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Período Regencial(1831-1840)
CAPITULO V.
Art. 121. O Imperador é menor até á idade de dezoito annos completos.
Art. 122. Durante a sua menoridade, o Imperio será governado por uma Regencia, a qual pertencerá na Parente mais chegado do Imperador, segundo a ordem da Successão, e que seja maior de vinte e cinco annos.
Art. 123. Se o Imperador não tiver Parente algum, que reuna estas qualidades, será o Imperio governado por uma Regencia permanente, nomeada pela Assembléa Geral, composta de tres Membros, dos quaes o mais velho em idade será o Presidente.
Com a abdicação as discussões quanto a autonomia provincial ou governo centralizador voltaram à tona.
O Período Regencial apesar de curto foi bastante tumultuado, marcado por forte participação política e a presença da população nas ruas.
Novamente os rumos do Brasil estavam em discussão.
Os grupos políticos do Primeiro Reinado se reorganizaram,
adaptando-se a nova realidade política do país
Partido Português• Passou a ser chamado de restauradores
(caramurus).• Defendiam a volta de D. Pedro I e uma Monarquia
centralizada.• Composto por comerciantes portugueses, alto
comando do Exército, alguns proprietários de terras e de escravos.
• Qualquer manifestação de idéais contrárias as suas eram “anarquia” e “desordem” e tinham que ser reprimidas.
• Com a morte de D. Pedro ingressaram em outras tendências políticas.
Partido Brasileiro
Deu origem aos LIBERAIS que dividiram-se em MODERADOS
e EXALTADOS.
Liberais Moderados (chimangos)
• Parcela da aristocracia rural brasileira (SP e RJ), defendiam uma monarquia constitucional (baseada na Constituição de 1824) com um governo centralizado.
• O governo central deveria ser forte para enfrentar a “desordem” social. Mas alguns de seus representantes defendiam que poder forte deveria ser a Câmara dos Deputados, defendendo os interesses das elites provinciais.
Liberais exaltados (Farroupilhas)• Integrantes de várias atividades nos centros
urbanos defendiam que fossem feitas reformas como o fim do Poder Moderador, do Senado vitalício e do Conselho de Estado.
• Defendiam maior autonomia para as províncias, sendo favoráveis ao federalismo e até a República. Foram perseguidos e extintos.
Quadro Político
Partido Brasileiro
Liberais
moderados exaltados
regressistas
progressistas
Partido Conservador
Partido Liberal
Partido Português
Restauradores
Assim que D. Pedro I abdicou subiu o poder a Regência Trina Provisória (abril a junho de 1831 que teve como principais medidas restituir o “ministério brasileiro” e organizar o regime regencial determinando, por exemplo, que nenhum regente poderia exercer o poder moderador.
Foram realizadas eleições para a escolha dos novos regentes.
Surge a Regência Trina Permanente
Regência Trina Permanente (1831-1835)
• Criação da Guarda Nacional (Pe. Feijó) – fortalecimento dos poderes locais (“coronéis”) – os “cidadãos ativos”.
• Criação do Código de Processo Penal (1832)
• Ato Adicional de 1834 – aproximação entre liberais progressistas e regressistas. Este ato merece grande atenção, pois foi considerado o grande causador da instabilidade política da regência.
Ato Adicional•Criação das Assembléias Legislativas Provinciais – progressista.
•A Regência passava a ser Una – regressista.•O governo Central era quem indicava os presidentes das Assembléais Provinciais – regressista.
•Criação do Município Neutro do Rio de Janeiro – progressista.
•Poder de polícia e de justiça para as províncias – progressista.
•Manutenção da monarquia unitária e do Poder Moderador apesar de suspenso – regressista.
Regência de Pe. Feijó (1835-37)• Período de forte agitação política.• Forte oposição ao governo (tido como
indeciso e fraco) até por parte de seus aliados.
• Estouraram revoltas provinciais (Cabanagem – Pará, Revolta dos Malês - Bahia e Farroupilha – RS).
• Diante da incapacidade de manter a ordem e com problemas de saúde Pe. Feijó renunciou ao cargo de regente.
Regência de Araújo Lima (1837 a 1840)
• Forte caráter conservador.• Alegava que o Ato de 1834 (“Ato da anarquia”)
foi o grande responsável pela instabilidade política – criação da Lei Interpretativa de 1840 (“regresso conservador”) que reduziu o poder das províncias.
• Ministério das Capacidades – incentivo a cultura – criação do Colégio Pedro II e do Instituto Histórico Geográfico (já caiu em prova)
• Estouraram revoltas como Balaiada no Maranhão e Sabinada na Bahia.
• Os progressistas fundaram o Partido Liberal enquanto os regressistas se reuniram no Partido Conservador.
• Fundação do Clube da Maioridade – tentativa dos liberais voltarem ao poder.
• Antecipação da Maioridade – fim do período regencial
Resumindo
Quadro Político
Partido Brasileiro
Liberais
moderados exaltados
regressistas
progressistas
Partido Conservador
Partido Liberal
Partido Português
Restauradores
Principais medidas:
Ato Adicional•Medidas progressistas e regressistas
•Tentativa de um equilíbrio político.
•Disputas provinciais abriram oportunidades para as revoltas populares.
