Instalacoes eletricas 4 edicao - julio niskier
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- 1. r e e r Z ty z n N i s k Mac I i 0 ]. LTC ]u A. Instala~5es
Eletricas ,;. ISBN 85-216-1250-8 911738521 11612506 Por que uma
nova edicao? Diversas razoes justificam esta quarta edicao. A nova
Norma daABNT NBR 5410/1997, publicada em 1998, trouxe algumas
inovacoes que procuramos transmitir, em linguagemclara e acessivel.
Outro faro que acentuamos foi a privatizacao de empresas de
eletricidade e de telecornunicacoes, que lembramos em alguns
capltulos desta quarta edicao, pois foram criadas as Agencias
reguladoras, tais como a ANEEL (eletricidade) e aANATEL
(telefonia), com a extincao do Departamento Nacional de Aguas e
Energia Eletrica. Mantivemos, da edicao anterior, os avances no
capitulo de luminotecnica, bern como a profusao de exemplos e
figuras dos materiais utilizados, alern de numerosos exercicios
resolvidos. Os conceitos e 0 uso permanente das Normas Brasileiras
- NBR 54101 97, atualizados, sao, sempre que possfvel, citados
quando concernentes ao assunto que esta sendo desenvolvido. LTC
LIVROSTECNICOS ECIENTiFIcos EDITORA .,-:-;'.'.,;~'
- 2. ;,->'I".~":l ;-,'. - I"~, .:"" ,~ ..,.:,..~_., ~:~' "
Instalacoes EletricasJulio Niskier Engenheiro Eletricista pela
UFRJ. Mestrado pela UFRJ.Ex-professor da Escola de Engenharia da
UFRJ.P6s-graduado em Engenharia de Seguranca pela UERJ.Inspetor de
Riscos Graduado pela Escola Nacional de Seguros do 1RB.Diretor da
IEC1L - Instalacoes e Engenharia.ArchibaldJoseph Macintyre Membro
da Academia Nacional de Engenharia.Professor do Centro
Tecnico-Cientificoda PUC-RJ, do Instituto Militar de Engenharia
(1ME)e doNiicleo de Treinamento Tecnol6gico (NIT),Professor inativo
das Escolas de Engenharia da UFRJ e da UERJ.Quarta ediciio
LTCEDITORA ~
- 3. a: Dan Palatnik .itos exclusivos para a lingua portuguesa
yrigh; 1996,2000 by Julio Niskier e A. J. Macintyre =- Livros
Tecnicos e Cientificos Editora S,A. /essa do Ouvidor, II de
Janeiro, RJ - CEP 20040-040 : 21-221-9621 : 21-221-3202 ervados
todos os dircitos, Eproibida a duplicacao ou oducao deste volume,
no todo ou em parte, quaisquer form as ou por quaisquer meios
tronico, mecanico, gravacao, fotoc6pia ou outros) perrnissao
express a da Editora. Prefdcio da Quarta BdicaoEste livro ja
cumpriu parte importante de seus objetivos tracados inicialmente: a
divulgacao da tee nica de instalacoes prediais para urn mimero
crescente de interessados, de maneira sistematica, apoiada nos
conhecimentos mfnimos e indispensaveis da teoria. Agora, ao
atravessar 0 seculo, aparece atualiza do, com os novos materiais
surgidos e refletindo as exigencias da NBR 5.410: 1997, editada em
1998, a mais recente publicacao da Associacao Brasileira de Normas
Tecnicas para as Instalacoes de Baixa Tensao. Foram importantes 0
auxflio da equipe tecnica da IECIL - Instalacoes, Engenharia,
Comercio e Industria Ltda., sob a direcao da Arq. Marcia Balsam
Niskier, e a colaboracao dedicada da Arq. Gabriela Hue Moraes.
Agradecemos a acolhida de engenheiros, professores e profissionais
de instalacoes, sem os quais nao chegarfarnos a esta Quarta Edicao.
