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Considerações acerca do livro A SOCIEDADE DE CORTE de Norbert Elias realizado por: Prof. Silvânio Barcelos
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A sociedade de corte Norbert Elias
Breves considerações
Por:Prof. Silvânio Barcelos
.
““A sociedade de corte” eA sociedade de corte” e“O processo civilizador”“O processo civilizador”
• Condensa a base do pensamento de Norbert Elias.
• Inaugura importante vertente sociológica e histórica do século XX.
A sociedade de corte:A sociedade de corte:Categorias sociológicasCategorias sociológicas
• Teoria da sociologia nominalista: • considera real apenas indivíduos isolados,
separados uns dos outros.
• Visão da sociedade como particularidades abstraídas de indivíduos singularizados.
• Essências metafísicas independentes dos indivíduos. (214)
• Elias critica essa vertente sociológica.
A sociedade de corte:A sociedade de corte:Categorias sociológicasCategorias sociológicas
• Teoria da sociologia realista:• Figurações de indivíduos
interdependentes (comprovados empiricamente)
• Desenvolvimento de figurações específicas: “Corte Real” e “Sociedade de corte”
Tarefa da sociologia segundo Tarefa da sociologia segundo Norbert EliasNorbert Elias
• “Tornar os indivíduos de quaisquer associações compreensíveis para si mesmos e em relação aos outros” (215)
Identidade última dos indivíduosIdentidade última dos indivíduos
• Possível na análise das interdependências entre os indivíduos.
• ELIAS: “Sem a qual toda relação humana (mesmo a do pesquisador com o pesquisado, do vivo com o morto) tem algo do período selvagem mais remoto no desenvolvimento da humanidade”. (215)
A análise das “interdependências”A análise das “interdependências”
• Compreensão realista:
• Torna-se necessário perceber o indivíduo (objeto) da pesquisa nas “perspectiva-eu” e “perspectiva-nós”.
• Para Elias a “perspectiva-ele” (terceira pessoa) afasta o pesquisador de uma compreensão realista do objeto estudado.
• Como? = “indivíduos interdependentes”.
A análise das “interdependências”A análise das “interdependências”
• No caso do estudo do Rei Luís XIV:• “Só quando temos em vista seu
comportamento [...], e da margem de ação que lhe permitia sua rede de interdependências, podemos fazer uma imagem satisfatória de sua pessoa”
• “Esse valor só pode ser determinado quando o vemos como um homem entre homens”. (216)
A neutralidade do pesquisadorA neutralidade do pesquisador
• “Existe uma tendência de, ao julgar os homens de outras épocas ou de outras sociedades, partir dos juízos de valor de sua própria época, selecionando na infinidade de fatos justamente aqueles que, à luz de seus próprios critérios, parecem revestir-se de importância” (216)
A neutralidade do pesquisadorA neutralidade do pesquisador
• De acordo com Elias:
• Se não houver total distanciamento entre ator e autor torna-se impossível discernir as “interdependências” entre atores.
• “Só é possível compreendê-los [...] quando são preservadas a relativa autonomia das inter-relações, das figurações” (217)
O valor científico das “figurações” O valor científico das “figurações” para Norbert Eliaspara Norbert Elias
• Maior autonomia do objeto de pesquisa• Controle dos ideais heterônomos que
influenciam o pesquisador• Contato mais próximo com o contexto dos
fatos• Modelos que não se submetem à posição ou
ideologia do pesquisador.• Crítica: até que ponto isso é
possível? (ler 3º e 4º parágrafo 217 – debate)
• .
• BOA SOCIEDADE NO ANCIEN RÉGIME• Luís XIV (Século XVII – XVIII): Vida social
concentrada na corte.• Convívio social: Palais Royal (residência do
regente), Palais du Temple, Castelo do duque do Maine = “pequenas cortes”
• Luis XV (Século XVIII): dos palácios para os hôtels dos nobres até os hôtels dos financistas = CULTURA DE SALÃO
• Luís XVI (Final século XVIII): Corte perde sua importância como centro social. (burguesia)
• Corte de Napoleão: tempestades da Revolução detona estrutura da corte. Formação de outra “boa sociedade”
• CULTURA SOCIAL E MUNDANA: herança do século XVIII
CORTE DE LUÍS XIVCORTE DE LUÍS XIV
Formação da “Nova sociedade de Formação da “Nova sociedade de corte”corte”
Conclusão de processo de longa Conclusão de processo de longa data:data:
Cavaleiros e cortesãos da Cavaleiros e cortesãos da cavalaria se tornam cavalaria se tornam CORTESÃOS (no sentido CORTESÃOS (no sentido próprio da expressão)próprio da expressão)
Vue générale du château de Versailles, par Pierre Patel (1668).
