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Resumo elaborado com diversas fonte, mas que conserva a real veracidade.
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AGASSIS PAULO BEZERRA
ESTUDANTE DE GRADUAÇÃO - CIÊNCIAS BIOLOGICAS E TEOLOGIA -
BACHAREL
UIRAÚNA – PB, JUNHO DE 2011
IDADE MÉDIA RESUMO
A Idade Média compreende o período entre o século V (queda de Roma, em
476) até o século XV (queda de Constantinopla, em 1453).
A expressão Idade Média surgiu com uma conotação depreciativa e injusta.
Até hoje, muitas pessoas, quando ouvem a expressão “Idade Média”, logo pensam
em fanatismo religioso, Inquisição, guerras, pestes, e toda a sorte de catástrofes. É
bom lembrar que a maioria das mulheres queimadas como bruxas da Reforma o
foram depois da Contra-Reforma (século XVI), Portanto, Já na Idade Moderna.
Em relação às guerras, podemos dizer que as medievais foram bem menos
mortíferas que as contemporâneas. O mesmo pode dizer das pestes e da fome, que
não foram apanágio da Idade Média.
Durante a Idade Média, tivemos três civilizações: a cristã ocidental, a
bizantina e a mulçumana, sem relacionar é claro, as civilizações do Extremo-Oriente
e da América Pré-Colombiana.
Durante a Alta Idade Média (séculos V a X), a civilização bizantina, de
religião cristã e língua grega, estava econômica e culturalmente muito mais
adiantada do que o Ocidente latino. Pode-se dizer o mesmo da civilização
muçulmana, cuja ciência, filosofia, e matemática eram bastante desenvolvidas. Já na
Baixa Idade Média (séculos X a XV), o Ocidente Cristão teve um grande surto de
desenvolvimento, notadamente durante o século XV o Ocidente Cristão teve um
grande surto de desenvolvimento, notadamente durante o século XI ao XIII, período
em que o mundo feudal chegou ao apogeu.
Alta Idade Média e Baixa Idade Média
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O império Romano do Ocidente desagregava a partir do governo de
Diocleciano, em 284, iniciando-se a decadência do Império Romano.
A desorganização administrativa aliada à decadência moral e econômica
deu inicio a esse processo. O exército romano enfraquecia-se, o mesmo ocorrendo
com toda Roma.
Em quanto isto, na Ásia, os bárbaros preparavam-se para invadir a Europa
em procura de terras férteis.
Roma costumava denominar de bárbaros todos aqueles que não falavam o
latim e não viviam dentro das fronteiras de seu Império.
Os primeiros povos a invadirem Roma foram os humos, comandado por
Átila, no século V. embora tenham causado a eles grandes prejuízos, não
conseguiram dominá-la.
Nessa mesma época, o mundo romano sofria novas invasões de povos
bárbaros,
Os visigodos, comandados por Alarico, depois de terem saqueado Roma,
foram se fixar na península Ibérica:
Os francos invadiram e tomaram a Gália;
Os anglo-saxões dominaram a Grã-Bretanha;
Os vândalos atacaram o norte da África.
Em 476, os Bárbaros hérulos, comandados por Odoacro vencem os
romanos, comandados por Rômulo Augusto. Era o fim do Império
Romano do Ocidente.
Com a queda de Roma tivemos como conseqüências:
O desaparecimento das cidades;
O fim do comercio;
O aparecimento dos reinos bárbaros;
A miscigenação das culturas dos bárbaros com a cultura Romana;
A cristianização dos invasores.
Durante a invasão dos bárbaros, muitos particípios, sábios e artistas de
Roma procuram asilar-se no Império Romano do Oriente, rumando para
Constantinopla.
A expansão do Império Bizantino
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Bizâncio era uma antiga colônia grega localizada onde os romanos ergueram
Constantinopla, a capital do Império Romano do Oriente.
A civilização bizantina ocupava a Europa Balcânica e parte da Síria, do Egito
e da Ásia menor, além de outros pequenos territórios.
