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• O Abolicionismo foi a campanha cívica que pôs fim à escravidão no Brasil contou
com a participação de vários setores da sociedade brasileira, à exceção dos grandes proprietários de terra - como os cafeicultores paulistas, que certamente
perdiam com o fim da mão-de-obra escrava.
• Vários acontecimentos dos anos 1860 favoreceram o abolicionismo. Por exemplo, a
guerra do Paraguai, que se estendeu de 1864 a 1870. Milhares de escravos foram libertados para combater no lugar de seus proprietários. Além disso, houve a
guerra civil americana, entre 1861 e 1865, que terminou com a vitória dos nortistas, favoráveis ao fim da escravatura. Houve a extinção da servidão na Rússia em 1861 e o fim da escravidão nos impérios francês e português. Tudo isso impulsionou o
movimento abolicionista aqui.
• Os Abolicionistas pertenciam a várias classes sociais, inclusive das elites políticas,
como Joaquim Nabuco [2] (principal representante do abolicionismo no Parlamento brasileiro); gente que pretendia reformar a monarquia, ou intelectuais brancos,
como o teatrólogo Artur Azevedo e o poeta Castro Alves [1]; negros como o advogado Luís Gama [3] ou o engenheiro André Rebouças [4]. O próprio exército, que se formou na guerra do Paraguai e que contou com colaboração dos escravos.
Além disso, as classes médias urbanas que começavam a ter significado na sociedade brasileira, os estudantes universitários, que vão desenvolver inúmeras
atividades em prol da abolição.
"São os filhos do deserto,/ Onde a terra esposa a luz./ Onde vive em campo aberto/ A tribo dos homens nus.../ São os guerreiros ousados/ Que com os tigres mosqueados/ Combatem na solidão./ Ontem simples, fortes, bravos./ Hoje míseros escravos, / Sem luz, sem ar, sem razão..."
(O trecho acima é do poema "O navio negreiro", escrito em 18 de abril de 1869, quando Castro Alves tinha apenas 22 anos.)
[1]
[4]
[2]
[3]
O Bill Aberdeen
• Foi aprovada pelo Parlamento Inglês, em 1845, e declarava
legal o aprisionamento de qualquer navio que faça o tráfico de
escravos (incluindo brasileiros), autoriza a perseguição, em terra, dos traficantes e determina que os infratores sejam
julgados na Inglaterra.
Lei Eusébio de Queirós
• Foi a legislação brasileira do Segundo Reinado, que proibiu o
tráfico interatlântico de escravos.
• Foi aprovada em 4 de setembro de 1850, principalmente devido à pressão da Inglaterra, materializada pela aplicação
unilateral, por aquele país, do chamado "Bill Aberdeen". Por essa razão, no Brasil, o Partido Conservador, então no poder,
passou a defender, no Poder Legislativo, o fim do tráfico
negreiro. À frente dessa defesa esteve o ministro Eusébio de Queirós, que insistiu na necessidade do país tomar por si só a
decisão de colocar fim ao tráfico, preservando a imagem de nação soberana.
• Para acabar com a clandestinidade, foi criada no dia 5 de julho
de 1854 a lei Nabuco de Araújo, como forma de completar a lei
de 1850 e reforçar a repressão ao tráfico negreiro. Porém, o contrabando só diminui somente a partir de 1856.
Lei Nabuco de Araújo
Lei do Ventre Livre
Lei dos Sexagenários (ou Lei Saraiva-
Cotejipe)
• Foi promulgada a 28 de setembro de 1885 e
garantia liberdade aos escravos com mais de 60
anos de idade.
• A Lei do Ventre Livre, também conhecida como “Lei
Rio Branco” foi uma lei abolicionista, promulgada
em 28 de setembro de 1871 (assinada pela Princesa Isabel). Esta lei considerava livre todos os filhos de
mulher escravas nascidos a partir da data da lei.