0 convivio estimulante com a LTC - Livros Tecnicos e Cientfficos
Editora deu-nos a forca indispensavel para entregarmosa
generosidade de todos a sfntese de uma longa experiencia acumulada
em projetos e obras. OS AUTORES Rio, agosto de 2000 t;: t - --._.
--_. , , . ~ __ ~ . r __ "-,-.-, '.,:" '; ~;.;~:;:.~ .._, .- ':
.v": '" ""-,. ~:J;~'" --..7"::~-- -.
- 4. " c~ .:~ .; ':.;:. ~'."".:.;~~ Prefdcio da Primeira EdifaoA
redacao de urn livro sobre instalacoes eletricas oferece a seus
autores urn duplo risco e uma dupla tentacao. Pode-se enfatizar 0
aspecto te6rico - transformando a obra em urn tratado de
eletrotecnica ou de sistemas eletricos -, rninimizando 0 lado
pratico, ou desprezar a indispensavel teoria e criar urn texto que
se tome apenas urn receituario basico para a solucao de problemas
de ocorrencia mais co mum. Tivemos sempre 0 cuidado de fugir a
esses dois caminhos, procurando a dosagem correta entre os aspectos
te6ricos e praticos que proporcionam ao estudante e ao profissional
uma obra que atenda as necessidades da boa formacao academica e da
profissao de engenheiros, arquitetos, projetistas, tecni cos e
desenhistas. Portanto, 0 criterio que nos orientou na escolha dos
assuntos abordados e do conteudo de cada capi tulo foi oferecer aos
leitores uma obra que aliasse os conhecimentos exigiveis em urn
livro-texto ao conjunto de informacoes indispensaveis aqueles que
trabalham com instalacoes, A pr6pria natureza da obra pressupoe sua
subordinacao as normas da ABNTe aos regularnentos dasempresas
concessionarias e de services ptiblicos. 0 desconhecimento dessas
exigencias toma inviaveis a elaboracao de qualquer projeto e ate
mesmo a obtencao da Iigacao de urn ramal de energia eletrica ou
cabo telefonico. Assim, fomecemos ao leitor as mais recentes e
atualizadas norm as e regularnentos em vigor. Eimperioso que
facamos urn agradecimento a quantos, pelas suas publicacoes,
trabalhos, obras, ensinamentos e sugestoes, nos perrnitirarn reunir
em urn livro aquilo que com eles aprendemos. Foram muitos os que,
ao longo dos anos, nos deram, direta ou indiretamente, sua parcel a
de colaboracao. Pro fessores, autores, engenheiros, industriais,
projetistas, desenhistas e operarios eletricistas, cada qual a seu
modo, fizeram-nos conhecer a realidade dos problemas ligados as
instalacoes eletricas e as solu 'oesque sua experiencia e pratica
diaria apontavam para cada caso. A eles creditamos os eventuais
meritos que possam ser encontrados neste trabalho. Esperamos que os
leitores possam queimar etapas na obtencao dos conhecimentos e
informacoes atraves do que Ihes estamos transmitindo e foi
adquirido com longo, perseverante e entusiastico traba- Iho em
instala'oes eletricas. . Os Autores ft Ii
- 5. l'Ii H:ij [i t'l"q, ill rtl ,:~' ill inSumdrio IIIi~iiI~1
Conceitos Basicos de Eletricidade com Vistas a Instalacoes, 11.1
Constituicao da Materia, 1 !~it1.2 Grandezas Eletricas, 2 1~' 1.3
Producao de uma Forca Eletromotriz, 12 jf:, 1~1.4 Geracao de
Corrente em urn Altemador, 14if'1.5 Potencia Fomecida pelos
Altemadores, 20/1 1.6 Ligacao dos Aparelhos de Consumo de Energia
Eletrica, 23 gl 1.7 .Emprego de Transformadores, 252 Fornecimento
