Max Weber e a objetividade nas ciências sociais

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Algumas reflexões iniciais a respeito da visão de Max Weber sobre a objetividade nas ciências sociais - apresentada em um colóquio da pós-graduação na Faculdade de Comunicação Cásper Líbero

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Max Weber: a compreensão da complexidade

Liráucio Girardi Júnior

Obras analisadas para o seminário

Max Weber

A ‘objetividade’ do conhecimento nas ciências sociais.

O que é “digno de ser conhecido”?

... não existe nas próprias coisas critério algum que permita escolher dentre elas uma fração que possa entrar isoladamente na linha de conta. (p.53)

... apenas um fragmento limitado dessa realidade poderá constituir de cada vez o objeto da compreensão científica, e de que só ele será ‘essencial’ no sentido de ‘digno de ser conhecido’ (p. 45)

Tipos ideais

Conexões - I

...o domínio do trabalho científico não tem por base as conexões ‘objetivas’ entre as ‘coisas’, mas as conexões conceituais entre os problemas.

Conexões - II

Só quando se estuda um novo problema com o auxílio de um método novo e se descobrem verdades que abrem novas e importantes perspectivas é que nasce uma nova ‘ciência’ (p.37)

Clifford Geertz - I

Acreditando, como Max Weber, que o homem é um animal amarrado as teias de significados que ele mesmo teceu...

Clifford Geertz - II

assumo a cultura como sendo essas teias e a sua análise portanto, não como uma ciência experimental em

busca de leis, mas como uma ciência interpretativa, à procura do significado. (Geertz, 1989)

A Ciência como vocação - I

Qual é a verdade, o destino ou, melhor, a significação, em sentido muito especial, de que está revestido todo trabalho científico...?

A Ciência como vocação - II

É o de que toda obra científica ‘acabada’ não tem outro sentido senão o de fazer surgirem novas ‘indagações’: ela pede, portanto, que seja ‘ultrapassada’ e envelheça. Quem pretende servir à ciência deve resignar-se a tal destino. (p. 29)

Complexidade

(...) podemos propor aos especialistas de disciplinas afins perguntas úteis, eu eles não se teriam formulado tão facilmente, se partissem de seu próprio ponto de vista, mas, em contrapartida, nosso trabalho pessoal permanecerá inevitavelmente incompleto

Racionalização - I

“A intelectualização e a racionalização

crescentes não equivalem, portanto, a um conhecimento geral crescente acerca das condições em que vivemos.

Racionalização - II

Significa, antes, que sabemos ou acreditamos que, a qualquer instante, poderíamos, bastando que o quiséssemos, provar que não existe, em princípio, nenhum poder misterioso e imprevisível que interfira com o curso de nossa vida (...)

Racionalização - III

em uma palavra , que podemos dominar tudo, por meio da previsão. Equivale isso a despojar de magia o mundo.” (p.30)

O sentido da vida

“O homem civilizado, ao contrário, colocado em meio ao caminhar de uma civilização que se enriquece continuamente de pensamentos, de

experiências e de problemas, pode sentir-se ‘cansado’ da vida, mas não ‘pleno’ dela.

Compor a complexidade

“Através de uma pianista amiga,

[Weber] examina as partituras de Tristão e Isolda, de Wagner , e comenta:

Compor a complexidade - II

‘Essa é a técnica de escritura que me faz falta. Com ela à minha disposição eu poderia finalmente fazer o que deveria: dizer muitas coisas separadamente, uma ao lado da outra, mas simultaneamente.’