Assim, é comum denomina-se de império bizantino, o Império Romano do
Oriente. Ele tinha como sua principal atividade econômica o comércio, talvez por sua
localização estratégica, rota obrigatória dos navios que singravam o mar
mediterrâneo e negro.
Bizâncio caracterizou-se como grande exportador de produtos agrícolas,
púrpura, seda e objetos de ourivesaria.
O apogeu do império bizantino ocorreu no período de 525 a 565, durante o
governo de Justiniano. Este Imperador vislumbrou a possibilidade de reunificar e
reconquistar todas as terras anteriormente integrantes do grande Império romano.
Mandou seus exércitos marcharem sobre a Espanha e a Itália, comandados
pelo general Belizário. A reconquista consumou-se com a vitória das tropas
bizantinas. Ordenou, em seguida, a reconquista do norte da África.
Durante o governo de Justiniano os matemáticos, os sábios, os filósofos e os
arquitetos fizeram do Império Bizantino o centro de suas atividades, desenvolvendo
uma intensa atividade cultural. Enquanto isto o Ocidente permanecia envolvido no
marasmo cultural imposto pela presença dos bárbaros. Neste período, ocorrem:
A codificação do antigo Direito Romano, dando Origem ao Código de
Justiniano;
As construções de aquedutos, sistemas de esgotos de uma grande
muralha e da igreja de santa Sofia;
Intenso desenvolvimento da capital, Constantinopla;
Progresso nas artes e na cultura, destacando-se a arquitetura e o largo
emprego de belos e famosos vitrais e mosaicos.
O cristianismo era a religião oficial do Império Bizantino. Porém, problemas
de interpretação levavam a sérias divergências, que determinaram o surgimento, em
1054, do Cisma. Houve então a separação entre as igrejas de Roma e de
Constantinopla, dando origem ao catolicismo e á igreja ortodoxa.
Após Justiniano sucederam se reinados anárquicos, até que Constantinopla
cai em poder dos turcos otomanos em 1453, marco considerado divisório, colocando
termino a Idade Média e iniciando a Idade Moderna.
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A expansão Árabe
A expansão árabe se deu pelas armas. Perseguidos pelos sacerdotes, a
cuja classe pertencia, Maomé foi obrigado a empreender fuga que o levou de Meca
para Medina. A fuga de Maomé é conhecida como hégira e ocorreu no ano de 622.
Chegando a Medina iniciou grande trabalho, reunindo os clãs, cuja unidade
foi constituída e mantida pela fé. Toda via, este elemento acabou por servir de pólo
aglutinador para elementos da mesma raça, pois a partir daí a expansão do Islã se
deu pelas armas, como já afirmamos inicialmente.
Partiu inicialmente para a conquista de Meca, conseguido esse objetivo no
ano de 622. Embora tenha falecido nesse mesmo ano, através do seu Alcorão,
Maomé uniu a maioria das tribos árabes.
Os árabes eram impiedosos guerreiros e passado um século da hégira, já
dominavam a Índia, a Mesopotâmia, a Ásia menor, o Egito, a África setentrional, de
onde chegaram à Espanha e, por conseguinte, ao território europeu.
No ano de 771 os Mouros derrotam o último rei visigodo da península
Ibérica, Roderico. As Astúrias resistem e tornam-si o único foco da reconquista
cristã. Embora tivessem tomado a Gália os mouros são dali expulsos, em 732, na
batalha de Poitiers, sendo os cristãos comandados por Carlos Martel.
Pouco tempo após o restabelecimento da dinastia dos abásidas, em 750,
Absrrhaman chega à Espanha e funda o Califado de Cordoba. Esse árabe pertencia
a dinastia dos omíadas e acabou criando, com a fundação daquele califado, o
primeiro desmembramento do império árabe.
A morte de Maomé havia também cindido o mundo islâmico, cuja liderança
disputada por três califas: o de Bagdá, o de Córdoba, e o do Cairo. Nos anos de 786
a 809 verificou-se a chamada era de oura de Bagdá, cujo orei (califa) era Harum ao
Rachid. As artes, a cultura e o luxo era a marca de Bagdá durante esse período.
