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Cerca de 209 mil vagas temporárias serão disponibilizadas até o mês de dezembro.
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53% dos empresários devem contratar mão de obra extra para o fim do ano,
revela estudo do SPC Brasil
Menos otimista que em 2013, empresariado achata remuneração e opta por
contratações tardias. Ao todo, mais de 209 mil vagas devem ser criadas
Com a aproximação das festas de fim de ano, os lojistas se preparam para
atender a demanda aquecida do Natal, ampliando o seu quadro de funcionários.
Um levantamento realizado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e
pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) nas 27 capitais revela
que mais da metade (53%) dos empresários dos setores do comércio e de
serviços já contratou ou pretende contratar trabalhadores temporários neste
fim de ano. Estima-se que até o término de 2014 aproximadamente 209 mil
temporários sejam absorvidos para preencher as vagas de emprego
disponíveis.
A pesquisa indica, contudo, que neste ano os empresários estão mais reticentes
em contratar. Em 2013, a estimativa do SPC Brasil era de que mais de 233 mil
vagas seriam criadas para o mesmo período. Além disso, em 2014, aumentou
de maneira expressiva a quantidade de empresas que ainda estão esperando
um sinal positivo do mercado para contratar: elas eram 20% em 2013 e
passaram para 28% em 2014. Na avaliação da economista-chefe do SPC Brasil,
Marcela Kawauti, a elevação do percentual de contratações tardias sinaliza que
o empresariado está cauteloso, esperando até o último momento para investir
em mão de obra temporária, a fim de evitar prejuízos e gastos desnecessários
com a folha de pagamento.
O estudo mostra que quem procura uma colocação temporária em 2014
deve ficar atento, pois a maioria das contratações deve ocorrer entre
os meses de outubro (37%) e novembro (38%), segundo a avaliação dos
empresários pesquisados. Apenas 13% já efetuaram as contratações nos meses
de agosto e setembro e 7% devem realizá-las somente em dezembro, quando
faltarem poucas semanas para o Natal.
“O cenário de compasso de espera se dá por conta dos fracos indicadores
econômicos. Temos observado sucessivas pioras no desempenho do comércio e
da indústria, com reflexos significativos no emprego e na confiança de
consumidores e empresários. Em meio às incertezas no campo da economia, os
empresários parecem postergar ao máximo suas decisões”, afirma a
economista.
Para os especialistas do SPC Brasil, não existe um mês ideal para que as
contratações sejam realizadas. Cada empresa deve fazê-la de acordo com o
mercado e com o fluxo de vendas previsto para o final do ano. Apesar disso, é
recomendável que os temporários sejam contratados com certa antecedência
para que possam ser treinados e avaliados antes que o movimento pré-festas
fique mais intenso. “Muitas vezes os lojistas acabam continuando com esses
colaboradores por mais um tempo após o Natal por causa da alta demanda no
período de troca de presentes e de liquidações no início de ano”, explica Flávio
Borges, gerente financeiro do SPC Brasil.
Menos efetivações e salários mais baixos
Sete em cada dez (70%) empresários ouvidos pela pesquisa não pretendem
aumentar o número de contratações temporárias em 2014, na comparação com
o ano passado. Na média, cada empresa deve contratar até o fim do ano
entre três e quatro trabalhadores para reforçar seu quadro de
funcionários. A intenção de efetivação dos temporários também apresentou
queda. Em 2013, 52% das empresas pretendiam fazer pelo menos uma
efetivação após o término do contrato dos temporários; este ano, o percentual
passa a ser de 32%.
Com menos disposição para aumentar o volume de contratações, os
empresários também devem diminuir o tamanho da remuneração paga aos
seus novos funcionários. Pouco mais da metade (51%) das empresas que
fazem uso da mão de obra temporária planeja pagar um salário mínimo (R$
724,00) aos contratados. Na comparação entre 2013 e 2014, o SPC Brasil e a
CNDL observam que houve queda no intervalo de remuneração de dois a três
salários mínimos (de R$ 1.448,00 a R$ 2.172): no ano passado, 30% das
empresas disseram que o pagamento de seus funcionários temporários estaria
nesta faixa, enquanto que este ano apenas 28% afirmaram o mesmo. O
salário médio do trabalhador temporário em 2014 deve ser de R$
935,54.
