View
1.476
Download
1
Category
Preview:
DESCRIPTION
Citation preview
Redação Jornalística I
Prof. Ms. Laércio Torres de Góes
Entrevista
Os sentidos da palavra entrevista
a) Qualquer procedimento de apuração junto a uma fonte
capaz de diálogo;
b) Uma conversa de duração variável com personagem
notável ou portador de conhecimento ou informação de
interesse para o público;
c) A matéria
Tipos de entrevistas
Segundo os objetivos:
Ritual – É geralmente breve. Sua importância é menos o conteúdo e mais aspectos formais. Jogadores ou técnicos após o jogo. Chegada de visitantes ilustres (ilustrativa).
Temática – Aborda um tema sobre o qual o entrevistado é uma autoridade (exposição de versões ou interpretações dos fatos), podendo contribuir para elucidar um problema , expor um ponto de vista (voz de autoridade).
Testemunhal – Aborda algo que o entrevistado testemunhou (fatos vividos ou impressões subjetivas).
Em profundidade – O foco é o entrevistado como personagem. Suas características, sua obra, seu jeito (pessoal).
Tipos de entrevistas
Quanto às circunstâncias da realização:
Ocasional – Não programada antecipadamente. Sem a preparação, o entrevistado tende a dar respostas espontâneas, sinceras.
Confronto – É quando o repórter assume o papel de inquisidor, contra-argumentando com veemência, com base em dossiês ou documentos. Comum no jornalismo panfletário – pretende-se ouvir o outro lado mas, na verdade, não lhe é dada chance de reação. Este efeito fica mais claro em TV e rádio ao vivo.
Coletiva – Quando o entrevistado é submetido a perguntas de vários repórteres. O comando fica normalmente com o assessor ou o entrevistado (eventos/autoridades).
Tipos de entrevistas
Quanto às circunstâncias da realização:
Individual – Entrevista entre um entrevistado e um entrevistador.
Dialogal – É a entrevista por excelência. Marcada com antecedência, reúne entrevistador e entrevistado num ambiente controlado. Permite-se o aprofundamento das ideias.
Exclusiva – Quando o entrevistado concede a um único veículo entrevistas numa abordagem exclusiva para um único veículo (Mensalão/Roberto Jefferson/Lula em Paris).
Métodos de entrevista
Na entrevista por telefone ou internet suprime-se o
controle e a presença.
Por e-mails ou chat, depende da destreza do entrevistado.
Se for ágil, a conversa flui, se não fica arrastada. Há,
frequentemente, perda de espontaneidade quando se
escreve.
Mesmo em conversas com webcâmera, há perda de
espontaneidade.
A qualidade da entrevista depende...
Da forma como um dos pontos reage a
pergunta/resposta do outro;
A proximidade física permite a aferição da resposta
(feedback/empatia).
O ambiente partilhado facilita a comunicação.
Do ponto de vista de apresentação
No jornalismo impresso:
Seleção das proposições mais importantes do
entrevistado – aspas para o que é transcrição integral e
flexibilidade com as palavras para o que não é transcrição;
Exposição em texto corrido do perfil de uma pessoa;
Apresentação em perguntas e respostas (ping-pongue).
Do ponto de vista de apresentação
No jornalismo radiofônico e televisivo:
É preciso se preparar com antecedência, mas sem se esquecer
de deixar margem para a naturalidade.
Entrevistas ao vivo demandam destreza do entrevistador e
entrevistado.
Entrevistas temáticas e rituais funcionam bem por telefone.
Do ponto de vista de apresentação
No jornalismo radiofônico ou televisivo:
Entrevistas testemunhais não. Já em entrevistas dialogais e em profundidade não se deve fazê-las por telefone.
Podem ser editadas e utilizados trechos como depoimentos em textos lidos.
Há ainda os talk-shows.
Na televisão, a entrevista devassa o entrevistado fornecendo mais detalhes sobre seus gestos, hábitos e gestos.
Cuidados importantes
Cuidado com gravadores. Anote palavras-chave que lhes permita a reconstituição das falas.
Preparação prévia não é algema. É preciso aprender a perguntar sobre respostas (pesquisa).
Saber ler sinais corporais, silêncios, relutâncias é fundamental.
Saber a hora de retomar o tema, quando o entrevistado foge do assunto, formulando uma pergunta nova sobre o aspecto “negligenciado” (condução).
Não insistir em linhas que se mostrem improdutivas.
Cuidados importantes
O entrevistador é coadjuvante. O entrevistado é que é a
estrela.
Ser respeitoso e compreensivo. Demonstre interesse pelo
que está sendo dito.
Não apresentar impaciência, discordância ou simpatia
entusiasmada.
Há sempre um momento certo para encerrar a
entrevista.
Notas gerais sobre entrevistas
Pergunte primeiro se pode
Gravar ou fotografar.
Respeito à imagem e privacidade
Questão do off
Esteja informado sobre o entrevistado
Informações da pauta
Pesquisa: internet/arquivo
Faça um roteiro de perguntas
Deixe espaço para criar perguntas no momento
Notas gerais sobre entrevistas
Testar e checar equipamentos eletrônicos de gravação
Na dúvida, usar o tratamento formal
Senhor ou senhora
Sinal de respeito
Manter distanciamento
Ouça de verdade
Demonstrar atenção
Feed-back: outras perguntas poderão surgir
Notas gerais sobre entrevistas
Não dispute com o entrevistado
Discrição
Se colocar no lugar do público
Perguntar o que o público quer saber
Não roube a ideia de ninguém
Referência no uso de citação de terceiros.
Reconheça o limite
Voltar a uma questão que o entrevistado se recusa a responder.
Mas há um limite. Não podemos ser inconvenientes e mal-educados.
Não tentar manipular. Ser esperto. Buscar a transparência.
Notas gerais sobre entrevistas
Desconfie da memória
Utilizar gravação e anotação
Provar que as informações são verdadeiras
Não invente entrevistado
Ética/verdade
Tenha paixão
Amar conversar, ouvir e pesquisar
Notas gerais sobre entrevistas
Pergunte por último
“Tem alguma coisas que gostaria de acrescentar?”
Entrevistado também se prepara
Não é só o entrevistador que decide quando acaba
Escolha os temas e edite
Edição
Organizar os eixos
Escolher o título: citação do entrevistado/frase que resuma o espírito da entrevista
Olho: destaques/recurso gráfico
Revisão e publicação
Bibliografia
CAPUTO, Stela Guedes. Sobre entrevistas – Teoria,
prática e experiências. Petrópolis: Vozes, 2006.
LAGE, Nilson. A Reportagem: teoria e técnica de
entrevista e pesquisa jornalística. Rio de Janeiro: Record,
2006.
Recommended