Não tardaram porem, as lutas intensas que enfraqueceram esse califado e
culminaram com a dissolução do califado do oriente. Dessa situação se
prevaleceram outros expoentes políticos da época e fundaram califados
independentes na África setentrional.
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Segue-se a invasão dos otomanos, na Ásia, retalhando-a em números
califados fracos e política e militarmente. Os otomanos, vindos então da Ásia central,
acabaram por tomar Bagdá em 1058.
Ao lado do período de ascensão e decadência do califado de Bagdá,
firmava-se no sul da Espanha o califado de Córdoba, propiciando uma fase de
grande processo material e intelectual. Durante a administração árabe verificou-se:
Desenvolvimento da agricultura, propiciado pelo emprego de modernos
sistemas de irrigação;
Desenvolvimento científico, invejado por toda Europa;
Uma efetiva contribuição para o vocabulário ibérico;
Criação e modernização de universidades;
Notável progresso no campo da medicina;
Respeito às liberdades, muito maior que na fase anterior e posterior ao
domínio árabe.
Com a tomada de Toledo, pelas tropas de Afonso VI, em 1085, começa a
expulsão dos árabes pelos espanhóis. Com isto os habitantes da Espanha davam
início a preparação de um dos períodos mais tristes de sua história: a Inquisição.
O Feudalismo Medieval Europeu: Fatores do Aparecimento, Estrutura Social e
Política.
Denomina-se de feudalismo ao sistema político e sócio-econômico
desenvolvido na região ocidental do continente europeu, durante os séculos de IX ao
XI.
Causas do Feudalismo:
Invasão do continente europeu pelos Árabes;
Invasões bárbaras, que isolavam as comunidades européias;
Estabelecimento do império de Carlos Magno;
Falência do poder central, que se enfraqueceu possibilitando o
surgimento de poderes locais dirigido spelos senhores feudais;
Afirmação da política de lealdade recíproca entre indivíduos, alicerçada
na posse da terra e que tinha como fundamentos as instituições romanas:
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beneficium benefício em terras
clientela proteção dos ricos
comitatos lealdade entre os guerreiros
Estrutura Social e Política
A sociedade feudal não permitia a mobilidade social, isto é, filho de nobre
seria sempre nobre, filho de servo seria sempre servo. Ela estava dividida em
estamentos:
A nobreza, que detinham as terras cultivadas pelos camponeses. Estes
eram obrigados a destinar parte da produção aos nobres, que viviam em
atividades de laser.
O clero: bastante rico, era detentor de grandes extensões de terras,
cultivadas pelos camponeses, no mesmo esquema daqueles
pertencentes aos nobres. Estava dividido em alto clero, ligado a nobreza
e baixo clero, vinculado aos servos.
Os vilões, que culminavam por comprar suas liberdades. Muitos deles
chegaram a ser burgomestres, com o surgimento das cidades.
Os servos, totalmente submissos aos interesses e vontade dos senhores
feudais. Eram convocados como soldados durante as guerras. Estavam
obrigados a pagar impostos extorsivos, com consórcios, que incidia sobre
o casamento. A submissão era tão grande que, em algumas regiões da
Europa, afora do pagamento do consórcio, a noiva era obrigada a passar
a noite de núpcias com o senhor feudal.
O rei: sua única “responsabilidade” era usufruir das mordomias e dirigir as
relações de classe entre suseranos e vassalos, os primeiros recebedores
e os segundos prestadores de homenagens.
Estrutura Econômica
A economia feudal era voltada para o consumo interno, exclusivamente.
Baseava-senas atividades agrícolas. O lucro pele venda de produtos era proibido,
assim como a cobrança de juros. As moedas circulavam em pequena quantidade.
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A Igreja Cristã Medieval
A igreja, através do clero, constituía uma das classes em que estava dividida
a sociedade feudal.