de Energia aos Predios, Alimentadores Gerais, 292.1 Privatizacoes,
292.2 0 que Muda com a Portaria n." 466, 302.3 Modalidades de
Ligacoes, 312.4 Ramais, 342.5 Ligacao Provis6ria de Energia, 372.6
Ligacao Definitiva de Energia, 373 Instalacoes para Iluminacao e
Aparelhos Domesticos, 423.1 Norma que Rege as Instalacoes em Baixa
Tensao, 423.2 Elementos Componentes de uma Instalacao Eletrica,
423.3 Simbolos e Convencoes, 453.4 Esquemas Fundamentais de
Ligacoes, 453.5 Estimativa de Carga, 603.6 Potencia Instalada e
Potencia de Demanda, 633.7 Intensidade da Corrente, 633.8
Fomecimento as Unidades Consumidoras, 673.9 Calculo da Carga
Instalada e da Demanda Segundo Prescricoes da Light, 694 Condutores
Eletrlcos - Dimensionamento e Instalacao, 984.1 Consideracoes
Basicas, 984.2 Secoes Minimas dos Condutores, 1024.3 Tipos de
Condutores, 1034.4 Dimensionamento dos Condutores, 1034.5 Nrimero
de Condutores Isolados no Interior de urn Eletroduto, 1274.6
Calculo dos Condutores pelo Criterio da Queda de Tensao, 130iI.'~:
--;','- ----- ..,,- ,. '-"-_ .. ,','. -~!ii~~:rJ~~;:";-;':"
- 6. X Sumario 4.7 Aterramento, 1354.8 Cores dos Condutores, 1445
Comando, Controle e Protecao dos Circuitos, 1455.1 Introdu9ao,
1455.2 Dispositivos de Comando dos Circuitos, 1455.3 Dispositivos
de Protecao dos Circuitos, 1495.4 Reles de Subtensao e
Sobrecorrente, 1595.5 Dispositivo Diferencial-Residual, 1605.6
Reles de Tempo, 1625.7 Master Switch, 1625.8 Re1e de Partida,
1645.9 Comando por Celulas Fotoeletricas, 1665.10 Seletividade,
1685.11 Variador da Tensao Eletrica, 1716 Instalacoes para Motores,
173."6.1 Classificacao dos Motores Eletricos, 1736.2 Variacao de
Velocidade do Motor, 1766.3 Escolha do Motor, 1776.4 Potencia de
Motor Eletrico, 1786.5 Fator de Potencia, 1786.6 Corrente no Motor
Trifasico, 1816.7 Resumo das F6nnulas para Determinacao de I
(Amperes), P (cv, kW e kVA) e Graus deProtecao, 1826.8 Conjugado do
Motor Eletrico, 1836.9 Corrente de Partida no Motor Trifasico,
1856.10 Letra-codigo, 1866.11 Dados de Placa, 1876.12 Ligacoes dos
Terrninais dos Motores, 1886.13 Circuitos de Motores, 1896.14
Dimensionamento dos Alimentadores dos Motores, 1926.15 Dispositivos
de Ligacao e de Desligamento, 1976.16 Dispositivos de Protecao dos
Motores, 2036.17 Dispositivos de Protecao do Ramal, 2056.18 Centro
de Controle de Motores, 2076.19 Curto-circuito, 2077 Tubulacoes
Teleforricas - Sequencia Basica para Elaboracao doProjeto, 2167.1
Introducao, 2167.2 Tubulacao Secundaria, 2167.3 Tubulacao
Prirnaria, 2267.4 Tubulacao de Entrada, 2297.5 Ediffcios
Constitufdos de Varies Blocos, 2377.6 Privatizacoes do Sistema de
Telefonia, 2408 Lurninotecnica, 2418.1 Conceitos e Grandezas
Fundamentais, 2418.2 Lampadas, 246 .8.3 Cor da Luz, 2668.4 Vida
"Qtil e Rendimento Lurninoso das Lampadas, 266 , ._;:t,:;~.::J.~'
:' ~J '~':':; .' " 8.5 Emprego de Ignitores, 2678.6 Luminarias,
2698.7 Projeto de Iluminacao, 2698.8 Iluminacao pelo Metodo de
"Ponto a Ponto", 2968.9 Diagramas Fotometricos, 2999 Correcao do
Fator de Potericia, 3079.1 Fundamentos, 3079.2 Nova Legislacao,
308-9.3 Correcao do Fator de Potencia, 3129.4 Aumento na Capacidade
de Carga pela Melhora do Fator de Potencia, 3149.5 Equipamentos