Lei Interpretativa•“Regresso Conservador”
•Restabelecimento da ordem e do status quo
Rebeliões Regenciais
Cabanagem (1835-40)Teve seus acontecimentos no Pará por volta de 1833 a
1836 idealizados por Felix Malcher, Manuel Vinagre e Eduardo Angelim, insatisfeitos com a posse do presidente nomeado pelo governo regencial. Tinha apoio do bispo e das classes populares (cabanos – indígenas, negros e mestiços).
Vivendo basicamente da economia extrativista ribeirinhos se viram ameaçados com a abdicação de D.Pedro I e a relação da província com o poder central já não era das melhores. Foi a de maior participação do “povão” entre todas as revoltas.
Em Janeiro de 1835, depois do assassinato de Vinagre, os rebeldes atacaram e conquistaram a cidade de Belém, apoderando-se de uma grande quantidade de material bélico. Malcher foi escolhido como presidente da Província e Francisco Vinagre para Comandante das Armas.
O governo cabano não durou por muito tempo, pois enquanto Malcher, com o apoio das classes dominantes, pretendia manter a província unida ao Império do Brasil. Francisco Vinagre, Eduardo Angelim e os cabanos pretendiam se separar. As tropas dos dois lados entraram em conflito, saindo vitoriosas as de Francisco Vinagre. A disputa enfraqueceu o movimento e mesmo obtendo algumas importantes vitórias sobre as forças imperiais acabou subjugado. Belém foi retomada depois de dez meses e a luta persistiu no interior, até 1840.
Os resultados foram: o domínio sobre Belém durante um ano e lutas no interior; morte de 40% da população da província (aproximadamente 100 mil pessoas).
Farroupilha - Rio Grande do Sul (1835-1845)
Longa guerra civil comandada pela elite gaúcha, produtora de charque.
Reclamação dos farroupilhas: concorrência do charque platino.
Reivindicação dos farroupilhas: elevação dos impostos sobre o charque platino (protecionismo).
Defendiam o ideal separatista. Os farroupilhas queriam proclamar as seguintes republicas:
a)Rio-Grandense, com sede em Piratini (RS).
b)Juliana (SC).
Os destaques desta revolta foram: Bento Gonçalves, Davi Canabarro e Garibaldi.
Em 1845, o governo imperial realizou um acordo com os farroupilhas. Os rebeldes assinaram a paz, mas exigiram;
•Aumento das tarifas alfandegárias sobre o charque platino.
•Anistia política.•Indenização dos prejuízos sofridos com a guerra.•Direitos para soldados farroupilhas de ingressar
para as tropas imperiais, ocupando os mesmos cargos.
Sabinada – Bahia (1837 - 1838)
Movimento de curta duração, comandado por elementos das camadas médias, imitando os ideais franceses da Revolução de 1789.
Líder: o médico Francisco Sabino (daí o nome "Sabinada").
O objetivo dos rebeldes era proclamar a República baiense durante a menoridade de D. Pedro de Alcântara.
Defendiam a libertação dos escravos nascido no Brasil, com a indenização dos proprietários.
A Revolta dos Malês (janeiro de 1835)Durante as primeiras décadas do século XIX
várias rebeliões de escravos explodiram na província da Bahia. A mais importante delas foi a dos Malês, uma rebelião de caráter racial, contra a escravidão e a imposição da religião católica, que ocorreu em Salvador. Nessa época, a cidade tinha cerca de metade de sua população composta por negros, escravos ou libertos, das mais variadas culturas e procedências africanas, dentre as quais a islâmica, como os haussas e os nagôs ("malê“ = negros muçulmanos), que sabiam ler e escrever o árabe. Sendo a maioria deles composta por "negros de ganho", tinham mais liberdade que os negros das fazendas, podendo circular por toda a cidade com certa facilidade.
No confronto morreram sete integrantes das tropas oficiais e setenta do lado dos negros. Duzentos escravos foram levados aos tribunais. Suas condenações variaram entre a pena de morte, os trabalhos forçados, o degredo e os açoites, mas todos foram barbaramente torturados, alguns até a morte. Mais de quinhentos africanos foram expulsos do Brasil e levados de volta à África. Apesar de massacrada, a Revolta dos Malês serviu para demonstrar às autoridades e às elites o potencial de contestação e rebelião que envolvia a manutenção do regime escravocrata.
Balaiada - Maranhão (1838 - 1841)
Também teve início por causa de divergências políticas entre a elite provincial (“bem-te-vis”=liberais X “cabanos”=portugueses) – “lei dos prefeitos”.
Contou com ampla participação da população pobre: negros escravos, negros livres, vaqueiros e fazedores de balaios.
Principais líderes: Manuel Francisco dos Anjos (“balaio”) e o Preto Cosme (negros).
Motivos: descontentamento com o poder dos conservadores, recrutamento obrigatório e decisões arbitrárias.
• O movimento era desorganizado e não possuía objetivos de assumir o governo. Os rebeldes lutavam para mudar o quadro social de que eram vitimas.
• Quando o general Luis Alves de Lima e Silva (futuro barão de Caxias) reorganizou as tropas provinciais, concedeu anistia aos revoltosos que aceitassem combater os negros de Preto Cosme. Houve grande adesão.
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