O clero possuía grandes extensões de terra, obrigando os camponeses a
cultivá-las e delas destinarem parte da produção para a igreja. Através de um
sistema de convivência com o poder econômico e político a igreja medieval
amealhou grande fortuna.
Durante este período Jerusalém, que estava em poder dos árabes, cai em
mãos dos turcos. Estes começaram a dificultar as visitas dos cristãos ao Santo
Sepulcro. Usando esse fato como motivo, a igreja busca apoio dos senhores e reis e
consegue organizar um motivo armado, denominado de cruzada, com objetivo de
liberar Jerusalém e reconquistar o direito dos cristãos.
Todavia, na realidade, a igreja busca novas riquezas em ouro e, através de
possíveis vitorias o novo período de glórias. Na realidade pode-se afirmar que os
objetivos das cruzadas eram, alem da libertação de Jerusalém:
Conquistar tesouros no continente asiático:
Atrair e conviver com as riquezas e o luxo orientais;
Conquistar uma abertura para o Mediterrâneo, através da qual pudesse
ser viabilizado o comercio veneziano;
Diminuir a população da Europa.
Valendo-se do poder da igreja, o papa Urbano II convocou o concilio de
Clemont, em 1095. Nele os cristãos foram chamados a luta, como meio de
reconquistas Jerusalém. Através dessa luta era-lhes prometido e céu, pela
purificação. Na realidade, de todos os que propunham e seguiam para os campos de
batalha, poucos conseguiam sobreviver e voltar.
No período compreendido entre os anos de 1095 a 1270 foram organizadas
oito cruzadas. Desse empreendimento militar-religioso adveio:
O declínio do poder feudal, em virtude dos inúmeros insucessos e das
grandes somas gastas;
O conseqüente aumentou do poder real;
O aparecimento de novas ordens religiosas: templários, caleiros
Teutônico e Hospitalários, dentre outras:
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A transformação de Gênova, Piza, e Veneza em grandes centros
comerciais;
O aumento da cultura oriental em terras do Ocidente.
Crise Feudal
A economia feudal era voltada para o consumo interno. A economia era
voltada para as atividades agrícolas.
As cruzadas, em números de oito, realizadas de 1095 a 1270, contaram
inclusive com a participação dos reis e nobres, e tiveram como resultados:
A conquista do monopólio comercial no Mar Mediterrâneo pelas cidades
italianas: Gênova, Piza, e Veneza:
O estabelecimento de contatos dos europeus com os povos orientais
bizantinos e mulçumanos;
A introdução, na Europa, de novas técnicas agrícola, bem como de novos
produtos;
A transformação da base econômica agrícola, com desenvolvimento de
uma economia que tinha como base a moeda;
O surgimento de um grupo poderoso de comerciantes.
Essas alterações foram repercutir nas relações de produção, no seio do
regime feudal. Assim começou-se a cultivar as terras abandonadas e a emprega-se
a irrigação e novas técnicas agrícolas que acabaram por aumentar em muito a
produtividade do solo.
O trabalho braçal e estafante do auge do período feudal começava a ser
amenizado pelo emprego daquelas técnicas mais modernas: o emprego do arado e
de animais no trabalho agrícola. Isso provocou uma substancial mudança na vida
dos servos, que escutavam tarefas menos pesadas. Nessa época surgiram os
jornaleiros, trabalhadores que realizavam serviços temporários e que eram pagos
pela realização de tarefa.
Paralelamente a isso, muito dos senhores feudais,encantados com a vida de
conforto e prazeres, oferecida aos moradores das cidades que surgiram, mudavam-
se para elas, deixando suas terras aos cuidados de administradores. Estes por sua
vez, querendo poupa-se, acabavam por arrendar partes de suas terras a
camponeses.
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O vínculo entre o senhor feudal e servo passou a sofrer uma modificação
muito grande:
Os senhores feudais passaram a aceitar dos servos pagamentos de suas
obrigações em moedas e não mais em dias de trabalho, como ate então;
Aceitavam, esses senhores feudais, libertar os seus servos em troca de
pagamento em moedas
Objetivando conseguir as moedas necessárias a obtenção das regalias
oferecidas e a conquista da liberdade, os camponeses rumavam para as cidades e
as feiras, onde vendiam o excedente de sua produção.
