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DIREITO PENAL I
Prof. Dr. Urbano Félix PuglieseHistórico e introdução ao
Direito Penal
Ciências Criminais (Franz Von Liszt):1) Política criminal;2) Criminologia; e3) Dogmática penal (Direito Penal e Direito Processual Penal). Estruturação: Direito penal: Código Penal (parte geral e especial) e legislação extravagante; e Sistematização do CP e microssistemas penais.
Código Penal (norma principal):1) Parte Geral (VII Títulos); e2) Parte Especial (XI Títulos).Divisão da parte geral: Títulos: falam das
estruturas teóricas; Capítulos: Especificam as teorizações; Seções (optativas): Dividem os capítulos com mais especificações; e Artigos: Especificam as normas
Artigos:
1) Explicação do assunto abordado;2) Podem ocorrer ainda parágrafos: Tomam
formato ordinais (quando são únicos são escritos por extenso);
3) Podem ocorrer ainda incisos: Lidos cardinalmente em romanos; e
4) Podem ocorrer ainda alíneas referentes aos incisos: Letras em itálico.
Normas secundárias:1) Legislação extravagante (Contravenções
penais - Decreto-Lei n. 3.688/41; Crimes hediondos - Lei n. 8.072/90; Crimes ambientais – Lei n. 9.605/98);
2) Outros códigos (CPP, CPM, CPPM);Ciências correlatas:1) Direito Processual Penal;2) Criminologia;3) Política Criminal; e4) Criminalística.
Nomes do Direito Penal: Direito Penal e Direito Criminal são sinônimos
utilizados de maneira diferente nos países. No BR falamos mais DP e nos EUA, p. ex. Direito Criminal (focos diversos);
DP formal: Conjunto de normas mediante as quais o Estado proíbe comportamentos e ameaça através de sanções; e
DP social: Forma de controle social autônomo.
Nomes do Direito Penal:
DP objetivo: Normas penais; DP subjetivo: Direito de punir do Estado; DP da culpabilidade: Leva-se em
consideração a questão da reprovabilidade da conduta, relevando-se os fatos; e
DP da perigosidade (periculosidade): Leva-se em consideração o pensamento da pessoa perigosa para a sociedade.
Nomes do Direito Penal: DP do fato: Leva-se em conta apenas o fato e não
as circunstâncias pessoais do autor no afã punitivo;
DP do autor: Leva-se em conta as circunstâncias pessoais do autor no ensejo punitivo; e
DP do fato do autor: Leva-se em conta o fato mesclado com as circunstâncias pessoais do autor no intento punitivo.
Nomes do Direito Penal: DP primário: Clássico, codificado, sem modificações
e microssistemas; DP secundário: Com modificações, levando-se em
consideração os microssistemas e princípios próprios; e DP de velocidades (Jesús-Maria Silva Sánchez): 1ª:
DP clássico cheio de garantias; 2ª: DP sem tantas garantias; 3ª: DP do inimigo (Günther Jacobs); e 4ª: Daniel Pastor: Réu detentor de poder estatal que violou os Direitos Humanos.
Nomes do Direito Penal:
DP de emergência: Utilizado cada vez que há algum alarme social;
DP simbólico: Visa somente solidificar símbolos sociais e não efetivar as verdadeiras funções do DP; e
DP promocional: Quando o DP é utilizado para promover a manutenção do poder por algumas pessoas.
Nomes do Direito Penal: DP paralelo: DP tolerado e utilizado por
grupos isolados (como os índios, ciganos); e DP subterrâneo (cripto direito penal): DP
assistemático utilizado por determinados grupos escusos ao Estado formalizado.
Conceito de Direito Penal:
Cada doutrinador tem um conceito diferente; e
Conjunto de normas (saberes a respeito das normas) definitórias das infrações penais (crimes/delitos e contravenções) e possíveis reflexos (penas e medidas de segurança).
Objetos do Direito Penal:
1) Normas penais (regras e princípios); 2) Infrações penais (crimes/delitos e
contravenções); e 3) Reflexos/sanções (penas e medidas
de segurança).
Método do Direito Penal:
Método = Meta (objetivo) + Hodos (caminho); e
Dogmático-jurídico (racional dedutivo).
Fases do Direito Penal: 1) Vingança privada; 2) Vingança divina; 3) Vingança
Pública (Grécia, Roma, Alemanha, Canônico); e 4) Período humanitário.
As fases se interpenetram; Até os dias atuais temos todas as fases mescladas nos diversos DP’s do mundo; e
Enquanto no Brasil é proibida pena de morte (salvo em guerra declarada) em mais de 70 (setenta) países/regiões pune-se a homossexualidade.
1) Vingança Privada: Não há regulamentações (escritas ou de costumes); Cada pessoa/grupo/família deve se vingar dos
acontecimentos cotidianos (idade do ouro da vítima); Fase anterior à fase mágica (início da
transcendentalidade na mente humana); e Não há limite à vingança (não há razoabilidade ou
proporcionalidade).
2) Vingança Divina: Os grupos começam a impor às pessoas ordenações
(Código de Hamurábi, Livros Divinos e Lei das XII Tàbuas);
Há um mais forte (Deus/Deuses) capaz de agregar os grupos;
O Direito mescla-se com a religião; Há tribunais eclesiásticos punitivos; e Há um início de proporcionalidade/razoabilidade.
3) Vingança Pública: O Direito se separa da religião (não sem muita
luta); O Estado passa a ser o centro da vida humana; Ainda não há, plenamente, proporcionalidade ou
razoabilidade; e Não se visa ao ser humano mas o Estado.
4) Período humanitário: Aberto pela obra: Dos delitos e das penas (1764),
Marquês de Beccaria; O ser humano passa à centralidade dos
pensamentos/atividades estatais (iluminismo/racionalismo);
A pena não pode mais ser cruel; e Há razoabilidade e proporcionalidade como postulados
de todo o Direito (sempre escrito, para garantia).
Histórico da legislação penal Brasileira:1) Portugal tinha as Ordenações do Reino: Afonsinas (1447-
1521), Manuelinas (1521-1603) e Filipinas (1603-1830);2) CP do império de 1830;3) CP da república de 1890;4) Consolidação das leis penais de Vicente Piragipe de 1832;5) CP de 1940 (atual); e6) Reformado em 1984 na parte geral (há mudanças em
recortes até os dias atuais com diversas inclusões e exclusões).
Livros a respeito do histórico do Direito Penal:
Funções do DP:1) Proteção de bens jurídicos;2) Garantia de vigência da norma (Günther Jakobs);3) Prevenir a vingança privada;4) Garantística de proteção contra o Estado;5) Simbólica; e6) Promocional.
Bem jurídico: Birbaum (1834) pensou a respeito do DP
como protetor de bens jurídicos; O crime passa a ser ofensor ao bem jurídico
(antes não precisa ofender bens jurídicos); e Obras a
respeito do tema (Luiz Regis Prado e Yuri Carneiro).
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