaria de Tecnologia da Informação - STI
https://esaj.tjsp.jus.br/cpo/pg/search.do?paginaConsulta=1&localPesquisa.cdLocal=-1&c... 07/10/2015
PROCURADORIA GERAL DO ESTADO PROCURADORIA JUDICIAL
14' VARA DE FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DA CAPITAL - FAZENDA PÚBLICA.
PROCEDIMENTO ORDINÁRIO W. 0602910-11.2008.8.26.0053
REQUERENTE: LIGIA TAVEIRA AMANCIO BERTI
REQUERIDO: ESTADO DE SÃO PAULO
CAF
SAP
Trata-se de ação na qual a parte autora pleiteia a inclusão do prêmio de incentivo no 13°, férias, quinquênio e sexta parte.
Em primeira instância, a ação foi julgada procedente para
• determinar o pagamento do prêmio de incentivo sobre 13° e férias,
• determinar o recálculo da sexta parte sobre todos os acréscimos financeiros ainda não considerados de caráter não eventual
• bem como determinar o recalculo do adicional de tempo de serviço, cujas condições para concessão foram implementadas até EC 19/98 seja pago sobre todos os acréscimos financeiros não eventuais.
No acórdão exequendo, a sentença foi parcialmente modificada para que a sexta-parte incida apenas sobre as vantagens efetivamente incorporadas, excluídas as eventuais, ainda que incorporáveis.
Quanto ao prêmio de incentivo, foi decidido que o prêmio de incentivo é verba eventual e transitória, que não se incorpora à remuneração, não sendo computada para efeito de 13° e férias.
Assim, requer a autuação desses documentos como PJf e encaminhamento à CAF e que seja cumprida a obrigação de fazer, nos seguintes termos:
que a sexta parte incida apenas sobre as vantagens efetivamente incorporadas e
que o recálculo do adicional temporal seja limitado aos quinquênio adquiridos até a Emenda Constitucional 19/98.
Aproveita-se a oportunidade para agradecer a atenção.
São Paulo, 07 de outubro de 2015.
tiJCIA F. N. PEDRIN: Procuradora do EStadc. OAB/SP. 109.437
1 Rua Maria Paula, 67, lo Andar, Bela Vista, São Paulo-SP
2008.01.019413
PROCURADORIA GERAL DO ESTADO PROCURADORIA JUDICIAL
(1) Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
II - recusar fé aos documentos públicos;
Rua Maria Paula, 67, lo Andar, Bela Vista, São Paulo-SP 2008.01.019413
Governo do Estado de São Paulo
Secretaria da Fazenda
Rol de Autores - Dados Funcionais
Processo PJ :
PJF/DIJ-19413-2008
Processo n° :
0602910-11-2008-8-26-0053 - 14° Vara Fazenda Pública
Interessado :
LIGIA TAVEIRA AMANCIO BERTI
Assunto :
OBRIGAÇÃO DE FAZER
Nome LIGIA TAVEIRA AMANCIO BERTI
Data Ingresso 06/08/1982
Data Falec. RG 56650065
RS Data de Nascimento 3531727 20/03/1960
Sexo F
CPF 4764517876
Envio PV 01
EX 01
EV Inicio Exercício 04/10/1989
Data Situação Situação 20/09/1993 EXCLUI
Cargo 4331
Cat. 6°Parte N
Quinq Jor Padrão 1 7
Nível Secret. 44
LIA 53164
Orgão DSD 1
SD 141
DRA _ NRH '.›
01 06/08/1982 23/07/2002 c- - AF.S/P 4349 A S 6 1 1 B i 9 , 73767 1 145 NRI-1-- ...i. 02 20/09/1993 23/07/2002 EXCLUI 4331 C N 3 1 7
._ 44 53164 1 141 NRH
Total de Autores : 1
1 16/03/2016 (Caso : 8796641 )
PT.ZOCESSC) P71-7 : 19=i:13/2008 PkiCES7C)
IN
A csu
CDERICA.C.A.C_-} DE FAZ Ern,),
F417,-;:TO:
recaÍ u1 da sexta parte '...-)ara que incidi-, abei-n.1s
el'±Jar- ente incor72oradas, excluídJ.:s as Ve-rO,,.15 tir"MCS
art. .29 L Consí Oco Estndu.a.'„
qua ia con-i -Hetce a -1-C1111a0 J1011 i:-;;:;:jVC, e o
recalculo do adicional temporal para que scia licalra. a aGs
adquiridos até a Emenda Constitucional de .3.9P.,'8, ires'nei - da
do julgado deverá. ser observadn. n.o
aute:-'iro recáleulo da sexta parf:e bar.) que iac O
0±_etivarnenl-e
evenw:i ...s nos ternos do art. 129 da Cdn0in.3n - d'
fi , ,j; de. ::', -11,:rta0 COrnpi(21.0-,2 telTr)c ard;;; c..-J
CO. C O CVJ 00 LOD-111)(:::TI! 0-CfSs O os er Ra atj, a ConstitLe-',on?! de "C
Qundc, na Obrigaçã:p de Pagar, doacrá e órgJo
nálculos a \''.s;-.3, da situacão financeira, -bra ta:-(er
to',:al,idade los vennime,ntos„
G 01GS cLt',-)s O a
0)11 011 3
SaIienn-imos dever..':. ser proce;soAla a aza qOn d '- 0311 1011 oli- lil QTDE-IE2 CC
138/12-AJ, por p'rl' ia 11 atoada Tt5101.
