View
27
Download
1
Category
Preview:
Citation preview
• Entre o final do século XV e o inicio do século XVI, a Espanha conquistou na América um imenso império colonial, riquíssimo em metais preciosos e que, até o final do século XVIII, foi a principal fonte de sustento da Coroa espanhola.
• A Espanha dividiu a administração em quatro vice-reinos; Nova Granada, Nova Espanha, Rio do Prata e Peru. Junto foram criadas quatro capitanias com função de defesa: Guatemala, Chile, Cuba e Venezuela.
• Apesar de ter um seu Império Colonial imenso, a Espanha ficou devendo para a Inglaterra, porque importava produtos industrializados. Para contornar a situação, a Espanha aumentou os impostos e as exigências do Pacto Colonial.
• Essas medidas desagradaram os colonos, em especial os criollos. Além dessas restrições econômicas, os criollos também eram proibidos de tomar decisões políticas, pois o controle estava nas mãos dos Chapetones.
• Nessa época a sociedade colonial era formada por uma população demais de dez milhões de habitantes, divididos em várias classes sociais. Os brancos eram três milhões e trezentos mil e classificavam-se em: chapetones e criollos.
• Os chapetones (300 mil), eram os espanhóis natos que, monopolizando o poder político, dominavam os altos cargos da administração colonial.
• Os cargos de vice-rei e capitão-geral eram exercidos por representantes da Coroa que vinham direto da Espanha. Todos os altos postos da administração colonial eram ocupados por espanhóis.
• Os criollos, cerca de três milhões, eram descendentes de espanhóis nascidos na América e formavam a elite econômica e intelectual da colônia, à qual pertenciam os latifundiários, comerciantes, profissionais liberais e membros do baixo clero.
• Os mestiços, descendentes de espanhóis e índios, eram cerca de cinco milhões e dedicavam-se ao pequeno comércio e ao artesanato, enquanto os índios, mais de dez milhões, constituíam a mão-de-obra explorada na mineração e na agricultura.
• Os negros, cerca de oitocentos mil, concentravam-se principalmente nas Antilhas e formavam a mão-de-obra escrava utilizada na produção de cana-de-açúcar e tabaco.
A Economia na América Espanhola:
• A economia colonial baseava-se na exportação de matérias-primas e, portanto, era dependente do mercado externo monopolizado pela metrópole através do pacto colonial. A mineração baseava-se na extração de ouro e prata e estava concentrada no México e na Bolívia.
• A agricultura tropical desenvolveu-se na América Central e nas Antilhas, com base no sistema de "plantation", ou seja, grandes propriedades monoculturas, trabalhadas por escravos. Nas ilhas produzia-se açúcar e tabaco. No continente eram vários pordutos.
• O comércio era praticado nas grandes cidades portuárias, como Buenos Aires, Valparaíso, Cartagena e Vera Cruz.
• A Espanha tinha o monopólio comercial entre suas colônias e a Europa; isso afetava os interesses econômicos da elite colonial, que era obrigada a vender, a baixos preços, seus produtos à metrópole comprar de as manufaturas importadas por um preço muito alto.
• Os comerciantes e industriais ingleses, também estavam descontentes porque este controle diminuía seus lucros.
• O fim do monopólio comercial interessava, assim, tanto à elite colonial como à burguesia inglesa, à medida que ambas aumentariam seus lucros com a adoção do livre comércio.
O Processo de Independência:
No final do século XVIII, a chegada de Napoleão ao poder na França e a necessidade da Inglaterra e Estados Unidos em aumentar seus mercados consumidores influenciaram a independência da América Espanhola.
• A França, invadiu a Espanha (porque esta não cumpriu o Bloqueio Continental), desestabilizando a autoridade do governo sob as colônias.
• Napoleão tirou do trono o rei da Espanha, D. Fernando VII e o substituiu por seu irmão, José Bonaparte. Os colonos da americanos espanhola não reconheceram a legitimidade do novo governo.
• Os colonos passaram, a governar a colônia diretamente pelos cabildos, espécie de câmara municipal integrada pelos colonos mais ricos: os criollos (descendentes de espanhóis, nascidos nas colônias).
