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AS ABORDAGENS TEÓRICAS DA AGRICULTURA
OLIVEIRA, Ariovaldo Umbelino. As abordagens teóricas da agricultura. In: Modo
Capitalista, Agricultura e Reforma Agrária. São Paulo: FFLCH, 2007. pp.8-11.
O autor discute as transformações introduzidas pelo capitalismo no campo em sua fase
monopolista, evidenciando o fim das estruturas tradicionais do espaço agrário, porém
apontando que tais perspectivas se diferem de acordo aos paradigmas abordados pelo
pesquisador.
O primeiro paradigma parte do ponto de vista da destruição dos camponeses e a
modernização dos latifúndios, onde o produtor familiar é levado a se subordinar a grande
produção através do consumo de insumos. Onde estes possuem valores elevadíssimos, ao qual
o camponês não possuindo condições de pagar ou tendo que encarecer seus produtos, perde
espaço para os grandes latifúndios, se vendo obrigado a tornar-se um trabalhador assalariado.
O assalariamento do produtor rural se dá tanto no setor agrário quanto no industrial,
dada à modernização que adentra ao campo, que devido à utilização de grandes quantidades
de maquinários e insumos elevam o latifúndio a uma empresa rural. Já que toda essa produção
voltada ao mercado exige uma dominação de todo o processo voltado ao campo sejam eles no
seu interior ou na indústria.
Outra perspectiva pauta-se na evidenciação da relação camponeses X latifundiários
como uma reprodução das relações feudais, ou seja, existe no campo uma permanência das
relações feudais. Entendidas atualmente por instituições politicas e jurídicas que se apropriam
dos espaços rurais e por intermédio destes passam a dominar as metrópoles. Para isso o autor
coloca a necessidade de ocorrência de três processos.
O primeiro destrói a economia natural, onde o camponês é posto de fora dos grupos
hierárquicos, tendo sua produção individualizada. Em seguida, este é responsável por uma
“produção rural” a parte da “indústria rural” levando-o a adentrar a agricultura de mercado.
Incapaz de manter os custos, o agricultor se vê obrigado a vender seus meios de produção
tornando-se um proletário, logo um trabalhador assalariado.
Dentro dessa corrente defende-se o fim dos latifúndios em detrimento de propriedades
camponesas capitalistas, como forma de economia, havendo um rompimento nas grandes
estruturas sociais que dominam a produção dos grandes latifúndios, dando espaço para os
camponeses produzir uma agricultura de mercado.
Por fim outra forma de conceber o campo no modo capitalismo de produção é através
da criação e recriação do campesinato e do latifúndio. O campesinato é enxergado nessa
corrente como um processo de resistência, ao que os idealizadores deste pensamento afirmam
ser uma característica intrínseca do capitalismo, a de produzir suas próprias contradições.
Percebe-se neste sentido uma disputa de classes entre latifundiários e campesinatos,
onde a resistência do segundo nota-se em seus constantes retornos a terra. Ao contrário, dos
demais paradigmas que fazem seus discursos pautados no capital e nos meios de produção a
terra se apresenta como o capital produzido e é sobre ela que surgem os efeitos contraditórios.
Pois através dela que o capitalismo exerce seu papel de dominação sobre o camponês.
Dessa forma o campesinato é sustentado pelo próprio capitalismo, pois esse para
fornecer a terra ao camponês se utiliza meios tais como o Estado, bancos e outras instituições,
de tal forma que não se há uma sujeição formal ao capital.
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