Versailles (côté cours), en 1722. Voici l'aspect que présentait le château à la fin du règne de Louis XIV : deux grilles, trois cours : cour du palais entre les hôtels des ministres, cour royale ou du Louvre, tout au fond,
cour de Marbre. Peinture de P. D. Martin (Musée de Versailles).
“CASA DO REI e abrigo, pelo menos temporário, da sociedade de corteComo um todo” : Diferente das unidades sociais da família (página 98)
Cerimônia do “lever do rei”(página 101)
Rotina:
a) O Rei é acordado pelo primeiro criado;
b) As portas são abertas para os pajens;
c) O “grand chambellan” é avisado;
d) 1º fidalgo providencia o café;
e) 2º fidalgo assume seu posto diante da porta;
hierarquia de privilégios: “entrées”
ENTRÉE FAMILIÈRE: Filhos legítimos, netos, príncipes e princesas de sangue, 1º médico, 1º cirurgião, 1º criado de quarto, 1 pajem.
GRAND ENTRÉE: Reservada aos grands officiers de la chambre et de la garderobe.
PREMIÈRE ENTRÉE: Leitores e intendentes do rei. ENTRÉE DE LA CHAMBRE: Capelão, ministros, secretários,
conselheiros de estado, oficiais da guarda pessoal, marechais de França.
QUINTA ENTRÉE: Senhores e senhoras favorecidas que dependiam da vontade do fidalgo de quarto
SEXTA ENTRÉE: (mais disputada, entrada pelos fundos) filhos do rei, inclusive os bastardos com familiares e genros e o “superintendente de edifícios”. PERTENCER A ESSE GRUPO ERA UM GRANDE PRIVILÉGIO (livre entrada)
Etiqueta como estrutura de poder e dominação
Exemplo da elaboração da vida de corteCada atitude revela um sinal de prestígio,
símbolo da divisão de poderMarcação das diferenças de níveisDistribuição de distinçõesProvas de favorecimento ou desagrado.Fator de reprodução: competição (cortesãos,
disputa/manutenção de privilégios)
Figurações: indivíduos interdependentes (mútuas coerções)
Etiqueta e cerimonial: perpetuum mobile espectral:
“existia e se movia com total autonomia em relação ao valor utilitário imediato, como que impelido por um motor inesgotável, pela competição dos homens envolvidos em busca de status e poder – tanto entre si quanto em relação à massa dos excluídos – e por sua necessidade de um prestígio claramente delimitados” (p. 104)
Figurações: a delicada “balança do poder”
Impossibilidade de reforma das tradições Impossibilidade de alterações na precária
estrutura de tensõesAmeaça à estrutura de dominação“Violar ou abolir tais condições de poder
era uma espécie de tabu na camada dominante dessa sociedade” (p. 104)
Figurações: manutenção do status quo
Busca de status por parte de um indivíduo mantinha os outros em alerta.
“E depois que um determinado sistema de privilégios estava estabilizado em seu equilíbrio, nenhum dos privilegiados podia abandoná-lo sem tocar nesses privilégios, que constituíam a base de toda a sua existência pessoal e social” (p. 105)
Equilíbrio da engrenagem social
Fenômeno da pressão e contra-pressão: Nível inferior X nível superior: luta pela
conservação dos privilégios Nível superior X nível inferior: forçava a
concorrência por privilégios Noblesse X não-nobres (entre eles a burguesia):
era necessário que as classes subalternas continuassem pagando impostos
Mecanismo da etiqueta:instrumento de dominação nas mãos do rei
“Ele utiliza a competição dos cortesãos por prestígio e por favorecimento.
Alterações de posições e de prestígiosDeslocamento de pressões e do equilíbrio
socialMudanças de hierarquias (à despeito da
antiguidade das casas)
O Racional e o irracionalNobreza / burguesia
“Controle de comportamento e emoções” Tipo aristocrático de corte: cálculo das chances de
poder através de prestígio e status. Tipo burguês: cálculos de perdas e ganhos
financeiros. “Como vimos, nos círculos da corte muitas vezes
se trocou um aumento de prestígio e status pela perda de condições financeiras” (p.109)
Continuação...
“Boa sociedade nobre”: A opinião social determinada o pertencimento à seu meio. Conceito de HONRA (perder a honra significa perder sua condição de membro e também da distância que o separa das camadas inferiores)
“Boa sociedade burguesa”: Posse de capital ou profissão e a chance de ganhar dinheiro garantem a existência do indivíduo.