• Estes homens estavam governando no lugar do rei da Espanha e seus representantes. E foi justamente neste cenário que as elites coloniais deram início às lutas pela independência.
• Com a derrota de Napoleão e as determinações do Congresso de Viena, todos os governantes submetidos por Bonaparte foram novamente levados ao poder. Fernando VII, por exemplo, voltou ao trono espanhol e reativou o absolutismo no país.
• O rei da Espanha tentou retomar o controle da América Espanhola, retirando toda a autonomia conquistada pelas colônias durante o período marcado pelo autogoverno dos cabildos. Isso fortaleceu os movimentos de independência.
• Liderados pelas elites criollas, esses movimentos contaram com pequena participação popular. Chegaram a acontecer revoltas populares, como, por exemplo, o movimento liderado pelos padres Miguel Hidalgo e José Morellos no México, e a rebelião organizada por Tupac Amaru na região do Peru.
• No entanto, esses movimentos populares foram combatidos não apenas pelas autoridades espanholas, mas também pelas elites criollas.
• As independências da América espanhola aconteceram em momentos diferentes, basicamente ao longo das três primeiras décadas do século XIX.
• Em todos os casos, a participação dos “Libertadores da América” foi fundamental. Estes homens eram importantes líderes locais que coordenaram diversos movimentos de independência.
• Simón Bolívar, José de San Martín, Bernardo O’Higgins e José Sucre foram quatro desses libertadores que, junto com as elites criollas, fundamentaram o surgimento dos primeiros países livres no território da América Espanhola.
As Independências:
• Do Vice-Reino do Prata surgiram outros três países: Argentina, Uruguai e Paraguai. O Paraguai libertou-se sem guerras em 1811 e passou a ser governado por José Gaspar Rodrigues de Francia. O Uruguai, invadido por Portugal em 1816 e anexado ao Brasil com o nome de Província Cisplatina, só se tornou independente em 1828.
• Do Vice-Reino de Nova Granada surgiram Venezuela, Colômbia e Equador, libertados por Simón Bolívar, respectivamente, em 1817, 1819 e 1822.
• A conquista da independência veio em 1821, liderada pelo general Augustín Itúrbide, que se proclamou imperador. Obrigado a renunciar em 1823, foi condenado à morte. O México tornou-se então uma República federal independente.
• Diante da revolta generalizada, o rei espanhol Fernando VII chegou a pedir ajuda a Santa Aliança (organização da qual a Espanha participava e que dizia que tinha o direito de intervir nas colônias).
• Mas os Estados Unidos e a Inglaterra foram contra a intervenção europeia e reconheceram a independência das colônias espanholas.
• A Posição dos EUA pode ser resumida na política estabelecida, em 1823, pelo presidente James Monroe, a chamada Doutrina Monroe, que declarava "a América para os americanos". A Inglaterra tinha interesses econômicos, já que os novos países podiam representar mercado consumidor para seus produtos.
• Sem a ajuda da Santa Aliança, o domínio da Espanha na América chegou ao fim. Em 1825, após a guerra de independência, apenas as ilhas de Cuba e Porto Rico permaneceram sob o domínio espanhol.
As consequências das Independências:
• Em 1826, Bolívar convocou os representantes dos países recém-independentes para participarem da Conferência do Panamá, cujo objetivo era a criação de uma confederação pan-americana.
• O sonho de Bolívar de unir politicamente a América Espanhola chocou-se com os interesses das oligarquias locais e com a oposição da Inglaterra e dos Estados Unidos, a quem não interessavam países unidos e fortes.
• Após o fracasso da Conferência do Panamá, a América Latina fragmentou-se politicamente em quase 20 pequenos Estados soberanos, governados pela elite criolla.
• As jovens repúblicas latino-americanas, divididas e enfraquecidas, assumiram novamente o duplo papel de fontes fornecedoras de matérias-primas essenciais agora à expansão do industrialismo e de mercados consumidores para as manufaturas produzidas pelo capitalismo inglês.
Recommended