dL,a la ocolTeu
De acordo. Encaminhe-se à Secretariadai-ide., DDP/CIPJ, em -16 de março dP
MARIA P. DE SOUZA \
Técn ico eia Fazenda Estadual
Direta. r
GOVERNO DO .E.STAD'O 11)E Sitn RAU- -; SECRETARIA DA
CAF/DDPE/CIPj PGE/JUDICIAL/S„AP
PROCESSO _PJ/.F : PROCESSO N." : INTERESSADO : ASSUNTO :
19413/2008 0602910-11.2008.8.26.0053-14' '-‘,7iTP LIGIA TAVEIRA AMA NICIC OBRIGAÇÃO DE FAZER
Trata o presente do clin).óri:m-ii Fazer, face da ação movida por: LIGIA TAVE)- Ri,
c' 2
Juntamos às fis.40, a fórmula da ç,ara. cumprimento do julgado ante a manifestação do Procurador da '.-_6).1s=- nos termos do Decreto n" 61.782/2016, para o cumprimentn ac:'n Fazer.
Deverá ser observada a raani::esLac, Oficiante (piando do cumprimento da obrigação de fazer, o i_-)Tazo pa -e'arna, assim como informe do transito em julgado em atenciimen':o a PoiTtariado Diretor Presidente da São Paulo Previdência - SEPREV n' 2:1-ijir'2 e iris':7!ca-_o n" 01/2002 do ICE no respectivo Processo Único de Contagem de Terry3o (PUCT).
Após as providencia (T_)'.:a s ah aro questão, deverão ser encaminhadas cópias cla:; a~.)ostilas di-etarree ans es no Poder judiciário, por meio de oficio cora indicativa do rre:'2:3sa, encabeçante (art. 9° do referido diploma legal).
Isso posto, encaminhe-se o pese. o de apostilamento direito conforme Resolução Coniur:ca SF„:'-:CE 03. 04/02/2016 Seci-etaria da Satide.
DDP/Cli. J, cmiii de marcc de 201t=,.
SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE COORDENADORIA GERAL DE ADMINISTRAÇÃO
CENTRAL DE PROTOCOLO EXPEDIÇÃO E ARQUIVO
TERMO DE APENSAMENTO
Nesta data, atendendo à solicitação do Centro de Legislação de
Pessoal do GGP-Grupo de Gestão de Pessoas/CLP, apensamos ao processo n°
001/0941/019.413/2008 o processo n° 001/0001/001.722/2016.
Devidamente providenciado, encaminhe-se a unidade supra.
CGA/CPEA/PROTOCOLO
07/04/2016
Luiz Antonio Martins Diretor Técnico I
CGA/CPEA/PROTOCOLO
SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE COORDENADORIA DE RECURSOS HUMANOS
GRUPO DE GESTÃO DE PESSOAS CENTRO DE LEGISLAÇÃO DE PESSOAL
GGP/CLP
PROCESSO N°. 001/0941/019.413/2008 (AP N°. 001/0001/001.722/2016)
INTERESSADO: LIGIA TAVEIRA AMANCIO BERTI
ASSUNTO:
AÇÃO ORDINÁRIA
Encaminhem-se os autos ao Centro de Controle de Recursos
Humanos para que seja providenciada a competente Portaria, DECLARANDO, à vista de
decisão judicial transitada em julgado, constante do Processo n° 0602910-11.2008.8.26.0053
(14a Vara de Fazenda Pública - Foro Central/SP), PJ/F n.° 2008.01.019413 e AP n.°
001.0001.001.722/2016, que LIGIA TAVEIRA AMANCIO BERTI, RG. 56650065-6,
classificada no Dep. Regional Saúde - DRS-1, faz jus ao "recálculo da sexta-parte, de
forma a incidir sobre as vantagens efetivamente incorporadas, excluídas as eventuais
ainda que incorporáveis, nos termos do artigo 129 da Constituição Estadual, a partir de
05/10/89, ou a partir de quando completou o tempo aquisitivo, se posterior a essa data,
bem como o recálculo do adicional temporal para que seja limitado aos quinquênios
adquiridos até a Emenda Constitucional de 19/98. Deverá ser respeitada a prescrição
quinquenal a contar do ajuizamento da ação que ocorreu em 11/09/2008."
CLP, em 10 de maio de 2016.
ORLANI3011----ÉL DO FERNANDES DIRETOR TÉCNICO II
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