Prática bastante habitual entre comerciantes e prestadores de serviços, o
pagamento de comissões como remuneração complementar ao salário, deve
estar presente em 35% das contratações. A maioria (60%) dos novos
funcionários deve ser remunerada somente por meio dos salários e em alguns
casos, também com benefícios como ticket refeição e vale transporte. Além
disso, duas em cada dez (19%) contratações devem ser informais, ou
seja, sem carteira assinada.
Perfil do trabalhador desejado
De acordo com o levantamento, as funções mais procuradas pelas empresas
são as de vendedor e balconista (46%), caixa (28%), garçom (24%),
estoquista e repositor (15%), auxiliar de limpeza (10%) e ajudante de cozinha
(6%).
Reforçar o quadro de funcionários para dar conta do aumento da demanda no
período pré-festas (81%) é o motivo mais citado pelos entrevistados na hora de
justificar as contratações extras, mas há também os empresários que
contratam pensando em melhorar a sua competição no mercado (10%) e
aqueles que se planejam para lidar com a rotatividade de funcionários (8%).
Dentre os empresários que não pretendem contratar (47%) nenhum
trabalhador, um terço (33%) disse que aumentaria a carga horária de seus
atuais funcionários para suprir a demanda do período.
A pesquisa procurou conhecer as características pessoais e as habilidades
profissionais dos empregados mais requisitadas pelos comerciantes e
prestadores de serviços. Ser dinâmico (53%), comprometido (37%), trabalhar
em equipe (26%) e ser comunicativo (25%) são as principais características
desejáveis para o profissional buscado. Outra característica curiosa é que o
público feminino tem mais oportunidades nos empregos temporários: 44% dos
empresários entrevistados preferem mulheres, principalmente entre as
empresas do setor de comércio (46%).
Para completar o perfil, 60% dos empresários buscam profissionais com até 34
anos de idade e para 89% dos recrutadores, ter o ensino médio completo ou
incompleto é o suficiente para se ocupar o posto, mesmo que o trabalhador não
tenha um curso extracurricular na área pretendida.
“As contratações temporárias são uma boa oportunidade para o jovem que está
procurando o primeiro emprego ou para quem está desempregado e quer se
reposicionar no mercado de trabalho. Ter desenvoltura para lidar com o público
é importante, mas não se pode descartar uma boa dose de comprometimento e
dedicação. Uma dica importante aos candidatos é encarar o trabalho
temporário com seriedade e como uma porta de entrada para permanecer na
empresa”, orienta o gerente financeiro, Flávio Borges.
Expectativa de vendas
De acordo com a pesquisa, as perspectivas de vendas para o fim de ano
esboçam um quadro positivo, embora com menos intensidade se comparado
com a expectativa observada na pesquisa do ano passado. Se por um lado, o
percentual de pessimistas caiu de 12% em 2013 para 6% em 2014, o número
de empresários que acreditam em vendas superiores às registradas no
ano passado também retraiu, passando de 55% para 46%. Isso fez com
que a quantidade de empresários com percepção estável sobre o mercado - ou
seja, que projetam vendas no mesmo patamar do ano passado - saltasse de
28% para 42%.
A economista do SPC Brasil, Marcela Kawauti avalia que apesar dos recentes
indicadores sinalizarem que o consumo está perdendo força no país, é natural
que o período natalino impulsione as vendas no comércio, já que,
tradicionalmente, é a data de maior lucratividade para o varejo nacional. “O
tom predominantemente otimista do empresariado pode ser interpretado como
uma esperança em recuperar as perdas que eles registraram ao longo do ano
em outras datas comemorativas”, explica.
Metodologia
O Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional de
Dirigentes Lojistas (CNDL) entrevistaram in loco 623 empresários e gestores de
empresas dos segmentos de serviços e de comércio nas 27 capitais brasileiras.
A margem de erro é de no máximo 3,9 pontos percentuais para um intervalo de
confiança a 95%. Isso significa que em 100 levantamentos com a mesma
metodologia, os resultados estarão dentro da margem de erro em 95 ocasiões.
Os objetivos da pesquisa foram sondar as perspectivas de contratação de mão
de obra temporária para o fim do ano, investigar percepções gerais sobre o
mercado de contratações e mapear o perfil do profissional desejado para as
contratações temporárias.
Baixe a pesquisa completa
em https://www.spcbrasil.org.br/imprensa/pesquisas
Informações à imprensa:
Vinícius Bruno
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