Diante desse quadro, podemos citar como fatores que levaram a decadência
do sistema feudal:
O desligamento de grande número de pessoas das tarefas agrícolas,
motivada pelas cruzadas;
Concentração populacional nos centros urbanos que começavam a surgir;
A mudança nas relações de trabalho entre os servos e senhores feudais;
O crescimento da população da Europa;
O declínio do poder dos senhores feudais e o conseqüente aumento do
poder real.
As Cruzadas
Reportemo-nos ao item “A Igreja Cristã Medieval” e verifiquemos que, ao
tomarem Jerusalém, os turcos começavam opor obstáculos para que os cristãos
visitassem o Santo Sepulcro. Valendo-se desse agrupamento, a Igreja apelou aos
seus aliados de poder: os senhores feudais e reis, e organizou as Cruzadas,
movimento religioso-militar que objetivava a retomada de Jerusalém e a reconquista
dos direitos dos Cristãos.
Todavia, esse era o argumento posto, que ocultava os reais objetivos de:
Conquistar os tesouros do continente asiático;
Atrair e conviver com as riquezas e luxos orientais;
Conquistar uma abertura comercial para o mediterrâneo, viabilizando o
comércio das cidades italianas, sobretudo Veneza;
Diminuir a população européia;
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Para conduzir as Cruzadas, o papa Urbano II convocou o Concilio de
Clemont, em 1095, prometendo o céu e purificação para os cristãos que pegassem
em armas para conquistar Jerusalém. As Cruzadas apresentaram como resultados,
sucintamente:
O restabelecimento das rotas comerciantes entre o Oriente e o Ocidente;
O surgimento das cidades italianas de Veneza, Gênova e Piza como
grandes centros comerciais;
A chegada ao mercado europeu de novos produtos asiático, que ali eram
negociados em grandes quantidades;
A transformação do sistema feudal: os senhores feudais tiveram o seu
poder político diminuído, enquanto se verificava fortalecimento do poder
real (central);
O aparecimento de novas ordens religiosas, como a dos Templários, a
dos Hospitalários e a dos Cavaleiros Teutônicos;
O aumento da influência da cultura oriental em terras do Ocidente;
O desligamento de muitas pessoas das atividades agrícolas e o
conseqüente desenvolvimento das cidades e da atividade comercial.
Expansão Comercial
O comércio em desenvolvimento motivou o renascimento das cidades
européias. Houve uma polarização e uma troca: desenvolvimento Urbano
desenvolvimento comercial.
Todavia, durante a alta Idade Média duas regiões do continente europeu
conseguiram manter suas atividades Urbanas e comerciais: as cidades italianas e o
norte da Europa.
As cidades italianas, principalmente, Veneza, Bari, Gênova, Tarento , Piza e
Almafi, mantiveram intenso comércio, valendo-se para isso dos produtos originários
de Constantinopla e da proteção do Império Bizantino.outros produtos, originários de
Alexandria, China e Índia ali também eram colocados. Por outro lado, grandes
mercadores encarregavam-se de buscar ali as mercadorias e vende-las em outros
centros europeus, notadamente na Franca (Marselha) e na Espanha (Barcelona).
Já na parte Norte do continente europeu, situado entre os mares Norte e
Báltico, o comércio era representado por maiores vendas lãs e tecidos, produzidos
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notadamente na planície de Flandres, quem envolvia os atuais territórios da Franca,
Holanda e Bélgica.os principais centros comerciais e urbanos dessa região era
Bruges, Lille e Ypres.
Visando defender seus interesses os comerciantes constituíram associações
denominadas de guildas. A maior e a mais poderosa delas foram Liga Hanseática, e
era constituída por cidades do Norte da Europa.
A Liga Hanseática controlava todas as operações realizadas nos mares do
Norte e Báltico.