Empregados, 3199.6 Prescricoes para Instalacao de Capacitores,
3209.7 Associacao de Capacitores, 3259.8 Determinacao do Fator de
Potencia, 32710 Para-raios Prediais, 32910.1 Eletricidade
Atmosferica, 32910.2 . Classificacao dos Para-raios, 33110.3
Sistema de Protecao contra Descargas Atrnosfericas (SPDA), 33210.4
Resistencia de Terra, 3361.0.5 Dimensionamento de urn SPDA, 33810.6
Metodos de Calculo da Protecao contra Descargas Atmosfericas, 33811
Sinaliza~ao, Cornurricacao e Comandos, 34211.1 Sinalizacao, 34211.2
Porteiro Eletronico, 34711.3 Sinalizacao Acustico-Visual em
Hospitais, 34811.4 Comunicacao Intema, 35111.5 Abertura e
Fechamento de Portoes, 35111.6 Iluminacao de Emergencia, 35111.7
Portas Automaticas, 35211.8 Rel6gios de Controle, 35311.9
Emergencia e Sistema No-Break, 35612 Eletrotermia, 36212.1
Introducan, 36212.2 Processos Empregados em Eletrotermia, 36212.3
Aquecimento Resistivo, 36412.4 Aquecedores Eletricos de Agua,
36712.5 Caldeiras Eletricas para Geracao de Vapor, 36812.6 Fomos
Eletricos, 38013 Subesta~oes Abaixadoras de Tensao, 38313.1
Fomecimento de Energia em Tensao Primaria de Distribuicao, 38313.2
Modalidades de Subestacoes, 38513.3 Subesta9ao ate 13,8 kV, 38513.4
Predios com Mais de uma Subestacao, 40013.5 Medicao, 40413.6
Prote9ao do Sistema Eletrico, 405~:~:"i:;..>' Sumario xi l
- 7. Surnario Ramal de Alimentacao. Medi~aode Energia e
Prescrlcoes do Corpo de Bombeiros, 406 Conceitos Basicos de
Eletricidade 1 14.1 Consideracoes Preliminares, 406 com Vistas a
Instaiacoes14.2 Solicita~ao de Fomecimento de Energia em Tensao
Secundaria de Distribuicao, 406 14.3 Normas para a Apresenta~ao do
Projeto de Instalacoes, 40814.4 Sistema Eletrico de Emergencia em
Predios Alimentados em Baixa Tensao, 44414.5 Tabelas Auxiliares,
452Sistemas de Seguran~ae Centrais de Controle, 45415.1 Ediflcio
Inteligente, 454 1.1CONSTITIJIy.O DA MATERIA 15.2 Sistemas de
Alarme contra Roubo, 45515.3 Sistemas de Alarme contra Fogo, Fumaca
e Gases, 456A compreensao dos fenonernos eletricos supoe urn
conhecimento basico da estrutura 15.4 Central de Supervisao e
Controle, 461da materia, cujas nocoes fundamentais serao resumidas
a seguir. Toda materia, qualquer que seja seu estado ffsico, e
formada por partfculas denomi Materiais Empregados e Tecnologia de
Aplica~ao,466nadas moleculas. As moleculas sao constitufdas par
combinacoes de tipos diferentes de particulas extremamente
pequenas, que sao os atomos. Quando uma determinada mate16.1
Introduc;:ao,466 ria e composta de atomos iguais, e denominada
elemento quimico. E0 caso, por exem 16.2 Definicoes Gerais, 466
plo, do oxigenio, hidrogenio, ferro etc., que sao alguns dos
elementos que existem na16.3 Condutos,469 natureza. A molecula da
agua, como sabemos, e uma combinacao de dois atomos de 16.4
Instala~ao em Dutos, 482 hidrogenio e urn de oxigenio, 16.5
Instalacao em Calhas e Canaletas, 483 16:6 Dutos, 49016.7 Molduras,
Rodapes e Alizares, 49316.8 Espacos Vazios e Pocos para Passagem de
Cabos, 495Atomode oxigenio 16.9 Instalacoes sobre Isoladores, 495
16.10 Instalacoes em Linhas Aereas, 497 16.11 Caixas de Embutir,
Sobrepor e Multiuse, 498 16.12 Caixas de Dlstribuicao Aparente
