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Estrutura da apresentação:Crise e Contratendências I :Crise e Contratendências II :TerceirizaçãoO que se terceiriza?Nas confecções: Zara, Zomp, Nike, Ralph Loren,
Donna Karan etc. etc.Relato de uma trajetória de investigações;Movimento Sindical.Zara: apontamentos
TERCEIRIZACÃO: RELAÇÕES DE TRABALHO RUMO AO SÉCULO
XIX
Crise orgânica com contornos clássicos de super produção combinada com sub consumo.
Fim dos 30 anos gloriosos.Manifestações:
Mercantilização de direitos e prerrogativas;Sobreposição do mercado sobre o estado;A divinização do mercado;Construção de um consenso em escala global.O fim do welfare state.
TERCEIRIZACÃO: RELAÇÕES DE TRABALHO RUMO AO SÉCULO XIX
Contratendências:
Encurtamento da vida útil das mercadorias;Capitalismo de badulaques;Submissão do tempo biológico ao tempo econômico;Nova relação ligando capital e trabalho, marcado por:
Fim da contratualidade fordista clássica;Rebaixamento geral do custo do trabalho;Aumento do poder de chantagem do Capital, tendo em
vista sua mobilidade internacional;Fragmentação/Complexificação e Heterogeneização dos
trabalhadores.
TERCEIRIZACÃO: RELAÇÕES DE TRABALHO RUMO AO SÉCULO XIX
Terceirização:
Originalmente seu aparecimento se dá a partir da “necessidade” das empresas contratarem externamente pessoal para serviços colaterais (limpeza, conservação, vigilância etc.) para centrar seu processo produtivo em seu campo específico de industrialização.
TERCEIRIZACÃO: RELAÇÕES DE TRABALHO RUMO AO SÉCULO XIX
Tendo em vista o imperativo de comprimir custos com o trabalho, rapidamente a modalidade se estendeu o coração do processo produtivo, sempre buscando uma linha de menor resistência:
a)nos países de baixa ou regulamentação do trabalho;
b)nas regiões sem tradição de sindicalismo combativo, muitas vezes em regiões periurbanas de municípios com fraca tradição industrial, ou de industrialização decadente, ou mesmo regiões regiões rurais próximas das cidades.
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Vantagens I:
a) barateamento da força de trabalho;b) problemas sindicais com negociações,
greves e outros aborrecimentos.c)diminuição do risco do trabalho, ausência
de custo de retabalho.
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Vantagens II: DIMINUIÇÃO DOS CUSTOS DE PRODUÇÃO.
Área Física Investimentos em Instalações Manutenção das instalações Água, Energia Elétrica e Telefone Investimentos em equipamentos e softwares Manutenção e Calibração de equipamentos Substituição ou upgrade de equipamentos Aquisição, armazenamento e controle de insumos Problemas com fornecedores diversos Seleção, Contratação e Demissão de Pessoal Materiais de produção, limpeza, manutenção Encargos Trabalhistas Treinamento de Pessoal Férias, faltas, doenças e licenças de Pessoal Problemas judiciais com Pessoal Administração burocrática da atividade Seguros
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O que se terceiriza:
Serviços de saúde; ,Tratamento d’agua; Refinamento de petróleo;Serviços de manutenção de redes de distribuição de
energia elétrica;Serviços de embalagem;Programação de computadores;Logística e distribuição;Telecomunicações;Atendimento à clientes;Serviços de arquivo médico etc.
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Algumas griffes da industria do vestuario:
ZARAZOOMPDIESELNIKE *RALPH LOREN *DONA KARAN *NÁUTICA *
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Relato de uma trajetória de investigações:Desde 1999, trabalhos nos pólos de
confecções e calçados de Santa Catarina.Dado desde então em grande destaque:
transferência.
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Item de Custo Gasto Mensal em reais (2002)
Luz, água, telefone 30,52
Aluguel 27,47
Limpeza 20,75
Manutenção 19,07
Depreciação 7,37
Previdência social 41,50
Combustível 19,07
Linha 12,21
TOTAL 177,97
Quem é esta classe terceirizada nas confecções:a) Mulheres jovens e mocinhas;b) Cumprem jornadas duplas que chegam a 16h/diac) Pagamento por peça. Renda: R$ 400 a R$ 600/mês
(brutos, fora os custos assimilados)d) Primeiro grau, em geral completo;e) Operárias de grande destreza produtiva;f) Prestam serviço a uma só empresa;g) Trabalho descontínuo, incerto, variável;h) Curiosamente guardam boa impressão da fábrica.
