A condição humana

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A Condição HumanaO que é a natureza humana?

Prof. Ítalo Colares

I. O MUNDO NATURAL. Os animais vivem em harmonia com sua

própria natureza porque seus instintos são regidos por leis biológicas, o que torna possível prever as reações típicas de cada espécie.

Embora todo animal aja da mesma forma, por causa dos instintos, há uma verdade que exista grandes diferenças entre as espécies, já que alguns animais usam a INTELIGÊNCIA.

A inteligência animal, porém, CONCRETA, porque depende da experiência vivida naquele momento.

As habilidades desenvolvidas pelos animais servem apenas para melhor adaptá-lo ao mundo natural no que diz respeito a sua sobrevivência, mas não levam a ultrapassá-lo, experiência essa exclusiva da aventura humana.

II. TORNA-SE HUMANO Os seres humanos desenvolveram

comportamento diversificado e precisam da educação para se tornar propriamente humano.

Cada criança recebe a herança cultural, sempre mediada pelos outros, com os quais aprende os símbolos que a tornam capaz de agir e compreender a própria experiência.

O processo que possibilita o desenvolvimento da INDIVIDUALIDADE se encontra em íntima relação, com a SOCIALIZAÇÃO.

A INTELIGÊNCIA ABSTRATA permite ao ser humano ir além na intervenção sobre o mundo.

De posse de instrumentos simbólicos como a linguagem, por exemplo, é capaz de criar necessidades novas: só o ser humano é TRANSFORMADOR DA NATUREZA, e o resultado dessa transformação se chama CULTURA.

A produção de cultura requer a LINGUAGEM SIMBÓLICA, que faz uso de SIGNOS como as palavras, os números, etc.

Os SIGNOS são invenções por meio das quais lidamos abstratamente com o mundo que nos rodeia.

Os SÍMBOLOS permitem o distanciamento do mundo concreto e a elaboração de ideias abstratas.

Pela linguagem simbólica, é possível REPRESENTAR o mundo, tornar presente aquilo que está ausente.

Assim, a linguagem simbólica nos faz PFRESENTES no mundo como seres históricos.

A linguagem simbólica possibilita o desenvolvimento da TÉCNICA e, portanto, do TRABALHO, como forma sempre renovada de intervenção na natureza.

III. TRADIÇÃO E RUPTURA. Vamos reforçar algumas características desse

“estar no mundo” tão típico do ser humano. A necessidade de alimentar-se dá origem à

diversidade e à riqueza da gastronomia. Nem mesmo a sexualidade pode ser

considerada “natural”. Ao definir a atividade humana, assinalamos

um binômio inseparável: o PENSAR e o AGIR.

A sociedade surge pela nossa capacidade de criar INTERDIÇÕES, isto é, proibições, normas que definem o que pode e o que não deve ser feito. No entanto, sempre existe a possibilidade da TRANSGRESSÃO.

O desafio humano é saber aliar tradição e mudança, continuidade e ruptura, interdição e transgressão, para construir uma sociedade melhor.

IV. A DIGNIDADE HUMANA. O que é o homem? É esta a primeira e principal

pergunta da filosofia. (...) Se pensa mos nisso, a própria pergunta não é uma pergunta abstrata ou "objetiva". Nasceu daquilo que refletimos sobre nós mesmos e sobre os outros e queremos saber, em relação ao que refletimos e vimos, o que somos e em que coisa nos podemos tomar, se realmente e dentro de que limites somos "artífices de nós próprios", da nossa vida, do nosso desti no. E isto queremos sabê-lo "hoje", nas condições dadas hoje, pela vida "hodierna" e não por uma vida qualquer e de qualquer homem.

(Antônio Gramsci.)

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