(Conduletes), 500 16.13 Quadros Terminais de Comando e
Distribuicao, 505 7 Exemplo de Proieto de tnstalacoes Eletricas,
506 17.1 Introducao, 506 17.2 Elementos Constitutivos de urn
Projeto, 506 17.3 Projeto de urn Predio de Apartamentos, 508 Atomos
de hidrogenio 8 Unidades e Conversoes de Unidades, 532 Fig. 1.1
Molecula da iigua. 18.1 as mais diretamente relacionadas com os
fen6menos eletricos basicos sao as seguintes:Unidades Basicas do
Sistema Intemacional de Unidades - SI. Segundo a
Resoluc;:ao-Conmetro 01182, 532 _Os atomos sao constituidos por
partfculas extraordinariamente pequenas, das quais 18.2 Prefixos no
Sistema Intemacional (Os Mais Usuais), 532 18.3 Unidades Eletricas
e Magneticas, 532 protons, que possuem carga eletrica positiva;
18.4 Tabela de Fatores de Conversao, 533 18.5 Equivalencias
Importantes, 539 eletrons, possuidores de carga negativa; 18.6
Alfabeto Grego, 540 neutrons, que sao eletricamente neutros. Uma
teoria bem-fundamentada afmna que a estrutura do atomo tern certa
semelhan ca com a do sistema solar. 0 nucleo, em sua analogia com 0
sol, e formado por pr6tonsJibliografia, 541 e neutrons, e em redor
do mesmo giram, com grande velocidade, eletrons planetarios. Tais
eletrons sao numericamente iguais aos pr6tons, e este mimero influi
nas caracterfs lndice Alfabetico, 545ticas do elemento qufmico, Os
eletrons, que giram segundo 6rbitas mais exteriores, sao atrafdos
pelo micleo com uma forca de atracao menor do que a exercida sobre
os eletrons das 6rbitas mais pr6xi l. ;x.,-, .;-:," -'::,":;
:;-;~~.qp.;:! -",'~~-'".'
- 8. 2 .' , ..:':".,;JJL:'~:~'" _.:-.1:':,~/~~,~, c,:.;. '--.
Instalacoes Elctricas Eletron DOplanetario Carga total do micleo:
+4 Carga total doseletrons: -4 Fig. 1.2 Atomo com duas camadas de
eletrons. mas do micleo. Como os eletrons mais exteriores podem ser
retirados de suas orbitas com certa facilidade, sao denominados
eletrons livres. . 0 acumulo de eletrons em urn corpo caracteriza a
carga eletrica do mesmo. Apesar . de 0 mimero de eletrons livres
constituir uma pequena parte do mimero de eletrons pre sentes na
materia, eles sao, todavia, numerosos. 0 movimento desses eletrons
livres se realiza com uma velocidade da ordem de 300.000 kmls e se
denomina "corrente eletri ca''. Em certas substancias, a atracao
que 0 micleo exerce sobre os eletrons epequena; estes eletrons tern
maior facilidade de se libertar e deslocar. E 0 que ocorre nos
metais como a prata, 0 cobre, 0 alumfnio etc., denominados, por
isso, condutoreseletricos. Quando, ao con trario, os eletrons
extemos se acham submetidos a forcas interiores de atracao que
dificul tam consideravelmente sua Iibertacao, as substancias em que
isso ocorre sao denominadas isolanteseletricos. Eo caso do vidro,
das ceramicas, dos plasticos etc. Pode-se dizer que urn condutor
eletrico e urn material que oferece pequena resistencia 11 passagem
dos eletrons, e urn isolante eletrico e0 que oferece resistencia
elevada 11 corrente eletrica. Assim como em hidraulica, a unidade
de volume de lfquido e0 m'; em eletricidade pratica exprime-se a
"quantidade" de eletricidade em coulombs:" 1.2 GRANDEZAS ELETRICAS