Questão de identidade: “pertencer à aristocracia”
“Eles não freqüentavam a corte apenas porque dependiam do rei, mas permaneciam dependentes do rei porque só pelo acesso à corte e à vida junto à sociedade de corte podiam manter a distância em relação aos outros, distância da qual dependia a salvação de suas almas, de seu prestígio como aristocratas de corte, ou seja, de sua existência social e sua identidade pessoal” (116)
Conservação da distância de outras camadas sociais: motor decisivo do
comportamento aristocráticoNorma sociológica para qualquer grupo
elitizado. (Segundo Elias)“E onde quer que existam tendências de
elitização em uma sociedade [...] evidencia-se o mesmo fenômeno”. (p. 119)
Existencialismo irrefletido.Fetiche de prestígio.
Estratégias de comportamentoEstratégias de comportamento
1. A arte de observar as pessoas: observação e auto-observação (um homem conhecedor da corte é senhor de seu comportamento)
2. A arte de lidar com as pessoas: cálculo, sondagem, conveniência, diplomacia, garantia, prudência, negociação. (No caso dos relacionamentos burgueses não pesa a questão da longevidade das relações)
Público e privadoPúblico e privado
Sociedade aristocrática de corte: não havia separação entre a esfera particular e a profissional no sentido atual.
Sociedade burguesa de massa: “esfera profissional é a área em que as coerções sociais e a modelagem social dos homens se exercem com mais força” (p.130)
Capítulo VII
.
Estruturas de poder na França do Ancien Régime
Diferente do absolutismo na Prússia, depois Alemanha, na França o rei, ou uma série de reis estavam inseridos em uma determinada tradição social:
Cultura aristocrática de corteO Rei também integrava a rede de
“interdependências humanas”: CONDIÇÃO DE SEU PODER ILIMITADO
Transformações das estruturas de poder: de “cavaleiros a seigneurs da corte”
Nobreza espalhada por todo país deu origem à nobreza de corte reunida em torno do rei.
Francisco I: “um rei cavaleiro” da dinastia dos Valois (1515-1547) – comportamento cavaleiresco, questões de honra. (proximidade com outros nobres)
Henrique IV: o último rei cavaleiro incorporou a transição para o “tipo aristocrático de corte”
Luís XIV (século XVII): Já não participava das batalhas junto aos nobres como cavaleiro.
Luís XIV: centralização do poder
Distanciamento em relação à nobrezaDescolamento do equilíbrio de forçasDistância dentro da mesma camada
social.1) Conservação do poder do rei2) Conservação da nobreza como ordem
dependente do rei
Causas do descolamento de poder:Nobreza / Realeza a partir do séc. XVI
Afluxo de metais preciosos: aumento de circulação de dinheiro e INFLAÇÃO
Queda do poder de compra (4 por 1)Aumento dos preços (1 por 4)Aumento de recursos móveis (dinheiro) (Ler citação 7 página 165)Profundo abalo dos fundamentos
econômicos da nobreza
Continuação...
Nobreza tirava das terras seus rendimentos fixos.
Com a inflação os rendimentos não supriam seus gastos
Endividamento generalizadoPerda das propriedades rurais (dívidas)Destituídas de terras, chegam à corte
em busca de uma vida nova.
Conseqüências...
.
Enriquecimento da realeza
Aumento dos impostos e vendas de cargos oficiais
Fortalecimento da burguesia (que pagava impostos)
Crescimento urbano e comercialCRIAÇÃO DO APARELHO DE PODER:
distribuição de dinheiro
Outras causas do deslocamento de poder: AS GUERRAS
Nobreza Guerreira custeavam os empreendimentos bélicos: armaduras, cavalos e armas. RELATIVO PODER
Crescimento financeiro a partir século XVI: modificações nas práticas de guerra (ler citação página 167)
Uso da arma de fogo e do “soldo”: deslocamento da balança de poder
Deslocamento poder entre nobreza guerreira e príncipes suseranos
Utilizando recursos financeiros príncipes passaram a contratar tropas para guerrear em seu nome.
Recrutamento de “soldados” nas camadas inferiores
Não se doava mais feudos em troca de serviços militares.
Declínio da dependência da nobreza guerreira Aumento da dependência financeira ARMAS DE FOGO: “deslocamento do
equilíbrio social”
Nova mobilidade social
Dependência condicionada pela distribuição de terras: maior autonomia:
“Pois em seu feudo, quaisquer que fossem as dimensões deste, o nobre era um rei em dimensões menores, sendo que, uma vez concedidas e ocupadas as terras, o vassalo estava seguro” (p. 169)
Dependência condicionada pela distribuição de salários, pensões e donativos: menor autonomia.