Esse intenso comercia das cidades italianas e do norte europeu, começou a
se interiorizar para as regiões centrais, constituindo grandes rotas de comércio. Não
tardaram a surgir, então, as chamadas feiras.
A partir do final do século XII as feiras passaram a ser vitais para a
economia da Europa medieval. Realizavam-se periodicamente e sempre nos
mesmos locais. Uma delas, da Champanha, extrapolou a sua importância local e
regional e acabavam atraindo comerciantes de toda Europa.
As feiras eram organizadas de tal maneira que certos produtos eram
comercializados nos primeiros dias deixando-se para os últimos dias outros tipos de
mercadorias. Os negócios envolviam moedas diferentes, que eram trocadas pelos
denominados cambistas.
Com o desenvolvimento das feiras intensificaram-se as atividades de trocas
envolvendo excedentes de produção; o artesanato ganhou impulso e vida própria
deixando de ser atividades subsidiárias da agricultura e intensificou-se o uso da
moeda.
Evolução das Monarquias
Verifica-se, com a queda do poder feudal, um fortalecimento do poder dos
reis, que se desenvolveu paralelamente ao crescimento das atividades comerciais e
ao surgimento das cidades.
A centralização e o aumento do poder real tiveram como conseqüência
imediata, na Europa, o surgimento das monarquias nacionais. Elas começaram a se
caracterizar:
Pelo surgimento das nações, constituída cada uma delas por um povo
com sua língua própria, religião, costumes e historia.
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Pele delimitação territorial de cada uma delas; região geográfica.
Pela implantação e exercício de um poder nacional, representado por um
poder real, válido para toda a nação.
O crescimento do poder real e a conseqüente instalação das monarquias
nacionais não foi um processo calmo, pois constantes choques ocorreram com os
senhores feudais e a Igreja, que se viam perdendo o poder econômico e político.
Para fazer valer o seu poder, os reis acabaram por criar os exércitos reais,
pagos pela Coroa, que substituíam a cavalaria feudal, da nobreza. Por outro lado, os
reis passavam a contar com o apoio da burguesia, que se constituía dos grandes
comerciantes que começavam a surgir.
A Espanha
Nesse período via-se fortalecer na Espanha o poder real. Os reis católicos,
Fernando e Isabel, resolveram empreender a Reconquista, uma guerra com a qual
pretendiam libertar o Reino de Granada do domínio muçulmano.
Para tanto organizarem a infantaria espanhola, constituida de soldados
provenientes das zonas rurais e urbanas. Ao lado dessa infantaria lutou a chamada
Santa Irmandade, uma milícia sustentada pelo povo e que teve grande apoio dos
comerciantes (burguesia), interessados em diminuir o poder da nobreza e fortalecer
o poder real.
O exemplo espanhol, vitorioso, servia de incentivo e modelo para outros
regimes monárquicos nacionais europeus. Estes colocaram seus exércitos para
impor leis e cobrar seus impostos.
Os reis começaram a exigir o pagamento de tributos não só da nobreza,
como também dos artesãos, da Igreja, dos camponeses e da burguesia nascente.
A França
Instalou-se a dinastia Capetíngia, que através de seus reis:
Adquiriu o Ducado da Aquitânia (Luiz VI);
Desenvolveu o comercio e as cidades (Luiz VII);
Libertou os centros urbanos dos domínios feudais (Felipe Augusto);
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Com o apoio da burguesia e do clero submeteu a nobreza (Felipe
Augusto);
Expandiu os territórios reais (Felipe Augusto);
Anexou ao território francês o Condado de Toulose (Felipe III);
Aumentou as rendas reais, organizando o sistema de impostos, que
recaíam sobre a Igreja (dízimo) (Felipe IV);
Confiscou os bens da Ordem dos Templários, organizacao religiosa
criada durante a primeira Cruzada (Felipe IV);
Convocou os Estados Gerais, uma assembléia composta de
representantes do clero, da burguesia e da nobreza (Felipe IV).