• Como seus pais continuariam escravos, a lei
estabelecia duas possibilidades para as crianças que nasciam livres. Poderiam ficar aos cuidados
dos senhores até os 21 anos de idade ou entregues ao governo. O primeiro caso foi o mais comum e
beneficiaria os senhores que poderiam usar a mão-
de-obra destes “livres” até os 21 anos de idade.
Euséb io de Queirós Coutinho Matoso
da Câmara (São Paulo de Luand a,
1812 — Rio d e Janeiro, 7 de maio d e
1868) foi um mag istrado e p olítico
brasileiro.
George Hamilton-Gord on, 4.º Conde de
Aberdeen (Edimburgo, 28 de janeiro de
1784 — Londres, 14 de dezembro de
1860) foi um político britânico.
Abolicionista convicta, já havia lutado pela aprovação da Lei do Ventre
Livre, em 1871, e financiava com dinheiro próprio não só a alforria de dezenas de escravos, mas também o Quilombo do Leblon, que cultivava
camélias brancas - a flor-símbolo da abolição.
A sanção ou aprovação da lei foi, principalmente, o resultado da
campanha abolicionista que se desenvolvia no Brasil desde a década de 1870, mas não se pode negar o empenho pessoal da princesa Isabel,
então regente do Império do Brasil, para sua aprovação. Primeira senadora brasileira e primeira mulher a assumir uma chefia de Estado no continente americano, a princesa Isabel se revelou uma política
liberal nas três vezes que exerceu a Regência do país.
Em 13 de maio de 1888, a princesa Isabel assinou a lei Áurea que aboliu
a escravidão no Brasil. "Áurea" quer dizer "de ouro" e a expressão refere-se ao caráter glorioso da lei que pôs fim a essa forma desumana
de exploração do trabalho. Em território brasileiro, a escravidão vigorou por cerca de três séculos, do início da colonização à assinatura da lei Áurea. Apesar disso, ainda hoje, há formas de trabalho ilegais
semelhantes à escravidão.
Pena de Ouro usada pela princesa Isabel para assinar a Lei Áurea. A pena é toda feita em ouro 18 quilates, com 27
diamantes e 25 pedras vermelhas cravejadas.
Declara extinta a escravidão no Brasil:
A Princesa Imperial Regente, em nome de Sua Majestade o Imperador, o Senhor D. Pedro II, faz saber a todos os súditos do Império que a Assembleia Geral decretou e ela sancionou a lei
seguinte:
Art. 1.º: É declarada extinta desde a data desta lei a escravidão no Brasil.
Art. 2.º: Revogam-se as disposições em contrário.
Manda, portanto, a todas as autoridades, a quem o conhecimento e execução da referida Lei pertencer, que a cumpram, e façam cumprir e guardar tão inteiramente como nela se contém.
O secretário de Estado dos Negócios da Agricultura, Comércio e Obras Públicas e interino dos Negócios Estrangeiros, Bacharel Rodrigo Augusto da Silva, do Conselho de Sua Majestade o Imperador, o faça imprimir, publicar e correr.
Dada no Palácio do Rio de Janeiro, em 13 de maio de 1888, 67.º da Independência e do Império.
Princesa Imperial Regente.
Rodrigo Augusto da Silva
Carta de lei, pela qual Vossa Alteza Imperial manda executar o Decreto da Assembleia Geral, que houve por bem sancionar, declarando extinta a escravidão no Brasil, como nela se declara.
Para Vossa Alteza Imperial ver.
Chancelaria-mor do Império - Antônio Ferreira Viana.
Transitou em 13 de maio de 1888.- José Júlio de Albuquerque.
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A Imigração no Brasil (1820-1923) (Com exceção do povos africanos)
Após a abolição, a vida dos negros brasileiros continuou muito difícil. O estado
brasileiro não se preocupou em oferecer
condições para que os ex-escravos
pudessem ser integrados no mercado de
trabalho formal e assalariado. Muitos setores da elite brasileira continuaram com
o preconceito. Prova disso, foi a
preferência pela mão-de-obra europeia,
que aumentou muito no Brasil após a
abolição. Portanto, a maioria dos negros encontrou grandes dificuldades para
conseguir empregos e manter uma vida
com o mínimo de condições necessárias
(moradia e educação principalmente).
