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AGR ÍCOLA
MATO
EUCALIP TO
PINHEIRO
MISTO
OUTRAS ESPÉCIES
SOCIAL
#Y PONTOS DE AM OSTRAGEM
#Y
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MAT EUC PIN MIS OE0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
Ab
un
dâ
ncia
(nº c
asa
is)
KW-H(4;44) = 33.64; p < 0.001
Altura e complexidade estrutural da vegetação
Diagrama de ordenação resultante da DCA
-3 -2 -1 0 1 2 3 4-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
Sylund
Cuccan
Serser
ParcriParate
Picvir
Parcae
Aegcau
CerbraColpal
ParmajFricoe
Gargla
Turmer
Carchl
Phibhr
Sylatr
Erirub
Pasdom
Cetcet
Regign
Denmaj
EstastTrotro
Saxtor
Cisjun
StrturCarcan
Sylmel
LularbEmbcia
PrumodSylcan
Espécies associadas aos MATOS
Espécies mais
generalistas
Espécies associadas à FLORESTA
FIGURA 3 – Ordenação das espécies em função dos dois primeiros
eixos da Análise de Correspondência. (Espécies com padrões de
ocorrência e abundância semelhantes aparecem próximas).
Área de estudo
A área de estudo corresponde
ao concelho da Lousã onde os
povoamentos florestais ocupam
cerca de 60% do território,
sendo o pinheiro-bravo e o
eucalipto dominantes, cobrindo
cerca de 67% e 24% do total da
área florestal respectivamente.
A restante área do concelho
encontra-se coberta por
terrenos agrícolas (≈ 20%), ou
permanece inculta e ocupada
essencialmente por formações
arbustivas (≈ 20%) (FIGURA 1).
Foram inventariadas 43 espécies de aves nos
pontos de escuta, embora apenas 34 tenham sido
consideradas para análise. A carriça T.
troglodytes, o pisco-de-peito-ruivo E. rubecula e a
toutinegra-de-barrete-preto S. atricapilla foram as
espécies mais frequentes e representaram no seu
conjunto cerca de 44% do total de casais
(TABELA 2).
A Riqueza Específica, a Abundância e a
Diversidade variaram significativamente e de
modo semelhante em função das classes de uso
do solo, evidenciando uma progressão no
sentido: Eucalipto → Pinheiro → Floresta Mista
→ Outras Espécies. Os valores obtidos para a
classe Matos foram intermédios entre os obtidos
para o Eucalipto e as restantes classes (FIGURA
2).
Este estudo foi realizado no âmbito do Projecto “FORSEE – Uma rede europeia de
zonas piloto de metodologias operacionais” cujo principal objectivo é a consolidação
do Processo Pan-Europeu de Certificação Florestal (PEFC) para florestas que são
geridas utilizando práticas silvícolas ambientalmente sustentáveis. O projecto FORSEE
pretende testar e avaliar os vários critérios e indicadores actualmente utilizados pelo
PEFC numa rede europeia de zonas-piloto, o que permitirá fornecer às regiões
participantes métodos, ferramentas e competências para avaliação, acompanhamento e
promoção da gestão sustentável das florestas.
As comunidades de aves florestais são consideradas como um dos indicadores a testar
no âmbito deste projecto. Neste poster são apresentados os resultados referentes à
primeira fase deste estudo que consistiu na descrição dos parâmetros e estrutura das
comunidades de aves nidificantes em povoamentos florestais numa das zonas-
piloto nacionais – o Concelho da Lousã. Análises referentes à adequação deste grupo
como indicador do tipo e intensidade de gestão encontram-se ainda em progresso.
Bibliografia
Rui Morgado & Susana Dias
COMUNIDADES DE AVES NIDIFICANTES NOS POVOAMENTOS FLORESTAIS
DO CONCELHO DA LOUSÃ
TABELA 2 - Frequência de ocorrência e abundância de cada
espécie. ■ – espécie observada nos locais de amostragem
mas eliminada da análise. □ – espécie observada fora dos
locais de amostragem.
Centro de Ecologia Aplicada “Prof. Baeta Neves”
Instituto Superior de Agronomia
Tapada da Ajuda, 1349-017 Lisboa
mail to: ruimorgado@isa.utl.pt
0
2
4
6
8
10
12
14
16
Nº e
sp
écie
s
KW-H(4;44) = 34.57; p < 0.001
MAT EUC PIN MIS OE
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
Div
ers
ida
de
Mean Mean±SE Min-Max
KW-H(4;44) = 34.49; p < 0.001
Classe Código Nº Locais Descrição
Eucalipto EUC 9 Povoamentos puros de eucalipto
Pinheiro-bravo PIN 8 Povoamentos puros de pinheiro-bravo
Floresta Mista MIS 8 Povoamentos mistos (pinheiro-bravo e eucalipto essencialmente)
Outras Espécies OE 12 Povoamentos dominados por outras espécies (castanheiro, carvalhos, etc.)
Matos MAT 7 Formações arbustivas
Censos de Aves
As contagens de aves foram efectuadas nos locais seleccionados durante a Primavera
de 2005 através do método pontual sem limite de distância (excepto os limites da
própria parcela) com um período de contagem de 10 minutos (Bibby et al. 1992). Cada
local foi visitado por duas vezes - (final de Abril e final de Maio), tendo sido utilizados
os valores de riqueza e de abundância mais elevados das duas visitas.
Tratamento de dados
A abundância de cada espécie foi expressa em nº de casais seguindo o critério de
DeSante (1981). Aves de rapina, grandes Corvídeos, Apodídeos e Hirundinídeos foram
excluídos da análise por se considerar não ser este o método mais adequado à sua
amostragem.
