A arquitetura do ferro e do vidro

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A arquitetura do ferro e do vidro nos finais do século XIX/Início do século XX

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Século XIX

Explosão demográfica nas grandes cidades industrializadas

Novas necessidades >> novos tipos de construções:

• Necessidade de alojamento de milhares de trabalhadores;

• Novas infraestruturas materiais para a produção e para o

transporte (fábricas, armazéns, estufas, caminhos de ferro,

mercados, pontes, gares, etc.);

• Necessidade de aproveitamento de espaço (propicia a construção

em altura);

Os criadores destas novas tipologias foram os engenheiros que eram novos

profissionais saídos do ensino moderno e atualizado e que por isso tinham mais

preparação científico-técnica:

• Conhecimentos de física mecânica;

• Resistência de materiais;

• Geometria;

• Matemática;

• Utilização de novos equipamentos e novos meios construtivos;

• Aproveitamento de novos materiais, produzidos industrialmente e por isso

mais baratos (tijolo cozido, ferro, vidro, aço e, mais tarde, cimento e betão).

Ferro: desde meados do século XVIII que já era aplicado em vários tipos de

construção, principalmente pela sua plasticidade e resistência, sobre a forma de

barras lineares em secção de “I”, que se podiam associar entre si, criando

estruturas construtivas, fáceis de montar e adaptáveis a todas as formas e

dimensões.

Inicialmente o seu formato em barras aplicou-se primeiro a construções abertas,

como pontes, e depois da resistência e funcionalidade comprovadas foi aplicado

em grandes cúpulas e coberturas mais arrojadas.

Em 1830, o emprego do ferro foi generalizado nas construções, pela invenção da

viga-mestra em ferro pelo francês Polonceau. Aligeiraram-se os suportes (mais

finos e mais afastados), reforçaram-se alicerces, vigas e paredes mestras,

sobretudo nas construções em altura.

A generalização do uso do ferro também se deu pela sua resistência ao fogo.

Esteticamente não era bonito e talvez por isso inicialmente ficava escondido, pela

pedra, tijolo, mármore ou por formas decorativas ao gosto da época.

O início da aceitação do ferro deu-se a partir da construção do Palácio de Cristal, de Joseph

Paxton, que acolheu a Primeira Exposição Mundial de Londres, em 1851.

Esta construção foi inovadora não só ao nível construtivo mas também ao nível

estético. As paredes eram formadas por amplas e contínuas vidraças (ao estilo de

uma estufa) e foi decorado por estruturas metálicas pintadas em azul e vermelho.

Crystal Palace, Joseph Paxton, Londres, 1851

Crystal Palace, Joseph Paxton, Londres, 1851

Crystal Palace, Joseph Paxton, Londres, 1851

Crystal Palace, Joseph Paxton, Londres, 1851

Crystal Palace, Joseph Paxton, Londres, 1851

Crystal Palace, Joseph Paxton, Londres, 1851

Crystal Palace, Joseph Paxton, Londres, 1851

Crystal Palace, Joseph Paxton, Londres, 1851

Crystal Palace, Joseph Paxton, Londres, 1851

Crystal Palace, Joseph Paxton, Londres, 1851

Incêndio de 30 novembro 1936

Crystal Palace, Joseph Paxton, Londres, 1851

Incêndio de 30 novembro 1936

Crystal Palace, Joseph Paxton, Londres, 1851

Alguns dias após o

Incêndio de 30 novembro 1936

Outras realizações tiveram

igual êxito como a Torre Eiffel,

construída juntamente com a

Galeria das Máquinas para a

Exposição Universal de Paris

de 1889. Não tinha nenhum

objetivo funcional, foi

construída apenas para

demonstrar as capacidades

técnicas da nova engenharia e

acabou por ficar até hoje como

símbolo universal de Paris.

Torre Eiffel, Gustave Eiffel, Paris, 1889

Galeria das Máquinas, 1889, Paris

Galeria das Máquinas, 1889, Paris

Giuseppe Mengoni, abóboda e cúpula em ferro e vidro do pátio central das

Galerias Vittorio Emmanuelle II, Milão, Itália, 1865-77

Giuseppe Mengoni, abóboda e cúpula em ferro e vidro do pátio central das Galerias

Vittorio Emmanuelle II, Milão, Itália, 1865-77

Em conclusão a arquitetura do Ferro e do Vidro traduziu-se em duas tendências:

1. A que seguiu uma necessidade de modernizar os sistemas e processos

construtivos, aproveitando os novos materiais da industrialização e o avanço

da engenharia;

2. A que promoveu o desenvolvimento de novos gostos e conceitos estéticos, que

acompanhavam os novos tempos, desenvolvendo uma nova estética assente

nos elementos estruturais e não nos artifícios decorativos.

Em Portugal a utilização do ferro e do vidro foi tardia e rara…

Primeiras obras produzidas:

• Companhia de Fiação e Tecidos Lisbonense (1846-47)

• Palácio de Cristal – Porto (1865) [Demolido em 1951]

• Gare da Estação de Santa Apolónia – Lisboa (1865)

Palácio de Cristal – Porto (1865)

Companhia de Fiação e Tecidos Lisbonense (1846-47)

Gare da Estação de Santa Apolónia – Lisboa (1865)

Outros exemplos

Elevador do Carmo ou de Santa Justa,

Raul Mesnier du Ponsard, Lisboa, 1898

Outros exemplos

Ponte D. Luís – 1886 (Porto)

Outros exemplos

Ponte D. Maria Pia – 1879 (Porto)

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