1.2.1 POTENCIAL ELETRICO Quando, entre dois pontos de urn condutor,
existe uma diferenca entre as concentra yoes de eletrons, isto e,
de carga eletrica, diz-se que existe urn potencial eletrico ou uma
tensiio eletrica entre esses dois pontos. Consideremos uma pilha
cornum. A ayao qufrnica obriga as cargas positives a se reu nirem
no terminal positivo e os eletrons ou cargas negativas a se
reunirem no terminal negativo. Desta forma cria-se uma pequena
diferenca de potencial energetico (d.d.p.) entre estes terminais,
que estabelecera urn deslocamento dos eletrons entre 0 terminal
negati vo C 0 positivo. Este deslocamento de eletrons deve-se 11
a:::> I I 1 B' B :> :> . I 1= v'30gl N N >:::> I C !
! ~ Fig. 1.26 Ligacao de Iampadas em triangulo. 2.0 Caso. Ligaciio
dos aparelhos em estrela. A Fig. 1.27 indica tres Iampadas (ou
aparelhos) ligadas em estrela, com fio-neutro. A tensaou que existe
entre os parafusos ou bomes de cada receptor e igual 11 que exis te
entre urn fio-fase e 0 neutro aos quais se acha ligado, e e dada
por ~, sendo U a tensao entre as fases da rede. J A'A . , .. ~ I I
I I C C' I r; t,....JN ~ :> o :>1 ~ J E >:::>
>:::> :> ?':N :>1 J >:::>1 ~B'/ B-?':~ rr-; N
______ .Neutro [ Fig. 1.27 Ligacao de aparelho (no caso, Iampadas)
entre fases e 0 ponto neutro. L Na prdtica, para iluminaciio, 0 que
se verifica quase sempre ea distribuicao em es trela com
fio-neutro. No item 4.7.4. sera mostrado como e quando devera ser
aterrado 0 neutro. A :> 0 N N B :> 0 i ~umpadasN > N I
,....C I N > Ir- I ~ I N --l--~- Fig. 1.28 Diagramade ligacao de
aparelhosentre fase e neutro.As lampadas acham-seIigadasem
paralelo, havendo,entre os parafusos do receptaculo de cada uma, a
tensao de 127 V. 1.7 EMPREGO DE TRANSFORMADORES 1.7.1 CONCEITO DE
TRANSFORMADOR Dernonstra-seque, para uma mesma potencia, a tensao
eletrica em urn condutor e inversamente proporcional aarea da secao
transversal deste condutor. Isto quer dizer que, para uma mesma
potencia a transmitir, quanta maior a tensao, menor precisara ser a
secao do condutor, e, portanto, menor sera seu custo. Assim, se a
potencia for trans mitida sob uma tensao de 6.000 V, os condutores
terao secao transversal muito me nor do que se a tensao for de 220
V, havendo, pois, na primeira hip6tese, economia de material.
Suponhamos uma potencia de 100 kW a ser transmitida, sendo 0,850
fator de potencia. Se projetarmos a transmissao de energia sob
6.000 V, a corrente no condutor sera: P 100.000 1 U X -J3 X cos 'P
6.000 -J3 X 0,85 = 11,3 A Transmitida sob 220 V, a corrente sera de
308,7 A. Para se elevar a tensao de modo a transmitir a corrente
com economia nas linhas de transmissao e depois baixar a tensao,
para que a energia possa ser utilizada com segu ranca nos ediffcios
ou aparelhos, emprega-se 0 chamado transformador. o transformador
eo dispositivo que realiza a transformacao de uma corrente altema
da, sob uma tensao, para outra corrente altemada, sob uma nova
tensao, sem praticamente alterar 0 valor da potencia. 0 tipo mais
comumente empregado e 0 transformador estd tico. Consta
essencialmente de urn micleo de chapas de aco-silfcio MM em tomo do
qual sao enroladas duas bobinas fixas, B, e B2, confonne a Fig.