Os parâmetros Riqueza Específica, Abundância e Diversidade (Índice de Shannon)
foram comparados entre as diferentes classes consideradas utilizando o teste de Kruskal
Wallis (Siegel & Castellan 1988). A estrutura da comunidade foi sumariada através de
uma análise de correspondência (programa CANOCO, Ter Braak 1987).
TABELA 1 – Classes de povoamento consideradas e nº de locais de amostragem seleccionados
Espécies % Ocorrência % Abundância
Troglodytes troglodytes 81,63 18,07
Erithacus rubecula 77,55 14,52
Sylvia atricapilla 65,31 11,53
Fringilla coelebs 57,14 7,32
Turdus merula 44,90 3,99
Certhia brachydactyla 38,78 4,66
Regulus ignicapillus 36,73 4,10
Parus ater 36,73 5,43
Parus major 34,69 3,99
Carduelis chloris 34,69 3,33
Serinus serinus 28,57 2,77
Parus cristatus 26,53 2,88
Streptopelia turtur 24,49 2,33
Garrulus glandarius 22,45 1,44
Dendrocopus major 20,41 1,22
Columba palumbus 14,29 1,33
Sylvia melanocephala 14,29 1,00
Aegithalos caudatus 14,29 1,44
Carduelis cannabina 14,29 1,44
Prunella modularis 10,20 1,33
Picus viridis 8,16 0,78
Cuculus canorus 6,12 0,67
Sylvia undata 6,12 0,89
Phylloscopus brehmii 6,12 0,67
Parus caeruleus 6,12 0,67
Lullula arborea 4,08 0,44
Cisticola juncidis 4,08 0,44
Saxicola torquata 4,08 0,33
Cettia cetti 2,04 0,22
Estrilda astrild 2,04 0,22
Hippolais polyglotta 2,04 0,22
Sylvia cantillans 2,04 0,11
Passer domesticus 2,04 0,11
Emberiza cia 2,04 0,11
Buteo Buteo ■ ■
Milvus migrans ■ ■
Accipiter nisus ■ ■
Falco subbuteo ■ ■
Apus apus ■ ■
Hirundo rustica ■ ■
Delichon urbica ■ ■
Corvus corone ■ ■
Corvus corax ■ ■
Hieraaetus pennatus □ □
Streptopelia decaocto □ □
Alectoris rufa □ □
Tyto alba □ □
Motacilla cinerea □ □
Motacilla alba □ □
Phoenicurus ochruros □ □
Luscinia megarhynchos □ □
Carduelis carduelis □ □
Selecção dos locais de amostragem
Foram consideradas para amostragem quatro tipos de povoamento florestal e ainda uma
classe correspondente às formações arbustivas. Dentro de cada classe, cerca de dez
locais de amostragem foram aleatoriamente seleccionados a partir de uma grelha de
pontos usada no Inventário Florestal Nacional (GAUSS 1x1 km) e do mapa de uso do
solo (FIGURA 1, TABELA 1).
FIGURA 2 – Variação da Riqueza Específica,
Abundância e Diversidade (Índice de
Shannon) por classe de uso do solo.
A comunidade de aves dos povoamentos florestais do Concelho da Lousã é relativamente
pobre e dominada por um pequeno grupo de espécies mais generalistas, resultado que pode
ser explicado pelo predomínio da floresta de produção na região.
O padrão de variação dos parâmetros calculados está de acordo com o obtido noutros
trabalhos, incluindo estudos realizados a escalas espaciais mais alargadas (e.g. Dias et al.
2001): os eucaliptais constituíram os povoamentos mais pobres, enquanto que os
povoamentos de folhosas autóctones como o castanheiro e o carvalho-alvarinho (mesmo
ocorrendo em parcelas reduzidas e de forma fragmentada) contribuíram de forma decisiva
para o aumento da riqueza e diversidade de aves local.
Neste momento estes dados estão a ser cruzados com variáveis relativas à estrutura da
vegetação dos povoamentos e tipo de gestão silvícola por forma a avaliar o potencial da
utilização deste grupo como indicador de biodiversidade na certificação ambiental de florestas
mediante o protocolo PEFC.
FIGURA 1 – Localização e mapa de uso-do-solo do Concelho da Lousã e
identificação dos locais de amostragem.
0 2 4 Kilometers
Os resultados da análise de
correspondência sugerem uma
estruturação da comunidade de aves ao
longo do gradiente de altura e
complexidade estrutural da vegetação, de
matos para floresta, sendo as diferenças ao
nível da composição de espécies entre os
vários tipos de florestas menos evidentes
(FIGURA 3).
Métodos
Introdução Resultados
Conclusões
Project co-financed by the European Union
A community initiative
FEDER-INTERRREG IIIB Atlantic Area
Bibby, C. J.; Hill, D.A. & Burgess, N.D. (1992). Bird Census Techniques. Academic press., London.
DeSante, D. F. (1981). A field test of the variable circular-plot censusing technique in a California coastal crub breeding bird community.
Studies Avian Biol. 6:177-185.
Dias, S.; Moreira, F. & Rego, F. (2001). Comunidade de aves nidificantes nas florestas portuguesas. Livro de Resumos do III Congresso de
Ornitologia. Castelo Branco, Portugal, Nov. 2001.
Siegel, S. & Castellan, N.J. (1988). Nonparametric Statistics for the Behavioral Sciences. McGraw-Hill, New York.
Ter Braak, C.J.F. (1987). CANOCO – a FORTRAN Program for Canonical Community Ordination by Partial Detrended Canonical
Correspondence Analysis (version 2.1). TNO Intitute of Applied Computer Sciences, Wageninigen, The Netherlands.
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