Pintura O Morro da Favela (1924) de Tarsila do Amaral.
Após a Lei Áurea, os negros libertos foram buscar moradia em regiões precárias e afastadas dos bairros centrais das
cidades. Uma grande reforma urbana no Rio de Janeiro, em 1904, expulsou as populações pobres para os morros
Primeira bandeira republicana, de Ruy Barbosa, utilizada como modelo para
algumas bandeiras estaduais.
Unidades Federativas representadas pelas estrelas: Amazonas, Pará, Mato Grosso, Goiás, Maranhão, Piauí,
Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais,
Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Distrito Federal (Guanabara-RJ).
Durante a Guerra do Paraguai, o contato dos militares brasileiros com a
realidade dos seus vizinhos sul-americanos levou-os a refletir sobre a
relação existente entre regimes políticos e problemas sociais. A partir disso,
começou a desenvolver-se, um interesse maior pelo ideal republicano e pelo
desenvolvimento econômico e social brasileiro.
Dessa forma, não foi casual que a propaganda republicana tenha tido, por
marco inicial, a publicação do manifesto Republicano em 1870 (ano em que
terminou a Guerra do Paraguai), seguido pela Convenção de Itu em 1873 e
pelo surgimento dos clubes republicanos, que se multiplicaram, a partir de
então, pelos principais centros no país.
Além disso, vários grupos foram fortemente influenciados pela maçonaria
(Deodoro da Fonseca era maçom, assim como todo seu ministério) e pelo
positivismo, especialmente, após 1881, quando surgiu a igreja Positivista do
Brasil.
A propaganda republicana era realizada pelos que, depois, foram chamados
de "republicanos históricos" .
Segundo alguns pesquisadores, os republicanos dividiam-se em duas
correntes principais:
Os evolucionistas, que admitiam que a proclamação da república era
inevitável, não justificando uma luta armada;
Os revolucionários, que defendiam a possibilidade de pegar em armas
para conquistá-la, com mobilização popular e com reformas sociais e
econômicas.
Embora houvesse diferenças entre cada um desses grupos no tocante às
estratégias políticas para a implementação da república e também quanto ao
conteúdo substantivo do regime a instituir, a ideia geral, comum aos dois
grupos, era a de que a república deveria ser um regime progressista,
contraposto à exausta monarquia. Dessa forma, a proposta do novo regime
revestia-se de um caráter social revolucionário e não apenas do de uma
mera troca dos governantes.
Ruy Barbosa de Oliveira
(1849 — 1923). Foi deputado,
senador, ministro. Em duas
ocasiões, fo i candidato à
Presidência da República.
Empreendeu a Campanha
Civilista contra o candidato
militar Hermes da Fonseca.
Notável orador e estudioso da
língua portuguesa, fo i
membro fundador da
Academia Brasile ira de
Letras, sendo presidente
entre 1908 e 1919.
Antônio da Silva Jardim
(1860 — 1891). Teve
grande atuação nos
movimentos abolicionista e
republicano,
particularmente no Rio de
Janeiro, na defesa da
mobilização popular para
que tanto a abolição
quanto a república
produzissem resultados
efetivos em prol de toda a
sociedade brasileira.
Quintino Antônio
Ferreira de Sousa
Bocaiuva (1836 — 1912)
foi um jornalista e político
brasile iro, conhecido por
sua atuação no processo
da Proclamação da
República. Como polít ico,
foi o primeiro ministro das
relações exteriores da
República, de 1889 a
1891, e presidente do
estado do R io de Janeiro,
de 1900 a 1903.