1.11. A bobina B, tern n, es piras e acha-se ligada aos p610s do
altemador A. Essa bobina constitui 0 indutor ou pri mario do
transformador, e a corrente altemada que 0 atravessa engendra no
circuito magnetico MM urn fluxo de inducao altemativo. A segunda
bobina B2 possui n2 espiras e acha-se ligada ii rede de
distribuicao intema; tern 0 nome de induzido ou secunddrio do
transformador, e a corrente que passa por suas espiras e gerada
pela inducao a que se acham submetidas. I !
- 20. 26 ~ ~-'. ""-'~~~':~:'~'!,: ,~.~ lnstalacoes Eletricas
Denomina-se relaciio de transformaciio de um transformador a
relacao entre a ten sao nos bornes do primario e a existente nos
bornes do secundario. A relacao de trans formacao e a mesma que a
existente entre os numeros das espiras e inversa 11 relacao entre
as correntes que por elas passam: Conceilos Basicos de Eletricidade
com Vistas a lnstalacoes 27 Representemos, na Fig. 1.30, uma
instalacao de transformador para elevar 5.000 V a 55.000 V, usando
urn transformador com primario em triangulo e secundario em
estrela. Primario Secundario U, _ n, _ /, .. 1 A(1.35)V,-t.z,-T, A'
U, = 55.000 V Nos casos mais comuns, a energia e fornecida pelas
concessionarias aos predios em ;5" Bbaixa tensao (220/127 V) ou
(380/220 V). Entretanto, em industrias e predios de grande B'
potencia, pode vir a ser necessario 0 suprimento em media tensao,
devendo ser construi u _ V I V, da uma estacao abaixadora de tensao
pelo consumidor. ... / z - . 1'>3= 32.000 V , V.J IOs
transformadores podem ser monofasicos ou trifasicos. C' C 1.7.2
LIGAl;AO DE TRANSFORMADORES TRIFASICOS Fig. 1.30 Ligacao de
transformador em IiY. Urn transfonnador trifasico e, em sintese,
urn agrupamento de tres transformadores monofasicos cujos circuitos
eletricos (enrolamentos) sao distintos e independentes mas Entre
fase e neutro do transfonnador, a tensao nao sera mais de 55.000 V.
Sera, ape tern em comum 0 micleo de ferro-silfcio. nas, de Em
fun'rao do sistema de distribuicao adotado e das tens6es a serem
transfonnadas, os tres enrolamentos rnonofasicos que constituem a
unidade trifasica podem ser ligados u, _ 55.000 = 32.000 V de
varias maneiras, duas das quais, em especial, merecem referencia:
U, = ..J3 - 1,73 a) ligacao em triangulo ou delta; o que conduz a
urn isolamento de menor custo nas espiras.b) ligacao em estrela.
Nas redes de distribuicao para iluminacao, 0 secundario, em baixa
tensao, exigindo a distribuicao com tres fases e neutro, obriga 0
emprego de transfonnador com secundario1.7.2.1 Ligacao em Triangu]
em estrela. Emuito empregada pela economia de material condutor
utilizado na fabricacao dos transfonnadores. De fato, se chamannos
de i a corrente nas espiras do secundario, a cor rente / nas linhas
de distribuicao sera notavelmente maior, porque: Rede em alta
tensao /=iv'3 (1.36) Alta tensao Acha-se representado na Fig. 1.29
urn esquema de ligacao t:.t:. (triangulo-triangulo), isto e,
primario e secundario ligados em triangulo. I T 1 . Prirnario -, I
k::Ji iI I I I I IPrimario SecundarioAA' Secundario BB' ~=~I t >
- -j - - ,- -=:L Terra C' A B' IN cIF C B ~ ~I> J I T;a I =iv'3
Rede em C ~ ~t l-- baixa tensao Fig. 1.29 Ligacao de
transforrnadorem lili. Baixa tensao Fig.1.31 Liga~ao de
transforrnador em IiY utilizadaparadistribuicaode iluminacaoem
220/127V ou 3801220 V. 1.7.2.2 Ligacao de Transformador com
Seeundario em Estrela Emuito empregada quando se deseja que 0
secundario tenha tens6es muito elevadas. ~ Em alguns casos, e
necessario prever uma alimentacao em baixa tensao com 0 secun a fim
de diminuir a tensao em cada transformador, nas suas respectivas
bobinas, e, por ~ dano do transfonnador em /1,havendo urn condutor
neutro que sai do tap central de uma P: das bobinas.conseguinte,
facilitar e baratear seu isolamento e construcao,
;I;i-.,L.,;_..