Produção e reprodução socialda distribuição de poder no Ancien Regime
Final século XVI quase todas as funções da nobreza foram concedidas a homens que vinham da plebe (burguesia): Funções legais, administrativas e ministeriais.
“O que restava à nobreza se fazer indispensável ao rei?” (p. 170)
Produção e reprodução socialda distribuição de poder no Ancien Regime
Elias: questão sociológica“Cada instituição é o produto de uma
bem determinada distribuição de poder no equilíbrio das tensões entre grupos humanos interdependentes” (p. 171)
Para compreender a “instituição social da corte” é preciso entender as “fórmulas das necessidades”
Produção e reprodução socialda distribuição de poder no Ancien Regime
Desde Francisco I foi-se criando uma nobreza titular. (transição dos feudos para uma aristocracia de corte)
“À medida que as funções tradicionais dos suseranos, vassalos e cavaleiros [...] perdiam a importância, tanto maior era o valor social de se pertencer à corte, como fundamento da distância e prestígio”. (p.175)
Produção e reprodução socialda distribuição de poder no Ancien Regime
Uma nova estrutura social: Parte da nobreza passa a fazer parte da
aristocracia de corte. Outra parcela fica à margem, fechando-se em
si mesma. Uma série de burgueses chega à esse grupo. Burguesia de profissionais fora da corte REESTRUTURAÇÃO DA NOBREZA
Equilíbrio das tensões
Surgimento de uma forte burguesia no século XVI e XVII (Guerras religiosas, Henrique IV, Santa Liga – Espanha e o Papa)
Corporações burguesas: resistência à dominação e poder da nobreza. (Sem força suficiente para reivindicar a dominação)
Nobreza ainda forte o bastante afirmar-se perante a camada burguesa, porem fraca demais para dominá-la. (financeiramente)
Absolutismo em andamento: esfera de domínio mais ampla do rei
“Ele governava porque e enquanto os grandes grupos sociais da burguesia e da nobreza, em acirrada rivalidade pelas chances de poder, mantinham a balança em equilíbrio”. (p. 179)
Caso da Fronda: equilíbrio do poder
Exemplo da atuação do Príncipe Condé no episódio da Fronda (partido que combate o Cardeal Mazarino durante a menoridade de Luís XIV -1648-1653)
Ao vencer o exército do rei, a burguesia de Paris lhe abre as portas da cidade.
Quando pretende consolidar sua dominação é a própria burguesia, temerosa de um poder ainda maior concentrado nas mãos de Condé, que através do Parlamento decreta a maioridade de Luís XIV, em 1651, normalizando o equilíbrio de poder.
Sucessão hereditária do rei: Sucessão hereditária do rei: garantia do equilíbrio de podergarantia do equilíbrio de poder
• “A legitimidade da descendência do rei acaba aparecendo como garantia de que o soberano [...] não tem obrigações em relação aos outros grupos, nem está envolvido unilateralmente com os interesses destes” (p. 186)
Equilíbrio sempre instável e Equilíbrio sempre instável e oscilante: fonte do poder do reioscilante: fonte do poder do rei
• Ligados à nobreza por origem e costume não podia aumentar seu poder, muito menos da burguesia.
• “Para manter o equilíbrio de seu reino, os reis tinham que sustentar a nobreza, mas ao mesmo tempo precisavam distanciar-se dela.” (p. 187)
Categoria “ambivalência” na sociedade Categoria “ambivalência” na sociedade no Ancien Régimeno Ancien Régime
• Nobreza representava perigo para o rei. (competição latente)
• Dependência da nobreza como elemento de dominação.
• “O fato de o rei ser servido pela nobreza o distanciava de todas as outras pessoas do reino” (p.188)
Ambivalência e as estruturas de Ambivalência e as estruturas de poder (p. 188)poder (p. 188)
• “A aniquilação da nobreza, a supressão da distância que a separava da burguesia, o aburguesamento da nobreza, essas coisas teriam provocado um grande deslocamento do equilíbrio dessa figuração, um significativo aumento do poder das camadas burguesas e uma dependência dos reis em relação à elas”
Cooptação da nobrezaCooptação da nobreza
• Funcionalismo constituído por burgueses. Judiciário e administração. Surgimento da NOBLESSE DE ROBE.
• Nivelamento do poder entre nobreza e burguesia.