A morte de Carlos IV, filho de Felipe IV, em 1328, abriu o processo de
sucessão do tono francês. A disputa se polarizou em torno de Felipe de Valois e
Eduardo III. O primeiro era filho de Carlos Valois, sobrinho de Felipe IV, em quanto o
segundo era filho de Henrique II e Isabel, esta filha de Felipe IV. Eduardo III, embora
inglês, era neto do ex-soberano francês.
Não aceitando a possibilidade de serem governados por rei estrangeiro, os
franceses valeram-se da antiga Lei Sálica, que em texto proibia a sucessão por linha
feminina. Com isso o trono francês passava às mãos de Felipe VI, de Valois.
Encerrava-se a dinastia dos Capetíngios e trono francês passava a ser ocupado pele
dinastia dos Valois.
A Inglaterra
A formação do poder real, na Inglaterra, iniciou-se no ano de 1066, quando o
Duque Guilherme, da Normandia, invadiu e conquistou o território inglês. Instalou ali
um regime de feudos, embora menores que os franceses. A nobreza da Inglaterra
não gozava dos mesmos privilégios da francesa, e devia obediência e fidelidade ao
rei.
Com a morte de Guilherme na Normandia, assumiu o trono inglês Henrique
II que organizou a justiça e o exército real e impôs a cobrança de tributos aos
nobres. Todavia, Henrique II não conseguiu impor sua política ao clero, chegando a
profundas divergências com o bispo Thomas Becket, que mais tarde foi assassinado
por um grupo de cavaleiros do rei. Sucederam a Henrique II:
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Ricardo Coração de Leão: Após ter participado da Cruzada dos reis, foi
assassinado quando tentava combater as rebeldias dos nobres.
João Sem Terra: Durante seu governo uniram-se os nobres, o clero e a
burguesia, que por pressão, obrigaram o rei assinar a Carta Magna, que
estabelecia:
Que a criação de novos impostos somente poderia ser feita desde que
ouvido o Grande Conselho, constituído de bispos, condes e barões;
Que os cidadãos ingleses passavam a contar com instrumentos de
proteção contra o arbítrio do poder real;
A prisão de qualquer homem somente poderia ocorrer após seu
julgamento.
Henrique III: O grande conselho, criado durante o governo de Joao Sem
Terra, passou ao controle da nobreza. Simon de Mont Fort, que era o
dirigente maior desse grande Conselho, acabou por efetivar uma unidade
entre a nobreza, o clero e a burguesia, que se colocaram em confronto
direto com o poder real. Daí originou-se o Grande Parlamento, que tinha
amplitude nacional. O governo de Henrique III caracterizou-se pele
impopularidade.
Eduardo I: Durante o seu governo, o parlamento inglês foi transformado
em uma assembléia constituída de nobres, do clero e da burguesia. Ele
tinha caráter permanente.
Durante os reinados seguintes, Eduardo II e Eduardo III, houve um continuo
aumento do poder parlamentar. O parlamento foi 1350, dividido em duas câmaras:
A câmara dos Lordes: formada pela nobreza e pelo clero.
A Câmara dos Comuns: constituída pela burguesia e pelos cavaleiros.
Assim, entre as duas monarquias constitucionais, a da França e a da
Inglaterra verificaram-se uma diferencia substancial: na França houve um
progressivo aumento do poder real, que chegou a predominar sobre a nobreza e a
Igreja; na Inglaterra, houve, paulatinamente, uma limitação do poder real e um
aumento do poder do Parlamento.
A Guerra dos Cem Anos
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Conflito entre a Inglaterra e a França, que se prolongou entre 1337 e 1453.
Teve como causas:
As pretensões do rei Eduardo III, da Inglaterra, de ocupar o trono francês,
após a morte de Carlos IV, da França, em 1328.
O interesse de ambos os países de dominar a região de Frandes, que na
época era ricas produtoras de tecidos, produto em constante elevação no
mercado internacional.
Após inúmeros combates, muitas mortes e um conflito prolongado,
verificaram-se como resultado principal da Guerra dos Cem Anos, o
fortalecimento do poder real, em ambos os países.
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