- 21. lnstalacoes Eletricas A Fornecimento de Energia 2 aos
Predios. Alimentadores Gerais. Fig. 1.32 Secundario em tl.com
neutro. Na Fig. 1.33 acha-se representada uma rede de distribuicao
tfpica, como descrito aci rna. Linha de distribuicaoU = 500 Y Linha
de transrnissao em B.T. ~2 emA~~ U2 '000Y - ~Ul U1=6.000Y' ~6
U,=U,Y3 U 2 - =220Y dor ~ . = 127 Y U2=U2Y3 " =220Y
Transformadorelevador de tensao-r -r -r ""Motor IluminacaoU2=220Y
u2=127Y Fig. 1.33 Rede de distribuicao usual nas instalacoes
eletricas de edificacoes. Ocorreram profundas modificacoes no
sistema eletrico brasileiro. A privatizaciio das empresas de
eletricidade, a criacao da ANEEL (Agencia Nacional de Energia
Eletrica), bern como a edicao da Portaria n." 466, de 12 de
novembro de 1997, do Departamento Nacional de Aguas e Energia
Eletrica - DNAEE, foram responsaveis pelas inovacoes que
descrevemos a seguir. A Norma Brasileira de Baixa Tensao NBR 5410,
Revisao de 1997, e a Norma Brasileira de Alta Tensao (de 1,0kV a
36,2 kV) NBR 14.039, marco de 1998, tambem influenciam 0 sistema
eletrico de nosso pais. Amedida que se desenvol yam os assuntos
seguintes deste Iivro, apresentaremos as interferencias dos
documentosN citados, especialmente nos capitulos: N.O do Capitulo 3
4 5 6 7 13 Titulo Instalacoes para Iluminacao e Aparelhos
Domesticos,Condutores Eletricos, Dimensionamento e
Instalacao.Comando, Controle e Protecao dos Circuitos.Instalacao
para Motores,Correcao do Falor de Potencia.Subestacoes Abaixadoras
de Tensao,Este Capitulo 2, Fomecimento de Energia ao Predios.
Alimentadores Gerais, tambern foi revisto, como veremos. 2.1
PmvATIZA(:OES r b As principais concessionarias de energia eletrica
de Sao Paulo (Eletropaulo, CESP e CPFL), Rio de Janeiro (Light e
CERJ), Espfrito Santo (Escelsa), foram privatizadas.~Ii De julho de
1995 a abril de 1998, 0 govemo brasileiro transferiu do controle
publico.r. ;:" para as ernpresas privadas dezesseis distribuidoras
de energia eletrica, :1'~:';~~7:: '..:
- 22. .:-,,:' 100A ou fusivel NH > 63 A. 2.6.2.2 Ligac;ao
Subterranea Deve existir uma caixa terminal (T) que contenha,
quando necessario, fusfveis para protecao do ramal. t, ! t l) ~
"f,M ~ M :Cx. T. '-" Caixa Caixa de terminal I I I distribuicao I.1
Fig. 2.113 Ligacao subterranea Fig. 2.11 Entrada subterranea ate
100 A para tres medidores ..... ~, .',_.t:,'" -.