Desde o período colonial, a Igreja Católica,
enquanto instituição, encontrava-se submetida
ao estado. Isso se manteve após a
independência e significava, entre outras coisas,
que nenhuma ordem do Papa poderia vigorar no
Brasil sem que fosse previamente aprovada pelo
imperador (Beneplácito Régio). Ocorre que, em
1872, Vital Maria Gonçalves de Oliveira [4] e
Antônio de Macedo Costa [5], bispos de Olinda e
Belém do Pará respectivamente, resolveram
seguir, por conta própria, as ordens do Papa Pio
IX [3], que excluíam da igreja os maçons, e como
D. Pedro II [1] e membros de alta influência no
Brasil Monárquico eram maçons, a Bula não foi
ratificada.
Os Bispos se recusaram a obedecer ao
imperador, sendo presos. Em 1875, graças à
intervenção do maçom Duque de Caxias [2], os
bispos receberam o perdão imperial e foram
colocados em liberdade. Contudo, no episódio, a
imagem do império desgastou-se junto à Igreja
Católica. E este foi um fator agravante na Crise
da Monarquia, pois o apoio da Igreja Católica era
essencial.
[5] [4] [3]
[2] [1]
A questão militar compreende uma séries de eventos,
ocorridos entre 1883 e 1887, que colocaram em rota de colisão oficiais do Exército Brasileiro e políticos monarquistas,
especialmente os ligados ao Partido Conservador. As desavenças entre ambos os grupos começaram após a Guerra do Paraguai (1864-1870), quando os militares se deram conta
de que tinham grande força e faziam muito pelo país, porém não eram reconhecidos pela monarquia.
O auge da chamada “Questão Militar” foi o fato de os militares estarem proibidos por lei de se pronunciar sobre assuntos políticos.
O primeiro incidente envolveu o tenente-coronel Antônio de Sena Madureira [1], punido por ter defendido publicamente o
fim da escravatura. Em 1883, ele se manifestara conta a contribuição ao montepio (seguro de vida) dos militares. Foi advertido e, em seguida, punido: foi transferido para o RS,
onde passou a defender abertamente o fim da escravatura. Para piorar sua situação, apresentou seus pontos de vista no
jornal republicano “A Federação”.
Ao mesmo tempo, em agosto de 1885, o coronel Raimundo José da Cunha Matos [2], ligado ao Partido Liberal, apurou
irregularidades num quartel do Piauí e pediu o afastamento do comandante corrupto ligado ao Partido Conservador. Matos foi
duramente atacado pela Câmara. Quando se defendeu das críticas em artigos de jornal – recurso veado aos militares –, Matos foi preso por dois dias, acirrando ainda mais a questão.
[2]
[1]
A sucessão dos acontecimentos envolvendo o Coronel Sena
Madureira, o Coronel Cunha Matos e a polêmica veiculada pela imprensa, culminaram com a manifestação dos alunos da Escola
Militar da Praia Vermelha [1], no Rio de Janeiro. Indignada, a mocidade militar, em outubro de 1886, declararam o seu apoio ao então comandante em armas e presidente em exercício da Província
do Rio Grande do Sul, Marechal Manuel Deodoro da Fonseca [2], que havia decidido não punir Sena Madureira, mas sim, unir-se a ele.
Por não discordar com os fatos e com a sua punição, Sena Madureira
havia se desligado do Exército. O General Deodoro, por sua vez, foi exonerado e transferido para o Rio de Janeiro. À chegada de ambos à
Capital, no dia 26 de janeiro de 1887, foram recepcionados e ovacionados como heróis pelos cadetes da Escola Militar. Ciente de que grande parte do Exército apoiava Deodoro, o governo recuou de
sua investida contra os militares e, em meados do mês de maio, D. Pedro II demitiu o Ministro Alfredo Chaves, outorgando o perdão a
Sena Madureira, Cunha Matos e Deodoro.
Enquanto a insatisfação militar crescia, ganhava força entre a tropa a
propaganda Republicana. Finalmente, a 11 de novembro de 1889, em meio a mais uma crise, personalidades civis e militares, entre as
quais Ruy Barbosa, Benjamin Constant [3] e Quintino Bocaiúva, tentaram convencer Deodoro - figura conservadora e de prestígio - a liderar o movimento contra a monarquia. Desse modo, assumindo o
comando da tropa, nas primeiras horas do dia 15 de Novembro, Deodoro dirigiu-se ao Ministério da Guerra, onde se reuniam os
líderes monarquistas. Todos foram depostos e foi proclamada a República no país.