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Investigação mais recente:Envolvendo estudo transnacional Brasil-Portugal (com
desdobramentos no norte da Espanha)Problema metodológico de acesso às trabalhadoras.
Em Portugal.Frase emblemática:“(...) Porque elas estão muito assustadas, a empresa
quando pega o serviço delas avisa: trabalhem de janela fechada, quando parar um carro na casa para ver se é a gente, não atendam ninguém que pode ser o ministério do trabalho, então essas pessoas trabalham com medo...”
(fonte: Relatório de Pesq.2005)
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O que dizem os dirigentes sindicais:Nada há essencialmente que seja diferente nos
depoimentos dos dirigentes nos dois países.Compreendem tratar-se de uma contratualidade:
Cruel, desumana;Trata-se de mecanismos claros de superexploração;Quarteirização e quinterização; Inacessíveis à ação organizativa do sindicato;Os governos são lenientes e se curvam ante as
chantagens de relocalização das indústrias;Contribuem para um capitalismo sem risco e operando
com super lucros e sua situação econômica anterior é ainda pior.
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O que dizem os dirigentes sindicais:
A necessidade do Estado intervir;A transferência silenciosa de custos é
invariável e inaceitável;Avaliações unânimes de que a participação da
mulher é perto de 100%. Homens só entram como “chefetes” nos processos de quarterização e quinteirização, num constrangedor esquema de “mais valia horizontal”.
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O que dizem os dirigentes sindicais:
Há invariavelmente uma plasticidade nas ofertas de trabalho combinadas com um grau mais ou menos explícito de chantagem, o que suscita uma certa “competição”entre estas trabalhadoras.
Nos períodos de crise de demanda a imposição das regras piora.
Os super lucros se mantém.A defesa de salvaguardas para as economias nacionais.As trabalhadoras não querem “nem ouvir falar de
sindicato”.
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O que dizem os dirigentes sindicais:
Trabalhadoras só procuram o sindicato quando são lesadas;
São estimuladas a manter direitos como “auxílio despedimento” , “bolsa família”ou equivalente como forma de perenizar esta contratação.
Há claramente o envolvimento de crianças e adolescentes (meninas), já sendo adestradas para este trabalho.
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Em Resumo os dirigentes sindicais apontam para a existência de um trabalho:
a) Invisível;b) Precário;c) Sem assistência alguma por parte do
estado ou do sindicato;d)Incerto;e)Insalubre;f) Urgente; h)Extenuante.
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“el fenomeno” ZARAEmpresa muito citada nas entrevistas em Portugal,
norte da Espanha (Galícia).Empresa pertencente ao gigante espanhol Inditex.Produz e comercializa as seguintes marcas comerciais:
Zara Pull & Bear
Massimo Dutti Atradivarius
Ovsho Zara Home
Uterque
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Grupo Inditex: (dados em milhões de euros)
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Ano Fiscal 2010 2009 10/09
VENDAS LÍQUIDAS 12,527 11,084 13%
LUCRO LÍQUIDO 1,732 1,314 32%
No. De lojas 5,044 4,607 437
Nº de países 77 74 3
Empregos 100,138 92,301 7,837
Porque Século XIX ?“Ao lado dos trabalhadores fabris, dos
trabalhadores manufatureiros e dos artesãos, que concentra espacialmente e controla diretamente, o capital movimenta, por fios invisíveis, outro exército de trabalhadores domiciliares espalhados pelas grandes cidades e pela zona rural. Exemplo: a fábrica de camisas do Sr. Tillie em Londonderry, Irlanda. Que emprega 1.000 trabalhadores na fábrica e 9 mil trabalhadores domiciliares pelo campo”. (1988, p.69)
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E mais adiante:
Exploração ilimitada de forças de trabalho baratas constitui o único fundamento de sua capacidade de concorrência. (id, p.79)
MARX, Karl. O capital. Série Os Economistas, v.II. São Paulo : Nova Cultural, 1988.
TERCEIRIZACÃO: RELAÇÕES DE TRABALHO RUMO AO SÉCULO XIX
Prof. Dr. Clarilton RibasUniversidade Federal de Santa CatarinaFlorianópolis, SC.
48 37 21 54 1648 37 21 54 16ccribas17@hotmail.com
Muito obrigado.
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