• Ambas dependendo do rei.
““Vitória da realeza sobre a Vitória da realeza sobre a nobreza”nobreza”
• Contexto: término das guerras religiosas (final XVI) Aberto caminho absolutismo.
• Progresso da economia monetária: inflação
• Reforma do exército (profissional)• Empobrecimento da nobreza• “Boa parte da nobreza dirige-se para a
corte, vinculando-se ao rei sob nova forma” (p. 189)
Venalidade dos cargosVenalidade dos cargos
• Vendas de cargos: importante fonte de renda
• Tira da nobreza a influência sobre distribuição de cargos
• Abolir a venda de cargos comprometia o equilíbrio social do Estado (compras de cargos era um meio de acesso da burguesia ao poder)
Luis XIV: vigilância incansávelLuis XIV: vigilância incansável Equilíbrio das estruturas de dominação “O rei quer reunir diretamente sob seu olhar
todos aqueles possíveis chefes de uma rebelião, e cujos castelos poderiam servir como local de reuniões...” (p. 203)
Construção de Versailles: Estabelecimento e consolidação do poder e do prestígio.
Etiqueta: “todas as pessoas de nível encontravam-se diretamente sob seu campo de observação” (p. 203)
LER CITAÇÃO Página 203
Luis XIV: vigilância incansávelLuis XIV: vigilância incansável
Luís XIV via com pesar o fato de seu filho primogênito manter uma corte separada em Meudon.
O Caso da Duquesa de Berry, mulher de seu neto.
O caso de seu próprio irmão que veio lhe pedir um gouvernement e uma fortificação
“O lugar mais seguro para um filho da França é o coração do rei” (p. 205)
Submissão da nobreza: Submissão da nobreza: resistências e compensaçõesresistências e compensações
Consciência de serem influentes na corte Chances financeiras Prestígio e poder: principalmente junto às
camadas inferiores da sociedade de corte Aliança com possíveis sucessores ao trono (ex.
citação Duque Saint-Simon pag. 206) Afastamento da corte: condição extrema
Equilíbrio de tensões: fator de Equilíbrio de tensões: fator de dominaçãodominação
Apoio à burguesia: chances econômicas, cargos e prestígios ao mesmo tempo que os mantinham em xeque
Distanciamento do restante da nobreza Os limites: os reis só toleravam a decadência
da nobreza até certo ponto, sob risco de sua própria existência.
Burgueses necessitavam do rei nas lutas contra a nobreza
Função da nobreza Função da nobreza
Soberania do rei dependia da existência de uma nobreza que contrabalançasse as camadas burguesas, assim como a existência e a força de camadas burguesas como um contrapeso a nobreza.
“E foi precisamente essa função que deu à nobreza sua característica própria” (p. 211) APESAR DO ÓCIO (grifo nosso)
Como tornou-se possível a Como tornou-se possível a “reprodução da aristocracia de corte”?“reprodução da aristocracia de corte”?
“A nobreza precisava do rei porque nesse campo social somente a vida em sua corte lhes dava acesso às chances econômicas e de prestígio que possibilitavam uma existência de nobres” (p. 211)
Figuração da corte: “prisioneiros Figuração da corte: “prisioneiros da própria etiqueta e cerimonialda própria etiqueta e cerimonial
Rei, rainha, familiares e acompanhante, cortesãos:
“Qualquer gesto representa um privilégio” “Qualquer alteração representa perigo” “Renunciava-se a qualquer tipo de mudança” “Se certos privilégios fossem violados, outros
também poderiam sê-lo, inclusive os seus próprios” (p. 212)
.
Dominação auto-sustentávelDominação auto-sustentável
“Cada grupo se imobiliza temendo, permanentemente, um deslocamento desfavorável no equilíbrio do poder, frustrando toda tentativa de uma reforma mais radical na estrutura de dominação a partir de dentro” (p. 213)
A figuração no Ancien Régime A figuração no Ancien Régime e o abismo social: REVOLUÇÃOe o abismo social: REVOLUÇÃO Profunda distância social entre elite e povo “Monde” hermético e fechado da nobreza Pensar no povo era uma idéia estranha à
nobreza. (não correspondia a seus valores) Existência social: valor auto-suficiente “Mal viam eles as nuvens que se acumulavam
sobre suas cabeças” (p.213) REVOLUÇÃO: novas estruturas de
dominação e poder: (Corte de Napoleão)
Créditos imagens slides 3 e 4
Disponível em:
http://www.cosmovisions.com/monuVersailles.htm
Acesso em 27 de Maio de 2012
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