[3]
[2]
[1]
Com a vitória, em 15 de novembro de 1889, do movimento
republicano liderado pelos oficiais do exército, foi
estabelecido um "Governo Provisório" chefiado pelo
Marechal Deodoro da Fonseca, no qual todos os membros
do ministério empossado no dia 15 de novembro eram
maçons.
Durante o governo provisório, foi decretada a separação
entre Estado e Igreja; foi concedida a nacionalidade
brasileira a todos os imigrantes residentes no Brasil;
foram nomeados governadores para as províncias que se
transformaram em estados.
A família real brasileira foi banida do território brasileiro,
só podendo a ele retornar a partir de 1920, pouco antes
do falecimento, em 1921, da Princesa Isabel herdeira do
trono brasileiro e pouco antes do centenário
da independência do Brasil que foi comemorado em 1922.
O decreto 4120 de 3 de setembro de 1920 revogou o
banimento da família real.
O "Governo Provisório" terminou com a promulgação,
em 24 de fevereiro de 1891, da
primeira constituição republicana do Brasil,
a constituição de 1891.
Foi criada uma nova bandeira nacional, em 19 de novembro, com
o lema positivista, "Ordem e Progresso", embora o lema por
inteiro dos positivistas fosse 'O amor por princípio, a ordem por base e o progresso por fim'. Foram mantidas as cores verde e
amarela da bandeira imperial.
Os principais pontos da Constituição foram :
• Abolição das instituições monárquicas;
• Os senadores deixaram de ter cargo vitalício;
• Sistema de governo presidencialista;
• O presidente da República passou a ser o chefe do Poder
Executivo;
• As eleições passaram a ser pelo voto direto, mas continuou a
ser a descoberto (não-secreto);
• Os mandatos tinham duração de quatro anos para o presidente, nove anos para senadores e três anos para deputados federais;
• Não haveria reeleição de Presidente e vice para o mandato imediatamente seguinte, não havendo impedimentos para um
posterior a esse;
• Os candidatos a voto efetivo seriam escolhidos por homens maiores de 21 anos, à exceção de analfabetos, mendigos,
soldados, mulheres e religiosos sujeitos ao voto de obediência;
• Ao Congresso Nacional cabia o Poder Legislativo, composto
pelo Senado e pela Câmara de Deputados;
• As províncias passaram a ser denominadas estados, com maior autonomia dentro da Federação;
• Os estados da Federação passaram a ter suas constituições hierarquicamente organizadas em relação à constituição
federal;
• A Igreja Católica foi desmembrada do Estado Brasileiro, deixando de ser a religião oficial do país.
No início de 1890,
iniciaram-se as discussões
para a elaboração da nova constituição, que
seria a primeira constituição republicana e
que vigoraria durante toda
a República Velha. Após um ano de negociações
com os poderes que realmente comandavam o
Brasil, a promulgação da
Constituição Brasileira de
1891 aconteceu em 24 de Fevereiro de 1891. O principal autor da constituição
da República Velha foi Ruy Barbosa. A Constituição de 1891 era fortemente
inspirada na Constituição dos Estados Unidos. Outro elemento relevante nesse contexto é a influência do Positivismo, corrente filosófica formulada na França
por Auguste Comte.
Em 25 de Fevereiro de 1891, Deodoro foi eleito presidente do Brasil pelo
colégio eleitoral, formado por senadores e deputados federais.
No mesmo dia o Marechal Floriano Peixoto foi eleito, também pelo Colégio
eleitoral, vice-presidente da república, terminando assim o Governo
Provisório. Um pouco antes, em janeiro do mesmo ano, todo o seu ministério
havia se demitido, permitindo a Deodoro formar um novo ministério.
Em 1890, Floriano Peixoto era ministro da Guerra de Deodoro da Fonseca, no
lugar de Benjamin Constant que havia, em 1891, se demitido, juntamente a
todo o ministério.
Eleito pelo Congresso Nacional (indiretamente), Deodoro iniciou seu mandato
sob forte tensão política. Tinha a oposição do Congresso e da população
devido à crise econômica.
Tal fato gerou violenta reação, fazendo com que, entre agosto e novembro de
1891, o Congresso tentasse aprovar a "Lei de Responsabilidades", que reduzia
os poderes do presidente.
Deodoro contra-atacou a decisão do Congresso: em 3 de novembro de 1891,
Deodoro decretou a dissolução do Congresso, lançando um "Manifesto à
Nação", para explicar as razões do seu ato. Tropas militares cercaram os
prédios do Legislativo e prenderam líderes oposicionistas, a imprensa do
Distrito Federal foi posta sob censura total, decretando, assim, o estado de
sítio no país.
A Primeira Revolta da Armada ocorreu no dia 23 de Novembro de 1891,
quando o Almirante Custódio de Melo, acionado por Floriano Peixoto, a bordo
do Encouraçado Riachuelo, ameaçou bombardear o Rio de Janeiro caso
Deodoro não renunciasse. O Marechal Deodoro, então, cedeu às pressões e
renunciou ao cargo de presidente da República, entregando o poder ao vice-
presidente, Floriano Peixoto.
• A Segunda Revolta da Armada aconteceu em 1893, contra o
presidente, marechal Floriano Peixoto. Floriano não cedeu às ameaças;
assim, o almirante ordenou o bombardeio da capital brasileira. No ano
seguinte Floriano e o exército brasileiro obtiveram apoio da marinha de
guerra norte-americana no rompimento do bloqueio naval imposto
pela marinha brasileira. Assim, o movimento desencadeado pela
marinha de guerra brasileira no Rio de Janeiro terminou em 1894, com
a derrota e fuga dos revoltosos para Buenos Aires.
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• Floriano Peixoto, em seus três anos de governo como presidente,
enfrentou a Revolução Federalista no Rio Grande do Sul, iniciada em
fevereiro de 1893. Ao atacá-la, apoiou o positivista Júlio Prates de
Castilhos. Essa guerra civil foi motivada pela disputa do Partido
Republicano Rio-Grandense (liderado por Castilhos) e o Partido
Federalista. Atingiu os estados de Santa Catarina e Paraná, causou a
morte de milhares de pessoas e só acabou em 1895 com a vitória de
Castilhos.
Durante seu governo, Floriano Peixoto, buscando apoio popular,
tomou medidas para melhorar as condições de vida da população do Brasil, que após um governo de crises econômicas, encontrava-se em
situação pouco privilegiada. O presidente buscou reduzir os impostos dos produtos de primeira necessidade, chegou até a zerar o imposto sobre a carne, mesmo assim, não recebeu muito apoio para
permanecer no poder e contra seu governo enfrentou a Revolução Federalista e a Revolta da Armada. Floriano Peixoto foi precedido pelo
vencedor das eleições, Prudente de Morais.
Vocabulário:
Audaz: corajoso
Augusto: majestoso
Aurora: nascer do sol
Brado: grito
Estandarte: bandeira
Hostis: inimigos
Labéus: desonras
Lampejo: clarão
Louçãos: vistosos
Louros: glórias
Mister: necessário
Outrora: em outro tempo
Ovante: vitoriante
Pálio: manto
Pendão: bandeira
Porvir: tempo futuro
Púrpuras: vermelhos-escuros
Rebel: revoltoso
Régias: reais
Remir: redimir
Rubro: vermelho
Soberbo: orgulhoso
Tiranos: governantes cruéis
Torpes: repugnantes
Transes supremos: momentos
decisivos
O Hino à Proclamação da República do Brasil tem letra
de Medeiros e Albuquerque (1867-1934) e música
de Leopoldo Miguez (1850-1902). Foi publicado no Diário
Oficial de 21 de janeiro de 1890.
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